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Tamanduá Bandeira

Taxonomia:

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Pilosa
Família: Myrmecophagidae
Gênero: Myrmecophaga
Espécie: Myrmecophaga tridactyla

Distribuição Geográfica:

Ocorre nos estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Minas Gerais, São Paulo,
Paraná e no Distrito Federal. A espécie provavelmente está extinta no Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo, e sua ocorrência em Pernambuco, Paraíba e Ceará é
repleta de dúvidas. Além do Brasil, também pode ser encontrada na Argentina, Bolívia,
Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Honduras, Nicarágua, Panamá,
Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela. Possivelmente extinta em Belize, El Salvador, Guatemala
e Uruguai.
Habita uma grande variedade de ambientes desde florestas tropicais chuvosas até ambientes
savânicos e campos abertos, sendo mais comun em campos abertos, como o cerrado.

Morfologia:

Tamanduás-bandeira podem atingir mais de dois metros de comprimento e pesar mais


de 39 kg. A coloração corporal é cinza escura mesclada de branco, os membros dianteiros são
esbranquiçados e os posteriores são negros. Possuem uma faixa de pelos negros no dorso, que
variam entre indivíduos, tornando possível a sua identificação. Os pêlos da nuca são mais
compridos, formando uma espécie de crina. Possui uma série de adaptações morfológicas como
ausência de dentes e glândulas salivares bem desenvolvidas, assim como a língua, que pode se
estender até 61 cm pra fora da boca. As unhas dos membros anteriores são maiores que dos
membros posteriores (a maior delas pode chegar a 6,5 cm) e exercem um papel preponderante na
sua alimentação pois são utilizadas na abertura de formigueiros e cupinzeiros, além de poder
servir como defesa. A visão e a audição são reduzidas enquanto a percepção olfativa é
desenvolvida. Não possuem dimorfismo sexual evidente, embora as fêmeas sejam menos
corpulentas e apresentem peso menor do que os machos. Os machos possuem criptorquidia e
externamente um saco urogenital similar ao da fêmea, o que torna a sexagem possível apenas
mediante exame detalhado.

Categoria de Fauna:

O tamanduá-bandeira é listado como "vulnerável" pela IUCN. Foi extinto em algumas partes de
sua distribuição geográfica, como no Uruguai, e corre grande risco de extinção na América
Central. As principais ameaças à sobrevivência da espécie são a caça e a destruição do habitat, e
é um animal susceptível a ser atingido fatalmente por incêndios e atropelamentos. Há também
registro de animais envenenados indiretamente por inseticidas utilizados no controle de cupins e
formigas. Apesar do risco de extinção, pode ser encontrado em inúmeras unidades de
conservação, onde muitas vezes é abundante.

Padrão de Atividade:

O padrão de atividade varia entre uma região e outra; os animais tendem a se tornar mais
noturnos como resposta a distúrbios humanos, podendo a temperatura do ambiente influenciar
drasticamente suas atividades. Quando dormindo cobre-se com a própria cauda, mesmo em
épocas de temperatura elevada. Em dias mais frios, no entanto, pode deitar-se com a cauda
estendida no chão, expondo todo o corpo à luz do sol, comportamento que sugere um melhor
aproveitamento do calor solar para equilibrar a temperatura corporal. Fêmeas com cria cobrem o
próprio corpo e o do filhote com a sua cauda para dormir. Em cativeiro tendem a usar os mesmos
sítios de descanso, selecionando os locais mais protegidos do recinto. O tamanduá-bandeira é
uma espécie de hábitos solitários, que só é vista aos pares durante o período de acasalamento, ou
quando se trata da mãe e seu filhote.

Aspectos Alimentares:

Tamanduás-bandeira apresentam as modificações mais extremas na forma de se alimentar entre


os Xenarthra, que afetam não só as estruturas de mastigação e digestivas, mas também o
comportamento, as taxas metabólicas e as funções locomotoras. Sua ecologia alimentar é
altamente especializada, uma vez que se alimentam exclusivamente de formigas e cupins. Apesar
da aparente disponibilidade de formigas como recurso alimentar abundante, surpreendentemente
poucos mamíferos se dedicaram a explorá-las, sugerindo ser um tipo de recurso de difícil
utilização. As poucas espécies de mamíferos, como os tamanduás, que se especializaram no
consumo destes insetos sociais, vivem em baixas densidades e coletam pequenas proporções
destes recursos. Insetos sociais estão aptos a defender suas colônias contra o ataque de
tamanduás. Assim, possivelmente limitam a densidade populacional e formatam os movimentos
e a atividade destes mamíferos, que têm sua presença relacionada à abundância de estruturas
coloniais de insetos acessíveis no solo, gastando grande parte do tempo e da energia na busca e
no consumo de presas. Aparentemente, os tamanduás monitoram algumas colônias e alimentam-
se nelas repetidamente por algumas semanas, pegando relativamente poucos indivíduos de cada
colônia por vez. São considerados importantes controladores de populações de insetos sociais
razão pela qual os tamanduás-bandeira podem ser considerados de grande importância para a
agricultura. Aparentemente a utilização de presas está relacionada à disponibilidade regional e
sazonal, visando à maximização de ganho energético Os diferentes
mecanismos de defesa de térmites e formigas direcionam os padrões de alimentação dos
tamanduás-bandeira, caracterizados por tempos limitados de forrageamento e níveis de distúrbios
no ninho.

Aspectos Reprodutivos:

A gestação do tamanduá-bandeira dura em torno de 190 dias, nascendo um filhote por parto,
raramente dois. A fêmea carrega a cria no dorso até cerca de nove meses de idade e apresenta
cripsis, camuflagem do filhote nas costas da mãe quando este é carregado, evitando a sua
predação, principalmente por rapinantes. Em cativeiro, até cerca de oito meses, mãe e filhote
passam 2/3 do tempo deitados juntos e a partir de então se inicia o corte do vínculo entre ambos.
A fêmea tem o hábito de lamber a cria, principalmente no focinho e na língua possivelmente
como uma forma de aumentar a atividade destes órgãos visando estimular os sentidos a eles
relacionados. Devido ao longo período de gestação, baixo número de filhotes e grande intervalo
entre partos, o tamanduá-bandeira é considerado uma espécie de baixo potencial reprodutivo. A
taxa de crescimento de filhotes na natureza é sensivelmente menor do que em cativeiro, devido à
alimentação mais rica e à restrição de movimentos encontradas em cativeiro.
Cuidado Parental:

Desde o momento do nascimento, o bebê é carregado nas costas de sua mãe até 6-9 meses. O
filhote se agarra nas costas da mãe com suas garras e se camufla na pelagem materna.

Comportamento social:

O comportamento do tamanduá-bandeira pode variar, devido à temperatura ou até mesmo ao


índice de chuva. Ou seja, podem ter o hábito noturno ou até mesmo diurno, dependendo do clima
do seu habitat. Na fase adulta, são animais solitários.

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