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Resumo parte 2 - N2

Manejo criação e sociologia dos répteis


Instalações e manejo de saúrios
⁃ Relação íntima com fatores abióticos do ambiente: temperatura, iluminação e
umidade
⁃ Considerar as espécies de diferentes microclimas
A maioria do óbito de répteis de cativeiro ocorre por manejo inadequado, ocasionando
doenças infecciosas
⁃ Terrário: estrutura para proporcionar todos os fatores abióticos
Material usado para sua confecção:
- Fácil higienização: vidro, plástico, tela de arame, madeira
- Tamanho de acordo com a necessidade da espécie
- Animais terrícolas: maior espaço horizontal
- Animais arborícolas: maior espaço vertical
- Equipamentos: lâmpadas UV, pedras e tapetes de aquecimento, termômetro e
higrômetro

1- Temperatura (24°-28°)
Atividades fisiológicas relacionadas a termorregulação
⁃ Forrageamento
⁃ Digestão
⁃ Reprodução
⁃ Ecdise (troca do exoesqueleto)
Manutenção de indivíduos em temperaturas inadequadas:
⁃ Falta de apetite
⁃ São animais menos ativos
⁃ Aumento do estresse, causando alteração sistêmica
⁃ Aumento da predisposição de doenças e problemas nutricionais

2- Iluminação
Natural ou artificial
⁃ Lagartos diurnos e herbívoros (iguana) apresentam visão tetracromática
(animais que enxergam ondas de luz, distinguindo cores que parecem ser idênticas)
⁃ Luz UV = bem estar
- Localizar o alimento
- Parceiros reprodutivos
- Rivais
- Predadores
⁃ Radiação UVB
- Invisível para répteis
- Síntese de vitamina D
- Absorção de cálcio nos intestinos
⁃ Luz solar:
- Energia térmica e luz
- Apresenta todo espectro eletromagnético
⁃ Lâmpadas frias:
- Emitem luz branca
- Não aquecem muito
- Emite radiação UVA e todo espectro luminoso
⁃ Lâmpadas incandescentes
- Emite muita energia térmica
- Luz amarela

3- Umidade
⁃ Baixa umidade: desidratação e disecdise
⁃ Uricotélico: animais que secretam ácido úrico
⁃ Alta umidade: doença vesicular

Manejo e criação de ofídios


1- Terrário
⁃ Atender as exigências abióticas básicas
⁃ Abrigo
⁃ Material empregado
⁃ Atenção para tampas
⁃ Substrato (fundo do terrário): papel reciclável, casca de coco, musgo
⁃ Temperatura: pedras de aquecimento, lâmpadas UVA e UVB
⁃ Umidade: borrifadores manuais ou umidificadores de ambiente
Baixa umidade causa disecdise (doença de pele)
Alta umidade e falta de ventilação aumenta fungos e bactérias

Manejo e criação de testudíneos (jabuti e cágados)


1- Terrário ou aquário
⁃ Diversos materiais: tela, vidro, alvenaria
⁃ Substrato: terra, cascalho, grama sintética, jornal, cimento
⁃ Temperatura e umidade

Manejo e criação de crocodilianos


1- Recinto
⁃ Respeitar as proporções entre fêmea de macho
⁃ Propósitos de criação
- Reprodução
- Crescimento/ Engorda
- Exposição
⁃ Diferenças comportamentais

Semiologia dos répteis


⁃ Etapas
⁃ Transporte
⁃ Resenha
⁃ Anamnese
⁃ Inspeção
⁃ Exame físico
⁃ Contenção
⁃ Palpação
⁃ Auscultação/ percussão/ olfação

1- Transporte
⁃ Caixas com tampas
2- Anamnese
História clínica
⁃ Origem do animal
⁃ Período que o animal passa no cativeiro
⁃ Espécie de vida livre: alta infestação parasitária
⁃ Animais recém importados: maior estresse, cuidados inadequados, má
adaptação
⁃ Descrição completa do ambiente em que vive o animal: tamanho do recinto,
material, substrato, ciclo de luz, fonte de calor, temperatura e umidade
⁃ Atividades recentes: alterações comportamentais, alimentação, ecdise,
defecação, ingestão de água, exposição a novos animais ou ectoparasitas
⁃ Bom histórico clínico
- Avaliar nível de estresse do animal
- Limitações imunológicas frente a agentes patogênicos
- Origem do problema clínico
Correção do manejo nutricional e ambiental é fundamental no tratamento clínico de répteis,
sendo na maioria dos casos a única terapêutica necessária
⁃ Exames auxiliares
- Radiografia
- Patologia clínica
- Coproparasitológico
Amostras biológicas: secreções, aspirados, biópsia, material de regurgitação e diarreia

3- Exames físico
⁃ Inspeção
- Répteis em geral não se adaptam bem a exames físicos
- O processo de contenção nem sempre é fácil
- Gostam de toques suaves, como os felinos
- Lagartos podem desprender a cauda durante a contenção
- Testudíneos podem não expor a cabeça e os membros
- Avaliação padronizada: cardíaca, respiratória, urogenital
- Escore corporal
- Estado de alerta: grau de consciência
Serpentes e lagartos:
⁃ Exposição da língua
⁃ Cavidade oral: mucosas, presença de hemorragia e secreções
⁃ Pele e escama: lesões ou ectoparasitas
⁃ Barbela, fosseta loreal, olhos
⁃ Palpação: cálculos vesiculares, distocia, aumento de órgãos e constipação
Testudíneos:
⁃ Cavidade nasal
⁃ Cavidade oral: mucosas, presença de secreções
⁃ Pele e escudo dérmico
⁃ Olhos
⁃ Palpação entre os espaços da carapaça

Imobilização química
⁃ Indução: 10-30 min
⁃ Recuperação: 24h-96h
ESCALA METABÓLICA
Répteis de pequeno porte: doses maiores
Répteis de grande porte: doses menores
⁃ Cetamina
22-44mg/Kg IM: sedação/ indução
55-88 mg/Kg IM: anestesia cirúrgica
110 mg/Kg IM: parada cardiorrespiratória
⁃ Aquecimento: pré, trans e pós

Doenças infecciosas, parasitárias e metabólicas dos répteis


Fatores pré disponente a doença infecciosa em répteis
⁃ Temperatura ambiental
⁃ Fotoperíodo
⁃ Estresse
⁃ Poluição do recinto
⁃ Traumas

Principais afecções que acometem répteis


TESTUDÍNEOS
⁃ Pneumopatias
⁃ Hipovitaminose A
⁃ Doenças ulcerativa do casco
⁃ Distocia
⁃ Doença ósteo-metabólica (DOM)
OFÍDEOS
⁃ Estomatite
⁃ Doença vesicular cutânea
⁃ Disecdise
⁃ Ectoparasitose e endoparasitose
SAÚRIOS
⁃ Doença ósteo-metabólica
⁃ Disecdise
⁃ Queimaduras
⁃ Distocia
CROCODILIANOS
⁃ Traumatismo/ lacerações
⁃ Hiperparatireoidismo nutricional secundário

• DOENÇA ÓSTEO-METABÓLICA (DOM) - OSTEODISTROFIA


⁃ Doença não infecciosa caracterizada pela falta ou redução na ingestão e
metabolismo de nutrientes como Ca, P, vitamina D, proteínas, Cu, Zn, Mn, e vitamina A
⁃ Função do Ca (cálcio) e P (fósforo)
- Permeabilidade de membranas
- Contrações cardíacas
- Funções neuromusculares
- Coagulação sanguínea
- Equilíbrio ácido-básico dos fluidos corporais
- Componente de enzimas vitais
- Componente dos ossos
SINAIS CLÍNICOS
⁃ Anorexia -> disfagia (dificuldade para engolir)
⁃ Deformação na carapaça
⁃ Crescimento vertical excessivo das pontes ósseas
⁃ Crescimento excessivo das unhas e ranfoteca (bico córneo)
⁃ Amolecimento do casco
⁃ Peso e tamanho inferior ao normal
⁃ Descalcificação óssea e fraturas espontâneas
⁃ Alteração angular dos ossos
⁃ Perda de dentes
TRATAMENTO
Correção imediata dos erros de manejo e alimentação
⁃ Correção das condições de cativeiro
- Correção dietética
- Correções ambientais
⁃ Administração de cálcio
⁃ Administração de Vitamina D3, tomar cuidado pois a vitamina D3 alta pode
causas lesões renais, calcificação de tecidos moles e morte

• HIPERPARATIREOIDISMO NUTRICIONAL SECUNDÁRIO


⁃ É uma enfermidade relacionada a alimentação
⁃ Causado pelo fornecimento de carne bovina como única fonte alimentar
⁃ Desencadeada por alterações de cálcio:fósforo, deficiência de cálcio e/ou
vitamina D
SINAIS CLÍNICOS
⁃ Fratura espontânea dos ossos
⁃ Mandíbula flexível: mandíbula de borracha
⁃ Aumento do volume do dorso
⁃ Paralisia

• TRAUMATISMOS
⁃ Qualquer injúria ou acidente que resulte em traumas físicos devido a
atropelamento, projéteis balísticos, maus tratos, disputas por território e fêmeas, mordeduras
ou roeduras
⁃ Caracterização clínica do estado do paciente
- Anamnese (histórico, manejo)
- Exame clínico
- Situações de emergência (exames neurológicos e oftalmológicos)
SINAIS CLÍNICOS
⁃ Fraturas/ luxações em membros torácicos e/ou pélvicos
⁃ Fraturas em coluna vertebral e costelas
⁃ Fraturas de casco
⁃ Feridas/ lacerações (mordeduras, roeduras, queimaduras)
⁃ Hemorragias
⁃ Incoordenação motora
TRATAMENTO
⁃ Estabilização do paciente avaliando:
- Choque
- Hemorragias na cavidade celomática (tórax e abdômen dos répteis)
- Lesões em órgãos
⁃ Fluidoterapia, avaliando o grau de desidratação
- Isotônica: perda de água e eletrólitos
- hipotônica: perda de sódio e diminuição na osmolaridade do plasma
⁃ Manejo de feridas
⁃ Analgesia e antibioticoterapia
⁃ Correções cirúrgicas

• PNEUMOPATIA
⁃ Infecção ou inflamação dos pulmões. Pode ser causada por vários
microorganismos diferentes, incluindo vírus, bactérias, parasitos ou fungos
⁃ A pneumonia em répteis é mais frequente secundária a más condições de
manejo e criação
SINAIS CLÍNICOS
⁃ Apatia
⁃ Letargia
⁃ Mucosas cianóticas (azuladas/ roxeadas)
⁃ Dispneia
⁃ Respiração com a boca aberta
⁃ Cabeça e pescoço distendidos
⁃ Descarga nasal
⁃ Ruídos na auscultação
⁃ Perda do equilíbrio na água
⁃ Infecções oculares e orais intercorrentes
TRATAMENTO
⁃ Correção de manejo
⁃ Antibioticoterapia
⁃ Nebulização
⁃ Fluidoterapia + suplementação vitamínica
⁃ Alimentação por sonda gástrica

• ESTOMATITE
⁃ A estomatite é uma enfermidade comum do trato alimentar superior
caracterizada por uma infecção da cavidade oral, que afeta animais anoréxicos e debilitados e
quando não tratada pode ter como resultado o óbito
⁃ Não é uma enfermidade primária
- Erros de manejo e criação (temperatura)
- Alimentação errônea
- Traumatismo
- Estresse
SINAIS CLÍNICOS
⁃ Podridão oral
- 1º Formação de petéquias
- 2º Progresso da infecção
- 3º Formação de exsudato caseoso/ perda dentária
- 4º Progresso da infecção causando infecções oculares/ pneumonia e sepse
TRATAMENTO
⁃ Correção de manejo: temperatura de conforto, menos estímulos estressantes
⁃ Antibioticoterapia
⁃ Limpeza da cavidade oral diariamente
⁃ Tratamento de suporte

• PROLAPSO
⁃ Tipos de prolapso de cloaca
- Cólon
- Útero e oviduto
- Pênis
- Bexiga
- Rins
⁃ Causas predisponentes
- Traumas penianos
- Constipação
- Separação forcada durante a cópula
- Infecção peniana
- Deficiência muscular/ neurológica no esfíncter da cloaca
SINAIS CLÍNICOS
⁃ Apatia
⁃ Anorexia
⁃ Depressão
⁃ Evidência do órgão prolapsado, edemaciado, avermelhado/ acinzentado, ou
com áreas de necrose
TRATAMENTO
⁃ Cirurgico - penectomia/ OSH
⁃ Tratamento conservador

• DISTOCIAS
⁃ É a retenção de ovos
SINAIS CLÍNICOS
⁃ Edema
⁃ Paralisia dos membros posteriores
TRATAMENTO
⁃ Aquecimento
⁃ Cirurgico

• HIPOVITAMINOSE A
⁃ Importante para a manutenção do epitélio de mucosa
⁃ Testunídeos jovens são mais suscetíveis
SINAIS CLÍNICOS
⁃ Olhos fechados ou com aumento de volume (edema ocular, blefarite,
conjuntivite)
⁃ Crescimento do bico córneo
⁃ Metaplasia escamosa das glândulas produtoras de mucina
TRATAMENTO
⁃ Vitamina A injetável
⁃ Limpeza do globo ocular + antibiótico tópico

• DISECDISE (ANOMALIA DA MUDA)


⁃ Temperatura e umidade inadequadas
⁃ Controle hormonal (tiroxina)
CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS
⁃ Células da camada intermediai se replicam, formando uma nova epiderme com
3 camadas
⁃ Linfa se difunde para a área entre as duas camadas e enzimas são liberadas,
formando a zona de clivagem
⁃ Pele velha então é trocada e o novo epitélio endurece, diminuindo a sua
permeabilidade
TRATAMENTO
⁃ Corrigir condições ambientais
⁃ Remoção manual da pele após 12h em imersão em água morna
⁃ Escudos oculares devem ser removidos com pinça
⁃ Óleo mineral

• DOENÇA ULCERATIVA DO CASCO


⁃ Acomete as placas córneas da carapaça e plastrão
TRATAMENTO
⁃ Debridação e higienização
⁃ Manter o animal em ambiente seco
⁃ Aplicar pomadas antimicóticas

• DOENÇA VESICULAR CUTÂNEA


⁃ É uma das mais comuns dermatites, acometendo o tecido subcutâneo
⁃ Forma-se vesículas contendo líquido, causando rompimento e
consequentemente uma contaminação secundária
TRATAMENTO
⁃ Drenagem
⁃ Desinfecção
⁃ Antibioticoterapia
⁃ Correção do manejo ambiental

• ECTOPARASITOSE
⁃ Piolhos
⁃ Carrapatos
TRATAMENTO
⁃ Ivermectina
⁃ Banhos de imersão em Neguvon 0,5%
⁃ Pulverização de terrários

• ENDOPARASITOSE
⁃ Coccidiose
⁃ Helmintose
TRATAMENTO para helmintos
⁃ Ivermectina

• QUEIMADURAS
⁃ Erro de manejo ambiental
SINAIS CLÍNICOS
⁃ Áreas enegrecidas com escaras necróticas
⁃ Escamas ressecadas e supuradas
⁃ Edema pulmonar e dispneia
TRATAMENTO
⁃ Limpeza diária da ferida
⁃ Pomada antibiótica
⁃ Antibióticos sistêmicos
⁃ Vitamina C, para regeneração celular
⁃ Hidratação
⁃ Analgesia

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