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ANIMAIS PEÇONHENTOS

Objetivo do treinamento

O objetivo deste treinamento é aplicar o conhecimento


técnico sobre a identificação, conduta e formas de ação para
os colaboradores que atuam em áreas suscetíveis a presença
de animais, sejam eles peçonhentos ou não peçonhentos.
COBRA OU SERPENTE

Diferença entre cobra, serpente e víbora


A palavra cobra muitas das vezes é utilizada como sinônimo de serpente, porém,
cientificamente a palavra cobra refere-se as serpentes da família Colubridae (colubrídeos).
Dentre as espécies existentes, grande parte delas são cobras inofensivas, de porte médio,
ou seja, não são venenosas ou não possuem uma dentição adequada para inocular o
veneno.

O termo serpente deve ser utilizado quando nos referimos de modo genérico a todos
os répteis rastejantes, sem patas, que apresentam o corpo alongado coberto de escamas.
Sendo assim, as serpentes são animais vertebrados, da classe dos répteis, da ordem
squamata e subordem serpentes. Podemos concluir que as víboras e cobras são um tipo de
serpente.

As víboras são animais vertebrados, da classe dos répteis, da subclasse lepidosauria, da


ordem squamata, da subordem serpentes, da família Viperidae. Pode-se afirmar que as
víboras são serpentes do tipo venenosas, com dentição apta para a inoculação de veneno
e super ágeis.
Definições

 Animal peçonhento é aquele que


segrega substância tóxica e possui
um aparelho inoculador específico
com o fim especial de ser utilizado
como arma de caça ou defesa.

 Animal venenoso é aquele que


para produzir efeitos prejudiciais
exige que seja ingerido pelo
homem.
Espécies Nativas

Família Gênero Nome popular

Bothrops Jararaca

Crotalidae Crotalus Cascavel

Lachesis Surucucu

Elapidae Micrurus Coral

Boa constrictor Jibóia


Boidae
Eunectes Marinus Sucuri
Identificação de serpente peçonhenta

Como identificar uma serpente peçonhenta


Peçonhentas
 Possui fosseta loreal;

Não Peçonhentas
 Não possui fosseta loreal;

Exceção:
A serpente coral,conhecida como coral
verdadeira, não possui fosseta loreal.
Mordidas e picadas

Tipos de dentição

Cobra cipó
Jiboia
africana

Coral Cascavel
Fatores que influenciam no efeito

 Local da picada;
 Agressividade;
 Quantidade inoculada;
 Toxidez da peçonha;
 Receptividade da vítima;
 Peso da vítima.
Ações patogênicas
Efeito da picada de Cascavel

 1ª Fase - Ataca o sistema nervoso e provoca paralisia;


 2ª Fase - Fraqueza progressiva e rápida, queda das pálpebras (“cara
de bêbado”), perturbações visuais até a cegueira, paralisia dos
músculos do pescoço, vômitos, diarreia, cheiro de urina, urina com
sangue; pulso fraco e sonolência.
 3ª Fase - Provoca hemorragia e destruição de tecidos até a necrose
local.
Efeito da picada de Jararaca

 1ª Fase - Ataca a região da picada e provoca paralisia;


 2ª Fase – Sangramento abundante e forte dor com inchaço no
local , vômitos, diarreia.
 3ª Fase - Provoca necrose e perda do membro.
Serpentes

Uma serpente pode dar um bote com alcance equivalente a 1/3 de seu tamanho corporal
Ao capturar o animal deve-se colocá-lo dentro de uma caixa de madeira com pequenos
furos e sem frestas que permitam a fuga do animal. Não coloque água nem alimento.
EPI
Luva de raspa ou vaqueta
Botas

Meios de captura
Gancho
Pinça
Caixa para transporte

Remanejar
Seguir procedimento do departamento ambiental GM.
Soltar o animal na divisa do perímetro planta GM, mata de preservação.

Observação
Não circular com o animal, preso/contido em caixa, fora do perímetro da planta GM, seja à
pé ou de veiculo.
Serpentes

 Manter-se a uma distancia segura


 Não se posicionar de frente para a serpente afim de evitar um
bote
 Posicionar de lado para o corpo da serpente
 Com o gancho, suspender o corpo da serpente a uma distância
máxima de 60cm do solo
 Se a serpente sair do gancho, repetir o procedimento
 Colocar na caixa para transporte
 Feche a tampa da caixa utilizando o próprio gancho

 Manter-se a uma distancia segura


 Não se posicionar de frente para a serpente afim de evitar um
bote
 Se posicionar de lado para a serpente
 Com a pinça, prender o corpo da serpente
 Colocar a serpente na caixa para transporte, abrir a pinça, deixar
que a serpente se soltar da pinça
 Feche a tampa da caixa utilizando a própria pinça
Largato

Espécie Teiú - A cabeça é comprida e pontiaguda, com mandíbulas fortes providas de pequenos dentes
pontiagudos. Da boca salta uma língua cor-de-rosa, bem comprida e bifurcada. Tem uma cauda longa
e arredondada. O papo e face são brancas, adornados de manchas negras. Porte grande: em média
tem 1,40 metros de comprimento, mas não é incomum atingir os 2 metros.
O animal, quando encontrado no seu habitat natural, é conhecido sobretudo por sua agressividade e
voracidade. Se atacado, primeiro tentará fugir, mas, se impedido, desferirá golpes violentos com a
cauda. Outro mecanismo de defesa é a mandíbula: A mordida de um teiú adulto é tão poderosa que
pode esmagar dedos humanos. Embora sejam lagartos terrestres, são capazes de escalar pequenas
árvores e rochas. E também são exímios nadadores, capazes de permanecer submersos por até 22
minutos.
Não segure o lagarto pela cauda. A cauda do animal pode soltar e ele pode fugir em seguida.
Gamba

Espécie Saruê – Pode atingir 60 a 90 centímetros de comprimento e pesar até 1,6 kg,
alimenta-se praticamente de tudo o que encontra. Possui uma glândula que exala odor
desagradável na região do ânus
Não é um animal perigoso, porém transmiti zoonoses como por exemplo leptospirose por
meio da urina e suas fezes transmitem verminoses para humanos como para os animais de
companhia. Caso mordam podem transmitir a raiva.
Gamba e Lagarto

Procedimento de captura
EPI
Luva de raspa ou vaqueta
Meios de captura
Rede / Cambão / Puça
Caixa para transporte/tambor

Procedimento
 Bombeiro 1 com a rede em mãos e pronta para ser utilizada, ficar de frente para o animal.
 Do lado oposto ou no possível lado de fuga do animal, bombeiro 2 coloca uma caixa ou tambor
com a boca aberta e voltada para o animal e fica com o cambão/puça em mão para auxiliar na
captura
 Opção 1 – O animal corre para se esconder na caixa de transporte/tambor. Bombeiro levanta o
tambor e fecha
 Opção 2 – O animal vai em direção ao Bombeiro 1. O bombeiro 1 joga a rede por cima do animal e
o bombeiro 2 utiliza a puça/cambão para conter e direciona-lo a caixa ou tambor. Fechar a caixa
Remanejar
Seguir procedimento do departamento ambiental GM
Observação
Procedimento deve ser feito por duas pessoas treinadas.
Captura Gamba e Lagarto
Fechamento da caixa de transporte

Ao capturar o animal (serpente ou mamífero) utilizar a mesma ferramenta, seja o gancho,


a pinça, a punça ou cambão para fechar a tampa da caixa de transporte.
O intuito é evitar o risco de acidente, uma vez que o animal colocado na caixa, com a
tampa ainda aberta, pode atacar.
Aracnídeos

 Há cerca de 20.000 espécies


Família Gênero Nome popular

Caranguejeira Trechona Caranguejera

Phoneutria Armadeira

Aranha Loxosceles Aranha Marrom


verdadeira
Lycosa Tarântula
Latrodectus Viúva-negra
Aracnídeos

• As aranhas são animais carnívoros, que se alimentam principalmente de


insetos, como grilos e baratas.
• Muitas têm hábitos domiciliares e peridomiciliares.

No Brasil são registrados, em média,


cerca de 12.000 acidentes com
aranhas por ano.
São causados, principalmente, por 3
tipos de aranhas:
 Loxosceles (aranha marrom)
 Phoneutria (armadeira)
 Latrodectus (viúva negra).
Aranhas Armadeiras

• O nome se refere ao comportamento de defesa dessas aranhas.


• Apoiam-se nas pernas traseiras, erguem as dianteiras e os palpos, abrem as
quelíceras, tomando bem visíveis os ferrões.
• Podem atingir de 3 cm a 4 cm de corpo e até 15 cm de envergadura de
pernas.
• Não constroem teia geométrica, sendo animais errantes que caçam
principalmente à noite.
• Os acidentes ocorrem frequentemente dentro das residências e nas suas
proximidades, ao se manusearem material de construção, entulhos, lenha
ou calçando sapatos.
• Curiosamente, os acidentes acontecem com maior frequência nos meses
de abril e maio.
• O acidente grave só ocorre em crianças.
Sintomas, complicações e tratamento
Aracnídeos

Procedimento de captura
EPI
Luva de raspa ou vaqueta

Meios de captura
Pinça
Recipiente / caixa

Remanejar
Seguir procedimento do
departamento ambiental GM
Escorpião

 Há cerca de 600 espécies Escorpião Amarelo


O veneno age no sistema nervoso.
Informações
Família
Importantes
Gênero Nome popular A picada é extremamente dolorosa e
a dor se dispersa por todo o corpo.
Serrulatus Escorpião amarelo O veneno incide sobre uma região do
Tityus encéfalo que controla os movimentos
Bahiensis Escorpião preto respiratórios e cardíacos, o que pode
fazer com que a vitima tenha uma
parada respiratória e ou
cardiorrespiratória.

O aracnídeo – Tityus Serrulatus


 Possui pernas e a cauda amarelo
claro e o tronco escuro
 Mede até 7 cm de comprimento
 Pode viver 10 anos
 Ataca ao sentir se ameaçado
 Tem dois partos com média de 20
filhotes por ano
Escorpião

Procedimento de captura
EPI
Luva de raspa ou vaqueta

Meios de captura
Pinça
Recipiente / caixa

Remanejar
Seguir procedimento do departamento ambiental GM

Observação
O escorpião pode subir em paredes, possui pinças e um
ferrão no qual inocula o veneno. Como sistema de defesa
o escorpião fica paralisado dando a impressão de estar
morto.
Efeito da picada de Aranhas e Escorpiões

 Inchaço e dor no local da mordida;


 Uma bolha azul no centro e cercada por
vermelhidão;
 Lesão parecida com uma espinha;
 Urticária ao redor da picada com coceira;
 Urina escura com febre, calafrios, náusea,
vômitos, ou dor nas articulações.
Primeiros Socorros
Animais peçonhentos e não peçonhentos
 Se houver vitima, retirar a vitima do local de risco;
 Coloque a vítima em local seguro, sentada ou deitada;
 Isolar o local do acidente ou aonde foi visto o animal;
 Iniciar captura do animal, conforme procedimento.
A vitima:
 Quando possível, lavar a região lesionada (Mordida ou picada) com água
e sabão;
 Conter hemorragia, se houver;
 Na dúvida ou identificação de animal peçonhento, evitar a movimentação
da vítima;
 Aguardar a chegada da equipe de emergência para atendimento, em caso
de animais peçonhentos, remover para hospital especializado;
 Nos acidentes com escorpiões e aranhas encaminhar para avaliação
médica.
Fonte:

Instituto Butantã
 Av. Vital Brasil, 1500 - Butantã, São Paulo - SP,
05503-900
(11) 2627-9300
www.butantan.gov.br
ANIMAIS PEÇONHENTOS
Elaborado em: 02/09/2015
Revisão: 20/02/2021

Elaborado por: Fernando Ramos dos Santos


Coordenador de Bombeiros
GPS - TOP SERVICE

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