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Acidentes ofídicos

INTRODUÇÃO
• O Médico Veterinário como formador de
opinião
-crendices populares
-tratamentos inadequados
-agravamento de sinais clínicos
-equilíbrio ecológico
As serpentes no mundo e no Brasil
• As serpentes são animais vertebrados,
carnívoros
• Pertencem ao grupo dos répteis
• Podem ser classificadas em dois grupos
básicos:
- As peçonhentas, que são aquelas
que conseguem inocular seu veneno no
corpo de uma presa ou vítima
- Não peçonhentas
As Serpentes no mundo e no Brasil
• No Brasil, estudos mostram 250 espécies,
das quais 71 são venenosas
• Anualmente ocorrem cerca de 20 mil
acidentes
• Serpentes constritoras
- Jibóias
- Sucuris
Características morfológicas e
anatômicas das serpentes
As serpentes se caracterizam por possuírem:
– Pele maleável e elástica
– Corpo alongado e recoberto por escamas
ventralmente, por placas transversais
– Órgãos internos alongados – rins, fígado,
pulmão
– Ausência de membros locomotores
– Sangue frio- animais ecto-térmicos
Características morfológicas e
anatômicas das serpentes
• Ausência de ouvido externo
• Respiração pulmonar
• Número elevado de vértebras e costelas
flutuantes
– De 160 a 400 vértebras
• Língua delgada e bífida, relacionada com
o sentido do olfato
• Pupilas verticais (algumas serpentes
venenosas)
Dentição das serpentes
• As serpentes inoculam o veneno através
de dentes apropriados para essa função
• Em relação à dentição e sua capacidade
de injetar veneno, as serpentes são
divididas em 4 grupos:
- Áglifa
- Opistóglifa
- Proteróglifa
- Solenóglifa
Áglifas
• Ausência de presas para inoculação
• Dentes maciços sem canal central ou
sulco externo.
• Serpentes não venenosas
– Sucuris
– Jibóias
– Cobra de vidro
Opistóglifa
• Presença de dois ou mais dentes
inoculadores
• Localizados em posição posterior no
maxilar superior
• Apresentam um sulco externo por onde o
veneno é injetado.
– Falsas corais
– Cobra verde
Proteróglifa
• Par de presas bem desenvolvidas
• Fixadas em posição anterior no maxilar e
que apresentam um canal central
– Corais verdadeiras
Solenóglifa
• Par de dentes bem desenvolvidos
• Móveis
• Situados anteriormente de cada lado do maxilar
superior.
• Presas grandes com canal central
• As pontas apresentam forma de bisel
– Jararacas, cascavéis e surucucus
Glândulas de veneno
• Glândulas supralabiais volumosas
• Simetricamente localizadas em ambos os
lados da cabeça, ao longo dos maxilares.
• O veneno é um líquido viscoso,
transparente, levemente leitoso ou
amarelado
• Enzimas proteolíticas, neurotoxinas,
fosfatases diversas
Órgãos dos sentidos
• Visão
- Deficiente
- Lente
- Pupila
• Fosseta loreal
- Caça
- Variações de calor
- Identificação de serpentes venenosas
Órgãos dos sentidos
• Olfato
- Desenvolvido e completo
- Narinas – receptor direto
- Órgão de Jacobson
- Entre as fossas nasais e o palatino
• Chanfradura na mandíbula
• Audição
- Praticamente nula
- Vibrações transmitidas pelo solo
Outras características das
serpentes venenosas
• Tamanho
– Entre 1 e 4 anos – idade adulta
– 50cm e mais de 3 metros
• Longevidade
– Podem viver mais de 20 anos
• Habitats
– Corais verdadeiras – hábito subterrâneo
– Jararacas, urutus e cascavéis – terrestres
– Jararaca ilhoa – arborícola
– Jararacuçu – brejos
Outras características das
serpentes venenosas
• Locomoção
-Movimentos musculares sequenciais
-Contração dos músculos intercostais
-Escamas
• Alimentação
-Carnívoras
-Ratos, camundongos, pequenos répteis
-mandíbulas independentes
-sapos somente capitão do campo
Outras características das
serpentes venenosas
• Reprodução
-Sexos separados
-Machos-testículos alongados e um pênis
duplo, hemipênis.
-Fecundação interna
-Primavera ou no verão
-Ovípara
-Ovovivípara ou vivípara
Outras características das
serpentes venenosas
• Ovíparas
• Ovos envoltos num líquido viscoso
• Agrupados em locais úmidos e quentes
• Não são chocados
• Período de incubação – 90 dias
• Corais e surucucus
Outras características das
serpentes venenosas

• Ovovivíparas ou vivíparas
- “Ovos” chocados internamente
- 90 dias
- jararacas e cascavéis
Outras características das
serpentes venenosas
• Cor
- Camuflagem
• Troca de pele
- Relacionada com o crescimento
- Dependem alimentação e clima
• Hábitos e comportamentos
- Mais tranqüilas, vagarosas e noturnas
- Evitam horas quentes do dia e se entocam
- Vivem e caçam solitárias
Outras características das
serpentes venenosas
• Agressividade e bote
– Não são agressivas

– Forma de “S”

– Bote alcança um terço do tamanho

– Coral verdadeira esconde a cabeça


– Picadas - pernas - abaixo dos joelhos (80%) -
prevenção
Serpentes venenosas encontradas
no Brasil
• 71 variedades, dois grupos e quatro
gêneros:
Serpentes não-peçonhentas
Serpentes peçonhentas
Características dos gêneros de
serpentes peçonhentas no Brasil
As serpentes do gênero Micrurus não apresentam fosseta loreal e
possuem dentes inoculadores pouco desenvolvidos e fixos na
região anterior da boca
Características do veneno
ofídico
• A composição química e quantidade de
veneno injetado variam de acordo com:
– A espécie de serpente

– O tamanho/idade da serpente

– O tamanho da vítima

– A quantidade de veneno armazenada


Características do veneno
ofídico
• As principais ações dos venenos ofídicos
são:
• Proteolítica:
– Decomposição/desnaturação das proteínas
– Danos teciduais graves
– Extensas áreas de necrose no local da picada
• Bothrops:
– Jararacas, urutus, jajaracuçus
• Lachesis:
– Surucucus
Características do veneno
ofídico
• Ação coagulante:
– Transforma o fibrinogênio diretamente em
fibrina
• Bothrops, Crotalus e Lachesis
– Ativação do Fator X e protrombina
• Bothrops
• Não é neutralizado pela heparina
• Consumo Fator V, VIII e Plaquetas
– Esgotamento do fibrinogênio
– CID - IRA
Características do veneno
ofídico
• Ação neurotóxica:
– São os venenos mais perigosos

– Baixo peso molecular


• Rápida distribuição no organismo

– Ação direta sobre o SN


• Bloqueio das junções mioneurais

– Crotalus e Micrurus
Características do veneno
ofídico
• Ação hemorrágica:
– Hemorragias locais e sistêmicas
• Redução do fibrinogênio – sangue incoagulável

• Lesões no endotélio vascular

• Aumento da permeabilidade capilar

– Bothrops e Lachesis
Características do veneno
ofídico
• Ação miotóxica:
– Lise e necrose SISTÊMICA das fibras
musculares
– Aumento da mioglobina e enzimas
intramusculares na circulação
– Mioglobinúria
• IRA
– Crotalus
Características do veneno
ofídico
• Ação nefrotóxica:
– Lesões nos túbulos renais

– Lesões no endotélio vascular

– IRA

– Bothrops e Crotalus
Grupo dos Crotalíneos
Gênero Bothrops
• 30 espécies de serpente no Brasil
• São as jararacas
-caiçaca, jararacuçu, urutu, cruzeiro,
jararaca-do-rabo-branco etc.
• 88% dos acidentes ofídicos
• 40 cm a 2 m
• Dentição tipo solenóglifa
Grupo dos Crotalíneos
Gênero Bothrops
Bothrops jararaca
Bothrops jararaca
Bothrops jararacussu
Bothrops jararacussu
Bothrops jararacussu
Bothrops alternatus
Bothrops alternatus
Bothrops alternatus
Bothrops alternatus
Bothrops alternatus
Bothrops moojeni
Bothrops moojeni
Bothrops moojeni
Bothrops neuwiedi
Bothrops neuwiedi
Bothrops neuwiedi
Bothrops erythromelas
Bothrops atrox
Bothrops atrox
Acidente Botrópico

•Ações da peçonha:
• Patogênese complexa:
• Proteases, hialuronidases e PLA2,
liberação de mediadores da resposta
inflamatória
• Proteolítica:
• Lesões locais, edema, bolhas e necrose
• Ação coagulante:
• Ativa fator X e protrombina e tem ação
semelhante à trombina
Acidente Botrópico

•Ações da peçonha:
• Ação hemorrágica:
• Hemorraginas que provocam lesões na
membrana basal dos capilares, associadas
à trombocitopenia e alterações da
coagulação
Acidente Botrópico
• Quadro clínico:
– Manifestações locais:
– Dor e edema no local da picada
• Intensidade variável, instalação precoce e caráter
progressivo
– Equimoses e sangramentos no ponto da
picada
– Infartamento ganglionar
– Aparecimento de bolhas
– Necrose
Acidente Botrópico
• Quadro clínico:
– Manifestações sistêmicas:

– Sangramentos em ferimentos cutâneos


pré-existentes

– Hemorragias à distância como


gengivorragias, epistaxes, hematêmese
Acidente Botrópico
• Complicações Locais:
• Síndrome Compartimental:
– Isquemia de extremidades provocada pelo edema
– Manifestações mais importantes:
• Dor intensa

• Parestesia

• Resfriamento do segmento distal

• Cianose

• Déficit motor
Acidente Botrópico
• Complicações Locais:
• Abscessos:
– Ação “proteolítica” favorece o aparecimento
de infecções locais
• Necrose:
– O risco é maior nas picadas em extremidades
– Ação “proteolítica” + isquemia local +
infecção + trombose arterial + síndrome
compartimental e/ou uso de torniquetes
Acidente Botrópico
• Complicações Sistêmicas:
• Choque (casos graves):
– Patogênese é multifatorial

– Liberação de substâncias vasoativas

– Seqüestro de líquido na área do edema

– Perdas por hemorragias


Acidente Botrópico
• Complicações Sistêmicas:
• Insuficiência Renal Aguda (IRA):
– Patogênese multifatorial

– Ação direta da peçonha sobre os rins

– Isquemia renal secundária à CID

– Mioglobinúria

– Desidratação ou hipotensão arterial e choque


Acidente Botrópico
• Exames complementares:
– Tempo de Coagulação (TC):
• Fácil execução e importante na elucidação
diagnóstica

– Hemograma:
• Leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda
• Hemossedimentação elevada nas primeiras horas
• Plaquetopenia de intensidade variável
Acidente Botrópico
• Exames complementares:
– Exame sumário de urina:

• Pode haver proteinúria, hemafúria e leucocitúria

– Outros exames laboratoriais:

• Eletrólitos, uréia e creatinina, visando à detecção


da insuficiência renal aguda

– Métodos de imunodiagnóstico:

• Teste ELISA
Acidente Botrópico
• Tratamento:
– Específico:
• Soro antibotrópico (SAB) - I.V.
• Soro antibotrópico-crotálico (SABC) - I.V.
• Soro antibotrópicolaquética (SABL) – I.V.
– Geral:
• Manter elevado e estendido o segmento picado
• Analgésicos
• Hidratação
• Antibioticoterapia
Acidente Botrópico
• Tratamento:
– Tratamento das complicações locais:
• Síndrome compartimental:
– Fasciotomia, debridamento de áreas
necrosadas e drenagem de abscessos
– Prognóstico:
• Geralmente é bom
• A letalidade nos casos tratados é baixa (0,3%)
• Há possibilidade de ocorrer seqüelas locais
anatômicas ou funcionais
Acidente Botrópico
Acidente Botrópico
Acidente Botrópico
Acidente Botrópico
Acidente Botrópico
Acidente Botrópico
Acidente Botrópico
Acidente Botrópico
Acidente Botrópico
Acidente Botrópico
Grupo dos Crotalíneos
Gênero Crotalus
• São as cascavéis
– Presença de guizo ou chocalho
– Adultas podem medir mais de 1,5m

– 8% dos acidentes

– Dentição tipo solenóglifa


• Letalidade 6x maior que o veneno da
Jararaca
Crotalus durissus terrificus
Crotalus durissus
Crotalus durissus
Crotalus durissus
Crotalus durissus
Acidente Crotálico
• Ações da peçonha:
– Ação neurotóxica:
• Crotamina e Crotoxina:
– Ação pré-sináptica que inibe a
liberação de Ach - paralisias motoras
– Ação miotóxica:
• Lesões de fibras musculares esqueléticas
(rabdomiólise)
• Aumento de enzimas e mioglobina no soro
• Excretadas pela urina
Acidente Crotálico
• Ações da peçonha:
– Ação coagulante:
• Atividade do tipo trombina e
ativação do fibrinogênio
• Incoagulabilidade sangüínea
• Geralmente não há redução do
número de plaquetas
• As manifestações hemorrágicas,
quando presentes, são discretas
Acidente Crotálico
– Quadro clínico:

– Manifestações locais - pouco importantes:


• Não há dor

• Parestesia local ou regional

• Edema discreto

• Eritema no ponto da picada


Acidente Crotálico
– Quadro clínico:
– Manifestações sistêmicas - Gerais:
• Mal-estar

• Prostração

• Sudorese

• Náusea/vômito

• Sonolência ou inquietação

• Secura da boca
Acidente Crotálico
– Quadro clínico- alterações neurológicas:
• Fácies miastênica (fácies neurotóxica):

• Ptose palpebral uni ou bilateral;

• Flacidez da musculatura da face;

• Alteração do diâmetro pupilar;

• Incapacidade de movimentação do globo ocular


(oftalmoplegia);
Acidente Crotálico
– Quadro clínico- alterações neurológicas:
• Fácies miastênica (fácies neurotóxica):

• Dificuldade de acomodação (visão turva) e/ou visão


dupla (diplopia);

• Pode ocorrer paralisia velopalatina, disfagia,


diminuição do reflexo do vômito;

• Alterações do paladar e olfato


Acidente Crotálico
• Manifestações sistêmicas:
• Musculares:
– Dor muscular generalizada (mialgias)
• Fibra muscular esquelética lesada:
– Liberação de mioglobina – mioglobinúria

– A mioglobinúria constitui a manifestação


clínica mais evidente da necrose da
musculatura esquelética (rabdomiólise)
Acidente Crotálico
• Complicações:
– Locais:
• Parestesias locais duradouras

• Reversíveis após algumas semanas

– Sistêmicas:
• Insuficiência renal aguda
• Necrose tubular geralmente nas primeiras 48
horas
Acidente Crotálico
• Exames complementares:
– Hemograma:
– Leucocitose, com neutrofilia e desvio à esquerda

– Bioquímica sérica:
• CK, LDH, AST, ALT, aldolase
• Uréia, creatinina, ác úrico

– Eletrólitos
• Fósforo, potássio e cálcio

– Tempo de coagulação aumentado


Acidente Crotálico
• Exames complementares:

• Urina:
– Sem IRA - sedimento urinário normal
• Proteinúria discreta

– Com IRA – cilindros de todos os tipos


• Hematúria e mioglobinúria
Acidente Crotálico
• Tratamento específico:
– Soro anticrotálico (SAC), I.V.

– Soro antibotrópico-crotálico (SABC), I.V.

• Tratamento geral:
– Hidratação adequada é fundamental
na prevenção da IRA

– A diurese osmótica pode ser induzida


com manitol a 20%
Acidente Crotálico
• Tratamento geral:
– Caso persista oligúria: uso de diuréticos
de alça tipo furosemida

– O pH urinário deve ser > de 6,5


• Urina ácida potencia a precipitação
intratubular de mioglobina

• Alcalinação da urina pela administração


parenteral de bicarbonato de sódio
Acidente Crotálico
• Prognóstico:
• Acidentes leves e moderados:
– Bom - nos pacientes atendidos até 6 horas após a
picada

• Acidentes graves
– Depende da existência de IRA (Sim = Ruim)

– A evolução do quadro depende de diálise eficiente,


em tempo hábil
Acidente Crotálico
Acidente Crotálico
Acidente Crotálico
Acidente Crotálico
Acidente Crotálico
Acidente Crotálico
Gênero Lachesis
• São as chamadas surucucus
– É a maior serpente venenosa das Américas –
na fase adulta – +3 metros
– Bote pode atingir + 1/3
– Possui ponta da cauda com escamas
arrepiadas
– Dentição do tipo solenóglifa
Lachesis muta
Lachesis muta
Lachesis muta
Lachesis muta
Lachesis muta
Acidente Laquético

• Ações da peçonha:
– Semelhante ao veneno botrópico
• Ação proteolítica
• Ação coagulante
• Ação hemorrágica
• Ação neurotóxica
– É descrita uma ação do tipo estimulação vagal, porém
ainda não caracterizada
Acidente Laquético
• Quadro clínico semelhante ao dos
envenenamentos botrópicos:
• Manifestações locais:
– Dor e edema, que podem progredir para todo
o membro
– Podem surgir vesículas e bolhas
• Conteúdo seroso ou sero-hemorrágico
logo após o acidente
– Hemorragia local
Acidente Laquético

• Manifestações sistêmicas (neurotoxinas):


– Hipotensão arterial

– Tonturas

– Escurecimento da visão

– Síndrome vagal
• Bradicardia, cólicas abdominais e diarréia
Acidente Laquético
• Acidentes laquéticos sempre são
considerados moderados ou graves
– Porte do animal
– Quantidade de peçonha injetada
• Complicações:
– Síndrome compartimental
– Necrose, infecção secundária, abscesso

– Déficit funcional
Acidente Laquético
• Exames complementares:
• Tempo de Coagulação (TC)
• Hemograma
• Dosagens de uréia, creatinina e eletrólitos
• ELISA
• Vem sendo utilizado em caráter experimental
• Diagnóstico diferencial dos acidentes
botrópico x laquético:
• Manifestações da “síndrome vagal”
• Maioria dos acidentes referidos pelos pacientes
como causados por Lachesis é do gênero
botrópico (ELISA)
Acidente Laquético
“A maioria dos acidentes referidos pelos
pacientes como causados por Lachesis é
do gênero botrópico - (ELISA)”

• Diagnóstico diferencial dos acidentes


botrópico x laquético:
• Manifestações da “síndrome vagal”
• Vômitos, diarréia, dor abdominal, bradicardia
Acidente Laquético
• Tratamento específico:
• Soro antilaquético (SAL) I.V.

• Soro antibotrópico-laquético (SABL) I.V.

• Soro antibotrópico (SAB) I.V.


• Não neutraliza de maneira eficaz a ação coagulante do
veneno laquético

• Tratamento geral:
• Mesmas medidas indicadas para o acidente botrópico
Elapídeos
Gênero Micrurus
• São as corais verdadeiras
– As mais venenosas serpentes do Brasil
– Pequeno porte, até um metro

– Caçam à noite

– Lentas e tranqüilas (deixam-se pegar)

– Dentição proteróglifa

– Veneno mata em pouco minutos


Micrurus frontalis
Micrurus corallinus
Micrurus corallinus
Micrurus lemniscatus
Micrurus lemniscatus
Acidente Elapídico
• 0,4% dos acidentes por serpentes
peçonhentas no Brasil
• Ações da peçonha:
– NEUROTÓXICA

• Pode evoluir para insuficiência respiratória


aguda em cerca de 10 minutos a 1 hora e
causar de óbito
Acidente Elapídico
• Quadro clínico:
• Manifestações locais:
• Discreta dor local
• Parestesia
• Manifestações sistêmicas:
• Vômitos
• Fraqueza muscular progressiva
• Presença de fácies miastênica ou “neurotóxica”
• Ptose palpebral
• Oftalmoplegia
Acidente Elapídico
• Quadro clínico:
• Manifestações sistêmicas:
• Dificuldade para se manter em pé

• Mialgia localizada ou generalizada

• Disfagia

• Paralisia flácida da musculatura respiratória

• Insuficiência respiratória aguda e apnéia


Acidente Elapídico
“Todos os casos de acidente por coral com
manifestações clínicas devem ser considerados
como potencialmente graves”
• Exames complementares:
– Não há exames específicos para o diagnóstico

• Tratamento específico:
– Soro antielapídico (SAE), I.V.
Acidente Elapídico

• Tratamento geral:
– Nos casos de insuficiência respiratória:
• Ventilação artificial

• Anticolinesterásicos (neostigmina) em
acidentes por M. frontalis, M. lemniscatus)
Medidas Preventivas

• Usar botinas com perneiras ou botas de cano


alto no trabalho pois 80% das picadas atingem
as pernas abaixo dos joelhos

• Usar luvas de couro nas atividades rurais e de


jardinagem
Medidas Preventivas

• Não colocar as mãos em buracos na terra, ocos


de árvores, cupinzeiros, utilizando para isso um
pedaço de pau ou enxada

• Examinar os calçados, pois serpentes podem


refugiar-se dentro deles
Medidas Preventivas
• Limpar as proximidades das casas, evitando
folhagens densas junto delas

• Evitar acúmulo de lixo, entulhos e materiais de


construção
Medidas Preventivas

• Vedar frestas e buracos em paredes e assoalhos

• Avaliar bem o local onde montar acampamentos


e fazer piqueniques

• Preservar inimigos naturais (raposa, gambá,


gaviões e corujas) e criação de aves domésticas
O que fazer quando ocorre um
acidente ofídico

• Tratamento urgente!

• Não amarrar ou fazer torniquete

• Não sugar nem cortar ou furar o local da picada

• Lavar o local com água e sabão


O que fazer quando ocorre um
acidente ofídico

• Acidentado mantido calmo e deitado

• Chás, pinga, querosene - agravarão o quadro

• Dor intensa pode ser medicada

• Identificação da espécie

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