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Fernanda Chaves Faitão 16 de setembro de 2020

Infecções cutâneas bacterianas


proliferando mais e causando
Introdução infecção
➢ Staphylococcus epidermidis
➔ É a mais prevalente no corpo
• Microbiota pode variar dependendo da
região analisada

• Cada camada que a bactéria causa a


lesão leva uma denominação de doença
diferente
➔ Impetigo – somente epiderme
➔ Ectina: Epiderme e parte da derme

Microbiota normal da pele


• Composta por cocos aeróbicos, bactérias
corineformes aeróbicas e anaeróbicas,
bactérias gram negativas e fungos
• Ajudam na prevenção de infecções ➔ Alta densidade de glândulas
cutâneas de bactérias externas: sebáceas (rosto): Propionibacterium
Mecanismo de competição e hidrólise de (ex.: Propionibacterium acnes)
lipídios ➔ Locais úmidos/intertriginosas (axila
e virilha): Proteobacterias,
Staphylococcus
➔ Locais mais secos (coxas, braços):
Proteobactérias

Impetigo
• Infecção bacteriana superficial da pele
– acomete apenas epiderme
➢ Staphylococcus aureus – causadora da
• Duas formas de apresentação
garnde maioria das infecções
1. Impetigo bolhoso (30%)
➔ É naturalmente residente em
2. Impetigo não bolhoso (70%)
metade da população
➔ Os que possuem e que não possuem • Principal agente: Staphylococcus aureus
podem passar por um desequilíbrio, (em ambas formas)

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• Outra importante causa da forma não


bolhosa Streptococcus pyogenes (B-
=hemolítico do grupo A)
• Acomete crianças < 6 anos
• Extremamente contagioso – contato
direto e fômites ➔ Geralmente tem mais crosta
• Fatores predisponentes: melicérica que o bolhoso
✓ Umidade ➔ Muito frequente em região perioral
✓ Má higiene (mais em lábio superior – próximo a
✓ Diátese atópica região nasal)
✓ Trauma cutâneo
✓ Carreadores nasais do S. aureus Impetigo bolhoso
• Caracterizado pelo aparecimento de
Impetigo não bolhoso bolhas ou pústulas
• 70% dos casos • Conteúdo purulento
• S. aureus (principalmente) e • Células da epiderme possuem
Streptococcus pyogenes estruturas que aumentam a adesão
• Pápulas eritematosas que evoluem intercelular = Desmossomos
para erosões e formação de crostas
melicérica
• Geralmente acomete a face (ao redor
das narinas)
• Algumas cepas de S. pyogenes
(produtores de proteína M tipos 1, 4,
12, 49 55, 57, 60) podem complicar
com glomerulonefrite aguda pós
estreptocócica • Desmossomos são constituídos por
➢ OBS.: O risco da GNPE não é alterado varias proteínas, entre elas,
com o tratamento com antibióticos desmogleínas 1 e 3 (Dsg-1 e Dsg-3)
• Atenção: Impetigo por S. pyogenes não
podem causar febre reumática
➔ Febre reumática ocorre após
faringite estreptocócica

• Algumas cepas do S. aureus produzem


toxinas que destroem as desmogleínas 1

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levando a perda de adesão intercelular, • Acomete crianças e principalmente


gerando clivagem e então a bolha neonatos
➔ Toxina esfoliativa • Pródromo de febre, astenia,
• Bolha pode estar rompida irritabilidade e queixa de DOR na pele
• Podem apresentar sinais de focos de
infecções estafilocócicas (conjuntivite,
rinorreia purulenta, etc)
➔ Foco nasal
➔ Foco pulmonar (pneumonia)
• Eritema difuso no corpo, iniciando
➔ Região glútea geralmente na cabeça e nas dobras. E
é comum de aparecimento depois generalizando
• A pele torna-se enrugada e formam-se
Tratamento
bolhas flácidas
• Antibiótico que cubra S. aureus e S.
• Sinal de Nikolsky positivo
pyogenes, mas principalmente o
➢ Exercer pressão com o dedo (esfregar)
primeiro
em área da pele não descolada
• Poucas lesões e localizadas: Atb tópico ➢ += Promove o descolamento da pele
com Mupirocina, retapamulina, ácido com facilidade
fusídico ➢ Na SSSS é positivo, pois a circulação
• Cuidados locais: Limpeza local, retirar da toxina é sistêmica
delicadamente as crostas • Evolui com descamação
• Acometimento mais extenso: Atb ➔ Acentuação de
sistêmico com cefalosporina de primeira eritema nas dobras
geração (i.e Cefalexina)
➔ Oral ou IV
• Suspeita de MRSA: Clindamicina, SMX-
TMP (sulfametoxazol – trimetropina)
➔ S. Aureus resistente a meticilina
➔ Suspeita quando atb comum não ➔ Descolamento de
tem sucesso no tratamento → pele
Realizar cultura da lesão cutânea ➔ Não é descamação,
pois não se trata de
Síndrome da pele escaldada queratina

estafilocócica (SSSS)
• Causada pela circulação sistêmica das
toxinas esfoliativas do S. Aureus Tratamento
(mesmas cepas do impetigo bolhoso)
• Internação hospitalar
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• Antibioticoterapia IV com cobertura


para S. Aureus → Cefalexina
Tratamento
Ectima • Lavar a região com clorexidine
degermante 2%
• É uma infecção bacteriana localizada • Antibioticoterapia tópica: Mupirocina
que acomete epiderme e derme
• Casos extensos: Antibioticoterapia
superficial
sistêmica → Cefalexina
• Streptococcus pyogenes
• Casos recorrentes por S. Aureus:
• Característica: Indicação de descolonização (mupirocina
Ulceração e tópica nasal, axilar, periumbilical e
formação de perianal durante 5 dias, todo mês)
crostas ➔ Mupirocina até hoje não foi indicada
• Geralmente lesão como indutora de resistência, por
única isso geralmente é a preferência
➔ Crosta hemática/melicérica
• Sequela: Cicatriz
• TTO: Atb tópico – mupirocina
Abscesso, furúnculo e
carbúnculo
Foliculite bacteriana • Abscesso= Coleção de
• É uma infecção bacteriana superficial pus que se forma nos
do folículo piloso espaços teciduais e
• Agente mais frequente: S. aureus ficam confinados,
• Foliculite por Gram negativos isolados do meio
(pseudomonas aeruginosa). Associada a ➔ Pode surgir em qualquer lugar do
banhos de piscina corpo
• Pápulas e pústulas perifoliculares ➔ Sinais flogísticos: Eritema, calor, dor
e edema/tumoração
➔ Na sua evolução, o abscesso busca
drenar para fora/flutuar →
Orientar para não “espremer”
• Furúnculo= É um abscesso que envolve o
folículo piloso
➔ Foliculite não tratada
que evoluiu acumulando
➔ Comum pós pus
depilação – trauma ➔ Todo furúnculo é um
do folículo abscesso, mas nem todo

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abscesso é um furúnculo ✓ Risco de MRSA*

➔ Comum em área
de barba

• Carbúnculo= É uma coleção de


furúnculos

➔ Vários pontos de ➔ MRSA adquirido na comunidade x


drenagem adquirido no meio hospitalar
➔ O MRSA adquirido na comunidade é o
que está relacionado com o abscesso
➔ Clindamicina e SMX-TMP
Tratamento
• Compressas mornas para promover Celulite
maturação (“flutuação”) – facilitar a • É uma inflamação piogênica aguda da
drenagem externa parte profunda da derme e também da
• Incisão e drenagem (com técnica hipoderme (tecido celular subcutâneo)
asséptica principalmente) → Quando que se manifesta como áreas de
pus na superfície, amolecido, tiver eritema, edema, sensibilidade e calor
flutuando local
• Antibioticoterapia sistêmica se: • Diferente da erisipela que é uma
✓ Localização próxima do nariz ou infecção da derme superficial
centrofacial
➔ Triângulo perigoso da face tem Etiologia
drenagem para o seio cavernoso, • Adulto imunocompetente: S. aureus
podendo levar a abscesso cerebral (50%), Streptococcus do grupo A
✓ Múltiplos locais acometidos (35%)
✓ Celulite associada • Em criança: S. aureus
✓ Sinais e sintomas sistêmicos • DM e úlceras de decúbito: S. aureus,
✓ Pacientes com comorbidades (DM) ou Enterococos, Pseudomonas aeruginosa,
imunossuprimidos Bacteroides fragilis
➔ DM geralmente é uma infecção
polimicrobiana
• Mordedura de animais (cães e gatos):
Pasteurella multocida, Capnocytophaga
canimorsus
• Mordedura de humanos: Taxa de
infecção superior a mordedura de
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animais – bactérias aeróbias e


anaeróbias da cavidade oral ➔ Celulite bolhosa

Patogênese
• Mais comum: Alteração na função de ➔ Em usuário
barreira da pele (imunocompetentes) de droga IV
• Via hematogênica
(imunocomprometidos):
➢ Celulite pneumocócica - DM, LES, Sd.
Nefrótica, Malignidade hematológica
➢ Pseudomonas aeruginosa – • Envolvimento do sistema linfático:
Neutropênicos Linfangite ascendente
➢ Helicobacter cinaedi, Cryptococcus • Adultos: Extremidades
neoformans, fusarium – portador do • Crianças: Cabeça e pescoço
vírus HIV • Apresentações atípicas: Celulite
• Fatores de risco: Linfedema (estase de crepitante (Clostridium ou anaeróbios
líquido nos MMII), etilismo, DM, não formadores de espororos) e celulite
usuários de drogas intravenosas, gangrenosa
doença vascular periférica
• Celulite recorrente: Pode indicar
Diagnóstico
disfunção do sistema linfático • Clínico
• Leucometria geralmente está normal
Quadro clínico ou discretamente elevada (exceto
• Precedida por sintomas/sinais quando a etiologia é por H. influenzae)
sistêmicos como febre, calafrios, • Hemoculturas: Positividade em menos
astenia, mal estar de 5% dos casos em imunocompetenes
• Rubor (eritema), calor, dor e tumor • Imunocomprometidos: Biópsia (20-
(edema) 30%) ou aspiração com agulha (2-
• Bordas são mal definidas e impalpáveis 40%) da lesão
➔ Mais profunda – borda mal definida Lipodistrofia ginoide → popular celulite
• EM quadros mais graves, podem
aparecer bolhas, vesículas, pústulas ou
Diagnóstico diferencial
sinais de necrose tecidual • Tromboflebite
➔ Inflamação
das veias
superficiais

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• TVP evitar uso de AINES (clearence das


➔ USG com bactérias)
doppler
para excluir
Recorrência
• Vários episódios recidivantes de celulite
• Estudo controlado duplo-cego
• Lipodermatosclerose • 270 pacientes com episódios
➔ Condição mais recorrentes divididos em 2 grupos
crônica • 1 grupo com dose mensal de penicilina
➔ Atrofia da pele por profilática → Redução do número de
insuficiência venosa episódios de celulite, porém só teve
duração durante a realização do
tratamento
Tratamento ➔ Com a suspensão do TTO, voltaram
• Deve ser direcionado ao S. aureus e a ter episódios recorrentes
Streptococcus grupo A
• 1 grupo com tratamento placebo
• Casos não complicados: 10 dias de atb
oral (cefalexia, clindamicina);
noxifloxacino *400mg/d) – geralmente
Erisipela
para diabético (infecção polimicrobiana) • Variante mais superficial da celulite:
• Internação e atb parenteral: Casos Acomete epiderme e derme mais
mais graves, envolvimento fácil, má superficial
resposta a terapia oral • Maior envolvimento linfático – na derme
• Suspeita de MRSA: Clindamicina, SMX- superficial tem mais vaso linfático que
TMP, doxiciclina na derme profunda
• DM e úlceras de decúbito: Piperacilina- • MMII (75 – 90%); face (2 – 10%)
tazobactam, criprofloxacino + • Fatores de risco:
metronidazol) ✓ Extremos da idade
• Medidas adjuvantes: Imobilização e
✓ Imunocomprometidos
elevação da extremidade acometida;
✓ Linfedema
curativos com solução salina estéril;
✓ Úlceras cutâneas crônicas
✓ DM
✓ Síndrome nefrótica

Etiopatogênese
• Quebra na barreira cutânea → Agente
infeccioso ganha acesso a derme
✓ Trauma

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✓ Abrasão ➔ Lesão mais bem delimitada


✓ Infecção por herpes simplex
✓ Tinea pedis interdigital (micose)
✓ Picada de insetos
✓ Locais de punção, pós vacinação
• Maioria causada por Streptococcus
pyogenes/do grupo A
➔ Celulite mais por S. aureus
• Outros agentes: Streptococcus do
grupo G, B, C, D e S. aureus
• Imunocomprometidos: Streptococcus
pneumoniae, Klebisiella pneumoniae,
Diagnóstico
Yersinia enterocólica, Haemophilus • Clínico
influenzae • Laboratório: Leucocitose com desvio a
esquerda
Quadro clínico • Hemoculturas: Positividade baixa (<
• Período de incubação de 2 a 5 dias → 5%)
Início súbito com febre, calafrios, mal • Títulos de anti-streptolisia-O (AS) e
estar e náusea Anti-DNAse- podem ajudar na detecção
• Horas até 1 dia após: Uma placa de uma etiologia streptocócica
eritematoedematosa, indurada, com ➔ São ac contra proteínas do
boras elevadas e muito bem definidas streptococco
• Eritema (vermelho brilhante), edema Tratamento
(não compressível), dor a palpação,
calor • ATB → Obrigatório cobrir
Streptococcus do grupo A
• Linfadenopatia usualmente presente,
➢ Beta lactâmicos – 10 a 14 dias de
com ou sem linfagite
penicilina oral ou penicilina benzatina
• Podem aparecer também pústulas, 2.400.000U
vesículas, bolhas, pequenas áreas de ➢ Macrolídeo – em alérgicos a penicilina
necrose hemorrágica • Ambulatorial: Maioria das vezes –
• Após quadro aguda: Descamação e reavaliar após 48h
alterações pigmentares • Internação: Imunocomprometidos;
➔ Eritema crianças
mais vivido • Recorrências: 20% → Profilaxia com
penicilina V oral diária ou Penicilina
benzatina a cada 3 semanas

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