Você está na página 1de 93

ANIMAIS PEÇONHENTOS

de IMPORTÂNCIA MÉDICA

Marlene Zannin
marlenezannin@gmail.com
cit@hu.ufsc.br
Notificações de Acidentes por Animais Peçonhentos
Brasil 2008 = 101.020

Ofidismo - 26.252
26%
Escorpionismo
38.033
38%

Araneísmo
20.940
21%

Ac. outros animais


Ac. abelhas 5.617 – 5%
6.300 – 6% Ac. Lagartas;
3.878 – 4% SINAN / MS
SERPENTES PEÇONHENTAS - BRASIL
Viperidae Elapidae

Bothrops Crotalus
90% 7%
Lachesis Micrurus
2% 1%
Fluxograma 1
Fosseta Loreal
Distinção entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas

Fosseta Loreal

Ausente Presente
Narina

Com Anéis Cauda com Cauda com


Coloridos (pretos, Cauda Lisa Escamas Chocalho
brancos e Arrepiadas
vermelhos)

Micrurus Bothrops Lachesis Crotalus

Não Peçonhento Peçonhento


FOSSETA LOREAL

NARINA
ACIDENTE BOTRÓPICO
Gênero: Bothrops Soro anti-botrópico
(SAB)

Jararaca Jararacussu
Características do veneno
botrópico

+ de 100 componentes diferentes

Atividades:
Inflamatória aguda local
Coagulante
Hemorrágica
Acidente Botrópico
Quadro clínico

LOCAL
SISTÊMICO
-Processo inflamatório agudo
-Incoagulabilidade sanguínea
-Dor, edema
-Plaquetopenia
-Hemorragia
-Sangramentos (gengivoragias, equimoses,
- Sangramento no local da picada hematomas, hematúria, epistaxe
hematêmese).
COMPLICAÇÕES LOCAIS:
Bolhas
NOS CASOS GRAVES
Necrose
-Hipotensão arterial e choque
Abscesso
-Hemorragia intensa
Síndrome compartimental
-Insuficiência renal
Amputação
- Sangramento intracraneano
ACIDENTE BOTRÓPICO
 Diagnóstico
 Clínico (história e clínica)
 Laboratorial (cobra-filhote)
 Reconhecimento do animal

SE NÃO VIU A COBRA OU A SUSPEITA é


de uma cobra NÃO PEÇONHENTA:
Solicitar TC, TP (TAP) e TTPA na admissão
e 6 horas após o acidente.
ACIDENTE BOTRÓPICO
Quadro clínico
 Manifestações locais:
 Dor
 Edema
 Sangramento no local da
picada
 Equimose, bolhas
 Necrose

 Manifestações sistêmicas: Fonte: Inst. Butantan

 Alteração da coagulação: Incoagulabilidade sangüínea, plaquetopenia

 Sangramento: gengivorragia, hematúria, epistaxe, hematêmese.

 Mais raramente: náuseas, vômitos, sudorese, hipotensão arterial e


hipotermia.
ACIDENTE BOTRÓPICO
Exames Laboratoriais
 TC - Tempo de Coagulação
 TP/AP - Tempo de Protrombina / Atividade da
Protrombina
 TTPA - Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada
Plaquetas

Uréia e creatinina (IRA)


Hemograma
Parcial de Urina
ACIDENTE BOTRÓPICO
Complicações

 Locais:
 Abscesso (10- a 20%)
 Necrose
 Síndrome compartimental (1,4%)
 Fatores de risco: picada em extremidades
torniquete

Sistêmicas:
 Sangramento (visceral pulmonar, TGI, intracraniano)
 Hipotensão / Choque
 Insuficiência Renal Aguda (necrose tubular aguda)
ACIDENTE BOTRÓPICO

GRAVIDADE MANIFESTAÇÕES TRATAMENTO


avaliação inicial Nº amp / via

TC incoagulável e/ou
LEVE edema discreto 4 / EV
restrito ao membro

Edema evidente
MODERADA ultrapassando o membro 8 / EV
atingido e/ou
gengivorragia, hematúria

Edema em todo
o membro e/ou
hemorragia em SNC
GRAVE e/ou alterações 12 ou + /EV
sistêmicas: hipotensão,
sudorese,
choque
ACIDENTE BOTRÓPICO

Classificação
LEVE: dor e edema local pouco intenso ou ausente, manifestações
hemorrágicas discretas ou ausentes, alteração ou não da
coagulação
MODERADO: dor e edema evidente que ultrapassa o segmento
anatômico picado acompanhado ou não de alterações
hemorrágicas como gengivorragia, epistáxe e hematúria.
GRAVE: dor intensa, edema local endurado, intenso e extenso,
podendo atingir todo membro picado.
Manifestações Sistêmicas como hipotensão, choque, oligúria ou
hemorragia intensa definem o caso como grave.
ACIDENTE BOTRÓPICO

GRAVIDADE MANIFESTAÇÕES TRATAMENTO


avaliação inicial Nº amp / via

TC incoagulável e/ou
LEVE edema discreto 4 / EV
restrito ao membro

Edema evidente
MODERADA ultrapassando o membro 8 / EV
atingido e/ou
gengivorragia, hematúria

Edema em todo
o membro e/ou
hemorragia em SNC
GRAVE e/ou alterações 12 ou + /EV
sistêmicas:
hipotensão, sudorese,
choque
ACIDENTE BOTRÓPICO

Soroterapia
A dose indicada de ser a mesma em adultos e crianças.

 A via de administração recomendada é a intravenosa ( IV )

 O soro diluído ou não deve ser infundido em 30 a 60 min sob estrita


vigilância médica e da enfermagem.

 Diluição recomendada: 1:5 a 1:10 ( 4 amp em 100 ml de SF ou SG ou


200 ml)
 Rotina aconselhável antes da administração do Soro antiveneno:

 Garantir dois acessos venosos ( um SF e outro com SAV )

 medicação prévia 10 a 15 minutos antes do soro

 anti-histamínicos (antagonistas H 1 e H2 )

 Hidrocortisona ( IV )

 Deixar material de reanimação Cardio-pulmonar a


disposição.
Produtores de antiveneno no Brasil
•Instituto Butantan, São Paulo
•Fundação Ezequiel Dias, Minas Gerais
•Instituto Vital Brazil, Rio de Janeiro
•Centro de Produção e Pesquisa em Imunobiológicos, Paraná

Apresentação: forma líquida Conservação: 2 a 8ºC


Pré-medicação
bloqueador H1
prometazina
dextroclorfeniramina
difenidramina
anti-histamínicos
bloqueador H2
cimetidina
ranitidina

corticosteróides
ACIDENTE BOTRÓPICO

Reações à soroterapia

 Reações precoces: a frequência é variável de 4,6 % a


87,2 %

 Reações tardias: Doença do soro (ocorre 5 a 24 dias


após o uso da SAV).
.
Reações Precoces ao Soro Heterólogo
anafilática anafilactóide

IgE C’ ?

histamina
leucotrienos
prostaglandinas
fator quimiotático de neutrófilos
fator quimiotático de eosinófilos

aumento constrição
vasodilatação brônquica
da permeabilidade
vascular
Fatores Predisponentes

• tipo de soro
• dose de soro
• velocidade de infusão

• soroterapia prévia
• sensibilidade individual
Manifestações Clínicas
•CUTÂNEAS:
prurido, urticária, rubor

•GASTROINTESTINAIS:
náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia

•RESPIRATÓRIAS:
estridor laríngeo, broncoespasmo, edema de glote

•CARDIOVASCULARES:
angioedema, hipotensão, choque
Tratamento Das Reações Precoces
Suspender a soroterapia

Adrenalina (1:1000) - 0,1 ml/kg, até 3,0 ml


im, iv , it (diluída a 1:10),
repetir até 3 vezes com intervalo de 5 min.

Hidrocortisona - 30 mg/kg iv com dose máxima de 1000 mg.

Prometazina - 0,5 mg/kg iv com dose máxima de 25 mg.

Expansão da volemia - SF ou solução de Ringer lactato 20 ml/kg peso.

na crise asmatiforme: bronco-dilatador b2, tipo fenoterol


aminofilina 3-5 mg/kg/dose iv 6/6h
Reações tardias (Doença do soro)

febre
artralgia
imunecomplexo prednisona: 1 mg/kg/dia
veneno/anti-veneno urticária
(máximo
adenomegalia
60mg)
hepatoesplenomegalia
vo, 5-7 dias
proteinúria
ACIDENTE BOTRÓPICO

Tratamento geral

 Segmento picado elevado


 Higiene local
 Analgesia
 Hidratação adequada
 Antibioticoterapia (se presença de infecção secundária)
 Profilaxia antitetânica
Acidente Bothrópico
Inst. Butantan
Acidente Botrópico
Acidente Botrópico
ACIDENTE ELAPÍDICO
(Cobra coral)

Gênero: Micrurus

Micrurus altirostris
AÇÃO DO VENENO
 Neurotóxica

 Neurotoxina com ação Pré-sináptica - proteínas


que impedem a liberação de Achetilcolina na fenda
sináptica da junção neuromuscular dos nervos motores
- Micrurus corallinus

 Neurotoxina com ação Pós-sinápticas


proteínas que competem com a Achetilcolina nos
receptores colinérgicos pós-sinápticos da junção
neuromuscular.
- Micrurus frontalis, Micrurus altirostris,
- Micrurus leminiscatus
Manifestações Clínicas
Manifestações locais:
 Parestesia

Manifestações sistêmicas:
 Mialgia
 Fraqueza muscular
 Ptose palpebral bilateral
 Dificuldade de acomodação visual
 Visão turva
 Anisocoria
 Diplopia
 Oftalmoplegia
 Dificuldade à deglutição
 Paralisia da musculatura torácica
Insuficiência respiratória aguda
Fonte: F.O.S. França
TRATAMENTO
 Soroterapia antiveneno

 Soro antielapídico (SAE)- 10 amp IV


Insuficiência respiratória:
 Manter o paciente ventilado
 Medicamentos anticolinesterásicos em acidentes por
coral de NTXs pós-sináptica
 Esquema terapêutico com anticolinesterásicos:
 Atropina:
• 0,01mg / Kg IV (crianças)
• 0,5 mg / IV (adultos)
 Neostigmina: 0,05 mg/Kg EV
• repetir de 30/30 min., depois, de 2/2 hs
• manutenção: 0,05 mg/kg IV de 4/4 hs
Cascavel
ACIDENTE CROTÁLICO

Crotalus durissus
cascavel

Crotalus durissus collilineatus

Crotalus durissus trigonicus

Crotalus durissus terrificus


ACIDENTE CROTÁLICO

Diagnóstico
 Diagnóstico
 Clínico-laboratorial
 Reconhecimento do animal
 Ações do veneno
 Neurotóxica
 Fração crotoxina, uma neurotoxina

de ação pré-sináptica
 Miotóxica

 Rabdomiólise

 Coagulante

 Atividade do tipo trombina


ACIDENTE CROTÁLICO

Manifestações sistêmicas: Quadro clínico


 Gerais:
• mal-estar, prostração, sudorese,
náuseas, vômitos, sonolência ou
inquietação, secura da boca ou variações
da pressão arterial podem aparecer
precocemente.

 Neurológicas:
• surgem nas primeiras 6 horas após a picada e caracterizam o
facies miastênica evidenciadas por:
• ptose palpebral uni ou bilateral
• flacidez da musculatura da face
• midríase, oftalmoplegia, visão turva e/ou diplopia
• insuficiência respiratória aguda
• fasciculações e paralisia de grupos musculares.
• Menos freqüentes:
• paralisia velopalatina, com dificuldade a deglutição,
diminuição do reflexo do vômito, alterações do paladar e
olfato
Acidente crotálico
ACIDENTE CROTÁLICO

Exames Complementares:
Elevação da creatinoquinase (ck)
Desidrogenase lática (LDH)
Aspartase-amino-transferase (AST)
Aspartase-alanino-transferase (ALT)
Aldolase
Na fase oligúrica da IRA são observadas:
• Elevação dos níveis de uréia, creatinina, ácido úrico,
fósforo, potássio e diminuição da calcemia.
 TC frequentemente está prolongado.
 Hemograma pode mostrar: leucocitose, neutrofilia e desvio à
esquerda, às vezes com presença de granulações tóxicas.
URINA:proteinúria, mioglobinúria
ACIDENTE CROTÁLICO
Classificação quanto à gravidade

GRAVIDADE MANIFESTAÇÕES TRATAMENTO


avaliação Nº amp / via
inicial
LEVE s/s neurotóxicos discretos, de 5/EV
aparecimento tardio, sem mialgia ou
alteraçao da cor da urina ou mialgia
discreta
MODERADA s/s discretos, de instalaçao precoce, 10/EV
mialgia discreta e a urina pode
apresentar coloração alterada.

GRAVE s/s evidentes e intensos (facies 20/EV


miastenica, fraqueza muscular, mialgia
intensa e generalizada, urina escura,
podendo haver anuria ou oliguria).
ACIDENTE CROTÁLICO
Tratamento geral
 Hidratação adequada (prevenção da IRA). Diurese osmótica
pode ser induzida com o emprego de solução de manitol a
20% (5ml/kg na criança e 100 ml no adulto). Caso persista a
oligúria, indica-se o uso de diuréticos de alça tipo
furosemida por via intravenosa (1mg/kg/dose na criança e
40 mg/dose no adulto).

 Ph urinário mantido acima de 6,5 - alcalinização urinária


com administração parenteral de bicarbonato de sódio,
monitorizada por controle gasométrico
 No caso de IRA deve-se optar por métodos dialíticos, como
hemodiálise
Acidentes ofídicos – Primeiros socorros

 Manter a vítima em repouso, evitar correr ou


andar.
 Lavar o local da picada apenas com água e
sabão.
 Dar água para o paciente beber.
 Levar a vítima ao hospital mais próximo para
ser medicado corretamente com o soro
específico.
 Se possível capturar o animal e levar ao
hospital para identificação.
Acidentes ofídicos

 Não faça garrote ou torniquete.


 Não furar nem cortar ao redor da picada.
 Não fazer sucção com a boca.
 Não dar pinga, querosene, infusões de alho ou
qualquer outra bebida para a vítima tomar, nem
colocar folhas, pó de café ou outros
contaminantes sobre o ferimento.
 Não usar nenhum remédio no local da picada.
Loxosceles (aranha marrom) Phoneutria (armadeira)

Aranhas

Lycosa (aranha da grama)


Fonte: BUCARETCHI, Fábio. 2005; Instituto Butantan
Latrodectus (viúva negra)
Loxosceles (aranha marrom)
 Aranha pequena - Aproximadamente 1 cm de corpo e pernas
com cerca de 3 cm.

 Pernas longas e finas, quase 3x o tamanho do corpo.

 Cor marrom claro ao escuro ou acinzentada.

 Ambientes internos: Lugares escuros, quentes e secos (atrás de


quadros, armários, caixas de papelão e livros)

 Ambientes externos: Vivem sob pedras, telhas e tijolos; paredes


de galinheiros, galpões e cascas de árvores.

 Alimentam-se de traças, cupins, tatuzinhos, moscas e


mosquitos.
Loxosceles (aranha marrom)
Habitat
Acidente loxoscélico
 Principais espécies encontradas em SC:
• Loxosceles intermedia
• Loxosceles laeta

 Principais ações do veneno:


• “Proteolítica” - lesões necrótico-isquêmicas
• Hemolítica - anemia hemolítica INTENSA E AGUDA
• “Coagulante” - característica de CIVD

DIAGNÓSTICO
 Clínico (história clínica e exame físico)
 Identificação da aranha
Loxosceles (aranha marrom)

 O acidente pode desencadear no paciente apenas um


Quadro Cutâneo ou um Quadro Cutâneo-visceral

 Forma Cutânea: A instalação é lenta e progressiva


caracterizada por dor, edema endurado e eritema
no local da picada. Estes sintomas locais evoluem
nas primeiras 24 horas podendo variar sua
apresentação

 Forma Cutâneo-visceral (hemolítica): (associada


ao comprometimento cutâneo) Hemólise
intravascular maciça: anemia, icterícia e
hemoglobinúria, hepatomegalia, trombocitopenia,
CIVD, leucocitose com elevada neutrofilia, oligúria,
anúria e insuficiência renal progressiva.
LOXOSCELISMO

Alterações do estado geral: febre nas primeiras 24 horas,


exantema, prurido generalizado, manifestações de mal estar

Avaliação Laboratorial
Forma cutâneo -visceral:
 Diminuição de Hb e Ht
 Reticulocitose
 Hiperbilirrubinemia
 Coagulograma alterado (alterado ou não)
 Provas de função renal ( alteradas ou não)

Forma cutânea:
Hemograma com leucocitose e neutrofilia
Loxosceles (aranha marrom)

Tratamento
 Soroterapia: Soro antiloxoscélico ou antiaracnídico:
5 a 10 amp. EV para os casos moderados e graves

 Medidas sintomáticas e de suporte:


 Antihistamínicos
 Corticosteróides
 Hidratação
 Analgésicos
 Curativo local
 Profilaxia do tétano
Casos graves: Transfusão de sangue ou concentrado de
hemácias;
Manejo da insuficiência renal aguda.
Loxosceles (aranha marrom)

A classificação da gravidade do caso (Leve,


Moderado ou Grave) deve considerar o
período de evolução das lesões e das
manifestações sistêmicas.

A lesão se delimita em torno de 5 a 7 dias,


razão pela qual o paciente deve ser reavaliado
a cada 12 horas, nas primeiras 36 horas, e
após, a cada 24 horas, pela possibilidade de
mudança de classificação do quadro.
Loxoscelismo
Agente: aranha Loxoceles sp
Município: Palmitos/SC

Picada de Loxosceles
Loxoscelismo
Agente: aranha Loxoceles sp
Dermonecrose provocada por Loxosceles:
Dois pacientes da mesma região

Paciente 1 Paciente 2
21 horas do acidente

Loxosceles
30 horas do acidente
68 horas do acidente
96 horas do acidente
7 dias do acidente
11 dias do acidente
Enxertia – 1 mês do acidente
Acidente loxoscélico
1º dia
PHONEUTRIA
(Aranha armadeira)
Phoneutria (Armadeira)
 Animais agressivos – apóiam-se nas pernas traseiras, erguem
as dianteiras e pulam no momento do ataque.
 Aranha grande – em torno de 10 – 15 cm.
 Coberta de pêlos marrom-acinzentados curtos.
 Ambientes internos: dentro de calçados, atrás de móveis, etc.
 Ambientes externos: material de construção, entulhos,
lenhas, palhas, troncos, bananeiras, palmeiras, etc.
 Acidente: Dor imediata, intensa irradiada.
 Edema, eritema, dormência e sudorese
 Raros casos graves
ACIDENTE POR PHONEUTRIA

GRAVIDADE MANIFESTAÇÕES TRATAMENTO


avaliação inicial Nº amp / via
Dor local na maioria
dos casos, eventualmente
LEVE taquicardia -
(91% dos casos)

Dor local intensa


associada a: sudorese
e/ou vômitos ocasionais
MODERADA e/ou agitação e/ou 2- 4 ampolas SAAr/ EV
hipertensão arterial (7,5%
dos casos)

Além dos anteriores,


apresenta uma ou mais das
seguintes
manifestações:sudorese 5-10 ampolas de
GRAVE profusa, sialorréia, vômitos,
SAAR - EV
hipertonia muscular,
priapismo, choque e/ou
edema pulmonar agudo
(0,5% dos casos)
PHONEUTRIA
ARANHA LOXOSCELES- aranha PHONEUTRIA – aranha armadeira
marrom

Local mais freqüente Partes cobertas do corpo Extremidades do corpo


da picada

Sintomas locais Dor em queimação após algumas Dor leve a intensa, imediata, podendo
horas, evoluindo para lesão irradiar-se à raiz do membro acometido,
dermonecrótica (isquemia, bolha parestesia, sudorese ao redor dos dois
hemorrágica, placa marmórea, pontos de inoculação. Não evolui para
enduração e necrose). necrose.

Sintomas sistêmicos Rash cutâneo, cefaléia, mal estar Taquicardia, agitação, hipertensão arterial,
geral, febre, náusea, vômito, sudorese discreta a profusa, visão turva,
mialgia, visão turva, vômitos ocasionais a frequentes,
irritabilidade, hemólise priapismo, hipotensão arterial, edema
intravascular-evolução em dias pulmonar agudo e choque – evolução em
minutos ou horas
Tratamento •Soroterapia antiveneno • Analgesia – infiltração local ou troncular
Corticoterapia, tratamento de lidocaína a 2% sem vasoconstritor
sintomático • Soroterapia – indicada nos casos com
manifestações sistêmicas
Prevenção – Acidentes com aranhas

 Inspecionar roupas antes de vestir.


 Examinar roupas de cama e de banho.
 Sacudir sapatos, tênis e botas antes de calçar.
 Combater a proliferação de insetos.
 Limpar e arejar diariamente o domicílio.
 Não pendurar roupas nas paredes.
 Preservar os predadores (sapos, lagartixa e rãs)
 Manter jardim e quintais limpos e evitar o acúmulo
de entulhos, folhas secas e material de construção.
 Manter a grama aparada e evitar folhagens densas
nas paredes e nos muros da casas.
Bothriurus Tityus
Escorpionismo
Ações do Veneno

Atua sobre os canais de sódio provocando

Estimulação das fibras musculares e terminações


nervosas do simpático e parassimpático e medula da
supra-renal causando liberação de
neurotransmissores, catecolamina e acetilcolina
Escorpionismo
Ações dos Neurotransmissores

Catecolaminas Acetilcolina
Midríase Miose
 FC,  PA ↓ FC
Arritmia cardíaca Arritmia cardíaca
Vasoconstricção vasodilatação
Sudorese  secreções
 FR broncoconstricção
Glicemia Priapismo
↓ Potássio  amilase
ACIDENTE POR ESCORPIÕES

GRAVIDADE MANIFESTAÇÕES TRATAMENTO


avaliação inicial Nº amp / via

LEVE Dor e parestesia local -

Dor local intensa


associada a: náuseas, 2- 3 ampolas
MODERADA vômitos,sudorese, SAAr ou SAEEs
sialorréia, agitação, EV
taquipinéia e taquicardia

Além dos anteriores, apresenta


uma ou mais das seguintes
manifestações:sudorese
profusa, sialorréia intensa, 4- 6 ampolas de
GRAVE vômitos profusos e SAAR ou SAEEs
incoercíveis, prostação, - EV
convulsão, coma, bradicardia,
insuficiência cardíaca, edema
pulmonar agudo e choque
ESCORPIÕES
 Apresentam hábitos noturnos.

 Escondem-se durante o dia sob pedras troncos,


entulhos, telhas ou tijolos.

Prevenção
 Acondicionamento adequado do lixo, a fim de
evitar baratas, moscas e outros insetos de que se
alimentam os escorpiões.
 Preservar os inimigos naturais dos escorpiões,
como sapos, galinhas, lagartos, gansos e corujas.
 Usar luvas e calçados em trabalhos externos.
Automeris leucanela
Megalopyge albicolis LEPIDÓPTEROS

Megalopyge sp
Automeris sp.

Distúrbio da Hemostasia
Lonomia obliqua
Quadro Clínico
 Manifestações locais:
- Dor em queimação - Eritema
- Prurido - Eventualmente bolhas (Dermatite urticante)

 Manifestações gerais e inespecíficas:


- Cefaléia - Mal-estar geral - Náuseas
- Vômitos - Dores abdominais

 Manifestações Hemorrágicas
- Equimoses, hematomas, hematúria e sangramento em feridas recentes.
- Incoagulabilidade sangüínea, hemorragias intra-articulares, abdominais,
pulmonares, glandulares e intraparenquimatosa cerebral.

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA


COMPLICAÇÕES:
HEMORRAGIA CEREBRAL

(Duarte et al., 1990; Kelen et al., 1995; Abella et al., 1998; Brasil, 1998, Zannin et al 2003).
• 53 anos
• mão e o antebraço em
lagartas de 5 cm no
abacateiro (+ de 20)
• 76 horas pós contato

•3 anos
•Lagartas de 8 cm, (+ 30 )
•69 horas pós contato

7 anos HEMATÚRIA
abdome lagartas de 8 cm
(+10)
cinco dias pós contato

• 39 anos
• esmagou com o
antebraço (+30 lagartas)
de 7 cm
0 24 36 48 72 96
• 24 horas após contato
Tempo (horas) após SALon
RELATO ou SUSPEITA de contato com lagarta não identificada ou identificada
como Lonomiaaobliqua

Diagnóstico Laboratorial: TC, TP/AP E TTPA

NORMAL

ALTERADO
Repetir exames 6 horas após
o acidente

NORMAL ALTERADO Tratar com Soro Reavaliar os


Anti-Lonômico exames
(SaLon) laboratoriais
Repetir exames 12 horas 5 ou 10 ampolas IV (função renal e
após o acidente coagulação) 24
horas após o
tratamento com
SALon
NORMAL ALTERADO

Liberar o paciente Indicativo de acidente Alta hospitalar


com lagartas de outros TAP > 50% e
gêneros função renal normal
Prevenção – Lagartas
 Observar bem os troncos, as folhas e os
galhos antes de manuseá-los.

 Usar calça comprida e camisa de mangas


longas nas atividades rurais.

 Os pássaros são os predadores naturais das


lagartas.
Apis melifera (abelha de mel)
Manifestações clínicas
Reação tóxica local
Dor, eritema e edema não muito intensos no sítio
da picada que persistem por algumas horas

2 minutos 24 horas
Reação alérgica sistêmica
Anafilaxia
Manifestações clínicas
Tóxica sistêmica
Manifestações clínicas
Tóxica sistêmica
Tratamento

Reações tóxicas locais


analgésicos, compressas frias, retirada do ferrão

Reações locais extensas


antinflamatórios, antihistamínicos, e corticóides
sistêmicos eventualmente
Reações tóxicas sistêmicas
terapêutica apropriada conforme quadro clínico

Reações alérgicas sistêmicas


tratamento da anafilaxia, medidas preventivas,
imunoterapia
Tratamento

A retirada
dos ferrões
deve ser
realizada o
mais breve
possível.

90% do veneno contido no saco de veneno é liberado nos 20


segundos inicias após a picada, e completamente liberado em 1
minuto.
Schumacher et al. J Allergy Clin Immunol, 1994;93(5): 831-35.

Após 2’, não há diferença em relação ao método de remoção dos ferrões.


Visscher et al. Lancet, 1996;348: 301-02.
www.cit.sc.gov.br 2001
CIT/SC

0800 643 5252

Plantão 24h
OBRIGADA!

Você também pode gostar