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Animais Selvagens

Profa.: Marly C. Wanderley


Répteis
• Ordem Squamata subordem Sauria(Lagarto,
Teiú, Iguana)
subordem Ophidia (serpente)

• Ordem Chelonia  Tartaruga, cágado, Jabuti

• Ordem Crocodylia  Jacaré, Crocodilo


Adaptação Descrição
Impermeabilização da pele (carapaças, escamas e para a proteção do animal contra o atrito durante
placas córneas) a locomoção e para evitar que o ambiente seco,
o vento e o sol desidratem o corpo.

Respiração pulmonar os pulmões são os órgão que possibilitaram aos


vertebrados a respiração em ambiente gasoso.

Esqueleto mais forte, sistema muscular mais o desenvolvimento destes três sistemas
complexo e sistema nervoso central melhor possibilita o equilíbrio e a sustentação do animal
desenvolvido em ambiente terrestre.

Excreção urinária concentrada adaptação necessária para evitar a perda de


grande quantidade de água, quando o organismo
excreta nitrogenados (tóxicos) no sangue;
eliminam, principalmente, ácido úrico que é
menos tóxico que a amônia e a uréia, sob a
forma de cristais insolúveis.
Reprodução com fecundação interna, a cópula pode ocorrer em ambiente aquoso
desenvolvimento direto, ovos com casca e (jacaré, tartaruga-marinha, etc.) e terrestre
anexos embrionários (jabuti, etc); os répteis desenvolveram um
sistema onde os espermatozóides são
introduzidos na fêmea através de um pênis ou de
contato entre cloacas. A desova ocorre em
ambiente terrestre e os filhotes saem dos ovos
com a forma adulta, não passando por estágios
intermediários de desenvolvimento.
Características fisiológicas

• Ectotérmicos  incapazes de manter temperatura corporal


constante por mecanismos intrínsecos.

• Termorregulação  ambientes adequados às suas


necessidades.

• Mecanismos de adequação à temperatura corporal.

• Importância da luz visível e da UV.


Subordem Sauria
• Grupo na classe Reptilia com maiores
variações morfológicas. 3.800 espécies
• Dentes de formato cônico, com polpa e
recobertos de esmalte.
• Podem ser substituídos (de maneira singular
para cada espécie ao longo da vida).
• Língua desempenha importantes funções
Subordem Sauria
• Olhos com pupilas redondas.
• Região auditiva externa: canal curto ou
simples depressão (membrana timpânica
facilmente percebida).
• Tegumento: textura variada.
• Ecdise: cíclica ou de forma contínua.
• Glândulas femorais, mais proeminentes nos
machos
1. Traquéia
2. Paratireóides
3. Timo
4. Tireóides
5. Aurícula direita
6. Aurícula esquerda
7. Ventrículo
8. Fígado
9. Esôfago
10. Pulmão
11. Vesícula biliar
12. Pâncreas
13. Estômago
14. Intestino delgado
15. Baço
16. Colon
17. Rins
18. Bexiga urinária
19. Reto
20. Cloaca
1. Aurícula 9. Intestino delgado
2. Ventrículo 10. Pâncreas
3. Pulmão 11. Ovário
4. Aorta 12. Oviduto
5. Fígado 13. Rim
6. Estômago 14. Colon
7. Baço 15. Bexiga urinária
8. Vesícula biliar 16. Abertura cloacal
Aurícula
11. Baço
2. Ventrículo
12. Testículos
3. Esôfago
13. Rim
4. Aorta
14. Epidídimo
5. Pulmão
15. Cólon
6. Fígado
16. Bexiga urinária
7. Vesícula biliar
17. Ureter
8. Pâncreas
18. Cloaca
9. Estômago
19. Hemipênis
10. Intestino delgado
Aparelho reprodutor em macho de Gallotia sp

Testículos de Gallotia sp
Estruturas anatômicas

Glândulas femurais
Tegumento

Glândula pineal e Olho parietal ou 3º olho Importante mecanismo de defesa:


Autotomia na cauda
Membrana timpânica em iguana

Língua protátil

As cobras e lagartos utilizam o órgão


vomeronasal a fim de detectar a presença de
presas em sua volta, revelando repetidamente
a sua língua ao ar livre e, logo após, trazendo-a
de volta ao interior de sua boca, passando-a na
abertura deste órgão
Luz UV
Lagartos
7-
herbívoros Vitamina D3 Forma ativa da
desidrocolesterol colecalciferol vitamina D

Metabolismo do Cálcio
Erros mais comuns
1. Não propiciar iluminação de amplo espectro
2. Posicionar o réptil próximo à janela
ensolarada
3. Utilização de bulbo incorreto
4. Não substituir as lâmpadas de amplo
espectro (a cada 6-8 meses)
5. Área inadequada para aquecimento (por
indivíduo)
Luz Visível
Controle do relógio biológico
Controle neuroendócrino das atividades produtivas
periféricas

• Desenvolvimento de órgãos sexuais,


• produção de óvulos,
• produção de semen,
• ingestão de alimentos,
• crescimento
Consumo de água
• Forma biomecânica  sucção, lambidas,
encher a boca de água e levantar a cabeça
• Padrões etológicos
Complementação nutricional
• Grilos, gafanhotos, larvas de cera e tenébrios
 fácil cultivo comercial e alimentação
comum de espécies insetívoras

• Complementos de cálcio comerciais


Reprodução
• Amniotas
• Ovíparos ou vivíparos
• Espécies partenogênicasLacerta sp
• Bissexuadas
• Comportamento reprodutivo  sazonal 
fotoperíodo e ciclo térmico
• Cativeiro  novo macho no terrário  graves
ferimentos ou morte
Reprodução
• Ovíparos  postura  dias, semanas ou até 3
meses após acasalamento
• Em cativeiro  retirar os ovos o mais breve
possível não girar os ovos durante a incubação
• Incubação artificial 29 a 31 graus, umidade
relativa 80%  período varia de 1 a 3 meses para
a maioria das espécies
• Lagartos vivíparos  gestação de 4 a 11 meses 
devem ser separados os filhotes logo após o
nascimento
Reprodução
• Temperatura de incubação determina o sexo
 menores temperaturas: fêmeas
• Temperatura pivotante: 50% cada sexo 
varia para cada espécie
• Conversão de testosterona
Aromatase materna em estradiol

• Conversão da testosterona
5-aflfa-redutase materna em diidortestosterona
Instalações
• Temperatura  observar temperatura crítica 
no máximo < 5°C na zona mais fria e 2 °C na mais
quente
• Umidade 35 e 60%
• Iluminação  fundamental para o bem-estar
• Espaço  de acordo com a atividade da espécie
 de 2 a 3 CC de comprimento X 1 a 1,5 CC
largura e 1 CC para terrestres ou fossoriais e
arborículas ou trepadoras  2 a 3 C
Consulta e Manejo
• Imobilização  segurar por trás na altura do
ombro e da pélvis e afastado do corpo de que
estiver segurando
• Lagartos de grande porte  caso agressivos 
jogar toalha umedecida na cabeça para
desorientá-los
• Cuidado ao examinar animais hipocalcêmicos
• Iniciar o exame físico pela cabeça em iguanas a
tração da barbela força a abertura da boca
Microtipagem
• Músculo quadríceps esquerdo ou tecido
subcutâneo desta região  todas as espécies

• Lateral esquerda do corpo  espécies muito


pequenas

• Fechamento da pele  sutura ou cola


cirúrgica
Fluidoterapia
• Avaliação da desidratação  difícil: observar olhos fundos
e dobras excessivas de pele
• Seleção de fluidos 
Isotônicos: perdas de sangue, cirurgias e diarréia
Hipotônicos: anorexia prolongada
Hipertônicos: pouco recomendada, exceto para répteis de
grande porte
Transfusões de sangue: lagartos da mesma espécie ou
relacionados EV ou IO
Super-hidratação de répteis com função renal comprometida
 sobrecarga vascular insuficiência cardíaca e morte
Reposição de fluídos
• Volume do plasma em répteis  6 ml/100g
• Taxas de reposição:
1. 0,5 a 1,0 ml/100g/h atingindo uma média de
1,5 a 3,0 ml/100g/dia
2. 0,5 a 2 % do pv. De fluído isotônico de
reposição. Ex: solução de Hartmann
• Banhos diários em águas rasas e mornas 
estímulo à ingerir água, evacuar e urinar
Administração de fluídos
• Sondagem estomacal  relativamente fácil em
lagartos pequenos
• Sonda pode ser colocada por esofagostomia
• Todos os fluídos parenterais devem ser aquecidos
a 26 °C
• Veia caudal na face ventral
• Veia cefálica  incisão cirúrgica
• Cavidade da tíbia  via intra óssea (IO)
• Realizar fluído intracelomático com cautela
Analgesia
Analgésico Dose

Buprenorfina 0,005 – 0,02 mg/Kg IM a cada 24 a 48 h

Butorfanol 0,4 – 2,0 mg/Kg SC, IM  BID

Carprofeno 1,0 -4,0 mg/Kg SC, VO  24-72 h

Ketoprofeno 2,0 -4,0 mg/Kg SC, IM  24-48 h

Meloxicam 0,1-0,5 mg/Kg Sc, VO  24-48 h

Morfina 0,05- 5 mg/Kg IC  6-8 h

Peptidina 2-4 mg/Kg IC  6-8 h


Anestesia
Protocolo anestésico padrão:
1. Pré-medicação:
a- sulfato de atropina 0,01-0,04 mg/Kg IM ou IC
2. Indução:
a- Propofol 10 mg/Kg EV veia coccígea ventral
3. Intubar e manter com isoflurano
4. Adotar ventilação intermitente com pressão positiva a cada
30 segundos
5. Oxímetro de pulso, ultrassom, ECG para monitoramento
6. Anestesia ideal  infiltrar o local da cirurgia com anestésico
local
Anestesia Parenteral
• Ketamina  5,0 mg/kg IM + Medetomidina
100- 150μg/Kg IM
Reverter com atipamezole na dose de 5 vezes a dose da
medetomidina (demora de 25 a 30 minutos)

• Tiletamina-Zolazepam  5,0-10 mg/Kg IM


Recuperação
• Continuar com VIPP até que retorne a respiração
espontânea
• Caso seja utilizado apenas oxigênio, alterar para
ventilação manual com ar, caso seja possível
• Os lagartos são tolerantes à anóxia, portanto
continuar com VIPP ainda que não haja uma
resposta óbvia
• Doxapram: 5-10 mg/Kg EV, IO ou na mucosa
língual
Recuperação
• Deixar pontos por 15 dias no mínimo
• Medicamentos tópicos de ação cicatrizante: ketanserina
• Comuns casos de amputação de membros  traumatismos
e infecções graves (gangrenas e abscessos) e neoplasias
• Não suturar a cauda amputada de um lagarto
• Cirurgias na cavidade celomática: distocias, ingestão de
corpo estranho, impactação digestiva e neoplasia Prover
respiração passiva artificial
• Fazer abordagem lateral: evitar a linha média  grande
plexo sanguíneo
• Cuidado com os sacos aéreos
Diagnóstico
• Coleta de sangue  cardiocentese, punção da
jugular, veia caudal ventral, laterais, braquiais,
poplíteas e por corte da unha
• Diagnóstico por imagem: RX, ultrassom,
Doppler
Doenças e terapêutica
• Doenças infecciosas virais:
Poxivírus, papilomavírus, herpesvírus
dermatites verruculosas, bolhosas ou
ulcerativas
Adenovírus, picornavírus e parvovírus 
doenças gastrointestinais
Doenças infecciosas bacterianas
• Gastroenterites, pneumonias e septicemias
• Principais bactérias: Gram - :
Salmonelas spp, Pseudomonas spp, Klebsiella
spp, Aeromonas spp

Invasão de tecidos e
produção de toxinas
Doenças infecciosas bacterianas
• Terapêutica antimicrobiana
Amicacina  5mg/Kg IM 48 h
Carbenicilina  400mg/Kg IM 24 h
Ceftazidima 20mg/Kg IM 48 h
Cloranfenicol 50 mg/Kg SC 12-72 h
Gentamicina 2,5 mg/Kg IM 72 h
Enrofloxacina 5-10 mg/Kg IM, SC, PO 24 - 48 h
Doenças micóticas
• Dermatopatias (Gêneros: Fusarium, Tricosphorum e fungos da classe
Zygomicetes  manchas escuras na pele (gecos são mais susceptíveis)

• Candida spp  Enfermidades gastrointestinais em animais debilitados

• Aspergillus  micotoxicose e aspergilose

Tratamento: antimicóticos tópicos e sistêmicos:


Cremes fungicidas a base de nistatina, cetoconazol, miconazol e outros
Sistêmico: cetoconazol 10-30 mg/Kg por 30 dias, em dias alternados
Doenças parasitárias
• Helmintos Nematódeos Oxiurídeos e
Entomelas
• Helmintos Cestódeos Spirometra e
Acanthotaenia
• Protozoários  Cariosporas, Isosporas,
Eimeria, Entamoeba e Giardia
• Hemoprotozoários  Haemogregarinas,
Hepatozoon, Plasmodium, Leishmania,
Schellackia e Leucocytozoon
Doenças parasitárias
• Metazoários hemoparasitas  microfilárias
• Ectoparasitas  um dos principais
problemas em criatórios: carrapatos do
gênero Amblyoma e outros parasitas das
famílias Ixodidae, trombiculidae,
Ixodorhunchiae e Ophyoptidae
• Tratamento: Ivermectina 200μg/Kg SC;
fipronil, Imidaclopride (100g/L) associado a
moxidectina (25g/L) (Advocate)
Doenças não infecciosas
• Má nutrição em cativeiro:
Problemas reprodutivos por obesidade
Distúrbios renais alta ingestão protéica e
consumo insuficiente de água
Distúrbios nervosos deficiência de
vitaminas
Disecdise  carência hídrica, protéica ou
vitamínica
Doenças não infecciosas
• Osteodistrofia metabólica 
insuficiência de cálcio no sistema
esquelético:
1. Baixa ingestão de cálcio
2. Não exposição à luz ultravioleta
3. Dieta excessivamente rica em Fósforo
Doenças não infecciosas
• Osteodistrofia patológica 
1. Doenças primárias nos rins
2. Fígado
3. Glândulas ultimobranquiais
4. Paratireóide
Tratamento
• Osteodistrofia patológica 
Soluções orais ou parenterais (SC ou IC) de
cálcio: Gluconato de cálcio 10%  100 a
500 mg/Kg semanalmente por 4 semanas
+ suplemento de vitamina D No terço
final do tratamento reduzir gradualmente
os medicamentos para estimular o
equilíbrio entre paratormônio e
calcitonina

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