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Animais peçonhentos x animais venenosos:

Os animais peçonhentos e venenosos possuem em comum o fato de produzir


veneno. O que os diferencia é a presença de uma estrutura para inocular (injetar,
transmitir) essa substância.

Os animais peçonhentos possuem um aparelho para inocular o veneno. As


glândulas de veneno ou peçonha desses animais ligam-se com dentes ocos, ferrões
ou aguilhões.

São exemplos de animais peçonhentos as serpentes, aranhas, escorpiões, vespas,


abelhas, marimbondos e formigas.

Entre as serpentes peçonhentas encontradas no Brasil estão: a cascavel, as


jararacas, a surucucu e a coral-verdadeira. Em serpentes, as glândulas de veneno
ligam-se aos dentes ocos (presas) usados para inocular o veneno.

Os animais venenosos produzem veneno. Porém, não possuem estruturas para


inoculação.

Um exemplo de animal venenoso é o sapo. Algumas espécies são venenosas, mas


o veneno só é liberado quando a glândula que o produz é pressionada.

No Brasil, os principais animais peçonhentos que causam acidentes são as


serpentes, escorpiões e aranhas.

Os acidentes com serpentes, especialmente com jararacas, acontecem mais nas


regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil.

Animais peçonhentos mais perigosos, no Brasil:

1- Jararacuçu: Ela é a responsável por 90% dos casos de envenenamento por


animais no país. A picada causa muita dor e um sério inchaço no local. A parte
picada também irá desenvolver bolhas e pode haver hemorragia local. Encontrada
desde a Bahia até Santa Catarina – além de no Paraguai, na Bolívia e na Argentina
-, ela também é conhecida como parona, surucucu, surucucu-dourada,
surucucu-tapete, urutu-dourado e urutu-estrela.

2- Cascavel: Os acidentes que envolvem essa cobra (30% dos acidentes com
cobras registrados no Brasil) são bem menos numerosos do que os da colega de
cima, mas isso não a torna mais legal. As picadas de cascavel têm um coeficiente
de letalidade muito maior do que as da jararacussu, pois frequentemente os
sintomas evoluem para a Insuficiência Renal Aguda (IRA). Normalmente, o local da
picada não apresenta uma lesão evidente, só uma sensação de formigamento. Mas
a vítima começa a apresentar dificuldade para abrir os olhos, aspecto sonolento,
visão turva ou duplicada, dor muscular pelo corpo todo e o xixi começa a sair
vermelho. Ou seja, se ouvir o chocalho, corra bem rápido para o outro lado.

3- Surucucu: Os casos de picada por surucucu notificados são bem poucos, pois
essas serpentes vivem em áreas florestais. Nessas regiões, além de não haver
muita gente para ser mordida, o sistema de notificação dos acidentes é pouco
eficiente – então, deve haver gente que é mordida e o caso fica desconhecido para
sempre. Por isso, as informações sobre os casos de picadas de surucucu são bem
escassas. O que se sabe, porém, é que as vítimas normalmente têm inchaço no
local da picada, hemorragia e dor intensa. Elas também desenvolvem diarreia e
alteração nos batimentos cardíacos.

Dentre Aracnídeos:

1- Aranha-marrom: Uma picada dessas pequenas aranhas certamente irão resultar


em uma enorme ferida no local, e é comum a dor só aparecer horas depois do
acidente. Quem já passou pela experiência diz que a dor parece a de uma
queimadura por cigarro. O local fica inchado e a ferida custa a cicatrizar. A vítima
também costuma ter um mal-estar geral, náuseas, febre e começar a fazer xixi com
cor escura. Muito comuns no Paraná, a maioria dos acidentes com as aranhas
marrons acontece quando a pessoa vai se vestir ou enquanto dorme e aperta a
aranha contra a pele.

2- Aranha-armadeira: Para essa espécie, o ataque é a melhor defesa. Encontradas


em bananeiras, folhagens, madeiras e pedras empilhadas, elas atacam quando se
sentem ameaçadas. A dor da picada é grande, a vítima começa a salivar, ter
náuseas, tremores e a suar muito. Parece que é grave, mas é muito raro que um
acidente dessa natureza termine em morte.

Apesar de ser considerada a aranha mais peçonhenta do mundo, fica atrás da


aranha-marrom, pois é mais visível e evitável, medindo cerca de 15cm, afinal o tema
aqui é periculosidade, o que também envolve as chances de dar de cara com o
animal e evita-lo.

3- Viúva-negra: as viúvas são uma das 3 aranhas mais perigosas e de interesse


médico do país (sim, no Brasil somente essas 3 aranhas podem te causar
problemas reais, exceto por casos alérgicos a outras aranhas). Ela é pequena, mas
seu veneno é superpoderoso. Encontradas nas vegetações de praia, nas restingas
e até em áreas urbanas, a picada da viúva-negra tem sintomas similares a uma “bad
trip” de algumas drogas. Além de uma dor muito forte no local da picada, a vítima
pode começar a sentir sensação de angústia, agitação, excitação, confusão mental,
dores e contrações musculares, rigidez no abdômen, alterações na pressão arterial
e nos batimentos cardíacos. Tudo isso acompanhado de uma sudorese intensa.
Outros:

1- Escorpião-amarelo: Apesar de pequenos, os escorpiões amarelos são os que


produzem os acidentes mais graves. Quando a vítima é uma criança menor de sete
anos, o risco de moralidade é alto. A dor no local da picada vai de moderada a muito
intensa, e a pessoa começa a suar muito. A temperatura corporal baixa, a pressão
arterial sobe, a pessoa começa a salivar e a sentir náuseas. Aí vêm os tremores, as
convulsões, alterações cardíacas, insuficiência respiratória e vômitos.

2- Lepidópteros (mariposas e suas larvas);


himenópteros (abelhas, formigas e vespas);
coleópteros (besouros);
quilópodes (lacraias);
peixes;
cnidários (águas-vivas e caravelas).

Prevenções:

O risco de acidentes com animais peçonhentos pode ser reduzido tomando algumas
medidas gerais e bastante simples para prevenção:

-usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem;


-examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las;
-afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários;
-não acumular entulhos e materiais de construção;
-limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede;
-vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés;
-utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos;
-manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e celeiros;
-evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama
sempre cortada;
-limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou
cercas.

Primeiros socorros, o que não fazer em hipótese alguma:

-Torniquete ou garrote.
Cortar ou perfurar o local (ou próximo) da picada.
-Colocar folhas, pó de café ou qualquer substância que possa contaminar a ferida.
-Oferecer bebidas alcoólicas, querosene ou qualquer outro líquido tóxico.
-Fazer uso de qualquer prática caseira que possa retardar o atendimento médico.
Um procedimento que não é recomendado pelo Instituto Butantan, mas que era feito
até há algum tempo atrás, na impossibilidade do transporte imediato do acidentado
para um posto médico, logo após a picada, é puncionar em volta da picada com
uma agulha esterilizada (uns 15 a 20 furos) e chupar o sangue que sair, cuspindo-o
em seguida. Porém, nunca faça isso se você tiver cárie ou ferida na boca.

O que fazer:

-Não perca tempo em procurar ajuda, pois o tratamento deve ser feito o mais rápido
possível.
-Deitar e acalmar a vítima; o acidentado não deve se locomover com os próprios
meios.
-Lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão.
-Aplicar compressa de gelo no local.
Transportar (em maca) a vítima ao médico mais próximo, para tratamento (aplicação
do soro).
-SEMPRE QUE POSSÍVEL, levar junto a cobra (viva ou morta), para identificação.

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