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SERPENTES PEÇONHENTAS NO BRASIL

As serpentes de maior importância no Brasil estão representadas pelos gêneros: Bothrops, que
são as Jararacas; Crotalus, que são as Cascavéis; Lachesis, as Surucucus; e Micrurus, as Corais.

1. Gênero Bothrops (Jararaca)

São as serpentes responsáveis por cerca de 90% dos acidentes ofídicos registrados no país.
Também conhecidas por “jararacuçu”, “urutu”, “jararaca do rabo branco”, “cotiara”, “caica-
ca”, “surucucurana”, “patrona”, “jararaca-pintada”, "preguiçosa” e outros.

Características da Jararaca

- Coloração variada com padrão de desenhos semelhantes a um “V” invertido.

- Corpo fino, medindo aproximadamente um metro de comprimento.

- Possui fosseta loreal (orifício localizado entre o olho e a narina).

- A cauda é lisa e afilada.

Habitat da Jararaca

Estas serpentes habitam principalmente zonas rurais e periferias de grandes cidades,


preferindo ambientes úmidos como matas e áreas cultivadas e locais onde haja facilidade para
proliferação de roedores (paióis, celeiros, depósitos de lenha). Têm hábitos
predominantemente noturnos ou crepusculares. Podem apresentar comportamento agressivo
quando se sentem ameaçadas, desferindo botes sem produzir ruídos. Estão distribuídas por
todo território nacional.

2. Gênero Crotalus (Cascavel)

É responsável por cerca de 8% dos acidentes ofídicos registrados no país. Também é conhecida
por “maraboia”, “boicininga”, “boiquira”, “maracá” e outros.

Características da Cascavel

- Coloração marrom-amarelada

- Corpo robusto, medindo aproximadamente um metro.

- Possui fosseta loreal

- Apresenta caracteristicamente chocalho ou guizo na cauda.

- Não tem por hábito atacar e, quando ameaçada, começa a balançar a cauda, emitindo o ruído
do chocalho ou guizo.
Habitat da Cascavel

Campos abertos, áreas secas, arenosas ou pedregosas. Não ocorrem em florestas e no


Pantanal. É encontrada em algumas plantações, como café e cana. Estão distribuídas em quase
todo o território brasileiro, com exceção da Floresta Amazônica (apesar de já ter sido relatada
a presença em locais de campos abertos), zona da Mata Atlântica e regiões litorâneas.

3. Gênero Lachesis (Surucucu)

Responsável por cerca de 1,4% dos acidentes ofídicos registrados no país. Também é
conhecida por "surucucu pico de jaca", "surucutinga", "malha-de fogo" e outros.

Características da Surucucu

- É a maior das serpentes peçonhentas das Américas, medindo até 3,5 m.

- Possui fosseta loreal.

- As escamas da parte final da cauda são arrepiadas, com ponta lisa.

Habitat da Surucucu

São encontradas em florestas densas como áreas florestais da Amazônia, na Mata Atlântica e
em alguns enclaves de matas úmidas do Estado do Rio de Janeiro ao Nordeste.

4. Gênero Micrurus (Coral)

É responsável por cerca de 0,5% dos acidentes ofídicos registrados no país. Também conhecida
por "coral verdadeira", "ibiboboca", "boicorá" e outros.

Características da Coral

- São animais de pequeno e médio porte com tamanho em torno de 1 m.

- Não possuem fosseta loreal.

- Apresentam anéis vermelhos, pretos e brancos ou amarelos em qualquer tipo de


combinação.

- Na Região Amazônica e áreas limítrofes, são encontradas corais de cor marrom-escura (quase
negra), com manchas avermelhadas na região ventral.

Obs.: Em todo o país, existem serpentes não-peçonhentas com o mesmo padrão de coloração
das corais verdadeiras, porém desprovidas de dentes inoculadores. Diferem ainda na
configuração dos anéis que, em alguns casos, não envolvem toda a circunferência do corpo.
São denominadas falsas-corais.

Habitat da Coral

Vivem no solo sob folhagens, buracos, entre raízes de árvores, ambientes florestais e próximo
a água. Estão distribuídas por todo o território nacional.

Características das serpentes peçonhentas

1) Presença de fosseta loreal

É um orifício situado entre o olho e a narina, daí a denominação popular de “serpente de


quatro ventas”, que permite a percepção de modificações de temperatura. Indica com
segurança que a serpente é peçonhenta e é encontrada nos gêneros Bothrops, Crotalus e
Lachesis. Todas as serpentes desses gêneros são providas de dentes inoculadores de veneno,
grandes, pontiagudos, móveis e ocos, lembrando agulhas de injeção, situados na frente da
boca. Quando a cobra está em repouso, estes dentes permanecem deitados recobertos por
membranas dando aparência de estar sem dentes. As serpentes destes gêneros podem ser
diferenciadas pelo tipo de calda.

2) Ausência de fosseta loreal

As serpentes do gênero Micrurus não possuem fosseta loreal e suas presas inoculadoras são
pequenas, fixas na região anterior da boca. Em virtude disto, para elas é muito mais difícil
implantar as presas em suas vítimas e ocasionar envenenamentos; além do mais, as corais não
dão bote.

Os acidentes ofídicos são geralmente fatais, se não se utilizar o soro antiofídico,


imediatamente após os primeiros sinais de intoxicação aos venenos das serpentes. Pela rápida
ação intoxicante dos venenos, é muito importante, vital mesmo, a qualquer proprietário rural,
manter em sua propriedade um mínimo de ampolas de soro suficiente para salvar um animal.
A demora no atendimento é fatal nesses casos. Acima de três horas após o acidente, o animal
pode morrer ou ficar com lesões irreversíveis se não for tratado com soro, dependendo do
local da picada. Quando a cobra venenosa ataca o animal, os sinais da picada são muito
variáveis, indo desde os dois pontos hemorrágicos deixados pela presa até a uma simples
arranhadura. Em alguns casos, pode haver até mesmo ausência de sinal.

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