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onça-pintada (português brasileiro) ou jaguar (português europeu) (nome científico: Panthera onca), também


conhecida como onça-preta (no caso dos indivíduos melânicos), é uma espécie
de mamífero carnívoro da família dos felídeos (Felidae) encontrada nas Américas. É o
terceiro maior felino do mundo, após o tigre e o leão, e o maior do continente americano.
Apesar da semelhança com o leopardo (Panthera pardus), a onça-pintada
é evolutivamente mais próxima do leão (Panthera leo). Ocorre desde o sul dos Estados
Unidos até o norte da Argentina, mas está extinta em diversas partes dessa região
atualmente. Nos Estados Unidos, por exemplo, está quase extinta desde do início
do século XX, mas ainda ocorre em algumas áreas do Arizona, Novo México e Texas. É
encontrada principalmente em ambientes de florestas tropicais, e geralmente não ocorre
acima dos 1 200 m de altitude. A onça-pintada está fortemente associada à presença de
água e é notável como um felino que gosta de nadar.
É um felino de porte grande, com peso variando de 56 a 92 quilos, podendo chegar a 158
quilos, e comprimento variando de 1,12 a 1,85 m sem a cauda, que é relativamente curta.
Fisicamente semelhante ao leopardo, dele se diferencia pelo padrão de manchas na pele e
pelo maior tamanho. Existem indivíduos totalmente pretos. As onças pintadas possuem
mandíbulas excepcionalmente fortes, apresentando as mais poderosas mordidas dentre
todos os grandes felinos. Isso permite que ela fure a casca dura de répteis como
a tartaruga e de utilizar um método de matar incomum: ela morde diretamente através do
crânio da presa entre os ouvidos, uma mordida fatal no cérebro.[3]
É um animal crepuscular e solitário. Caça através de emboscadas, sendo um
importante predador no topo da cadeia alimentar e pode comer qualquer animal que seja
capaz de capturar, desempenhando um papel na estabilização dos ecossistemas e
na regulação das populações de espécies de presas. Porém, tem preferência por
grandes herbívoros, podendo atacar o gado doméstico. Frequentemente convive com
a onça-parda (Puma concolor), influenciando os hábitos e comportamento deste outro
felino. A área de vida pode ter mais de 100 quilômetros quadrados, com os machos tendo
territórios englobando o de duas ou três fêmeas. A onça-pintada é capaz de rugir e usa
esse tipo de vocalização em contextos de territorialidade. Alcança a maturidade sexual
com cerca de 2 anos de idade, e as fêmeas dão à luz geralmente a dois filhotes por vez,
pesando entre 700 e 900 gramas. Em cativeiro, a onça-pintada pode viver até 23 anos,
mais do que em estado selvagem.
A IUCN considera a espécie como "quase ameaçada", por sua ampla distribuição
geográfica, mas suas populações estão em declínio, principalmente por causa da perda e
da fragmentação do seu habitat. Entretanto, localmente ela pode estar em sério risco de
extinção, como em áreas da América Central e do Norte e na Mata Atlântica brasileira. O
comércio internacional de onças ou de suas partes é proibido, mas o felino ainda é
frequentemente caçado por fazendeiros e agricultores na América do Sul. Apesar de seu
número reduzido, a sua distribuição geográfica ainda é ampla e há boas chances de
sobrevivência da espécie a longo prazo na Amazônia e no Pantanal. A onça-pintada faz
parte da mitologia de diversas culturas indígenas americanas, incluindo as
dos maias, astecas e guaranis e a sua caça ainda é uma atividade carregada de
simbolismo, principalmente entre os pantaneiros.
O lobo-guará (nome científico: Chrysocyon brachyurus), também
chamado guará, aguará, aguaraçu, lobo-de-crina, lobo-de-juba e lobo-vermelho, é
uma espécie de canídeo endêmico da América do Sul. Suas marcas lembram as de uma
raposa, mas não é uma raposa nem um lobo. É a única espécie do gênero Chrysocyon e
provavelmente, a espécie vivente mais próxima é o cachorro-vinagre (Speothos venaticus).
Ocorre em savanas e áreas abertas no centro do Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia,
sendo um animal típico do Cerrado. Foi extinto em parte de sua ocorrência ao sul, mas
ainda deve ocorrer no Uruguai. No dia 29 de julho de 2020 o lobo-guará foi escolhido para
simbolizar a cédula de duzentos reais.
É o maior canídeo da América do Sul, podendo atingir entre 20 e 30 quilos de peso e até
90 centímetros na altura da cernelha. Suas pernas longas e finas e a densa pelagem
avermelhada lhe conferem uma aparência inconfundível. O lobo-guará é adaptado aos
ambientes abertos das savanas sul-americanas, sendo um animal crepuscular e onívoro,
com importante papel na dispersão de sementes de frutos do cerrado, principalmente
a lobeira (Solanum lycocarpum). Solitário, os territórios são divididos entre um casal, que
se encontra no período do estro da fêmea. Esses territórios são bastante amplos, podendo
ter uma área de até 123 km². A comunicação se dá principalmente através de marcação
de cheiro, mas também ocorrem vocalizações semelhantes a latidos. A gestação dura até
65 dias, com os recém-nascidos de cor preta pesando entre 340 e 430 gramas.
Apesar de não ser considerado em perigo de extinção pela União Internacional para a
Conservação da Natureza (UICN), todos os países em que ele ocorre o classificam em
algum grau de ameaça, apesar de não se saber a real situação das populações. Estima-se
que existam cerca de 23 mil animais na natureza, sendo um animal popular em todos os
zoológicos. Está ameaçado principalmente por causa da destruição do cerrado para
ampliação da agricultura, atropelamentos, caça e doenças advindas dos cães domésticos.
No entanto, é adaptável e tolerante às alterações provocadas pelo ser humano. O lobo-
guará ocorre atualmente em áreas de Mata Atlântica já desmatadas, onde não ocorria
originalmente.
Algumas comunidades carregam superstições sobre o lobo-guará e podem até nutrir certa
aversão ao animal. Mas em geral o lobo-guará provoca simpatia em humanos e por isso é
usado como espécie bandeira na conservação do Cerrado.
O tamanduá-bandeira[3][4] (nome científico: Myrmecophaga tridactyla), também
chamado bandeira,[5] bandurra,[3] iurumi,[6] jurumi, jurumim,[7] tamanduá-açu,[8] tamanduá
-cavalo,[9] papa-formigas-gigante[10] e urso-formigueiro-gigante,[10][11] é
uma espécie de mamífero xenartro da família dos mirmecofagídeos, encontrado
na América Central e na América do Sul. É a maior das quatro espécies de tamanduás e,
junto com as preguiças, está incluído na ordem Pilosa. Tem hábito predominantemente
terrestre, diferente de seus parentes próximos, o tamanduá-mirim e o tamanduaí, que
são arborícolas. O animal mede entre 1,8 e 2,1 metros de comprimento e pesa até 41 kg.
É facilmente reconhecido pelo seu focinho longo e padrão característico de pelagem.
Possui longas garras nos dedos das patas anteriores, o que faz com que ande com uma
postura nodopedálica. O aparelho bucal é adaptado a sua dieta especializada em formigas
e cupins, mas em cativeiro ele pode ser alimentado com carne moída, ovos e ração, por
exemplo. A longa pelagem o predispõe a ser parasitado por ectoparasitas,
como carrapatos.
É encontrado em diversos tipos de ambientes, desde savanas a florestas.
Prefere forragear em ambientes abertos, mas utiliza florestas e áreas mais úmidas para
descansar e regular a temperatura corporal. É capaz de nadar em rios amplos. Seus
predadores incluem grandes felinos, como a onça-pintada e a suçuarana,
e rapinantes podem predar filhotes. Apesar dos territórios individuais muitas vezes se
sobreporem aos de outros, são animais primariamente solitários, sendo encontrados com
outros somente em situações de cortejamento de fêmeas ou encontros agonísticos entre
machos e fêmeas cuidando de filhotes. Se alimenta principalmente de formigas e cupins,
utilizando suas garras para cavar e a língua para coletar os insetos.
O tamanduá-bandeira é listado como "vulnerável" pela IUCN. Foi extinto em algumas
partes de sua distribuição geográfica, como no Uruguai, e corre grande risco de extinção
na América Central. As principais ameaças à sobrevivência da espécie são a caça e a
destruição do habitat, e é um animal susceptível a ser atingido fatalmente por incêndios e
atropelamentos. Apesar do risco de extinção, pode ser encontrado em inúmeras unidades
de conservação, onde muitas vezes é abundante. Sua morfologia peculiar chamou a
atenção de diversos povos, como na bacia Amazônica, e até hoje é retratado por muitas
culturas, seja de forma carismática ou aterrorizante.
O mico-leão-dourado (nome científico: Leontopithecus rosalia) é
um primata endêmico do Brasil, da família Callitrichidae e gênero Leontopithecus.
Ocorre exclusivamente na Mata Atlântica brasileira, no estado do Rio de Janeiro, mas
alguns autores já consideraram sua ocorrência no sul do Espírito Santo. Atualmente, são
encontrados principalmente na Reserva Biológica Poço das Antas e na Reserva Biológica
União, e vivem nos estratos mais altos da floresta. Podem ser encontrados em trechos
de floresta secundária. Já foi considerado como uma subespécie, hoje é uma espécie
propriamente dita, como as outras espécies de micos-leões. Evidências de
estudos filogenéticos mostram que o mico-leão-preto é a espécie mais próxima do mico-
leão-dourado. Não existem fósseis conhecidos da espécie.
Junto com outros micos-leões é o maior membro da subfamília Callitrichinae, podendo
pesar até 800g. A pelagem varia do dourado ao alaranjado com uma juba muito
característica, que lhe conferiu o nome popular. Apresenta garras em vez de unhas e o
terceiro dedo da mão é muito longo e usado para procurar presas. O dimorfismo
sexual não é acentuado. O crânio é pequeno e menos robusto, se comparado com outros
micos-leões. Possui 30 dentes, sendo os incisivos muito semelhante a caninos.
São animais diurnos e muito ativos durante as primeiras horas da manhã.
Os comportamentos sociais são muito semelhantes a de outros primatas. Vivem em
grupos de até 9 indivíduos, organizados em grupos familiares, sendo comum a poliandria.
A poliginia pode ocorrer em menor proporção. Os territórios variam em tamanho, podendo
ter até 217 hectares de área. A fragmentação do habitat fez com que muitos territórios se
sobreponham sobre de outros. São animais onívoros, se alimentando
de frutos, invertebrados e pequenos vertebrados na estação chuvosa e de néctar na
estação seca. Tem um repertório variado de vocalizações, que são emitidas em contextos
específicos. Dão à luz a gêmeos, depois de uma gestação de 130 dias. Os machos
ajudam com o cuidado na prole, assim como crias de anos anteriores.
É uma espécie que corre risco de extinção, listada como espécie em perigo tanto
pela IUCN quanto pelo ICMBio. Ocorre quase que exclusivamente na Reserva Biológica
Poço das Antas, na Reserva Biológica União e em fragmentos florestais nos arredores, na
bacia do rio São João, no estado do Rio de Janeiro. Existem cerca de 3 200 indivíduos em
liberdade, graças a inúmeros esforços na conservação e reprodução da espécie. As
populações em cativeiro são relativamente numerosas e estáveis. O mico-leão-dourado é
uma espécie bandeira na conservação da Mata Atlântica brasileira.
A arara-azul-grande[2][3] (nome científico: Anodorhynchus hyacinthinus), também
conhecida popularmente como arara-preta, araraúna, arara-hiacinta, arara-jacinto, arar
una ou somente arara-azul,[4] é a maior espécie de arara (tribo dos arinos, Arini)
da família dos psitacídeos (Psittacidae)[5] se comparado às outras três espécies de araras-
azuis tipicamente sul-americanas — a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), a arara-
azul-pequena (Anodorhynchus glaucus) e a ararinha-azul (Cyanopsitta spixiii).[6][4] É nativa
do centro e leste da América do Sul, onde ocorre na Bolívia, no Paraguai e
no Brasil nas biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal.[4]
Com comprimento (do topo da cabeça até a ponta da longa cauda pontiaguda) de cerca de
um metro, é mais comprida que qualquer outra espécie de arara, e pode pesar até dois
quilos. Embora geralmente seja facilmente reconhecida, pode ser confundida com a arara-
azul-de-lear. Apresenta plumagem azul cobalto com pele nua amarela em torno
dos olhos e fita da mesma cor na base da mandíbula. Seu bico parece maior que o
próprio crânio. Devido à essas características, são alvo do tráfico, onde
são exportadas para diversos países e acabam integradas a zoológicos, parques de
diversão ou até mesmo coleções particulares de aves.[6]
Sua alimentação, enquanto viver livremente, consiste basicamente
dos frutos das palmeiras disponíveis no local, sendo principalmente da castanha do urucuri
(Attalea phalerata) e do coco-de-espinho (Acrocomia aculeata). Costumam viver
em bando, sendo consideradas aves sociais. São consideradas animais monogâmicos,
devido a viverem com um mesmo parceiro durante toda a sua vida, sendo fiéis aos locais
de alimentação e reprodução — utilizam este último várias vezes. O casal divide todas as
tarefas em relação aos cuidados com os ninhos e os filhotes, só se separando após
a morte de um dos indivíduos, onde não costumam se juntar a um novo parceiro e
continuar a se reproduzir.
Já foi considerada espécie ameaçada, tal como a arara-azul-de-lear e a arara-azul-
pequena, mas em 2014 foi retirada da lista brasileira de animais em extinção.[1][7] No
entanto, de acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da
Natureza (UICN / IUCN), é considerada uma espécie vulnerável.[5] A perda de habitat e a
captura de aves selvagens para o comércio de animais de estimação têm causado grande
impacto em sua população na natureza.[1] Foi listada no anexo I da Convenção sobre o
Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES).
Cervo-do-pantanal (nome científico: Blastocerus dichotomus), também
chamado suaçuetê, suaçupu, suaçuapara, guaçupuçu ou simplesmente cervo,[4][5] é
um mamífero ruminante da família dos cervídeos (Cervidae) e único representante do
gênero Blastocerus. Ocorria em grande parte das várzeas e margens de rios do centro
da América do Sul, desde o sul do rio Amazonas até o norte da Argentina, mas
atualmente, a espécie só é comum no Pantanal, na bacia do rio Guaporé, na ilha do
Bananal e em Esteros del Iberá.
É o maior cervídeo sul-americano, podendo pesar até 125 quilos e ter até 127 centímetros
de altura. Os machos são um pouco maiores que as fêmeas e
possuem chifres ramificados. Os cascos são longos e podem se abrir até cerca de 10
centímetros, graças à presença de uma membrana interdigital, o que é uma adaptação ao
deslocamento em ambientes inundados. Apesar de ser um ruminante, seu sistema
digestório é menos especializado na digestão de celulose. É preferencialmente solitário e
diurno, e seus predadores são a onça-pintada (Panthera onca) e a onça-parda (Puma
concolor). Sua dieta constitui-se principalmente de plantas aquáticas. A gestação dura
entre 251 e 271 dias, e as fêmeas dão à luz um filhote por vez.
A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e o Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) consideram a espécie como "vulnerável" e
sua área de distribuição geográfica foi radicalmente reduzida a partir do século XX. As
principais ameaças são a alteração do habitat por conta da construção de usinas
hidrelétricas, as doenças advindas de animais domésticos, como a febre aftosa e a caça,
principalmente como troféu. Existem inúmeras unidades de conservação em que ocorre a
espécie, e ela foi reintroduzida com sucesso na Estação Ecológica Jataí, em São Paulo.
A guaruba (Guaruba guarouba ou Aratinga guarouba), também chamada de ararajuba, é
uma ave psitaciforme endêmica do norte do Brasil, ameaçada de extinção.[1] As aves
chegam a medir até 35 centímetros de comprimento, possuindo uma plumagem amarelo-
ouro com rêmiges verdes.[3] Seus hábitos e ciclos de vida em estado selvagem ainda são
pouco conhecidos, mas já foi obtida com sucesso sua reprodução em cativeiro. A
população total não deve passar dos três mil indivíduos, e está em declínio, ameaçada
pela destruição das florestas onde vive, e pela caça ilegal. Sua área de ocorrência
diminuiu em 40% em relação à original.[4][5]

Etimologia e denominação popular


"Ararajuba" vem do termo tupi para "arara amarela", araraîuba. "Aiurujuba" e "ajurujuba"
vêm do termo tupi para "papagaio amarelo", aîuruîuba.[6] Possui muitos outros nomes
populares, como aiurujuba, guarajuba, marajuba, tanajuba, ajurujuba, ajurujubacanga,
guamba, guarujuba, papagaio-imperial.[2]

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