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Um bicho me picou, e agora?

Vivemos em um país com uma grande diversidade de animais. Muitos desses animais
possuem mecanismos para se defenderem de outros animais, como peçonha ou venenos.
Fazem parte desse grupo de animais as cobras, escorpiões, aranhas, alguns sapos, peixes e
alguns insetos. Muitas vezes letais para outros animais, esses mecanismos podem causar
terríveis danos ao ser […]

Vivemos em um país com uma grande diversidade de animais. Muitos desses


animais possuem mecanismos para se defenderem de outros animais, como peçonha
ou venenos. Fazem parte desse grupo de animais as cobras, escorpiões, aranhas,
alguns sapos, peixes e alguns insetos. Muitas vezes letais para outros animais, esses
mecanismos podem causar terríveis danos ao ser humano, e em alguns casos, até a
morte.

– Peçonha: É uma secreção venenosa de alguns animais.

– Veneno: Qualquer substância que altera ou destrói as funções vitais.

Portanto animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se
comunicam com dentes ocos, ferrões ou aguilhões (o mesmo que ferrão) por onde o
veneno é injetado com facilidade e de forma ativa. Por exemplo: cobras, escorpiões,
aranhas e insetos.

Já os animais venenosos são aqueles que possuem veneno, mas não possuem
aparelho inoculador (dentes ou ferrões). Dessa forma provocam envenenamento
passivo ocasionado por ingestão, contato ou compressão. Por exemplo: sapos e
peixes.

Animais peçonhentos têm um instinto de sobrevivência único. Ao se sentirem


ameaçados imobilizam o agressor e injetam a peçonha. E o temor em relação aos
animais peçonhentos não se restringe somente ao mundo animal, pois esses animais
estão presentes tanto em meio rural quanto em meio urbano.

Estatísticas demonstram que, nos últimos seis anos, o número de acidentes com
animais peçonhentos cresceu 32,7% em todo o Brasil. Em 2010 os escorpiões
lideraram o ranking, seguidos pelas serpentes, aranhas e lagartas. O total foi de
90.558 acidentes.

A melhor maneira de se prevenir é conhecer os animais e seus hábitos. Muitas


pessoas trabalham em contato com o ambiente natural, ficando mais propensas a
sofrerem algum tipo de acidente com animais peçonhentos. No entanto, mesmo
aquelas que vivem longe da natureza, devem tomar cuidado para não passarem por
essa situação.

Agora, então, vamos conhecer quais são esses animais, como reconhecê-los e a
melhor forma de agir diante de uma situação de emergência.
• Escorpião: Estão distribuídos por todo o país. Apresenta tronco e cauda, que abriga
o ferrão com veneno. Durante o dia se escondem em lugares sombrios e frescos sob
madeiras, pedras, troncos, entulhos, saídas de esgoto, ralos, caixas de gordura das
casas, etc. São carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, tais como
baratas e grilos. É importante combater o aparecimento desses animais, pois servem
de atrativos para os escorpiões. Quando se sentem ameaçados, ferroam a vítima
(geralmente nas mãos ou nos pés) injetando o veneno.

Prevenindo acidentes com


animais peçonhentos
Com as chuvas e o calor intenso, esses acidentes são mais comuns
no verão, mas algumas medidas de prevenção podem reduzir os
riscos
8 Fevereiro 2019
O verão é, sem dúvidas, uma das estações mais esperadas: sol, calor intenso, mais tempo para curtir
atividades ao ar livre, como parques, praia, piscina. Mas a estação também traz muito calor e chuva,
fatores que aumentam a possibilidade de ocorrência de acidentes com animais peçonhentos, como
escorpiões, aranhas e cobras. Como gostam de ambientes quentes e úmidos, eles podem ser encontrados
em mata fechada e trilhas. Mas nesta época do ano, eles também podem buscar abrigo inclusive dentro da
nossa casa.

Segundo o Ministério da Saúde, animais peçonhentos são aqueles que produzem veneno (peçonha) capaz
de ser injetado por meio de dentes modificados, aguilhão, ferrão, cerdas urticantes, nemacistos (pequenos
órgãos semelhantes a arpões carregados de toxinas), ferrões, entre outros, e envenenar a vítima.

Os animais peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil são serpentes, escorpiões, aranhas,
mariposas e suas larvas, abelhas, formigas e vespas, besouros, lacraias, peixes, águas-vivas e caravelas.
Em áreas urbanas se concentra a maioria dos acidentes com escorpiões, seguidos de aranhas e abelhas. Já
em áreas rurais, a maior incidência de casos também envolve escorpiões, seguidos de serpentes e aranhas.

Dependendo da espécie do animal e da gravidade da picada, os acidentes podem levar até mesmo à morte,
caso a pessoa não seja socorrida e receba o tratamento adequado a tempo. Por isso, em caso de qualquer
picada de animal peçonhento, a recomendação é procurar atendimento médico imediatamente. Todos os
casos devem ser notificados, segundo o Ministério da Saúde, pois essas informações podem auxiliar nas
estratégias e ações para prevenir esse tipo de acidente.
Algumas recomendações para prevenir acidentes com
animais peçonhentos

Em casa

A recomendação é manter a casa sempre limpa, removendo lixo, entulho e material de construção. Deve-
se manter rebocados muros e paredes.

Outra recomendação é manter a grama aparada e os arredores da casa limpos, para evitar o surgimento de
insetos que podem servir de alimento para os animais peçonhentos, como baratas.

Não deixe que plantas trepadeiras se encostem na casa e que folhagens entrem pelo telhado ou pelo forro.

Limpe regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede e terrenos baldios (este último sempre
com uso de equipamentos de proteção individual).

Vede frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés.

Utilize telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos.

É preciso ter cuidado ao entrar em locais que estão fechados há muito tempo, como casas de veraneio,
mantendo algumas precauções:

Bata os colchões e a roupa de cama antes de usá-los.

Balance cuidadosamente roupas, sapatos e toalhas que ficaram no imóvel durante o período em que
permaneceu fechado.

Afaste as camas das paredes e evite pendurar roupas fora dos armários.

Limpe o interior e o exterior da casa usando luvas, botas e calças compridas.

Nunca coloque as mãos em buracos ou frestas.

Caso encontre algum animal peçonhento dentro de casa, afaste-se dele sem assustá-lo e entre em contato
com o centro de controle de zoonoses da sua cidade.

Fora de casa

Se estiver em algum lugar ao ar livre, verifique cuidadosamente a área ao redor de onde você pretende se
instalar.

Não monte acampamento próximo a áreas onde normalmente há roedores (plantações, pastos ou matos)
que, por conseguinte, podem atrair serpentes.

Evite piqueniques às margens de rios, lagos ou lagoas.

Em regiões de mato alto, use sempre calça comprida e botas.


Próximo a matas e na beira de estradas, evite deixar as portas do carro abertas, principalmente ao
anoitecer.

Nunca pegue animais peçonhentos com as mãos.

Saúde dá dicas para evitar acidentes com


animais peçonhentos
Publicado em |14 jan 2020
Durante a estação mais quente e uma das mais chuvosas do ano, aumenta o número de acidentes com animais
peçonhentos, tanto em áreas urbanas quanto rurais. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da
Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), orienta a população em relação aos riscos
neste período. Nas regiões onde há enchentes o potencial de acidentes é ainda maior, pois os animais são obrigados a
deixar seu habitat em busca de um novo local, refugiando-se, muitas vezes, dentro das casas.
“A maioria dos acidentes com animais peçonhentos é registrada no verão, porque é nesse período que existe um
aumento da realização de atividades ao ar livre, como ir à praia e fazer trilhas. Além de limpezas de habitações,
quintais e terrenos, coincidindo justamente com a época em que há deslocamento dos animais peçonhentos para
alimentação e reprodução”, explica Alexandra Pereira, médica veterinária da Gerência de Vigilância de Zoonoses da
DIVE/SC.
Em Santa Catarina, durante o ano de 2019 foram registrados 8.678 acidentes por animais peçonhentos, segundo dados
preliminares do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan, que ainda podem sofrer alterações.
Durante a última temporada de verão, ou seja, entre os meses de dezembro de 2018 a março de 2019, foram
registrados 4.244 acidentes por animais peçonhentos, o que representa 48,9% das notificações do ano.
Do total de acidentes registrados em SC em 2019, aproximadamente 70% (6.116) deles foram por aranhas, seguidos
por abelhas (915) e serpentes (637). Já em relação a lesões por águas-vivas, registradas pelo Corpo de Bombeiros
Militar de Santa Catarina, foram 58.770 ocorrências.
No caso de picadas ou mordeduras, a vítima deve procurar atendimento médico no serviço de saúde mais próximo
nas primeiras horas após a ocorrência. A referência para atendimento de acidentes por animais peçonhentos no estado
é o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC), com funcionamento 24 horas
pelo telefone 0800 643 5252.
O que fazer em caso de acidentes

 Manter a vítima calma e deitada;


 Tentar manter a área afetada no mesmo nível do coração ou, se possível, abaixo dele;
 Evitar que a vítima se movimente para não favorecer a absorção do veneno;
 Localizar a marca da mordedura e limpar o local com água e sabão e cobrir com um pano limpo;
 Remover anéis, pulseiras e outros objetos que possam garrotear (apertar a circulação), em caso de inchaço do
membro afetado;
 Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo, para receber o tratamento necessário;
 Se possível, levar o animal para que seja identificado e para que a vítima receba o soro antiveneno específico.

O que não fazer:

 Não fazer torniquete – isso impede a circulação do sangue e pode causar gangrena ou necrose local;
 Não cortar o local da ferida, para fazer ‘sangria’;
 Não aplicar folhas, pó de café ou terra sobre a ferida, pois pode provocar infecção.

Como evitar acidentes:

 Utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) no manuseio de materiais de construção, lenhas, móveis, em
atividades rurais, limpeza de jardins, quintais e terrenos, etc.;
 Observar com atenção os locais de trabalho e de passagem;
 Não colocar as mãos em tocas, buracos e espaços entre lenhas e pedras (utilizar ferramenta);
 Evitar aproximação de vegetação rasteira ao amanhecer e ao anoitecer (período de maior atividade de serpentes);
 Não mexer em colmeias e vespeiros (chamar órgão responsável);
 Inspecionar antes do uso roupas, calçados, roupas de cama e banho, panos e tapetes; afastar camas das paredes;
 Não depositar lixo, entulho e materiais de construção junto às habitações;
 Evitar que plantas e folhagens se encostem nas casas;
 Fazer controle de roedores (servem de alimento para serpentes);
 Evitar acampar em áreas onde há roedores e serpentes;
 Não fazer piquenique às margens de rios, lagos e lagoas, e não se encostar em barrancos durante pescarias;
 Limpar regularmente e com EPIs móveis, cortinas, quadros, paredes e terrenos baldios;
 Vedar frestas, buracos, portas, janelas e ralos;
 Manter limpos jardins, quintais, paióis e celeiros;
 Combater insetos (especialmente baratas que servem de alimento para escorpiões e aranhas);
 Preservar predadores naturais dos animais peçonhentos.

Fonte: SES/SC

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