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Medicina Interna de

Animais de Companhia
Aluna: Camila Coelho

Confecção de Receituário Piodermite ou Doença Bacteriana


da Pele
 Precisa seguir uma formatação
específica pois é um documento. Mais comum em cães, dificilmente relatada
em gatos.
 Quais informações deve conter?
o Primeiro: cabeçalho – informações Diagnóstico clínico variado, frequentemente
da clínica (local) e veterinário diagnosticada errada.
(CRMV), espécie, sexo, raça, idade
e peso, e proprietário/ tutor.  Pele: para ocorrer, precisa haver uma
quebra da integridade – 3 fatores
o Segundo: inscrição – prescrição em o Química
si (colocando a via – USO o Física
INTERNO, USO EXTERNO, o Biológica
TÓPICO), sempre numerando a
medicação, colocando a  Agente etiológico:
concentração, onde é vendido  Staphylococcus coagulase positiva:
(farmácia humana ou petshop), a o S. pseudintermedius (mais comum)
apresentação comercial (se é o S. schleiferi
vendido em caixa/frasco/etc) o S. aureus (menos comum)
 Outras: Pseudomonas spp, Proteus spp,
o Terceiro: orientações – instrução Cambylobacter spp, Enterococcus spp
pro tutor, quantidade, de tanto em  As bactérias vem do BIOMA cutâneo -
tanto tempo e por quanto tempo. > existe um equilíbrio entre bactérias
OBS. Fazer o risco no espaço em branco para patogênicas e as não patogênicas
não ocorrer falsificação.  Quando ocorre a quebra da integridade
da pele através dos 3 fatores já citados
o Finalizar: data, carimbo e acima, as bactérias patogênicas
assinatura. presentes na pele aproveitam a
oportunidade (quebra do equilíbrio
 Quais informações preciso saber para cutâneo) e se multiplicam causando a
prescrever um medicamento? patogenia.
o Precisa ter uma suspeita ou
diagnóstico.  Etiologia:
o Escolha do medicamento. o Alérgica
o Escolher a dose (livros, vetsmart…) o Seborreica
o Posologia (SID, BID, TID, QID, o Parasitária (escabiose,
q6h, q8h) demodicioses)
o Tempo de tratamento o Fúngica (dermatofitose)
o Apresentação comercial – para o Endócrina (hipotireoidismo ou
colocar na prescrição hiperadrenocorticismo)
aberta (igual o meu caso de alergia
Apresentação Clínica: a picada de pulgas no pé)
 Anatomia da pele:
o Intertrigo facial e caudal
A epiderme é dividida em 5 estratos:  Debris de descamação, locais
o Estrato córneo úmidos, e com altas temperaturas
o Estrato lúcido  Desenvolvimento de bactérias por
o Estrado granuloso alteração anatômica
o Estrato espinhoso Ex: animais braquicefálicos com excesso
o Estrato germinativo de pele e dobras
 Tratamento:
 Tricotomia com tesoura na região
até ver pele saudável
 Creme tópico apenas com
antimicrobiano e corticóide
Obs. Não tem cura, apenas controle. Uma
das melhores soluções para controlar:
manipular lencinhos umedecidos com
clorexidina de 1-4%. Não pode usar o de
criança, causa irritação. O Intertrigo
caudal pode ser tratado com intervenção
 Local da lesão: cirúrgica.
o Pioderma externo
o Pioderma superficial 2. Pioderma Superficial
o Pioderma profundo
o Pápula → Pústula → Colarete
o Se instala entre as camadas da
 Infecção bacteriana de superfície:
pioderma externo epiderme – entre os estratos
o A apresentação mais comum é a:
 Infecção superficial: pioderma
superficial Foliculite
o Evolução da alteração clínica do
 Infecções profundas que podem levar a
ruptura dos folículos pilosos: Pioderma paciente é visível
profundo
o Pápulas: Pequenas bolinhas
 Como classifica o pioderma? avermelhadas na pele (podendo ser
na barriga, por exemplo)
1. Pioderma externo:
o Pústula: é a primeira lesão que se
o Dermatite úmida aguda forma, porém ela se forma rápido e
 Lesão eritematosa, descamação, é muito frágil, quase não visível
oleosidade, lesão úmida (Exsudato (parece uma pequena espinha)
fibrinoso)
 Costuma aparecer dentro de 48 o Colaretes: segunda lesão que se
horas forma, costuma ser circundada e
 Muito inflamada e muito dolorosa com crostras amareladas ao redor
 Animal costuma se coçar muito, (pus seco); se formam na asída do
tanto com a pata ou com a boca folículo piloso; em cachorros com
 Prurido muito intenso e agudo pelo longo os colaretes ficam mais
fazendo o animal se lesionar de discretos, precisa levantar o pelo e
maneira rápida, abrindo a ferida, e vasculhar.
se instalando muita dor no local,
fazendo com que ele não consiga o Foliculite → Colarete: se formam
mais tocar no local da ferida recém na saída do folículo piloso
3. Pioderma profundo: o Quando usar a cultura e o antibiograma
o Furunculose → microabcesso em meu paciente?
o Chega até o bulbo do folículo  Falha na resposta de antibióticos
piloso (na derme) consagrados
o A lesão é sanguíneo purulenta –  Histórico de muitos antibióticos
formac crostas de sangue pisado,  Bacilos na citologia
crostas escuras e hematosas
o Principal etiologia: sarna  Antibióticos tópicos:
demodécica o Bactérias na superfície
o Reduzem a frequência – recorrência
Diagnóstico: o
o
Reduz o tempo de antibiótico sistêmico
Pode substituir antibiótico sistêmico
 Objetivos: identificar as lesões e sua o Uso indefinido em casos crônicos
etiologia.
 Anamnese: etiologia e erros em o Usa-se no tratamento de piodermatite:
tratamentos anteriores.
 Externa
 Exames complementares:
 Superficial
o Citologia (lesão fechada)
 Profunda
o Tricograma/ R.P. / Cultura de
dermatófitos  Shampoo ou spray? (Clorexidina de 1-
o Cultura bacteriana e antibiograma 4%)
 Cultura: coccos gram + Obs. O de 0,5% não funciona
(Staphylococcus pseudintermedus) sozinho
 Tratamento só com banho: 2/3x por
Tratamento: semana
 Banho e outros: 1x por semana
 Antibioticoterapia empírica sistemática:  Shampoo:
o Sempre começar com uma
 Clorexidine 0,5-4%
cefalosporina de 1ª geração
 Peróxido de benzoíla 2,5% (não usa
o Recorrência com a resposta anterior
muito pois resseca demais a pele do
animal)
Cefalosporin Penicilinas Sulfas
 Lactato de etila
as de 1ª potencializada Potencializada
geração: s: s:  Triclosan
 Enxofre
Cefalexina Amoxicilina  Gel, creme ou loção:
Ácido Sulfa +  Clorexidina
clavulamico Trimetropim
 Peróxido de benzoíla
 Neomicina
Cefadroxila X X  Gentamicina
 Bacitracina

 Opção: manipular lencinhos


OBS. Staphylococcus pseudintermedius → umedecidos com clorexidina de 1-4%
desenvolveu a capacidade de produzir uma
enzima chamada Betalactamase, logo: não  Antibiótico sistêmico:
pode usar antibióticos a base de penicilina – o Tempo de antibiótico: finalidade de
resistência.
reconstrução da barreira epidérmica
Ex. Penicilina G, Amoxicilina, Ampicilina….
o Superficial: resolução clínica em 3
 Antibioticoterapia específica semanas, podendo se estender para 1
semana a mais
o Profunda: resolução clínica em 6  Fungo dermatófito: Afinidade pela
semanas, podendo se estender para 2 queratina, precisam para sobreviver.
semanas a mais o Sendo assim, vão ficar na
epiderme, fazendo lesão na camada
córnea, sendo fungos superficiais.
 IMPORTANTE! o Unhas e pêlos tbm tem queratina,
causando lesões.
Diagnosticar e tratar a ETIOLOGIA → se
não tratar a causa, as lesões vão voltar como OBS: Células da epiderme vão se
antes! queratinizando e as da camada córnea são as
mais queratinizadas
Se a causa não foi tratada, o tutor pode relatar
que foi falha no antibiótico, porém, se teve OBS: Menos comum em unhas, mais comum
cura clínica com retorno dos sintomas após em pele e pêlo
meses (ex. Retorno das lesões após 2 meses
que foi tratado e havia melhorado), o erro não o Lesões alopécicas superficiais
foi o antibiótico e sim a causa primária que o Pêlo feio, falhado
permaneceu ali. Ex. Pulgas e sarna.

→ NÃO USAR, nunca usar a  Epidemiologia


CORTICOTERAPIA! Por que? o Animais jovens: Menos de 1 ano de
o Corticoide é um imunossupressor, e idade. Adquirem da mãe.
isso vai piorar ainda mais a resposta o Prevalência em algumas raças:
cutânea e a integridade da pele, Yorkshire e Persas
dificultando ainda mais o o Doença frequente em gatos
restabelecimento do equilíbrio
saudável da pele.  Transmissão
o OBS: TODO pioderma coça, o Contato direto com outro animal
porém, precisamos tratar o o Contaminação pelo ambiente: Pêlos
pioderma antes da coceira! do animal contaminado caem no
ambiente tornando-se fonte de
 Raciocínio clínico: infecção.
o Se tratar o pioderma e ele sumir + a
coceira parar = a origem da coceira OBS. Pêlo vem com estruturas de
era o próprio pioderma (averiguar infeccção, que são os artroconídeos. Fica
patologias endócrinas) viável por muito tempo.
o Se tratar o pioderma e ele sumir + a
coceira continua – o fundo é  Apresentação clínica
alérgico (investigar causa primária) o Lesão alopécica, circular e
o A coceira pode causar o superficial
pioderma, da mesma maneira
que o pioderma pode causar a OBS: Lesões alopécicas circulares
descamativas em cão mais provável ser
coceira
colarete, então pra fechar diagnostico de
dermatofitose precisa do diagnostico
laboratorial!
Doenças Fúngicas da pele do Cão
e do Gato o Nem sempre as lesões serão
circulares ou alopécicas,
Doenças primárias, diferente da Piodermite: aumentando diagnósticos
Animal se contamina e doença faz a lesão. diferenciais (ex: sarna demodecica)
o Não se prolifera nas camadas mais
1. DERMATOFITOSES profundas da pele, não promovendo
úlceras, abcessos e pústulas
IMP: Quanto mais adaptado o fungo à pele do  Material enviado em recipiente
hospedeiro menor a resposta inflamatória, não seco (ex: envelope)
causando prurido. Quando promover prurido  15-20 dias pra resultado
tb pode ser dermatofitose, porém tende a ser o
fungo menos prevalente. Logo pode ou não o Biópsia de fragmento e
causar prurido, costuma não causar. histopatologia
OBS: Em cães qualquer lesão alopecica
 Tratamento
precisa investigar se tem sarna demodecica
o Diminuir reinfecção ambiental:
o Lesão é apenas sugestiva, precisa Animal isolado sem nenhum tecido
em cômodo de fácil limpeza.
investigar.
Cômodo será varrido e limpo com
OBS 2: Sendo gato persa com lesão essas substancias diariamente.
superficial precisa investigar sempre pra o Tratamento tópico: Antifúngico pra
dermatofitose. E gato com dermatofitose diminuir potencial de
investigar pra FIV e FeLV. infectabilidade de pêlos caindo no
ambiente. Começa a partir da
 Exames complementares suspeita.
o Confirma se animal tem a doença o Cão: Com pelagem longa realizar
o Tricograma tricotomia. Banho com shampoos
 Vai na lesão, puxa pêlo, coloca na de Cetoconazol e Miconazol 2x por
lâmina e leva ao microscópio semana e animais contactantes 1x
 Microscópico: Atroconídeos dentro por semana.
do pêlo. Se vier negativo não pode o Gato: Nem sempre aceitam
descartar dermatofitose pois pode tricotomia e banho, porém
não ter atroconídeo no pêlo que isolamento é fundamental
coletou.
 Pêlo com água destilada ou soro se o Tratamento sistêmico: É o que
for ver na hora no microscópio, se realmente cura o animal. Feito até
for para ver em laboratório ter cultura negativa. Mínimo de 2
armazenar em recipiente seco meses de tratamento. Se
impregnam na queratina. Começa
o Lâmpada de Wood depois do resultado da cultura.
 Feito no consultório durante exame
clínico  Zoonose
 Gera fluorescência no pêlo de o Fungo não adaptado a nossa pele,
alguns animais que estejam com então faz resposta inflamatória
dermatofitose, pois precisa ser M. muito intensa que coça muito
canis e nem toda cepa de M. canis o Identifica lesão e encaminha tutor
fluoresce pro médico
 Se der positivo não pode tratar o Pessoas imunocomprometidas pode
logo, indica local pra coletar pra ter quadro mais grave, mais difícil
exame direto e cultura pois tem de tratar
mais chance de dar positivo
 Forma de monitorar resposta 2. Malassezíase
terapêutica do paciente, esperado é
que lesão vai desaparecendo, Faz parte do bioma cutâneo, orelha externa e
regredindo junções mucocutâneas (perianal, perivulvar,
periprepucial, etc);
o Cultura fúngica para dermatofitose
 Fecha o diagnostico Doença de base que promove condição: Tratar
 Material coletado: Pêlo e Malassezia e investigar doença de base, que
descamação normalmente são doenças alérgicas (principal
é dermatite atópica);
Desordens da queratinização: Aumento da 3. Esporotricose
oleosidade e descamação por fator genético
predisponente; Causada por levedura que se prolifera no
subcutâneo do animal, podendo também fazer
Fica sobre a camada córnea, aderida aos lesões sistêmicas
queratinocitos, lesão superficial
S. brasiliensis especie mais isolada (mais
 Apresentação clínica vista) e mais virulenta
o Axila, virilha, pescoço,
principalmente região ventral do o Precisa ser inoculado no subcutâneo pra
corpo, região inguinal e abdominal, proliferar
interdígitos o Transmissão por brigas e arranhaduras
o Muito prurido, pele fica muito no caso dos gatos
eritomatosa. o Zoonose grave: Uso de EPIs. Para
o Com cronicidade tem tratamento gato precisa ficar isolado,
hiperqueratose (espessamento da preso.
pele); hiperpigmentação (pele o Óbito tem que ser incinerado.
escura); liqueinificação (pele muito o Doença de notificação obrigatória.
grossa – muito crônico); e odor
(pela oleosidade - disfunção que faz  Apresentação clinica
pele ficar mais gordurosa e o Úlceras que não cicatrizam, lesão
Malassezia prolifera). ulcerada
o Lesões principalmente em cabeça e
OBS: Fungo que gosta de gordura, mas não membros: Locais de briga
precisa para sobreviver, podendo ter em pele o Lesão nodular que fistula e por onde sai
seca, não tendo odor neste caso.
exsudato sanguinolento que resseca e
forma crosta escura (crosta hematica) e
o Não induz a alopecia – animal fica sem
embaixo da crosta se forma ulcera pela
pelo pois coça/ automutilação
destruição de todo o tecido da derme
deixando subcutâneo exposto
 Exames complementares:
o Citologia: Diagnostico definitivo.
 Formas:
Leveduras agarradas aos queratinocitos. o Cutânea: Apenas lesão na pele
Raspado, escarificação bem superficial
o Muco-cutânea: Lesões em mucosas
com espátula e com material que veio
e pele
faz esfregaço e manda pro laboratório.
o Cutâneo linfática: Lesões em pele e
Se tiver como corar na clínica pode
fazer com fita de acetato. levedura invade circulação
linfática. Lesões seguem uma linha,
trajeto linfático.
 Tratamento
o Disseminada: Forma mais grave.
o Essencialmente tópico, primeira
Lesões em órgãos internos.
escolha: Shampoos antifúngicos:
o Respiratória: Nódulos em nariz.
 Clorexidine é muito bom na
concentração mínima de 2%; Forma mais difícil de tratar.
 Sulfeto tem boa ação sobre Recidiva muito, prognostico
levedura e é excelente reservado.
desengordurante (pacientes com
muita gordura na pele é o de  Diagnóstico
eleição) – 2-3x banhos por semana o Exame citológico
e observar por 1 mês se animal - Em gato fecha maioria dos diagnósticos
melhorou. Se não tiver melhorado pois traz grande quantidade de levedura em
suas lesões – Citologia por imprinting ou
em 1 mês associa com tratamento
escarificação.
sistêmico, casos que não
- Cão não traz muitas leveduras nas
respondem.
lesões, logo, não consegue achar geralmente
em citologia. Cito mostra macrófagos repletos “túneis”embaixo da pele),
de estruturas leveduriformes no citoplasma. hipersensibilidade (muita coceira).
o Doença extremamente contagiosa –
o Em cão e gato que suspeita mas não podendo ser por contaminação direta
achou levedura faz cultura fúngica (contato direto com animal
da lesão: contaminado) ou indireta (pente,
- Forma de coleta é swab, enviado dentro escova, toalha…)
do meio de transporte (meio de Stwart). o Doença alérgica é incomum antes do
primeiro ano de vida, por isso em
o Biopsia da lesão e mandar pra animais jovens assim, a principal
histopatologia suspeita é o ácaro.

o Na forma respiratória pode fazer  Diagnóstico


punção, colocar em lâmina pra cito o Histórico – animais jovens já causam a
ou jogar em swab para cultura desconfiança, porém pode ocorrer em
animais adultos
 Tratamento  Tem animais contactantes?
 Gato positivo somente com lesão de o Sinais clínicos
pele: Tratamento inicial com  Localização da lesão – comum ficar
Itraconazol. nos bordos do pavilhão auricular
- Não melhora depois de 1 mês pode ser (ao redor da orelha), cotovelos e
caso refratário, então associa jarrete
Itraconazol com Iodeto de potássio.  Pode ocorrer em outros locais, mas
esses chamam mais atenção
 Gato positivo com múltiplas lesões de  Tem hiperqueratinização
pele ou forma respiratória ou muco-  Secundário – pode ter infecção
cutânea: Itraconazol associado com bacteriana (pioderma superficial)
Iodeto de potássio. o Conclusão:
- Duração tratamento: Até lesões  Exame de raspado parasitológico
fecharem totalmente em pele (raspado de pele) –
visualizando o ácaro
OBS: Apenas não usar Itraconazol se  Podendo encontrar o ovo do ácaro
antifungiograma mostrar que fungo é
resistente, não ficar trocando apenas pela
 Tratamento
recidiva, evita resistências.
o Fipronil (7/7 dias) de 3 a 4 aplicações
(spray)
Doenças parasitárias da pele do o Ivermectina – dose mais adequada: 0,2-
cão e gato 0,4 mg/kg (para esse caso, acaricída),
por via oral, de 2-4 aplicações a cada 7
1. Escabiose canina dias.

Etiologia: Sarcoptes sacbeiei canis OBS. Não pode usar em animais com menos
de 2 meses de idade e não pode usar em certas
Para o ciclo parasitário completo precisa ser raças como por ex. Collie NESSA DOSE
o específico, porém outros podem ACARICÍDA.
contaminar mas sem o ciclo parasitário o Selamectina – mesma dose de controle
completo. de pulga e carrapato – ds preconizada a
cada 15 dias)
 Principais características o Moxidectina – mesma dose de controle
de pulga e carrapato, porém a cada 28
o Prurido (sintoma mais marcante) – dias ou 0,2-0,4 mg/kg a cada 14 dias
mecânica (ácaros fazendo VO
o Isoxazolinas – medicamentos para
controle de pulgas e carrapatos, porém 3. Otoacaríase
sabe-se que tem atuação em algumas
espécies de ácaros (ex. Fluralaner) Etiologia: Otodectes cynotis – acomete cão,
gato e animais silvestres.
 Importante: Todos os animais da casa
precisam ser tratados. O animal  Características:
contaminado precisa ficar em um local o Faz lesão dentro da orelha externa, sob
restrito com fácil higienização, e sem o epitélio
tecido no local – se tiver em local com o Causa muito prurido otológico
tecido precisa lavar com água fervendo o E otite ceruminosa – primeiro sinal de
e todo tia trocar pra não ter irritação
recontaminação. o Não faz lesão em pele

2. Escabiose felina  Diagnóstico:


o Através da otoscopia
Etiologia: Notoedres cati o Sem exame complementar – precisa
usar otoscópio para identificar o ácaro
 Características: no conduto
o Prurido intenso o Pode fazer esfregaço na lâmina com o
o Muito comum na cabeça e pescoço cerúmen (sem corar) para observar o
(muito no pavilhão auricular) – não ácaro
costuma espalhar pro corpo
o Descamação, escoriação – muito  Tratamento
diferente da esporotricose!!! o Mesmos antiparasitários
o Lesões erodo crostosas o Ivermectina – dose acaricída, mas
o Podendo ter lesões mais brandas apenas 2 aplicações com intervalo de
15 dias (mesmos cuidados anteriores)
 Diagnóstico: o Selamectina
o Exame raspado parasitológico de pele o Moxidectina
o Isoxazolinas (cão: todas; gato:
 Tratamento fluralaner)
o Fipronil (spray) – 3 4 aplicações com o Importante: contactantes! Existem
intervalo de 7 dias portadores assintomáticos, que podem
o Pode usar ivermectina na dose acaricída recontaminar os outros – tratar todos os
– 2-4 aplicações com intervalo de 7 dias animais da casa
(não usar em filhotes com menos de 2 o Ácaro extremamente contagioso,
meses e sem padrão de espécie) podendo transmitir por contato direto.
o Moxidectina – dose da bula o Ambiente: não precisa isolar.
o Selamectina – dose da bula
o Isoxazolinas (Furalaner) 4. Sarna Demodécica – Demodiciose
o Pode banhar com clorexidina 2% em
animais acotumados com banho. Mas Etiologia: Demodex canis
se for um animal não acostumado, não
é ideal passar pomada pois ele lambe,  Características:
se prescrever precisa de colar. o Não contagiosa – todos os cães tem
o Apenas o antiparasitário resolve, em esse ácaro na microbiota
animais que apresentam infecção o Genética – animal que faz doença com
secudária, associar antibiótico sistêmico até 1 ano de vida, muito comum ser por
(cefalosporina de 1ª geração) uma deficiência imunológica de
produção de uma linhagem de linfócito
IMPORTANTE: As escabioses são zoonoses. T que controlaria esse Demodex sp.
O tutor precisa se tratar para não o Imunossupressão: em animal adulto ou
recontaminar. idoso, sem ter a doença no primeiro ano
de vida – podendo ser uma OU
endocrinopatia o Ivermectina
(hiperadrenocorticismo), neolpasias, o Moxidectina
uso contínuo de fármacos E
imunossupressores (ex. o Se tem pioderma (prurido): antibiótico
Glicocorticoides) (cefalosporina de 1ª geração)
o PRECISA DESCOBRIR A CAUSA o Não pode fazer corticóide, nem apoquel
DESSE PROBLEMA - se tiver como
resolver. Mas o problema genético,
CURA CLÍNICA: 3 raspados
cuida da sintomatologia (sendo defeito
negativos com 15 dias de diferença.
genético, corta da reprodução) (Continua o tratamento normalmente
o Alopécica e eritomatosa – sem prurido mesmo de o primeiro raspado vier
o Normalmente: inicialmente na cabeça e negativo)
patas
o Comum ser associado a foliculite Doenças de Fundo Alérgico
 Como ocorre? Raramente os sinais aparecem antes do
o O ácaro vive dentro do folículo e das primeiro ano de vida.
glândulas sebáceas, com o sistema
imunológico controlando sua  Prurido
proliferação o Sensação de irritação cutânea que
o Sem esse controle, o ácaro destrói esse estimula o impulso de coçar
folículo, causando queda do pelo o Os mediadores do prurido são:
o Ocorre alopecia (sempre que tem esse  Citocinas (interleucina 1)
sintoma, precisa investigar a sarna  Ecosanoides (leucotrienos e
demodécica – com raspado prostaglandinas)
parasitológico de pele)  Histamina
o Lesão primária: alopecia  Peptídeos
o Infecção bacteriana nesses folículos  Fator de ativação plaquetária
abertos, ou abaixo desses folículos  Enzimas proteolíticas
o Lesão secundária: foliculite (pode o O prurido é o sintoma mais comum em
ocorrer) ou prurido secundário de dermatologia, podendo ser causado por:
piodermite  Ectoparasitas
o Apenas a sarna demodécica não causa  Agentes infecciosos
prurido, só causa prurido quando a  Ou alergias!!!
piodermite se instala o Dermatites alérgicas: reação de
o Quando associado a pioderma hipersensibilidade – resposta imune –
profundo, muitas vezes a causa é sarna dano a pele
demodécica o Prurido é a principal manifestação
clínica
 Diagnóstico:
o Exame de raspado parasitológico de 1. Prurido – descartar RP, micológico e
pele (mais profundo dentro do folículo) citológico – se for positivo pode ser
o Ou com imprint de fita adesiva, escabiose, demodiciose, dermatofitose
espremendo esse folículo rompido ou malasseziose.
o Podendo encontrar apenas o ovo 2. Prurido – descartar RP, micológico e
citológico – se for malasseziose e curar
não é alérgico, mas se não curar pode
 Tratamento: generalizada
ser alérgico
3. Prurido – descartar RP, micológico e
o Isoxazolina (Fluralener a cada 3 meses;
citológico – negativo – fundo alérgico
Afoxolaner/ Sarolaner/ Lotilaner
(precisa descobrir qual é)
mensal) – eficazes para o tratamento, na
mesma forma que usa para controle de
carrapatos
Precisa descartar as causas – após o Diagnóstico:
descartar doenças infecciosas, pode-se  Anamnese: estilo de vida,
considerar alergia ectoparasitas – quantas vezes
passeia? O que usa de prevenção?
 DAPE – Dermatite alérgica a picada  Exame físico: localização das
de ectoparasitas lesões, pulgas, fezes de pulgas, uso
de pente pulgas…
o Pode ser apenas por pulga – DAPP
o Porém pode ser causada por outros o Tratamento
ectoparasitas – carrapato e mosquitos  Eliminar parasitismo – do animal (3
o Mais comum em gatos semanas) e do ambiente
o Segunda mais comum em cães  Prurido e inflamação para tratar
o Precisa entender como uma doença pode-se usar: anti-histamínicos
alérgica se forma: (com efeito mínimo nos cães), com
 Indivíduo nasce com essa boa resposta com corticoterapia e
hipersensibilidade – geneticamente oclacitinibe – nas primeiras
programada semanas de tratamento para
 Não tem cura, apenas controle melhorar a pele e assim, observa-se
 O indivíduo precisa ter um contato se com o controle da pulga o
prévio, e assim, o organismo vai animal fica assintomático (para
desenvolvendo a sensibilidade saber se o animal realmente era
 Ag (antígeno) a proteínas da saliva apenas alérgico a pulgas)
da pulga – Ctenocephalides felis  Sinais secundários – desordens
felis seborréias
 A alergia a pulga não tem a ver com
a quantidade de pulga que ele tem  Hipersensibilidade alimentar:
(infestação) – tem lesões
inflamatórias relacionadas a alergia o O antígeno (Ag) fica no alimento
o Sem relação a quantidade parasitária o Vai estar em um alimento que o animal
o Pode ser sazonal – dependendo do sempre comeu, normalmente ativada
local, pela temperatura (temperaturas por proteínas
quentes) o Incidência 1-20% (menos frequência)
o DAPP – dermatograma: tem locais o Ag alimentares barreira defesa
onde a pulga tem mais preferência intestinal – IgE
(orelha, região inguinal, pescoço e o No cão mais comum por proteína
principalmente na base da cauda) bovina, derivados de leite, frango
o No gato mais comum por proteína de
o Sinais clínicos: peixe, derivados de leite e bovina
 Localização lombo-sacral, perineal,
face, membro posterior e abdomen o Sinais Clínicos:
(podem ocorrer em animais no  Qualquer idade (maior de 6 meses ate
corpo inteiro) idoso)
 Dermatite papulo-crostosa (lesão  Não tem relação com troca de dieta –
similar a picada de mosquito, normalmente ocorre com alimentos que
eritematosa e elevada, com uma o animal sempre comeu
pequena crosta)  Sem predisposição racial
 Prurido  Prurido localizado ou generalizado
 Hipotricose, alopecia – pela coceira  Otite externa – apenas esse sintoma
 Descamação, escoriação pode ser apresentado
 Hiperqueratose, hiperpigmentação  Pioderma superficial, DUA,
(em casos crônicos) Malassezíase recorrente
 Raramente tem infecções  Localização indistinguível a atopia
secundárias associadas
 Lesões: primárias e secundárias
o Diagnóstico Doença alérgica não tem cura, apenas
 Dieta hipoalergenica – fonte de proteína controle (diminuir o contato com o alergeno)
diferente, única fonte de carboidrato,
fonte de ácido graxo de óleo vegetal  Dermatite atópica
 Sem acrescentar vitaminas ou
suplementos O antígeno está no ambiente. É uma doença
 Dietas comerciais são as mais usadas inflamatória e pruridinosa da pele. O que
causa essa inflamação (antígenos que
(com proteínas hidrolisadas) – dietas
estimulam a produção de IgE:
hipoalergenicas 8 a 10 semanas de
resultado
o Ácaros da poeira domiciliar
 Espera-se que com esse tempo de 8 a
(Dermatophagoides sp, gênero mais
10 semanas o animal pare de coçar
comum)
(fechando que a alergia do animal está
o Fungos ambientais – principalmente em
no alimento)
locais mais úmidos
 Sem extras!!!
o Pólen das plantas (regionais)
 Teste desafio – retorna a alimentação de
o Irritantes, não estimulam a produção de
antes e observa se o animal volta a
IgE, mas irrita ainda mais a pele já
coçar (sintomas retornam de 7 a 10
inflamada – odores fortes, produtos de
dias)
limpeza – mais fácil de retirar da vida
 Se tiver, o animal retorna a dieta
do animal
hipoalergênica e introduz alguns
alimentos para ver ao que o animal Dermatite atópica – dermatite pruriginosa
reage recidivante em animais adultos e jovens,
sensíveis a glicocorticoides/ oclacitinib,
o Tratamento: localizada primariamente na face,
 Nas primeiras quatro semanas pode extremidades dos membros e grandes pregas
entrar com tratamento dos sinais cutâneas.
secundários
 O animal só vai alterar a ração quando o É uma doença com predisposição
estiver livre de infecções secundárias genética; com forte predisposição racial
 Anti-histamínicos, corticoides, + envolvimento familiar
oclacitinibe, lokvetmab o Ex. Buldog, golden, labrador, shitzu,
boxer, dálmata, lhasa apson, poodle,
 Dermatite atópica shar-pei, setter irlandes, west highland
terrier
o Principais alérgenos: irritantes (odores
fortes, produtos de limpeza…), poeira O paciente atópico além do defeito genético,
domiciliar (Dermatophagoides sp), apresenta uma alteração na barreira cutânea.
plantas (pólem) e fungos do o Ceramida + colesterol + ácidos graxos
ambiente… (cimento celular) – impede qualquer
ação do meio externo pra dentro do
Relembrando: chega o paciente com prurido organismo, essa proteína específica
— descarta doenças não alérgicas que causam aumenta essa junção entre as células na
prurido (Malassésia, sarna sarcóptica, epiderme, impede a perda de água da
dermatofitose, pioderma) — conclui que é pele e impede invasão de substâncias
doença alérgica externas
o A barreira epidérmica do atópico tem
Qual doença alérgica? — primeiro investiga: um defeito nessa proteína que liga os
alergia por pulgas ou carrapatos (faz o queratinócitos
controle, se para de coçar diagnostica com o Além disso, tem uma deficiência na
DAPE) — se não for, investiga
produção desse cimento intercelular
hipersensibilidade alimentar (faz a dieta por 8
semanas e vê se melhora) — se não, alergia
o O atópico tem uma pele mais seca
atópica o Sensação maior de prurido
o No tratamento tenta melhorar esse  Não deve ter área dorso-lombar
efeito genético, hidratando essa pele afetada (DATE)
mais ressecada
Prurido por doença alérgica — descarta
o Sinais clínicos: DAPE — descarta a hipersensibilidade
 Idade: 1-3 anos alimentar — dermatite atópica
 Prurido primário responsivo a
corticoterapia e oclacitinib – o Tratamento:
primeiro coça, depois abre feridas  Varia de acordo com os casos e é
 Eritema (inicial); e após pelo coçar: mutável de acordo com a melhora
pápulas, lesões primárias do animal
 Pelos avermelhados (feotriquia,  Terapia antimicrobiana em casos de
entre as patas), escoriação, piodermite e malassezíase
alopecia; com a cronicidade:  Hidratantes em todos: emolientes
hiperqueratose, hiperpigmentação (fazem uma camada protetora e
 Começa: Patas e região perilabial controlam a perda de água pela
→ parte para o pavilhão auricular, pele) e humectantes (puxam a água
axila, virilha e abdômen do ambiente e das camadas mais
 Causa pioderma superficial profundas); ceramidas em
hidratantes é bom
 Pode ter malassezíase secundário,
causando mais prurido e eritema  Omega 3 e 6 a longo prazo tem
resposta (ácidos graxos da pele)
 Otite bilateral eritematosa
 Aceponato hidrocortizona –
 Conjutivite, rinite serosa bilateral
corticoide tópico, usado em
 Bronquite crônica – dependendo do
pruridos localizados (podal,
caso
normalmente)/ terapia pró-ativa
o Normalmente não acomete o dorso (a
o Terapia anti-inflamatória e anti-
que acomete é a DAPE)
alérgica:
o Acomete muito: patas, face e olhos,
 Anti-histamínicos: sem ação anti-
região inguinal, escapular e pavilhão
inflamatória e anti-pruriginosa,
auricular
sendo desconsiderado o uso para
cães e gatos em crise
o Diagnóstico: Critérios de diagnóstico
 Corticoterapia: ótimo anti-
para DA segundo Favrot (critérios que inflamatório, pele inflamada é
facilitam diagnóstico) usado para controle. Ex.
 Presença de 5 dos critérios, Prednisolona. Não pode usar por
significa 85% de sensibilidade e longos períodos, apenas ser usado
especificidade de 79% de dermatite na hora da crise.
atópica – hoje em dia, 5 desses  Oclacitinib – ação anti-
critérios gera 85% de inflamatória, não tão boa quanto
probabilidade de ser DA corticoide mas pode ser usado por
 Aparecimento dos sinais antes dos um período mais longo e não tem
3 anos de vida os mesmos efeitos adversos. Pode
 Animal que vive principalmente ser usado para crises menores.
indoor Porém é altamente
 Prurido responsivo a imunossupressor.
glicocorticoides  Ciclosporinas – imunossupressora,
 Prurido sem lesão tão boa quanto corticóides mas leva
 Patas afetadas de 15-20 dias para funcionar pois
 Pavilhão auricular afetado precisa agir no nível sérico.
 Não deve ter bordos de pavilhão Normalmente entra junto com o
afetado (escabiose) corticoide.
 Lokivetmab – citopoint age contra
a interleucina 31, destrói a
interleucina. Essa, estimula o  Sintomas:
prurido. Ação anti-inflamatória 0, o Prurido
anti-pruriginosa 100. Usado quando o Meneios de cabeça
o animal tem muito prurido. o Odor – a otite externa tem um cheiro de
ranço pelo aumento de produção de
Otite externa cera, um dos sinais mais precoces que
tem.
É uma patologia primariamente inflamatório, o Dor a palpação
podendo ou não ser infeccioso. o Cabeça pêndula (head-tilt) – sinal de
otite média, mas nem sempre é isso.
Acomete principalmente cães (otite que
evolui de um quadro inflamatório para um  Fisiopatogenia
o Etiologia: fator primário ou
infeccioso)
predisponente que está agredindo o
A principal causa de otite em gatos é a otite epitélio da orelha externa, que causa a
inflamação
parasitária (sensibilidade parasitária)
o A partir daí, já tem a otite externa
Podendo ser um quadro agudo ou crônico. instalada. Tendo como sinais clínicos:
aumento da produção de cerúmen
Muitas vezes o que para o tutor parece um
(cerúmen tem função de proteção da
quadro agudo, muitas vezes já é um quadro orelha, de forma sadia sendo invisível)
crônico. A área externa da orelha na verdade o Essa inflamação pode ou não evoluir
é internalizada no ouvido do animal, muitas para infecção (com proliferação
vezes o tutor só percebe quando já está bacteriana ou fúngica), já que a
aparente na área visível do ouvido, sendo um inflamação facilita a contaminação, os
caso crônico. microorganismos vem do próprio
epitélio.
o Orelha externa: pavilhão auricular,
 Fatores primários:
conduto auditivo externo e termina na
o Desencadeiam a inflamação, mais
membrana timpânica. Revestido comum pelo ácaro no ouvido ou
internamente pelo mesmo epitélio do doenças alérgicas
corpo, logo, qualquer doença o Ectoparasitas: Octodectis cynotis;
dermatológica pode afetar a orelha Demodex canis – pois causam uma
externa também, já que a mesma irritação, que gera uma inflamação.
Principal causa de otite em gatos.
inflamação do corpo tem na orelha
o Sarna demodécica pode causar também;
externa (ex. Alergias, dermatites…) o Dermatopatias: hipersensibilidade
o A orelha média fica atras da membrana (dermatite atópica – de mais
timpânica, bula timpânica, pele grossa importância), endocrinopatias
o Orelha interna já a parte no sistema (hipotireoidismo), auto-imune (como
pênfigo foliáceo, raro)
neurológico do cão
 Fatores predisponentes:
o Maceração do conduto (conduto
úmido), por água no banho ou animal
nadador
o Depilação da orelha: pois ao tirar o pelo
causa inflamação. Orelha com pelo não
causa otite.
o Limpeza na orelha saudável – cerúmen
em orelha saudável é invisível, fazer a
limpeza não previne a otite, causa doença sistêmica, muito comum com
irritação. Orelhas saudáveis não se cinomose
mexem, podendo limpar apenas o o Exame dermatológico
pavilhão. o Exame otológico (por último): as vezes
o Anatômicos – o conduto é uma precisa sedar o animal, incomum
estrutura tubular com diâmetro nas  Inspeção visual do pavilhão (face
raças braquicefálicas menor e tortuosa, externa, média e interna)
dificulta a troca do epitélio normal,  Palpação – Qualquer lesão
acumulando cerúmen e descamação periauricular, otohematoma, ocorre
com mais facilidade. muitas vezes pela otite; se tem dor;
 Fatores secundários: palpação das cartilagens
o Microorganismos, o que gera infecção  Otoscopia: características do
após inflamação epitélio, do exsudato, se tem
o Bactérias: Staphylococcus, parasitas, e a membrana timpânica
Streptococcus, Pseudomonas, Proteus, (nos pacientes com otite
E. Coli normalmente não consegue
o Fungod: Malassesia sp. observar)

Na otoscopia: o tubo do otoscópio veterinário


Perpetuante: A inflamação crônica causa é mais longo para melhor visualização.
epitélio espessado, as cartilagens do conduto
perdem a mobilidade e ocorre estenose do  O que é visto na otoscopia:
conduto auditivo. o Na entrada da orelha externa, vê-se a
Muitas vezes tendo resolução cirúrgica. entrada da orelha
o No final consegue visualizar a parte
final do conduto e bolha timpânica.

 Diagnóstico:
o Determinar os fatores primários/
predisponentes
o Se tem ou não fatores secundários
(infecção)
o Identificar se tem fatores perpetuantes
que estão alterando a estrutura do canal
e da um prognóstico reservado.
o Quadro agudo ou crônico
o Medicamentos usados (anteriormente)
 Otoendoscopia:
o Se tem diagnóstico de dermatopatias
o Procedimento com otoendoscópio que
o Mesma anamnese de diagnóstico
observa amplificadamente a imagem do
dermatológico ouvido
o Contactantes: se outros também tem os o Pode passar sonda, pinça…
sintomas, para investigar os parasitas o Não para diagnóstico clínico.
o Manejo do animal: higiênico (nadador?
Como protege a orelha na hora do
banho? Se usa produtos de limpeza do
ouvido…)

 Exame físico:
o Exame físico geral: por mais purulenta
que seja a otite externa, o animal não
apresenta nenhum sinal sistêmico.
Logo: se apresenta febre, dor… é uma
Ouvido com otite o Tratamento tópico: não existe uma
severa. única preparação otológica que será
efetiva para todos os tipos de otite.
 Citologia:  Sempre: anti-inflamatório
o Identifica se tem microorganismos esteroidal (não esteroidal não
o Se tem: se é bactéria ou levedura, se for funciona, usa-se glicocorticoides)
bactéria se é coccus ou bastonetes  Glicocorticoides: associado com
o Determina o tratamento antibiótico, antifúngico ou sozinho
(para casos com apenas
 Cultura e antibiograma: inflamação)
o Se o tratamento determinado após a  Antibiótico: pela citologia ou
citologia funcionar, não precisa de clínica: otite aguda com coccus usa
cultura. cloranfenicol ou neomicina; aguda
o Pode tratar após a citologia e melhorar com bastonetes ou crônica com
a infecção mas continuar com eritema e gentamicina, trobamicina,
secreção pela inflamação enrfloxacina.
o Usada em casos crônicos que não  Antimicóticos: tiabendazole,
respondem a terapia apropriada miconazole, clortrimazole,
o Usado em casos de otite média cetoconazole, nistatina…

 Tomografia:  Tratamento Tópico:


o Indicada para dar o diagnóstico de otite  O tratamento pode ser 1-2 vezes
média por dia
o Observa se tem otite média leve,  Tempo de tratamento dependendo
severa… para observar o conduto da citologia, se respondeu com de
auditivo por dentro 7-15 dias de tratamento
 Pode melhorar da infecção, mas ter
 Tratamento: inflamação e o tempo de anti-
o Sempre que possível tratar a causa e os inflamatório depende da clínica do
agentes secundários animal
o Minimizar os fatores perpetuantes  Volume depende do porte do
o Limpar essa orelha – pois toda a otite animal
externa só resolve com tratamento
tópico
 Limpa para ter ação dos
medicamentos
 1. Ceruminolíticos: ate transbordar
o ouvido em ambos ouvidos,
massageia e limpa
 Ex. Ácido acético, ácido, lático,
 Tratamento sistêmico:
propileno glicol, alatoína, docusato
o Glicocorticoides sistêmicos podem
sódico
auxiliar na inflamação, em animais
 Pode recomendar fazer por 2/3 dias
muito incomodados.
seguidos se tiver muita cera e
o Predinisona/ predinisolona em casos
depois 2/3 vezes por semana, nunca
agudos
junto a outra medicação.
o Em casos crônicos pode usar para
 2. Limpeza se tiver com secreção
melhorar as alterações anatômicas
purulenta, pois o pus é fluido, limpa
(estenose), observando se melhora após
com soro fisiológico com uma
30 dias de tratamento
sonda com pressão, causando
o Antibiótico sistêmico usa-se quando
turbilhonamento.
tem otite média, associado ao tópico
para agir profundamente – 4-8 semanas
 Principais erros no tratamento:
o Ausência de limpeza ou inadequada  Epidemiologia
o Medicamentos polivalentes sem o Doença de gato: Raro em cachorros
microorganismos o Doença de gato idoso: Acima de 8 anos
o Não tratar causa primária ou quando começa a manifestar sintomas
predisponente
o Não identificar os perpetuantes  Etiologia
o Não tratar a otite média o Formação de adenomas na glândula
tireoide, que podem ser uni ou
bilaterais
o Adenomas começam a produzir excesso
de hormonios tireoidianos
o Doença progressiva e lenta: Quando faz
diagnostico doença já está instalada a
mais de 6 meses

Endocrinologia OBS: Quando tem adenoma consegue palpar


e sentir a tireoide
Endorinopatias são multisistêmicas. As
principais glândulas: tireóide, adrenais  Sinais clínicos:
o Doença multisistemica – apenas
(principalmente em cães), e o pâncras
suspeitar da doença quando tem vários
endócrino (diabetes mellitus), hipófise e
sinais clínicos associados a doença
hipotálamo. o Gato com caquexia porém tem muito
apetite
A doença hormonal vai fazer com que a
o Hiperatividade com ou sem
glândula produza muito hormônio (hiper) ou agressividade – com mais idade passa a
pouco (hipo). miar muito, torna-se mais sociável.
Quando tem agressividade, o gato que
O hipotálamo, na base do cérebro, produz o antes era bonzinho passa a ficar
hormônio tirotropina-estimulante (TRH), que agressivo.
estimula a hipófise a produzir TSH. O TSH o Vomito e diarreia
estimula a tireóide a secretar o hormônio o Alteração em pelagem: Gato se
tiroxina (T4), que é convertido em higieniza de forma muito acelerada,
triodotironina (T3), o hormônio ativo que deixando pêlos arrepiados e podendo
estimula o metabolismo.
ter áreas de alopecia ao arrancar pêlo
o Intolerância ao calor: Hormônio
tireoidiano é termorregulador, regula
temperatura corporal, logo com excesso
passa a sentir mais calor
Patologias da glândula tireóide
 Sinais clínicos cardiovasculares:
Localização: lateralmente aos anéis traqueais o Miocardia tireotoxica: Hormônio
e próximo à laringe. Porém não é palpável tireoidiano promove contratilidade do
fisiologicamente, em casos de coração.
hipertireoidismo consegue palpar.  Musculatura cardíaca com grande
força de contração, bombeando
As duas doenças da glândula tireoide muito forte, causando hipertrofia.
(hipertireoidismo e hipotireoidismo) o Cardiomiopatia hipertrófica:
Diagnostico em idade senil pode
desconfiar de hipertireoidismo,
podendo ser revertido com hormônio
Hipertireoidismo tireoidiano
o Taquicardia, arritmia e sopro na  Iodo radioativo: Iodo aplicado no
ausculta gato e se impregna na glândula
o Hipertensão: Principal órgão lesado tireoide e a destrói
com isso é rim, causando insuficiência
renal e desidratação consequente o Tratamento medicamentoso
 Metimazol: Interfere na produção
 Outros Sinais Clínicos: do hormônio tireoidiano,
o Bócio: Aumento da glândula tireoide, impedindo sua formação;
palpável  Não trata adenoma na tireoide,
o Precisa sempre palpar tireoide, mesmo logo o animal tem que tomar
em gato sem alterações: Movimentação pro resto da vida se não for
retrograda pelos anéis traqueais submetido ao tratamento
o Com evolução da doença, no final da curativo
doença sai de quadro de hiperatividade  Também pode ser usado em
e entra em quadro de hipoatividade: paciente que fará cirurgia, pois
Flexão do pescoço, muito parado, paciente normalmente não está
caquético estável, e a diminuição do
o Necessária uma boa anamnese hormônio promove essa
retrograda estabilização para realizar
cirurgia
 Alterações laboratoriais
o Hemograma: Hematócrito alto OBS: Gato que realiza tratamento não precisa
repor hormônio
 Taxa metabólica aumentada,
precisa oxigenar mais os tecidos e
medula começa a produzir mais Hipotireoidismo
hemácias
o Bioquímica
 Enzimas hepáticas (ALT, FA, GGT)  Epidemiologia
podem estar aumentadas ➢ o Doença de cão
Aumento de ureia e creatinina em o Idade: Adulto a idoso, não é doença de
função da insuficiência renal cão jovem
o Dosagens hormonais o Acomete principalmente raças de porte
 Pedidas quando tem sinais clínicos medio a grande
e outras alterações laboratoriais
 Dosagem de T4 total: Acima do  Etiologia
valor normal no gato associado o Tireoidite linfocítica: Doença
com as alterações clínicas e inflamatória e autoimune contra
laboratoriais fecha o diagnostico tireoide
o Anticorpos que agridem e destroem aos
poucos tecido tireoidiano, e tireoide
Hormonios da tireoide são instáveis, logo passa a produzir menos hormônio
pode ter em algum momento dosagem o Faz tireoide perder a função quando
hormonal alterado e não ter a doença →
75% está destruída: Muitos cães
Apenas dosar o hormônio pode levar ao
erro, principalmente no hipotireoidismo
morrem sem manifestar sinais clínicos
o Doença progressiva e lenta: Quando faz
diagnostico doença ja está instalada a
 Tratamento mais de 6 meses

o Tratamento curativo OBS: Não faz diagnostico da tireoidite


 Cirurgia de tireoidectomia: linfocitica e sim do hipotireoidismo
Retirada da glândula tireoide
 Sinais clínicos:
o Doença multisistemica, apenas  Sinais neuromusculares
suspeitar quando tem vários sinais o Fraqueza por atrofia muscular: Se cansa
clínicos associados a doença: Paciente bem mais nos exercícios
precisa ter 2 ou mais dos sintomas mais o Síndrome vestibular periférica: Quadro
comuns para suspeitar da doença neurológico que se manifesta com head
o Alterações metabólicas tilt, andar em círculo e nistagmo
comportamentais
o Letargia: Animal ao envelhecer passa a  Sinais cardiovasculares
ficar calmo o Deficiência na força de contração
o Intolerância ao frio: Hormônio cardíaca e bradicardia: Hormônio
tireoidiano é termorregulador, regula tireoidiano promove contratilidade do
temperatura corporal, logo com coração
deficiência passa a sentir mais frio
o Cão tolera bem o frio, porém não tolera  Sinais reprodutivos
bem o calor: Cão que tolera bem o calor o Tão frequentes como dermatológicos,
excessivo no caso do hipotireoidismo porem maioria é castrado logo vê pouco
o Intolerância ao exercício: Passa a
tolerar menos com o tempo  Sinais oculares
o Ganho de peso sem polifagia: Escore o Ceratoconjuntivite seca
corporal entre gordo e obeso, animal
aumenta o peso, porém, não a ingesta  Alterações laboratoriais
de alimento o Bioquímica: Aumento de colesterol e
triglicerídeos
OBS: Essas alterações metabólicas o Gatos raramente fazem dislipidemia
comportamentais devem ser investigadas na primária (disfunção enzimática do
anamnese, pois tutor normalmente não se processo de conversão do colesterol):
queixa disso
Sempre que tiver aumento conduzir
para suspeita de endocrinopatia
 Na pele:
o Hemograma: Anemia, nem sempre
o Um dos locais que mais manifestam
comum
sinais: É onde o tutor vê e se hormônio
o Dosagens hormonais: Pedidos quando
tireoidiano está baixo, preserva para
tem sinais clínicos e alterações
órgãos nobres e não a pele
laboratoriais
o Alopecia: Principalmente no tronco e
 Hormonios da tireoide são
cauda (preserva cabeça e membro) ➢ instáveis, logo pode ter em algum
Cauda de rato: Queda de pêlo na cauda momento hormônio baixo e não ter
o Pioderma recorrente hipotireoidismo: Apenas dosar
o Seborreia hormônio pode levar ao erro,
o Pelagem seca principalmente no hipotireoidismo
o Hiperpigmentação com pele em
espessura normal: Sem hiperqueratose o Dosagem de T4 livre por dialise pelo
o Diferente de doença inflamatória método do radioimunoensaio
o Mixedema: Acúmulo de substância  Maior parte do T4 que circula no
chamada mucopolissacarideos no organismo circula aderida a
subcutâneo, promovendo pregueamento proteína de transporte albumina, e
da pele pequena parte circula sozinha que é
o Aspecto de dobras principalmente em T4 livre: Quando tem baixa do
face: Expressão de cachorro triste hormônio o primeiro que abaixa é
T4 livre, sendo muito mais
específico e fidedigno
o Radioimunoensaio: Único método que
Nem todo paciente com hipotireoidismo tem padronizou o valor do hormônio
mixedema.
tireoidiano no cão

Quimioluminescencia → Muito mais barato e


não usa radiação, porém chance de erro é
muito maior
o Divididas entre região medular e
o Dosagem de T4 total cortical, que produzem determinados
 T4 total: Soma do T4 ligado a tipos de hormônios
albumina e o que está livre –  Região medular: região interna,
Menos sensível e específico que T4 produtora de catecolaminas –
livre por diálise adrenalina e noradrenalina
 T4 total normal: Tem certeza de  Região cortical (córtex): região
que cão não tem hipotireoidismo externa, produtora de
 T4 total baixo: Cão pode ou não ter glicocorticoides (cortisol) e
hipotireoidismo mineralocorticoides (aldosterona)
 T4 total baixo junto com os sinais o No hipo e hipercotricismo, os
clínicos e alterações laboratoriais hormônios afetados são do córtex
tem grande chance de ter: Confirma adrenal.
tratando e ver se sinais
desaparecem, e se não desaparecer  Fisiologia:
diagnostico está errado o A produção de cortisol inicia-se na
o Dosagem de TSH hipófise
 Uma parcela expressiva de cães o A hipófise produz hormonios
com hipotireoidismo não tem precursores – o ACTH
alteração em TSH o O ACTH age no córtex da adrenal
 TSH alto e T4 total baixo: Cão tem
estimulando a produção de cortisol
hipotireoidismo
o Quando o cortisol está alto, faz
 TSH normal e T4 livre baixo: Em
feedback negativo para a hipófise parar
paciente com vários sinais clínicos,
de produzir o ACTH –
tratar para hipotireoidismo
consequentemente, não produz mais
OBS: Pode não pedir TSH, ir direto no T4 cortisol;
livre o Quando está com baixas doses de
cortisol, o ACTH é ativado (pela
 Diagnostico de falsos positivos hipófise), para a adrenal liberar no
o Animal com hormônio baixo sem ter a córtex cortisol – Feedback positivo.
doença, devido ao momento do dia ou
uso de medicamentos que abaixam o o O cortisol atua no sistema imune
hormônio (glicocorticoides - esperar 30 regulando as células do sistema imune
dias para dosagem) – impede superprodução
o Age nos músculos, retirando proteínas
 Tratamento para fazer glicogênio na ausência de
o Levotiroxina outras reservas energéticas
o Tiroxina é o T4 o O fígado é responsável por produzir e
o Repondo o que tireoide não produz armazenar o glicogênio (precursor da
glicose) – ou seja, é um hormônio
mais, repondo hormônio tireoidiano
hiperglicemiante
o Não cura o hipotireoidismo, recebe pro
o Logo, o mesmo controla glicogênese
resto da vida, pois tireoidite linfocitica
o E faz lipólise: adquire energia da
continua
o Sempre em jejum e 2x ao dia. gordura

Patologias nas Adrenais


Hiperadrenocorticism
o
 Anatomia
o Localizadas no polo cranial-caudal dos Também chamado de Cushing
rins
 A patologia
o O hiperadrenocorticismo refere-se ais o E a doente, aumenta de tamanho
sinais clínicos e as anormalidades o Na ultrassonografia observa essa
bioquímicas que resultam a exposição alteração, podendo suspeitar dessa
crônica a um excesso de patologia, porém não fecha diagnóstico
glicocorticoides
 Glicocorticoides séricos – o cortisol  Incidência
 Os outros corticoides seriam os o Incomum em gatos
medicamentos. o Comum em cães
o Logo, não é uma doença aguda, aos o Normalmente em animais de mais de 5
poucos gera sintomatologia anos, porém já tem relatos em animais
o Sinais progressivos, por ser uma doença mais novos
catabólica o Principalmente em raças de pequeno
o Pode ser causado por: porte
 ACTH – qualquer doença que o Porém SRD e Golden Retriever fazem
aumenta a função desse hormônio com uma certa frequência, logo,
 Tumores na Adrenal – no córtex, animais de grande porte podem fazer
que cause hipersecreção
 Iatrogenia – como pacientes que  Sinais clínicos
tomam glicocorticoides a meses o Poliúria, polidipsia (em consequência a
o Nas 3 situações clínicas, os sinais são poliúria) e polifagia – primeiros sinais a
idênticos. aparecerem e mais comuns, em 95%
o Logo: precisa em um primeiro dos casos
momento identificar a doença, e em o Abdômen pendular – fígado aumentado
seguida, achar a causa pois variam os (hepatomegalia), pelo aumento de
tratamentos glicogênio acumulado; músculos
atrofiados pela retirada de glicogênio
 Etiologia: causa flacidez
1. Síndrome de Cushing (85% dos casos) o Atrofia muscular no quadríceps –
o Neoplasia hipofisária, hipersecretória menos disposto a caminhar, mais
de ACTH dificuldade de locomoção
o Neoplasia benigna e microadenoma o Alopecia de tronco bilateral – sinal
hipofisário (na maioria das vezes) tende a ser mais tardio
o O ACTH aumentado causa um aumento
no trabalho da hipófise produzindo o Sinais dermatológicos: infecções de
cortisol repetição (pioderma de repetição)
o A glândula neoplásica na hipófise não o Pele fina
responde ao feedback, logo, continua o Calcinose cutânea – depósito de cálcio
produzindo ACTH independentemente nas fibras colágenas (placas duras na
da quantidade de cortisol. pele do animal, que inflamam e
infeccionam) – não muito frequente
2. Tumor adrenocortical (menor o Comedos – “cravos”
casuística) o Hiperpigmentação
o A adrenal neoplasica é hipersecretor de
cortisol Hiperadrenocorticismo é mais
o Esse cortisol em excesso faz o feedback frequente que hipotireoidismo.
negativo, parando a secreção de ACTH
o Mesmo em baixa, a glândula continua
produzindo cortisol  Diagnóstico Laboratoriais:
o Normalmente unilateral, logo, a outra
glândula saudável não recebe estímulos o Hemograma: hemograma de estresse
e não age (neutrofilia sem desvio, linfopenia e
o Por isso, a glândula saudável diminui eosinopenia) – pelo cortisol em excesso
de tamanho que inibe a produção dessas células
o Trombocitose – indicativa, e predispõe o Estimulação com ACTH (teste mais
ao tromboembolismo caro)
o Bioquímica: aumento da fosfatase  Comparativo entre a primeira
alcalina (nem todos apresentam); amostra com a segunda amostra;
aumento da ALT (não patognomônico); antes ou depois de aumentar
hiperglicemia; aumento de colesterol e  Espera apenas 1h
triglicerídeos  No paciente normal: tem um
o Urinálise: densidade urinária (menor aumento dentro da faixa de
que 1020) pela poliúria, proteinúria normalidade
(hipertensão), ITU (infecção de trato  O paciente com hiperadreno: vai
urinário) para uma faixa de valores muito
o Imagem: ultrassonografia (tamanho das acima da referência
adrenais e fígado); tomografia,
ressonância magnética
Exemplo: valor basal deu 5mcg/dl,
Os exames de imagem mais aplicado o ACTH, 1h depois coletou
específicos podem fazer após o o sangue, deu 23mcg/dl sendo a
diagnóstico inicial, para determinar referência (5-17 mcg/dl)
a etiologia.
 Esse, também faz o teste de
  Diagnóstico da etiologia hiperadreno iatrogênico – as
(específicos) amostras não vão dar diferença.
Tem a clínica de
o Não pode apenas dosar o cortisol, pois hiperadrenocorticismo mas sem
ele é extremamente instável e apresentar alterações no teste.
dependente do estímulo (estresse)
 Tratamento:
o Teste funcional da glândula: teste de o Trilostane:
supressão com baixas doses de  1-10mg/kg SID ou BID (sempre
dexametasona começa com a dose mínima e avalia
se assim, mantém o cortisol em
 Tenta suprimir as taxas de cortisol níveis fisiológicos).
 Glicocorticoide endógeno  Tem ação bioquímica, age inibindo
(dexametasona) e aplica no a síntese de glicocorticoides
paciente (enzima 3 beta hidroxiesteroide
 Todo glicocorticoide sintético tem a desidrogenase), ela age na primeira
molécula de cortisol. Logo o transformação do colesterol pro
organismo entende que pode inibir cortisol.
a hipófise, fazendo com que a  Medicação de uso diário e
adrenal pare de produzir cortisol contínuo.
 Amostra de cortisol basal, aplica  Pode tratar mesmo sem saber a
0,01mg/kg de dexametasona IV, etiologia (apenas saber que não é
após 8h coleta uma nova amostra iatrogenico)
de cortisol
 Paciente normal: a segunda coleta o Mitotane:
vai estar baixa, pois a adrenal terá  Ação física, faz necrose seletiva na
sido inibida, entrando na faixa de cortical da adrenal
normalidade  30-50mg/kg/dia (dividida em 2
 O animal com hiperadreno: a tomadas)
dexametasona não vai fazer  Fase de indução: de 3-15 dias
diferença, logo o cortisol vai estar dependendo do paciente,
igual a anterior ou maior observando a evolução

Exemplo: coletou, o corticoide basal


deu 5mcg/dl (referência: 1 -
4,6mcg/dl), não fecha o diagnóstico
por mais que esteja alta, logo, faz o
teste aplicando dexametasona, em
8h coleta de novo e dá 3,5mcg/dl (o
 Quando melhorar os sintomas, para de sódio e excreção de potássio
o medicamento e faz o teste de pelos rins
estimulação de ACTH  Aumento da PA → Estímulos
 Depois de estabilizado, mantem de para produção de renina são
2-3x por semana reduzidos

 Tratamento curativo: Queda da PA → Rins liberam enzima renina na


o Cirúrgico circulação → Renina transforma
o Se for tumor de adrenal – angiotensinogênio (produzido pelo fígado) na
adrenalectomia circulação em angiotensina I, hormônio inativo
o Tumor não pode ser maligno, precisa → Angiotensina I é transformada pela enzima
ser unilateral ECA em angiotensina II, hormônio ativo
o Hipofisectomia – em macroadenomas
hipofisários

Hipoadrenocorticismo  Função da aldosterona


o Manter a volemia: reter sódio e
Também chamado de Addison consequentemente, aumentar a retenção
de água; e excretar o potássio
Deficiência de glicocorticoide (cortisol) ou
mineralocorticoide (aldosterona)  Etiologia:

 Anatomo-fisiologia: o Primário:
o Zonas do córtex da adrenal:  90% dos casos
 Zona glomerulosa: mais externa;  Doença na adrenal: causa
produz aldosterona; estimulada imunomediada ou idiopática
pelas substâncias renina-  Deficiência de glicocorticoides
angiotensina e potássio. (cortisol) e mineralocorticoides
 Zona fasciculada: zona (aldosterona)
intermediária; produz hormônio
cortisol; estimulada pela substância o Secundário:
ACTH;  Lesão em hipotálamo ou hipófise –
 Zona reticulada: zona mais interna; deficiência no ACTH
produz hormônios sexuais  Deficiência de glicocorticoides
o Sistema renina-angiotensina-
aldosterona: o Iatrogênico:
 Série de reações para controlar a  Pode ser causada pelo tratamento
pressão arterial (PA) de hiperadrenocorticismo:
 Angiotensina II: trilostano
 Promove vasoconstrição de  Causa: retirada brusca de
arteríolas → Aumento da PA glicocorticoides
 Promove liberação da  Gerando um “efeito rebote”,
vasopressina (hormônio causando hipoadrenocorticismo
antidiurético) pela hipófise →
Retenção de sódio pelos rins →  Epidemiologia:
Aumento de sódio → Retenção o Idade: 3-6 anos
de água → Aumento do volume o Sexo: fêmeas (70%), castradas
de sangue e da PA o Raças: West Highland, Maltes,
 Promove liberação do Poodeles, Rotweiller, Labrador,
hormônio aldosterona pelas Poli
Pinscher
glândulas adrenais → Retenção hip

Poli
 Sinais clínicos:  Levando em conta que o ACTH faz
o Inespecíficos: passa despercebido, a adrenal trabalhar em pacientes
normalmente o diagnóstico é tardio saudáveis; estimulando o cortisol
 O paciente normal: quando
 Anamnese: compara as amostras, a segunda
o Anorexia, emagrecimento, letargia, tem um aumento de cortisol, porém
fraqueza dentro da faixa de normalidade
o Vômito, diarreia  O paciente com
o Tremores hipoadrenocorticismo: cortisol após
o Poliúria, polidipsia: pela retenção de aplicação de ACTH fica abaixo do
sódio valor de normalidade
o Sempre se considera o
hipoadrenocorticismo um diagnóstico  Tratamento:
diferencial
o Crise Addisoiana:
 Exame físico:  Fluido NaCl 0,9%
o Desidratação  Glicose hipertônica: reduz o Conclu
o Depressão potássio produç
o Bradicardia: pela excreção de potássio  Glicocorticoides (IV): via. P
o Pulso fraco hidrocortisona ou dexametasona

o Após estabilizar: controle contínuo


 Exames complementares:
o Hemograma: anemia normocítica e  Fludrocortisona
normocrômica; trombocitopenia (pela  Monitoramento: após 7 dias avaliar
deficiência de cortisol) a relação sódio:potássio, se ainda
tiver baixa, aumenta a dose do
o Bioquímica: fármaco
 Aumento de ureia e creatinina:
azotemia pré-renal pela deficiência
de aldosterona Diabetes Mellitus
 Hipoglicemia: pela deficiência de
cortisol  Fisiologia:
 Sódio diminuído o Pâncreas: produz substâncias
 Potássio aumentado endócrinas e exócrinas;
 Relação Na:K diminuída (abaixo de o Enzimas que interferem na digestão:
20) – pela deficiência na exócrino
aldosterona (normal seria acima de o Os hormônios produzidos nas ilhotas
27) pancreáticas são jogados na corrente
sanguínea;
o Imagem: o Cada hormônio tem seu local específico
 Raio-x: microcardia de produção
 USG: adrenais diminuídas
1- Glucagon: produzido pelas células alfa
das ilhotas pancreáticas
2- Insulina: produzida pelas células beta –
 Teste diagnóstico: Teste de função: tirar a glicose da corrente
estimulação com ACTH sanguínea e colocá-la dentro das células
o Como é feito: colhe o sangue, aplica – ação: as células têm receptores
ACTH, espera uma hora da coleta, específicos de insulina, que ao se
coleta uma nova amostra ligarem, abrem canais para a glicose
o Resultados: entrar.
3- Glicose: função de produzir ATP
(energia); apenas produz energia dentro
da célula. Glicose circulante não o Predisposição genética
significa produção de energia a menos o Doenças que destroem a célula beta –
que a insulina aja e jogue a glicose para destruição imunomediada; pancreatite.
dentro da célula. o Exaustão pancreática por resistência
insulinica, exemplos:

 Mecanismo contra-regulatório  Se por algum motivo, durante a


fisiológico: vida do animal esse pancreas foi
o Glucagon e insulina, um regula o outro sobrecarregado a produzir mais
dentro do mecanismo de aumento e insulina por dia do que está
redução de glicemia “programado”; a vida útil desse
o Redução de glicemia: jogar a glicose órgão diminui.
para dentro da célula
o Aumento da glicemia: retirar a glicose  Situações clínicas que diminuem a
de onde está armazenada e jogar na expressão dos receptores da
circulação insulina, impedindo que a insulina
o Quando tem diminuição de glicemia se encaixe, tendo que forçar o
(açúcar no sangue) o glucagon é pâncreas a produzir mais insulina
acionado pois é o hormônio para ter uma ação – outra forma de
hiperglicemiante, vai no fígado e resistência insulinica
quebra o glicogênio, lançando glicose
na circulação; aumentando açúcar no  Cadelas que toda vez que entram no
sangue; porém tem que estar dentro da cio, aumentam a produção de GH
célula para agir (hormônio do crescimento) da
o O aumento do açúcar circulante, mama; esse hormônio é
estimula a ação da insulina pelo hiperglicemiante; logo a cada 6
pâncreas que pega essa glicose e joga meses esse pâncreas é
para dentro da célula; se sobrar, sobrecarregado
rearmazena no fígado
o Glucagon não tem interferência na
 Cortisol é hormônio
diabetes mellitus; porém ele não vai ser hiperglicemiante (aumenta
estimulado, visto que a corrente sempre produção de glicogênio) – então
estará com glicose já que a mesma não paciente com hiperadreno está em
é retirada pela insulina. situação de resistência a insulina,
podendo ter diabetes.
 Definição:
o Doença multissistêmica: vários órgãos
 Obesidade lambem causa
acometidos
resistência insulinica pois diminui
o Precisa de quantidade fisiológica de
expressão dos receptores de
insulina diária – mesmo se tiver apenas
membrana, precisando de
abaixada, já se considera diabetes; não
quantidade maior de insulina para
ocorre apenas quando essa produção de
colocar glicose para dentro da
insulina é zerada.
célula – sempre investigar diabetes
o Tem que ter hiperglicemia e glicosúria
em animal obeso e tratar obesidade.
constantes
o Pode ter hiperglicemia temporária, logo
após comer, por exemplo – não é  Uso contínuo de glicocorticoides
diabetes sistêmicos ou tópicos sao
o Estresse pode causar hiperglicemia predispostos a desenvolver
diabetes.
o Hiperglicemia em jejum persistente
associada a glicosúria (identificada em
 Classificação:
urinálise) caracterizam diabetes.

 Etiologia
o Cães: 90% desenvolvem diabetes tipo 1 o Animal polifágico, mas conseguir
– tratamento: insulina – por ser produzir ATP da glicose adquirida pela
diabetes mellitus, é insulina-dependente alimentação; o corpo começa o
o Gatos: maioria desenvolve tipo 1, mas mecanismo compensatório de
possui um percentual que pode gliconeogenese – retirando proteína e
desenvolver tipo 2 (não insulina- gordura dos músculos e tecidos
dependente, pois pâncreas não zera adiposos, causando perda de peso
produção de insulina) – no tipo 2 pode
ser revertido por tratamento o Importante: tutor costuma só levar na
consulta quando ocorre perda de peso
 Lembrar de sempre tratar obesidade ou os outros sinais estão exacerbados
junto, se houver.
 Outros sinais:
 Epidemiologia: o Catarata em cães: mancha branca
o Cães: qualquer idade, mas predomina dentro do olho, opacidade no cristalino
em animais mais velhos – aparecimento súbito. Aferir glicemia,
o Predomina em fêmeas não castradas se estiver normal – encaminhar para
o Labrador, golden, rottweiller oftalmo; se for por diabetes, só
o Gatos: principalmente mais idosos; sem consegue tratar a catarata com a
predileção racial; literatura fala que diabetes controlada.
ocorre mais em machos mas é pouco o Lesão na córnea ou no cristalino
relevante; mais visto em gatos obesos o Gato: não faz catarata com frequência;
mas faz neuropatia diabética – glicose
 Sinais clínicos: muito elevada, se deposita na bainha de
o Regra dos 4 P: poliúria, polidipsia, mielina nos nervos periféricos; levando
polifagia e perda de peso a desmielinização. Gera fraqueza dos
o Obs. Gato com os 4 P tem como membros pélvicos, dificuldade de
diferencial hipertireoidismo saltar, plantigradismo (gato passa a
o Quando tem hiperglicemia (glicose pisar com jarrete encostado no chão)
acima de 200 no cão e 250 no gato) a
quantidade de glicose circulante  Diagnóstico
extrapola a capacidade renal de o Dosagem da glicemia e fazer urinálise
reabsorção – logo, a glicose passa pelos o Glicemia acima de 200 com sinais
túbulos renais, e é reabsorvida; porém clínicos – os 4 P
quando está muito alta pela o A perda de peso pode ou não ser
hiperglicemia, essa glicose não aparente – animal pode ser obeso antes
consegue ser reabsorvida e acaba da diabetes e estar com escore normal
saindo pela urina o Se apenas tiver hiperglicemia, sem
o Quantidade maior de glicose na urina, sinais clínicos, a diabetes não é pensada
aumenta sua osmolaridade, trazendo o Glicosúria e densidade aumentada
junto água e promovendo a poliúria o Infeção de trato urinário recorrente,
o Poliúria com glicosúria investigar diabetes
o A hidratação sempre abaixo do normal, o Bioquímica: aumento de ALT e
com a poliúria que ativa centro da sede, fosfatase alcalina – as vezes;
faz a polidipsia triglicerídeos aumentados
o Densidade urinária mais alta na o 4P + hiperglicemia +200 + glicosúria:
diabetes do que no hiperadreno devido fecha diagnóstico
a osmolaridade o Hiperglicemia sem glicosúria: reavalia
o Densidade baixa e sem glicosúria – paciente; risco de desenvolver diabetes
hiperadreno! – pode ser resistência insulínica inicial;
o Deficiência da insulina não permite que ou pode ser estresse, uso de corticoides,
a glicose entre no centro da saciedade, pode ser pela obesidade…
logo o animal tem polifagia o Glicemia, triglicerídeos e colesterol:
para dosar, precisa de jejum de 12h
 Tratamento: o Exercício físico: diminui a resistência
o 4 pilares: insulínica – enriquecimento ambiental,
o Sempre com insulina: injetável alimentação em locais diferentes (para
 Tem vários tipos de insulina gatos)
 Preferencialmente para cão: NPH o Monitoramento: tutor precisa
 Preferencialmente para gato: reconhecer se está entrando em quadro
glargina de hipoglicemia – precisa ter xarope de
 O que diferencia os tipos? Tempo dextrose em casa (caro) para passar na
de ação no organismo. gengiva do animal em quadros
 Quando começam a agir (nadir de hipoglicêmicos; na clínica aplica
insulina) – momento de maior glicose hipertônica venosa; ao subir
quantidade de insulina agindo no glicemia, aplica insulina e recomeça o
organismo processo.
o Fêmeas não castradas precisam castrar
 Tem que coincidir o nadir com o
momento de mais glicose na
circulação para não causar  Glicosimetro:
hipoglicemia o Deve ser validado pelo consenso de
 NPH tem nadir por volta de 5-6 endocrinologia (FeeStyle e Accu-chek)
horas após aplicar; logo: come –
aplica insulina (para coincidir o  Prognóstico:
tempo da glicose da alimentação); o Quanto mais precoce o diagnóstico e
espera 12h, alimenta novamente e mais correto o tratamento, melhor o
aplica insulina. prognóstico
 Glargina: não tem nadir, sobe e o Risco maior de óbito: primeiros 6
mantém platô, logo: gato come meses por risco de quadros
várias vezes ao dia sem coincidir o hipoglicemicos
nadir com pico de glicose.
 Pode tratar cão com glargina,  Cetoacidose diabética:
porém é mais caro o Animal há muito tempo diabético, ja
usou várias vias alternativas para
o Importante: na insulinoterapia produção de ATP que se acumula nos
monitorar o primeiro dia de insulina; corpos cetônicos do organismo
pra evitar hipoglicemia – sempre o Entra em quadro de cetoacisode, corpos
começar com a menor dose e ajustar cetônicos são endotoxinas
o Quando se trata um paciente diabético o o Vômito intenso, desidratado, apático
objetivo não é levar glicemia para valor o Glicemia alta
normal e sim controlar os sinais o Não fazer glicose IV, colocar no soro
clínicos Ringer com Lactato
o Ajustar sempre de 14 em 14 dias
o Dieta balanceada – dentro do Oftalmologia
requerimento calórico diário
o Gatos: dieta rica em proteína e dietas
úmidas Ceratite Ulcerativa
o Cão: dieta para perda ou manutenção de Doença de cão e gato
peso – não começar com dieta light;  Anatomia e definição
dieta que come normalmente calculada o Lesão ulcerada na córnea
para quantidade diária o Perda do epitélio corneano com
o Quando atingir o normal, entra a light exposição das porções variáveis do
o Pacientes obesos: entra com a light estroma
o Perde epitélio por trauma e causa
opacidade, quando
Exemplo: Um cão, no nadir, que já aferiu glicemia antes anatomicamente seria
de começar, em jejum, e 4h depois de alimentar aferiu transparente e avascular
novamente.

Se a glicemia chegou a valor menor que 150, significa


que dose que está fazendo está alta pro animal, parar
tratamento, voltar 2 dias depois e reduzir dose em meia
o Flurosceína – pode ser em striper (fita)
 Classificação da úlcera córnea ou colírio. O colírio contamina por
o Superficial: perda do epitélio e lesão pseudomonas muito fácil, o melhor é a
superficial no estroma tirinha.
o Profunda: perda do epitélio e perda o Tira: molha a ponta da tira com soro
profunda do estroma fisiológico e pinga no olho, deixando a
o Descemetocele: lesão ulcerativa que córnea verde, após, limpa com soro
perde todo estroma e ocorre exposição fisiológico (pra tirar o excesso e manter
da membrana de Desceme apenas onde realmente é pra corar)
o Prolapso de íris: perfura a membrana de
Desceme  Tratamento em úlcera superficial:
o Clinico ou cirurgico?
Quanto mais profundo, mais grave. Podendo o Em prolapso de íris – tratamento
perder a visão e o olho. cirúrgico
o Descemetocele e úlceras muito
A córnea é extremamente fina, por isso, profundas também dependem de
quando é superficial, muitas vezes só é vista a tratamento cirúrgico
lesão ao corar. o Cirúrgico: microcirurgia oftálmica que
cobre a conjuntiva – proteção
Em lesão superficial, cornado, ficam bolhas
o Antes da cirurgia, pode fazer uma
inteiras coradas.
tração da terceira pálpebra até o
Corando, consegue identificar visualmente a momento cirúrgico, para proteger
profundidade da lesão, observando se ulcerou o Clínico:
ou se chegou nas estruturas internas do olho.  Antibiótico: pois bactérias tem
afinidade com o estroma –
Se está esbranquiçado na coloração, superficial: gentamicina ou
normalmente é o edema corneando, sendo trombamicina QID, uma gota
característico de úlcera profunda.  Controle de dor: colírio com ação
midriática e cicloplégica – atropina
Se a bolha corada tem um circulo não corado 1% SID por 3-5 dias. Tempo curto.
no centro, é um sinal da exposição da  Analgesia sistêmica: dipirona é
membrana de Desceme – Descemetocele suficiente
 Colar elizabetano para evitar que a
 Sinais clínicos úlcera superficial se torne profunda,
o Dói e lacrimeja muito ou a profunda rompa.
o Blesfaroespasmo – espasmando a
pálpebra, e deixando o olho fechadinho o Quando uma úlcera superficial não
o Enoftalmia – diminui a pressão cicatrizar em 7 dias (repete o teste),
intraocular, o olho fica menor, “pra devemos buscar a causa dessa úlcera e
dentro” da órbita por dor não apenas trocar o antibiótico.
o Fotofobia
o Protusão da terceira pálpebra – pela dor  Etiologias:
o Miose – é a retração da pupila, pela dor o Patologia nos cílios:
o Edema de córnea – principalmente na  Cílio ectópico – cílio que nasce
profunda, opacifica o olho. A córnea é “pra dentro”, e toda vez ao piscar
avascularizada, mas ao ulcerar, os irrita a córnea
pequenos vasos começam a se projetar  Cílios que nascem pra dentro ou em
sob a córnea pra cicatrizar grande quantidade – arrancar os
pelos, e cirurgia para não nascer
 Diagnóstico: mais pelos
o Teste de flurosceína – se adere ao o Em braquicefálicos o pelo da dobrinha
estroma, apenas cora na presença dele. pode fazer a mesma irritação no olho
No caso da desmetocele, cora apenas ao
redor  Tratamento em úlcera profunda:
o Coletar material para cultura e
antibiograma, muitas vezes é causado Consequentemente
por Pseudomonas – swab no olho
o Antibiótico: no mínimo 4x ao dia, ideal o Ausência de lágrimas, os vasos da
de 2 em 2h conjuntiva irradiam para a córnea,
 Profunda: quinolonas. levando melanina e se depositando na
Orbifloxacina, ciprofloxacina, córnea – a estrutura que era
moxifloxacina transparente, a visão começa a ficar
o Cicloplécico/ midriático – atropina falha
o Analgesia sistêmica  Vascularização da córnea
o Colar elisabetano  Pigmentação da córnea
o Inibidores das proteases (úlcera
Logo, os Sinais:
melting) – proteases são a reação do
o Olho vermelho
organismo, mas quando é muito
o Hiperemia conjutival
intenso, lesiona mais a córnea causando
a ulcera melting. o Secreção mucopurulenta
 Soro autólogo/ heterólogo – soro do o Vascularização e pigmentação da
sangue do animal de forma estéril córnea
(próprio animal ou outro animal de o Ceratite ulcerativa – pelo coçar do olho
outra espécie) causar trauma
 EDTA 0,35%
o Acetilcisteína 5% ou 10% - melhora a  Diagnóstico:
opacidade que o edema corneano causa o Teste de schirmer – tiras milimetradas,
que podem ou não vir com corante.
o Não usar corticoide pra animal com  Coloca no olho do animal e conta 1
úlcera, por impedir a revitalização e minuto
aumentar a produção das proteases.  Após 1 minuto, precisa ler na hora
o quanto a fita absorveu
o Não usar pomadas.  Valor maior de 15 mm, produção
normal
 11-14 mm, pode ter uma
ceratoconjutivite seca precoce
Ceratoconjutivite seca  6-10 mm moderada
 Menor de 5 grave
Doença do cão
 Etiologias:
 Anatomia
o Imunomediada – anticorpos contra a
o Lubrificação – pálpebra
glândula lacrimal, reduzindo a
o Nutrição e oxigenação – córnea
produção até parar
o Defesa primaria da superfície ocular o Medicamentos como sulfas sistêmicas
o Filme lacrimal – afeta a camada hídrica em uso prolongado podem favorecer
o Exérese da glândula da terceira
 Definição: diminuição parcial ou total pálpebra, alguns indivíduos tem o
da produção da lágrima, córnea sofre as ligamento frouxo da terceira pálpebra,
consequências prolapsando. Porém, muitas vezes,
retiram essa glândula e assim, reduz a
Cão não faz conjuntivite bacteriana primaria!!! produção de lágrima
o Trauma – lesão da glândula
o Doenças sistemicas como
hipotireoidismo, diabetes mellitus e
 Sinais clínicos: cinomose
o Olho ressecado, hiperemico na
conjuntiva e começando a apresentar  Tratamento:
secreção
o Imunomoduladores – freiam a agressão toxoplasma/ cão: leishmania,
dos anticorpos nas glândulas e toxoplasma). Principal consequência é
simultaneamente estimulam a produção o glaucoma.
de lágrima
 Ciclosporinas 0,03 a 3%  Diagnóstico:
 Tacrolimus 0,01 a 1% o Precisa aferir a pressão intraocular
 BID e de uso contínuo o Exame: tonometria aplanação com
o Lubrificantes – no início do tratamento colírio anestésico
e em animais suspeitos, para avaliar se o Afere: cão normal de 15-18 mmHg e
melhora ou não gato 17-19 mmHg
 Hialuronato de sódio
 Carboximetilcelulose  Tratamento:
 4 a 6x ao dia o Muita analgesia e acompanhamento
o Mucolíticos – redução do edema de com oftalmo
córnea
 Acetilcisteína 5 ou 10% Catarata
 BID
Cristalino afetado (atrás da íris). Perde
Quanto mais precoce tratar, melhor. o cristalino, não passa mais luz. Porém
a gente consegue ver a córnea e íris.
Conjuntivite bacteriana  Definição:
primária em gatos o Doença metabólica com diabetes
mellitus (bilateral e aguda)
Apenas em gatos o Cataratas congênitas e traumáticas:
podem ser unilaterais
 Definição: o Não tem colírio que trate catarata.
o Muito comum por Chlamydia ou Apenas cirúrgico, quando possível.
Mycoplasma – trata com tetraciclinas, o Pode causar perda total de visão.
TID/QID de 7-10 dias
o Pode fazer por herpesvírus, Neurologia
principalmente filhotes

Glaucoma Como abordar o


paciente neurológico?
Doença causada pelo aumento da pressão
intraocular, causada pela deficiência na  Conduta semiológica: específica para
drenagem do humor aquoso (entre a íris e a identificar a fonte da lesão neurológica,
córnea, dentro do olho, preenche o interior) – aonde do sistema nervoso está
produzido pelo corpo ciliar. lesionado
o Para conduzir a conduta
 o Avaliação do estado mental: cerebrais.
 Etiologia: Delírio (vocalização sem sentido),
o Doença que impede a drenagem – é sonolento, estupor, coma… - alterações
produzido, mas não drenado, nesse estado significa lesões
acumulando e causando aumento de intracranianas (ex. No encéfalo,
pressão. Causa muita dor. bulbo…)
o Raças mais predispostas – tem nos  Pode ser extra-craniana E intra-
primeiros anos de vida (primário) craniana, por isso, precisa avaliar
o Uveíte – processo inflamatório que tudo.
acomete corpo ciliar e íris (secundário). o Avaliação de postura e locomoção:
Causado por um complexo que afeta o head tilt (VII par de nervos cranianos),
sistema imune (gatos: fiv, felv, ataxia/ “desequilíbrio” (cerebelar)
 Ex. Se tem problema no estado neurônios que inervam a
mental e head tilt, sabe-se que a musculatura.
lesão intra-craniana é no 7º par…  Logo: paralisia ou paresia se tem
o Avaliação dos nervos cranianos: lesão em qualquer desses nervos.
possuem 12 pares de nervps cranianos,
cada par sai de uma determinada Funções NMS NMI
região; quando se avalia uma função de Função Paresia ou Paresia ou
um nervo, se estiver comprometida motora paralisia paralisia
sabe-se a proximidade; Reflexos Normais ou Diminuídos ou
 VII par (paralisia de pálpebras, aumentado ausentes
diminuição de produção de Tônus Normais ou Diminuído ou
lágrimas, queda de lábios e orelha) muscular aumentados ausente
 Síndrome de horner: envolve outros extensor
nervos – miose, ptose palpebral, Atrofia Leve/ crônica Grave e rápida
protusão de terceira pálpebra muscular Discreta
enoftalmia.
Se lesiona ambos, o inferior que causa
sintomatologia nos membros. Lógico se for
o Testes:
no superior e inferior anterior, o membro
 Resposta à ameaça: aferente óptico anterior vai apresentar sintomas de inferior e
ou VII par o membro posterior vai ter sintomatologia de
 Reflexo pupilar: aferente óptico II; superior.
oculomotor III
 Reflexo palpebral: trigêmio V,  Anatomia: C1-C5; C6-T2-T3-L3-L4-
facial VII S3.
 Sensibilidade facial: trigêmio V e
facial VII
 Massa dos músculos migratórios:
trigêmio V Epilepsia
 Tônus mandibular: trigêmio V
 Estrabismo patológico/posicional: Mais comum no cão, idiopático e secundário
oculomotor III, troclear IV, em gatos.
abducente VI, vestibulococlear VIII
 Nistagmo fisiológico: oculomotor  Crises epilépticas: sinais clínicos
III, abducente VI, vestibylococlear relacionados a descargas neuronais
VIII paroxísticas, sincrônicas e
 Reflexo de deglutição/ ânsia: autolimitantes.
glossofaríngeo IX, vago X o Pode-se observar desde a ativação de
 Tônus da língua: hipoglosso (XII) poucos fascículos musculares até uma
atividade muscular generalizada;
o Reações posturais: propriocepção alterações comportamentais e alteração
(dobra a patinha, se não voltar ao no estado de consciência.
normal ou demorar, significa que tem o Se ocorre em todo o encéfalo – toda
comprometimento proprioceptivo) musculatura contraí
o A intensidade da epilepsia é diferente
o Reflexos espinhais: avalia lesão em dependendo da área do encéfalo
neurônio motor superior e inferior afetado.
(NMS e NMI)
 NMS: na medula  Classificação da crise epilética:
 NMI: segmentos que saem da
medula para os membros o Focal motora: manifestações
 São responsabilidades de ambos: assimétricas com preservação da
postura; manutenção do tônus consciência.
muscular para sustentação; início  Normalmente: facial e
do movimento voluntário; musculatória; movimentos
anormais nos membros e desvio de
cabeça. 2. Exógeno: ainda extra-craniano
 Não percepção do dono o Intoxicações exógenas (crise aguda)
 Pode evoluir para uma generalizada o Organosfosforados
 Precisa achar a causa o Plantas e micotoxinas
 Quando um lado está apresentando o Chumbo
sintoma, na verdade é o outro lado
cerebral afetado. 3. Causas intracranianas: dependem de
exames de imagem
o Generalizada: sinais clínicos iniciais o Filhotes: hidrocefalia (estrabismo
refletem o envolvimento de ambos os divergente)
hemisférios cerebrais; se for primário o Traumatismo cranioencefálico (pode
 Tem sempre a perda de consciência ser recente ou após devido o edema ou
 Podem ser classificadas quanto a cicatriz)
intensidade e grau de perda de o Neoplasias primárias do SNC ou
consciência brandas ou graves; metastáticas
 Quanto a manifestação clínica em: o Infecciosas intracranianas: meningite e
tônico-clônicas, tônicas encefalite (ex. Cinomose, PIF,
(hiperextensão de membros), toxoplasmose, baceriana, mospora)
clônicas (pedalagem), atônicas e de o Inflamatória: MEG (meningoencefalite
ausência
granulomatosa, pode começar com
 Pode urinar, defecar, ter sialorréia.
focal e evoluir para generalizada –
Não enrola a língua e precisa
infiltrado inflamatório que destrói SNC,
manter o animal em um lugar
comum em pequenas raças – precisa de
seguro para ele não se machucar.
punção de medula e imagem),
 Tem que encontrar a causa e já
encefalite pug (da raça pug,
entrar com medicamento para tentar
imunomediada)
controlar essas crises epiléticas
 Epilepsia idiopática: não acha a causa
 Etiologia:
o Quando não existe causa aparente para
o Idiopática – maioria dos cães
as convulsões
o Secundária (sintomática) – mais
o Fator racial: pastor alemão, beagle,
comum nos gatos, existe alguma
labrador, golden, bernese, são bernardo,
doença que causa esse sintoma
spitz…
o Aparecimento dos sintomas com 1-5
Exemplo: cachorro com crise anos de idade (começa focal e depois
epilética. generaliza)
o Exame neurológico normais
O que investigo? o Exames complementares normais
o Controle pro resto da vida, tendo
1. Endógeno: Investiga extra-craniano,
animais que não respondem ou param
doenças metabólicas, eletrolíticas e
de responder. Não tem cura.
nutricionais que podem gerar crise
epiléptica. Ex. Tratamento de diabetes.
 Tratamento:
o Logo após uma crise convulsiva o
o Não trata a doença.
animal fica hipoglicêmico;
o Tenta controlar a crise epilética.
o Hipernatremia
o Passa para qualquer paciente com crise
o Hiponatremia
epiléptica generalizada, mesmo
o Hipoglicemia e hiperglicemia
enquanto investiga:
o Hipocalcemia
 Fenobarbital – primeira escolha.
o Deficiência de tiamina
 Início do medicamento;
o Encefalopatia urêmica
o Encefalopatia hepática
o Hipóxia
 Mensura a quantidade das crises,
observa resposta – demora de 7-15
dias para começar efeito;
 Ficou bem ok
 Concentração sérica abaixo da faixa
terapêutica – não obteve resposta?
Sempre se começa com a dose
mínima, e depois adapta; mensura e
observa se o resultado vem abaixo
do valor necessário
 Aumenta fenobarbital
 Se na mensuração a dose limite
máxima, mas sem resposta

 Brometo de potássio: associado.


 Demora 30 dias para responder
 Se o animal ficar bem ok
 Pode aferir níveis séricos para
adaptar a dose
 Se não se adaptar, procurar outros
remédios.

Obs. Detalhes importantes, se a causa for um


tumor em crescimento não tem como esperar
total controle; se é encefalopatia urêmica e a
uremia não diminuir não vai ter melhora…
etc

Diazepan: não tem ação a longo prazo para o


controle:

Os animais ficam refratários rápido, tem meia vida


curta.

Usa-se quando chega na clínica em crise;


preferencialmente IV, mas pode ser intra-retal ou
intra-nasal.

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