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Acidentes com animais

peçonhentos na infância
Paula Diniz
UFPE
Acidentes causados por animais
produtores de toxinas (veneno)
com sistema específico para
inoculação dessas substâncias
IMPORTANTE!
• Evento de notificação compulsória
Escorpiões

Serpentes

Aranhas
ETIOLOGIA Lepidópetoros

Himenópteros

Ictismo
Escorpiões

Acidentes de maior prevalência no Principais espécies


meio urbano
Tityus serrulatus
T. bahiensis
T. stigmurus
Tityus serrulatus (patas amarelas)

• Acidentes de maior
gravidade
T. bahiensis • T. stigmurus (escorpião amarelo
(escorpião marron) do NE)
Faixa etária
pediátrica: grupo
Curso benigno
de maior risco para
maior gravidade
Quadro clínico

• O veneno dos escorpiões agem no canal de sódio


• Liberação de acetilcolina e catecolaminas

• Mais comum: Dor local

• Mais graves: Vômitos incoercíveis, sudorese profusa, sialorreia intensa,


prostração, convulsão, coma, bradicardia, nsuficiência cardíaca, edema
pulmonar agudo, choque
Serpentes
Acidentes frequentes e graves
Etiologia

Bothrops – Crotalus –
75% dos 10% dos Lachesis Micrurus
casos casos

RAROS
• Habitam zona rural e periferias de grandes
cidades
• Veneno
• Proteolítica
• Coagulante - coagulopatia de consumo (fator X e
Bothrops - protrombina)
• Hemorrágica – altera a membrana basal das
jararaca plaquetas

• Exames complementares: Tempo de


coagulação, hemograma, CPK, DHL, sumário
de urina, eletrólitos, ureia e creatinina
Tratamento - Bothrops

• Além do soro...
• Manter boa hidratação
• Debridamento
• Fasciotomia
Crotalus - cascavel

• Possuem um guizo/chocalho na cauda


• São encontradas em campos abertos, áreas secas, arenosas e pedregosas
• Veneno:
• Neurotóxico – paralisia muscular
• Miotóxico – rabdomiólise
• Anticoagulante – incoagulabilidade, plaquetas sem alterações
• Raras manifestações hemorrágicas
• Exames: Tempo de coagulação, hemograma, CPK, DHL e transaminases
Atenção

• Insuficiência renal por necrose tubular aguda – complicação mais grave –


primeiras 48 horas

• Exames: SU, ionograma, ureia e creatinina


Tratamento - Crotalus

• Além do soro...
• Manter boa hidratação e diurese adequada
• Manitol ou furosemida
• Alcalinização da urina
Lachesis – Surucucu
Micrurus – Coral
Acidentes raros
Aranhas
Phoneutria

Etiologia Loxosceles

Latrodectus
Caranguejeiras

Lycosa – aranha de jardim


Phoneutria

• Armadeiras
• Agressivas
Tratamento

Soro Sintomáticos

•Controle da dor
•Analgesia sistêmica
Exames
complementares
• Inespecíficos
• Casos graves
• Leucocitose
• Hiperglicemia
• Acidose metabólica
Loxoceles

• Aranhas –marrons
• Não são agressivas
• Refugiam-se em vestimentas
Quadro clínico
Picada: Quase sempre indolor e impercepitível

Forma cutânea

• Instalação lenta e progressiva


• Dividida em 3 fases
• Incaracterística
• Sugestiva
• Característica
Fases da lesão

Incaracterística Sugestiva

• Bolha • Enduração
• Edema • Bolha
• Calor e rubor: com ou • Equimose
sem dor em • Dor em queimação
queimação
Fases da lesão

• Característica
• Dor em queimação
• Lesões focais hemorrágicas
• Áreas pálidas – isquemia
• Necrose
Forma cutâneo – visceral

RARA

Quadro clínico

• Hemólise intravascular
• Anemia
• Icterícia
• Hemoglobinúria
• CIVD
Exames complementares

• Inespecíficos
• Pouco úteis
Tratamento

• Cuidados específicos com a ferida


• Antibiótico – infecção
• Debridamento - necrose
Latrodectus

• Viúvas – negras
• Apenas as fêmeas – acidentes
significativos
• Vegetações arbustivas e
gramíneas
• Hábitos domiciliares e
perdomiciliares
Alterações hematológicas

• Leucocitose
• Linfopenia
• Eosinopenia

Bioquímicas

• Hiperglicemia
• Hiperfosfatemia

Casos graves Sedimento urinário

• Albuminúria
• Hematúria
• Leucocitúria

Eletrocardiográficas

• Arritmias
Tratamento

• Nos casos de maior gravidade


• Analgesia
• Soroterapia
• Diazepam
• Clorpromazina
• Gluconato de cálcio
Lepidópteros
Lagartas
Eructismo
Acidente bastante comum no Brasil
Largatas – Taturanas

Megalopygidae Saturniidae Arctiidae


Megalopygidae

• Lagarta de fogo
• Taturana gatinho
Saturniidae

• Mimetizam as plantas
• Tonalidades esverdeadas
• Hylesia sp. – Dermatite papulopruruginosa
• Lonomia sp. – Síndrome hemorrágica
• Regiões Sul e Norte do Brasil
Hylesia sp.
Lonomia sp
Quadro clínico

• Evolução aguda e benigna – exceto Lonomia sp.


• Dermatológico
• Dor local intensa
• Edema
• Eritema
• Prurido local
• Infartamento ganglionar regional
• Regride em 2 a 3 dias
Tratamento

LIMPEZA COM ANALGÉSICOS INFILTRAÇÃO COM CORTICÓIDES


ÁGUA FRIA ANESTÉSICOS TÓPICOS
Síndrome hemorrágica – Lonomia sp.

Expansão na região Sul do país

Forma mais grave do eructismo


Dermatite urticante

Manifestações gerais e inespecíficas

Quadro • Cefaleia
• Mal-estar

clínico • Náuseas e vômitos


• Ansiedade
• Mialgias
• Dores abdominais, hipotermia e hipotensão – menos
frequentes

Discrasia sanguínea com ou sem manifestações


hemorrágicas - 8 a 72 horas após contato
Tratamento da
dermatite

Tratamento Manifestações
hemorrágicas
•Repouso
•Evitar trauma
Himenópteros
• Apidae – abelhas
• Vespidae – vespas
• Formicidae - formigas
Abelhas

• As reações dependem:
• Local
• Número de ferroadas
• Características e passado alérgico
do indivíduo
Manifestações clínicas

• Alérgicas
• Mesmo com uma só picada
• Tóxicas
• Múltiplas picadas
Manifestações clínicas

• Dor aguda local


• Vermelhidão, prurido e edema: várias horas ou dias
• Podem ser exuberantes – limitando a mobilidade do membro
• Menos de 10% dos indivíduos que experimentam grandes reações
apresentarão reações sistêmicas – anafilaxia – início 2 a 3 minutos após a
picada
Reações sistêmicas

• Sintomas gerais: cefaleia, vertigem, calafrios, agitação


• Tegumentares
• Respiratórias: pode haver broncoespasmo
• Digestivas
• Cardiocirculatórios: Hipotensão é o sinal maior
Síndrome do envenenamento

• Mais de 500 picadas


• Distúrbios graves hidroeletrolíticos
• Desequilíbrio ácido – básico
• Anemia aguda – hemólise
• Depressão respiratória
• IRA
Tratamento

• Retirada dos ferrões por raspagem com lâmina


• Analgesia
• Reações anafiláticas
• ADRENALINA 0,01mL/Kg/dose, 2 a 3 vezes
• Corticóide e anti-histamínico – manutenção
Vespas
Encontradas em todo território nacional
Vespas

• Synoeca cyanea (marimbondo-


tatu)
• Pepsis fabricius (marimbondo-
cavalo)
• Composição do veneno pouco
conhecida
• Efeitos locais e sistêmicos +
tratamento = abelhas
Formigas

• Hymenoptera
• Aguilhão abdominal ligado a
glândulas de veneno
• Interesse médico:
• Myrmicinae (gênero
Solenopsis) – formigas de
fogo ou lava-pés
• Formigas saúvas (gênero
Atta)
Formigas de fogo

• Agressivas
• Uma formiga pode ferroar de 10 a
12 vezes
• Ferroada extremamente dolorosa
• Espécie mais comum:
• Solenopsis invicta – lava-pés
vermelha, Centro Oeste e
Sudeste
• Solenopsis richteri – lava-pés
preta, RS
• Quadro pustuloso clássico
Saúvas

• Comuns em todo Brasil


• Produzem cortes na pele
humana
Menos de 10% tem constituição proteica, com pouco
efeito local, mas capaz de provocar reações alérgicas

Imediatamente após a picada: pápula urticariforme

Quadro Dor importante

clínico Prurido, após cessar a dor

Após 24 horas: pápula dar lugar a pústula


(reabsorvida em 7 a 10 dias)
Ictismo
• Acidentes provocados por peixes
marinhos ou fluviais

• Passivo
• Ativo
Peixes:
• Descarga elétrica
• Penetram orifícios naturais dos banhistas
Acidentes acantóxicos (arraias)
• Necrosante
• Dor é o sintoma proeminente
Acidentes sarcotóxicos
• Ingestão de peixes e frutos do mar
• Baiacus – tetrodontoxina: bloqueador neuromuscular: paralisia consciente e óbito
Peixes que se alimentam de Gambierdiscus toxicus
• Acumulo progressivo de ciguatoxina
• Neurotoxidade – ciguatera

Acidentes escombróticos
• Bactérias provocam descaboxilação da histidina na carne de peixes mal
conservados – toxina saurina – reação alérgica

Acúmulo de metil-mercúrio – águas contaminadas


• Quadro neurológico na ingestão crônica
Não existe veneno para tratamento de acidentes com
peixes no Brasil

Alívio da dor

Combate dos efeitos do veneno

Tratamento Prevenção de infecção secundária

• Ferimento lavado com água ou SF0,9%


• Imergir em água quente (entre 30 a 45 graus) – neutraliza o veneno
• Lidocaína sem vasoconstrictor
• Dreno
• Profilaxia do tétano
• ATB – se necessário
• Analgésiccos

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