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ECZEMAS
Marcha Atópica
Sucessão
cronológica de
distúrbios atópicos
no mesmo
indivíduo:
Dermatite atópica
Alergia alimentar
Asma
Rinoconjuntivite
DERMATITE ATÓPICA
EPIDEMIOLOGIA
• Prevalência mundial: 10-25% nas crianças e 2-
10% nos adultos
• 60% dos casos inicia no 1º ano de vida, com
aumento para 85%, aos 5 anos
– Início habitualmente entre os 3 e 6 meses de idade
• Probabilidade de desenvolvimento de D. Atópica
– 30% se um dos progenitores for portador da doença
– 70% se ambos progenitores forem portadores da
doença
DERMATITE ATÓPICA
ETIOPATOGENIA
• Resulta de interacção de factores:
– Genéticos
– Imunológicos
– Ambientais
• Principais alterações
– Disfunção da barreira epidérmica
– Desregulação imunológica
– Alteração do microbioma cutâneo
DERMATITE ATÓPICA
ETIOPATOGENIA
• Disfunção epidérmica
– Mutação de genes da filagrina e de outras
proteínas da camada córnea
– Alteração do processamento dos lípidos e corpos
lamelares → ↑ da permeabilidade da camada
córnea
– ↑Protéases→ alteração da coesão dos
corneócitos
• ↑ de perdas de água transepidérmica
DERMATITE ATÓPICA
ETIOPATOGENIA
• Desregulação imunológica
– Reacção de hipersensibilidade retardada:
intervenção de células dendriticas e linfócitos T
(em particular Th2)
– Libertação de citocinas (IL4, IL5 e IL13) na pele
pelos linfócitos activados → inflamação cutânea e
lesões de eczema
DERMATITE ATÓPICA
ETIOPATOGENIA
• Alteração do microbioma cutâneo
– ↓dos péptidos antimicrobianos
– Alteração do manto acido (↑PH)
• ↓ da flora residente
• ↑ colonização estafilococo aures (› 90%)
• Factores ambientais (desencadeantes)
– Factores climáticos
– Poluentes/ alérgenos
– Irritantes
DERMATITE ATÓPICA
CLÍNICA
• Prurido, sintoma cardinal
• Fase Aguda:
– caracteriza-se por lesões cutâneas
eritematopapulovesiculosas, com frequência
exsudativas, bordos mal delimitados crostas
• Fase Crónica:
– Placas de superfície seca e descamativa com
liquenificação
• Acompanhada de estigmas cutâneos de atopia
DERMATITE ATÓPICA
• Estigmas de atopia
– Xerose cutânea
– Intolerância para a lã
– Prega dupla da pálpebra inferior (sinal de Dennie-
Morgan)
– Hiperlinearidade palmar/plantar
– Alterações vasomotoras periféricas:
• palidez,
• baixa temperatura das extremidades
• dermografismo branco
DERMATITE ATÓPICA
• Elementos Major
– Prurido
– Topografia e aspecto lesional
– Evolução crónica e/ou recidivante
– Antecedentes pessoais e/ou familiares de atopia
• Elementos Minor
– Xerose cutânea, sinal de Dennie Morgan ...
diagnóstico = 3 major e 3 minor
DERMATITE ATÓPICA
DIAGNÓSTICO
• Pesquisa de alergenos respiratórios e
alimentares é controversa
– Persistência das lesões, apesar da suspensão do
alergeno suspeito
– Reservados a circunstância de suspeita sólida
• prick-testes
• RAST (Radio allergoSorbent Test),
DERMATITE ATÓPICA
HISTOPATOLOGIA
• Figura A : D. Atópica
Aguda (espongiose
com exocitose
linfocitaria)
• Figura B: D. Atópica
Crónica (acantose e
paraqueratose)
DERMATITE ATÓPICA
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Dermatoses Crónicas:
– Dermatite seborreica
– Dermatite de contacto
– Psoríase
• Infecções /infestações:
– Sarna
– Dermatite infecciosa por HTLV
•
DERMATITE ATÓPICA
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
D. Atópica D. Seborreica
DERMATITE ATÓPICA
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
D. Atopica Sarna
DERMATITE ATÓPICA
COMPLICAÇÕES
• Sobreinfecções
– Bacterianas: estafilococo, estreptococo
– Virais:
• Herpes Simplex, dissemina-se Erupção variceliforme
de Kaposi Juliusberg
– Modificação rápida das lesões de D. Atópica
→vesico-pústulas umbilicadas
– Febre
– Alteração do estado geral→afecção ocular,
pulmonar ou neurológica,
• Molusco contagioso
DERMATITE ATÓPICA
COMPLICAÇÕES
• Eritrodermia
– Secundária ao uso inadequado de corticosteroides
• Complicações psicoafectivas
– Ansiedade
– Irritabilidade
DERMATITE ATÓPICA
COMPLICAÇÕES
• Atraso de crescimento
– Quadros severos crónicos, com perdas calórico-
proteicas
• Oftalmológicas:
– Queratoconjuntivite,
– Cataratas
DERMATITE ATÓPICA
EVOLUÇÃO E PROGNÓSTICO
• Doença crónica que evolui por surtos,
intercalados por períodos de remissão
• 70% dos casos regride antes da adolescência
• Factores associados a evolução prolongada:
– Antecedentes familiares de atopia
– Afecção severa na infância
– Início depois dos 2 anos de idade
– Lesões de eczema numular ou prurigo
– Existência de rinite alérgica ou asma brônquica
associadas
– Contexto psicossocial desfavorável
DERMATITE ATÓPICA
TRATAMENTO
• Abordagem terapêutica inclui:
– Educação do doente e seus familiares
• Natureza crónica da doença
• Medidas gerais
– Afastamento dos factores desencadeantes dos surtos
– Melhoria da barreira cutânea: Hidratação
– Controle da inflamação
• Tratamento medicamento
DERMATITE ATÓPICA
Medidas Gerais
• Evicção de
– Ambientes muito quentes ou muito frios
– Roupa sintética, sobretudo de lã
• Preferir roupa de algodão de textura macia
– Contacto com pêlos de animais
– Banhos prolongados, detergentes e sabões
irritantes
– Fricção enérgica na lavagem e secagem da pele
DERMATITE ATÓPICA
Medidas Gerais
• Medidas ambientais anti-ácaros
• Diversificação alimentar progressiva e não
precoce nos lactentes em risco:
– Aleitamento materno por mais de 6 meses
– Introdução no fim do 1º ano de vida de alimentos
como: ovo, peixe, amendoim
DERMATITE ATÓPICA
Medidas Gerais
• Hidratação
– Essencial na prevenção e controle da dermatose
• Evita a perda exagerada de água trans-epidérmica
– Deve ser feita diáriamente, a seguir ao banho,
com emulsão O/A
• Na xerose intensa emulsão A/O
• Evitar uso de hidratantes com corantes ou perfumes
DERMATITE ATÓPICA
TRATAMENTO FARMACOLOGICO
• Tópicos
– Anti-inflamatório : Corticosteroides
• ↓ a inflamação e o prurido
• A eleição da potência do corticoide, duração do
tratamento, depende da localização, gravidade e
extensão das lesões cutâneas
– Anti-inflamatório e Imunossupressor
• Inibidores de calcineurina: Tacrolimus e Pimecrolimus
– Vantagem : não provoca atrofia cutânea
– Antissépticos: indicados nas lesões
impetiginizadas
DERMATITE ATÓPICA
TRATAMENTO FARMACOLOGICO
• Sistémicos
– Anti-histamínicos orais
• Na criança recomendam-se os sedativos: ↓ o prurido e
melhoram o padrão do sono
– Excepcionais : indicados em quadros graves
• Imunossupressores: Ciclosporina, Azatioprina
• Corticosteroides: eficácia transitória com efeito rebound
– Antibióticos
• Indicados na sobreinfecção bacteriana, sobretudo anti-
estafilocócica
OUTROS ECZEMAS
“ENDÓGENOS”
ECZEMA NUMULAR
ECZEMA NUMULAR
• Diagnóstico
– Clínico
• D. Diferencial
– Outros eczemas
– Dermatofitose
– Dermatoses crónicas eritematodescamativas
• Psoríase
ECZEMA NUMULAR
• Tratamento:
– Corticoide tópico de média a alta potência
– Emolientes
– Evicção de contacto com substâncias irritantes, na
afecção das mãos
Pimecrolimo/Tacrolimo , alternativa ao corticoide
tópico
ECZEMA DESIDRÓTICO
ECZEMA DESIDRÓTICO
• Diagnóstico
– Clínico
• D. Diferencial
– Dermatite de contacto alérgico
– Psoríase pustulosa
– Dermatofitose
• Evolução
– Crónico-recidivante
• Formas ligeiras→ cura espontânea em 2 -3 semanas
ECZEMA DESIDRÓTICO
• Tratamento
– Local: corticoides potentes
– Sistémico: pode ser usado na fase aguda, por
períodos curtos (5 dias), seguido de desmame
– Lesões exsudativas: banhos antissépticos
ECZEMA DE ESTASE
ECZEMA DE ESTASE
• Diagnóstico diferencial
– Eczema de contacto
• Tratamento
– Medidas gerais, ↓ da hipertensão venosa:
• correcção da obesidade
• Repouso
– Uso de meias de contenção (ligadura ou meia elástica)
• Eventual correcção cirúrgica
ECZEMA DE ESTASE
– Tratamento do eczema
• Uso prudente dos corticoides tópicos:
– Facilitam
» Infecções bacterianas secundárias
» Atrofia cutậnea → risco de ulceração