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Prof.

Guilherme Caetano Garcia


 Doença causada por protozoário:
 Toxoplasma gondii

 Protozoário facilmente encontrado na natureza;


 Especialmente em regiões de clima temperado e tropical.

 É um parasita que é capaz de infectar outras espécies além do


homem:
 Pássaros, roedores, animais silvestres, animais de companhia e de
produção (bovinos, caprinos, suínos, ovinos);
 Importante problema de saúde pública no Brasil;
• Protozoários:

• Filo: Apicomplexa

• Classe: Sporozoa

• Ordem: Eucoccidia

• Família: Sarcocystidae

• Gênero: Toxoplasma

• Espécie: T. gondii
 Retinocoroidite;

 Calcificações cerebrais;

 Perturbações neurológicas;

 Hidrocefalia ou microcefalia;

 Associado a esquizofrenia e a

Tumores cerebrais;

 Abortos.
Prevalência mundial da toxoplasmose em gestantes.

Fonte: Pappas G. Int J Parasitol. 2009; 39(12):1385-94


 Distribuição mundial;

 Sua ocorrência está associada a:

 Condições climáticas da região;

 Hábitos higiênicos;

 Hábitos alimentares;

 Hábitos culturais da população;


HD: Se infecta com Bradizoítos, Taquizoítos ou Esporozoítos!
 Três formas infectantes principais:
 Bradizoítos;
 Taquizoítos;
 Esporozoíto (dentro dos oocistos esporulados) .

 Parasito intracelular obrigatório;

 Doença de caráter oportunista em pacientes


imunocomprometidos;

 Estima-se que a prevalência da infecção crônica


seja de 10 – 75% na população de diversos
países do mundo;
 Produzidos nos enterócitos dos felídeos não imunes e
liberados nas fezes ainda imaturos;

 No meio ambiente, esporulam;


 Aumento de volume do parasito
 Produção de esporozoítos no seu interior

 O oocisto esporulado contém dois esporocistos;

 Cada esporocisto contém 4 esporozoítos.

 Responsáveis pela infecção do hospedeiro intermediário


quando esporulados;
• Oocistos esporulados podem sobreviver por longos
períodos de tempos em condições moderadas de
temperatura e umidade (ex. Solo úmido).

• Oocistos no solo podem ser mecanicamente


transmitidos por moscas, besouros, etc e também
podem sobreviver por longo períodos de tempo sobre
frutas e vegetais.
 Esporozoítos são liberados pelos oocistos esporulados;

 Penetram no epitélio intestinal e invadem vários tipos


celulares;

• Esporozoítos são infectantes e


ao serem ingeridos se
multiplicam originando os
taquizoítos  bradizoítos 
cistos.
 Esporozoítos ao invadirem as células do hospedeiro
intermediário, recebem o nome de taquizoítos;

 Os taquizoítos se dividem várias vezes de fora assexuada,


até o rompimento da célula hospedeira;

 Os taquizoítos livres são transmitidos de mãe para feto, ou


pela amamentação (Transmissão transplacentária - pois
atravessam a placenta - ou congênita);

 Caracterizam a fase aguda da doença.


• Disseminação por via sanguínea ou linfática;

• Os taquizoítos invadem os tecidos muscular, nervoso


(cérebro) e vísceras;

• Ocorre somente nas fases iniciais da infecção


primária quando não há resposta imune
 Sua multiplicação é lenta, ocorre dentro do cisto;

 Presente na fase crônica da infecção;

 Encontrado dentro do vacúolo parasitófaro em:


 Músculo esquelético,
 Músculo cardíaco,
 Retina,
 Tecido nervoso.
• Ao chegarem no músculo, os taquizoídos viram bradizoítos.

• Começam a ser reconhecidos pelo sistema imune e encistam;

• Há formação dos cistos em vários tecidos principalmente muscular, nervoso,


particularmente cérebro. Fase crônica da doença;

• Cistos podem permanecer viáveis por muitos anos, protegidos da resposta


imunológica. A resposta imune não é capaz de eliminar os cistos;

• Em imunodeprimidos o cisto pode se romper, os bradizoítos readquirem as


características invasivas dos taquizoítos  pode ocorrer disseminação fatal
do parasita.
Fezes de gatos Carnes
(Oocistos) (Cistos)

Taquizoítos

Saliva

Congênita ou Esperma
Leite
transplacentária
• Severidade da doença clínica é dependente do grau e localização do tecido
acometido, a necrose tecidual é proporcional à multiplicação do parasita;

• O quadro clínico está relacionado com o órgão acometido;

• Com exceção das infecções disseminadas agudas, que podem ser fatais, o
hospedeiro geralmente se recupera, aproximadamente, na terceira semana
após a infecção, quando os taquizoítos começam a desaparecer;

• Doenças concomitantes ou imunossupressão podem agravar o quadro.


• Taquizoítos  podem causar áreas de necrose no miocárdio,
pulmões, fígado e cérebro.

• Fase crônica da doença  produção de bradizoítos,


geralmente é assintomática

• Primo-infecção em animais prenhes  recém-nascido:


graves lesões congênitas no SNC e outros tecidos
(retinocoroidite).
Não apresenta
nenhum sintoma
ou

Febre Sintomas variados Cutânea

Abortos Ocular
encefalites

Enfartamento
de gânglios
Crianças e adultos

Durante a gravidez
10% sintomático 90%
(Quadro autolimitado, sintomas assintomático
inespecíficos: linfadenopatia,
fadiga, febre, cefaléia, dor de
garganta, mialgia)
Placenta

Infecção Latente
(assintomática)
Reativação Risco de Transmissão
Imunocompetente: coriorretinite e
Doença Congênita
Imunodeficiente: encefalite no HIV+
Congênita ou pré natal:
Mãe fase aguda ou reagudização da doença

Aborto
Partos Fetos
precoces ou a anomalias
termo graves

40-50% dos fetos morrem


•Possível em casos de infecção aguda materna ocorrida durante gravidez

•Risco de transmissão varia:

• Virulência da cepa;

• Carga parasitária
A primoinfecção ocorreu antes ou durante
• Imunidade a gravidez?

• Trimestre da gestação : • Se antes, risco nulo de transmissão


fetal.
1 trim - 10-25% chance/feto
• Se durante, iniciar tratamento materno
2 trim - 30-54% chance/feto
e avaliar o feto.
3 trim - 60-85% chance/feto
•1º Trimestre:
Aborto
(mãe positiva)

Aborto
Nascimento prematuro
•2º Trimestre:
Anomalias congênitas
Criança normal

Criança normal
•3º Trimestre: Toxoplasmose multiforme: hepatomegalia, lesões oculares,
miocardites, comprometimento ganglionar, anemia,
•Suínos: Abortos, crias fracas.

•Bovinos: Rara e normalmente assintomática.

•Ovinos e caprinos: Encefalite, Pneumonia, Abortos, Conjuntivite.

•Equinos: Cariorretinite, sintomas nervosos, incoordenação motora.

•Cães e gatos: Conjuntivite, abortos, anorexia, hepatite, miosite, sintomas


neurológicos
•O gato é o HOSPEDEIRO DEFINITIVO

• Isso que dizer que o gato ao ingerir formas infectantes (bradizoítos,


taquizoítos ou esporozoítos), desenvolve o ciclo sexuado em seu organismo;

• O gato elimina oocistos com as fezes (geralmente 1 vez na vida, depois fica
imune);

• Os oocistos esporulam no meio ambiente;

• OU SEJA: Só se adquire a infecção havendo a ingestão de oocistos


esporulados em fase aguda da infecção!

• PAREM DE JOGAR A CULPA NOS GATOS!

• Muito mais provável ingerir carne e vegetais contaminados do que


comer fezes de gato contendo oocistos!
 Diagnóstico clínico:
 Difícil de ser estabelecido: diferentes formas de
apresentação clínica
 Diagnóstico laboratorial:
 Isolamento do protozoário e/ou sorologia

IFI ELISA
 Isolamento do protozoário:
 Taquizoíto – forma mais comum de ser encontrada
 Exsudato
 Sangue
 Líquor
 Leite
 Saliva
• Métodos diretos :
• Métodos de Giemsa:
• Esfregaços de material supostamente infectado

• Método da imunofluorescência direta: imuno–histoquímica

• Sensível e específico.
• Métodos Indiretos:
• Demonstração de títulos de anticorpos antitoxoplasma;

• Importante distinguir infecção latente (IgG) de recente (IgM);

• Um único exame positivo oferece pouca informação;

• Recomenda-se coletar mais de um amostra de soro com intervalo de 2 a


3 semanas;

• Imunosupressão – demora na resposta imunológica – biópsia, fixação


e coloração pelo Giemsa;

• Testes disponíveis: ELISA e IFI.


 O tratamento só é indicado nos seguintes casos:
 Doença presente em órgãos como o coração;
 Doença nos olhos (retina);
 Doença durante a gravidez;

 Em pacientes com AIDS, o tratamento é obrigatório e por


tempo indeterminado, a fim de se evitar a progressão da
doença;

 Procure sempre o seu médico ou veterinário, pois são eles


que irão definir o tratamento!
• Sulfonamidas e pirimetamina  humanos, visa atuar contra as formas
proliferativas, mas não contra os cistos.

• Clindamicina  reduz a eliminação de oocistos pelos gatos.

• Não há nenhuma droga que mate os cistos.

• Vacina comercial na Europa e Nova Zelândia para uso em ovinos - vacina


viva
Associação entre medicamentos:
 Sulfadiazina ou sulfadoxina 75-100mg/kg/dia, VO dividido em quatros doses)

+
 Pirimetamina (Daraprin): 25-5Omg/dia, VO uma vez/dia

 Duração do tratamento de 4 a 6 semanas

Cães e gatos:
 *Sulfadiazina: (100-12Omg/kg/dia VO 8/8 h 15 dias),

 *Pirimetamina 10-2Omg/dia, VO 12/12 h 15 dias.

 Clindamicina 10-4Omg/dia, VO 12/12 h 15-21 dias

 Ácido fólico: 5mg/dia

* Tóxica em felinos
Equinos, bovinos, caprinos e ovinos:

 Sulfametaxilina: (30mg/kg/dia pr 10 dias VO, IM ou EV),


Não comer carne crua
ou mal cozida
Tomar leite
pasteurizado

Proteger caixas
Incinerar fezes
de areia
de gatos

Procurar sempre o veterinário

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