Você está na página 1de 6

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

UNIDADE ACADÊMICA DE SERRA TALHADA

CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA

BÁRBARA LUIZA BARBOSA TEIXEIRA

CARLOS EDUARDO DE SOUZA MARIANO

CARLOS HENRIQUE DE SOUZA BARBOSA GOMES

JOSEFA VIVIANY SOUZA SILVA

MARIA NAELY SIQUEIRA DA SILVA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA – SQUAMATA

Serra Talhada
2023
INTRODUÇÃO

Os lagartos e serpentes fazem parte da ordem Squamata, essa ordem é


a mais diversa em espécies e são encontrados em vários locais pelo mundo.
Possuem diferentes formatos e tamanhos corporais, podem ser terrestres,
arborícolas e muitas serpentes são semiaquáticas. Algumas espécies do grupo
das serpentes podem ser totalmente aquáticas ou totalmente subterrâneas
(VITT, CALDWELL, 2009).

A dentição é uma característica que serve para identificar o tipo de


alimentação das serpentes e se são venenosas. Existem quatro tipos de
dentições, áglifas, opistóglifas, proteróglifas e solenóglifas. As áglifas são
caracterizadas pelos dentes de mesmo tamanho e não possuem veneno, na
opistóglifa possui um par de presas mais longos atrás dos outros dentes, no
fundo da boca e contém veneno. As proteróglifas, nas espécies brasileiras,
ocorrem apenas nas corais verdadeiras, sua principal característica são as
presas na frente da boca, fixas e com veneno. As solenóglifas possuem um par
de dentes grandes e móveis na parte superior da boca (SANTOS, 1995).

No Brasil, ocorre cerca de 366 espécies e 10 famílias de serpentes. As


famílias são Anomalepididae, Leptotyphlopidae, Typhlopidae, Aniliidae,
Tropidophiidae, Boidae, Colubridae, Dipsadidae, Elapidae e Viperidae. As
únicas famílias que são consideradas peçonhentas, corresponde à Elapidae e
Viperidae.

Dentre as famílias encontradas no Brasil as principais são Elapidae,


Colubridae e Viperidae (BERNARDE, 2011). A família Elapidae é caracterizada
por possuir olhos pequenos, escamas lisas e anéis coloridos pelo corpo, são
ovíparas, se alimentam de alguns vertebrados, dentição Proteróglifa e são
conhecidas como corais verdadeiras. Algumas cobras que não são venenosas
podem possuir anéis semelhantes aos das Elapidae, essas serpentes são
chamadas de corais falsas, e utilizam essa coloração para confundir
predadores. A característica que pode diferenciar as corais verdadeiras das
falsas com precisão é o tipo de dentição, as corais verdadeiras apresentam
dentição Proteróglifa e as corais falsas dentição Áglifa (SANTOS, 1995).
Colubridae é a família que possui mais número de espécies e gêneros.
Em geral essa família é considerada como não-peçonhenta, mas algumas
espécies da família Colubridae possuem veneno ativo no ser humano, como
exemplo as serpentes do gênero Philodryas sp. possui dentição Áglifa, mas
algumas podem ser opistóglifas (SANTOS, 1995; SANTOS, 2004).

Viperidae possui dentição Solenóglifa, portanto é venenosa. Possui


fosseta loreal que pode ser utilizada para identificar essa família, já que apenas
ela apresenta essa característica. A fosseta loreal é um termorreceptor,
utilizado para capturar presas, toda serpente que apresenta a fosseta loreal é
venenosa, mas nem toda serpente venenosa possui fosseta loreal (SANTOS,
1995).

OBJETIVOS

Identificação das famílias de Serpentes.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

No Laboratório de Invertebrados da UFRPE – UAST foi distribuído entre


os alunos exemplares da ordem Squamata, conhecidos popularmente como
cobras ou serpentes, para que fosse feita a identificação a nível de família,
através de chave de identificação.

RESULTADOS

Foi possível identificar as 4 famílias, sendo 2 indivíduos da família


Colubridae, 1 Viperidae, 1 Elapidae e 1 Boidae.

Primeiro indivíduo Colubridae:

1. Escamas ventrais diferenciadas em placas, pelo menos duas vezes mais


largas que as escamas dorsais (ou se indiferenciadas, então a cauda em forma
de remo); cauda mais delgada que a
cabeça............................Alenthinophidia...4
5. Sem occipital mediana grande aprofundada entre as parietais e contatando
a frontal; premaxilar sem
dentes...........................................................................6

6. Fosseta loreal ausente; dentição não


soleniglifodonte....................................7

7. Cauda não-preênsil; vestígios de cintura pélvica completamente ausentes;


subcaudais geralmente divididas (ou se todas inteiras então com a rostral
modificada)........................................................................................................10

10. Dentição aglifodonte ou opstoglifodonte, maxilar alongado portando pelo


menos alguns dentes sólidos anteriores; coloração variada (se padrão-coral,
então geralmente com loreal e/ou diâmetro do olho maior que sua distância da
boca)...................................................................................................Colubridae

Indivíduo Viperidae:

1. Escamas ventrais diferenciadas em placas, pelo menos duas vezes mais


largas que as escamas dorsais (ou se indiferenciadas, então a cauda em forma
de remo); cauda mais delgada que a
cabeça............................Alenthinophidia...4

4. Impossível identificar pois o caractere é o olho.

5. Sem occipital mediana grande aprofundada entre as parietais e contatando


a frontal; premaxilar sem
dentes.............................................................................6

6. Fosseta loreal presente; dentição solenoglifodonte.......... 6. Fosseta loreal


ausente; dentição não solenoglifodonte............................Viperidae
(Crotalinae)

Indivíduo Elapidae:

1. Escamas ventrais diferenciadas em placas, pelo menos duas vezes mais


largas que as escamas dorsais (ou se indiferenciadas, então a cauda em forma
de remo); cauda mais delgada que a
cabeça............................Alenthinophidia...4

4. Impossível identificar pois o caractere é o olho.

5. Sem occipital mediana grande aprofundada entre as parietais e contatando


a frontal; premaxilar sem
dentes.............................................................................6

6. Fosseta loreal ausente; dentição não


solenoglifodonte...................................7

7. Cauda não preênsil; vestígios de cintura pélvica completamente ausentes;


subcaudais geralmente divididas (ou se todas inteiras então com a rostral
modificada)........................................................................................................10

10. Proteroglifodonte, maxilar curto; loreal ausente; olho diminuto; coloração


geralmente padrão-coral (eventualmente apenas preta com anéis brancos ou
manchas vermelhas ventrais) ou então com a cauda achatada (em forma de
remo); [sulco espermático
centrípeto]......................................................Elapidae

Indivíduo Boidae:

1. Escamas ventrais diferenciadas em placas, pelo menos duas vezes mais


largas que as escamas dorsais (ou se indiferenciadas, então a cauda em forma
de remo); cauda mais delgada que a
cabeça............................Alenthinophidia...4

6. Fosseta loreal ausente; dentição não


solenoglifodonte...................................7

7. Cauda preênsil e/ou com vestígios de cintura pélvica, esporões látero-


cloacais presentes (desenvolvidos principalmente em machos); subcaudais
inteiras........8

8. Dorso da cabeça coberto por numerosas escamas pequenas, ou se por


placas simétricas, então fileiras dorsais 30-95 e comprimento total maior que
45cm (eventualmente 35-45cm em filhotes com cicatriz
umbilical).............Boidae
CONCLUSÃO

Esta aula prática colaborou para o aprendizado sobre as características


morfológicas das principais famílias de serpentes encontradas no Brasil, as
principais diferenças entre elas e na identificação das mesmas. Também foi de
suma importância para adquirir mais experiência no manuseio dos materiais de
laboratório e nas técnicas de fixação de serpentes.

REFERÊNCIAS

BERNARDE, P. S. Mudanças na classificação de serpentes peçonhentas


brasileiras e suas implicações na literatura médica. Disponível em:<
http://gmbahia.ufba.br >. Acessado em: 30 Set. 2023.

DOS- SANTOS, M. C., et al. Serpentes de Interesse Médico da Amazônia.n


UA/SESU, 1995. Disponível em:< http://eco.ib.usp.br >. Acessado em: 30 Set.
2023.

VITT, L. J., CALDWELL, J. P. Herpetology: An Introductory Biology of


Amphibians and Reptiles, third ed., Elsevier, San Diego, 713 pp. 2009.

SANTOS, L. P. Estudo da ação neuromuscular de variadas concentrações de


peçonha da colubrídea opistóglifa Philodryas patagoniensis em preparações
musculares de aves e mamíferos. Dissertação (Mestrado em Ciências
Biológicas) – Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, Universidade do Vale
do Paraíba, São José dos Campos, 2004.

Você também pode gostar