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Aula nº 04

Sarcocystidae

Prof.ª Ana Carolina Messias


Sarcocystidae
- Heteroxenos;
- Oocistos esporulados com dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos;
esporogonia no intestino do hospedeiro definitivo ou no meio ambiente; estádios
assexuados no hospedeiro intermediário.
Sarcocystidae
Os protozoários da família Sarcocystidae apresentam distribuição mundial, sendo
comuns em ruminantes, responsáveis por causar importantes perdas econômicas.
Possuem ampla diversidade de espécies.

Constituída por protozoários


heteroxênicos
Sarcocistose
Cães, gatos Sarcocystis cruzi
e humanos Sarcocystis hirsuta e Sarcocystis hominis
Sarcocystis suihominis
S. levinei, S. capracanis, S. tenella
e S. miescheriana
Sarcocistose
Sarcocystis spp
- É um coccídio intracelular com um ciclo de vida que requer dois hospedeiros, usualmente um
carnívoro e um herbívoro (ciclo predador-presa);
- Afeta uma ampla variedade de mamíferos que atuam como hospedeiros intermediários, na qual
desenvolvem a fase assexuada e com desenvolvimento de cistos localizados nas células
musculares de mamíferos, aves e répteis;
- Nos hospedeiros intermediários o parasito desenvolve cistos musculares após o animal ingerir
oocistos e esporocistos livres eliminados por um hospedeiro definitivo.
Ciclo Biológico
Hospedeiro Definitivo – HOMEM, CÃES e GATOS
Hospedeiro Intermediário - BOVINOS
Transmissão
- Ingerir carne de animais herbívoros ou onívoros (hospedeiros
intermediários) contaminada com sarcocistos (cistos teciduais);

- Os hospedeiros intermediários adquirem o parasito ao ingerir


esporocistos que são eliminados nas fezes dos hospedeiros definitivos;

- Os esporocistos de Sarcocystis hominis só aparecem nas fezes do


homem 10 dias após a infecção.
Transmissão
Sinais
- Febre
- Anorexia
- Prostração
- Palidez das mucosas
- Corrimento nasal e ocular
- Dispnéia
- Salivação, podendo causar a morte. Estes sintomas costumam ser mais graves
em pacientes imunocomprometidos.
Sinais

Queda da produção leiteira

Casos de abortos

Retenção de placenta

Nascimentos de animais fracos


Diagnóstico
- Em cães e gatos, o exame de fezes pode ser útil no diagnóstico. Como diagnóstico
diferencial os testes de RIFI e ELISA podem ser usados.
Tratamento
- Não existe tratamento eficaz para a
infecção em nenhum dos hospedeiros.
Profilaxia
- Não ingerir carne crua do hospedeiro
intermediário;

- Não deixar carcaças de animais abatidos no


campo, evitando que sejam consumidas
pelos cães;

- Esclarecer aos habitantes rurais sobre esta


enfermidade.
Toxoplasmose
Toxoplasma gondii

Hospedeiro Definitivo - GATO


Toxoplasmose
Toxoplasma gondii
MORFOLOGIAS

- Oocisto imaturo (morfologia infectante)

- Gametócitos

- Taquizoítos

- Bradizoítos

- Merozoítos
Toxoplasmose
Toxoplasma gondii
Hospedeiro Intermediário – HOMEM – Ciclo assexuado
Toxoplasmose
Toxoplasma gondii

MORFOLOGIAS

- Taquizoítos

- Bradizoítos

- Merozoítos
Ciclo Biológico
Transmissão
Nos felinos ocorrem partir do contato do gato com os ovos do parasita, chamados Ovócitos.
Nas imagens vejam as formas de transmissão em humanos.
Sintomas - Felinos
- Vômitos

- Diarreia

- Também podem ser observados sinais originados pela


acumulação de imunocomplexos. São eles: dispneia, tosse,
icterícia, febre, linfadenopatia, dor muscular, pancreatite,
uveíte, retinocoroidite e até encefalite.
Sintomas - Felinos
Sintomas - Humano
Os sintomas da toxoplasmose são variáveis e associados ao estágio da infecção,
(agudo ou crônico). Os sintomas normalmente são leves, similares à gripe,
dengue e podem incluir dores musculares e alterações nos gânglios linfáticos.
Pessoas com baixa imunidade: podem apresentar sintomas mais
graves, incluindo febre, dor de cabeça, confusão mental, falta de
coordenação e convulsões.
Sintomas - Humano
Gestantes: abortamento ou nascimento de criança com icterícia,
macrocefalia, microcefalia e crises convulsivas.
Sintomas - Humano
Recém-nascidos: (Toxoplasmose Congênita), cerca de 85% dos casos não
apresentam sinais clínicos evidentes ao nascimento. No entanto, essas crianças
podem indicar alterações como restrição do crescimento intrauterino, prematuridade,
anormalidades visuais e neurológicas. Sequelas tardias são mais frequentes na
toxoplasmose congênita não tratada. Há casos relatados de surgimento de sequelas
da doença, não diagnosticadas previamente, ocorrendo apenas na adolescência ou
na idade adulta.
Prognóstico
Depende da gravidade das lesões e da zona onde se encontrem os quistos. Os piores
casos são aqueles em que o sistema nervoso central também é afetado.
Diagnóstico
Deve ser baseado em uma combinação de sinais clínicos, teste
sorológico, demonstração histopatológica do parasito nos tecidos,
prova biológica e exame de fezes.
Tratamento
A Clindamicina durante 30 dias. A sintomatologia é rapidamente revertida,
exceto os sintomas oculares e neurológicos.
Tratamento
O tratamento das lesões oculares consiste na clindamicina tópica, em
conjunto com corticoides tópicos ou sistêmicos.
Profilaxia
- É necessário que ele não ingira cistos de tecidos infectados;
- Evitar que eles se alimentem com carnes cruas ou mal cozidas;
- Controlar as saídas dos bichanos para a rua
- Dentro de casa e com a higiene em dia, dificilmente o animal será contaminado.
Neospora
Neospora caninum / Neospora hughesi
Os protozoários Neospora caninum e N. hughesi infectam os equinos e podem
provocar diferentes sinais clínicos associados a problemas reprodutivos ou a
distúrbios neurológicos, respectivamente. A patogenia da neosporose é pouco
conhecida nos equinos, bem como as fontes de infecção horizontal de N.
hughesi.
- Os cães e coiotes são hospedeiros definitivos de N. caninum

- Possui diversos hospedeiros intermediários, como bovino,


equino, cabra, ovelha, búfalo, veado e antílope. Tem-se o rato
doméstico (Rattus novergicus), a raposa e guaxinim também
como hospedeiros intermediários.
Ciclo Biológico

Cães e coiotes infectam-se ingerindo


tecidos de bovinos e de outras espécies
que contenham cistos, além da ingestão
de oocistos esporulados livres no meio
ambiente, denominada de transmissão
horizontal. A transmissão vertical ou
transplacentária é a forma mais
frequente de infecção por N. caninum,
sendo uma importante forma de
manutenção do agente nos rebanhos.
Transmissão
- Vertical também existe nos hospedeiros intermediários, neles
também ocorre à transmissão horizontal pela ingestão de água ou
alimentos contaminados com oocistos e cistos teciduais.
Sinais Clínicos
– Cães de qualquer idade podem desenvolver a neosporose, pode-se
manifestar de forma generalizada, com vários órgãos envolvidos, inclusive
a pele, a qual se observa lesões cutâneas.
– Paresia dos membros pélvicos, a qual pode progredir para paralisia.
– Apresentam dificuldade na deglutição, com paralisia da mandíbula,
atrofia muscular e falha cardíaca.

Os sinais clínicos variam de acordo com a magnitude da lesão no sistema


nervoso central e periférico.
Diagnóstico
- Neosporose baseia-se em exames histopatológicos dos fetos abortados,
analisando as características das lesões dos tecidos fetais com testes de
imunoperoxidase e PCR (Reação de Polimerase em Cadeia);

Realiza-se a observação microscópica das lesões dos tecidos,


principalmente no cérebro, no entanto, não se considera um
procedimento sensível;

- ELISA;

- A imunofluorescência indireta foi o primeiro teste sorológico


desenvolvido sendo considerada a técnica mais comumente utilizada dos
diagnósticos sorológicos.
Profilaxia
- Deve-se ficar atento com as medidas de controle, as quais seriam evitar
que os cães contaminem o alimento e a água dos bovinos com as fezes;

- Evitar que os cães alimentem-se com a placenta bovina;

- Evitar a presença dos roedores nas fazendas;

- Não há indicativos de agentes quimioterápicos efetivos que podem ser


usados para prevenir a transmissão vertical da neosporose. Além disso,
apesar dos avanços imunobioquímicos no estudo de N. caninum, ainda
não foi elaborada uma vacina eficiente para a prevenção da doença.
Cystoisospora
Isospora belli / Cystoisospora belli
- Protozoário coccídeo causador da isosporíase, doença rara que tem sido
registrada em países das mais diversas regiões do mundo. Afetam cão, gato e
humanos.
Cystoisospora
Isospora belli / Cystoisospora belli
O oocisto constitui a forma infectante da isosporíase, pois é eliminado nas fezes e
possibilita a infecção por via fecal-oral. O ciclo assexuado tem início quando o
oocisto é formado e eliminado, sendo que após a sua eliminação se dá a
esporulação.
Ciclo Biológico

Após a
ingestão, o
oocisto
esporulado
rompe no
intestino
liberando os
esporozoítos
que invadem
os enterócitos.
Ciclo Biológico
- O crescimento do esporozoíto, o núcleo começa a se dividir várias vezes, de
forma assexuada, o que resulta em uma forma multinucleada, o esquizonte.

- Depois da formação do esquizonte, ocorre uma repetição da etapa anterior,


processo que passa a se denominar esquizogonia. Sua função é produzir
merozoítos, permitindo a invasão de novas células hospedeiras. A partir desses
merozoítos pode recomeçar outro ciclo assexuado ou iniciar um processo de
reprodução sexuada (esporogonia).
Transmissão
- Ocorre pela eliminação de oocisto com as fezes de um animal doente. Estes
oocistos são formas de resistência do parasita podendo contaminar tanto o
solo quanto à água. Assim, quanto menor a higiene local, maior o perigo de
contágio de outros animais.

- Ingestão de oocistos (formas infectantes).


Sinais Clínicos
São inúmeras as causas das diarreias, mas em grande parte ela está associada às
enterites (processos inflamatórios).
Diagnóstico
- Baseado no histórico clínico do animal, na sintomatologia, na detecção de
oocistos do parasita nas fezes, bem como através da avaliação de lesões macro e
microscópicas e na presença de formas endógenas do parasito em esfregaços e
cortes histológicos da mucosa intestinal.
Tratamento
- Varia de acordo com a espécie afetada, no caso de cães e gatos, os
medicamentos a base de sulfa e suas associações são indicadas, como por
exemplo, a composição de Sulfadimetoxina-Ormetoprim na dose de 200 mg/kg.

Onde sabe-se que o ativo Sulfadimetoxina atua na supressão da


eliminação de oocistos além de limitar o quadro de diarreia associado a infecção
por isosporose.
Profilaxia
- Retirada das fezes do ambiente;

- Limpeza e desinfecção do ambiente;

- Oferecer água filtrada;

- Higienização de comedouros e bebedouros.


Bons estudos!!

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