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UP CURSOS 2023

Répteis e Aracnídeos Peçonhentos

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Os animais peçonhentos.....................................................................................2

Algumas espécies de: serpentes; escorpiões; aranhas......................................4

Lepidópteros (mariposas e suas larvas)............................................................10

Himenópteros (abelhas, formigas e vespas).....................................................13

Coleópteros (besouros).....................................................................................15

Quilópodes (lacraias).........................................................................................17

Cnidários (águas-vivas e caravelas)..................................................................19

Animais que produzem peçonha (veneno)........................................................21

Acidentes por animais peçonhentos..................................................................24

Acidente ofídico ou ofidismo..............................................................................26

Como prevenir acidentes com animais peçonhentos........................................29

Referências bibliográficas.................................................................................31

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OS ANIMAIS PEÇONHENTOS

Animais peçonhentos são aqueles que produzem peçonha (veneno) e têm


condições naturais para injetá-la em presas ou predadores. Essa condição é
dada naturalmente por meio de dentes modificados, aguilhão, ferrão,
quelíceras, cerdas urticantes, nematocistos entre outros.

Os animais peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil são algumas


espécies de:

 serpentes;
 escorpiões;
 aranhas;
 lepidópteros (mariposas e suas larvas);
 himenópteros (abelhas, formigas e vespas);
 coleópteros (besouros);
 quilópodes (lacraias);
 peixes;
 cnidários (águas-vivas e caravelas).

Esses animais possuem presas, ferrões, cerdas, espinhos entre outros,


capazes de envenenar as vítimas.

Animais peçonhentos gostam de ambientes quentes e úmidos e são


encontrados em matas fechadas, trilhas e próximo a residências com lixo
acumulado. Manter a higiene do local é evitar acúmulo de coisas é a melhor
forma de prevenir acidentes.

Os animais peçonhentos do Brasil são animais caracterizados por possuírem


glândulas especializadas que produzem e secretam veneno, por meio de um
mecanismo instintivo, de defesa e caça. A substância tóxica expelida é oriunda
de atividades metabólicas e é liberada através de estruturas específicas
desenvolvidas em seus corpos, como exemplo, quelíceras, agulhões e presas,
que são respectivamente, das aranhas, dos escorpiões e das serpentes. Por
isso os animais que possuem esse aparato de síntese e inoculação da
peçonha são denominados de animais peçonhentos.

Exemplos desses animais são:

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 cobras,
 aranhas,
 escorpiões,
 lacraias,
 taturanas,
 vespas,
 formigas,
 abelhas e
 marimbondos.

O seu conhecimento é imprescindível pois suas toxinas podem causar danos


gravíssimos a saúde, podem ocasionar morte. Eles estão presentes em todo
território nacional, tanto em ambientes urbanos e rurais, o maior número de
ocorrência de acidentes advêm de domicílios, pois ocorre descuidos e não
atentam-se a presença do animal e ao sentirem-se ameaçados, injetam o
veneno com o intuito de imobilizar o agressor e fogem pra um lugar seguro.

Os aracnídeos (Arachnida) são uma subclasse do filo dos artrópodes que


inclui, entre outros, aranhas, carrapatos, ácaros, opiliões e escorpiões,
compreendendo mais de 60.000 espécies distintas. O nome desta classe tem
origem na figura da mitologia grega Arachne, porque as aranhas foram os
primeiros membros a pertencer a esta classe. Quase todas as espécies
são animais terrestres.

Inoculadores de veneno:

Escorpião - através do aguilhão;

Aranha - através das quelíceras;

Pseudo-escorpião - através dos pedipalpos;

Obs: A grande maioria das aranhas não apresenta importância médica, sendo
que no Brasil são apenas três que oferecem perigo, a aranha-marrom
(Loxosceles), a armadeira (Phoneutria) e a viúva-negra (Latrodectus).

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ALGUMAS ESPÉCIES DE: SERPENTES; ESCORPIÕES; ARANHAS

Anatomia Funcional:

O pulmão foliáceo é uma abertura ventral para onde o ar entra e levam o


oxigênio para a corrente sanguínea que vai oxigenar todo o sangue. Os
pulmões não são utilizados por todos os aracnídeos;

As aranhas possuem tanto traqueias quanto pulmões;

O sistema traqueal, a abertura é chamada espiráculo leva o oxigênio


diretamente para todos os tecidos;

Animais que respiram por traqueias não apresentam pigmentos sanguíneos,


pois não é o sangue que transporta o oxigênio.

Coração tubular dorsal continuando anteriormente e posteriormente por uma


aorta, no coração há a presença de óstios:

Aranhas: 3 pares de óstios.

Escorpiões: 7 pares de óstios.

Os aracnídeos possuem glândulas coxais na base das pernas que faz


comunicação com o exterior eliminando as excretas;

Os aracnídeos perdem pouca água na forma de excreta;

Todos os líquidos que banham o túbulo de Malpighi são filtrados entre o


intestino médio e o intestino posterior, as excretas são eliminadas juntas com
as fezes pelo ânus;

Alguns possuem tanto túbulos de Malpighi quanto glândulas coxais;

Intestino - é arborescente, para ter uma maior área de absorção;

O intestino médio aumenta a produção de enzimas e a região de absorção;

Principal resíduo nitrogenado é a guanina;

Tricobótrios - são pelos sensoriais que percebem a vibração de corrente de ar;

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Órgãos em Fenda - espalhados por todo o corpo principalmente nos apêndices
e percebem a tensão no esqueleto, e também deteta as informações sonoras;

Pente - presente somente em escorpiões, com função de perceber vibrações


no substrato (reprodução);

O orifício genital de ambos os sexos está localizado na região ventral do


segundo segmento abdominal. Muitos têm transmissão indireta
de espermatozoides através de um espermatóforo;

Podem ser ovíparos ou vivíparos;

Pode ter cuidado parental, ou seja, pais cuidando "atenciosamente" dos


filhotes.

A diferenciação do sexo das aranhas segue pela extremidade


dos palpos sendo que é diferente nos machos, com o apêndice usado para
transmitir espermatozoides para a fêmea

Os escorpiões são animais de corpo alongado que possuem quatro pares de


patas, um par de pinças no extremo anterior e apresentam um ferrão com
glândulas de veneno na ponta da "cauda" articulada.
Quando se sentem perturbados, picam com facilidade, causando muita dor, e
podendo provocar até a morte em crianças e pessoas debilitadas.
As espécies que habitam o estado do Rio de Janeiro têm coloração e hábitos
que as confundem com o ambiente em que vivem. Entre essas espécies
encontramos com muita frequência o "escorpião-amarelo" (Tityus serrulatus),
que é considerado o escorpião mais perigoso da América do Sul.

Os escorpiões procuram alimento durante a noite e, frequentemente, penetram


nas residências humanas, onde se instalam sem serem notados, pois durante o
dia "desaparecem" em esconderijos escuros e úmidos. Para capturar alimento
e para defesa utilizam-se do ferrão venenoso.
Os escorpiões se proliferam sob pedras, frestas de pedras e barrancos,
debaixo de cascas de árvores, em paredes e muros mal rebocados, madeira
empilhada, entulhos, caixas de gordura, ralos, forros, etc. Gostam muito de
umidade, pouca luz e insetos em abundância (principalmente baratas).
A picada de escorpião causa muitos transtornos ao organismo humano: dor
imediata, sudorese, febre, sensação de frio, contrações musculares,
irregularidades cardio-respiratórias, e pode levar à morte. Qualquer acidente
com escorpião deve ser avaliado por um médico.

No Brasil, os escorpiões de importância em saúde pública são as seguintes


espécies do gênero Tityus:

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Escorpião-amarelo (T. serrulatus) - com ampla distribuição em todas as
macrorregiões do país, representa a espécie de maior preocupação em função
do maior potencial de gravidade do envenenamento e pela expansão em sua
distribuição geográfica no país, facilitada por sua reprodução partenogenética e
fácil adaptação ao meio urbano;

Escorpião-marrom (T. bahiensis) - encontrado na Bahia e regiões Centro-


Oeste, Sudeste e Sul do Brasil;

Escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus) - espécie mais comum do


Nordeste, apresentando alguns registros nos estados de São Paulo, Paraná e
Santa Catarina;

Escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus) - encontrado na região Norte e


Mato Grosso.

Atualmente, há 19 famílias de escorpiões distribuídas em todo o mundo. Os


gêneros que causam os mais graves acidentes
são: Androctonus e Leiurus (África setentrional), Centruroides (México e
Estados Unidos) e Tityus (América do Sul e Ilha de Trinidad).

A grande maioria dos acidentes é leve e o quadro local tem início rápido e
duração limitada. Os adultos apresentam dor imediata, vermelhidão e inchaço
leve por acúmulo de líquido, piloereção (pelos em pé) e sudorese (suor)
localizadas, cujo tratamento é sintomático. Movimentos súbitos, involuntários
de um músculo ou grupamentos musculares (mioclonias) e contração muscular
pequena e local (fasciculações) são descritos em alguns acidentes por
Escorpião-preto-da-Amazônia.
Já crianças abaixo de 7 anos apresentam maior risco de alterações sistêmicas
nas picadas por escorpião-amarelo, que podem levar a casos graves e
requerem soroterapia específica em tempo adequado.

O que fazer em caso de acidente escorpiônico:

 Limpar o local com água e sabão;


 Aplicar compressa morna no local;
 Procurar orientação imediata e mais próxima do local da ocorrência do
acidente (UBS, posto de saúde, hospital de referência);
 Atualizar-se regularmente junto à secretaria estadual de saúde para
saber quais os pontos de tratamento com o soro específico em sua
região;
 Se for possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde.

As aranhas são encontradas desde buracos e frestas no solo a até muitos


metros de altura nas copas de árvores; de desertos a florestas úmidas; de
ecossistemas totalmente preservados até o centro de grandes metrópoles. Isso

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se deve também à sua capacidade de produzir abrigos com uma mistura de
proteínas denominada seda, secretada por glândulas localizadas no abdômen
da aranha. A seda é trabalhada a fim de formar diferentes tipos de teias,
utilizadas desde o revestimento de suas tocas até a formação das belíssimas
redes de captura de insetos, que são o principal alimento das aranhas.
Para capturar seu alimento, as aranhas utilizam um sistema sensorial muito
desenvolvido composto por órgãos sensíveis a estímulos químicos (presentes
em algumas de suas oito patas) e estímulos físicos (principalmente vibrações).
Embora a maioria das aranhas possua oito olhos, poucas utilizam a visão como
orientação principal. A dieta é composta também por animais maiores (lagartos,
anfíbios, filhotes de roedores e pássaros). Para capturá-los, as aranhas
desenvolveram um aparelho venenoso que auxilia na imobilização da presa e
na digestão do alimento.

O veneno está presente na grande maioria das aranhas (em todo o mundo, são
conhecidos somente dois grupos de aranhas sem veneno), e sua composição
química é bastante variada entre as espécies. A grande maioria tem veneno
pouco tóxico para o organismo humano, como as caranguejeiras. Porém, o
veneno de outras afeta o homem de maneira mais grave. Quando se sentem
ameaçadas, as aranhas picam para se defender.

Armadeira (Gênero Phoneutria): São as aranhas venenosas de maior


tamanho no mundo, chegando a medir 20 cm de envergadura com as patas
abertas. Não vivem em teias e, durante o dia, se escondem em lugares
sombrios como: buracos no solo, debaixo de madeira e pedras ou entre as
folhas largas de diferentes tipos de vegetais, especialmente bananeiras. Esses
animais foram nomeados popularmente devido a uma característica muito
curiosa: quando a aranha se sente ameaçada e não pode fugir, apoia o corpo
nas patas de trás e levanta sua parte anterior, fazendo movimentos de um lado
para o outro. Assim, pica com muita facilidade.

Viúva Negra (Gênero Latrodectus) : A "viúva-negra" (Latrodectus


curacaviensis) é uma aranha pequena e tímida que mede em torno de um
centímetro, com patas longas e frágeis. Seu colorido é negro metálico, com o
abdômen arredondado e com vários desenhos de cor vermelha-viva, às vezes
ornados com finas linhas brancas.

Sua teia é formada por uma rede de fios desordenados, nos quais ela
permanece virada para baixo, capturando seu alimento. Quando derrubada, a
aranha finge-se de morta ou tenta fugir, arrastando seu pesado abdômen;
porém quando perturbada em excesso ou comprimida contra o corpo (por

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exemplo, dentro das roupas, ou nos lençóis durante o sono), pode picar com
relativa facilidade.

O veneno da viúva-negra é muito tóxico para o homem. Ele ataca o sistema


nervoso provocando dores musculares muito intensas, náuseas, dor de cabeça
e alterações cárdio-respiratórias, sendo mais grave em crianças e podendo
causar acidentes fatais em pessoas sensíveis.

Aranha Marrom (Gênero Loxosceles): São aranhas muito pequenas: não


passam de 4 cm de envergadura. Vivem em ambientes escuros e secos onde
tecem teias irregulares, muito parecidas com fiapos de algodão, nos quais
capturam seu alimento (composto basicamente por insetos como moscas,
besouros, baratas etc). Na natureza, as aranhas marrons são encontradas sob
cascas de árvores, debaixo de pedras e dentro de grutas. Nas cidades, esses
animais se proliferam dentro das residências humanas, onde fazem teias atrás
de móveis, quadros, pilhas de madeira e material de construção. São aranhas
muito tímidas e de hábitos noturnos. Os acidentes ocorrem quando são
comprimidas contra o corpo dentro de roupas, toalhas, roupas de cama etc.

Seu veneno é extremamente tóxico para o organismo humano, e o local da


picada pode apresentar: bolhas; inchaço; aumento de temperatura e lesões
hemorrágicas, com ou sem dor em queimação. A ausência de dor faz com que
o acidentado demore a procurar socorro médico, o que pode complicar o
tratamento. Após alguns dias, a área da picada apresenta necrose que deixa
uma úlcera de difícil cicatrização. Outras alterações que podem aparecer no
acidente por aranhas marrons são: febre alta nas primeiras 24 horas, dor de
cabeça; coceira generalizada; dor muscular; náuseas; vômitos; visão turva;
diarréia; sonolência; irritabilidade e, nos casos graves, coma. Em certo número
de acidentes podem ocorrer complicações devido à ação do veneno sobre as
células do sangue, ocasionando anemia, equimoses e urina com sangue o que
pode levar a insuficiência renal aguda e óbitos.

Cascavel (Crotalus durissus): Serpente peçonhenta que habita áreas


abertas, como campos e cerrados. É vivípara e se caracteriza por possuir um
chocalho na ponta da cauda, formado por diversos guizos. Cada muda
acrescenta um novo guizo, e o número de guizos, portanto, não representa a
idade da serpente em anos. Além disso, especialmente nas cascavéis mais

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velhas, os guizos terminais frequentemente se perdem, de modo que o número
total de guizos não indica nem o número total de mudas. Clique na imagem ao
lado para ampliar.

Jararaca (Bothrops jararaca): Serpente peçonhenta, pertencente ao grupo


que mais causa acidente no Brasil. Vive em matas, porém se adapta muito bem
as áreas urbanas e próximas à cidade. Vivípara, vive em ambientes
preferencialmente úmidos, como beira de rios e córregos, onde também se
encontram ratos e sapos, seus alimentos preferidos. Dorme durante o dia
debaixo de folhagens secas e úmidas. Clique na imagem ao lado para ampliar.

Coral Verdadeira (Micrurus sp): São serpentes peçonhentas normalmente


pequenas e de colorido vistoso, com anéis vermelhos, pretos e brancos ou
amarelos em sequências diversas. Possuem hábitos fossoriais (vivem embaixo
da terra) e são ovíparas. Clique na imagem ao lado para ampliar.

Surucucu pico de jaca (Lachesis muta): É a maior serpente peçonhenta das


Américas. Pode ultrapassar 4 metros de comprimento. Vive em matas
primárias e, diferentes dos outros viperídeos (família de serpentes venenosas)
brasileiros, são ovíparas. Clique na imagem ao lado para ampliar.

Acidente ofídico ou ofidismo é o quadro de envenenamento decorrente da


inoculação de toxinas através do aparelho inoculador (presas) de serpentes.
No Brasil, as serpentes peçonhentas de interesse em saúde pública são
representadas por quatro gêneros da Família Viperidae: serpentes do
grupo Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, combóia), o qual,
atualmente, está agrupado em dois gêneros –
Bothrops e Botrocophias; Crotalus (cascavel); Lachesis (surucucu-pico-de-
jaca); Micrurus e Leptomicrurus (coral-verdadeira). O envenenamento ocorre
quando a serpente consegue injetar o conteúdo de suas glândulas venenosas,
o que significa que nem toda picada leva ao envenenamento. Há muitas
espécies de serpentes que não possuem presas ou, quando presentes, estão
localizadas na porção posterior da boca, o que dificulta a injeção de veneno ou
toxina.

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LEPIDÓPTEROS (MARIPOSAS E SUAS LARVAS)

No Brasil, mais de 5.000 espécies já foram descritas.

A ordem Lepidoptera apresenta muitas características comuns a outros insetos.


O corpo dos indivíduos pertencente ao grupo é dividido em
três tagmas (cabeça, tórax e abdômen), seis pernas articuladas terminadas por
uma garra, dois olhos compostos e quatro asas relativamente grandes. As
características discutidas logo abaixo são características importantes para
conseguir caracterizar os organismos presentes nesse grupo.

Das superfamílias de mariposas, algumas que merecem destaque:

Micropterigoidea – dos lepidópteros mais antigos. Alguns autores, ainda


defendem que Micropterigoidea é uma subordem por si só, chamada
de Zeugloptera. Outros, que Micropterigoidea é uma ordem à parte,
relacionada à Lepidoptera e Trichoptera.

Hepialoidea - Com mais de 300 espécies, estão distribuídas em quase todas


as regiões do mundo, incluindo a América do Sul e o Brasil – como exemplar
que ocorre no Brasil, podemos citar a Phassus giganteus, uma das maiores
mariposas que se conhece com cerca de 160mm de envergadura.

Nepticuloidea - dos menores lepidópteros que se conhece, os menores tem


pouco mais de 2mm de envergadura.

Tineoidea – um dos maiores grupos de lepidópteros com mais de 20.000


espécies conhecidas.

Bombycoidea – Superfamília onde está localizada a família Saturniidae, cujas


lagartas são relativamente grandes e com o corpo coberto por cerdas
urticantes (ou venenosas) em forma de ―pinheirinho‖. É a família da Lonomia
Oblíqua, um dos insetos mais perigosos do mundo e cujo veneno pode causar
hemorragia. Atualmente, o soro antilonômico é produzido pelo Instituto
Butantan. Outra família deste grupo é a Bombycidae, do ―bicho-da-seda‖.

As demais superfamílias de mariposas


são: Incurvarioidea, Tischerioidea, Eriocranioidea, Acanthopteroctetoidea, Graci
llarioidea, Yponomeutoidea, Gelechioidea, Zygaenoidea, Sesiodea, Cossoidea,
Tortricoidea, Galacticoidea, Choreutoidea, Urodoidea, Schreckensteinioidea, E

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permenioidea, Alucitoidea, Pterophoroidea, Copromorphoidea, Hyblaeoidea, Th
yridoidea, Pyraloidea, Drepanoidea, Geometroidea, Mimallonoidea, Lasiocamp
oidea, Noctuoidea.

A importância das lagartas de mariposas em saúde pública se deve aos efeitos


causados pelo contato das cerdas de algumas espécies que contêm toxinas.
No Brasil, as espécies que mais causam acidentes pertencem às
Famílias Megalopygidae (megalopigídeos) e Saturniidae (saturnídeos). Os
megalopigídeos (lagarta-de-fogo, taturana-cachorrinho, taturana-de-flanela,
bicho-cabeludo) têm cerdas longas e inofensivas que se assemelham a pelos,
com coloração que varia entre cinza, vermelho e marrons, e que escondem as
verdadeiras cerdas de veneno que são menores e robustas. Têm hábitos
solitários, sendo o acidente comumente causado por um único exemplar. Já os
saturnídeos possuem espinhos pontiagudos sobre o dorso, com evaginações
do tegumento e ramificações laterais, que contêm as glândulas de veneno. São
geralmente de colorido verde, marrom ou preto, com desenhos variados no
tegumento. De hábitos gregários, vivem em árvores nativas e frutíferas, onde
muitas vezes se camuflam e o contato se faz, em geral, com vários
exemplares.

Somente a fase larval (lagartas) desses animais é capaz de produzir efeitos


sobre o organismo; as demais (pupa, ovo e adulto) são inofensivas, exceto as
mariposas fêmeas adultas do gênero Hylesia (Saturniidae), que apresentam
cerdas no abdômen. Em contato com a pele, essas cerdas podem causar
dermatite papulopruriginosa.

Estas são as duas espécies de lagartas que mais causam acidentes no Brasil:

Família Megalopygidae (lagartas “cabeludas”) - são geralmente solitárias e


não-agressivas, de 1 a 8 cm de comprimento, possuem ―pelos‖ dorsais longos
e sedosos de colorido variado (castanho, branco, negro, róseo), que camuflam
as verdadeiras cerdas pontiagudas e urticantes. As cerdas pontiagudas e
curtas contêm as glândulas de veneno, entremeadas por outras longas,
coloridas e inofensivas;

Família Saturniidae (lagartas “espinhudas”) - vivem em grupos, possuem


cerdas urticantes em forma de espinhos, semelhantes a pequenos pinheiros
verdes distribuídos no dorso da lagarta, não possuindo pelos sedosos. Têm
―espinhos‖ ramificados e pontiagudos de aspecto arbóreo, com tonalidades
esverdeadas mimetizando muitas vezes as plantas que habitam. Nesta família
se inclui o gênero Lonomia, com ampla distribuição em todo o País, causador
de acidentes hemorrágicos.

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O Brasil é o único país produtor do Soro Antilonômico (SALon)., específico para
o tratamento dos envenenamentos moderados e graves causados por essas
lagartas.

Normalmente, os acidentes com lagartas ocorrem quando o indivíduo toca o


animal, geralmente em tronco de árvores ou ao manusear vegetação. O
contato com as cerdas pontiagudas faz com que o veneno contido nos
"espinhos" seja injetado na pessoa. A dor, na maioria dos casos, é violenta,
irradiando-se do local da "queimadura" para outras regiões do corpo. No caso
da Lonomia, algumas vezes aparecem complicações como sangramento na
gengiva e aparecimento de sangue na urina.

Dependendo da lagarta, os sintomas podem tratados com medidas para alívio


da dor, como compressas frias ou geladas. Nos casos de suspeita de acidente
com Lonomia, o paciente deve ser levado ao serviço de saúde mais próximo,
para que o profissional de saúde avalie a necessidade de administração do
soro antilonômico.

O que fazer em caso de acidente:

Lavar o local da picada com água fria ou gelada e sabão;

Levar o indivíduo imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que


possa receber o tratamento em tempo oportuno;

A identificação da lagarta causadora do acidente pode ajudar no diagnóstico.


Portanto, se for possível, é recomendado levar a causadora ao serviço de
saúde;

Atualizar-se regularmente junto à secretaria estadual de saúde para saber


quais pontos de tratamento com o soro específico na sua região.

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HIMENÓPTEROS (ABELHAS, FORMIGAS E VESPAS)

A ordem Hymenoptera (himenópteros) é um dos maiores grupos entre


os insetos, compreendendo as vespas, abelhas e formigas. Possui atualmente
cerca de 115 000 espécies descritas (Hanson & Gauld, 1995), distribuídas em
99 famílias taxonômicas (Goulet & Huber, 1993). O nome é derivado
do grego (hymen = membrana; ptera = asas), com as espécies deste grupo
apresentando dois pares de asas membranosas, sendo que as asas anteriores
são maiores do que as posteriores. Alguns grupos, como as formigas operárias
e as vespas da família Mutilidae, perderam secundariamente as asas.

As fêmeas possuem um ovipositor típico que permite a perfuração do


hospedeiro ou acessar locais inacessíveis, estando muitas vezes modificado
em um ferrão. Pode ser até 6 vezes maior do que o comprimento do corpo em
diversos grupos, ou tão curto que é dificilmente visível. O desenvolvimento é do
tipo holometabólico (metamorfose completa), que apresenta os estágios de
ovo, larva, pupa e adulto.

O grupo inclui uma impressionante diversidade de formas, tamanhos e


hábitos de vida.

Os maiores himenópteros podem alcançar cerca de 15 cm de comprimento,


tais como as vespas caçadoras da família Pompilidae, marimbondos da
família Vespidae e vespas parasitoides da família Ichneumonidae. Os menores
são as vespas da família Trichogrammatidae, que podem ter apenas 1 mm de
comprimento.

Abelhas são insetos da Ordem Hymenoptera, assim como as vespas e as


formigas. Algumas espécies são conhecidas por produzirem o mel e viverem
em colônias ditas eussociais, com uma organização hierárquica com uma
rainha fértil, alguns machos férteis (zangões) e milhares de operárias fêmeas
(inférteis). Estas são as características da maioria das abelhas produtoras de
mel, embora a grande maioria delas não o seja, vivendo até mesmo como
animais solitários.

Ao picar, elas perdem parte do aparato inoculador, morrendo em seguida. Este


aparato possui músculos próprios e continuam injetando a peçonha mesmo
após a separação do resto do corpo. As mamangavas ou mamangabas, que
são abelhas das Subfamílias Bombinae e Euglossinae, não perdem o ferrão

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podendo ferroar várias vezes. As abelhas da Subfamília Meliponinae,
conhecidas como abelhas sem ferrão, embora possuam este aparato, não
causam acidentes por picadas, mas podem produzir mel tóxico.

As picadas de abelha, vespa e vespão causam dor imediata e uma área


vermelha, inchada e, por vezes, pruriginosa ao longo de cerca de 1 cm. Em
algumas pessoas, a área inflamada atinge um diâmetro de até 5 cm ou mais
nos próximos 2 ou 3 dias. Esse edema é confundido, algumas vezes, com uma
infecção, situação que raramente ocorre após a picada de uma abelha. As
reações alérgicas podem causar erupção cutânea, coceira generalizada,
respiração sibilante, dificuldade em respirar e choque.

A picada da formiga-de-fogo costuma originar imediatamente dor e a área


fica vermelha e inflamada, sintomas que desaparecem num período de 45
minutos. Nesse momento, forma-se uma bolha que rebenta em 2 a 3 dias e é
habitual a área ficar infectada. Em alguns casos, em vez de uma bolha, forma-
se uma área vermelha e inflamada que provoca prurido. Alguns nervos isolados
podem ficar inflamados, e convulsões podem ocorrer em pessoas que tiveram
um grande número de picadas.

Tratamento:

Remoção do ferrão; Tratamentos da pele e medicamentos por via oral podem


reduzir a dor e o inchaço; Injeção de epinefrina para reações alérgicas; Às
vezes, dessensibilização para prevenir reações alérgicas

Uma abelha pode deixar o seu ferrão na pele. O ferrão deve ser removido o
mais rápido possível por raspagem com uma extremidade fina (por exemplo, a
extremidade de um cartão de crédito ou uma faca de mesa fina).

A aplicação de um cubo de gelo envolvido em plástico e em um pano fino sobre


a picada reduz a dor, juntamente com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
e anti-histamínicos tomados por via oral. A utilização de um creme ou pomada
que contenha um anti-histamínico, um anestésico, um corticosteroide ou uma
combinação deles é geralmente útil.

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COLEÓPTEROS (BESOUROS)

Os besouros são insetos pertencentes à ordem dos coleópteros. Esta palavra


vem de coleus, que significa caixa, e ptera, asas. Há cerca de 300.000
besouros diferentes no mundo.

Besouro Venenoso

Nome Científico: Lytta vesicatoria

Medindo de 1 a 2 cm este besouro vive no sul e centro da Europa, Sibéria e


América do Norte. Começa a aparecer na Europa durante o verão. A fêmea
põe seus ovos próximos a abelhas, pois quando os filhotes nascem, entram no
ninho da mesma. Lá dentro sofrem uma transformação, soltam a pele e viram
larvas mínimas que passam a se alimentar dos filhotes da abelha.

Além de exalar um cheiro muito forte, para que os predadores não se


aproximem deles soltam um veneno que queima a pele formando bolhas. Este
está entre os mais venenosos besouros que existem.

Besouro-do-esterco ou escaravelho

Nome científico : Scarabeus sacer

Mede cerca de 4 centímetros têm três pares de pernas. Seu vôo é pesado e
barulhento. Existem espécies de escaravelho ou besouro-do-esterco em
praticamente todos os lugares. Tem como característica rolar uma bola de
excremento de animais, principalmente de cavalos, que pode ter até 4 cm de
diâmetro. Ao terminar de preparar a bola, enterram-na em um buraco para que
possam se alimentar. Esta bola é tão preciosa para eles que brigam pra valer
por ela. Existem mais de 20 mil espécies de escaravelhos no mundo.Para a
reprodução o macho e fêmea se juntam para fazer uma bola em forma de pêra.
Nesta bola, a fêmea coloca os ovos para que as larvas ao nascer encontrem
alimento para elas.

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Besouro Gigante

Nome científico: Titanus gigantus

Não só é o maior besouro como também é o maior inseto do mundo. Além ser
o maior inseto em peso, também é o maior invertebrado voador. Vive na
Floresta Amazônica, se alimenta de material orgânico em decomposição na
floresta. Pode chegar até a 22 centímetros de comprimento, é maior do que a
mão de um homem adulto, e pesar cerca de 70 gramas.

Besouro Castanho

Nome científico: Tribolium castaneum

São besouros de coloração marrom avermelhada, achatados. Medem de 2,3 a


4,4 mm de comprimento. Os adultos são bons voadores e chegam a viver até 4
anos. Seus ovos São colocados em sacarias, fendas ou alimentos, minúsculos,
claros e recobertos por uma substância viscosa. As fêmeas depositam de 400
a 500 ovos. Estes insetos, muitas vezes, são responsáveis pela perda total em
armazéns de todo o mundo. O besouro-castanho ataca todos os tipos de
cereais moídos, como farelo, rações, farinhas, fubá e grãos quebrados, além
de raízes de gengibre, frutos secos, chocolate, nozes, grãos de leguminosas.
São predominantes em ambientes quentes e úmidos. O inseto pode apresentar
3 a 4 gerações em um ano.

Animais peçonhentos são reconhecidos como aqueles que produzem ou


modificam algum veneno e possuem algum aparato para injetá-lo na sua presa
ou predador. Os principais animais peçonhentos que causam acidentes no
Brasil são algumas espécies de serpentes, de escorpiões, de aranhas, de
lepidópteros (mariposas e suas larvas), de himenópteros (abelhas, formigas e
vespas), de coleópteros (besouros), de quilópodes (lacraias), de peixes, de
cnidários (águas-vivas e caravelas), entre outros. Os animais peçonhentos de
interesse em saúde pública podem ser definidos como aqueles que causam
acidentes classificados pelos médicos como moderados ou graves.

A existência de um besouro peçonhento é surpreendente pois não é conhecido


outro besouro capaz de inocular toxinas. Então, da perspectiva biológica, abre-
se margem para entender como se deu o desenvolvimento das glândulas de
toxina na ponta das antenas, um lugar incomum para se usar na defesa.

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QUILÓPODES (LACRAIAS)

O veneno das lacraias é muito pouco tóxico para o homem. Embora existam
muitas lendas a respeito desse animal, não há, no Brasil, relatos comprovados
de morte nem de envenenamentos graves em acidentes com lacraias. Os
sintomas são: dor forte e inchaço (edema) no local da picada. Em acidentes
com lacraias grandes também podem ocorrer febre, calafrios, tremores e
suores, além de uma pequena ferida.

As lacraias gostam muito de umidade. Os acidentes podem ser evitados com


as seguintes precauções:

- Limpe os ralos semanalmente e mantenha-os fechados quando não estiverem


em uso;

- Limpe e mantenha fechadas as caixas de gordura e os esgotos;

- Limpe os jardins, apare a grama e afaste as plantas ornamentais e


trepadeiras das casas. Além disso, pode-as para que os galhos não toquem o
chão;

- Não use porões, garagens e quintais como depósito para objetos fora de uso
que possam servir de esconderijo para as lacraias;

- Cuide dos muros e calçamentos para que não apresentem frestas onde a
umidade se acumule e os animais possam se esconder.

Em caso de acidente, não beba álcool. Mantenha o local da picada o mais


limpo possível. Embora o veneno das lacraias não seja muito perigoso para o
ser humano, é bom procurar orientação médica.

São animais peçonhentos pertencentes à classe Chilopoda com cerca de


3.150 espécies reconhecidas, enquanto Scolopendromorpha inclui cerca de
700 espécies, pertencentes a 34 gêneros, e cinco famílias. Algumas chegam a
ter quase 50 centímetros de comprimento e estão presentes em todos os
continentes. São chamadas de centopeias assim como o piolho-de-cobra,
porém são espécies distintas já que os piolhos-de-cobra pertencem à
classe Diplopoda.

As centopeias são predadores muito eficientes, algumas espécies são capazes


de comer pequenos roedores, anfíbios e até mesmo serpentes. Têm o
comportamento típico de levantar a cauda, quando ameaçadas. No entanto,

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não é na cauda que se encontram os ferrões e sim nos maxilípedes que é um
par de patas adaptado como mandíbula inoculadora de peçonha.

A peçonha da espécie Scolopendra subspinipes provocam dor e inchaço


extremos e causaram uma fatalidade relatada. Descobriu-se que o veneno de
certas espécies de Scolopendra contém compostos como a serotonina,
a fosfolipase hemolítica, uma proteína cardiotóxica e uma citolisina.

Um youtuber e naturalista amador Coyote Peterson foi picado por uma


Scolopendra heros, vulgarmente conhecida como a centopeia gigante do
deserto, e declarou que a picada dela foi a mais dolorosa e perigosa que ele já
recebeu de um animal, incluindo o da Pompilidae, formiga-cabo-verde e até
o monstro-de-gila.

Os quilópodes são animais velozes, carnívoros, sua alimentação faz-se à base


de larvas e besouros. C omo exemplo podemos citar as lacraias e as
centopéias. Atualmente existem mais de 581 espécies descritas.

O seu corpo é alongado e achatado e divide-se em duas partes principais:


cabeça e tronco, com um número variável de segmentos apresentando um par
de patas por anel ou segmento, são animais que não se enrolam .

A maioria das espécies mede menos de 5 cm de comprimento mas algumas


atingem os 25 cm. Os quilópodes possuem 1 par de antenas e seu sistema
respiratório é traqueal.

Possuem garras na cabeça utilizadas para injetar o veneno na presa, veneno


este que não é letal para o homem, porém causa muita dor.

Seu habitat é em galerias pluviais, canalizações subterrâneas e em troncos em


decomposição, lixo etc..

O sistema de reprodução é sexuado, as fêmeas colocam seus ovos e tem


muito cuidado com eles. O sistema digestivo é completo, começando na boca e
terminando no ânus.

O veneno das lacraias é muito pouco tóxico para o homem. Embora existam
muitas lendas a respeito desse animal, não há, no Brasil, relatos comprovados
de morte nem de envenenamentos graves em acidentes com lacraias. Os
sintomas são dor forte e inchaço no local da picada.

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CNIDÁRIOS (ÁGUAS-VIVAS E CARAVELAS)

Em casos de acidentes com águas-vivas e caravelas, primeiramente, para


alívio da dor inicial, devem ser utilizadas compressas geladas (pacotes
fechados de gelo – ―cold packs‖ –, envoltos em panos, ou água do mar gelada,
se disponível). Em seguida, o local da lesão deve ser lavado com ácido acético
a 5% (vinagre, por exemplo), sem esfregar a região acometida, e,
posteriormente, compressa do mesmo produto deve ser aplicada por cerca de
10 minutos, para evitar o aumento do envenenamento.

É importante que não seja utilizada água doce para lavagem do local da lesão,
nem para aplicação das compressas geladas, pois a água doce pode piorar o
quadro do envenenamento. Em casos de acidentes com águas-vivas e
caravelas, os pacientes devem procurar assistência médica para avaliação
clínica do envenenamento e, se necessário, realização de tratamento
complementar. A remoção dos tentáculos aderidos à pele deve ser realizada de
forma cuidadosa, preferencialmente com uso de pinça ou lâmina.

As ocorrências de queimaduras com animais marinhos são recorrentes.


Apenas em um fim de semana de janeiro, o Corpo de Bombeiros Militar de
Santa Catarina registrou 6.665 casos no litoral do estado. Os primeiros
sintomas são vermelhidão, ardência e dor intensa no local afetado, que podem
durar de 30 minutos a 24 horas.

O veneno tem ação tóxica na pele humana, podendo causar inflamação


extensa e até necrose. Em casos mais graves, pode provocar ainda arritmias
cardíacas, alteração no tônus vascular e insuficiência respiratória por
congestão pulmonar. Há também relatos de dor de cabeça, náuseas, vômitos,
febre e espasmos musculares. Em geral, a gravidade depende da extensão da
área atingida.

Para avaliação do envenenamento, é importante o auxílio médico, o mais


rápido possível. Se necessário, o paciente poderá receber medicamentos,
como corticoides tópicos e analgésicos.

O especialista explica que a água-viva não morde e também não provoca


exatamente a queimadura. A água viva ―envenena‖. Os tentáculos do animal
injetam veneno a partir de células microscópicas, tocando ou ficando presos na
pele, causando uma dor muito forte, parecida com queimadura.

O que não fazer?

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 Nunca lave a região ferida com água doce – piora a liberação do veneno
 Não coloque gelo
 Não coloque álcool
 Não esfregue
 Não urine na queimadura
 Não toque nos animais que estão aparentemente mortos porque eles
podem eliminar o veneno
 Nunca remova os tentáculos com as mãos desprotegidas

O filo Cnidaria está dividido em cinco classes de organismos atuais e mais uma
de fósseis:

Antozoários - as anémonas-do-mar e corais verdadeiros;

Cifozoários- as verdadeiras águas-vivas;

Cubozoa - as vespas-do-mar (medusas em forma de cubo);

Hidrozoários - as hidras, algumas medusas, a garrafa-azul (caravela-


portuguesa) e os corais-de-fogo;

Staurozoa - as medusas que habitam regiões costeiras dos oceanos em zonas


temperadas e estão fixas pelos tentáculos;

Conulata † - extinta.

No entanto, os acidentes com cnidários (águas-vivas e caravelas) são cada vez


mais recorrentes. Só no litoral gaúcho, já foram registrados milhares de
acidentes com águas-vivas e caravelas. Diante dessa ameaça conhecida
pelos banhistas, é preciso ter cuidado com os procedimentos a serem
realizados após os acidentes com as águas-vivas para não piorar o quadro de
dor e agressão à pele.

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ANIMAIS QUE PRODUZEM PEÇONHA (VENENO)

Peçonha é uma substância tóxica produzida e inoculada noutro animal por


aparato inoculatório presente no ser vivo produtor. São toxinas que são
utilizadas ativamente para caça ou defesa. Um exemplo é a peçonha
de serpente.

Em contraste, os animais venenosos produzem venenos, que são utilizados de


forma passiva para defesa.

As peçonhas podem ser compostas de diversas formas, sendo comum a


presença de proteínas e peptídeos.

Peçonha é todo tipo de substância tóxica animal produzida por


uma glândula especializada (ou seja, o animal possui uma estrutura específica
para produzir a substância). Geralmente quando ingeridas são inativadas
pelas enzimas digestivas. A glândula de peçonha pode ou não estar aliada a
uma estrutura de inoculação: sapos possuem uma peçonha de defesa (quando
uma serpente vai mordê-lo, ao presionar as glândulas em seu dorso, há a
liberação da peçonha que vai causar irritação na mucosa do agressor). Já
animais predadores geralmente possuem a glândula de peçonha aliada a uma
estrutura de inoculação, como as Crotalidae, serpentes que possuem um par
de presas anteriores com um canal central por onde circula a peçonha

A peçonha citotóxica afeta células e tecidos: ocorre destruição


de células e tecidos, seguida de necrose da região afetada.

A peçonha hemotóxica afeta as células sanguíneas: os vasos sanguíneos


perdem sua capacidade de reter o sangue, a capacidade de coagulação e
o sistema imunológico são anulados, ocorrem hemorragias internas e outros
sintomas.

A peçonha miotóxica afeta os músculos: produz lesões de fibras esqueléticas


com liberação de enzimas e mioglobina para o soro e são posteriormente
excretadas pela urina. O fato que mais se observa nesta ação, são as dores
musculares que permanecem durante um longo período. O tratamento
fundamental consiste na aplicação precoce de soro antiofídico por via
endovenosa.

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A peçonha neurotóxica afeta o sistema nervoso: ocorre devido a fração
crotoxina, uma neurotoxina de ação pré-sináptica que atua nas terminações
nervosas inibindo a ação da acetilcolina, sendo o principal fator responsável
pelo bloqueio neuromuscular, o que vai ocasionar as paralisias motoras.

Tanto os animais peçonhentos quanto os venenosos usam toxinas –


substâncias que causam efeitos fisiológicos prejudiciais ao sistema nervoso
mesmo em pequenas doses – para se defenderem ou para subjugar uma
presa.

Mas os animais peçonhentos, como vespas, injetam seu coquetel tóxico ferindo
outros animais quase sempre através de presas, ferrões ou espinhos.

Como a peçonha geralmente é produzida pelo animal que a utiliza, ela é mais
complexa fisicamente, e ―deve ser inoculada diretamente no corpo de outros
animais, evitando o sistema digestivo‖

Um método muito comum em várias criaturas peçonhentas é uma mordida


tóxica. Aranhas e cobras, por exemplo, injetam suas toxinas através de presas
ocas que paralisam os sistemas neurológico e circulatório de suas vítimas.

O caracol marinho usa um dente modificado como um arpão peçonhento


para apanhar pequenas presas e pode injetar toxina suficiente para matar
animais bem maiores.

Outros animais peçonhentos injetam suas toxinas utilizando um ferrão ou um


espinho, como o peixe-pedra, que abriga uma peçonha dolorosa em um
espinho localizado em sua barbatana dorsal, ou o anfíbio Corythomantis
greeningi, que se utiliza de pequenos espinhos na cabeça para atacar com
uma ―cabeçada‖ tóxica.

Acidente por abelha é o quadro de envenenamento decorrente da inoculação


de toxinas por meio do ferrão. As manifestações após uma ferroada variam de
pessoa para pessoa, pela quantidade de veneno aplicada e se o indivíduo tem
reação alérgica ao veneno. Uma pessoa pode ser picada por uma ou centenas
de abelhas. No caso de poucas picadas, o quadro clínico pode variar de uma
inflamação local até uma forte reação alérgica, o que também é conhecido
como choque anafilático. No caso de múltiplas picadas pode ocorrer também
uma manifestação tóxica mais grave e, às vezes, até mesmo fatal.

Acidentes com os animais peçonhentos são mais comuns nos meses de


verão, devido ao calor, umidade e período de reprodução. Manter a higiene e
limpeza também é fundamental, uma vez que lixo e entulhos podem servir de

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abrigo para muitos destes animais, além de funcionarem como chamariz para
alimentação. Moradores de área rural e trabalhadores da agricultura não
podem deixar de usar luvas e botas ao entrar em matas ou plantações.

Os acidentes causados por aranhas são comuns, porém a maioria não


apresenta repercussão clínica. Os gêneros de importância em saúde pública no
Brasil são as seguintes espécies:

 aranha-marrom (Loxosceles);
 aranha-armadeira ou macaca (Phoneutria);
 viúva-negra (Latrodectus).

Acidentes causados por outras aranhas podem ser comuns, porém sem
relevância em saúde pública, sendo que os principais grupos pertencem,
principalmente, às aranhas que vivem nas casas ou suas proximidades, como
caranguejeiras e aranhas de grama ou jardim.

Acidente escorpiônico ou escorpionismo é o envenenamento provocado


quando um escorpião injeta veneno através de ferrão (télson). Os escorpiões
são representantes da classe dos aracnídeos, predominantes nas zonas
tropicais e subtropicais do mundo, com maior incidência nos meses em que
ocorre aumento de temperatura e umidade.

A lagarta (taturana, marandová, mandorová, mondrová, ruga, oruga, bicho-


peludo) é uma das fases do ciclo biológico de mariposas e borboletas
(lepidóptero). Os acidentes provocados por lagartas, popularmente chamados
de ―queimaduras‖, têm evolução benigna na maioria dos casos.

As lagartas do gênero Lonomia são as que têm maior relevância para a saúde
pública, pois podem ocasionar acidentes graves ou mortes, pela inoculação do
veneno no organismo, que se dá por meio do contato das cerdas urticantes
com a pele.

Somente a fase larval (lagartas) desses animais é capaz de produzir efeitos


sobre o organismo; as demais (pupa, ovo e adulto) são inofensivas, exceto as
mariposas fêmeas adultas do gênero Hylesia (Saturniidae), que apresentam
cerdas no abdômen. Em contato com a pele, essas cerdas podem causar
dermatite papulopruriginosa.

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ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS

O envenenamento ocorre quando a serpente consegue injetar o conteúdo de


suas glândulas venenosas, mas nem toda picada leva ao envenenamento. Isso
porque há muitas espécies de serpentes que não possuem presas ou, quando
presentes, estão localizadas na parte de trás da boca, o que dificulta a injeção
de veneno ou toxina.

O que fazer em caso de acidente com serpentes?

 Lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão.


 Manter o paciente deitado.
 Manter o paciente hidratado.
 Procurar o serviço médico mais próximo.
 Se possível, levar o animal para identificação.

O risco de acidentes com animais peçonhentos pode ser reduzido tomando


algumas medidas gerais e bastante simples para prevenção:

 usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem;


 examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-
las;
 afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários;
 não acumular entulhos e materiais de construção;
 limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede;
 vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés;
 utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos;
 manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e
celeiros;
 evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a
grama sempre cortada;
 limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto
ao muro ou cercas.

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Os peçonhentos são os que têm a capacidade de injetar substâncias tóxicas
por meio das presas. Já os venenosos são aqueles que causam
envenenamento passivo por ingestão ou contato, como as lagartas ou
taturanas, os sapos e peixes, como o baiacu. Isso ocorre como forma de caça
ou ainda de defesa em relação a algum predador.

Quando um animal se sente ameaçado, ele pode se defender do predador ou


ameaça usando o veneno. A quantidade, e a variedade, de animais que tem
veneno é grande: serpentes, aranhas, escorpiões, lagarta, abelhas, peixes,
arrias, águas-vivas e caravelas.

Os cuidados para evitar acidentes com animais venenosos e peçonhentos


dependem do ambiente. Manter sempre os locais sem lixo, porque atraem
insetos e roedores que são alimentos para os peçonhentos.

Evitar entulho próximo às residências porque podem se tornar abrigos e


proteção para alguns destes animais.

Fechar os possíveis acessos para os animais, tapando frestas e buracos no


entorno e no interior das residências, colocando telas e protetores nas portas e
janelas.

Outra dica é quando entrar em uma residência ou local que esteve fechado por
muito tempo, fazer uma varredura e limpeza, observando atentamente e com
atenção os cantos e móveis para evitar as aranhas, tirar teias e eventualmente
encontrar outros animais.

Em trilhas, utilizar calçados fechados com cano alto ou perneiras é a orientação


para quem vai percorrer trilhas. Para evitar picadas de aranhas, serpentes ou
outros animais, não colocar as mãos em buracos, mexer em troncos ou pedras
sem proteção de luvas ou algum objeto que mantenha distância segura, tais
como uma vara ou galho.

A diferença da quantidade de acidentes registrados pelo Corpo de Bombeiros e


a Saúde acontece porque os números da secretaria informam o número de
pessoas, enquanto o Corpo de Bombeiros é a atendimentos.

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ACIDENTE OFÍDICO OU OFIDISMO

Acidente ofídico ou ofidismo é o quadro de envenenamento decorrente da


inoculação de uma peçonha através do aparelho inoculador (presas) de
serpentes. No Brasil, as serpentes peçonhentas de interesse em saúde pública
pertencem às Famílias Viperidae e Elapidae.

Os acidentes estão divididos em quatro tipos: acidentes botrópicos (acidentes


com serpentes dos gêneros Bothrops e Bothrocophias - jararaca, jararacuçu,
urutu, caiçaca, comboia); acidentes crotálicos (acidentes com serpentes do
gênero Crotalus - cascavel); acidentes laquéticos (acidentes com serpentes do
gênero Lachesis - surucucu-pico-de-jaca); acidente elapídico (acidentes com
serpentes dos gêneros Micrurus e Leptomicrurus - coral-verdadeira).

Gênero: Acidente botrópico (Bothrops e Bothrocophias)

Espécie: Jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, comboia

Informação: Grupo que causa maioria dos acidente com cobras no Brasil, com
29 espécies em todo o território nacional, encontradas em ambientes diversos,
desde beiras de rios e igarapés, áreas litorâneas e úmidas, agrícolas e
periurbanas, cerrados, e áreas abertas.

Sintomas: A região da picada apresenta dor e inchaço, às vezes com


manchas arroxeadas (edemas e equimose) e sangramento pelos pontos da
picada, em gengivas, pele e urina. Pode haver complicações, como grave
hemorragia em regiões vitais, infecção e necrose na região da picada, além de
insuficiência renal.

O tratamento é feito com o soro específico para cada tipo de


envenenamento. Os soros antiofídicos específicos são o único tratamento
eficaz e, quando indicados, devem ser administrados em ambiente hospitalar e
sob supervisão médica.

Os acidentes por serpentes são os mais observados na Região Amazônica. A


identificação da serpente causadora do acidente ofídico pode ser muito
importante para orientar a conduta médica e a prescrição do soro mais
conveniente.

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Se a serpente trazida pelo acidentado tiver um orifício entre os olhos e a fossa
nasal, a denominada fosseta loreal, trata-se de uma serpente peçonhenta. As
duas serpentes mais freqüentemente encontradas em nosso meio são dos
gêneros:

Bothrops sp.: conhecida popularmente como surucucurana, jararaca ou


surucucu. Causam a maioria dos acidentes na Amazônia e também na região
de Manaus e municípios vizinhos. Os triângulos do padrão do colorido do corpo
destas serpentes têm o vértice voltado para cima.

Lachesis sp.: uma só espécie é conhecida e é popularmente chamada de


surucucu ou surucucu-pico-de-jaca. São de hábitos umbrófilos e raramente se
afastam muito da mata. Os desenhos triangulares do corpo destas serpentes
têm o vértice voltado para baixo.

Se a serpente tiver padrão de colorido em anéis transversais pretos, vermelhos


e/ou brancos, pode tratar-se de uma coral peçonhenta, do gênero Micrurus
(elapídeo), com várias espécies (quatro em Manaus), mas raramente causando
acidente ofídico na Região Amazônica.

Se a serpente trazida pelo acidentado não apresentar padrão de colorido em


faixas transversais pretas, vermelhas e/ou brancas, nem tiver fosseta loreal,
trata-se de animal não perigoso para o homem em termos de peçonha.

O soro antibotrópico (SAB) deve ser administrado nos acidentes ofídicos


botrópicos comprovados (quando o paciente trouxer o animal) ou suspeitos
(acidente ocorrido no quintal da casa, roça, ambientes urbanos, ruas, praças,
etc). Fazer soro antibotrópico-laquético (SABL) somente quando o acidente
houver ocorrido em floresta primária (mata fechada) ou capoeira densa e/ou se
houver alguma manifestação clínica de estimulação vagal, pela possibilidade
de estarmos diante de um acidente laquético. O soro anti-laquético (SAL) puro
raramente está disponível. Todo paciente com clínica de envenenamento
elapídico deverá receber soro anti-elapídico (SAE).

Modelo de prescrição para soro heterólogo:

Dieta oral zero até segunda ordem (ou até término da soroterapia)
Instalar acesso venoso com cateter em Y
Hidrocortisona 500 mg (ou 10 mg/kg) IV 30 minutos antes do item 6
Cimetidina 300 mg (ou 10 mg/kg) IV 30 minutos antes do item 6
Prometazina 50 mg (ou 0,5 mg/kg) IV 30 minutos antes do item 6
Soro anti-ofídico IV, sem diluir, infundido durante 30 minutos
Deixar bandeja de traqueostomia e material de urgência à beira do leito

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Dipirona 1g (ou 15 mg/kg) IV 4/4h (para analgesia inicial)
Sinais vitais a cada 10 minutos

Cuidados gerais:

 Manter a higiene do membro acometido;


 Manter o membro sempre elevado;
 Enquanto houver alteração do TC, realizar apenas compressas frias,
quando houver normalização deste e suspeita de infecção secundária,
realizar compressas normas;
 A analgesia poderá ser feita inicialmente com dipirona, mas se persistir a
dor, poderá ser usado Tramadol (100mg IV até 4/4h);
 Os curativos serão feitos apenas com SF0,9% e solução antisséptica,
devendo-se evitar a oclusão;
 Fazer a profilaxia para tétano, conforme a recomendação vigente.

O soro antiofídico é um medicamento para tratar mordidas de cobras


venenosas,aranhas e escorpiões.

É obtido a partir de anticorpos do sangue do cavalo.Foi descoberto por Albert


Calmette, um bacteriologista francês. Sua descoberta serviu de base para os
estudos de Vital Brazil que desenvolveu o soro usado hoje em todo o mundo.
Vital Brazil descobriu a especificidade do soro, percebendo que cada veneno
produzia um soro específico, isto é, o soro obtido a partir do veneno do animal
que causa o acidente só neutraliza a ação desse veneno.

No Brasil são produzidos basicamente os seguintes soros antiofídicos:

 Antibotrópico = contra acidentes de jararacas


 Anticrotálico = contra acidentes de cascavel
 Antilaquético = contra acidentes de surucucu
 Antielapídico = contra acidentes de cobra-coral
 Anticrotálico-botrópico = contra acidentes com cascavéis e jararacas
 Antibotrópico-laquético = contra acidentes com jararacas e surucucus
 Soro Antiofídico Polivalente = contra acidentes com jararacas, cascavéis
e surucucus
 Soro Antitetânico = contra o tétano

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COMO PREVENIR ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS

Segundo o Ministério da Saúde, animais peçonhentos são aqueles que


produzem veneno (peçonha) capaz de ser injetado por meio de dentes
modificados, aguilhão, ferrão, cerdas urticantes, nemacistos (pequenos órgãos
semelhantes a arpões carregados de toxinas), ferrões, entre outros, e
envenenar a vítima.

Os animais peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil são serpentes,


escorpiões, aranhas, mariposas e suas larvas, abelhas, formigas e vespas,
besouros, lacraias, peixes, águas-vivas e caravelas. Em áreas urbanas se
concentra a maioria dos acidentes com escorpiões, seguidos de aranhas e
abelhas. Já em áreas rurais, a maior incidência de casos também envolve
escorpiões, seguidos de serpentes e aranhas.

Algumas recomendações para prevenir acidentes com animais peçonhentos:

 Se estiver em algum lugar ao ar livre, verifique cuidadosamente a área


ao redor de onde você pretende se instalar.
 Não monte acampamento próximo a áreas onde normalmente há
roedores (plantações, pastos ou matos) que, por conseguinte, podem
atrair serpentes.
 Evite piqueniques às margens de rios, lagos ou lagoas.
 Em regiões de mato alto, use sempre calça comprida e botas.
 Próximo a matas e na beira de estradas, evite deixar as portas do carro
abertas, principalmente ao anoitecer.
 Nunca pegue animais peçonhentos com as mãos.

A melhor forma de evitar os acidentes é adotar medidas de prevenção. Como o


contato com os animais peçonhento ocorre, geralmente, durante a realização
de atividades que envolvem a manipulação de galhos, troncos, folhas e coleta
de frutos, recomenda-se atenção especial nessas ocasiões, principalmente
com as crianças.

A recomendação é manter limpos quintais e jardins das residências, não


acumular folhas secas e lixo domiciliar. Também evitar a formação de
ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões, como obras de construção civil
e terraplenagens que possam deixar entulho, superfícies sem revestimento e
umidade. Além disso, colocar telas nas aberturas de ventilação de porões e
manter assoalhos fechados.

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Conheça os principais cuidados a serem tomados para evitar acidentes com
animais peçonhentos:

Em locais ou situações de risco para acidentes por animais peçonhentos (ex.:


florestas, matas, trilhas, áreas com acúmulo de lixos, atividades de lazer, de
limpeza, serviços de jardinagem, entre outros), utilize sempre equipamentos de
proteção individual (EPI), como luvas de couro, botas de cano alto e perneira;

Olhe sempre com atenção o local de trabalho e os caminhos a percorrer;

Não coloque as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores,


cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Caso
seja necessário mexer nestes locais, use um pedaço de madeira, enxada ou
foice;

Não mexa em colmeias e vespeiros. Caso estes estejam em áreas de risco de


acidente, contate a autoridade local competente para a remoção;

Inspecione roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama,


panos de chão e tapetes, antes de usá-los;

Afaste camas e berços das paredes e evite pendurar roupas fora dos armários;

Caso encontre um animal peçonhento, afaste-se com cuidado e evite assustá-


lo ou tocá-lo, mesmo que pareça morto, e procure a autoridade de saúde local
para orientações;

Em locais rochosos ou com pedras soltas, caminhe sempre com os pés


protegido por um calçado firme, de solado antiderrapante (tênis ou sapatilha);

Evite colocar as mãos desprotegidas em tocas ou sob rochas.

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