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Scientia Amazonia, v. 10, n.

2, B33-B46, 2021
Revista on-line http://www.scientia-amazonia.org
ISSN:2238.1910
Ciências Biológicas

Antônio Samuel Garcia-da-Silva1*, Lourival Baía de Vasconcelos Neto2, Rosenildo da


Silva Souza2, Edmilson Joaquim da Silva Junior2, Rosiana Vasconcelos da Costa2, Ilka
Andreyce da Silva Brito2 Hipócrates de Menezes Chalkidis3

A taxocenose de serpentes é uma maneira eficaz de se fazer o levantamento das


espécies de determinadas áreas, sendo possível obter informações básicas sobre
ecologia e história natural das populações locais. Por outro lado, as queimadas tem
aumentado na Floresta Amazônica, prejudicando a fauna das áreas afetadas e re-
forçando a necessidade de coletar informações mais precisas sobre a realidade
após essas perturbações ambientais. O objetivo do presente trabalho foi analisar a
composição e padrão de atividades de serpentes, além de aspectos sobre a dinâ-
mica de comunidades após forte perturbação por queimada na Floresta Nacional
do Tapajós. Como metodologia para coleta dos espécimes foi realizado buscas ati-
vas através de Procura visual limitada por tempo (PVLT) e Armadilhas de Intercepta-
ção e Queda (Pitfalls Traps), onde foram utilizadas quatro áreas contendo duas linhas
com 11 baldes em cada. O esforço amostral foi tomado a partir das horas de PVLT
multiplicado por cada integrante da equipe somado as horas em que os baldes fica-
ram abertos. Durante o período de coleta de abril a outubro foram coligidas 17 espé-
cies e 29 espécimes, considerado ainda uma baixa riqueza e abundância quando
comparada as 41 espécies e 200 espécimes registradas em levantamento anterior a
queimada para a mesma área amostral. Portanto, o levantamento demonstrou uma
queda populacional das comunidades de serpentes em curto prazo nas áreas amos-
tradas, o que sugere uma modificação na densidade populacional de serpentes da
Flona do Tapajós após queimada.

: Levantamento; Riqueza; Abundância; Comunidades; Densidade po-


pulacional.

The assemblage of snakes is an effective way to


make the survey of the species of certain areas, and you can get basic information
on ecology and natural history of local populations. On the other hand, fires have
increased in the Amazon Forest, harming the fauna of the affected areas and rein-
forcing the need to collect more accurate information about the reality after these
environmental disturbances. The objective of the present work was to analyze the

1 *Biólogo, Mestre em Biociências. Colaborador Laboratório de Pesquisas Zoológicas – LPZ UNAMA –


Centro Universitário da Amazônia. Santarém, PA, Brasil. Correspondência: samuelgarciabio@gmail.com
2 Biólogo (a), colaborador (a) do Laboratório de Pesquisas Zoológicas – LPZ da UNAMA – Centro Univer-

sitário da Amazônia.Santarém, PA, Brasil.


3 Biólogo, Mestre em Biociências. Curador da coleção cientifica Laboratório de Pesquisas Zoológicas –

LPZ da UNAMA – Centro Universitário da Amazônia. Santarém, PA, Brasil. E-mail: chalkidis@hotmail.com
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composition and pattern of snake activities, as well as aspects on the dynamics of


communities after strong disturbance by burning in the Floresta Nacional do Tapajós.
As a methodology for specimen collection, active searches were carried out through
time limited visual search (PVLT) and Trapping and Falling Traps (Pitfalls Traps), where
four areas containing two lines with 11 buckets in each were used. The sampling effort
was taken from the hours of PVLT multiplied by each member of the team plus the
hours when the buckets were open. During the collection period from April to October,
17 species and 29 specimens were collected, still considered a low richness and abun-
dance when compared to the 41 species and 200 specimens recorded in a survey
prior to burning for the same sample area. Therefore, the survey showed a population
drop in the snake communities in the short term in the sampled areas, which suggests
a change in the population density of snakes in the Flona do Tapajós after burning.

: Survey; Wealth; Abundance; Communities; Population density.

1. Introdução dae, Dipsadidae, Elapidae, Lepto-


A taxocenose é uma maneira efi- typhlopidae, Typhlopidae e Viperidae,
caz de fazer o levantamento dos taxa demonstrando a considerável diversi-
em uma determinada área, permitindo dade de serpentes existente na Ama-
que se tenha informações ecológicas zônia (FROTA et al., 2005; ÁVILA-PIRES et
e históricas das espécies em estudo, al., 2007; BERNARDE et al., 2017; UETZ e
além de possibilitar a estimativa de ri- HOŠEK, 2020).
queza e abundância relativa em de- Dentre as 09 Famílias de serpentes
terminadas áreas (HARTMANN et al., que existem na fauna amazônica, ape-
2009; PINHEIRO et al., 2015). Sabe-se nas duas são consideradas de interesse
que a maior biodiversidade do mundo médico: Viperidae, dividida em 4 gê-
está na região tropical, onde a Amazô- neros, Bothrocophias, Bothrops, Crota-
nia se destaca com sua exuberante flo- lus, e Lachesis e a família Elapidae re-
resta, porém, o desmatamento desor- presentada por Leptomicrurus e Micru-
denado e queimadas têm diminuído rus COSTA e BÉRNILS, 2018; UETZ e
essa diversidade. O Brasil, por sua vez, HOŠEK, 2020). A região oeste do Pará
se destaca entre os países tropicais possui uma diversidade de hábitats e
como o mais rico em biodiversidade do clima tropical que permite contemplar
mundo, incluindo plantas, animais ver- uma bela diversidade de serpentes, di-
tebrados, e invertebrados (VALOIS, vididas em 46 gêneros e 85 espécies
1998; ÁVILA-PIRES et al., 2007; UETZ e (FROTA et al., 2005, BRITO et al., 2017).
HOŠEK, 2020). Das 85 espécies descritas para a região
Quanto à diversidade de serpen- Oeste do Pará 55 ocorrem na Floresta
tes, o Brasil possui aproximadamente Nacional do Tapajós (CHALKIDIS et al.,
405 espécies, distribuídas em 10 famílias 2014). Porém, fatores antrópicos como
listadas da seguinte forma: Aniliidae, as queimadas realizadas principal-
Anomalepididae, Boidae, Colubridae, mente no verão Amazônico têm ame-
Dipsadidae, Elapidae, Leptotyphlopi- açado a diversidade da fauna na re-
dae, Tropidophiidae, Typhlopidae e Vi- gião e devem ser investigados para
peridae (Costa e Bérnils, 2018). Dessas, analisar seus impactos.
149 espécies ocorrem na Amazônia O clima na Amazônia é caracte-
brasileira, divididas em 09 famílias: Ani- rizado por períodos de estação seca e
liidae, Anomalepidide, Boidae, Colubri- chuvosa (verão e inverno), e, é na seca
que ocorrem as grandes queimadas.
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Por ser um período de pouca chuva, região. Portanto este estudo tem por fi-
muitos agricultores aproveitam para nalidade analisar a composição e pa-
limpar suas áreas através das queima- drão de atividades de serpentes e as-
das, e, em alguns casos o agricultor pectos sobre a dinâmica de comuni-
perde o domínio sobre o fogo resul- dades após forte perturbação por
tando em incêndios de grandes pro- queimadas na Floresta Nacional do Ta-
porções, sendo considerado uma forte pajós – km 83 no município de Belterra,
perturbação ambiental, e podendo Pará, Amazônia, Brasil.
causar graves mudanças nas composi-
ções das comunidades da fauna (KO-
PROSKI et al., 2006; TOWNSEND et al., O estudo foi realizado no km 83
2010). da BR 163 Santarém/Cuiabá, na Flo-
Segundo Pismel et al. (2015) os fo- resta Nacional do Tapajós, município
cos de incêndios entre de 2005 a 2013 de Belterra, Pará, Amazônia, Brasil (3º
sempre estiveram no entorno da Flona 02’35.56’’ S; 54º55’40.94’’ O), uma área
do Tapajós com maiores índices na re- utilizada para realização de manejo
gião sul da Flona, porém, a partir de florestal por parte da COOMFLONA
2013 os focos de incêndio ‘’migraram’’ (Cooperativa Mista da Flona do Tapa-
para uma faixa do município de Santa- jós). A Flona do Tapajós está dividida
rém sob a influência da BR-163. Essas em duas grandes regiões, a Floresta
queimadas são relacionadas principal- Tropical Densa (FTD) com mata pereni-
mente a pecuária para limpeza de fólia e com dossel de até 50 metros de
pastos. Assim, o clima muito seco do altura e a Floresta Tropical Aberta (FTA)
verão deixa a mata vulnerável. No que são áreas de transição entre Flo-
caso da Flona do Tapajós, vulnerável a resta Amazônica e outras áreas como
incêndios a partir de queimadas de Savana, por exemplo (RADAMBRASIL,
áreas adjacentes. Há também, as quei- 1976).
madas naturais, causadas por meio de A área total de coleta foi dividida
raios, porém, Machado (2012) ressalta em quatro parcelas (áreas), sendo
que o fogo por raios não é tão prejudi- duas parcelas em área de Platô e duas
ciais na maioria dos casos, pois geral- áreas em área de Baixio (Figura 1). Por
mente precede as chuvas que elimi- platô entende-se por uma área com
nam rapidamente o incêndio. altitude média acima de 170m e bai-
O fogo pode causar diversas res- xio, área com altitude média inferior à
postas da fauna durante o incêndio, 90m. As áreas foram divididas em: Par-
Koproski et al., (2006) descreve posturas cela 1 – AAP (área alterada platô); par-
defensivas de serpentes frente ao fogo, cela 2 – AAB (área alterada baixio);
em que alguns espécimes chegam a parcela 3 – APB (área preservada bai-
desferir vários botes nas chamas ten- xio); parcela 4 – APP (área preservada
tando de alguma forma se defender. platô). As áreas alteradas são áreas uti-
Porém, na literatura consultada, estu- lizas para manejo florestal e já sofreram
dos sobre composição de serpentes supressão vegetal, enquanto as áreas
após perturbações ambientais são es- preservadas correspondem às áreas
cassos para a Amazônia, principal- controle (ou Testemunha) da própria
mente após eventos de queimadas, Unidade de Conservação (Cordeiro,
apesar do alto número de incêndios na 2005).

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Figura 1. Área de estudo referente à área total da Flona do Tapajós, com os pontos de coleta,
cada parcela com dois pontos de armadilha de Interceptação e Queda: Parcela 1: Área
alterada Platô – AAP. Parcela 2: Área alterada baixio – AAB. Parcela 3: Área preservada baixio
– APB. Parcela 4: Área preservada Platô – APP.

De acordo com a classificação Para PVLT, as buscas ativas foram


de Köppen (Peel et al., 2007), o clima divididas em períodos vespertinos e no-
predominante na região é do tipo turnos, no período matutino eram visto-
AmW (clima tropical com temperatura riadas as AIQ. Qualquer espécime co-
média anual superior a 18 °C). letado além dos métodos descritos foi
Foram realizados 18 dias de considerado como registro ocasional.
campo, com seis excursões mensais de Assim como utilizado por Chalkidis et
três dias amostrais em cada, e, inter- al., (2014), as armadilhas de intercepta-
valo médio de 35 dias entre elas. As ção e queda foram compostas por li-
metodologias de coleta corresponde- nhas de 100 m de comprimento, com
ram a Procura Visual Limitada por 11 baldes de 100 L, distantes 10 m entre
Tempo (PVLT) a pé e Armadilhas de in- si. Foram utilizadas duas estações de
terceptação e queda (AIQ) (ver Mar- armadilhas em cada uma das quatro
tins e Oliveira, 1998). O esforço amostral áreas. As estações foram montadas
total foi de 2.394 horas, sendo 810 horas com uma distância mínima de 500 m,
em busca ativa através de PVLT com para conferir independência entre as
162 horas-pessoa e 1584 horas para Ar- unidades amostrais. No total, foram ins-
madilhas de Interceptação e Queda taladas 04 áreas de coleta, com 22 bal-
(AIQ) através do cálculo dias x recipi- des em cada área, totalizando 88 bal-
entes. des. O esforço amostral das AIQ foi de
1.584 horas não consecutivas.
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Para a identificação das espécies Colubridae (Mastigodryas e Tantilla);


utilizamos a chave Kornacker (1999), Dipsadidae (Dipsas, Drepanoides,
além de guias como, Guia das cobras Erythrolamprus, Imantodes, Leptodeira,
da Reserva Ducke e o Livro de Serpen- Philodryas, Taeniophallus e Xenopholis);
tes do Alto Juruá. Os espécimes foram Elapidae (Micrurus) e Viperidae
depositados no biotério e posterior- (Bothrops) (Tabela 1).
mente na Coleção Científica do Labo- Apesar do baixo número de es-
ratório de Pesquisas Zoológicas, da pécies em relação a levantamentos
UNAMA – Centro Universitário da Ama- anteriores, a fauna de serpentes após
zônia, sob a autorização para coleta a queimada apresentou uma diversi-
expedida pelo IBAMA/SISBIO 14018-12. dade considerável de espécies, como
Para avaliação da diversidade indica o índice de Shannon (H’=2,69).
de serpentes utilizou-se o índice de Isso significa que a proporção da
Shannon por enfatizar o componente abundância entre as espécies de ser-
riqueza da diversidade e por dar pentes é semelhante, ou seja, há um
mesmo peso a espécies raras e abun- baixo índice de espécies dominantes
dantes (ver MAGURRAN, 2004), além na área estudada, fator corroborado
de índices de dominância e equitabili- pelos baixos valores de dominância,
dade de Pielou, realizados através do sustentados pelos altos valores de equi-
Software PAST 3.26. Para elaboração as tabilidade (Pielou – J’=0,95).
curvas de acumulação de espécies fo- Os horários de atividades mais fre-
ram consideradas todos os métodos quentes das serpentes registradas fo-
amostrais e utilizando os dias de coleta ram no período noturno, onde 10 espé-
como unidades amostrais com auxílio cimes (76,92%) foram registrados entre
do Software EstimateS 9.1. Os resulta- 19:00 e 02:00 horas, e apenas três espé-
dos foram analisados ao nível de signi- cimes (23,8%) foram encontrados du-
ficância de p˂0,05. Para a estimativa rante o dia. Um indivíduo de Mastigo-
de riqueza foi considerado o estimador dryas boddaerti e outro de Taeni-
não paramétrico baseado JackNife de ophallus quadriocellatus foram registra-
primeira e segunda ordem, ambos ao dos durante busca ativa, já um espé-
nível de confiança de 95%. A escolha cime de Leptodeira annulata foi en-
destes testes de baseiam em suas fór- contrado durante as vistorias das AIQ’s
mulas que priorizam o número de espé- (Tabela 1). Os tipos de substrato em
cies e trabalham apenas com uma que as serpentes foram coletadas mos-
amostra (GOMES, 1995), o que se trata traram-se dentro das características de
o estudo. micro-hábitat já conhecidos para
cada espécie, onde sete espécimes
3. foram encontrados no Chão (53,84%),
Durante o período de coletas re- seis espécimes em arbustos e árvores
alizadas de abril a outubro de 2016 na (46,16%) (Tabela 1).
Floresta Nacional do Tapajós, foram Dentre os 12 espécimes registra-
coligidas 17 espécies e 29 espécimes dos durantes as buscas ativas, 10 esta-
de serpentes durante o período de co- vam deslocando-se pelos substratos e
leta realizado após o incêndio da re- arbustos e dois estavam em forrageio
gião. E os indivíduos identificados estão de “senta-e-espera”, no qual a ser-
divididos em 6 famílias e 14 gêneros: pente fica imóvel e espera a presa pas-
Aniliidae (Anilius); Boidae (Corallus); sar para a predar.

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Tabela 1. Espécimes coletados na Flona do Tapajós durante o período de abril a outubro de 2016. (A –
Adulto; J – Jovens). PVLT – Procura Visual Limitada por Tempo; E.O – Encontro Ocasional.
MÉTODO DE
FAMILÍAS/ESPÉCIES IDADE TURNO SUBSTRATO PADRÃO DE ATIVIDADE
COLETA
ANILIIDAE
Anilius scytale J PVLT Noite Chão Deslocando-se
Anilius scytale J Pitfall trap - Balde -
BOIDAE
Corallus batesii J PVLT Noite Arbustos Deslocando-se
Corallus hortulanus J PVLT Noite Chão Deslocando-se
Corallus hortulanus A PVLT Noite Árvore Deslocando-se
COLUBRIDAE
Mastigodryas boddaerti J PVLT Tarde Chão Deslocando-se
Tantilla melanocephala A Pitfall trap - Balde -
Tantilla melanocephala J Pitfall trap - Balde -
DIPSADIDAE
Dipsas catesbyi J PVLT Noite Chão Deslocando-se
Drepanoides anomalus A Pitfall trap - Balde -
Drepanoides anomalus A Pitfall trap - Balde -
Erythrolamprus reginae J Pitfall trap - Balde -
Erythrolamprus reginae J Pitfall trap - Balde -
Imantodes cenchoa A PVLT Noite Arbusto Deslocando-se
Imantodes cenchoa J PVLT Noite Arbusto Deslocando-se
Leptodeira annulata J E.O Manhã Chão Termorregulação
Forrageio senta-e-es-
Philodryas argentea A PVLT Noite Arbusto
pera
Taeniophallus quadriocella-
J Pitfall trap - Balde -
tus
Taeniophallus quadriocella-
J Pitfall trap - Balde -
tus
Taeniophallus quadriocella-
J Pitfall trap - Balde -
tus
Taeniophallus quadriocella-
J Pitfall trap - Balde -
tus
Taeniophallus quadriocella-
J PVLT Tarde Chão Deslocando-se
tus
Xenopholis scalaris A Pitfall trap - Balde -
Xenopholis scalaris A Pitfall trap - Balde -
ELAPIDAE
Micrurus lemniscatus J Pitfall trap - Balde -
Micrurus spixii J Pitfall trap - Balde -
VIPERIDAE
Bothrops atrox A Pitfall trap - Balde -
Bothrops atrox A PVLT Noite Chão Deslocando-se
Forrageio senta-e-es-
Bothrops bilineatus A PVLT Noite Palmeira
pera

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A B C
A

D E F

G H I

J LL M

N O P

Figura 2. A) Anilius scytale (adulto) (foto de Hipócrates Chalkidis); B) Corallus batesii (jovem);
C) Corallus hortulanus (adulto); D) Drepanoides anomalus (adulto); E) Erythrolamprus reginae
(jovem); F) Philodryas argentea (adulto); G) Leptodeira annulata (jovem); H) Imantodes cen-
choa (adulto); I) Xenopholis scalaris (adulto); J) Dipsas catesbyi (jovem); L) Micrurus lemniscatus
(Jovem); M) Micrurus spixii (Jovem); N) Tantilla melanocephala (adulto); O) Bothrops atrox
(Adulto); P) Bothrops bilineatus (adulto). Fotos: Samuel Garcia.

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O espécime de Leptodeira annu- se locomoveu e enrodilhou-se nova-


lata foi registrado de maneira ocasio- mente no último terço da folha, após
nal, pela manhã, em uma clareira de isso o morcego voou, antes de qual-
sol após forte chuva durante a noite, quer deferimento de bote.
aparentemente buscando regular sua As quatro parcelas analisadas se-
temperatura corporal. Durante as bus- paradamente apresentaram notórias
cas ativas, um espécime de Bothrops distinções de diversidade. Duas parce-
bilineatus (Jararaca-verde ou Papa- las apresentaram baixos números de
gaia) foi observado em forrageio de serpentes, as parcelas 2 e 4 (AAB e
“senta-e-espera” tentando predar um APP) foram as parcelas mais afetadas
morcego-branco (Diclidurus sp), po- pelo fogo (Figura 3), e somadas apre-
rém, sem sucesso na predação. A jara- sentaram apenas um espécime jovem
raca foi encontrada enrodilhada no de Corallus hortulanus registrado na
meio da folha de uma palmeira, a parcela 2, com ausência de espécimes
aproximadamente três metros de al- na parcela 4. Já a parcela 1 e 3 (AAP e
tura em uma área preservada de bai- APB) somadas, apresentaram 96,55%
xio (APB), o morcego estava sobrevo- da riqueza total registrada neste es-
ando em rasantes e pousou na parte tudo, com a parcela 1 apresentando
de baixo do último terço da folha da maior riqueza e abundância com 11
palmeira, a serpente dardejou por al- espécies e 17 espécimes, enquanto a
guns minutos após o morcego pousar, parcela 3 apresentou nove espécies e
11 espécimes (Tabela 2).

Tabela 2. Espécies e espécimes coletados por parcela (área). AAP – área alterada platô (não
queimada); AAB – área alterada baixio (queimada); APB – área preservada baixio (não quei-
mada); APP – área preservada platô (queimada).
ESPÉCIES AAP AAB APB APP
Anilius scytale 2 0 0 0
Bothrops atrox 1 0 1 0
Bothrops bilineatus 0 0 1 0
Corallus batesii 1 0 0 0
Corallus hortulanus 0 1 1 0
Dipsas catesbyi 1 0 0 0
Drepanoides anomalus 2 0 0 0
Erythrolamprus reginae 2 0 0 0
Imantodes cenchoa 0 0 2 0
Leptodeira annulata 0 0 1 0
Mastigodryas boddaerti 1 0 0 0
Micrurus lemniscatus 1 0 0 0
Micrurus spixii 1 0 0 0
Philodryas argentea 0 0 1 0
Taeniophallus quadriocellatus 4 0 1 0
Tantilla melanocephala 0 0 2 0
Xenopholis scalaris 1 0 1 0
Total 17 1 11 0

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A B C
A

Figura 3. Registros fotográficos em abril de 2016 durante a primeira coleta de campo. A. Áreas
ainda com focos de incêndio com árvore de grande porte na parcela 2 (AAB). B. Baldes de
pitfall trap que foram queimados e tiveram de ser substituídos. C. Área da parcela 2 (AAB) a
borda da estrada principal afetada pelo fogo. Fotos: Hipócrates Chalkidis.

A temperatura durante os dias de com a maior precipitação no mês de


coleta oscilou entre 26,1 ºC e 28,8 ºC, abril com 280 mm (Instituto Nacional de
com média de 28,1 ºC, enquanto a Metereologia – INMET, 2016). Porém,
média da umidade relativa do ar du- quando considerado apenas os dias
rante os dias de coleta oscilou entre de coleta de campo, o mês de outu-
75,6% e 89%, com picos de 99% de umi- bro apresentou a maior precipitação
dade entre 00:00 e 6:00 horas da ma- pluviométrica com 48 milímetros e o
nhã (Figura 4. A). A precipitação pluvi- mês de maio com a menor precipita-
ométrica total durante os meses de co- ção com apenas 3 milímetros (Figura 4.
leta (abril a outubro) foi de 793 mm, B).

40 100
85,8 87,5
83,2 84,7 80,9 80,3
30 28,2 28 28,9 28,6
27,4 27,1 50
20 48
11 6 18 11
6 3 4 7 2
10 3 3 4 2 5 3
0 2 0
0 Abril Maio Junho Julho Setembro Outubro
Abril Maio Junho Julho Setembro Outubro
Espécimes coletados por mês
Espécimes coletados por mês Umidade média durante os dias de coleta (%)
Temperatura média durante os dias de coleta °C
Pluviosidade acumulada durante o perido de coleta (mm)

Figura 4. A. Temperatura média durante os dias de coleta. B. Umidade e pluviosidade média


durante os dias de coleta.

A curva do coletor não chegou a área da Flona do Tapajós (Chalkidis et


assíntota, o que sugere que, caso con- al., 2014) antes da queimada (Figura 5).
tinuassem as coletas, potencialmente
um número maior de espécies seria al- 4.
cançado. Porém, os estimadores de ri- A riqueza de 17 espécies e a
queza JackNife de primeira ordem e abundância de 29 espécimes de ser-
JackNife de segunda ordem utilizado pentes após a queimada na área estu-
para fins comparativos, mostraram que dada da Floresta Nacional do Tapajós
a riqueza estimada da área em estudo foi considerada baixa quando compa-
chegaria a máxima aproximada de 30 rada ao levantamento anterior reali-
espécies, não atingindo a riqueza de zado por Chalkidis et al. (2014), em que
41 espécies conhecida para a mesma foram registradas 41 espécies e 200 es-
pécimes para mesma área amostral e
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55 espécies considerando outras áreas áreas ainda apresentaram uma boa


da Flona do Tapajós. De fato, os resul- diversidade. Isso se deve à alta similari-
tados disponíveis sugerem que as áreas dade na quantidade de espécimes re-
afetadas pelo fogo apresentaram uma gistrados para cada espécie, o que
redução na fauna de serpentes. Entre- ainda que seja um ponto positivo, de-
tanto, não se pode ignorar que o es- monstra a redução na fauna de ser-
forço amostral utilizado neste trabalho pentes devido à baixa abundância
foi inferior ao realizado no levanta- para cada espécie registrada após o
mento anterior. Por exemplo, em PVLT, incêndio. É notório a queda populaci-
de 600 horas-pessoa para 162 horas- onal de serpentes nas áreas mais afe-
pessoa, assim como, procura em es- tadas pelo fogo, os fatos sugerem que
trada (PE) com um veículo automotor, a queimada que acometeu a área de
utilizado na taxocenose anterior e não estudo entre novembro e dezembro de
aplicada neste estudo (ver Chalkidis et 2015 seja o principal responsável para
al., 2014). Porém, a afirmativa sobre a essa queda populacional, e, que essa
modificação da comunidade de ser- perturbação pode ter causado conse-
pentes demonstrada, é amparada pe- quências de forma direta e indireta
los estimadores de riqueza, que suge- para a fauna de serpentes.
rem ao nível de confiança de 95% que As variações de temperatura,
nas condições das áreas amostrais, umidade e pluviosidade durante os pe-
não se chegaria ao N de 41 espécies ríodos de coleta foram consideradas
registradas anteriormente ao incêndio. dentro dos padrões normais para a
área, visto que essas variáveis são de
grande relevância para calcular a pro-
babilidade de novos incêndios. Se-
gundo Melo et al. (2012), para que
uma área seja considerada propicia a
um incêndio esta deve apresentar uma
média de umidade abaixo de 40% e
temperaturas médias climáticas acima
de 24 ºC, não sendo este o caso da
área de estudo. Desta forma, os dados
climáticos mostram que a área de co-
Figura 5. Curva do coletor considerando os leta possui baixa probabilidade de no-
números de espécies coletados x dias de vos incêndios, mas não a deixa isenta
campo e os estimadores de riqueza de uma nova perturbação similar. Melo
JackNife 1 e 2 demonstrando número de
et al. (2011) corroboram que as varia-
espécies possíveis que poderia ser regis-
trado com a continuação das coletas.
ções climáticas não são os únicos fato-
res para propagação de um incêndio,
Os resultados de JackNife de pri- porém, é uma das variáveis que favo-
meira ordem demonstram que a conti- rece para que em períodos de seca
nuação das coletas levariam a aproxi- esse fogo se espalhe com mais facili-
madas 26 espécies para as quatro par- dade, atingindo rapidamente a flo-
celas estudadas, enquanto outro esti- resta e diminuindo o tempo de fuga da
mador para fins comparativos JackNife fauna local.
de segunda ordem sugere uma riqueza Possivelmente, as queimadas
estimada de aproximadamente 30 es- causaram a morte e/ou afugenta-
pécies. Por outro lado, apesar do baixo mento de várias serpentes da área es-
número de espécies registradas, as tudada. Vale ressaltar que as, coletas
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iniciaram cerca de 100 dias após o reduzir drasticamente as populações


controle das queimadas e início do pe- de serpentes de uma área, tanto de
ríodo chuvoso, mesmo assim, durante a maneira direta pela morte ou afugen-
primeira coleta, ainda foi possível ob- tamento, como indireta pela destrui-
servar árvores de grande porte com ção dos recursos como abrigo e ali-
fogo, assim como ausência de serapi- mentação. Chalkidis et al. (2014) de-
lheira substituída pelas folhas secas mis- monstra que as quatro parcelas estu-
turadas as cinzas nas duas parcelas das não apresentavam diferenças sig-
mais afetadas (ver figura 3). Isso de- nificativas na composição de espécies
monstra que aparentemente mesmo antes do incêndio, o que difere total-
após o controle do incêndio e início do mente do quadro pós queimada, no
período chuvoso, ainda se passaram qual foi registrado apenas um indivíduo
muitos dias com fogo dentro da mata, na parcela dois e nenhum espécime
gerando fumaça e aumento de tem- na parcela quatro. Porém, apesar de
peratura local. algumas espécies conhecidas para a
Na literatura consultada são es- área não terem sido coletadas durante
cassos estudos que relatam efeitos fisi- esse levantamento, não significa que
ológicos em serpentes afetadas por fu- estas populações de serpentes foram
maças, porém, é viável dizer que into- totalmente eliminadas destas áreas,
xicação por fumaça durante o incên- visto que, não se chegou à assíntota da
dio, estresse hídrico, além de lesões curva do coletor.
causadas pelo fogo são algumas das Quanto ao padrão de atividade,
possíveis causas diretas que podem observou-se durante as buscas ativas
acarretar problemas de saúde graves serpentes deslocando-se e em ‘’senta-
aos animais, podendo causar a morte e-espera’’ (enrodilhada), além de uma
de muitos indivíduos em curto e médio serpente enrodilhada em Termorregu-
prazo. Por outro lado, a destruição de lação. O forrageio através de ‘’senta-
hábitats e possível redução na oferta e-espera’’ foi observado em apenas
de alimentos podem ser considerados dois espécimes (15,4%), enquanto 10
também como efeitos graves, porém, espécimes (84,6%) estavam ativas (lo-
indiretos, e que podem afetar forte- comovendo sobre o substrato ou ar-
mente a população em médio e longo bustos) (Tabela 1). A observação de
prazo. Koproski et al. (2006), corrobora tentativa de predação do morcego-
que efeitos das queimadas sobre as branco (Diclidurus sp) pela Jararaca-
populações de serpentes podem per- verde (Bothrops bilineatus) em ‘’senta-
durar por longos anos. e-espera’’ demonstra que esses ani-
De acordo com Tonwsend et al. mais também fazem parte da dieta
(2010) uma comunidade conterá mais dessa serpente, conforme observado
espécies quanto maior for o número e por Venegas et al. (2019).
diversidade de recursos (R) disponíveis, O comportamento de ‘’senta-e-
consequentemente, com a diminuição espera’’ é comum de se registrar du-
dos micro-habitats disponíveis e possí- rante o forrageio de serpentes, princi-
vel redução de presas (principalmente palmente em espécies das famílias Boi-
pequenos mamíferos e anuros), a den- dae e Viperidae, visto que são animais
sidade populacional nas áreas afeta- de emboscadas, e visam fazer o menor
das tende a diminuir. O baixo número gasto possível de energia (COLLI e
de serpentes nas parcelas dois e qua- PAIVA, 1997; DOWNES e SHINE, 1998;
tro que foram afetadas fortemente TSAIRI e BOUSKILA, 2004), porém, é difí-
pelo incêndio, sugere que o fogo pode cil afirmar que as queimadas tenham
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influenciado o padrão de atividade de 5.


forrageiro das serpentes em busca de A taxocenose de serpentes da
alimentos. Para isso, seria necessário le- área amostrada na Floresta Nacional
vantamentos das potenciais presas do Tapajós demonstrou diferenças em
para saber o quanto, também, estas sua riqueza e abundância relativa. A
foram afetadas pelas queimadas. As- queimada demonstrou ser prejudicial a
sim, outros fatores já descritos na litera- fauna de serpentes, visto a brusca
tura devem ser considerados para ex- queda populacional nas áreas mais
plicações nos padrões de atividade de afetadas pelo fogo. Desta forma, os re-
serpentes. sultados corroboram que perturbações
O padrão de atividade das ser- ambientais por queimadas causam
pentes pode ser alterado de acordo consequências imediatas as comuni-
com os fatores abióticos locais, como dades de serpentes, o que sugere uma
temperatura, umidade e pluviosidade, modificação na densidade populacio-
por exemplo. Baixas temperaturas as- nal nas áreas amostradas. Portanto, es-
sim como pluviosidade podem deter- pera-se que este levantamento possa
minar o forrageio das serpentes (TAT- contribuir com o conhecimento sobre
TERSALL et al., 2003; SAWAYA et al., os aspectos da dinâmica de comuni-
2008). Neste estudo, os dias de coleta dades de serpentes após perturbações
após um dia/noite de forte chuva por queimada e incentivar estudos
apresentaram uma maior abundância mais detalhados acerca do tema,
(Figura 4. B), isso se deve pela saída das além de servir como alerta sobre o im-
serpentes de áreas encharcadas, prin- pacto que as queimadas podem cau-
cipalmente de animais fossóriais e sar a fauna de serpentes, e, conse-
semi-fossóriais em buscas de locais quentemente, na teia ecológica local.
mais secos e quentes (FRAGA et al.,
2013). O espécime de Leptodeira an-
nulata registrado de maneira ocasional A UNAMA – Centro Universitário
durante as vistoras das AIQ’s estava em da Amazônia, pelo acesso ao Labora-
clareira enrodilhando sob a luz solar, tório de Pesquisas Zoológicas – LPZ para
aparentemente buscando aqueci- armazenamento dos espécimes cole-
mento e regulação de sua tempera- tados. Ao IBAMA pela autorização
tura córporea, visto que são animais para coleta e transporte dos espéci-
ectotérmicos e de hábitos noturnos mes sob a licença do SISBIO 14018-12.
(MARTINS e OLIVEIRA, 1998; BERNARDE Agradecemos também a Cooperativa
e ABE, 2006). Esses achados enfatizam Mista da Flona do Tapajós - COOM-
a influência de fatores abióticos para a FLONA pelo apoio logístico nas coletas
atividade de serpentes. E como já ci- de campo e aos colaboradores de
tado, são padrões de atividade co- campo Francisco Ishiguro e Daniel Lira.
muns para serpentes de maneira geral
nas floretas tropicais (FRAGA et al.,
2013). Desta forma, pode-se dizer que, Este artigo é inédito e não está
apesar das queimadas terem afetado sendo considerado para qualquer ou-
a riqueza e abundância de serpentes tra publicação. Os autores e revisores
da área estudada, aparentemente não relataram qualquer conflito de in-
não afetaram o padrão de atividade teresse durante a sua avaliação. Logo,
nem o substrato de locomoção dos in- a revista Scientia Amazonia detém os
divíduos registrados na área de estudo. direitos autorais, tem a aprovação e a

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