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RECURSOS HUMANOS
Nome do(a) orientador(a):
Moisés Santos de Souza
Nome do(a) aluno(a): Bolsa:
Juliana Formiga Botelho ( ) CNPQ ( ) UFAM (X) FAPEAM ( ) VOLUNTÁRIO
IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Título: Código do Projeto:
Diversidade inventarial de famílias de besouros (Insecta: Coleoptera) PIB-B/0010/2019
em sistema RAPELD de área florestal nativa na região de Humaitá,
Amazônia Ocidental.
Área de Conhecimento:
( ) Exatas e da Terra ( ) Agrárias ( X ) Biológicas ( ) Sociais Aplicadas ( ) Engenharias
( ) Saúde ( ) Ciências Humanas ( ) Linguística, Letras e Artes ( ) Multidisciplinar
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM HUMANOS (CEP) OU ANIMAIS (CEUA)
A B
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE PESQUISA
RELATÓRIO FINAL PIBIC/PAIC 2019-2020
alcoólica de metanol e etanol (1:1) e o éster acetato de acetila P.A. Os outros três tipos de
armadilhas foram do tipo pitfall com três atrativos: i) esterco fresco bovino, ii) mistura
açucarada frutas e iii) vísceras de peixes.
A B
Figura 1. Armadilhas iscadas utilizadas nas coletas realizadas no módulo 12 do PPBio, Humaitá-AM.
(A) armadilhas de impacto de voo do tipo “iscada com alcoois”; (B) Armadilhas de queda do tipo
“pitfall” com iscas com frutas, fezes bovinas e vísceras de peixe.
Foram distribuídas cinco armadilhas em cada parcela com uma equidistância de 50m
uma da outra (50, 100, 150, 200 e 250m), há cada equidistância colocou-se uma armadilha
iscada com um distinto atrativo, colocando-se os cincos tipos de atrativos dentro de uma parcela
para maximização de capturas de diferentes famílias de besouros.
Realizou-se as coletas dos besouros após 24h da instalação das armadilhas, os besouros
encontrados foram colocados dentro de um recipiente, identificado a quantidade de espécime e
o tipo de atrativo coletado (figura 2). Os espécimes foram depositados dentro de um isopor
pequeno para conservação e para que os mesmos não endureçam facilmente.
A B
Figura 2. Procedimentos realizados nas coletas dos besouros no módulo 12 do PPBio, Humaitá-AM. (A) Coleta
dos besouros das armadilhas (B) Separação dos besouros encontrados em um recipiente, identificado a
quantidade de espécime e o tipo de atrativo coletado
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Identificação taxonômica e caixas entomológicas
A identificação taxonômica ocorreu no Laboratório de Fitossanidade do Instituto de
Educação, Agricultura e Ambiente. Primeiramente realizou-se a lavagem dos espécimes
coletados com água destilada, depois no álcool 70% e depois ficaram um minuto no formol,
após isso realizou-se a montagem dos mesmos (Figura 3). Os besouros foram acondicionados
em estufa, para desidratação dos espécimes e para posteriormente começar a identificação.
Os besouros foram separados por semelhanças morfológicas, realizou-se fotografia na
visão frontal e dorsal (figura 3) dos exemplares diferentes para auxiliar na hora da identificação
dos espécimes e com ajuda do “Guia de identificação das espécies de Scarabaeinae
(Coleoptera: Scarabaeidae) do município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil” e “
Diversidade de Scarabaeinae (Coleoptera: Scarabaeidae), coletados em armadilhas de
solo com isca, na reserva natural vale, Linhares - Espírito Santo, Brasil”. Os mesmos foram
identificados a nível de família e gênero.
A B
C D
D
C
Figura 3. Procedimento utilizados na montagem e identificação dos besouros. (A) Processos de lavagem; (B)
Montagem com auxílio de agulhas entomológicas; (C) Identificação com auxílio do microscópio estereoscópico
visão dorsal ; (D) Identificação com auxílio do microscópio estereoscópico visão ventral
Figura 4. Caixa entomológica de acordo com a distribuição dos gêneros coletados no módulo 12 do PPBio,
Humaitá- AM.
Fatores climáticos
Considerar-se-á os dados climatológicos: temperatura, umidade relativa do ar e
precipitação pluviométrica para inferências ecológicas da comunidade de coleópteros. Esses
dados climáticos foram retirados da estação meteorológica de observação de superfície
automática do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET.
Analises dos dados
Para diversidade dos gêneros coletados foram utilizado o índice de Shannon (H’=-Σ
pi.log pii) e para avaliar a uniformidade da distribuição de indivíduos por gênero coletados, será
aplicado o índice de Pielou (J’ = H’/log S). Como complementaridade aplicar-se-á o índice de
dominância de gênero de Simpson (D = Σ pi2). Os índices foram calculados por meio do
software DivEs- Diversidade de Espécies v4.
5. RESULTADO E DISCUSSÃO
Sabe-se que uma das principais causas da perda da biodiversidade amazônica é oriunda
do desflorestamento. Conforme Fearnside (2005), o desflorestamento converge impactos
climáticos que são as maiores preocupações nesse contexto. A área de estudo situa-se onde a
taxa de perda da floresta é mais intensa, no “arco do desmatamento” ao longo da região sul do
Amazonas (Figura 5).
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Figura 5. Áreas antrópicas no entorno do Módulo 12 do Núcleo Regional do PPBio, 1- Rodovia BR 319; 2-
Áreas desmatadas de chácaras e 3- Áreas de Fazendas. Fonte: Google Earth Pro.
De acordo com Bierregaard Junior et. al. (1992) a ação antrópica, envolvendo
desmatamentos ao longo das rodovias, acarreta um determinado grau de fragmentação florestal
com a formação de diferentes ecossistemas como pastagens em diversos níveis de degradação,
capoeiras e fragmentos de mata nativa. Essas alterações podem resultar no isolamento de
populações e até extinção de espécies, reduzindo a biodiversidade. A fragmentação dos hábitats
naturais pode induzir mudanças na abundância e na riqueza de espécies de escarabeídeos e
consequentemente na atuação destes organismos nos ecossistemas (RONQUI & LOPES, 2006)
Foram capturados 169 indivíduos, pertencentes a família Scarabaeidae, distribuídos nos
gêneros Ontherus, Eurysternus, Deltochilum, Dichotomius, Coprophanaeus e Cetonia (Figura
6). Dichotomius foi o mais abundante (37,87%), seguido do Coprophanaeus (29,59%) e do
Ontherus (15,38%) em ambos os períodos coletados. Provavelmente, devido à presença de
muitas pastagens ao longo da Rodovia BR 319, a comunidade de besouros rola-bosta seja um
indicativo do impacto dessas áreas antrópicas sobre a diversidade de besouros na área de estudo.
Ontherus 3 7 16
Euysternus 2 9
3
Abundância total
Deltochilum 2 5 7
Dichotomius 2 27 35
Coprophanaeus 12 38
Cetonia 0
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Número de insetos capturados
0,7
0,7032
0,6
0,5
0,4 0,4663
0,3
0,2
0,1
0
Seca Inicio das chuvas ápice da enchente
Período do ano
Figura 7. Índice de diversidade total obtidos com os dados das coletas de besouros em armadilhas
de impacto de voo do tipo “iscada com alcoois” e armadilhas de queda do tipo “pitfall” com iscas
com frutas, fezes bovinas e vísceras de peixe. No módulo 12 do PPBio, Humaitá-AM.
Normalmente de maio a setembro para a região do Amazonas, são observadas as maiores
temperaturas, baixa umidade relativa do ar e baixo índice pluviométrico (Figura 8 e 9). Sabe-
se que dentre os fatores abióticos a temperatura é um dos mais importantes que podem interferir
na ecologia dos organismos (SILVEIRA NETO et al., 1995). A umidade relativa do ar está
relacionada de forma direta com a exposição dos insetos ou seu resguarde, o baixo teor de
umidade pode afetar a fisiologia, longevidade, desenvolvimento e oviposição dos insetos
(GULLAN & CRANSTON, 2007).
90,83 90,00
29,5
Temperatura (°C)
29 28,55 85,00
28,5
80,08
28 80,00
27,5 76 27,08
75,00
27
26,5
70,00
26
25,5 65,00
Agosto Novembro Fevereiro
T °C UR %
Figura 8. Temperatura e Umidade relativa do ar dos dias 17 de agosto (1° Coleta), 15 de novembro
(2° Coleta) e 28 de fevereiro (3° Coleta). Dados climáticos da estação A112-Humaitá do Instituto
Nacional de Meteorologia (INMET).
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RELATÓRIO FINAL PIBIC/PAIC 2019-2020
0,6
Precipitação pluviométrica (mm)
0,4
0,2
0
Agosto Novembro
-0,2
-0,4
-0,6
Seca ínicio da chuva
Figura 9. Precipitação pluviométrica dos dias 17 de agosto (1° Coleta) e 15 de novembro (2° Coleta).
Dados climáticos da estação A112-Humaitá do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).