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Animais

peçonhentos
Ofídios, aranhas e escorpiões
SUMÁRIO

01 1.1
Animais peçonhentos Escorpiões

1.2 2
Aranhas Ofídios
Animais Peçonhentos
● Estrutura para inoculação do veneno;
● Envenenamento ativo;
● Entre os animais peçonhentos, as serpentes, as aranhas e os
escorpiões são os que causam maiores números de
acidentes, tratando-se muitas vezes de graves intoxicações.
Escorpião
Ordem Scorpiones
● Artrópodes;
● Apêndices articulados;
● Esqueleto externo de quitina e de proteínas;
● Corpo:
○ Cefalotórax:
■ Dorso: Olhos;
■ Ventre: Pares de patas, de quelíceras
e par de pedipalpos; orifício genital e
um par de pentes.
○ Abdome:
■ Pré-abdome;
■ Pós-abdome.
Escorpião
Alimentação
● Carnívoros;
● Baixo metabolismo;
● A presa é capturada e imobilizada pelos pedipalpos enquanto
o ferrão injeta o veneno;
● A digestão ocorre inicialmente fora do corpo do escorpião
através da liberação de enzimas.

Habitat

● Ambiente terrestre;
● São comuns em áreas tropicais e subtropicais.
Escorpião
Hábitos
● Hábitos noturnos;
● Durante o dia se escondem.
Reprodução
● “Dança do acasalamento”
● Gestação de 2/ 3 meses até 1 ano;
● 1 a 95 filhotes por ninhada;
● Tityus serrulatus -> Paternogênese.
Escorpião
Epidemiologia

● A maioria dos escorpiões existentes não representa perigo


para o homem;
● No mundo: 25 espécies no mundo cujo veneno é altamente
tóxico, podendo ocasionar, inclusive, casos de óbito -> família
Buthidae;
● No Brasil:
○ 6 espécies pertencentes ao gênero Tityus;
■ Causadoras de acidentes graves com humanos.
Escorpião
Epidemiologia

● Tityus cambridgei e T. metuendus: Região amazônica;


● T. bahiensis: Sudeste e no norte da região Sul; Espécie que
provoca mais acidentes no Estado de São Paulo;
● T. costatus: Estado Minas Gerais ao do Rio Grande do Sul pela
zona costeira coberta por Mata Atlântica;
● Tityus serrulatus: Estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo,
Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e Distrito Federal;
● T. stigmurus: Minas Gerais e em todos os Estados do
Nordeste, com exceção do Maranhão.
Escorpião
Acidentes

● Peçonha:
○ Inoculação da peçonha:
■ Dor local e efeitos complexos nos
canais de sódio, produzindo
despolarização das terminações
nervosas pós-ganglionares, com
liberação de catecolaminas e
acetilcolina, que determinam o
aparecimento de manifestações
orgânicas decorrentes da
predominância dos efeitos
simpáticos ou parassimpáticos.
Escorpião
Acidentes

● Sintomas:
○ Leves:
■ Sinais locais.
○ Moderados:
■ sintomas locais, sudorese, agitação, náusea, sonolência,
hipertensão, vômitos, taquicardia e taquipneia.
○ Graves:
■ vômitos profusos e frequentes, náusea, sialorréia, sudorese
profusa, lacrimejamento, agitação, taquicardia,
hipertensão, taquipneia, tremores, espasmos, paralisias,
convulsões, edema pulmonar agudo e coma.
Aranhas
Classe Araneae
● Aracnídeos;
● Crescimento -> Trocas do
exoesqueleto;
● Corpo:
○ Cefalotórax:
■ Olhos;
■ Seis pares de apêndices;
○ Abdome:
■ Aberturas genitais;
■ Saídas dos pulmões;
■ Fiandeiras.
Aranhas
Hábitos

● Algumas caçam outras utilizam a estratégia de tocaia;


● Só picam para se alimentar ou quando se sentem
ameaçadas;

Inimigos

● Ácaros parasitas e vespas parasitóides que depositam os seus


ovos no abdômen das aranhas para que sirva de alimento
para as larvas;
● Ser Humanos -> Uso de agrotóxicos e destruição de seu
espaço natural.
Aranhas
Reprodução

● O macho, no período reprodutivo:


○ Tece uma teia e ejacula um glóbulo de sêmen;
○ Os palpos são injetados no glóbulo de sêmen e então
este macho sai à procura de uma fêmea para
acasalar;
○ Ao encontrar seu par, o macho transfere o sêmen.
● Reconhecimento do macho da espécie pela fêmea.
Aranhas
Araneísmo no Brasil

● Apenas 20 espécies provocam acidentes de importância


médico-sanitária:
○ Grupo das Araneomorfas:
■ Peçonha Neurotóxica: os gêneros Phoneutria e
Latrodectus.
■ Peçonha necrosante: Gênero Loxosceles.
Aranhas
Phoneutria (Armadeira)
● Perçonha:
○ Ativação e retardo da inativação dos canais neuronais de
sódio.
■ Pode provocar despolarização das fibras musculares e
terminações nervosas sensitivas, motoras e do sistema
nervoso autônomo, favorecendo a liberação de
neurotransmissores, principalmente acetilcolina e
catecolaminas.
○ Ativação do sistema calicreína-cininas e de óxido nítrico,
independentemente da ação dos canais de sódio ->
contração da musculatura lisa vascular e aumento da
permeabilidade vascular.
Aranhas
Phoneutria (Armadeira)
● Não constroem teia;
● Caracterizam-se pela disposição dos olhos
em três filas e pela presença de uma
escova de pêlos na face interna do palpo;
● Nas quelíceras: pêlos são vermelhos;
● Durante o dia, escondem-se em lugares
úmidos e escuros, frequentemente em
bananeiras, saindo ao entardecer para
caçar;
● Quando molestadas, saltam em direção à
vítima para picá-la
Aranhas
Phoneutria (Armadeira)
● Sintomas:
■ Leves: Manifestações locais como dor, inchaço, vermelhidão
da pele e suor na região da picada. Pode aparecer a marca
da picada.
■ Moderados: Manifestações locais, além de taquicardia,
hipertensão, suor, agitação e vômito ocasionais.
■ Graves: Vômito profuso, ereção peniana involuntária
persistente, diarréia, bradicardia, hipotensão, arritmia
cardíaca, edema agudo de pulmão e choque.
Aranhas
Latrodectus (viúvas-negras)
● A fêmea: Abdome globoso,
negro, com desenhos de colorido
vermelho vivo ou corpo
esverdeado ou acinzentado com
manchas alaranjadas;
● Os olhos são dispostos em duas
fileiras de quatro;
● Teias irregulares e construídas
sob pequenos arbustos;
● Picam apenas quando não
podem fugir.
Aranhas
Latrodectus (viúvas-negras)
Peçonha
● Alpha-latrotoxina
○ Atua sobre terminações nervosas sensitivas
provocando quadro doloroso no local da
picada.
○ Sua ação sobre o sistema nervoso
autônomo, leva à liberação de
neurotransmissores adrenérgicos e
colinérgicos;
○ Na junção neuromuscular pré-sináptica,
altera a permeabilidade aos íons sódio e
potássio.
Aranhas
Latrodectus (viúvas-negras)
● Quadro clínico local:
○ Dor aguda, tipo alfinetada, de intensidade variável evolui para
sensações de queimadura;
○ Dor com maior intensidade após 1 a 3 horas, podendo
continuar até 48 horas;
○ Podem ser vistos orifícios da picada, vermelhidão, inchaço e
suor no local.
● Sistêmico:
○ Dores musculares irradiadas;
○ Taquicardia e hipertensão, seguidas de diminuição dos
batimentos cardíacos, sensação de morte iminente, arritmias e
alterações relacionadas aos níveis de cálcio e potássio.
Aranhas
Loxosceles (aranhas-marrons)
● Pequenas;
● Possuem seis olhos reunidos em três
pares;
● Corpo com poucos pêlos, de cor uniforme,
marrom esverdeado, com pernas finas e
longas;
● Vivem em teias irregulares, revestindo
uma superfície sempre construída ao
abrigo da luz;
● São aranhas de hábitos noturnos.
● Não são agressivas;
● A picada é pouco dolorosa;
● A lesão da ferida na pele tem
desenvolvimento lento.
Aranhas
Loxosceles (aranhas-marrons)
Peçonha
● Enzima esfingomielinase-D
○ Atua sobre os constituintes das membranas das células,
principalmente do endotélio vascular e hemácias.
■ Ativa as cascatas do sistema complemento, da coagulação
e das plaquetas, desencadeando intenso processo
inflamatório no local da picada, acompanhado de
obstrução de pequenos vasos, edema, hemorragia e
necrose focal. Acredita-se, que a ativação desses sistemas
participa da patogênese da hemólise intravascular
observada nas formas mais graves de envenenamento.
Aranhas
Loxosceles (aranhas-marrons)
Sintomas
● A picada, geralmente,
imperceptível;
● Quadro clínico decorrente do
envenenamento:
○ Forma Cutânea;
○ Forma cutâneo-visceral.
Aranhas
Loxosceles (aranhas-marrons)
● Forma Cutânea
○ Instalação lenta e progressiva
○ Caracterizada: dor, edema endurado e eritema no local da picada;
○ Os sintomas locais se acentuam nas primeiras 24 a 72 horas após o
acidente, podendo variar sua apresentação
■ Lesão incaracterística: bolha de conteúdo seroso, edema, calor e
rubor, com ou sem dor em queimação;
■ Lesão sugestiva: enduração, bolha, equimoses e dor em
queimação;
■ Lesão característica: dor em queimação, lesões hemorrágicas
focais, mescladas com áreas pálidas de isquemia e necrose.
○ A lesão cutânea pode evoluir para necrose seca que, ao se destacar,
deixa uma úlcera de difícil cicatrização
Aranhas
Loxosceles (aranhas-marrons)
● Forma Cutânea-visceral
○ Comprometimento cutâneo;
○ Manifestações clínicas em virtude de hemólise intravascular;
■ Anemia, icterícia e hemoglobinúria;
■ Este quadro pode ser acompanhado de petéquias e equimoses,
relacionadas à coagulação intravascular disseminada (CIVD);
Aranhas
Loxosceles (aranhas-marrons)
● Quadro Clínico:
○ Leve: observa-se lesão incaracterística sem alterações
clínicas ou laboratoriais
○ Moderado: Presença de lesão sugestiva ou característica
○ Grave: Presença de lesão característica e alterações
clínico-laboratoriais de hemólise intravascular.
Aranhas
Gênero Lycosa
● As aranhas-de-grama ou
tarântulas;
● Dorso do abdômen -> desenho
negro em forma de ponta de
lança;
● Ventre é negro;
● Vivem em pequenos buracos
que revestem com seda.
● Podem penetrar em
habitações humanas;
● Tentam fugir quando
molestadas.
Aranhas
Gênero Lycosa
Acidentes
● Dor discreta e transitória no local da picada;
● Inchaço e vermelhidão leves.
Aranhas
Caranguejeira

● Predominantemente tropicais e
subtropicais;
● Existem espécies que medem poucos
centímetros, até outras com 26 cm;
● As espécies maiores são peludas;
● Quase sempre não agressivas;
● Gênero Atrax:
○ Acidentes de importância médica;
○ Não há no Brasil;
● Hábito noturno;
● Habitat variado.
Aranhas
Caranguejeira

● Quando estas aranhas sentem-se ameaçadas, usam as pernas


traseiras, que têm espinhos fortes, raspando o abdome, que
solta pêlos.
○ Causam irritação quando penetram na pele e mucosas
atingidas
● Quando picam
○ Provocam dor e reação inflamatória local, não existindo
casos conhecidos de morte provocada por acidentes.
OFÍDICOS – Noções gerais

● ⅙ das espécies de serpentes no Brasil são venenosas;


● Apenas a mordida, mesmo que de cobras não venenosas, pode
ser grave em casos de infecções;
● Espécies consideradas venenosas no Brasil:
- Elapidae (das corais verdadeiras),
- Viperidae (da surucucu, da cascavel e das jararacas ou
surucucuranas).
OFÍDICOS

● Nenhuma serpente é herbívora;


● Para resolver o problema de ingerir
animais potencialmente perigosos, as
serpentes venenosas desenvolveram
venenos potentes que são produzidos
em glândulas salivares modificadas.
OFÍDICOS – Identificação de serpentes venenosas

● Identificação pode ser feita a partir de sinais e sintomas do


envenenamento;
● Características seguras para a identificação:
- Dentição;
- Fosseta loreal.
OFÍDICOS – Identificação de serpentes venenosas
Dentição
● Intimamente relacionada à alimentação;
● Os dentes inoculadores de veneno (ou presas) das serpentes
venenosas assemelham-se a agulhas hipodérmicas, por possuírem
um canal interno por onde passa o veneno;
● Quanto à presença, localização e estrutura dos dentes inoculadores
de veneno, as serpentes podem ser classificadas em áglifa,
opistóglifa, proteróglifa e solenóglifa.
OFÍDICOS – Identificação de serpentes venenosas
Dentição – áglifa
● Todos os dentes de tamanho
semelhante;
● Não existem presas modificadas
para a inoculação de veneno;
● Presente nas cobras
não-venenosas.
OFÍDICOS – Identificação de serpentes venenosas
Dentição – opistóglifa
● Um ou dois pares de dentes maiores,
situados no fundo da boca, com
capacidade inocular veneno;
● Presente em diversos colubrídeos;
● Este tipo de envenenamento é raro,
pois a maioria das espécies com este
tipo de dentição é dócil e não morde
para se defender;
OFÍDICOS – Identificação de serpentes venenosas
Dentição – proteróglifas
● Um par de dentes fixos e um
pouco maiores que os demais,
situados na frente da boca;
● Presente nas corais verdadeiras
apenas, família Elapidae.
OFÍDICOS – Identificação de serpentes venenosas
Dentição – solenóglifa
● Um par de dentes bem grandes e
móveis, situados na frente da boca;
● Presente na cascavel, na surucucu
e nas jararacas, família Viperidae;
● Toda serpente que possuir essa
dentição é venenosa.
OFÍDICOS – Identificação de serpentes venenosas
Dentição
● Existem algumas espécies de
colubrídeos (as boipevas) que
apresentam dentição diferenciada
dos quatro tipos descritos;
● As boipevas possuem um par de
dentes maiores no fundo da boca que
não são utilizados para inocular
venenos, mas para furar os pulmões
destes sapos, facilitando sua ingestão.
OFÍDICOS – Identificação de serpentes venenosas
Fosseta loreal
● Apenas nas espécies da família
Viperidae (surucucu, cascavel e
jararacas ou surucucuranas);
● Orifício entre narina e olho;
● Consiste de um órgão receptor de
calor.
Características que não são seguras para
identificar serpentes venenosas.
● O mimetismo é comum entre serpentes
não-peçonhentas para a defesa / evasão de predadores
naturais.
1. Cabeça triangular.
2. Padrão de coloração.
3. Comportamento.
4. Cauda afilada abruptamente.
● Para ter certeza se a cobra é venenosa, olha-se sempre
a dentição.
● A cobra responsável pela picada deve ser trazida ao
local de atendimento.
Elapidae
● Todos as espécies pertencem ao
gênero Micrurus.
● Constituem as corais verdadeiras.
● Atacam o homem apenas quando
manuseadas ou pisadas.
● São ovíparas
● Hábito noturno ou diurno.
● São predominantemente terrestres,
com apenas uma espécie aquática.
● A maioria dos indivíduos tem a
coloração apresentando padrão
circular.
Como distinguir uma cobra coral
verdadeira de uma falsa?
● Lembrar que as corais verdadeiras têm dentição proteróglifa,
com um par de dentes na porção mais anterior do maxilar
ligeiramente maiores que os demais.
● Corais falsas apresentam dentição áglifa ou opstóglifas,
sendo invariavelmente caracterizadas como não venenosa.
● Com a serpente morta, deve-se analisar a boca da serpente
com o auxílio de uma pinça.
● Caso os dentes estejam cobertos por uma membrana, será
necessário levantá-la com o auxílio de uma agulha
hipodérmica.
ll
Viperidae
● Contém os gênero Bothrops,
Crotalus e Lachesis, aos quais
pertencem as jararacas, as cascavéis
e as surucucus, respectivamente.
● Todos os integrantes da família tem
dentição solenóglifa e fosseta loreal.
● Pupilas verticais e escamas
quilhadas. (Características não
exclusivas).
Bothrops
● Alimentam-se de rãs, lagartos, ratos e
aves.
● Não põem ovos, parem seus filhotes.
● Seus filhotes já nascem com veneno, que
apresentam composição diferente do
adulto.
● Filhotes alimentam-se de animais de
sangue frio, enquanto adultos
alimentam-se de animais de sangue
quente.
● São mais ativas à noite e atacam
somente quando se sentem ameaçadas.
Lachesis
● Serpente de grande porte,
● Habitat terrestre, alimentando-se de ratos
grandes e mamíferos.
● Escamas acuminadas e pontiagudas (a
escama final tem formato de espinho).
● Repousa durante o dia e caça à noite.
● Durante seu período ativo, pode atacar
dando botes significamente altos quando
ameaçada.
● Põe ovos.
Crotalus
● Serpente relativamente grande.
● Presença do chocalho (ou guizo) que é
ovibrado quando a serpente sente-se
ameaçada.
● É uma espécie noturna e vive no chão,
abrigando-se em buracos e sob a
vegetação baixa.
● Dão à luz aos seus filhotes.
OS VENENOS DAS SERPENTES

● Componentes orgânicos: proteínas, carboidratos, lipídeos,


aminas biologicamente ativas, nucleotídeos, aminoácidos
e peptídeos;
● Componentes inorgânicos: cálcio, cobre, ferro, potássio,
magnésio, sódio, fósforo, cobalto e zinco.
● Tem como função primária a imobilização e digestão
parcial do animal ingerido;
● Também podem apresentar função de defesa para o
animal.
Caracterização das atividades biológicas
dos venenos
● Auxilia na verificação do
poder neutralizante dos
antiveneno;
● Ajuda na escolha de
terapia mais adequada no
tratamento de pacientes
acidentados por serpentes;
● Pesquisas.
Principais atividades biológicas dos
venenos
Atividade proteolítica

● Efeitos locais de rubor,


edema, bolhas e necrose;
● São decorrentes das ações
específicas de determinadas
enzimas (hialuronidase,
fosfolipases, colagenases
etc.) sobre o seu substrato;
Menino de 12 anos pisou em jararaca em sítio,
foi picado e está internado há 8 dias no
Hospital Regional de Sorriso — Foto: Arquivo
pessoal
Principais atividades biológicas dos
venenos
Atividade proteolítica

● Além das reações enzimáticas específicas, as


alterações locais também podem ser induzidas
por infecções secundárias.
Principais atividades biológicas dos
venenos
Atividade coagulante

● Ação coagulante direta: enzimas que atuam diretamente


sobre o fibrinogênio, transformando-o em fibrina (ação
tipo trombina). Os coágulos podem ter consistência
variada: frouxo, denso, etc;
● Atividade coagulante indireta: enzimas que atuam sobre
o fator X, ou o fator II da cascata de coagulação, levando ao
consumo de fibrinogênio;
Principais atividades biológicas dos
venenos
Atividade coagulante

● Atividade coagulante indireta: Nos venenos botrópicos,


que possuem componentes ativadores do fator X, ocorre
também o consumo de plaquetas e dos fatores V e VIII,
que leva à produção de um quadro de coagulação
intravascular disseminada, com a formação e a deposição
de microtrombos na rede capilar, o que pode contribuir
para a instalação de um quadro de insuficiência renal
aguda.
Principais atividades biológicas dos
venenos
Atividade edematogênica

● Atividade coagulante indireta:


○ Toxinas que atuam diretamente sobre os vasos +
prostaglandinas, histamina e bradicinina;
○ Enzimas como fosfolipase A2, presente na maioria dos
venenos, e outras proteases podem estar envolvidas
na formação do edema, por ação direta sobre células
endoteliais ou por ativar a cascata do complemento.
Principais atividades biológicas dos
venenos
Atividade miotóxica

● Ação direta de miotoxinas sobre as fibras musculares;


● indiretamente, da isquemia que se desenvolve no
músculo devida às alterações vasculares
Variações das peçonhas ofídicas

● Variações entre famílias;


● Variações intergenéricas;
● Variações intra-específicas; (Variações sazonais,
Variações ontogênicas, Variações interpopulacionais,
Variações intrapopulacionais, Variações em um mesmo
indivíduo)
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Viperidae

● Veneno da jararaca estrela:


○ Forte atividade hemorrágica;
○ Anticoagulante: impede a ativação do fator X ou inibe
o fator X ativado ou, ainda, agindo diretamente sobre a
trombina;
○ Fraca atividade proteolítica.
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Viperidae

● Venenos botrópicos (jararacas ou surucucuranas):


■ Incoagulabilidade sanguínea se manifesta com
maior freqüência que nos acidentes causados por
serpentes adultas;
■ Em sua maioria apresentam atividades
"proteolítica", coagulante e hemorrágica;
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Viperidae

● Venenos botrópicos (jararacas ou surucucuranas):

Alterações provocadas:

(a) dor imediata com intensidade variável, de rápida difusão e


afetando toda a região atingida. Esta dor local tem sido
atribuída à liberação de mediadores como a bradicinina e
histamina;
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Viperidae

● Venenos botrópicos (jararacas ou surucucuranas):

Alterações provocadas:

(b) edema local que pode tornar-se regional, atingindo todo o


membro;

(c) equimose, bolhas e necrose local podem ocorrer


proporcionalmente à gravidade do envenenamento.
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Viperidae

● Venenos botrópicos (jararacas ou surucucuranas):


○ Algumas enzimas dos venenos seriam responsáveis
pela liberação de bradicinina/serotonina, implicadas no
aparecimento de manifestações sistêmicas como
hipotensão arterial e choque;
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Viperidae

● Venenos botrópicos (jararacas ou surucucuranas):


○ As complicações mais graves podem ser do tipo local
(síndrome de compartimento, gangrena e/ou abcesso)
ou sistêmica a (choque e insuficiência renal aguda
com necrose cortical bilateral);
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Viperidae

● Venenos botrópicos (jararacas ou surucucuranas):


■ Insuficiência renal aguda:
● Ação direta do veneno sobre o endotélio
vascular renal;
● Ação coagulante que leva à formação de
microtrombos capazes de provocar isquemia
renal por obstrução da microcirculação;
● Hipotensão arterial e choque.
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Viperidae

● Veneno crotálico (cascavel):


○ Crotoxina: tem ação neurotóxica, sendo formada por
fosfolipase A2+ crotapotina:
○ Crotamina: age sobre estruturas do canal de sódio da
musculatura esquelética alterando, dessa forma, a
permeabilidade celular aos íons de sódio;
○ Fator hemorrágico.
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Viperidae

● Veneno crotálico (cascavel):


○ No local da picada observam-se edema discreto e
parestesia persistente, enquanto sistemicamente há
sintomas de envolvimento de ações neurológicas e
miotóxicas ( oftalmoplegia, dificuldade de
acomodação visual, dores musculares );
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Viperidae

● Veneno crotálico (cascavel):


○ No local da picada observam-se edema discreto e
parestesia persistente, enquanto sistemicamente há
sintomas de envolvimento de ações neurológicas e
miotóxicas ( oftalmoplegia, dificuldade de
acomodação visual, dores musculares,
mioglobinuria-que pode ser avaliada pela tonalidade
da urina do avermelhado ao marrom );
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Viperidae

● Veneno crotálico (cascavel)


○ Também podem apresentar prostração, sudorese,
náuseas, vômitos, mal-estar, sonolência ou
inquietação;
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Viperidae

● Veneno crotálico (cascavel)


○ Os sinais menos frequentes nos acidentes crotálicos
são:
■ Paralisia da musculatura dos membros;
■ Paralisia da musculatura respiratória, com
possibilidade de insuficiência respiratória aguda;
■ Paralisia velopalatina.
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Viperidae

● Veneno laquético (surucucu-pico-de-jaca)


○ Proteolítica, coagulante, hemorrágica e neurotóxica;
○ Possui ação proteolítica mais intensa que as serpentes
do gênero Bothrops;
○ No geral apresentam dor intensa, edema e
hemorragia de pequeno volume no local, lipotímia,
bradicardia, hipotensão arterial e taquipnéia.
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Elapidae

● Veneno elapídico (corais verdadeiras)


○ Atividade neurotóxica;
○ Micrurus corallinus apresenta atividades pré e pós
sináptica, produzindo bloqueio neuromuscular
irreversível, reduzindo a captação de acetilcolina
liberada e aumentando espontaneamente a liberação
de acetilcolina;
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Elapidae

● Veneno elapídico (corais verdadeiras)


○ Os sinais e sintomas costumam aparecer
em minutos, sendo:
■ "fácies miastênica", com ptose
palpebral bilateral, paralisia da
musculatura respiratória,
oftalmoplegia, paralisia velopalatina e
paralisia flácida dos membros;
Ações dos venenos e sintomatologia

Família Colubridae

● Venenos de colubrídeos (cobra-verde)


○ Apresenta atividades hemorrágica, “proteolítica”,
fibrinogenolítica, fibrinolítica e ausência de frações
coagulantes tipo trombina ou pró-coagulantes;
○ Os casos relatados apresentaram as seguintes
alterações locais: dor, edema e equimose, porém sem
alterações na coagulabilidade sanguínea.
Obrigado!

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