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INTRODUÇÃO
A listeriose é uma enfermidade infecciosa de origem alimentar, causada pelo Gênero Listeria.
Essa doença apresenta baixa prevalência, ou seja poucos casos, porém tem importância
significativa devido alta mortalidade – que é em torno de 20 a 40% nas populações, como: os
neonatos, animais idosos e imunossuprimidos
A bactéria causadora da listeriose foi descrita pela primeira vez no ano de 1926 por Murray e
colaboradores
Após essa descrição foi observado a presença de seis espécies desse gênero, conhecidas como:
Listeria monocytogenes, listeria ivanovii, Lis. Innocua, L. wlshimeri, L. grayi e L. seeligeri; sendo
as mais patogênicas a Listeria monocytogenes e a Listeria ivanovii
Esse agente causador da listeriose é descrita em: animais selvagens, domésticos, aves, peixes e
no homem, sendo assim uma doença zoonótica, sendo encontrada em produtos de origem
animal, como leite, carne bovina, suína, de aves, peizes e embutidos
ETIOLOGIA
Intracelular facultativa
EPIDEMIOLOGIA
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- Alguns surtos ao longo dos anos 80 e 90, ligados ao consumo de produtos animais atingiram
diretamente o ser humano, como:
Estes surtos acabaram por exigir que medidas sanitárias se tornassem mais restritivas, o que
torna surtos nos dias de hoje mais improváveis.
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Fatores predisponentes
- Estações do Ano – Inverno. Neste caso, nos países frios os animais ficam confinados no
inverno fazendo com que fiquem mais próximos às fezes, urina e descargas genitais uns dos
outros.
- Silagem – PH superior a 5,5; - O PH superior a 5,5 propicia ambiente favorável a multiplicação
bacteriana, sendo este o principal fator predisponente.
- Manejo – Estresse: fatores como estresse tem impacto na imunidade dos animais, assim o
sistema imune tem menor chance de debelar a infecção.
- Pastagem, feno, cama de frango – a contaminação causada pelo manejo sanitário deficiente
favorece a presença da bactéria;
- A troca de dente em animais jovens cria uma porta de entrada para a bactéria;
PATOGENIA
Dessa forma, a Listeria pode causar diversas lesões sem sistemas variados como SNC
(encefalites), abortos, hepatites e raramente septicemia.
Ainda não foi comprovado como a bactéria causa encefalite, mas diversas hipóteses já foram
sugeridas como via hematógena, já que as lesões cerebrais seguem o padrão vascular do
encéfalo, via cavidade oral pelos dentes, mas atualmente a hipótese mais aceita é via nervo
trigêmeo, onde pelo axônio, a bactéria chega até o gânglio trigeminal atingindo o SNC. No
encéfalo, já foram encontradas lesões em medula oblonga, ponte, diencéfalo e cerebelo.
A Listeria pode causar abortos. A bactéria por via hematógena atinge o útero causando
placentite com necrose de cotilédones, exsudato vermelho- amarronzado, feto autolizado com
lesões em fígado e baço. A septicemia é muita rara, e quando ocorre afeta animais neonatos
em razão de infecção intra-uterina ou fêmeas prenhes imunossuprimidas, onde são
encontradas lesões nodulares necróticas em fígado e baço.
SINAIS CLÍNICOS
O animal também pode apresentar paralisia dos músculos faciais, perda da função motora ao
redor dos olhos. Com relação a paralisia dos músculos faciais, isto acarreta em uma dificuldade
de mastigação, salivação excessiva, desidratação, acúmulo de alimento na cavidade oral,
refluxo de alimento e aspiração do conteúdo rumenal, queda da orelha e do lábio inferior. Já a
perda ao redor dos olhos, pode acarretar em uma queratite (inflamação na córnea) secundária
em virtude da falta de reflexo palpebral.
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Um sinal clássico da doença é locomoção sem uma orientação definida, com tendência
de deslocamento em círculos, sempre na mesma direção. Muitos animais também apóiam a
cabeça contra obstáculos e assim permanecem até a morte.
Em pequenos ruminantes, Os quadros de encefalite são mais agudos que nos bovinos e, em
dois ou três dias, estes animais costumam morrer.
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A forma abortiva ocorre em todos os mamíferos, mas são mais comuns em vacas, ovelhas e
cabras. Em bovinos pode haver natimortos ou abortamentos em torno do sétimo mês de
gestação ou posteriormente, e quase sempre há retenção da placenta e febre.
Na forma septicêmica, em animais jovens (cabritos, cordeiro, bezerros e leitões), a forma mais
comum é a septicêmica. A síndrome em geral compreende: depressão, fraqueza, emaciação
(perda de massa muscular e de gordura), febre, diarréia em alguns casos, apresentando
necrose hepática e gastro-enterite à necrópsia.
DIAGNÓSTICO
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Amostras de tálamo, telencéfalo caudal, cerebelo e medula espinhal cervical devem ser
coletadas e mantidas refrigeradas ou congeladas e encaminhadas para realização do
diagnóstico diferencial de raiva por imunofluorescência direta e prova biológica.
Esses achados tornam-se ainda mais relevantes quando analisamos o potencial zoonótico da
doença.
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É interessante ressaltar que o isolamento de Listeria spp. por meio da placenta e líquido
amniótico, associado aos sintomas clínicos, podem sugerir a forma de listeriose neonatal.
Além disso, é possível visualizar a bactéria pelo método de coloração de Gram, onde a bactéria
apresenta-se em forma de bacilos curtos com extremidades arredondadas, podendo ocorrer
isoladamente ou em cadeias curtas e em menor frequência em longos filamentos, não formam
esporos ou cápsula.
Entretanto, estes métodos de detecção convencionais são trabalhosos, levando vários dias
para sua identificação final, além do custo ser relativamente caro.
TRATAMENTO
Os tratamentos dos casos de encefalite são efetivos apenas quando diagnosticados
precocemente, mas muitas vezes os animais já apresentam um quadro avançado em que os
danos cerebrais são muito extensos. Então, nestes casos, o tratamento deve ser avaliado de
acordo com o grau pois as chances de sucesso são muito pequenas. Em relação aos ovinos e
caprinos que são acometidos a fatalidade pode ser alta mesmo quando o tratamento é
realizado de forma precoce.
Formas de tratamento:
- A terapia deve se estender por 2 a 4 semanas para completa resolução e diminuição dos
casos de recidiva.
PREVENÇÃO E CONTROLE
Em relação ao estresse, sabemos que um animal estressado irá apresentar altos níveis de
cortisol e consequentemente haverá imunossupressão. Se preocupar com o bem estar geral,
evitando e neutralizando situações que causem incomodo ao animal (calor, ruídos e sons altos,
espaços pequenos, etc).
Existem vacinas que vem sido desenvolvidas e algumas apresentam bons resultados como
diminuição da incidência ou severidade dos casos. Mas, por ser uma doença esporádica e pela
falta de interesse da indústria veterinária não estão disponíveis comercialmente.