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RESUMO
METODOLOGIA
INTRODUÇÃO
2. OBJECTIVOS
Geral:
1. Conhecer os protocolos como agir ante a situações de mordedura de animais
peçonhentos.
Específicos:
1. Descrever o mecanismo de acção das toxinas diversas.
2. Caracterizar os efeitos adversos.
3. Como manejar um paciente que foi mordido por um animal peçonhento.
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3.1. EPIDEMIOLOGIA
O veneno de cobra contém muitos venenos e moléculas não tóxicas. Quarenta e sete
dos 50 estados dos EUA têm cobras venenosas. O sudoeste dos EUA é o mais afetado. Cerca
de 4.700 cobras venenosas mordem humanos e 150.000 principalmente cães e gatos são
picados por cobras venenosas todos os anos nos EUA, com mortalidade humana de 0,06% e a
do cão é de 1-30%. O escorpionismo é causado por muitos escorpiões venenosos, incluindo
espécies de Tityus endêmicas do Panamá, enquanto Centruroides são endêmicos da
Guatemala, Belize, El Salvador, Nicarágua e Costa Rica. Eles são extremamente tóxicos por
meio de toxinas ativas descanalizadas. No Panamá, a incidência foi 52 casos por 100.000 em
2007 e 28 mortes foram registradas entre 1998 e 2006, respectivamente. A espécie Tityus
presente na costa atlântica da Costa Rica é responsável de mortes no Panamá. Tityus
pachyurus e Parabuthus granulatus são da maior importância médica no Cabo Ocidental da
África do Sul. P. transvaal icus veneno é usado para a produção de veneno de P. granulatus.
(Alhaji, 2021)
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Pré-tratamento com atropina: 0,6 mg IV (crianças, 0,02 mg/kg; com o mínimo de 0,1
mg)
Tratar com: Edrofônio: 10 mg IV (crianças, 0,25 mg/kg) ou Neostigmina: 1,5-2,0 mg
IM (crianças, 0,025-0,08 mg/kg). Se houver evidências objetivas de melhora após 5 min,
tratar com:
● Neostigmina: 0,5 mg IV ou SC (crianças, 0,01 mg/kg) a cada 30 min de acordo com a
necessidade.
● Atropina: 0,6 mg IV em infusão contínua ao longo de 8 h (crianças, 0,02 mg/kg em 8
h).
● Monitorar as vias respiratórias e, se necessário, proceder à intubação
endotraqueal.(Kasper et al, 2017)
Os cuidados com a ferida provocada pela picada incluem lavagem simples com água e
sabão, aplicação de curativo estéril seco e imobilização do membro afetado com
acolchoamento entre os dedos. Uma vez iniciada a terapia com antiveneno, o membro deve
ser elevado acima do nível do coração para reduzir o edema. A imunização antitetânica deve
ser atualizada conforme apropriado.(Kasper et al, 2017)
Em geral, não há necessidade de antibióticos profiláticos após picadas por serpentes
norte-americanas, visto que a incidência de infecção secundária é baixa. Em algumas regiões,
infecções secundárias por bactérias são mais comuns, e as consequências são severas; nessas
regiões, é comum o uso de antibioticoterapia profilática (p. ex., cefalosporinas). A
antibioticoterapia também deve ser considerada se os primeiros socorros tiverem
inadvertidamente incluídos incisão e sucção com a boca do local da picada. O controle da dor
deve ser obtido com paracetamol ou analgésicos narcóticos. Salicilatos e antiinflamatórios
não esteróides devem ser evitados, considerando seus efeitos sobre a coagulação
sanguínea.(Kasper et al, 2017)
Os envenenamentos por serpentes envolvem, em sua maioria, a deposição SC do
veneno. Todavia, por vezes o veneno é injetado mais profundamente nos compartimentos
musculares, sobretudo se a serpente agressora for grande e a picada tiver ocorrido na perna,
no antebraço ou na mão. O edema intramuscular do membro afetado pode ser acompanhado
por dor intensa, redução da força, alteração da sensibilidade, cianose e aparente ausência de
pulsos — sinais que sugerem síndrome do compartimento. (Kasper et al, 2017)
Se houver suspeita clínica de que o edema abaixo da fáscia muscular esteja impedindo
a perfusão do tecido, a pressão intracompartimental deve ser aferida com técnica
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Por ocasião da alta, as vítimas de acidentes ofídicos devem ser alertadas sobre sinais e
sintomas de infecção da ferida, sobre o desenvolvimento da doença do soro relacionada com
a administração de antiveneno e sobre sequelas potenciais de longo prazo, como insuficiência
hipofisária nas picadas de víbora de Russell (D. russelii). Caso tenha ocorrido coagulopatia
nos estágios agudos do envenenamento, é possível haver recidiva nas primeiras 2 a 3 semanas
após a picada. Nesses casos, as vítimas devem ser aconselhadas a evitar qualquer cirurgia
eletiva ou atividades que estejam associadas a alto risco de traumatismo durante esse período.
Há indicação de tratamento analgésico ambulatorial e fisioterapia.(Kasper et al, 2017)
em soro fisiológico isotônico e a infusão reiniciada assim que possível. Raras vezes, nos
casos de hipotensão recalcitrante, a infusão concomitante de epinefrina IV pode ser iniciada e
titulada em função do efeito clínico enquanto o antiveneno é administrado. O paciente deve
ser monitorado de perto durante esse tratamento, de preferência em ambiente de cuidados
intensivos. (Alhaji, 2021; Kasper et al, 2017)
A doença do soro caracteristicamente ocorre 1 a 2 semanas após a administração do
antiveneno, e o paciente apresenta febre, calafrio, urticária, mialgias, artralgias,
linfadenopatia e disfunção renal ou neurológica. O tratamento da doença do soro é feito com
glicocorticoide sistêmico (p. ex., prednisona oral, 1 a 2 mg/kg/dia) até que todos os sintomas
tenham desaparecido, seguidos pela retirada progressiva ao longo de 1 a 2 semanas.
Anti-histamínicos e analgésicos por via oral proporcionam alívio adicional dos sintomas.
Raramente, há necessidade de hemoderivados no manejo do paciente envenenado. A peçonha
de muitas espécies de serpentes pode depletar fatores da coagulação e causar redução das
plaquetas ou do hematócrito. Entretanto, esses componentes costumam retornar a seus
valores em poucas horas após a administração do antiveneno adequado. Se a necessidade de
hemocomponentes for considerada grande (p. ex., contagem de plaquetas perigosamente
baixa em paciente hemorrágico), esses produtos só devem ser aplicados após a administração
do antiveneno adequado para se evitar qualquer contribuição adicional para coagulopatia de
consumo. (Alhaji, 2021; Kasper et al, 2017)
Rabdomiólise e hemólise devem ser tratadas de modo convencional. As vítimas que
evoluírem com insuficiência renal aguda devem ser avaliadas por nefrologista e
encaminhadas para hemodiálise ou diálise peritoneal, se necessário. Essa insuficiência renal,
que costuma resultar de necrose tubular aguda, frequentemente é reversível. Contudo, se
ocorrer necrose cortical bilateral, o prognóstico para a recuperação renal é menos favorável, e
pode ser necessária diálise em longo prazo, com possibilidade de transplante renal.(Alhaji,
2021; Kasper et al, 2017)
Os inibidores da acetilcolinesterase (p. ex., edrofônio e neostigmina) podem promover
melhora neurológica em pacientes picados por serpentes com neurotoxinas pós-sinápticas. As
vítimas de acidentes ofídicos com evidências objetivas de disfunção neurológica devem
receber uma prova terapêutica com inibidores da acetilcolinesterase. Se tiverem melhora,
doses adicionais de neostigmina de ação prolongada podem ser administradas de acordo com
a necessidade. Se forem utilizadas doses repetidas de neostigmina, faz-se necessário
monitoramento cuidadoso para prevenção de aspiração, na tentativa de evitar intubação
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Segundo, as pesquisas de Alhaji ele refere que a dosagem racional de soro antiofídico
requer ensaios controlados randomizados maiores e outras estratégias são necessárias para
reduzir a morbidade em crianças mordidas por Naja atra. Os envenenamentos neurotóxicos e
as complicações posteriores correlacionam-se positivamente com a dosagem do soro
antiofídico; portanto, são necessárias doses mais altas que também podem causar reações
adversas. A capacidade de neutralização do soro antiofídico pode ser relacionadas com a
proximidade geográfica das espécies de serpentes.(Alhaji, 2021)
Antiveneno Cerestes cerestes e antiveneno de Macrovipera mauritanica reagem
cruzadamente com antiveneno de Bitis arietans devido à presença de antígenos comuns a
eles. Tenerplasminina-1 (TP1), um inibidor de plasmina isolado do veneno de tener de
Micrurus foi semelhante aos inibidores de serina peptidase do tipo Kunitz Rauwolfia
serpentina inibe Daboia russelii veneno.(Alhaji, 2021)
A dose terapêutica do antiveneno é relativa à quantidade de veneno. Portanto, as
lesões post mortem são necessárias para fornecer a causa da morte. Portanto, a capacidade de
neutralização dos antivenenos deve ser padronizada natureza complexa da composição do
veneno. O pró-coagulante é usado para avaliar a atividade antiveneno e os resultados do teste
antiveneno em roedores podem não ser eficazes em humanos que é considerado muito
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Conduta De Campo
O aspecto mais importante da assistência pré-hospitalar de uma pessoa picada por
serpente venenosa consiste no seu rápido transporte até um centro médico equipado para
cuidados de suporte (vias respiratórias, ventilação e circulação) e administração de
antiveneno. As medidas de primeiros socorros recomendadas no passado são, em sua maioria,
pouco benéficas, e algumas delas, na verdade, agravam o desfecho. É razoável aplicar uma
tala à extremidade picada para reduzir o sangramento e o desconforto e, se possível, manter a
extremidade aproximadamente na altura do coração. Nos países em desenvolvimento, os
nativos devem ser incentivados a procurar assistência imediata em postos de saúde equipados
com antivenenos, em vez de consultar curandeiros tradicionais, levando a atraso significativo
na obtenção de assistência apropriada. Não se aconselha a tentativa de capturar a serpente,
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viva ou morta; em vez disso, fotografias digitais obtidas a uma distância segura podem
auxiliar na identificação da serpente e nas decisões terapêuticas. (Kasper et al, 2017)
A incisão e/ou a aplicação de sucção ao local da picada devem ser evitadas, visto que
essas medidas não são efetivas e agravam a lesão tecidual local. De forma semelhante, a
aplicação de cataplasmas, gelo e choque elétrico também é ineficaz e potencialmente
prejudicial. As técnicas ou dispositivos empregados no esforço de limitar a disseminação do
veneno (p. ex., bandagens linfoclusivas ou torniquetes) não são efetivas e podem resultar em
maior lesão tecidual local ao limitar a disseminação da peçonha potencialmente necrosante. O
uso de torniquetes pode resultar em perda de função e amputação, mesmo na ausência de
envenenamento. Os venenos de serpentes elapídeas, os quais são primariamente neurotóxicos
e não produzem efeitos significativos nos tecidos locais, podem ter sua disseminação restrita
por pressão-imobilização, uma técnica em que todo o membro é imediatamente envolvido por
uma bandagem (p. ex., de crepe ou elástica) e, em seguida, imobilizado. Para que essa técnica
seja efetiva, a pressão da bandagem deve ser precisa (40 a 70 mmHg na aplicação dos
membros superiores e 55 a 70 mmHg nos membros inferiores), e a vítima precisa ser
carregada do local da picada, uma vez que caminhar produz bombeamento muscular que –
independentemente do local anatômico da picada – disseminaria o veneno para a circulação
sistêmica. A pressão-imobilização só deve ser utilizada nos casos em que a serpente agressora
é identificada de modo confiável e for principalmente neurotóxica, se a pessoa que estiver
atendendo a vítima tiver experiência na aplicação de bandagem com pressão, se os
suprimentos necessários estiverem facilmente disponíveis e se houver possibilidade de a
vítima ser totalmente imobilizada e carregada até o local de assistência médica – uma
combinação rara de condições, em particular nas regiões onde essas picadas são mais
comuns.(Kasper et al, 2017)
Conduta No Hospital
No hospital, a vítima deve ser monitorada rigorosamente (sinais vitais, ritmo cardíaco,
saturação de oxigênio, débito urinário), enquanto se obtém rapidamente a história e
procede-se ao exame físico rápido porém completo. Para a avaliação objetiva da progressão
do envenenamento local, o nível de tumefação no membro picado deve ser marcado, e a
circunferência do membro medida a cada 15 minutos até que o edema esteja estabilizado.
Durante esse período de observação, o membro deve ser colocado aproximadamente no nível
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Qualquer punção arterial na presença de coagulopatia exige muita cautela e deve ser
realizada em um local anatômico no qual se possa fazer tamponamento com pressão direta.
Após terapia com antiveneno, os valores laboratoriais devem ser novamente verificados a
cada 6 horas, até obter estabilidade clínica. Se os valores laboratoriais iniciais estiverem
normais, o hemograma completo e os testes de coagulação devem ser repetidos a cada hora,
até que se tenha certeza de não ter ocorrido envenenamento sistêmico. A base para o manejo
dos acidentes ofídicos resultando em envenenamento significativo é a administração rápida
de antiveneno específico. (Kasper et al, 2017)
Os antivenenos são produzidos pela injeção da peçonha de serpentes medicamente
importantes em animais (em geral cavalos ou ovelhas). Uma vez que os animais tenham
produzido anticorpos contra a peçonha, seu soro é coletado e os anticorpos são isolados para
preparação de antiveneno, o que envolve graus variáveis de digestão e purificação das
moléculas de imunoglobulina G (IgG). (Kasper et al, 2017)
O objetivo da administração de antiveneno é possibilitar a ligação dos anticorpos (ou
de fragmentos de anticorpo) aos componentes circulantes do veneno para neutralizá-los antes
que possam se fixar aos tecidos-alvo causando efeitos deletérios. Os antivenenos podem ser
monovalentes (dirigidos contra uma determinada espécie de serpente) ou polivalentes
(cobrindo várias espécies clinicamente importantes na região), porém raras vezes oferecem
proteção cruzada contra espécies de serpentes diferentes daquelas utilizadas na sua produção,
a não ser que as espécies tenham venenos homólogos. (Kasper et al, 2017)
Por conseguinte, a escolha do antiveneno deve ser específica para a serpente
agressora; se o antiveneno escolhido não tiver os anticorpos contra os componentes da
peçonha dessa serpente específica, ele não produzirá qualquer benefício e poderá resultar em
complicações desnecessárias. A administração de antiveneno após picadas de elapídeas
neurotóxicas está indicada ao primeiro sinal de qualquer evidência de neurotoxicidade (p. ex.,
disfunção de nervos cranianos, neuropatia periférica). Em geral, o antiveneno só é efetivo
para reverter a toxicidade ativa da peçonha; ele não produz qualquer benefício em termos de
reversão dos efeitos que já se tenham estabelecido (p. ex., insuficiência renal, paralisia
estabelecida) e que só irão melhorar com o passar do tempo e outras terapias de suporte.
(Kasper et al, 2017)
O antiveneno deve ser administrado apenas por via IV, e a infusão iniciada
lentamente, com o médico à beira do leito pronto para intervir ao primeiro sinal de reação
adversa aguda. Na ausência de reação adversa, a velocidade de infusão pode ser aumentada
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de modo gradual até que se tenha administrado dose plena (ao longo de aproximadamente 1
hora). Talvez haja necessidade de antiveneno adicional se o estado clínico agudo do paciente
se agravar ou não se estabilizar, ou se os efeitos da cobra ou serpente, inicialmente
controlados reaparecerem. A decisão quanto à administração adicional de antiveneno a um
paciente estabilizado deve ser baseada em evidências clínicas de circulação persistente de
componentes não ligados do veneno. Para picadas de viperídeos, em geral se deve manter a
administração de antiveneno até que a vítima mostre melhora definitiva (p. ex., estabilização
dos sinais vitais, redução da dor, restauração da coagulação). Pode ser mais difícil reverter
com antiveneno a neurotoxicidade de picadas de elapídeos. Uma vez estabelecida a
neurotoxicidade e constatada a necessidade de intubação endotraqueal, doses adicionais de
antiveneno provavelmente não serão benéficas. Nesses casos, a vítima deve ser mantida sob
ventilação mecânica até haver recuperação, que pode levar vários dias a semanas.(Kasper et
al, 2017)
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. Alhaji, S., «Toxicosis of Snake, Scorpion, Honeybee, Spider, and Wasp Venoms: Part
1» , Submetido: 11 de Maio de 2019. Revisado: 12 de Maio de 2020. Publicado: 3 de
Fevereiro de 2021. DOI: http://dx.doi.org/10.5772/intechopen.92804
2. Alhaji, S., «Toxicosis of Snake, Scorpion, Honeybee, Spider, and Wasp Venoms: Part
2» , Revisado: 8 de Setembro de 2020. Publicado: 4 de Janeiro de 2021. DOI:
http://dx.doi.org/10.5772/intechopen.93935
3. Kasper, D. L; Hauser, S. L.; Jameson, L.; Fauci, A. S.; Longo, D. L.; Loscalzo, J.
Medicina Interna de Harrison (2017), 19º Edição, Porto Alegre : AMGH.
4. Morais, V. Antivenom therapy: efficacy of premedication for the prevention of
adverse reactions. J Venom Anim Toxins Incl Trop Dis 24, 7 (2018).
https://doi.org/10.1186/s40409-018-0144-0