Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ofidismo:
Estudo dos venenos de serpentes (ofídios).
Medicina: envenenamento por picada de cobra/serpente.
O diagnóstico clínico é o método mais simples e racional para a abordagem do paciente pela equipe de saúde, uma vez que,
geralmente, não se pode contar com informações corretas/confiáveis sobre o animal.
Cerca de 2400 espécies de serpentes em todo o mundo 200 são perigosas para o homem.
Brasil: 300 espécies conhecidas 70 espécies peçonhentas.
Serpentes brasileiras de interesse toxicológico: (no Brasil, as 70 espécies se distribuem em 4 gêneros):
Bothrops (Jararaca, jararacuçu, urutu)
Crotalus (cascavel)
Lachesis (surucucu-pico-de-jaca)
Micrurus (coral)
Diferenças entre peçonhentas e não peçonhentas:
A presença de fosseta loreal: Órgão termorregulador localizado entre o olho e a narina, caracteriza o grupo de serpentes
peçonhentas de interesse médico no Brasil, onde se incluem os gêneros Bothrops, Crotalus e Lachesis.
Como exceção de serpente peçonhenta, o gênero Micrurus (coral verdadeira) não possui fosseta loreal.
A fosseta loreal tem como função a captação de calor, consegue perceber a presença de outro animal
Peçonhentas geralmente apresentam corpo coberto por escamas em forma de quilha (ponta de flecha)
Serpentes peçonhentas apresentam cabeça com escamas pequenas e as serpentes não peçonhentas apresentam, em geral,
escamas maiores na cabeça.
As serpentes peçonhentas apresentam pupila em forma de fenda, e as não peçonhentas geralmente pupila circular.
Peçonhentas geralmente tem a cabeça mais triangular.
Gênero Bothrops
Mais de 60 variedades encontradas em todo território nacional.
Responsável por mais de 90% dos acidentes.
Veneno de efeito coagulante e necrosante jararaca, jararacuçu, urutu, calçara e outros.
Mais de 90% do peso do veneno: proteínas, com grande variedade de enzimas, toxinas não enzimáticas e proteínas
não tóxicas. As frações não proteicas são constituídas por carboidratos, lipídeos, metais, enzimas biogênicas, etc.
Alguns peptídeos: FPB (Fator Potencializador de Bradicinina) - após estudos de modificação baseados em QSAR,
chegou-se na molécula de captopril.
Bothropstoxina 1: micotoxina de ação pós-sináptica semelhante à fosfolipase A2.
Aspectos clínicos:
As manifestações incluem edema local firme, dores locais moderada, na evolução do quadro podem aparecer púrpuras,
vesículas, bolhas e necrose de partes moles.
Em casos graves pode ocorrer choque (bradicinina e histamina); frequentemente há aumento do tempo de coagulação e
tempo de tromboplastina parcial, e insuficiência renal aguda (necrose cortical).
Gênero Crotalus:
São 6 variedades, a mais conhecida é a cascavel.
Distribuem-se amplamente pelo território nacional. Serpentes que geralmente ocupam terras secas e ligeiramente elevadas
(campos), não são comuns no litoral.
São identificadas pela presença de guizo ou chocalho na extremidade caudal.
Veneno de efeito neurotóxico e miotóxico.
Os acidentes são de menor frequência (9% dos acidentes).
A peçonhenta crotálica é um complexo tóxico-enzimático cujos efeitos biológicos variam nas diferentes espécies
animais peptídeos, enzimas e toxinas.
Ação miotóxica sistêmica, com lise e necrose de fibras musculares com liberação de enzimas e detecção de mioglobina livre
na urina mioglobinúria (insuficiência renal aguda).
Ação neurotóxica por agirem na membrana pré-sináptica da junção neuromuscular, impedindo a liberação da acetilcolina.
Gênero Lachesis:
Existentes na Mata Atlântica e na Floresta Amazônica (habita florestas densas). 2 variedades
Veneno de efeito semelhante ao gênero Bothrops, com provável fração neurotóxica Surucucu (mais agressiva, não foge
quando ver um predador, ela vai atrás pra atacar).
São acidentes raros (2,1% dos casos no Acre, em 2002).
Serpentes grandes: grande quantidade de veneno, com atividade semelhante ao veneno botrópico, acrescida de atividade
neurotóxica.
Aspectos clínicos:
Local: dor e edema na região da picada, vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou soro-hemorrágico, complicações locais
semelhantes ao acidente botrópico.
Hematológico: consumo de protrombina e fibrinogênio incoagulabilidade, manifestações limitam-se, em geral, ao local da
picada.
Neurotóxico: distingue o acidente laquético do botrópico, com fenômenos compatíveis com distúrbios do SN autônomo
parassimpático
Gênero Micrurus:
31 variedades em todo o país.
Cobra Coral
Provocam os acidentes mais graves, embora raros (0,5% dos casos).
Veneno de efeito curariforme (causa paralisia na pessoa)
A peçonhenta é constituída por neurotoxina que atuam na junção neuromuscular, com ação tanto pré como pós-sináptica,
dependendo da espécie considerada.
Neurotoxicidade periférica, produzindo bloqueio na transmissão neuromuscular.
Aspectos clínicos:
Geralmente sem sintomas locais (leve formigamento, às vezes)
O efeito neurotóxico manifesta-se por sensação de constrição da laringe, dificuldade para engolir e falar, salivação abundante e
perturbação visual (ptose palpebral e diplopia).
Paralisia dos músculos respiratórios leva à asfixia e óbito.
Araneismo
Foneutrismo:
Os acidentes causados pela Phoneutria Sp (aranha armadeira) representam a forma de araneísmo mais comumente observado
no país.
A picada resulta em dor local intensa, frequentemente imediata, edema discreto, eritema e sudorese local, parestesia e
fasciculação muscular.
Pode ocorrer óbito em acidentes graves (raros)
Loxoscelimo
Conhecida como aranha marrom, é encontrada com facilidade nas residências, atrás de quadros, armários, no meio de livros.
Sintomas clínicos:
Forma cutânea: é a mais comum, caracterizando-se pelo aparecimento de lesão inflamatória no ponto da picada, que evolui
para necrose e ulceração.
Forma cutâneo-visceral: além de lesão cutânea, os pacientes evoluem com anemia, icterícia cutâneo-mucosa, hemoglobinúria,
A insuficiência renal aguda; e a complicação mais temida (maior causa de óbito).
Latrodectismo
Viúva negra
Caranguejeira:
Aranha de Jardim
Lycosa
Possui pouco veneno e sua picada ocasiona apenas dor local, que cede com analgésicos comuns.
Soros:
O soro antiaracnídico é utilizado nos acidentes causados por aranhas dos generos Loxosceles e Phoneutria.
O soro antiloxocélico é utilizado nos acidentes causados por aranhas do gênero Loxosceles.
O soro antilatrodético (importado da Argentina) é utilizado nos acidentes causados por aranhas do gênero Latrodectus
Acidentes com phoneutria aumentam na estação fria, e loxosceles aumentam em estações quentes.
Escorpionismo
Os escorpiões possuem uma quantidade muito pequena de veneno na glândula, mas de grande atividade tóxica.
A maior parte dos acidentes em adultos é benigna, mas em crianças e idosos é quase sempre fatal, se não forem tomadas a
devidas providências em curto espaço de tempo.
O veneno é rapidamente absorvido pela pele e músculos, deslocando-se para o sangue, rins, pulmão e sistema nervoso. A
maior ação ocorre no sistema nervoso, com efeitos locais e sistêmicos.
O envenenamento por estes animais causa dor local intensa, que se irradia por todo o corpo podendo ainda ocorrer inchaço e
vermelhidão leves no local da picada.
Tityus serrulatus:
Tityus bahiensis:
Apresenta colorido geral marrom-escuro, às vezes
Tityus stigmurus:
Apresenta colorido amarelo-claro.
Aspectos clínicos:
Manifestações locais: caracterizam-se fundamentalmente por dor no local da picada, às vezes irradiada, sem alterações do
estado geral.
Manifestações sistêmicas: menos frequentes. Além da dor local, alterações sistêmicas como hiper ou hipotensão arterial,
arritmias cardíacas, tremores, agitação psicomotora, arritmias respiratórias, vômitos e diarreia. O edema pulmonar agudo é a
complicação mais temida.
A gravidade no escorpionismo depende de fatores como a espécie e tamanho do escorpião causador do acidente, da massa
corporal do acidentado, da sensibilidade do paciente ao veneno, da quantidade de veneno inoculado e do retardo no
atendimento.
O uso do soro anti-escorpionico (SAEs) deve seguir as mesmas orientações só uso de outros soros heterólogos.