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Muitos que visitam a Uakari Lodge se surpreendem com a quantidade de botos que podem
ser avistados na Reserva Mamirauá. As suas lufadas de ar durante a respiração anunciam
sua passagem.
A relação destes animais com os seres humanos é das mais próximas, ocasionando em
lendas, ditos e folclore. A versão mais popular, é a do boto festeiro, galanteador dos bailes.
Um homem bonito, magro, de roupas brancas e que usa um chapéu para cobrir o orifício
presente em sua cabeça (resquício de sua versão cetácea). Ao cair da noite, sai do rio para
seduzir mulheres ribeirinhas.
No entanto, a interferência humana no habitat dos cetáceos pode prejudicar o modo de vida
da espécie e torná-los agressivos entre si, na disputa pela comida oferecida pelos
visitantes.
Através do Jaguar Expedition, você pode avistar tanto onça-pintada quanto onça-preta.
Habitam a copa das árvores por alguns meses do ano, já que toda a área da unidade de
conservação fica alagada durante uma época do ano - característica da floresta de várzea
que compõe Mamirauá.
A Vitória Régia ou Jaçanã (Victoria amazonica).
O formato da sua folha lembra um forno de se fazer farinha de mandioca, o que justifica
seus nomes como "forno" e "forno-de-jaçanã". Os ingleses a chamaram de Vitória em
homenagem à Rainha Vitória, quando o explorador alemão a serviço da Coroa Britânica,
Robert Hermann Schomburgk, levou suas sementes para os jardins de um palácio inglês.
É utilizada como folha sagrada nos rituais da cultura afro-brasileira, onde é denominada
"oxibatá". O suco extraído de suas raízes é utilizado pelos índios como tintura negra para os
cabelos.
A Cobra Grande
Reza a lenda que, na região de Mamirauá, existe uma cobra muito grande que, nada mais,
nada menos, mora debaixo da Uakari Lodge!
Alguns grupos de animais são mais diversos na Amazônia do que em qualquer outro local
do mundo. A enorme variedade de espécies impressiona e encanta os apaixonados pela
natureza
Anfíbios
A Amazônia, por ser uma floresta tropical, apresenta como uma de suas principais
características o clima, onde ocorre uma elevada precipitação que favorece a ocorrência de
anfíbios, pois uma das fases do seu ciclo de vida ocorre na água.
Os sapos, rãs e pererecas são os anfíbios mais abundantes da Amazônia, onde vivem mais
de 427 espécies.
Para se ter uma ideia, 32 novas espécies de anfíbios foram descritas na Amazônia entre
2014 e 2015. E as descobertas não param, por exemplo, mais uma rã foi descoberta já no
início de 2019 e batizada de Allobates tinae.
Esta espécie possui uma glândula de veneno que fica localizada atrás dos olhos, por isso
são considerados altamente tóxicos.
Ele possui uma boca considerada grande, o que permite engolir animais do mesmo
tamanho que o seu. Além disso, ele tem protuberâncias em cima dos olhos que lembram
um chifre, por isso o nome popular.
Sua característica mais marcante é o formato achatado de seu corpo, além da cabeça
pontuda, mãos com quatro dedos e pés com cinco dedos. Ele vive na água e sua
alimentação é baseada em animais aquáticos.
rã-kambô (Phyllomedusa bicolor) é uma espécie de anfíbio que possui hábitos noturnos e é
conhecida como perereca arborícola voadora, ou seja, seu deslocamento se dá pelo ar.
Pesquisadores vem estudando esta espécie pois acredita-se que ela possui secreções e
substâncias para utilização medicinal.
Répteis
A Amazônia é famosa pela variedade de répteis, sendo conhecidas cerca de 315 espécies,
o que sugere uma riqueza representativa em relação aos demais biomas brasileiros.
O jacaré-açu é conhecido por ser um predador que está dentre os primeiros da cadeia
alimentar, o que significa que ele pode caçar qualquer animal, inclusive cobras e onças.
É a maior espécie de jacaré, chegando a medir até 4,5 metros de comprimento. Seus olhos
e nariz são grandes, pois o ajudam a ficar semi-submersos
A tracajá é uma espécie de tartaruga muito comum na Amazônia e pode ser encontrada em
áreas de rios com pouca corrente ou ainda em florestas inundadas.
Sua principal característica física são as manchas amarelas na cabeça e nas bordas da
carapaça. Seu tempo médio de vida é de 90 anos. Atualmente, a tracajá é uma espécie com
risco vulnerável de extinção.
A jararaca é uma serpente peçonhenta que apresenta hábitos terrestres e, algumas delas,
especialmente as mais jovens, hábitos arborícolas, ou seja, que vive em árvores.
Ela não possui veneno, porém sua mordida é forte o suficiente para imobilizar a presa.
Aves
As aves representam um dos grupos mais estudados da Amazônia. Já foram levantadas
cerca de 1.000 espécies de aves na Amazônia brasileira, correspondendo a cerca de 16%
do total das espécies descritas no planeta.
O uirapuru-verdadeiro é uma ave símbolo da Amazônia, por ser tão conhecido existem
lendas, canções e folclore que envolvem esta ave e seu canto.
Está presente em praticamente toda região amazônica, inclusive em outros países que
fazem fronteira com o Brasil.
O tucanuçu, também conhecido como tucano-toco é a maior espécie dos tucanos. Sua
principal característica é o bico grande e alaranjado que contrasta com suas penas pretas
pelo corpo e brancas no pescoço.
O tucanuçu é muito conhecido por ser uma das aves símbolos do continente sul-americano.
Ele é mais facilmente encontrado na região central e norte do Brasil.
A coruja-das-torres é uma ave que pode ser encontrada em diversos locais, especialmente
aqueles que possuem espaços para se proteger, como cavernas e cavidades de rochas.
Seus hábitos são noturnos e ela costuma sair durante o dia apenas em casos específicos,
como para buscar comida.
Caburé-da-amazônia (Glaucidium hardyi)
A coruja caburé-da-Amazônia é uma ave que tem a região norte do Brasil como seu
principal habitat, estando sempre presente na região amazônica.
De porte pequeno, medindo cerca de 14 cm e com voo ágil, esta ave é pouco vista pois ela
costuma ficar próximo dos emaranhados de cipó.
O sanhaçu-da-amazônia é uma ave de cor azul clara que também é conhecida como
pipira-azul no Maranhão. Ela mede cerca de 17 cm e pesa aproximadamente 45 gramas.
O sanhaçu-da-amazônia tem como habitat locais úmidos e secos, por isso pode ser
encontrado em diferentes locais da região Norte e Nordeste do Brasil.
Peixes
Das 24 mil espécies de peixes de água doce ou salgadas conhecidas no mundo, cerca 3 mil
encontram-se na Amazônia, representando 85% das espécies de peixes da América do Sul.
Seu principal habitat são os lagos, lagoas e beira de rios, pois eles não costumam fazer
migrações para alimentar ou se reproduzir, por exemplo. Além disso, em períodos de cheias
é possível encontrar o tucunaré em áreas inundadas.
O pintado é um peixe que pode pesar até 85 kg e medir 180 cm. É conhecido por
apresentar manchas pretas espalhadas pelo corpo, não possuir escamas e sim couro, além
de apresentar uma carne muito apreciada por ter poucos espinhos.
Também conhecido como aruanã-prateado este peixe é comum por ser considerado um
peixe ornamental, ou seja, é comum ver esta espécie sendo mantida em aquário.
Como característica física apresenta cor prateada que altera quando se torna adulto,
passando a ter um brilho azulado. Além disso, possui escamas grandes e barbatanas que
quase se fundem.
Mamíferos
Estima-se que existam mais de 420 espécies de mamíferos na Amazônia. Além disso,
registros apontam a descoberta de 20 novas espécies entre 2014 e 2015.
Dentre elas, uma ganha maior destaque, por ser de maior porte, um novo golfinho fluvial
(Inia araguaiaensis), com população mais restrita e provavelmente de poucos indivíduos.
A cor acinzentada de seus pelos ajuda na camuflagem quando está nas árvores e evita ser
encontrado por predadores. Seus hábitos são noturnos e utilizam a luz do dia apenas para
descansar.
Conhecido por seu grito alto que pode ser ouvido de uma grande distância, o
macaco-guariba macho apresenta os pelos avermelhados e as fêmeas e jovens têm pelos
escuros.
A capivara é um mamífero do tipo roedor que pode ser encontrado em grande parte da
América do Sul, especialmente em regiões próximas aos rios, lagos e pântanos.
Ela apresenta alta capacidade de adaptação ao ambiente que vive, por isso pode também
ser encontrada em locais habitados por seres humanos
Entre 90 a 120 mil espécies de insetos, o que representa 10% da diversidade mundial;
218 espécies de mosquitos;
600 espécies de abelhas nativas, conhecidas como abelhas sem ferrão ou abelhas
indígenas;
Cerca 2.200 espécies de borboletas;
Mais de 1.000 espécies de formigas.
Conheça a seguir algumas espécies de invertebrados que vivem na Amazônia:
A formiga tucandeira é famosa pela picada dolorosa que causa e pelo ritual dos indígenas
Sateré-mawé, no qual o menino deve vestir luvas repletas de formigas e se manter com ela
por alguns minutos.
Esta formiga apresenta semelhanças com as vespas e pode ser encontrada na região
amazônica.
Bicho-pau (Phasmodea)
O bicho-pau é um inseto conhecido pelo poder de mimetização com madeira e gravetos,
fazendo desta sua principal característica.
A irapuá é uma abelha brasileira conhecida por ter seu corpo inteiro preto e pode ser
encontrada em todo o Brasil.
Por não possuir ferrão, seu ataque é se enrolar nos pelos e cabelos, ou ainda penetrar nos
orifícios, o que a torna conhecida como uma abelha agressiva
A Amazônia abriga muitas espécies animais que não são encontradas em outras regiões do
Brasil e do planeta. Por isso, a conservação dessas espécies é ainda mais importante, já
que não podem ser encontradas em outros locais.