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Intoxicação por animais

venenosos e peçonhentos

Profa. Ruilândia Moraes


ANIMAIS PEÇONHENTOS
Este trabalho tem como objetivo:

 Abordar a prevenção de animais


peçonhentos, mostrando quais são os
riscos e perigos existentes com esses
animais;

 Sugerir medidas prevencionista que


poderão ser tomadas a fim de evitar
acidentes;

 Noções de primeiros socorros.


O Amazonas registra em torno de dois mil
casos de acidentes com serpentes por ano.
90% do total são causados por jararacas e os
municípios com a maior taxa de incidência
são Manaus, São Gabriel da Cachoeira, Borba
e Alvarães. De acordo com o coordenador
das pesquisas nessa área, na Fundação de
Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira
Dourado (FMT-HVD), Wuelton Monteiro, de
2007 a 2015, foram notificados 14.232 casos
no Estado e, desses, 91 foram a óbito.
Monteiro explica que o veneno injetado pela
cobra durante a picada, além de dor, inchaço
e infecção no local, pode evoluir para necrose
do tecido e causar perda da função do
membro atingido e até amputação ou
complicações sistêmicas, como hemorragias
em órgão vitais, incluindo acidente vascular
cerebral (AVC) e insuficiência renal. Diante
disso, é importante que as pessoas que
sofrerem acidente com serpentes procurem
imediatamente o serviço de saúde para ter
acesso ao soro antiofídico.
Em Manaus, a FMT-HVD é a unidade de
referência para o atendimento desse tipo de
ocorrência. No interior, os hospitais realizam
o tratamento. “Só tem soro antiofídico na
área urbana e em hospitais. Ele é prescrito
por um médico e aplicado no ambiente
hospitalar porque pode causar muitos efeitos
colaterais”, destacou o pesquisador. “A
pessoa tem que buscar atendimento nas
primeiras duas ou três horas após ser picada,
a partir disso terá mais chances de ficar com
sequelas ou ir a óbito”,salientou.
Ele evidenciou que as pessoas devem lavar o
local da picada com água e sabão e não aplicar
nenhum produto no local. “No interior, é comum
colocarem fumo, urina e medicamentos
caseiros no local da picada. Isso é perigoso,
pois as chances de infecção aumentam
consideravelmente”, alertou. “Alguns cuidados
podem evitar acidentes com ofídios, dentre
eles, não andar descalço e nunca colocar as
mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de
árvores e cupinzeiros”, completou.
A diretora-presidente da FMT-HVD, Graça
Alecrim, diz que a instituição também tem
trabalhado em pesquisas com acidentes
causados por outros animais peçonhentos,
como por exemplo, o escorpião e a aranha. No
Amazonas, os acidentes com esses animais
são bastante comuns. Depois das cobras, os
escorpiões ocupam o segundo lugar em
número de registros de casos (2.472, de 2007 a
2015), seguido das aranhas (1.396, nesse
mesmo período).
CONCEITO – VENENO

 Veneno - qualquer tipo de substância


tóxica, sólida, líquida ou gasosa, que
possa produzir qualquer tipo de
enfermidade ou lesão, ou alterar as
funções do organismo ao entrar em
contato com um ser vivo, por uma
reação química com as moléculas do
organismo.
CONCEITOS

ANIMAL PEÇONHENTO
Possui veneno e um aparelho inoculador
(presa ou ferrão) de veneno.

ANIMAL VENENOSO
Possui substância tóxica na sua
constituição e
intoxica quem o ingerir.

Venenoso: podem ser de origem animal,


vegetal ou mineral
• São quatro os tipos (gêneros) de
serpentes peçonhentas no Brasil:

• VIPERIDAE
• Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu,
cotiara, caiçaca).
• Crotalus (cascavel)
• Lachesis (sucurucu-pico-de-jaca)

• ELAPIDAE
• Micrurus – corais-verdadeiras
Bothrops:
“jararacas”

Acidente
botrópico

Crotalus:
“cascavel”

Acidente
crotálico
Lachesis: “surucucu”,
“pico-de-jaca”

Acidente laquético

Micrurus : “corais”
verdadeiras

Acidente elapídico
ANIMAIS PEÇONHENTO

SERPENTES

CARACTERÍSTICAS
• Corpo alongado coberto por escamas.
• Ausência de membros locomotores.
• Ausência de ouvido.
• Língua bífida que capta substâncias suspensas no ar e
encaminha ao órgão de Jacobson.
• Olhos sem pálpebras.
• Ectotérmicos. (sangue frio)
ANIMAIS PEÇONHENTOS

Diferenças entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas:

- As jararacas, cascavel e a sururucu, possuem em comum, a


fosseta loreal, um orifício localizado entre a narina e o olho, em cada
lado da cabeça. Somente as serpentes peçonhentas possuem este
órgão. Vale a pena ressaltar que existem serpentes venenosas que
não possuem fosseta loreal, como é o caso das corais verdadeiras.
A fosseta loreal tem como função a captação de calor, que permite
às serpentes perceberem as diferenças de temperatura no ambiente.
ANIMAIS PEÇONHENTOS

Diferenças entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas:

- Serpentes peçonhentas apresentam corpo coberto por escamas em


forma de quilha
ANIMAIS PEÇONHENTOS

Diferenças entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas:

- As Serpentes peçonhentas apresentam cabeça com escamas


pequenas.

- As serpentes não peçonhentas apresentam, em geral, escamas


maiores na cabeça
ANIMAIS PEÇONHENTOS

Diferenças entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas:

- As Serpentes peçonhentas apresentam, em geral, pupila em fenda.

- As serpentes não peçonhentas apresentam pupila circular.


ANIMAIS PEÇONHENTOS

GÊNEROS DE SERPENTES PEÇONHENTAS DO BRASIL


· 1 - fosseta loreal presente
· chocalho presente = Crotalus
· 2 - chocalho ausente
· ponta da cauda com 4 séries de escamas eriçadas =
Lachesis
· ponta da cauda normal = Bothrops
· 3 - fosseta loreal ausente
· sem presas anteriores = cobra não peçonhenta
· com presas anteriores = Micrurus
AÇÃO DOS VENENOS

Micrurus Crotalus
Neurotóxico Neurotóxico
Miotóxico
Coagulante

Lachesis

Proteolítico
Coagulante Bothrops
Hemorrágico
Neurotóxico Inflamatória
Coagulante
Hemorrágico Hemorrágica
AÇÃO PROTEOLÍTICA

Também denominada de necrosante , decorre da


ação citotóxica direta nos tecidos por frações
proteolíticas do veneno.

Pode haver lise das paredes vasculares.

Caracteriza- se pela destruição das proteínas do


organismo.
Provoca , no local da mordida , intensa reação
que se reconhece pela dor , edema firme
(inchaço duro) , equimose (manchas) , rubor
(avermelhamento), bolhas hemorrágicas (ou
não) , que pode se seguir de necrose que atinge
pele , músculos e tendões.

As enzimas proteolíticas podem, pela agressão


às proteínas, induzir a liberação de
substâncias vasoativas, tais como bradicinina
e histamina, substâncias estas que, nos
envenenamentos graves, podem levar à morte.
AÇÃO COAGULANTE

Substâncias que, através da mordida, penetram


na circulação sanguínea, ativam o fibrinogênio
e consequentemente a cascata de coagulação,
com isso há deposição de microcoágulos
principalmente nos pulmões.

Assim, o restante do sangue fica incoagulável


por falta do fibrinogênio, sem que
necessariamente haja hemorragia.

Esta aparece quando as paredes dos vasos


sanguíneos menores são lesadas pela ação
proteolítica.
AÇÃO NEUROTÓXICA

Nos acidentes causados por CROTALUS,


clinicamente há ptose palpebral (queda de
pálpebra) e diplopia (visão dupla) poucas horas
após o acidente.

Já nos indivíduos mordidos por MICRURUS,


além dos sintomas descritos acima, super põe-
se mialgia generalizada (dores nos músculos),
mal estar geral, sialorréia (salivação
abundante), e dificuldade de deglutição.

A insuficiência respiratória é a causa de óbito


nos pacientes deste grupo.
AÇÃO HEMOLÍTICA

A atividade hemolítica (destruição das células


vermelhas do sangue) se expressa sob a forma
de hemoglobinúria (urinar sangue).

Este quadro evolui, quando não


convenientemente tratado, para insuficiência
renal aguda, causa principal de óbito nos
pacientes.

As alterações urinárias devido à hemólise não


aparecem nas primeiras horas, surgindo entre
12 e 24 horas após o acidente.
ANIMAIS PEÇONHENTOS

TIPOS DE DENTIÇÃO

1. DENTIÇÃO ÁGLIFA:
Não existem dentes
inoculadores e nem
glândulas secretoras de
veneno. Está presente
em jibóia, sucuri,
boipeva.
ANIMAIS PEÇONHENTOS

TIPOS DE DENTIÇÃO
2.DENTIÇÃO OPISTÓGLIFA:
Dentes inoculadores fixos,
contendo um sulco por onde
escorre a substância secretada
pelas glândulas de veneno.
Estão localizados na região
posterior da boca, um de cada
lado da cabeça. Este tipo de
dentição é encontrado em
falsas-corais, muçuranas e
cobras-cipó.
ANIMAIS PEÇONHENTOS

TIPOS DE DENTIÇÃO
3. DENTIÇÃO PROTERÓGLIFA:
Dentes inoculadores fixos,
localizados na região anterior da
boca. Esta dentição é
característica das corais
verdadeiras.
ANIMAIS PEÇONHENTOS

TIPOS DE DENTIÇÃO
4. DENTIÇÃO SOLENÓGLIFA:
Os dentes inoculadores de
veneno estão presentes e
localizam-se na região anterior da
boca. Estes dentes são móveis e
grandes, com um canal por onde
o veneno penetra no local atingido
pela mordida do animal.
ANIMAIS PEÇONHENTOS

TIPOS DE DENTIÇÃO
4. DENTIÇÃO SOLENÓGLIFA:
Ofidismo

 Acidente por picada

de cobra venenosa.
ANIMAIS PEÇONHENTOS

No Brasil são conhecidas aproximadamente 300 espécies e


subespécies de serpentes, das quais 70 variedades são
peçonhentas e se distribuem em 4 gêneros:
1) Gênero Bothrops: 32 variedades encontradas em
todo o território nacional. Responsável por mais de 90% dos
acidentes. Veneno de efeito coagulante e necrosante
(jararaca, jararacuçu, urutu, caiçara e outros).
É o nome comum dos répteis escamados
pertencentes ao gênero Bothrops da família
Viperidae.
São serpentes peçonhentas, encontradas nas
Américas Central e do Sul, sendo importantes
causadoras de acidentes com altas taxas de
morbidade e mortalidade.
As diferentes espécies apresentam grande
variabilidade, principalmente nos padrões de
coloração e tamanho, ação da peçonha, dentre
outras características.
Atualmente 32 espécies são reconhecidas
Bothrops sp
Envenenamento da jararaca

 Botrópico; Manifestação precoce (3h)

 Dor imediata;

 Inchaço e calor no local;

 Vermelhidão ou arroxeamento;

Fonte: www.hospvirt.org.br.
Bolhas no membro picado
Bolhas no membro picado

NECROSE

NECROSE
Marca das presas
Dor + edema + equimose
BOTRÓPICO
Marca das presas
Dor + edema + equimose
Sangramento no local
da picada e edema
Acidente Botrópico
Complicações locais
Infecção + necrose
A cascavel é uma serpente inconfundível
pela presença do chocalho ou gizo na
extremidade da cauda, coloração geral é
olivácea.
Habita campos abertos de cerrados, áreas
pedregosas, secas e quentes.
Cada vez que o animal muda de pele, o que
ocorre de 2 a 4vezes por ano, ele acrescenta
um novo anel no chocalho.
Alimenta- se de roedores e pequenas aves
em geral.
ANIMAIS PEÇONHENTOS

2) Gênero Crotalus: 6 variedades cascavel,


cascavel-de-quatro-ventas, boicininga, maracá,
maracambóia, cobra-de-guizo (Animais
peçonhento no Brasil, 2003) , comuns em
regiões secas e campos. Veneno de efeito
neurotóxico,miotóxico e coagulante .
Acidente Crotálico
Quadro Clínico

Edema local discreto

facies neurotóxico
LOCAL
Edema discreto,
parestesia

• SISTÊMICO
Facies miastênica : ptose
palpebral, flacidez dos
músculos da face,
oftalmoplegia
Turvação visual, diplopia,
miose/midríase
Insuficiência Respiratória
Mialgia generalizada, urina
escura
Sangramento discreto:
gengivorragia, equimose
Após 6 a 12 horas a
urina fica escurecida;
 Dor muscular intensa;
 Insuficiência renal
aguda.

Urina de paciente que sofreu


acidente crotálico
Acidente Crotálico
Tratamento Específico
Classificação quanto à gravidade e
orientação terapêutica
ANIMAIS PEÇONHENTOS

3) Gênero Lachesis: 2 variedades, existentes


na Mata Atlântica e na Floresta Amazônica
(surucucu). São causa pouco freqüente de
acidente peçonhento.
Serpentes de grande porte, como o nome
indígena representa surucucu grande
serpente.

Apresentam cabeça triangular, fosseta


loreal e cauda com escamas arrepiadas e
presa inoculadora de veneno.

Com duas subespécies, é a maior serpente


peçonhenta das Américas.
Edema, equimose, necrose
cutânea.
Envenenamento da
surucuru

 Hemorragia; No local
picado.

 Diarréia;

Principais complicações.

 Bolhas;
 Gangrena e
insuficiência renal
aguda.
ANIMAIS PEÇONHENTOS

4) Gênero Micrurus: 31 variedades em


todo o país. Provocam os acidentes mais
graves, embora raros. Veneno de efeito
curariforme (cobra coral).

Micrurus frontalis Micrurus corallinus


Cobra coral verdadeira
Coral verdadeira ou falsa?

Falsa Coral
Coral Verdadeira
• LOCAL
Parestesia

• SISTÊMICO
vômitos
facies miastênica :
ptose palpebral, flacidez
dos músculos da face,
oftalmoplegia
Turvação visual,
diplopia, miose/midríase
Dificuldade para
deglutição

INSUFICIÊNCIA
RESPIRATÓRIA
As corais verdadeiras são causas raras de acidentes pois
os hábitos dessas serpentes não propiciam a ocorrência
de acidentes.
As surucucus são serpentes que habitam matas
fechadas sendo portanto encontradas principalmente na
Amazônia , mais raramente, na Mata Atlântica.
As jararacas respondem por quase 90% dos acidentes
ofídicos registrados , sendo encontradas em todo o país.
Já as cascavéis preferem ambientes secos e abertos , não
sendo comuns nas áreas onde as surucucus predominam.
ANIMAIS PEÇONHENTOS

Cuidados Imediatos nos Acidentes Ofídicos,


conforme MS 2017 e Butantan:

 Procure atendimento médico imediatamente;

 O local da picada pode ser lavado com água e sabão.

 Informe ao profissional de saúde o máximo possível de


características do animal, como: tipo de animal, cor,
tamanho, entre outras, se possível tire foto.

 Se possível, levar a serpente para identificação.

 O paciente deve ser tranquilizado e removido para o


hospital ou centro de saúde mais próximo.
 Na medida do possível, deve-se evitar que a
pessoa ande ou corra, deixando-o deitado e
com o membro elevado.

 Em acidentes nas extremidades do corpo,


como braços, mãos, pernas e pés, retire
acessórios que possam levar à piora do
quadro clínico, como anéis, fitas amarradas e
calçados apertados;

 Não amarre (torniquete) o membro acometido


e, muito menos, corte e/ou aplique qualquer
tipo de substancia (pó de café, álcool, entre
outros) no local da picada.

 Essas medidas interferem negativamente,


aumentando a chance de complicações como
infecções, e até mesmo amputação de um
ANIMAIS PEÇONHENTOS

 Não cortar, não furar, não queimar.


 Controlar sinais vitais e volume urinário.
 Não tente “chupar o veneno”, essa ação
apenas aumenta as chances de infecção local.

 O único tratamento eficaz para o


envenenamento por serpente é o soro
antiofídico, específico para cada tipo (gênero)
de serpente. Quanto mais rapidamente for feita
a soroterapia, menor será a chance de haver
complicações; é difícil estabelecer um tempo
limite para a aplicação do soro.
ANIMAIS PEÇONHENTOS

COMO PREVINIR ACIDENTES COM OFÍDIOS

•Nunca andar descalço, principalmente em mata.


(Dependendo da altura do calçado, os acidentes podem
ser evitados na ordem de 50 a 72 %);

•Usar luvas de couro em atividades rurais e de jardinagem;

•Nunca colocar as mãos em tocas (para pegar pelo rabo


do tatu que é visto ao entrar) ou buracos na terra, ocos de
árvores, cupinzeiros, montes de pedras ou sob pedras
grandes;
Prevenção de acidentes com serpentes

Uso de luvas, botas de cano alto e perneiras.


Cuidados redobrados
quando:

 Entrar em lugares
escuros;

 Manipular lixo e
entulho;

 Colocar a mão em
buracos no solo.
ANIMAIS PEÇONHENTOS

COMO PREVINIR ACIDENTES COM OFÍDIOS

•Não utilizar diretamente as mãos ao tocar em sapé,


capim, mato baixo, montes de folhas secas. Usar
sempre um pedaço de pau, enxada ou foice, se for o
caso;
•Vedar frestas e buracos em paredes e assoalhos;
•Se, por qualquer razão, tiver que se abaixar, além de
olhar bem o local, procurar bater a vegetação ou as
folhas;
•Não depositar ou acumular material inútil junto à
habitação rural, como lixo, entulhos e materiais de
construção.
ANIMAIS PEÇONHENTOS

COMO PREVINIR ACIDENTES COM OFÍDIOS

•Evitar trepadeiras muito encostadas a casa, folhagens


entrando pelo telhado ou mesmo pelo forro;
•Procurar controlar o número de roedores existentes na
área de sua propriedade. (Não se esquecer de que, ao
lado dos outros problemas de saúde pública, a
diminuição do número de roedores irá comprometer o
ciclo biológico das serpentes venenosas que deles se
alimentam);
•Não montar acampamento junto às plantações, pastos
ou matos denominados “sujos”, ou seja, regiões onde
há normalmente roedores;
ANIMAIS PEÇONHENTOS

COMO PREVINIR ACIDENTES COM OFÍDIOS

•Não fazer piqueniques às margens dos rios ou lagos, deles


mantendo distância segura, e não se encostar a barrancos
durante a pescaria;
•Não tocar nas serpentes, mesmo mortas, pois por
descuido ou inabilidade há o risco de ferimento por esbarro
nas presas venenosas.
•Manter sempre uma calçada limpa ao redor da casa. Essa
faixa pavimentada junto às paredes tem várias utilidades:
evita penetração de umidade nos alicerces, impede o
contato com capim ou grama dos jardins e principalmente
portas, que normalmente devem estar fechadas e ter um
mínimo de vão no solo.
ANIMAIS PEÇONHENTOS

COMO PREVINIR ACIDENTES COM OFIDIOS

•Nas matas ou nas beiradas das entradas, em


acampamentos ou piqueniques, nunca deixar as portas do
carro abertas, principalmente ao anoitecer. Mesmo durante
a troca de um pneu, ter essa precaução. A falta de cuidado
deixa o motorista posteriormente preocupado com a
possibilidade de ter uma serpente dentro do carro.
•Não matar, não deixar matar e não espantar da região as
emas, as seriemas, os gaviões e gambás. Estes são
inimigos das serpentes, pois eles matam e comem as
cobras. O gambá, animal implacavelmente morto pelo
homem nos sítios e nas fazendas, é de extraordinária
resistência aos venenos ofídicos, especialmente ao da
urutu.
 A Viúva negra é comum nas regiões praianas. Seu
veneno possui uma ação potente sobre o sistema
nervoso central. Picadas de viúva negra devem ser
tratadas com soro específico e medicamentos
sintomáticos administrados no hospital.
 A Caranguejeira , apesar de
seu aspecto assustador, não
possui veneno. Sua picada
causa alguma dor e pode ser
complicada por reações
alérgicas – em geral,
desencadeadas pelo contato
com seus pêlos.

 A Aranha de Jardim
(Geolycosa ou Lycosa)
possui pouco veneno e sua
picada ocasiona apenas dor
local, que cede com
analgésicos comuns.
 As Armadeiras são aranhas agressivas e grandes,
comumente confundidas com as caranguejeiras. São
conhecidas por se apoiarem nas patas traseiras,
levantando as dianteiras e dando saltos de até 30 cm
quando atacam ou se sentem acuadas. Sua picada causa
imediatamente dor intensa no local e a pessoa pode
apresentar tremores, convulsões, salivação excessiva,
aceleração dos batimentos cardíacos, distúrbios visuais e
choque. Apesar destas manifestações, a maioria das
pessoas melhora com o tratamento adequado e a morte é
extremamente rara.
 As Aranhas Marrons (Loxosceles) não são
agressivas e picam apenas quando
espremidas. Encontram-se no interior das
residências, dentro de sapatos e roupas. A
picada geralmente ocorre no ato de se vestir e
pode levar até 24h para tornar-se dolorosa, o
que muitas vezes leva à demora no uso do
soro apropriado. Felizmente, a maioria dos
acidentes com aranhas marrons são de
pequena importância, mas algumas pessoas
podem desenvolver insuficiência renal aguda,
anemia aguda e distúrbios da coagulação.
Toda pessoa vítima ou com suspeita de picada de
aranha deve ser avaliada por um médico, ainda que a
aplicação de soro antiaracnídeo polivalente raramente
seja necessária. A medida imediata mais correta é limpar
o local da picada com água e sabão, aplicando
antissépticos se possível.
Os acidentes com escorpiões representam
grande importância entre os acidentes com
animais peçonhentos, seja pela alta
incidência ou pela gravidade dos casos,
principalmente em crianças com menos de 7
anos ou desnutridas.
 Os principais escorpiões encontrados no
Brasil são o Marrom (Bothiurus
Bonaienses) e o Amarelo (Tityus
Serrulatos), sendo este último o de veneno
mais tóxico. Picadas de escorpião amarelo
podem ocasionar náuseas, salivação
excessiva, diarréia, dor abdominal, dor de
cabeça, escurecimento da visão, tonturas,
tremores, espasmos musculares, arritmias
cardíacas, alterações da pressão arterial,
convulsões, choque e coma. O tratamento
varia de acordo com a gravidade das
manifestações.
 Como em muitos outros acidentes com
animais peçonhentos, a medida inicial
recomendada é lavar o local com água
corrente e sabão, se possível aplicando um
antisséptico tópico. Em seguida, a pessoa
deve ser levada ao hospital para
administração do soro anti-escorpiônico e, de
acordo com o caso, internação – nos casos
graves, manter a pessoa sob observação no
CTI é de extrema importância, dada a grande
mortalidade dos casos que evoluem para
edema pulmonar agudo.
 Os acidentes envolvendo lagartas urticantes
são chamados de Erucismos. Esses animais
recebem uma variedade de nomes, tais como
bicho cabeludo, lagarta-de-fogo, lagarta-de-
hera, mandruvá, mucuarana, taturana, etc.

 A maioria dos acidentes ocorre no verão e no


início do outono, quando as larvas eclodem de
seus ovos. Elas podem ser encontradas em
goiabeiras, abacateiros, nogais, cajueiros,
roseiras, cafeeiros, eucaliptos, figueiras,
bananeiros, mamoeiros, mandioqueiras,
seringueiras e outras plantas.
 Normalmente uma lagarta é portadora, em alguma fase
de seu desenvolvimento, de pêlos ou espinhos ou cerdas
que, direta ou indiretamente, podem causar acidentes
nos seres humanos. Estas estruturas desprendem-se ao
contato, inoculando o veneno.

 Na maior parte dos casos, as vítimas são crianças, que


tocam as lagartas por curiosidade. As manifestações do
veneno são muito variadas e dependem de vários fatores
– espécie da lagarta, tipo do pêlo, quantidade do veneno,
duração do contato, etc. A queimação local, com ou sem
coceira, ocorre em quase todas as situações, podendo
permanecer por horas. Ainda podem ser observados
vermelhidão, bolhas e descamação no local do contato,
mal estar, insônia, febre, náuseas e vômitos.
 Não existe antídoto específico para o Eucismo. O
tratamento é basicamente sintomático, limpando-se
cuidadosamente a área afetada. Uma vez que a dor não
é provocada apenas pela ação direta do veneno, mas
também pela trepidação dos pêlos da própria pessoa no
local sensibilizado (p.ex.: braço, coxa), indica-se
raspagem do local com lâmina de barbear (a raspagem
deve ser rápida, evitando manipulação demasiada).

 Se o local acometido não puder ser raspado, a aplicação


de uma pomada de vaselina ajuda a imobilizar os pêlos,
diminuindo um pouco a dor. Gelo local pode ser útil nos
casos de dor mais intensa. É sempre aconselhável
procurar atendimento médico para avaliar a gravidade
do acidente.
Lonomia
Com aproximadamente 6 cm de comprimento quando adultas,
estas lagartas apresentam espinhos verdes em forma de
pinheirinhos sobre o corpo, chamados de scoli. O corpo é marrom
escuro com uma faixa marrom (diferenciada do resto do corpo)
que se estende por todo o dorso do inseto, sendo margeada por
uma estreito contorno preto e este é revestido por um outro
contorno branco, este mais externo.
Automeris
Com aproximadamente 8 cm de comprimento quando adultas, elas
possuem espinhos (scoli) em forma de pinheirinho e corpo verde-
claros com manchas laterais de cor branca. Depois da transformação
do casulo em animal adulto, se tornam mariposas, conhecidas como
mariposas olho-de-boi.
 Ao picarem, a s abelhas perdem o ferrão e parte do
abdômen, o que ocasiona a sua morte. A dor é
intensa e geralmente desaparece após alguns
minutos, ficando o local vermelho e inchado.

 Como em muitos outros casos, as manifestações


decorrentes da inoculação do veneno da abelha
dependem de vários fatores, tais como
sensibilidade individual, potência e volume do
veneno, estado geral de saúde, idade, etc. O local
da picada também é importante: picadas na região
da face e do pescoço possuem maior potencial de
gravidade
 A pessoa pode apresentar vertigem, urticária,
náuseas, vômitos, diarréia, falta de ar,
taquicardia, queda da pressão arterial, crises
convulsivas, insuficiência renal, distúrbios
hemorrágicos e choque.
 Calcula-se que sejam necessárias cerca de 400
picadas simultâneas para ter um efeito letal um
adulto, apesar de alguns apicultores já terem sido
atingidos por um número superior a mil abelhas e
não terem evoluído desta maneira.
 A medida mais imediata deve ser a remoção do
ferrão – quanto mais tempo ele permanecer no
local, mais ele vai se aprofundando e injetando o
restante do veneno.
 É importante observar que o ferrão JAMAIS
deve ser removido com os dedos ou pinças,
pois estes pressionam a bolsa de veneno.
Deve-se utilizar uma lâmina de barbear ou
faca ou outro material pontiagudo e limpo,
bem rente à pele, raspando-se de baixo para
cima. O local deve ser lavado com água
corrente e sabão de coco. O uso de
desinfetantes (p.ex.: álcool, iodo) é bem-
vindo.
 Nos casos de picadas múltiplas ou com
manifestações preocupantes, recomenda-se
avaliação médica.
A ingestão de 10 bagos de atropina provocam a morte
Sintomas de intoxicação:
-Náuseas
-Delírios
-Cegueira
Outras plantas como a Saia branca ou Anágua de Vênus também
contém atropina no caule, folhas e frutos.
A Azucena Formosa é altamente tóxica
Azucena

Bella Dona

Bella Dona
Azucena
É encontrada em toda
cicuta, principalmente
nos frutos.
Pode ser confundida com
o agrião, 5g de folha
levam a morte em menos
de 40 minutos.
É encontrada no acônito em
pequenas doses, provoca
vertigens e angustia, 10g
provocam a morte.
Alcalóide que provoca diarréia a
paralisia, é encontrada na
anemola sendo o caule, as folhas
e as flores venenosas.
É encontrado nas
raízes bagos da
Brionia ou
Colibina. Provoca
diarréia e
emagrecimento
tetânico. Ingestão
de 20g provoca a
morte.
Chamada de
Doce Amarga
ou Uva de Cão,
provoca diarréia
e vômito, 10g
provoca a
morte.
O suco das
folhas
provoca
dermatite.
Provoca
diarréia,
vômitos e
alteração de
células
cerebrais
Se a resina
dessa
planta for
ingerida, a
pessoa
sofre uma
séria
indigestão.
A ingestão de
suas folhas ou
de qualquer
outra parte
provoca edema
e paralisia da
língua. Em
contato com os
olhos irrita a
córnea.
Resseca a pele,
boca e garganta,
cianose, vomito,
perturbações
psíquico, às vezes
é usado como
sedativo, agente
anti-secretórios; e
fumada em
cerimônias de
índios para
produzir
alucinações.
É venenoso
como alimento
Produz a
diminuição da
motricidade
voluntária, paralisia
respiratória, é
usada como
veneno nas flechas
dos índios.
Comestível
quando maduro,
pode causar
tonturas e
perturbações
gastrintestinais e
alucinações
Cogumelo
alucinógeno,
causa euforia
perda do
sentido de
distância e
tamanho e
alucinações.
Causa
convulsões
nos animais
e
inflamação
intestinal no
homem

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