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São animais que, por meio de um mecanismo de caça e defesa, são capazes de injetar
em suas presas uma substância tóxica produzida em seus corpos, diretamente de
glândulas especializadas (dente, ferrão, aguilhão) por onde passa o veneno. Esses
animais agem por instinto de sobrevivência. Ao se sentirem ameaçados, imobilizam o
agressor e fogem para um local seguro. Temidos pelo homem, os animais peçonhentos
estão presentes tanto em meios rurais, quanto urbanos. Eles são responsáveis por
provocarem inúmeros acidentes domésticos, em variadas regiões brasileiras, com
índices crescentes ano após ano. Cobras, aranhas, escorpiões, lacraias, taturanas, vespas,
formigas, abelhas e marimbondos são exemplos dessa categoria. Para que não se crie
um medo inconsciente desses animais, é necessário um maior conhecimento a respeito
do assunto.
Quando não são prestados os cuidados necessários em um acidente causado por animal
peçonhento, a situação da vítima pode se agravar. Crianças, idosos ou pessoas com o
organismo debilitado estão mais propensas a esses casos. Portanto, além de saber
informações sobre como evitar acidentes com animais peçonhentos e como realizar os
primeiros socorros, é fundamental entender o procedimento na hora de levar a pessoa
ferida ao hospital, para a aplicação do soro antiofídico.
Estatísticas de Acidentes
Estatísticas mostram que a relação de acidentes por animais peçonhentos é de três casos
em homens contra dois casos em mulheres. Apontam também que três quartos dos casos
são considerados de leve gravidade, sendo apenas 3% dos casos considerados graves.
Tais acidentes foram responsáveis por 309 mortes no Brasil em 2009. Em geral, as
chuvas são o principal fator do aumento desses índices. Uma das hipóteses está
relacionada com os alagamentos, pois os animais são obrigados a sair de seus
esconderijos naturais.
Cobras Peçonhentas
Répteis vertebrados de corpo alongado coberto por escamas. As espécies venenosas
possuem glândulas na cabeça e na boca capazes de produzir substâncias tóxicas.
Quando assustadas, as cobras tomam atitudes diversas: em geral, as venenosas ficam
enrodilhadas, prontas para o bote e se afastam lentamente. Algumas não venenosas são
extremamente rápidas, dando vários botes na pessoa e se afastam velozmente. Outras,
além de morder, abocanham o local e dificilmente soltam, sendo necessário abrir a boca
do animal e afastar os maxilares do local mordido para evitar dilaceração. Outras
maneiras de diferenciá-las:
Não venenosas: Cabeça estreita, alongada, mal destacada e com placas no lugar de
escamas. Olhos grandes, pupila circular e ausência de fosseta loreal. Escamas achatadas,
dando impressão de lisas e escorregadias quando tocadas. Cauda longa e gradualmente
afinada. Aqui a exceção fica por conta da cobra Coral que, apesar de ter características
de uma cobra não peçonhenta, é venenosa.
Espécies venenosas
Cascavel, Boicininga ou Maracamboia: É encontrada em todo o Brasil, exceto na
Floresta Amazônica. Possui chocalho na cauda. Causam o envenenamento chamado
crotálico. Vivem em áreas abertas, quentes e secas.
Jararaca, Caiçara, Jararacuçu, Urutu, Patrona, Malha de Sapo ou Cotiara: Encontrada no
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo,
leste do Mato Grosso, sul da Bahia e algumas áreas de Minas Gerais. Algumas
alcançam mais de um metro de comprimento. Causam o envenenamento chamado
botrópico. Vivem em locais úmidos.
Surucucu, Jaca ou Surucutinga: Encontrada nas florestas litorâneas do Rio de Janeiro e
vale amazônico. Seu comprimento pode alcançar mais de 4 metros, tornando-se a maior
serpente peçonhenta da América. Causa o envenenamento chamado laquético.
Coral verdadeira ou Ibiboboca: Pode ser encontrada em todo o Brasil. Coloração
formada por anéis vermelhos, pretos, brancos ou amarelados. Pouco se diferencia da
falsa coral, sendo recomendável que pessoas sem conhecimentos específicos não tentem
identificá-las. Causam o envenenamento chamado elapídico. Vivem sob folhas, troncos
ou galerias no solo.
Aranhas Peçonhentas
Os aracnídeos (quatro pares de pernas em um corpo dividido em duas partes) são
animais que se alojam em ambientes domiciliares ou nas proximidades. Os ferrões estão
presentes nas quelíceras (apêndices articulados que servem para apanhar a presa),
localizadas em seu corpo. Alimentam-se principalmente de insetos, como grilos e
baratas.
Existem alguns gêneros que merecem atenção. São eles:
Aranha armadeira, da banana ou macaca:
Encontram-se exemplares, principalmente, na região sudeste do Brasil. São
reconhecidas por sua cor cinza ou castanho escuro, patas e corpo com pelos curtos e
vermelhos. Chegam a atingir 17 cm de comprimento quando adultas, incluindo as patas.
Quando ameaçadas, assumem uma postura de ataque, apoiando-se nas patas traseiras e
mantendo as duas dianteiras elevadas, prontas para o bote; e a isso se deve o nome
armadeira. De hábitos vespertinos e noturnos, geralmente são encontradas em locais
escuros, cachos de bananas, sapatos e folhagens. Não faz teia.
Aranha marrom:
Presente na região sul do Brasil. De cor amarelada, essa aranha atinge cerca de 3 a 4 cm.
De hábitos noturnos, vive em pilhas de tijolos, telhas, beiras de barrancos e também no
interior de residências. Sua teia assemelha-se a flocos de algodão.
Aranha de grama:
De cor cinza ou marrom, a aranha de grama possui pelos vermelhos perto dos ferrões,
com uma mancha escura em forma de flecha sobre o corpo. É encontrada em
residências e gramados.
Aranha caranguejeira:
Encontradas na região norte e região sul do Brasil. Atingem grandes dimensões,
podendo chegar a 9 cm só de corpo. Seu pelo em contato com a pele humana produz
irritação. Seus ferrões são grandes, e a ferroada bastante dolorosa. Seu veneno não
oferece risco de morte ao homem, sendo dispensável a aplicação de soro.
Aranha viúva-negra:
São encontradas em litorais, são de cor preta e possuem manchas ou uma forma de
ampulheta de coloração vermelha na região do abdômen. O nome viúva-negra dá-se
devido ao fato das fêmeas comerem os machos após a cópula. As fêmeas da viúva negra
chegam a ter apenas de 2,5 a 3 cm e os machos podem ser de 3 a 4 vezes menores que
esse tamanho. Vivem em teias nas vegetações rasteiras, arbustos, barrancos e jardins.
Muitos acreditam que a viúva-negra é a aranha mais peçonhenta do mundo, mas apesar
de sua forte peçonha, no Brasil existem dois gêneros mais perigosos, que são a aranha
marrom e a armadeira, sendo esta última a mais venenosa. Geralmente não possuem
comportamento agressivo, mas picam quando são atacadas ou se sentem ameaçadas.
Lagarta:
As lagartas, também conhecidas como taturanas, são as formas larvais da mariposa. Os
megalopigídeos, que são aquelas lagartas “peludas”, geralmente não são animais
agressivos e podem medir de 1 a 8 cm de comprimento. Possuem “pelos” longos e
sedosos de diversas cores que funcionam como verdadeiros camufladores das
verdadeiras cerdas pontiagudas e urticantes, onde ficam as glândulas de veneno. Ao
encostar-se em uma lagarta (em um tronco de árvore, por exemplo), e
consequentemente em suas cerdas pontiagudas, o veneno contido nos “espinhos” é
injetado na pessoa. Dentre as diversas espécies na natureza, a Lonomia não possui
pelos, mas cerdas urticantes em forma de espinhos verdes distribuídos por todo o dorso,
sendo esta a mais perigosa, podendo causar graves acidentes e até a morte. São
encontradas em árvores (troncos, folhas e gravetos).
Sintomas de Picada
Sintomas da picada de aranha
Armadeira: Dor intensa no local da picada, salivação, náuseas, sudorese (suor
excessivo) e tremores.
Marrom: Dor da picada semelhante à queimadura de cigarro, edema local de difícil
cicatrização (inchaço provocado pelo acúmulo de líquidos) e necrose (morte parcial ou
integral do tecido que constitui a pele), mal-estar geral, náuseas, febre e urina de cor
escura.
Viúva-negra: Angústia, agitação, excitação, confusão mental, dores e contrações
musculares, rigidez do abdômen, alterações na pressão e nos batimentos cardíacos,
sudorese.
Caranguejeira: Dor no local da picada e irritação na pele.
Sintomas da picada de cobra
Jararaca: Inchaço, hemorragia no local da picada ou na gengiva e dor local.
Cascavel: O local da picada não apresenta lesão evidente, apenas uma sensação de
formigamento. A vítima apresenta dificuldade em abrir os olhos, com aspecto
sonolento, visão turva ou dupla, dor muscular generalizada e urina avermelhada.
Coral verdadeira: Pequena reação no local da picada, visão dupla, pálpebras caídas, falta
de ar e dificuldade para engolir.
Surucucu: Inchaço, hemorragia e dor no local da picada, diarreia e alteração dos
batimentos cardíacos.
Sintomas da picada de escorpião
Dor moderada a muito intensa no local da picada, sudorese, hipotermia (redução da
temperatura corporal), aumento da pressão sanguínea, náuseas, salivação, tremores,
convulsões, alterações cardíacas, insuficiência respiratória e vômitos.