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Stinger

Título original
STINGER
Copyright © 2013 by Mia Sheridan
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, empresas, organizações, localidades e incidentes
são produtos da imaginação do autor ou foram usados de forma ficcional.
Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou não, acontecimentos e locais, é mera coincidência.

Digitalização
Dedicatória

Este livro é dedicado a minha filha Lila Anne. Sempre ouça seu coração, quebre as regras
de vez em quando e saiba que é amada. A vida é selvagem, menininha, como ela deve ser.
O Escorpião é o único signo que possui três diferentes símbolos de animais, sendo que
cada um representa um diferente estágio da transformação do Escorpião. O primeiro, o
escorpião, simboliza a energia crua do signo. O telson (ferrão) do Escorpião é a defesa e
o ataque, e geralmente, por causa da sua natureza egoísta, é completamente desatento do
seu próprio poder e impacto. Assim que o escorpião aprende a controlar o ataque e a
segurar seus instintos bem, ele se transforma na águia. A águia, apesar de parecer fria,
possui mais perspectiva; ela voa alto, acima da terra, usando seu poder deliberadamente
e de propósito. Finalmente, a águia vira a pomba. Uma criatura tranquila, altamente
reconhecida como o mensageiro da paz e digno de liderança. A pomba se transforma em
pomba somente depois de conseguir o que mais quer. As pessoas de Escorpião, ao
contrário das outras, possuem a habilidade de transformar o veneno do egoísmo em um
amor universal.
O Escorpião
Capítulo Um

Las Vegas, Nevada


Grace
Enquanto caminhava para o luxuoso Hotel e Cassino Bellagio, cansada e amarrotada
do meu voo, vi duas placas direcionando os convidados para as conferências que
aconteceriam naquele fim de semana. Uma mostrava para onde eu iria, a Conferência de
Direito Internacional da Associação de Estudantes, e além dessa, havia outra, a Expo de
Entretenimento Adulto. Meus olhos moveram-se de um lado para o outro ao ler as placas
e minha sobrancelha levantou. Bem, isso era... interessante. Isso é Las Vegas, baby
pensei. Estudantes de direito, astros pornôs, extraterrestres de planetas distantes, não me
levou muito tempo para entender – apenas ao desembarcar no aeroporto – que cheguei a
Cidade do Pecado, em que o choque de valores era praticamente inexistente.
Se eu não descobrisse com o homem sem calça que a polícia estava perseguindo no
aeroporto na minha chegada, então definitivamente saberia ao ver o imitador de Elvis de
fio dental que voou para mim de patins assim que saí da van de translado em frente ao
hotel. “Você não está no Kansas, querida.” O motorista tinha rido enquanto eu girava
minha cabeça para ver Elvis deslizando meio vestido para longe.
Aparentemente não.
Enquanto eu caminhava pelo saguão, minha boca caiu aberta e meus olhos
imediatamente moveram-se para cima. O teto era repleto de impressionantes flores de
vidro – milhares delas em todas as cores imagináveis. Movi-me em um círculo, com
minha cabeça inclinada para trás, incapaz de desviar o olhar para longe da linda e
maravilhosa arte. Como tudo isso foi instalado? Finalmente, depois de absorver isso em
um minuto, olhei para baixo e fui à recepção.
Eu estava tão completamente impressionada pelos pilares de pedra, galeria de flores
frescas e os balões de ar quente flutuantes na parte de trás do check-in, que quase não
ouvi a recepcionista me chamar. Trouxe minha pequena mala até o balcão e lhe sorri
brilhantemente. “Grace Hamilton. Tenho uma reserva.” eu disse.
A recepcionista sorriu de volta. “Está bem, deixe-me olhar... bem, aqui está. A
senhorita está aqui para a conferência de estudante de direito que começa amanhã?”
“Sim.” balancei a cabeça.
“Qual universidade?” ela perguntou assim que pegou meu cartão de crédito e
passando-o rapidamente.
“Georgetown.” disse-lhe, quando peguei o meu cartão de crédito de volta.
“Ótima universidade! Bem, tenha uma boa estadia. A senhorita está no vigésimo
sexto andar, reservada até segunda-feira. A hora do check-out é ao meio-dia. Aqui está um
folder com tudo para os inscritos na conferência. Há um horário aí dentro, uma
identificação e qualquer informação que possa precisar para este fim de semana.” ela
entregou tudo para mim e sorriu novamente enquanto fez um gesto para a próxima
pessoa na fila.
“Obrigada.” respondi, agarrando o apoiador da minha mala e segui em direção dos
elevadores. Assim que dobrei a esquina, dei um grande encontrão em um tórax duro e
masculino. “Oh, meu Deus! Desculpe-me!” exclamei olhando para cima.
“Não, eu que peço...” ele começou a falar ao mesmo tempo. Nossos olhos se
encontraram e ambos ficamos silenciosos, comigo piscando para ele enquanto ele me
estabilizava com ambas as mãos em meus braços.
Ele tinha a minha idade com cabelos loiros escuros que estava somente um
pouquinho comprido e com ondulação até as pontas, e com um daqueles rostos bonitos
que consegue ser viril e juvenil ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo forte e bonito. Seus
olhos castanhos eram cobertos por cílios grossos, escuros, tinha um nariz reto e seus
lábios carnudos estavam curvados em um meio-sorriso.
Olhei para baixo rapidamente observando o quadro geral, era magro, mas musculoso,
vestido com jeans escuro e uma camisa de botão conservadora branca, com as mangas
dobradas.
Ele olhou para mim por um tempo e algo em sua expressão pareceu suavizar, assim
que meus olhos voltaram aos dele seu sorriso cresceu, revelando uma covinha pequena à
esquerda do lábio inferior. Ele olhou para mim e então se abaixou para pegar o cartão que
tinha deixado cair quando batemos.
Enquanto o via pegar meu cartão, o mais estranho sentimento me banhou, quase um
déjà vu, como se nos conhecêssemos antes. Franzi minha testa com a sensação impar, me
perguntando se ele era um estudante de direito que já tinha visto de passagem na
universidade. Vinha para a mesma conferência?
Eu o vi se levantar e curvou seus ombros em minha direção para que ambos
ficássemos de frente um para o outro completamente, estendeu o cartão para mim e vi
que ele tinha um crachá de conferência. “Oh, você está aqui para a conferência.” exclamei.
“Pensei que eu poderia–” e foi quando li. ‘Carson Stinger, Ator Masculino Heterossexual,
Expo de Entretenimento Adulto’.
Olhei para as palavras por alguns segundos, digerindo, e então meus olhos voltaram
para ele. Estava sorrindo agora... e seus olhos não seguravam a suavidade que tinha visto
apenas um minuto antes.
Limpei minha garganta um pouco. “Bem, então, peço desculpas novamente por... uh,
não ver onde piso...” Limpei minha garganta, começando novamente, “Bem, se divirta... er,
hum, desfrute.” fiz um gesto em direção a placa. “O show. Ou melhor, não é o show, mas
o... bem, aproveite o fim de semana.”
O que há de errado comigo? Nunca fiquei constrangida assim! Eu estudava direito,
porque era boa em encontrar as palavras certas sob pressão. E aqui um astro do pornô
me sacudiu por inteiro, que mal podia formar uma frase coerente?
E foi quando ele estourou numa gargalhada, aprofundando aquela covinha minúscula
por sua boca. “Eu vou, Botão de Ouro. E também aproveite seu fim de semana. Deixe-me
adivinhar, conferência de estudante de direito?”
Comecei a fazer a volta ao redor dele, mas parei quando ouvi o apelido claramente
condescendente e o divertimento na sua voz. “Sim, na verdade. Há algo de errado com
isso?”
“Não, não. Parece que nós dois estamos aqui para aprender a sermos os melhores em
conquistar as pessoas.”
Minhas sobrancelhas caíram. “Bem, isso é... isso é um jeito nojento de dizer isso.”
Ele se aproximou até que fui forçada a recuar. “Por quê? Conquistar pessoas dá
adrenalina, Botão de Ouro. Não tenha vergonha de fazê-lo bem.”
Eu tossi e estreitei os olhos. Eca. Este homem não vai me transformar em uma idiota
atrapalhada por mais um segundo. Olhei para seu crachá e o toquei com o meu polegar.
“Eu faço um monte de coisas bem, Carson, nenhuma das quais tenho vergonha.” eu disse,
inclinando-me para que soubesse que não estava intimidada por suas flagrantes
insinuações sexuais.
Ele olhou para mim rapidamente, com um brilho divertido no olhar e então sorriu,
lento e sexy com seus olhos mergulhados no meu decote. “Aposto que sim.” ele pegou
aquele lábio inferior completo entre os dentes e olhou de volta para mim.
Fiquei pasma por um segundo, porque senti meus mamilos ficarem duros sobre
minha blusa branca e não gostei disso. Nem um pouco. Eu ia ter uma conversa com o
meu corpo mais tarde e decretar a lei. Não havia absolutamente nenhuma possibilidade
de ficar excitada propositadamente por astros pornô, que tentavam chocar e intimidar
sem motivo aparente. O fato de que qualquer pequena parte dele me instigou, irritou-me
como o inferno. Vi os olhos dele viajarem para baixo novamente, desta vez para os meus
mamilos enrugados, mostrando-se facilmente através do material fino da minha blusa e
seu sorriso ficou maior. Fiquei vermelha de humilhação.
Fiz um som irritado e frustrado em minha garganta e marchei para longe de Carson
Stinger, Ator Masculino Heterossexual.

***

Fui para o meu quarto e tomei um banho rápido, acalmando-me do meu encontro no
lobby. Quando me senti equilibrada novamente, peguei e vesti o meu novo biquíni preto e
branco, com detalhes em crochê, antes de sair para a piscina. Minha conferência
oficialmente não começava até a manhã seguinte e assim planejei passar várias horas ao
sol, com leitura e relaxamento. A vida de um estudante de direito não deixava muito
espaço para L & R{1} e então aproveitaria enquanto pudesse.
Demorei cerca de vinte minutos para simplesmente atravessar a área da piscina e
decidir onde iria sentar. Havia cinco esplanadas de piscina, cabanas luxuosas, guarda-sóis
com bancos e linhas de lounges – todos com o mesmo design Mediterrâneo. Era de tirar o
fôlego... e tentei o meu melhor para não tropeçar com minha boca aberta diante de tanta
opulência. Nunca na minha vida vi nada parecido.
Meu pai era um policial e um pai solteiro, que criou a mim e minhas duas irmãs por
conta própria depois que ele e minha mãe se divorciaram. Nunca nos faltou nada, mas
certamente não tínhamos dinheiro para férias. Na verdade, antes de ir para a faculdade,
eu nunca saído de Dayton, Ohio, onde cresci.
Depois de pegar uma bebida no bar, finalmente me sentei numa espreguiçadeira com
alguma sombra e comecei a passar o filtro solar na pele branca. Era junho e passava dos
30º, eu tinha ficado escondida em bibliotecas e salas de aula por meses – definitivamente
iria queimar se não fosse cuidadosa.
Acomodei-me e puxei meu livro, só tinha lido poucas páginas quando meu telefone
tocou. “Abby” apareceu na minha tela. Apertei o botão.
“Se você visse onde estou agora, ficaria com ciúmes.” eu disse sorrindo.
Ela riu. “Bem, alô. E se você visse onde estou, aí é que não teria ciúmes. Não vou te
fazer adivinhar – no sofá, com uma coceira, e manchas de clotrimazol como visão de
beleza.” pobre Abby, pegou uma alergia de uma hera venenosa enquanto caminhava com
o namorado, Brian. Estava péssimo.
Ela prosseguiu. “Agora você, deixe-me ver, sinto cheiro de coco e ouço o suave
barulho de água – ao lado da piscina clorada, com um copo na mão?”
Sorri. “Bingo.”
“Mas o que é aquilo? O que é que vejo? Um livro em suas mãos em vez de um amor
fumegante? Que horror. Por favor, diga que estou errada.”
Olhei para o grande livro no meu colo, Série Conceitos & Insights: Direito
Administrativo. “Oh pare, você sabe que tenho que estudar este fim de semana se quiser
passar neste curso de verão. De qualquer forma, este lugar, Abs, é ultrajante. De verdade.
Temos que voltar aqui e ficar por mais de um fim de semana. E certifique-se de que seja
um fim de semana de folga, está bem?”
“Hum. A realidade de fugir com você para um fim de semana que não envolve
trabalho? Estou cética. Mas uma garota pode sonhar. O que acontece em Vegas fica em
Vegas, certo? O céu depravado é o limite – estou dentro.”
Ri novamente. “Certo. Por falar nisso, há outra conferência neste hotel. Você nunca
vai adivinhar sobre o que é.”
“O quê? Conta.”
Olhei em volta rapidamente, para garantir que ninguém estava ouvindo minha
ligação e então mentalmente balancei a cabeça. Esta era Las Vegas, ninguém ia piscar
quando dissesse a palavra 'pornô'. Ainda assim, sussurrei. “Uma convenção pornô.”
Abby soltou uma gargalhada. “Oh meu Deus, Grace, você tem que conseguir alguns
autógrafos. Por favor!”
“O quê? De quem é o autógrafo que você quer exatamente?”
“Ninguém em particular! Só quero poder dizer que um astro pornô escreveu algo para
mim!”
Sorri. “Na verdade, encontrei um no lobby do hotel. Literalmente. Ele era uma babaca
total.”
“Por quê? O que ele disse para você?”
“Aff. Só fez algumas insinuações sexuais nojentas e então me deu um olhar que me
deu vontade de tomar banho.”
Abby riu novamente. “Ele era um tipo de Ron Jeremy gordo?”
Hesitei. “Na verdade, não, ele era um idiota, com certeza, mas, bem.” baixei minha
voz para um sussurro. “Ele era gostoso. Na verdade não sabia que astros pornôs eram
gostosos. Pensei que se estivesse fazendo um trabalho desses... Nem sei o que pensei.
Mas ele não é como imaginei um astro pornô.”
“Por que, Grace, eu acredito que você esteja corando?”
“Ah cala a boca, você não pode nem me ver.”
“Conheço você, e você está corando. Agora larga esse telefone e vá encontrar algum
ator pornô gostoso. Aposto que ele pode lhe ensinar alguns truques novos no seu quarto
de hotel hoje à noite.”
Eu gemi. “Oh Deus, que nojo, Abby. Não tocaria num ator pornô nem com um corpo
emprestado. Especialmente um com tão poucas células cerebrais como ele.”
“Você não tem graça.”
“Quando se trata de astros pornôs, não, não tenho.” eu ri. “Sério, você está bem?”
“Sim, estou bem. Brian está chegando logo e vamos ver o quão sexy podemos ser
usando nada, exceto as partes íntimas e nossos pés – os únicos lugares que não estou
coberta por essa pomada.”
Eu ri em voz alta. “Oh Deus, precisava saber disso? Ok, divirta-se. Vou te ver
domingo, ok?”
Ouvi o sorriso em sua voz, assim que respondeu. “Ok, querida, até amanhã.”
“Tchau, Abs.” respondi ainda sorrindo e desliguei o celular.

***
Passei algumas horas na piscina, terminando meus estudos e tomando notas para que
possa revê-las no avião para casa. Mesmo fazendo estudo dirigido, apenas sentada neste
lindo lugar me senti luxuosa e decadente. Nunca fiz coisas assim. Eu estive tão focada nos
últimos cinco anos que mal tive tempo para respirar, muito menos sentar próxima a uma
piscina numa tarde. Primeiro, empurrei minha cabeça em um livro por quatro anos na
faculdade, conseguindo me graduar com a magna cum laude'{2 } e consegui uma bolsa
para um dos cursos de direito top da minha lista. Uma vez que entrei e comecei em
Georgetown, continuei a estudar mais e mais ainda – isto porque meu objetivo era me
formar em dois anos, estudar e passar no exame da Ordem na primeira tentativa e ser
recrutada por uma das melhores firmas de advocacia de Washington, D.C. Era o plano. Eu
tinha um plano, e nunca me desviei dele. Nunca.
Como imaginei, minha mente estava em Carson Stinger, Ator Masculino
Heterossexual, várias vezes. Isso ainda me tirava do sério mais por ele ter me irritado. E
em apenas dois minutos! O que era isso afinal? Ninguém nunca me irritou. Eu não me
irritava. Era não irritável. E me orgulhava de ser tranquila, calma e serena. E de repente,
um astro da pornografia que olhou lascivamente para mim, tinha me deixado com
gagueira, balbuciando e me corroendo em insegurança? Foi além de irritante. E o fato de
que ele tinha me excitado foi completamente enlouquecedor. Sério, Grace, está tão
desesperada assim? Que um bonito astro pornô sussurrava algumas frases sexuais e
completamente desrespeitosas para você e sua calcinha estava molhada? Deus! Deitei-me
na espreguiçadeira, franzi a testa cerrando os olhos para cima, para o céu azul de Nevada.
Coloquei meus óculos de sol e fechei os olhos.
Depois de um tempinho, levantei-me e comecei a recolher minhas coisas. Meus
ombros já tinha uma coloração rosa clara e eu precisava entrar e começar a pensar nos
planos para jantar. Decidi que tomar um cocktail antes de ir para o meu quarto parecia
muito bom. Só tinha bebido um drink quando cheguei à piscina e estava com calor e sede.
Uma bebida no bar interior parecia a coisa certa e então coloquei meu vestido de verão
que estava na minha bolsa e fui para o bar do hotel. Enquanto caminhava pelo cassino
pela terceira vez naquele dia, ainda não conseguia parecer que não estava maravilhada
com todas as mesas de jogos diferentes e máquinas com luzes e números piscando por
toda parte. Os sons combinados com os múltiplos risos eram sobrepostos pelos dings das
máquinas, clicando e arrastando, o que me dominou. Era como estar em outro mundo.
Suspirei em prazer enquanto caminhava para a calma e tranquila sala de estar
elegante. Não estava muito lotada para uma tarde de sexta-feira. Mas as pessoas estavam
provavelmente ainda na piscina ou se preparando para jantar. Sentei num banco no bar e
quando o garçom veio e colocou um guardanapo para baixo na minha frente, pedi uma
margarita com gelo e sem sal. Eu respirei fundo e juntei as mãos na minha frente no bar,
deixando um sorriso satisfeito.
“Sem sal?” perguntou uma voz há dois tamboretes ao lado. “Quem pede uma
margarita sem sal?”
O sorriso deixou meu rosto e eu virei a cabeça, olhei para o homem sentado à minha
esquerda. Sério? “Olha se não é Carson Stinger, Ator Masculino Heterossexual?” Falei. E
gemi interiormente. Não, não, isso é bom, Grace. Você ganhou outra chance de curar o
seu orgulho ferido. Vamos arrebentar agora – só comece a falar. Deus.
Ele me olhava estranho, esperando que eu dissesse alguma coisa, o olhar em seu
rosto dizia que estava se divertindo, apesar de ainda estar vigilante.
Levantei uma sobrancelha antes de dizer. “Se você está pensando em me dizer que
tem algo para mim que é bom e salgado, por favor, mantenha-se afastado.” olhei para o
barman colocando a bebida na minha frente. E tomei um longo gole.
Carson riu e, antes que eu percebesse, estava se movendo para o lado com sua cerveja
na mão para se sentar perto de mim. Eu me virei para olhá-lo, que disse: “O que eu ia
dizer, Botão de Ouro, era que você está realmente errando ao pedir uma margarita sem
sal. É tudo sobre lamber o sal da borda e depois chupar o líquido doce do canudo. O
contraste do doce e salgado na sua língua é muito, muito bom.” ele se inclinou mais perto
de mim enquanto baixava a voz. “Tente uma vez, apenas uma vez.”
Ok, agora ele estava apenas tentando me irritar. E por quê? O que exatamente eu
tinha feito a este homem? Estreitei meus olhos um pouco, ainda mais furiosa com o fato
de que suas palavras estavam me excitando... de novo. Meu corpo traidor gostava da porra
da voz profunda e açucarada de suas palavras propositadamente titilantes. Corpo
estúpido! Nunca vou transar novamente, só para puni-lo e as suas reações vagabundas.
“Deixe-me comprar uma.” disse com os cantos de seus lábios subindo. “Sério. Só uma
bebida por minha conta. Você pode fazer uma degustação e ver quem está certo. Assim,
podemos nos conhecer um pouco melhor.” ele piscou.
Virei meu corpo, totalmente de frente para ele agora e respirei fundo. Antes de
começar, sorri docemente. “Vou lhe explicar uma coisa direito, Carson. E a razão pela qual
vou fazer isso é porque tenho toda a confiança que irá lhe assustar o suficiente, então
posso terminar minha bebida em paz e sair como conhecidos que simplesmente não têm
nada em comum.”
Ele levantou uma sobrancelha e eu juntei as minhas mãos em meu colo, inclinando
minha cabeça enquanto continuava.
“Sou o tipo de garota que quer se casar com um grande vestido branco e usando
pérolas da minha avó. Quero um marido que me ame e seja fiel a mim. Quero que ele
venha para casa comigo todas as noites e que não tenha que me preocupar se ele está
transando com a secretária, porque ele é o tipo de homem que tem honra demais para
fazer isso. Quero esperar um ano e então começar a tentar ter as duas crianças que
eventualmente teremos, uma menina e um menino. E quando tivermos essas crianças,
não quero um dia, ter que olhar seus pequenos rostos e explicar por que o pai deles está
na internet tendo relações com todo mundo da Beleza Colegial a Feras Selvagens por
dinheiro. Quero dar uma festa de aniversário com tema de desenho animado com pula-
pula em casa para minha filha de seis anos, e não marcar a ocasião explicando o que um
“money shot”{3 } é. Tenho a sensação que seus objetivos de vida são um pouco diferentes
dos meus. E por 'um pouco', quero dizer, totalmente e completamente. Isso explica por
que seria um desperdício de tempo para nós continuarmos na presença um do outro?”
Ele ficou pensativo por um minuto, olhando para o bar e tomando um gole de sua
cerveja. Finalmente, virou-se para mim. “Como vamos fazer essas duas crianças?”
Minha sobrancelha levantou. “Uh, convém a você repensar na escolha de sua carreira,
se você não sabe–”
“O que quero dizer é que posição nós faremos nossos dois filhos? Estilo cachorrinho?
Montaria invertida? Por trás? Circo voador? Borboleta? Lótus? Joelho dobrado?”
Meu queixo caiu. Coloquei minha mão para cima e disse, “Pare! Certo, em primeiro
lugar, não faço ideia do que alguns desses termos significam e nem quero saber. Em
segundo lugar, o que isso tem a ver?”
“Oh, acredite em mim, você quer saber. Por que é importante e porque um dia
quando a Princesa estiver gritando às três da manhã com uma fralda carregada ou o
Júnior for expulso da pré-escola por bater em seu colega, quero ser capaz de pensar no
momento em que os geramos, e quero rir e lembrar que foi a melhor trepada da minha
vida, e por qualquer merda – literal e figurativa – que tenho que lidar mais tarde, valerá a
pena.”
Minha boca caiu aberta contra a minha vontade. “Você é nojento.”
“Mas foi você que teve meu bebê. Duas vezes.”
“Eu não tive, nem terei alguma vez o seu bebê. Essa é a questão.”
“Então você vai abandonar a Princesa e o Junior? Que boa mãe.”
Levantei-me, jogando uma nota de dez dólares no balcão. “Terminei. Aprecie sua
bebida, Carson Stinger. Estou ansiosa para vê-lo novamente, hum, nunca.” E com isso,
peguei minha bolsa, virei e comecei a andar para fora quando Carson gritou. “E também,
querida, você faria uma secretária gostosa pra mim quando eu chegar em casa no final do
dia, e não vou terei nenhuma necessidade de traçar qualquer outra, realmente.”
Levantei meu braço e mostrei-lhe o dedo. Ouvi sua risada rouca por trás, mas
continuei andando.

***

Carson
Ouvi o bater de seus saltos desvanecerem e tomei mais um gole da minha cerveja.
Tensa, porém pentelha. Gostosa, nervosa, um pouco mimada, mas uma fedelha, no
entanto. Eu conhecia o tipo dela. Ela poderia pegar qualquer pau esnobe com aquele
queixo arrogante levantado, dizendo-me porque achava que era melhor do que eu e ir
embora depois, mas vi o jeito que seu corpo reagiu. Ela me queria. A maioria das
mulheres quer, para ser honesto. A todo mundo foi dado um dom ou outro – o meu foi
um sorriso que as mulheres molham suas calcinhas e corpo para combinar. Por que ser
humilde sobre isso? Não é que eu poderia levar qualquer crédito – só sabia como usar
meus dons dado por Deus. Embora a garota, Grace Hamilton – tinha visto isso na sua
etiqueta de bagagem – ela nunca entenderia sem saber o que fiz para viver, de qualquer
maneira. Mas só o fato de que seu corpo respondeu deveria ser suficiente para mim.
Então por que esse pensamento não me fez feliz? Funcionava normalmente. Então, por
que era diferente aqui? Virei o último gole da minha cerveja e franzi a testa para a estante
de garrafas atrás do bar, tentando resolver o enigma.
Foi a coisa mais estranha. Estava caminhando para a recepção para deixar uma
mensagem para meu agente que estava voando de Los Angeles na manhã seguinte, e
tinha dado um encontrão em alguém, uma cabeça loira colidindo com o meu peito, bem
abaixo do meu queixo, e fui capaz de cheirar o cabelo limpo e de aroma florido, reunindo-
se em ondas.
Quando ela tinha me olhado, agitada e sem fôlego, minha própria respiração quase
parou em meu peito com a beleza do rosto em forma de coração me olhando de volta. Ela
tinha os olhos azuis, maiores que eu já tinha visto, um narizinho perfeito e a mais bonita
boca – malditamente cheia e lábios cor de rosa que tinham um contorno na parte
superior. Claro, ela era bonita, linda mesmo. Mas eu via garotas bonitas o dia inteiro. Por
que olhá-la me fez encará-la, tentando memorizar o rosto dela como um estudante
apaixonado? Não tinha ideia, porra. Nós tínhamos parado antes de nos virarmos para falar
um com o outro e notei seu corpo magro em uma saia preta e uma blusa de seda branca.
Amei esse look. Professora quente. Tinha olhado em seu rosto e vi um calor um pouco
confuso no brilho de seus olhos claros como cristal. Com aquele olhar e eu tinha quase
me esquecido quem era. Quase. E isso nunca aconteceu.
Mas então os olhos dela tinham mudado para o crachá estúpido que tinha me
esquecido de tirar, e vi a decepção e o julgamento encherem a sua expressão. E então a fiz
ficar propositadamente desconfortável, e adorei o olhar de repulsa e raiva que encheu seu
rosto bonito depois. Adorei a maneira que ela caminhou para longe de mim, balançando
sua doce bundinha. Fiz novamente no bar pela mesma razão. Isso significava que eu tinha
ganhado, então por que não me sentia como um vencedor? Por que ainda estava aqui
ativamente pensando nisso? Pensando nela? Isso estava me irritando completamente. O
que precisava fazer era foder aquela sensação para fora – qualquer que fosse o
sentimento. Aquilo que senti quando a encontrei no lobby. Deveria ir e encontrar algumas
mulheres dispostas a voltarem para o meu quarto comigo por uma hora ou duas. Sim, isso
soava como um plano.
Meu telefone tocou, enquanto estava colocando o dinheiro da minha bebida no balcão
e olhei para a tela.
“Ei, Courtney.” falei saindo.
“Ei Carson, amor, tudo definido para segunda de manhã? Tenho o endereço da
filmagem e alguns detalhes. Vou mandá-las para o seu e-mail. Pode você pegar pelo seu
telefone?”
“Sim, tudo bem. Eu a avisarei quando recebê-las.”
“Ok, bom. É no Four Seasons em Beverly Hills. Uma filmagem na varanda, seguida
por uma cena do chuveiro.”
Gemi. “Merda, Courtney, só fiz cinco filmes e dois deles têm cenas no chuveiro? Já
lhe disse que odiei o primeiro.”
“Oh, por favor. É para me sentir mal por você transar com a Bambi Bennett em um
chuveiro? Que tristeza.” podia ouvir o sarcasmo escorrendo da voz dela.
“Merda, é o inconveniente – são dois cinegrafistas e um microfone naquele espaço
minúsculo. De onde fico, não é quente. E também, Bambi Bennett? Cristo. Vou foder um
veado?”
“Eu sei. É um nome estúpido. Ela é nova no site. Procure-a. Ela é toda linda. Você tem
sorte. Beijos! Mande um SMS quando receber a informação.” e com isso ela desligou.
O site que tinha recentemente assinado um contrato – ArtLove.com era de
propriedade de Courtney. Tinha apelo principalmente para as mulheres, que era o maior
crescimento de expectadoras de pornô atualmente. A maioria das filmagens era em locais
exóticos e éramos encorajados para parecer que tínhamos realmente alguma coisa –
diferente do pá, bum, obrigado senhora tipo de pornografia que os homens tendem a
gostar. O primeiro filme que fiz foi em Belize num chuveiro ao ar livre e, apesar do que
podia parecer para o espectador, sofri para poder ficar duro. Uma equipe de filmagem de
caras suados perto do seu negócio não era exatamente um sonho molhado tornando-se
realidade, não importando se a garota era bonita.
Aparentemente, porém, depois de apenas dois filmes, eu tinha um pequeno fã clube.
E então minha agente cuidava de tudo, mas insistiu que eu viesse neste fim de semana
para fazer uma participação. Fiquei parado naquela de encontrar-e-cumprimentar o
quanto pude e depois sai de fininho, correndo direto para Senhorita Poderosa Alteza. Não
que não aprecie meus fãs... ou melhor, acho que tentei não pensar muito sobre meus fãs
porque sejamos honestos, eles me admiravam por razões que me faz pensar que era
melhor que eu não os cumprimente.
Segui na direção dos elevadores, com a intenção em ir até meu quarto e trocar de
roupa para a piscina. Era o melhor lugar para pegar uma garota, uma que não se interesse
em saber quem eu era ou o que fazia – e o sentimento é mútuo.
“Opa, segure o elevador.” falei assim que vi que iria subir, com as portas começando a
se fecharem. Mostrei a minha chave do quarto para o guarda de segurança permanente na
frente da área.
Uma senhora colocou a bolsa dela para abrir as portas e saltei para dentro,
agradecendo-lhe e me virando para a frente.
“O Senhor está me testando.” ouvi uma voz tranquila sussurrar sob sua respiração.
Olhei para minha esquerda para ver qual das duas tinha murmurado as palavras, e ali
estava Grace “Vestido Branco” Hamilton. Vá entender. Ri baixinho para mim mesmo pela
sua expressão séria com o fato de eu ainda estar dividindo o espaço com ela.
Inclinei-me para a frente e sorri para ela. Poderia dizer que ela me viu em sua visão
periférica e que, de propósito, endireitou as costas, mas continuou a olhar para a porta à
nossa frente.
A velha senhora de pé ao lado de Grace inclinou-se perto dela e sorriu para mim,
dando um flerte discreto. Era bonita e então ri e acenei de volta. A cabeça da Grace virou
para mim e os olhos dela se abriram mais assim que fizemos contato, ainda sorrindo para
mim. Em seguida, rapidamente, ela se virou para olhar para frente novamente.
O elevador parou em vários andares e começou a esvaziar, e então, era só eu, Grace e
a velha senhora. Todos ficamos em silêncio, olhando para a frente.
No próximo andar, a velhota moveu-se para a frente e Grace e eu automaticamente
demos um passo para trás para deixá-la passar. Assim que as portas se abriram, ela virou-
se e piscou para mim, virou-se e piscou para Grace também. Olhei para Grace, sua cabeça
estava inclinada, com um pequeno sorriso nos seus bonitos lábios rosa enquanto assistia
as portas se fecham novamente.
Então ela olhou para mim e o sorriso foi substituído por uma carranca.
“Você sabe...” comecei a dizer, mas minha voz se perdeu assim que as luzes piscaram
no elevador, e sentimos um baque enorme, ao qual Grace soltou um pequeno grito e eu
um “Puta merda!”
O elevador bateu a frenagem, gemendo alto e as luzes piscavam. Olhei no pequeno
espaço com os olhos largos e aterrorizados. Estávamos presos.
Capítulo Dois

Grace
Enquanto o elevador brandia uma parada e as luzes piscaram mais uma vez, senti o
medo me dominar. Eu não gostava de espaços pequenos. Nem um pouco. Vinha para mim
- bem, vinha para mim algo que não gosto nem de pensar. Respirei fundo e praticamente
me joguei no telefone do painel, abrindo rapidamente a porta de metal pequena e
puxando o telefone. Eu pressionei zero e assim que tocou, meus olhos corriam para
Carson, que estava de pé no canto, encostado na parede, me olhando com cuidado.
“Manutenção.” disse uma voz rouca.
“Oi, oi! Sim, oi, aqui é Grace Hamilton. Estou hospedada aqui neste fim de semana.
Estamos presos num elevador. Ele apenas parou de repente e...” minhas palavras
sumiram quando ouvi o crepitar na ligação e depois ela ficou muda. Fiz um som de pânico
na minha garganta e dei três grandes passos para a minha bolsa grande, abandonada no
canto. Peguei meu celular e olhei para as barras no topo da tela. Sem serviço. Merda!
Olhei para Carson novamente e ele ainda estava me observando, imóvel, me olhando
com uma expressão indecifrável no rosto.
“Não fique aí parado! Estamos presos! Faça alguma coisa!” Minha respiração parou
na minha garganta e pude sentir meu coração batendo duramente no peito. Levantei
meus dedos para o meu pescoço e senti meu pulso acelerado descontroladamente. Tentei
respirar fundo, mas minha garganta, de repente, parecia como se um inchaço estivesse
fechando-a. Eu não conseguia respirar. Oh Deus, eu não conseguia respirar.
Tropecei para trás contra a parede, fazendo contato visual com Carson, que agora
tinha sua testa franzida enquanto se movia na minha direção. Segurei a barra na parede
atrás de mim, sabendo que estava prestes a morrer de asfixia, aqui neste elevador, sendo
os últimos olhos de Carson Stinger os que veria, Ator Masculino Heterossexual. Oh não,
não, não, não. Não é assim.
“Ei, acalme-se, Botão de Ouro.” disse calmamente segurando os meus braços
exatamente da mesma forma que fez quando colidimos no lobby do hotel. “Respire fundo,
respire fundo. Você está bem. Eles vão nos tirar daqui, certo? Basta dar uma respiração
profunda. Mantenha seus olhos em mim.”
Meus olhos piscaram rapidamente enquanto seu rosto planava na minha frente,
minha respiração agora saindo num exalo rouco enquanto lutava para pegar oxigênio.
“Merda, Botão de Ouro, vamos lá, você não vai desmaiar neste elevador. Respire
profundamente.”
Por vários minutos nos olhamos, a preocupação se intensificava, enquanto ele
observava o meu esforço.
Oh Deus, Oh Deus, ar, ar!
Ele se afastou de mim e começou a olhar ao redor do elevador, com os olhos
arregalados, em pânico agora, em busca do que, não sei. Ele voou para o telefone e o
pegou, escutando por um segundo, e depois o bateu de volta em sua pequena caixa e
chutou a porta fechada. “Merda!”
Eu estou morrendo. Oh Deus, por favor, ar.
Ele se voltou para mim, e meus olhos estavam lacrimejando com meu esforço para
pegar o pouco oxigênio pela pequena passagem que agora era o interior da minha
garganta. Eu tinha certeza que eu estava ficando azul.
“Irmã Christian, oh chegou a hora!” Carson cantou de repente.
Mesmo no meio do meu ataque de pânico, fui surpreendida. Que p...
“E você sabe que você é o único a dizer, OK.”
Ele deu um passo para trás, meus olhos o seguiram, minha respiração ainda presa na
minha garganta inchada enquanto lutava para puxar o ar.
Ele apontou para mim. “Onde você está indo, o que procura?”
Que diabos ele está fazendo? Que diabos ele está fazendo? Oh! Um pouco de ar. Isso
é bom, isso é bom, Grace.
“Você sabe que aqueles meninos não querem mais brincar com você. É verdade.” nas
duas últimas palavras da estrofe, ele abaixou o queixo e olhou nos meus olhos.
Melhor, melhor. Mais ar, melhor. Ok, ok. Eu estou bem. Por que ele está cantando,
enquanto estou quase morrendo aqui? Na verdade, ele tem uma voz gutural profunda e
leve muito legal. É claro que teria uma voz muito agradável. Sabia que teria uma voz
sexy. Ah, o ar. Ok, eu estou bem.
Minha respiração desacelerou ligeiramente e percebi que o instrumental de “Sister
Christian”{4 } estava tocando no sistema de som. Carson estava cantando junto com a
música do elevador. E o fez bem. Para me distrair do meu ataque de pânico. E estava
funcionando.
Eu dei uma grande respiração, a minha visão melhorando agora que o observava. Ele
estava no meio do elevador e assim que o solo de bateria surgiu, ele começou a tocar
bateria invisível furiosamente, fechando os olhos e balançando a cabeça com a batida,
mordendo o lábio inferior.
“Você está viajando de automóvel! Qual é o seu preço para o voo? Encontrar o Sr.
Certo? Você vai ficar bem hoje à noite.”
Não consegui segurar e deixei escapar uma pequena risada. Quando ouviu, seus olhos
se abriram e ele olhou para mim, o alívio tomou conta de sua fisionomia antes de sorrir.
Era o mesmo sorriso que quase me fez cair de bunda quando ele deu para aquela senhora.
Era verdadeiro. E alguma coisa dentro de mim sabia que isso era raro.
Seu sorriso ficou sério e ele caminhou em minha direção cantando devagar. “Babe,
você sabe que está crescendo tão rápido. E a mamãe se preocupa que você não vai durar
para dizer, vamos brincar.”
Assim que terminou as últimas palavras, ele levou sua mão até seus lábios, fingindo
que era um microfone e, em seguida, empurrou-o na frente da minha boca.
Eu pisquei para ele por um minuto, mas agora a adrenalina estava correndo pelo meu
corpo no doce alívio que o ar fluia livremente em meus pulmões, e então fiz algo que
nunca, em circunstâncias normais faria – agarrei o punho e cantei para ele, “Irmã
Christian, há tanta coisa na vida. Você não vai abandoná-lo antes do seu tempo chegar, é
verdade.” em seguida, ele se inclinou e nós dois cantando juntos. “É verdade, sim!” ele
saltou para trás e tocou mais bateria de ar antes de saltar para a frente novamente e
cantar junto comigo. “Viaje! Qual é o seu preço para o voo? Você tem ele em sua visão. E
dirigindo durante a noite.”
Nossos rostos estavam a meros centímetros de distância e agora podia sentir seu
hálito de menta enquanto cantava comigo. “Viaje! Qual é o seu preço para o voo? Em
encontrar o Sr. Certo? Você vai ficar esta noite certo.”
Ele se afastou de mim de novo e desta vez, imitou o solo de guitarra, movendo os
quadris para a frente fingindo todos riffs, tocando os acordes enquanto eu o observava,
rindo alto de suas travessuras ridículas agora.
Ele sorriu para mim, enquanto continuava cantando o refrão, algumas vezes. Então,
assim que a música diminuiu, ele começou a caminhar lentamente para mim de novo
cantando. “Irmã Christian, oh chegou a hora. E você sabe que você é a única a dizer, tudo
bem. Mas você está viajando. Sim, viajando.” parou de falar quando ficamos olhando um
para o outro, sua respiração mais forte do que a minha agora devido a atividade anterior.
Eu estava respirando bem, até mesmo melhor que seu peito que subia e descia
rapidamente. A natureza bizarra da situação me bateu e comecei a rir, assim como ele.
Quando nosso riso desapareceu, ele inclinou a cabeça para o lado e disse: “Se você
quisesse me ouvir cantar, Botão de Ouro, bastaria ter pedido.”
Sorri e balancei a cabeça, em seguida, olhei para ele séria. “Obrigada por isso. Quem
sabia que Night Ranger poderia curar um ataque de pânico? Mas funcionou. Obrigada.”
dei uma grande respiração profunda.
Ele balançou a cabeça para mim, sorrindo também.
Em seguida, nossas cabeças viraram para o telefone, uma vez que começou a tocar.

***
Carson pegou o telefone. “Alô!”
Olhei para ele, com os olhos arregalados, assim que falou no receptor.
Depois de ouvir por um minuto, ele gemeu. “Tudo isso? Não existe alguma coisa que
possa ser feito para nos tirar daqui mais rápido?” ele escutou por mais um minuto. “Sim,
está bem. Nos mantenham atualizados, tudo bem?” em seguida, ele desligou.
“O que disseram?” perguntei.
“Bem, a boa notícia é que eles sabem que estamos aqui, sabem do problema e a ajuda
para consertar isso está a caminho. A má notícia é que vai demorar por umas duas horas.”
“Duas horas?” gani. Dei uma respiração profunda. “Duas horas?” falei mais calma.
“Temos que ficar aqui juntos por duas horas?”
“Temo que sim.” disse caminhando para a parede e deslizando-se para sentar no chão
com os pés apoiados no chão e os antebraços nos joelhos.
Olhei para ele por um minuto e, em seguida, caminhei para o meu lado do elevador.
Sentei-me no chão, dobrando os joelhos para o lado, olhando para ele e puxando meu
vestido para baixo sobre minhas pernas, até os tornozelos. Olhei de volta para Carson e
seus olhos vagaram dos meus pés para os meus olhos. Vi uma pequena carranca no rosto
logo antes de sua expressão ficar neutra e ele erguer as sobrancelhas, sorrindo
sugestivamente. “Há um monte de coisas para fazer em duas horas, Botão de Ouro.
Alguma ideia?”
E ele estava de volta. Carson Stinger, o Ator Masculino Heterossexual. Inclinei minha
cabeça para o lado, olhando para ele com os olhos apertados. “Por que você faz isso?”
perguntei.
Ele mordeu seu lábio inferior, parecendo entediado. “Faz o quê, exatamente?”
“Coloca esta máscara de... ‘sexo’ em seu rosto?”
Ele me olhou pensativo por um minuto. “Máscara? Uma máscara implicaria que
estou escondendo alguma coisa por baixo. O que seria exatamente?”
Olhei para o lado e encolhi os ombros. “O cara que acabou de se fazer um tolo louco
cantando “Sister Christian” para me ajudar a lidar com uma situação ruim?”
Ele riu. “Só fiz o que era necessário para que não morresse aqui. Se vou ficar preso
num elevador, melhor que não seja com um cadáver. Tenho tido muita merda, mas
necrofilia não é uma delas.”
Engasguei-me ao ouvi-lo. “Deus, você é realmente...” mordi o lábio por um minuto,
pensando. “Não, sabe o que mais? Não vou aceitar isso. Isso é um blefe, Carson Stinger.
Você não me engana.” estudei minhas unhas.
Ele riu, parecendo verdadeiramente divertido. “Bem, quem exatamente você pensa
que sou, Botão de Ouro? Você me conhece tão bem depois de estar comigo por...” ele
olhou para o relógio em seu pulso. “...uns 15 minutos?”
Suspirei. “Você está certo. Não sei nada sobre você. Só que isso é falso, isso é tudo.
Chame isso de palpite.”
Ele olhou para mim por um minuto, estreitando os olhos novamente e enrijeceu o
maxilar. Ele deslizou suas pernas longas e musculosas para baixo, e cruzou-as nos
tornozelos enquanto continuava a olhar para mim. “O que acho, é que você está caída por
mim. E está tentando me fazer um cara bom e sensível, coisa que eu não sou, de modo
que quando deslizar neste elevador e subir no meu colo, você será capaz de se justificar
em sua mente.”
Engasguei com minha própria risada e sentei de joelhos para encará-lo. “Seu idiota
arrogante! A única maneira que iria rastejar para qualquer lugar seu, seria se a minha
vida dependesse muito disso.” olhei para ele por um minuto e, em seguida, encostei de
volta em meus quadris. Apontei para ele. “Espere. Você fez isso comigo de novo. Veja, essa
é a máscara. Você me deixou com raiva, de modo que me faça esquecer o meu ponto. Que
é... você é um impostor.”
Ele riu. “Ainda sobre isso, Dr. Phil? Ok, então, o que aconteceu com você, Srta.
Princesa Perfeita? O que você está escondendo atrás desse cabelo puxado para trás com
tanta força que está prestes a sufocá-la e esta atitude de poderosa e magnânima?”
“Poderosa e magnânima?” zombei. “Difícil eu ser poderosa e magnânima. Estou longe
de ser perfeita.”
“Oh, não sei. Acho que isso é exatamente o que você é – perfeita. Por quê? Por que
precisa ser tão perfeita? O que tem te amarrado tão apertado que, logo que perde o
controle, você não pode nem mesmo respirar? O que está sob a sua máscara?”
Eu ri alto, a necessidade de mostrar a ele o quão ridículo era. “A minha máscara? Por
favor. Agora você está apenas inventando coisas para me distrair. O que você vê é o que
você tem aqui, Carson. Mal uso uma máscara. Agora você...”
Ele olhou para mim por um minuto, com os olhos tanto quanto pensativos e
cautelosos. “Tudo bem, Botão de Ouro. Tenho uma proposta para você. Gostaria de
brincar um pouquinho? Chama-se 'afundar um em troca de um segredo'. Não é como se
tivéssemos muito que fazer. Exceto se você estiver planejando montar no meu colo, que
está fora de cogitação.”
Eu gemi. “Nunca foi cogitado. Como exatamente funciona o jogo 'afundar um em
troca de um segredo'?”
Ele sentou-se. “Você tem alguma coisa em sua bolsa como um copo, uma tigela ou
algo assim?”
Ri e levantei uma sobrancelha. “Não. Isso não é exatamente o material que levo
comigo na minha bolsa.” abri minha bolsa grande e olhei para dentro. “Espera – serve a
tampa do meu spray de cabelo?” puxei-o para fora. Era de plástico e aproximadamente do
tamanho de um copinho. Segurei-a para Carson.
“Isso vai servir.” disse, pegando-a da minha mão. Ele estendeu a mão no bolso de trás
e tirou uma moeda de dez centavos e ergueu-a para mim. Então colocou a tampa do spray
de cabelo em um canto do elevador e seguiu, ficando no canto oposto. “As regras são, se
uma pessoa colocar a moeda na tampa, a outra tem que revelar um segredo sobre si
mesma. Sem mentira. Sem inventar qualquer coisa. Um genuíno e, verdadeiro segredo,
algo que nunca disse a ninguém antes.”
Cruzei os braços sobre o peito, mordendo o lábio. Olhei para tampa no canto, e
Carson no outro. “Isso é uma jogada impossível. A distância e o tamanho da tampa. Não
pode ser feito.”
Ele levantou uma sobrancelha. “Você está ou não no jogo?”
Exalei. “Tudo bem. Tanto faz. Vamos.”
Ele fez uma pausa. “Espere. Você concorda com as regras?”
“Sim, sim, um ‘acerto’ por um segredo. Estou dentro.” eu sabia que era impossível, e
por que não? Eu jogaria seu jogo.
Ele segurou a moeda para cima, alinhando a sua pontaria, movendo-se para a direita
um pouco, com um olhar de pura concentração em seu rosto quando jogou a moeda. E foi
direto para o copo e nem sequer saltou. Uma enterrada sólida. Que. Inferno?
Engoli em seco. “Você trapaceou! Isso não é mesmo possível!”
Carson riu. “Eu trapaceei? Como no inferno ira te enganar? De jeito nenhum. Não
tente sair dessa. Você me deve um segredo, Botão de Ouro. Vamos ouvi-lo.” ele se
inclinou com seu ombro contra a parede do elevador, cruzou os braços e inclinou o queixo
para baixo, olhando ansiosamente para mim.
Eu olhei para ele. “Quero dizer, não é tão fácil assim! Não tenho nenhum segredo.”
levantei os braços para cima e os deixei cair.
Ele ficou olhando para mim, sem dizer uma palavra ou expressão. “Diga-me por que é
tão perfeita, Botão de Ouro.”
Fiz um murmúrio desgostoso no fundo da minha garganta e cruzei os braços de novo,
olhando para longe dele. Pensei sobre o que estava me pedindo. Será que ele realmente
me vê desse jeito? Perfeita? Sentia-me o mais longe de perfeita que uma pessoa poderia
ser. Eu estava sempre tentando não balançar o barco... tentando ser o suficiente...
tentando compensar...
“Meu pai teve decepções suficientes em sua vida. Só estou tentando não decepcioná-
lo.” soltei.
Carson inclinou a cabeça, com os olhos cheios de... alguma coisa. Desviei o olhar. “De
qualquer forma, isso é tudo. Meu pai teve um tempo difícil. Só quero que tenha orgulho
de mim. Isso é tão estranho?”
“O que decepção seu pai teve?” perguntou.
Olhei para a parede por um minuto, e de repente, inexplicavelmente, querendo dizer o
que me veio em seguida. “Quando tinha onze anos, meu irmão mais novo morreu de
linfoma não-Hodgkin (LNH){5} . Ele era o único menino. Tenho duas irmãs.” olhei para as
minhas unhas, estudando-as. “Meu pai é um policial... daqueles bem reais. Acho que
minhas irmãs e eu sempre nos sentimos que talvez... que talvez...”
“Que talvez uma de vocês fosse dispensável porque já havia suficiente?” Carson
perguntou em voz baixa.
Meus olhos foram até os seus e o olhei por alguns segundos. Nunca tinha pensado
nisso nesses termos, mas... “Talvez. Sim.”
Ele balançou a cabeça, ainda olhando nos meus olhos. Em seguida, ele foi até a tampa
no canto, arrancou o centavo e ergueu-a para mim. “Sua vez.”

* * **

Carson
Minha garganta estava seca e senti uma coceira estranha apenas sob a minha pele
quando Grace me contou sobre seu irmão e seu pai. Realmente não parei e pensei sobre o
sentimento. Eu realmente nunca tinha dito sobre emoções com alguém que não fosse
minha avó. Mas ela faleceu quando tinha dezessete anos e, desde então, não penso nisso
muito. Inicialmente, tinha sugerido este jogo para colocar Grace longe do equilíbrio. Eu
poderia jogar uma moeda em um copo muito mais longe do que a distância que tínhamos
no elevador. Tinha horas e horas de prática. Era o que tinha feito para distrair minha
mente enquanto esperava minha mãe sair do set.
Mas então ela realmente tinha compartilhado comigo e assim mesmo, eu era o único
sem equilíbrio.
Entreguei-lhe a moeda de dez centavos e recuei quando ela olhou para mim e tomou
seu lugar no canto oposto da pequena tampa e alinhou seu arremesso fingido.
Estudei-a quando se concentrou. Porra, ela realmente era uma garota bonita. Sexy,
mas com uma beleza clássica que me fez querer olhar para a perfeição de suas feições. Ela
era magra, mas tinha curvas em todos os lugares certos. Exatamente o que eu gostava. Até
poderia dizer que seria tão bonita ao sair de um banho de manhã, sem um pingo de
maquiagem. Contorci na minha calça com a imagem. Merda, não precisava disso. Mordi
minha língua para distrair os pensamentos de Grace saindo de um banho, assim que ela
deixou a moeda voar. Minha cabeça virou para vê-la pousar com o tiro certeiro na tampa.
Eu ri alto quando ela gritou e jogou os braços no ar em uma pose da vitória. Espere,
merda, isso não foi engraçado. Apenas, o olhar de pura emoção em seu rosto me fez
querer pegá-la e abraçá-la. Até que lembrei que não abraço. Ninguém. Nunca.

Suspirei e tentei parecer tão entediado quanto possível. “Tudo bem. Que é que você quer
saber sobre mim?”
Ela inclinou a cabeça, estreitou os olhos e raspou os dentes acima de seu lábio
inferior cheio de uma forma que me fez morder minha própria língua novamente.
Ela caminhou de volta para o seu lado do elevador e escorregou para o chão, puxando
as pernas para cima e cobrindo-as com seu vestido de verão, como tinha feito antes.
Enquanto isso, esperei.
“Um segredo que você nunca disse a ninguém, certo?”
Eu balancei a cabeça.
“Tudo bem, por que você faz pornô?”
Eu ri. “A resposta a essa pergunta não é exatamente um segredo. É divertido e vale
muito a pena.”
Ela franziu as sobrancelhas delicadas e olhou para mim por um minuto. “Por que
você realmente faz pornô, Carson?” perguntou.
Eu ri. “Nem todo mundo que faz pornô teve alguma merda infantil ou um passado
sombrio. A indústria é muito diferente do que costumava ser. Há todos os tipos de
medidas de segurança...”
Ela continuou olhando para mim em silêncio.
Suspirei e escorreguei para o chão. Estava realmente considerando contar para esta
estranha? Esta Princesa? Fiquei olhando diretamente para a parede por um minuto ou
dois e, em seguida, quase contra a minha vontade, comecei a falar. “Minha mãe era uma
estrela pornô na década de oitenta. Pelo que sei, isso não acontece muitas vezes, mas
quando acontece, é necessário resolver rapidamente – ela ficou grávida. E decidiu não
abortar. Eu sou um bastardo de qualquer uma das centenas de paus contratados. Isso é
como um de conto de fadas, Botão de Ouro?”
Seus olhos se arregalaram e seus lábios formaram um O silêncio. Olhamos um para o
outro por um minuto, quietos. “Isso não explica por que você faz isso agora também.”
Eu ri. “Eu praticamente nasci para fazer isso, querida. Criado em luxúria e pecado.
Destinado a fazer o mesmo.”
“Não é sua culpa como você foi –” e porra, se esses grandes olhos azuis não estavam
cheios de pena. Senti algo dentro de mim apertar de uma forma que não gostei muito.
“Não, não é culpa sua que você tem uma linda boca, mas talvez se você rastejar por
aqui, nós dois podemos usar nossos ativos que Deus nos deu para fazer as próximas horas
passarem um pouco mais rápido.” levantei minhas sobrancelhas.
Ela olhou para mim com suas bochechas corando. “É por isso que você faz isso. Você
coloca essa máscara idiota de ‘sou puro sexo’ para esconder o fato de que você tem
vergonha de quem é.”
Eu ri alto. “Está é minha pequena Dra. Phil novamente. Diga-me, onde você
conseguiu o seu curso de psicologia clínica? Oh, entendi. Da Universidade da Besteira.
Diga-me isso, Botão de Ouro, você é tão boa em diagnosticar a si mesma? Percebe que
aquele perfeito show de Princesa que você atua é tudo uma tentativa de compensar o fato
de que acha que deveria ter sido você a morrer em vez de seu irmão? Mas adivinhe? Seu
irmão é quem morreu. Então toda essa porcaria de Princesa perfeita não vai mudar isso.”
Ela deu um suspiro alto com os olhos cheios de mágoa. Senti-me imediatamente uma
merda. “Seu bastardo!” sussurrou, levantando-se de joelhos e ‘andando’ sobre eles em
minha direção, a raiva substituindo quase que instantaneamente a dor que tinha visto
primeiro piscando em seus olhos.
Levantei-me de joelhos, também, o comentário bastardo fez meu peito apertar. Ela
tinha usado minha própria palavra contra mim e não gostei do jeito que me sentia.
“Puritana.” falei de volta.
“Galinha!”
“Oh, que criatividade, Rainha do Gelo!”
Nós nos encontramos no meio do elevador, ambos de joelhos, com o pescoço dobrado
para me olhar, a raiva gravada em suas feições. Sabia que a minha expressão dizia a
mesma coisa.
“Pedaço de merda!”
“Traidora.”
Ela cerrou os punhos para cima e ajeitou ambos os braços ao seu lado, fazendo, um
som gutural com raiva frustrada. Inclinei-me um pouco, desafiando-a a me bater.
E de repente nós estávamos nos beijando. Forte, beijando com raiva, com nossas
mãos em todos os lugares, apalpando e agarrando. E dane-se se ela não tinha gosto de sol
e tudo que era doce e fresco que este mundo tinha para oferecer.
Capítulo Três

Grace
Passamos nossas mãos um no corpo do outro, gemidos e respirações ofegantes e
estávamos praticamente enlouquecidos de raiva e luxúria. Ou era apenas raiva? Não, não,
raiva não me fazia sentir tão bem. Meu corpo estava em chamas, cada terminação nervosa
zunindo com a necessidade de ser tocada por Carson. Oh Deus, eu estava sendo tocada
por Carson Stinger, Ator Masculino Heterossexual! Não! Sim! Sim! Sim! Três sim e um
não. A maioria vence! Deus, ele tinha um gosto tão bom. Era mentolado e algo que era só
dele. Depois de uma pequena amostra, já estava desejando-o, varrendo a minha língua ao
redor de sua boca tentando obter o máximo que pudesse, desesperada com fome dele. Por
ele. Que parecia tão desesperado para me provar com sua língua se enroscando na minha,
e suas mãos agarraram minha bunda e me puxavam com força contra sua ereção. Oh
Deus, ele era grande. Realmente grande. E eu estava me esfregando nele como uma gata
louca no cio. Uma gata enlouquecida no calor que tinha começado devido a uma porção de
crack. Ou catnip{6 } ... ou qualquer coisa que chegasse ao nível de uma gata louca no cio.
Essa sou eu.
Miau!
De repente, percebi que Carson me puxava para cima para ficar de pé, e o segui por
vontade própria, uma vez que os nossos lábios nunca quebravam o contato. Ele nos
direcionou para trás, para a parede, e quando minhas costas bateram na superfície sólida,
apertou-se contra mim, com um rosnado vindo do peito. Ele me soltou e ouvi as duas
mãos baterem na lateral da parede de cada lado da minha cabeça enquanto me enjaulava.
Ele continuou trabalhando minha boca, lambendo e chupando a minha língua enquanto
se pressionava em mim novamente, gemendo mais uma vez. Os sons que estava fazendo e
a sensação da parede contra mim, me ancorando, limpava o nevoeiro da concupiscência{7 } ,
só um pouco. Oh meu Deus, era uma loucura. O que eu estava fazendo? Alguns minutos
antes, tínhamos brigado um com o outro – como isso aconteceu? Claro que era ótimo no
que estava fazendo com a sua boca e seu corpo, mas isso era porque ele era um
profissional! Oh, meu Deus! Ele é um profissional! Ele é bom nisso, porque faz isso
muito. Quando digo muito, é muito. Mais uma vez, o que diabos eu estava fazendo? Abri
os olhos e vendo seu rosto a milímetros do meu, seus olhos fechados e seus longos cílios
se espalhando ao longo do seu rosto, trouxe-me completamente de volta à realidade. Fiz
um som estrangulado na garganta e tirei minha boca da dele, virando a cabeça e
colocando as duas mãos contra seu tórax, empurrando-o para longe de mim. Ele deu um
passo para trás, olhando-me atordoado, e nós dois olhamos um ao outro, ofegantes.
“Merda, sinto muito.” ele finalmente disse.
“Pelo quê?” eu perguntei com raiva. “Os insultos ou o beijo?”
“Os insultos. Não pelo beijo.”
Eu pisquei. E dane-se, mesmo que eu ainda estivesse com raiva, mais ainda comigo
mesma agora, uma parte minha queria mergulhar de volta para a parte de beijar. Balancei
a cabeça ligeiramente, retirando o último nevoeiro. Nós estávamos em um elevador. E ele
é um astro pornô.
Nós apenas dissemos um ao outro um segredo, e, em seguida, nos jogamos
violentamente um no rosto do outro.
Dei uma pequena risada sem graça e olhei para o teto, respirando fundo. Olhei de
volta para Carson, que me observava, com um olhar de confusão em seu rosto. Ele
levantou uma sobrancelha. “O que é engraçado?”
Virei-me e sentei, batendo a parte de trás da minha cabeça contra a parede levemente.
Ele veio e sentou-se contra a parede do fundo do elevador, diretamente à minha direita,
levantando os joelhos e apoiando os antebraços sobre eles novamente.
Gemi. “Nós dois. Somos pessoas horríveis. Cada um compartilhou um segredo, e, em
seguida, usamos isso contra o outro no prazo de cinco minutos.” balancei a cabeça e olhei
para ele. “Sinto muito também.”
Ele respirou fundo e olhou para baixo por um minuto antes de trazer esses lindos
olhos castanhos de volta para mim. “Não, fui eu. Fiz as regras e, logo depois, ataquei você
em vez de jogar graciosamente. Fui um mau perdedor.” disse parecendo verdadeiramente
arrependido.
Apertei os lábios e inclinei a cabeça surpresa com sua resposta. Assenti ligeiramente.
“Este jogo teve altos riscos.” fiz uma pausa. “Que tal se apenas conversarmos um pouco?”
Um sorriso se espalhou pelo seu rosto, com a covinha aparecendo, a sua verdadeira
beleza momentaneamente me surpreendeu. Inclinei a cabeça. “Por que você não é
modelo, um ator ou algo assim? Você tem o look para isso.”
Ele riu. “Eu sei.”
Eu sorri. “Modesto também, não é?”
“Não preciso ser modesto. Não fiz nada para merecer esse rosto. Ele só é o que é.”
Soltei um suspiro. “Logo agora que estava meio que começando a gostar de você de
novo.”
“Será que gostar de mim traduz-se em mais beijos?” ele sorriu de novo, atirando-me
aquele sorriso devastador.
“Não. Agora me diga por que não vai ser modelo ao invés de... do que você está
fazendo.”
“Deixar as pessoas me enfeitarem e colocarem maquiagem em mim por horas e, em
seguida, posar na frente deles? Deus, isso soa mil vezes pior do que pornografia. Merda.”
“Pior do que pornografia? Então você não gosta de fazer?”
Ele olhou para mim por um minuto e pude ver as rodas girando, mas com o quê, eu
não sabia. Por fim, ele disse. “Na verdade, não, eu não gosto de fazer pornô.”
“Por quê?” perguntei em voz baixa.
“Porque gosto de transar da maneira que quero. Não gosto que me digam o que fazer
ou como me movimentar como uma peça de xadrez na cama. A melhor parte do sexo para
um homem é a perseguição. Não há nenhuma perseguição no pornô. E antes que você
fique brava, não estou tentando ganhar pontos com você com o que digo. Estou apenas
sendo honesto. Não acho agradável isso. Deveria ser mais...”
“Certo.” Interrompi. “Sexo é como pizza e tudo mais{8} .” Estudei-o por um minuto.
“Como você decidiu por isso?” perguntei por fim.
Ele suspirou. “Bem, como disse, eu meio que cresci no negócio. Minha mãe
costumava me levar com ela. Não que eu assistia. Ficava no camarim, mas sabia o que
estava fazendo lá fora e foda. Desculpe o trocadilho.” ele sorriu, mas eu não o fiz. Me senti
triste.
Ele olhou para mim por um minuto, seus olhos se estreitando rapidamente. Pensei
que não continuaria, mas então começou a falar de novo. “De qualquer forma, minha mãe
sempre teve um pouco de problema com drogas e quando tinha quatorze anos, ficou
muito pior. Fui morar com minha avó em Massachusetts até minha mãe ficar limpa, e
depois voltei para Los Angeles.”
“É de onde você é?”
“Sim. De Los Angeles.” ele ergueu as sobrancelhas, olhando para longe, pensativo por
um instante antes de continuar. “Quando fiz dezoito anos, vários produtores que conhecia
começaram a me convidar para fazer um filme. Eles disseram que chamaria uma grande
atenção. Filho de uma das maiores estrelas do pornô, agora fazendo filmes sozinho. Disse
não por um tempo. Não estava interessado. Quando minha avó morreu, ela me deixou um
pouco de dinheiro. Não era muito, mas o suficiente para viajar pela Europa por dois anos.
Quando voltei, trabalhei em alguns trabalhos braçais – fazendo nada, apenas me
divertindo. Finalmente, há seis meses, fui contactado por um desses mesmos produtores
que agora trabalhava para uma empresa que é de um núcleo um pouco mais 'soft’. Daí
pensei, por que não? Qual era a grande diferença entre isso e o que eu estava fazendo com
as mulheres que não conhecia nos fins de semana?”
Vacilei. Tudo parecia tão... vazio. Quando o olhei, ele tinha a cabeça apoiada na parte
de trás do elevador e estava me estudando. “Você é virgem, Botão de Ouro?”
Eu ri. Estava prestes a dizer-lhe que não era da sua conta, mas percebi que ele tinha
acabado de me oferecer detalhes íntimos de sua vida. Seria como lhe bater na cara agora.
Na verdade, não era da conta dele. Mas o que tinha acabado de compartilhar comigo não
era da minha conta também, e ainda assim tinha me dito de qualquer maneira. Parei de
rir e suspirei. “Não. Estive apenas com uma pessoa. Meu namorado da faculdade. Estou
pensando em estar com mais um antes de me casar.”
“Você planeja estar com mais um antes... bem, o quê?”
“Bem, espere, faz sentido e vou te dizer o porquê. Ainda tenho que terminar a
faculdade de direito. E então preciso ser contratada por um ótimo escritório de advocacia
e trabalhar por pelo menos um ano. Assim, não planejo me casar até que tenha vinte e
oito anos e sei que ninguém quer se casar com uma virgem de 28 anos. Por que daí, ele
vai se perguntar o que há de errado comigo. Então penso que deveria ficar com dois
homens antes de conhecer o meu marido. Um para tirar minha virgindade, feito, e alguém
para me ensinar o suficiente para ser uma boa esposa na cama.” eu sorri, impressionada
com o meu próprio raciocínio.
Ele olhou para mim por um instante e depois caiu na gargalhada. “Merda, conseguiu
ser ainda menos romântica do que a minha história. E isso é um grande feito.”
Eu fiz uma careta. “O que tem de não romântico nisso? Estou arrumando as coisas
perfeitamente para o homem com quem vou passar a eternidade. Já estou pensando nele
e ainda nem nos conhecemos.”
“E o pobre coitado que você escolher para ser o parceiro sexual número dois?
Destinado a ser chutado para o meio-fio antes mesmo de conhecê-lo.”
Eu zombei. “Por favor. Como se caras não ficassem bem com alguns meses de sexo
antes de serem liberados para a próxima?”
Ele sorriu. “Bem, é verdade. Ainda assim, o que acontece se acabar se apaixonando
por ele? O que acontece com o seu plano?”
“Me apaixonar por ele? Bem, não. Isso não vai acontecer, porque não faz parte do
meu plano. Certamente vai ter que ter uma atração, mas...”
“Eu poderia ser o candidato perfeito, Botão de Ouro.” ele levantou uma sobrancelha e
depois atirou para mim aquele sorriso devastador.
Sorri. “Você?” balancei minha cabeça. “Isso é impossível, Carson. Primeiro de tudo,
nós nem sequer vivemos na mesma cidade. E escute, como vou dizer ao meu futuro
marido que fiquei com um astro pornô? Sem ofensa. Sério. Mas isso...”
“Por que você tem que lhe dizer todos os detalhes? Os homens não querem detalhes
sobre a experiência sexual passada de suas mulheres.”
“Não acho. Mas ainda... espere! Estamos discutindo seriamente isto? Esse cara ainda
está a anos de distância no plano. Não posso esquecer tudo o que me ensinaram antes de
conhecer o Número Um. Desculpe. O tempo não está funcionando.” sorri para ele.
Imaginei que estava brincando comigo de qualquer maneira. Mas era verdade.
“Então você não planeja ter mais nenhum sexo pelos próximos, o quê? Quatro anos
mais ou menos? Quantos anos você tem?”
“Vinte e três. Então, sim, cerca de quatro anos de distância no plano.” inclinei a
cabeça e sorri.
“Você vai esperar quatro anos para ter sexo outra vez por causa de algum plano
idiota?”
“Não é um plano idiota! Sempre pensei assim. Me mantém focada.” fiz uma careta.
Agora que tinha explicado todo o meu plano em voz alta, ele estava começando a soar
menos racional do que sempre pareceu em minha mente. “De qualquer forma.”
Continuei. “Isso vai me ajudar a alcançar meus sonhos.”
Ele levantou uma sobrancelha. “Seus sonhos? Você tem certeza disso?”
Bufei. “Agora quem está fingindo ser o Dr. Phil?”
Ele ficou me olhando. “Tudo bem, é justo. Vamos voltar para o sexo, então. Você está
planejando propositalmente ficar em um período de seca de quatro anos? Será que você
não gostou da sua primeira vez?”
Senti meu rosto esquentar enquanto olhava para baixo. “Claro, que foi bom.”
“Foi bom? Oh oh. Qualquer homem que recebe um 'bom' de uma mulher em
qualquer tópico está em sérios apuros.”
Tomei uma respiração profunda. “Ouça. Foi bom, ok? Não espetacular. Não terrível.
Foi bom.” encolhi os ombros.
Ele me estudou por um minuto. “Então ele não fez você gozar, Botão de Ouro?”
“Jesus, não posso acreditar que estamos discutindo isso. Não, não me fez gozar, ok?
Pelo que sei, não consigo gozar com outra pessoa no quarto. Certo? Por que não me dá
seu e-mail e vou avisá-lo daqui quatro anos se as coisas mudaram!” bati a minha cabeça
na parede do elevador atrás de mim. Me senti envergonhada por essa linha de conversa,
especialmente considerando o que estava falando. Na verdade, estava me sentindo meio
nua de certa maneira. E ele estava me fazendo questionar coisas que nunca questionava.
Como isso tinha acontecido exatamente? Com esta pessoa? Comecei a rir e balançando a
cabeça.
“O quê?” ele perguntou.
Eu gemi. “Não sei. Toda esta situação é apenas... engraçada.”
Ele balançou a cabeça como se soubesse exatamente o eu que quis dizer. “Sim, acho
que é. Mesmo assim, porém, a minha oferta está de pé. Poderíamos fazer um fim de
semana, pelo menos. Acho que seu futuro marido pode ficar realmente feliz se disser sim
para mim.” ele piscou.
Estudei-o. “Você está falando sério, não é? Por quê? O que há nisso que você queira
exatamente?”
Ele apenas levantou as sobrancelhas, mantendo-se em silêncio.
Eu ri baixinho. “Quer dizer, você não consegue sexo aleatório o suficiente?”
“Ouça, considere um desafio para mim, ok? Acho que poderia dar-lhe algo que
ninguém fez antes e isso é um inferno de um tesão para mim. Veja, nós dois
conseguiremos algo e, logo depois nos afastamos como Botão de Ouro e o Bobão Número
Dois.”
Abri minha boca para responder e fui interrompida pelo toque estridente do telefone
elevador. Salvo pelo gongo mais uma vez.

***

Carson
O telefone tocou uma segunda vez e percebi que estava segurando a respiração
esperando por sua resposta. Estava mentindo para ela sobre a razão em pedir a ela para
ser o Bobão Número Dois. Não porque sabia que poderia fazê-la gozar. Tinha certeza que
seria bem sucedido nisso. E isso era uma excitação. A ideia de ver seu rosto banhado de
prazer tinha inchado no meu jeans. Mas a verdadeira razão pela qual estava segurando a
minha respiração por sua resposta foi porque eu não quis nada há um longo tempo, mais
do que conseguia me lembrar, e eu a queria. Não apenas seu corpo, mas ela. Queria ver a
sua reação ao meu toque. Queria ouvir alguma merda mais engraçada saindo de sua boca
bonita. Queria ouvi-la tentar justificar seu plano estúpido. Eu gostava dela. E porra, fazia
tempo que não gostava de uma mulher. Senti-me bem querendo algo assim. E que chocou
o inferno fora de mim. Não poderia tê-la em qualquer sentido real, e não é como se
quisesse de qualquer maneira. Mas um dia ou dois com Grace Hamilton em um quarto de
hotel? Sim, eu queria isso. Queria muito isso.
Me levantei e peguei o telefone. “Alô?”
“Ei, é Rich da manutenção, só queria atualizá-lo e me certificar de que estão bem. A
peça que estávamos esperando chegou e agora só precisa ser instalada. Não deve demorar
mais que uma hora.”
“Tudo bem, cara. Sim, estamos bem. Obrigado pela atualização.” desliguei e virei-me
para Grace.
“Parece que você vai ficar presa comigo por pelo menos mais uma hora.”
“Pelo menos?”
“Sim, pelo menos. Ainda mais se concordar em passar o fim de semana comigo.”
esperava que não entendesse que isso significava alguma coisa para mim. Se ela me
esnobasse, iria doer.
Seus olhos se arregalaram e sua boca ficou ligeiramente aberta, como se fosse
responder, mas depois fechou de novo, parecendo confusa. Foi quando meu estômago
roncou. Bem alto.
Grace sorriu e inclinou a cabeça. “Com fome?” antes que pudesse responder, ela
pegou sua bolsa e procurou algo lá dentro por alguns segundos, tirando uma barrinha de
granola. “Seu jantar, senhor? Espere. Acho que tenho algo aqui para acompanhar.” ela
procurou mais um segundo e, em seguida, tirou uma garrafa de água.”
Sentei-me no chão ao lado dela. “Você é uma deusa. Passe para cá.” tinha acabado de
perceber que não tinha almoçado e já era quase a hora do jantar. Estava morrendo de
fome. Ela me entregou a barra de granola, e a abri com os dentes e, em seguida, quebrei a
barra ao meio e lhe entreguei uma parte. Mas balançou a cabeça.
“Pode ficar. Não estou realmente com fome. Além disso, você é um menino que está
em fase de crescimento.” ela piscou para mim.
“Só quando eu olho para você, baby.” pisquei de volta e ela riu, me batendo de leve no
ombro. Peguei a barra de granola de volta e quando ela me entregou a água depois de
tomar um grande gole sozinha, tomei também.
“É melhor terminar a água nesta garrafa. Se a natureza chama, é ela que vamos ter
que usar.”
Ela riu. “Eu acho que vou ficar bem por uma hora. Parei no banheiro feminino logo
depois que sai do bar.”
Eu balancei a cabeça. “Eu acho que vou durar muito.”
Depois de um minuto, disse: “Ok, um outro jogo – esse é chamado de Responda
Rápido seus Favoritos. Faço uma pergunta e você responde com a primeira coisa que vem
à mente. Então você faz o mesmo para mim.”
Ela me olhou com desconfiança. “Este é mais um jogo de truque que vai nos fazer
beijar no meio do elevador de novo?”
“Deus, espero que sim.” eu ri. “Mas, não, apenas por diversão para passar o tempo.
Está preparada?”
Ela assentiu com a cabeça. “Tudo bem.”
“Ok filme. Favorito.”
“Titanic.”
“Não. Escolha de novo.”
Ela engasgou com uma risada. “Não? Hum, achava que eram minhas respostas.”
“E são, mas não posso deixar você escolher um filme lixo como Titanic sem intervir.”
Ela virou-se totalmente para mim. “Como assim, Titanic é um lixo? É uma história de
amor épica! É lindo! Que problema você tem com Titanic?”
Suspirei. “Grace, havia muito espaço naquela porta flutuante no final do filme. Você
vai me dizer que não ficou chateada depois que eles passaram por tudo o que fizeram para
sobreviver e, em seguida, não poderiam se esforçar mais um pouco para ambos ficarem
naquele pedaço de madeira, um pedaço de madeira que era muito grande para os dois, se
tivessem apenas tentado um pouco mais?”
Ela soltou uma gargalhada. “Espere, isso é brilhante. Você realmente não gostou de
Titanic, porque não é romântico o suficiente para você. Isso é doce.” ela bateu os cílios
para mim.
Minhas sobrancelhas estalaram para baixo. “Não, acredito que não foi isso o que eu
disse. O que disse foi que gosto de algum realismo em meus filmes. Isso foi um desvio
porque o escritor pensou que Jack Dawson deveria ir para o fundo do oceano.”
Ela começou a rir de novo.
“Já acabou?”
Ela fez uma tentativa pobre para limpar o sorriso do rosto. “Sim. Próxima pergunta.”
“Cor favorita.”
“Azul Piscina.”
Fiz uma careta e olhei para o lado, e depois de volta para ela. “Vou deixar passar.
Estação do ano favorita.”
“Outono.”
“Sobremesa favorita.”
“Crème brûlée.”
“Posição sexual favorita.”
Ela fez uma pausa e um tom cor-de-rosa subiu por suas bochechas. “Hum,
missionário?”
Olhei para ela por um minuto. “Então, não só o namorado da faculdade não te fez
gozar, mas não tentou quaisquer outras posições com você? Que tipo de idiota você
ficou?”
“Pare! Ele era um cara legal. Muito, hum, doce e uh, atencioso.”
Eu bufei. “Aposto. Ok, você está me deprimindo. Sua vez.”
“Você é um idiota.” mas ela disse isso com um pequeno sorriso no rosto. “Filme
favorito.”
“Clube da Luta.”
“Nunca vi.”
“Você nunca viu Clube da Luta? Isso é um crime.”
Ela riu suavemente. “Cor favorita.”
“Azul”.
“Que tipo de azul?”
“Só a porra do azul.”
“Isso não é um tom.”
“Sim, é.”
Ela riu. “Tudo bem. Estação do ano favorita”.
“Outono.”
“Nós temos algo em comum! É um milagre!”
Eu ri. “Quem teria imaginado?”
“Não eu. Sobremesa favorita.”
“Banana caramelada – minha avó costumava fazer pra mim.”
Ela sorriu e olhou para a frente. “Bem, isso foi divertido.”
“Espere, você não me perguntou o último.”
“Não, não perguntei. E não quero saber. Realmente. Tenho certeza de que é algo que
nunca ouvi falar de antes. Você pode manter para si mesmo.”
Eu ri. “Covarde.”
Ela sorriu para mim e fui tirado momentaneamente do equilíbrio com a beleza do seu
sorriso. Amei seus dentes. Amei toda a sua boca. Queria prová-la novamente. Estiquei as
pernas. Minha calça de repente ficou um pouco apertada demais.
Nós dois ficamos em silêncio por um minuto. Estava pensando em como as coisas
pareciam alternar entre Grace e eu. Havia quase um... nível de conforto entre nós
enquanto nos sentamos lá ouvindo em silêncio a música do elevador e bebendo sua
garrafa de água. Eu também estava pensando em como tinha dito a ela coisas sobre a
minha história que nunca tinha contado a ninguém antes. Havia pessoas que sabiam por
que estiveram lá. Mas nunca compartilhei de boa vontade o meu passado com alguém que
já não soubesse. Mas o fato é que nenhuma outra mulher jamais me pediu para falar. E
talvez fosse tão simples assim. Não conseguia lembrar alguma outra que quisesse sair
comigo em virtude das minhas cintilantes habilidades de conversação. Talvez tenha sido
isso porque não tinha ninguém. Ou talvez fosse porque nunca ninguém tinha se
interessado em saber o que fiz ou não o fiz.
Nós dois estávamos sentados juntos, confortáveis e à vontade, mas definitivamente
não tinha começado dessa maneira.
“Diga-me por que você teve um ataque de pânico quando percebeu que estávamos
presos, Grace.” eu disse suavemente olhando para ela.
Seus olhos voaram para mim. Ela tomou outro gole de água, claramente protelando e
decidindo se ia me responder. Depois de um minuto, disse em voz baixa: “Meu irmão foi
diagnosticado quando tinha oito anos. Eu era um ano mais velha. Ele lutou por dois anos,
mas quando os médicos finalmente disseram aos meus pais que era terminal, minha mãe
meio que desistiu, e meu pai assumiu o encargo de planejar seu funeral sem ela. Ela era
literalmente emocionalmente incapaz.” parou por um longo tempo e me perguntei se
continuaria, mas finalmente o fez. “Meu pai teve que nos levar para a casa funerária com
ele algumas vezes porque minha mãe não podia nem nos ver. Uma vez, minhas irmãs e eu
nos afastamos enquanto meu pai estava conversando com o diretor da agência funerária,
e nem me lembro por que, mas escalei para um dos caixões, enquanto minhas irmãs
estavam olhando outra coisa. Fechei a tampa que se trancou e não consegui abri-lo. Entrei
em pânico e comecei a hiperventilar. Ficava pensando que algo estava tocando minha
perna, um vampiro ou mortos-vivos.” ela deu uma pequena risada, sacudindo a cabeça.
Mas seu rosto ficou sério muito rapidamente. “Mas o lugar estava tão tranquilo, que
fiquei com medo de gritar e fazer barulho para que alguém tivesse notado para abri-lo
para mim. Não queria embaraçar meu pai. Ele já estava mal aguentando... E então fiquei
lá até que alguém finalmente o abriu, procurando por mim.”
“Deus, Grace. Isso deve ter sido aterrorizante.” eu disse calmamente.
Ela olhou para mim. “Honestamente, não tinha pensado nisso há anos. Mas, não sei,
o pensamento de estar presa em um pequeno espaço... Acho que isso só desencadeou o
mesmo sentimento.”
“Faz sentido.” estudei seu rosto bonito e sério por um minuto e, em seguida, sorri.
“Além disso, desta vez você teve um pouco de horror adicionado por saber que com
certeza estava presa com um vampiro demoníaco.” eu ampliei meus olhos e fiz o minha
melhor careta de assassino enlouquecido.
Ela começou a rir e sorri para ela, feliz por ver que a dor evidente em seu olhar tinha
se afastado de sua expressão.
Depois de um minuto, ela ergueu as sobrancelhas. “Acredito que você tem outro
segredo de mim, sem ter que acertar o copinho.”
Eu sorri. “É verdade. Ok, justo é justo – você ganhou um brinde agora também.”
“Por que você me chama de Botão de Ouro?” perguntou ela.
Virei a cabeça e quando ela se virou para me olhar, nossos rostos estavam a poucos
centímetros de distância.
Dei de ombros, olhando em seus olhos. Eu tinha dito a ela um monte de coisas
pessoais sobre mim, mas por alguma razão, senti que precisava segurar isso agora. “Talvez
seja por causa do seu cabelo.” eu disse, olhando para sua loirice. “Você vai soltá-lo para
mim?”
“O meu cabelo?” sussurrou. “Você quer que eu o solte para você?”
Balancei a cabeça. “Sim.”
Ela hesitou por um minuto, mas, em seguida, sua mão deslizou até a parte de trás de
sua cabeça, e antes que eu percebesse, uma massa de luz do sol macia caiu em cascata
sobre os ombros.
“Jesus, Botão de Ouro. Você é como um anjo.” peguei uma mecha entre meus dedos.
Era tão suave como parecia ser.
Ela sorriu. “Eu...” sua voz sumiu quando me inclinei em sua direção. Seus olhos se
arregalaram, mas não se afastou, e assim que nossos lábios estavam prestes a se tocarem,
o elevador sacudiu e começou a subir. Nós nos afastamos um do outro, ofegantes pela
surpresa. Estava consertado. Estávamos prestes a sermos postos em liberdade. E a única
coisa que conseguia sentir era decepção.
Capítulo Quatro

Grace
O abalo do elevador me trouxe de volta à realidade e percebi que estávamos prestes a
sermos postos em liberdade. O “Graças a Deus!” explodiu em mim assim que me levantei,
peguei minha bolsa e fiquei de frente às portas, pronta para saltar no momento em que se
abrissem. Olhei para Carson que ainda estava sentado no chão, imóvel, olhando para mim
com uma pequena carranca no rosto.
“Ei.” Falei. “Não ficou tempo suficiente aqui? Está pensando em ficar?” inclinei a
cabeça e sorri.
Ele suspirou e começou a se levantar, assim que as portas se abriram. Passei por elas,
respirando profundamente. “Ah ar fresco!” exclamei. Um homem em um terno azul
escuro veio em minha direção imediatamente. “Você está bem? Pedimos desculpas pelo
inconveniente que nosso elevador avariado causou. Se vier comigo a recepção, gostaria de
garantir a cortesia{9 } do seu quarto para o fim de semana.”
“Oh, hum, tudo bem. Mas, um quarto de cortesia? Tudo bem...” disse a ele que pegou
meu cotovelo e me levou embora. Olhei para trás e outro homem em um terno estava
conversando com Carson, provavelmente pedindo desculpas também e oferecendo-lhe
um quarto de cortesia. Possivelmente o encontraria na recepção do hotel.
O homem, o Sr. Savard, levou-me ao balcão de check-in, e levou apenas alguns
minutos para encontrar a minha reserva e modificá-la no computador. Ele também me
deu um certificado de presente do Picasso, um restaurante dentro do hotel. Novamente se
desculpou, e o assegurei que estávamos bem e que não tinha sido tão ruim assim. Nós.
Agora, onde estava a outra metade de nós? Parei e olhei em volta. Ele estava longe de ser
visto da recepção do hotel. Olhei ao redor da área do lobby e não o vi lá. Será que ele
recusou o quarto gratuito? Se for assim, por que ele simplesmente foi embora sem sequer
dizer adeus?
Meu coração acelerou. Pediu-me para passar o fim de semana com ele e não tinha lhe
respondido. Não sabia o que dizer. Quero dizer, era loucura.
Acabei gostando dele, inacreditavelmente, mas sim. Levaria isso comigo e pensaria no
último par de horas como uma boa lição sobre o porquê de não julgar um livro pela capa.
Balancei a cabeça ligeiramente e voltei para os elevadores.
Mordi a unha do meu polegar até que as portas do elevador se fecharam e subi para o
meu andar. Quando as portas se abriram, caminhei para fora rapidamente e soltei um
grande suspiro.
Entrei no meu quarto e cai na cama, deitando de costas e olhando para o teto. Quer
dizer, seria insano considerar passar o fim de semana com Carson, certo? Estava muito
além da vida arrumadinha que eu tinha, e o próprio pensamento disso era ridículo... não
era? Fiquei ali olhando para cima, sem ver, e debatendo comigo mesma. Estava pensando
num fim de semana com Carson? Será que queria isso? Pensei mais um pouco por alguns
minutos, imaginando seu rosto sorridente. Ok, sim, eu queria. Olha aí, falei. Eu gostava
dele, já tinha admitido isso. Eu gostava de Carson Stinger, o Ator Masculino
Heterossexual. Que loucura. Totalmente Lelé. Da cuca. Mas, só porque queria algo, não
significa que deveria fazer isso. Fiquei deitada franzindo a testa. Seria apenas um fim de
semana, no entanto. Quantas garotas de 23 anos de idade conhecem caras bonitos e
passam um ótimo fim de semana com eles e, em seguida, seguem em frente com a sua
vida? Estando naquele ramo de trabalho, era muito mais que perfeito – não era como se
pudéssemos ir a algum lugar depois desse fim de semana em Las Vegas. Ele sabia disso e
eu também. Talvez estivesse certo, talvez estivesse dentro dos parâmetros do meu ‘plano’.
Por que não poderia ele ser o Cara Número Dois? Por que não? Não poderia ser louca e
ser ultrajante apenas uma vez na minha vida? Só uma vez?
Enquanto estava lá debatendo, imaginei o anjo e o diabo proverbiais sussurrando em
cada um dos ouvidos. Como isso tinha acontecido exatamente? Nunca cedi à tentação, e
aqui estava eu fortemente inclinada a passar alguns dias com Carson Stinger em seu
quarto de hotel de Las Vegas deixando-o me ensinar as coisas? Levei uma mão para a
boca, sufocando uma risada chocada. Nem me conhecia mais. Duas horas em um elevador
com ele e nem sabia quem eu era. Por que esse pensamento não me assustou tanto?
Sentei-me. Por que estava sentada aqui com os nervos excitados por todo o meu corpo
então?
Em seguida, outro pensamento me ocorreu. Talvez ele tivesse mudado de ideia.
Talvez seja por isso que desapareceu tão rapidamente. Suspirei, me jogando de volta na
minha cama. Talvez tudo isso fosse um ponto discutível. Não tinha ideia de qual era o
número do quarto dele e tinha certeza que não dariam essa informação na recepção do
hotel. Deixei escapar um grande suspiro. Talvez devesse tentar. E se não o encontrasse só
teria que me resignar ao longo fim de semana de longos seminários jurídicos a minha
frente, assim como havia planejado.
***

Carson
Fechei a porta do meu quarto no hotel e cai na cama de barriga pra cima e levando
minhas mãos para esfregar o rosto. Merda. Vê-la de pé tinha fodido tudo. Mas ela nunca
tinha dito que ficaria comigo, e o fato de ter ficado malditamente animada para sair do
elevador, eu já sabia que a resposta seria não. Também não tinha se virado para dizer
adeus. Eu não deixaria isso ficar mais desconfortável para ela e não ia implorar. Mulheres
que imploravam para mim, e não o contrário. Fim da história.
Ainda assim, pensei que estávamos conectados de uma maneira que nunca me liguei
com as mulheres. Especialmente mulheres que achava atraentes. Deus, eu era um idiota
de merda – sentiu uma conexão, Carson. Mas ela não. E desta vez, a porra do golpe foi
duplo, ela nem sequer quis desfrutar dos meus melhores atrativos. Nem isso.
E olha que havia muitos. Não iria mentir como uma menina apaixonada que escreve
no diário com a uma caneta rosa e brilhosa toda a noite.
Fiquei deitado na cama por mais algum tempo antes de me levantar, tirar a roupa e ir
para o chuveiro. Assim que sai, pensei ter ouvido uma pequena batida na porta do quarto.
Parei e fiquei ouvindo, mas não escutei nada. Sequei-me e coloquei uma toalha ao redor
dos meus quadris, e quando estava saindo para pegar algumas roupas, ouvi um barulho
soar do lado de fora da minha porta. Fui até lá e a abri. Grace Hamilton estava se
afastando. Ela saltou de susto e deixou escapar um pequeno grito quando a porta bateu
contra a parede. Não consegui segurar o enorme sorriso que assumiu meu rosto.
Rapidamente fiquei sério, mas inclinei meu quadril com a toalha no batente da porta,
cruzando os braços e levantando uma sobrancelha. Ela teria que me dizer que quer isso.
Ela respirou fundo e pude ver que estava lutando contra si mesma. Fiquei quieto.
Finalmente, depois de cerca do que pareceu um milhão de anos, ela exalou e colocou tudo
para fora em um só fôlego: “Você perguntou se eu queria passar um fim de semana com
você.” não reagi, apenas continuei a observá-la. Ela mordeu o lábio, parecendo incerta.
“Sim.” Ela finalmente disse: “A minha resposta é sim.”
Sorri, sentindo algo por dentro. “Isso é tudo o que eu precisava ouvir, Botão de Ouro.”
segurei a porta aberta para deixá-la entrar.
***

Grace
Meu coração abrandou quando ele abriu a porta e fez um gesto para eu entrar no
quarto do hotel que parecia praticamente igual ao meu. Estava tremendo quando bati em
sua porta, mas quando não respondeu, a decepção que me encheu foi mais forte do que o
nervosismo. Estava me afastando de sua porta e brigava com a minha bolsa para
encontrar um papel e uma caneta, sem nem mesmo saber o que ia escrever, no entanto,
quando ele abriu a porta e ficou ali em nada mais do que uma toalha em volta dos seus
quadris estreitos. Engoli em seco para não começar a babar por todo o tapete do corredor.
Ele era magro, mas tinha os músculos definidos e sua pele era suave e dourada. Ficou lá
completamente confortável na sua pele. E por que não deveria? Estava acostumado a tirar
a roupa para outros olhos. Empurrei esse pensamento de lado, e disse-lhe o porquê de
estar lá. O olhar de felicidade que se espalhou em seu rosto me fez relaxar um pouco.
Entrei e me sentei na cama, meu nervosismo começando de novo quando entendi o
que estava fazendo. Olhei em volta e percebi que estava com meu joelho tremendo. Cruzei
as pernas e olhei para Carson, sem saber o que fazer. Qual era o protocolo aqui? Ele
estava me observando, com uma expressão divertida no rosto. “Vou me vestir. Já volto.”
“Ok.” eu disse confusa. Não era o ponto tirar nossas roupas? Deus, me sentia como
uma vadia. Engoli em seco e pensei antes de enlouquecer. O que diabos estava fazendo?
Talvez eu realmente não tivesse pensado nisso. Tinha soado como uma ideia decente no
meu quarto, mas agora a realidade me deixava nervosa e em frangalhos.
Carson saiu de repente do banheiro vestindo um jeans desgastado e uma camisa do
Boston Red Sox. “A equipe da sua avó?” perguntei apontando para sua camisa.
Ele olhou para baixo e, em seguida, olhou para mim, surpreso. “Sim. Você lembrou.”
“Você me disse que sua avó era de Massachusetts uma hora atrás, Carson.” levantei
uma sobrancelha.
Ele riu, mas depois ficou pensativo quando começou a calçar as meias. “Sim.”
Ficamos os dois em silêncio enquanto ele colocava seus sapatos.
“Então, como você conseguiu o número do meu quarto?” perguntou ele.
Eu ri baixinho. “Voltei para a recepção e criei uma história de amor do encontro
romântico no elevador para o Sr. Savard. Disse-lhe que tinha perdido você na confusão e
precisava te dizer que não poderia viver sem você. Acontece que ele é um romântico que
estava disposto a quebrar as regras.” sorri.
Ele sorriu de volta. “Eu vou ficar para sempre em dívida com o Sr. Savard.”
Ele se levantou. “Pronta?” perguntou, estendendo a mão para mim.
“Para onde vamos?”
“Vamos passar no seu quarto para que possa trocar de roupa e, em seguida, vou te
levar para jantar.”
“Oh. Hum, tudo bem.”
“Você está com fome, certo?”
Eu pensei sobre isso. Não, sinto que eu vou vomitar. “Sim, eu estou com fome.”
“Ok, então, vamos lá.” ele sorriu para mim.
Peguei sua mão e me levantei, e, em seguida, segui-o para fora de seu quarto.
Entramos no elevador e assim que começou a descida, nós dois nos entreolhamos e
sorrimos. “Seria como ser atingido por um raio, certo?” perguntei um pouco nervosa.
Ele sorriu de novo quando o elevador parou no meu andar. “Com certeza.”
Entramos no corredor, e quando chegamos ao meu quarto e peguei meu cartão, ele
veio atrás de mim e colocou as mãos na porta ao lado de cada lado da minha cabeça.
Fiquei parada, com o cartão-chave ainda a centímetros da fechadura eletrônica. Minha
respiração prendeu na minha garganta enquanto seu cheiro limpo de sabão e Carson me
cercaram, um delicioso e não identificável cheiro que eu queria me esfregar como uma
gata no cio novamente. Fechei os olhos, assim que senti sua respiração em meu ouvido.
Ele me acariciou com o nariz e os lábios por um segundo antes de sussurrar: “Estou feliz
que você disse que sim.”
Deus, estava tão excitada que tremia, um pulsar constante vindo do meu sexo.
Balancei a cabeça bruscamente e quase fiz o cartão entrar na fechadura. Precisava de um
banho de água fria se fosse sair para jantar. Nunca tinha sentido esse nível de luxúria,
nunca e não sabia se gostava ou não. Deixava-me fora de controle, entorpecida,
desesperada. O sentimento era assustador, desconhecido. Não sabia o que fazer.
Peguei algumas roupas e olhei para Carson, assim que fui para o banheiro, e ele
parecia relaxado, calmo e sereno. Tinha caído de costas na cama e estava zapeando os
canais da televisão. Enquanto isso, eu estava prestes a pegar fogo depois de algumas
palavras sussurradas. Assim que estava prestes a fechar a porta, virei e voltei para o lado
de fora. Carson olhou para mim interrogativamente. Limpei minha garganta, com minha
mente correndo. Devo parar com isso agora? Abri a boca e depois fechei de novo. “Te vejo
em poucos minutos.” eu finalmente disse.
Ele parecia divertido. “Leve o tempo que precisar.”
Balancei a cabeça e fechei a porta atrás de mim. Já era oito e meia e nós dois
estávamos com fome, por isso o banho foi rápido, assim como quando sequei o cabelo.
Lembrei-me de Carson me pedindo para soltá-lo no elevador e assim, ao invés de prendê-
lo como costumava fazer, coloquei um pouco de mousse nele e o deixei parcialmente
seco. Ele ficou com longos cachos. Secaria totalmente a caminho do restaurante.
Coloquei um pouco de maquiagem e borrifei um pouco de perfume. Tomando uma
sugestão do que Carson estava usando, tirei um shorts cinza escuro e uma túnica folgada
preta. Era casual, mas ainda me sentia como se estivesse pronta para um encontro. Fiz
uma pausa. Era realmente um encontro? Ou apenas um jantar de pré- sexo entre
estranhos práticos? Meus hormônios tinham se acalmado sob o jato frio do chuveiro, mas
agora estava me sentindo nervosa novamente. Talvez só precisasse parar de tentar definir
as coisas e seguir adiante. Deus, eu era tão ruim nisso. Ansiava por estruturas, definições
e controle. E aqui estava eu jogando tudo isso para o vento. Por sexo. Com um astro
pornô. Coloquei minhas mãos sobre minha boca para abafar uma histérica gargalhada
assim que vi meus próprios olhos grandes e azuis no espelho na minha frente. Como é
que ia me sentir depois que tudo isso fosse dito e feito? Realmente seria capaz de julgar
isso como uma brincadeira de fim de semana e facilmente deixaria para trás? Quer dizer,
tecnicamente, era o meu plano. Apenas isso não era em qualquer lugar próximo do que
imaginei. Seria capaz disso? A minha decisão no quarto tinha sido muito rápida. Precisava
de tempo para fazer uma lista de prós e contras. Eu precisava de alguns minutos para -
Alguém bateu na porta do banheiro. “Você está aí falando consigo mesma para
desistir, Botão de Ouro?” perguntou Carson. Podia ouvir o sorriso em sua voz.
Abri a porta do banheiro e me deparei com o rosto bonito de Carson olhando de volta
para mim. Ele estava sorrindo, e antes que percebesse, ele tinha tomado o meu rosto nas
mãos e estava beijando meus lábios de uma forma que me distraiu de todas as minhas
reflexões no banheiro. Era o que precisava. Era o que queria, certo? Talvez eu precisasse
do lembrete. Isso não tem que ser complicado. Relaxei um pouco.
Ele se inclinou para trás e levantou uma sobrancelha. Dei uma pequena risada e
sacudi a cabeça para ele, lembrando que me fez uma pergunta. “Não, vamos embora.”
Capítulo Cinco

Carson
Agarrei a mão de Grace quando saímos do hotel. Ela olhou para mim com uma
expressão de surpresa em seu rosto, mas não se afastou. Estava tendo dificuldade em
olhar longe de suas pernas nesses shorts e saltos. O que poderia dizer, o corpo de Grace
era excepcional em todos os lugares, mas as pernas... Cristo, nunca soube o que era um
homem com tara em pernas até que tive um vislumbre das dela.
Dei uma rápida olhada em seu rosto e ela ainda parecia tensa. Percebi que estava um
pouco nervoso também, mas era antecipação, e não preocupação. Já ela parecia
preocupada. Esse seu cérebro ainda estava trabalhando a mil por hora. Sabia que era isso
que estava fazendo no banheiro também pela forma como todos os sons pararam, e o
silêncio vinha pelo outro lado da porta. Na minha mente, podia vê-la de pé ali falando
consigo mesma para desistir deste fim de semana e senti um raio de medo passar pela
minha espinha. Ela estava onde eu queria – o caralho que eu a deixaria ir embora. Pelo
menos não agora.
Seus pés reduziram um pouco o ritmo, enquanto seus olhos corriam em volta
nervosamente. “Carson, eu-” mas não a deixei terminar o pensamento. Sabia que estava
tentando cair fora de novo.
Puxei-lhe a mão, levando-a até a parede do lobby, e não para as portas onde
deveríamos ir.
“Venha cá um minuto.” eu disse, parando e voltando a encará-la totalmente. Ela
olhou para mim com expectativa, esperando que eu explicasse o que estava fazendo.
Segurei as duas mãos e comecei. “Grace, isso é diferente para mim também.” olhei em
seus olhos, esperando que entendesse o que estava dizendo. “Sei que você ainda está
questionando isso e não quero que faça. Se quiser ir embora, não vou impedi-la. Mas eu
realmente espero que fique, e realmente espero que se deixe desfrutar desse nosso tempo
juntos. Porque o simples fato é que, para mim, as duas últimas horas não foram
suficientes. Diga-me que não foi o suficiente para você também.”
Ela olhou meu rosto por um bom tempo, aparentemente, tentando encontrar algo, até
que relaxei quando apertou minhas mãos e finalmente sorriu para mim. “Não foi
suficiente.” disse em voz baixa.
Exalei e sorri para ela. “Ok, bom. Podemos focar nisso, então?”
Ela assentiu com a cabeça, ainda olhando para mim. “É que... as coisas parecem
mudar tão rapidamente entre nós. Eu odiava você e agora vamos passar o fim de semana
junto.” ela riu baixinho. “Estou tendo dificuldade em absorver tudo isso.”
Sabia exatamente o que ela queria dizer. Estava sentindo a mesma coisa. Mas estava
bem com isso. Não estava me ajustando a qualquer ‘plano’. Estava indo com a maré,
assim como sempre fiz. Isso foi inesperado, mas de longe desagradável. Estava vivendo o
momento, pronto para absorver algo que realmente queria. De repente, percebi que Grace
queria fazer isso também. Só não sabia como. Talvez pudesse ensinar-lhe algumas coisas
sobre o prazer físico, como tinha lhe dito. Minha confiança nessa área era muito alta. Mas
percebi naquele momento que também poderia lhe ensinar um pouco sobre desfrutar a
vida como é, sobre quebrar as regras de vez em quando. “Sim, a vida pode mudar num
instante.” eu sorri. “Louco, não é?”
Inclinei-me e sussurrei perto do seu ouvido. “Perca o controle, baby. Só por um fim
de semana. Deixe-me assumir o comando. Vou cuidar bem de você, prometo.”
Ela tremeu e vi seus ombros visivelmente relaxarem. Beijei sua testa e olhei para ela,
que assentiu com a cabeça, com uma expressão calma no rosto sereno.
“Obrigado. Agora, o homem precisa de comida para ter energia para arrastar a mulher
pelo cabelo.”
Ela soltou uma gargalhada. “Bem, então, vamos alimentar este homem.”
Peguei a mão dela novamente e saímos pela porta da frente, desta vez com ambos
sorrindo.

***

Grace
Carson levou-me porta a fora e pela calçada. Estava mais relaxada agora, de alguma
forma ele sabia que eu estava tensa e disse as palavras que precisava ouvir para parar de
pensar. Não tinha certeza de como sabia, mas fiquei feliz. Queria estar com ele, só queria
ser capaz de apreciá-lo. E eu não sabia como ‘ir com o fluxo’, até que me pediu para dar-
lhe o controle. Era o que precisava - alguém para se oferecer e levá-lo de mim para que
pudesse ceder temporariamente. Eu nunca tinha desistido do controle antes. Uma vez que
realmente pensei sobre isso, percebi que toda a minha vida era baseada no controle.
Nunca tinha tentado de nenhuma outra maneira. Então, por que estava disposta a me
doar a esse estranho virtual por esses dois dias? Não tinha certeza. Só estava, e seguiria
com isso. Ponto final.
Sorri para Carson. Ele olhou para mim. “O quê?”
“Nada. Quanto você mede, afinal?”
“1,85. Qual a sua altura, pequena?” ele sorriu.
“1,60. E falando em estatísticas, não perguntei quantos anos você tem. Estou lhe
roubando do berço neste fim de semana?” parecia ter a minha idade, mas as aparências
enganam.
“Tenho vinte e três também.”
“De que mês?”
“Novembro.”
“Ah, sou de Setembro. Então, estou lhe roubando do berço. Sou dois meses mais
velha.”
Ele riu. “Ótimo. Gosto de mulheres mais velhas.”
“Ha há.”
Olhei ao redor assim que trocamos de calçada, andando de mãos dadas e a minha
cabeça virando para todos os lugares. “É incrível.” desabafei. “As luzes...” olhei para os
nomes dos hotéis ao redor de nós, observando os cassinos que passávamos.
“Pela primeira vez em Las Vegas?” ele perguntou.
“Sim.”
“No caminho de volta, podemos parar na fonte. Eles fazem apresentações a cada
quinze minutos ou algo assim. Acho que você vai gostar.”
“Tudo bem.”
Caminhamos em silêncio um pouco mais e fiquei maravilhada com todas as imagens
e sons ao meu redor. Não pude deixar de notar todas as mulheres cujos olhos pousaram
em Carson assim que passamos por elas. Segurei sua mão com mais força à medida que
atravessava a rua entre a multidão.
“Onde você está me levando, afinal?”
“Não vou te dizer, porque não pode julgar até que chegue lá e experimente por si
mesma. Achei que merecia algo bom e gorduroso após o nosso calvário de hoje.” ele parou
de andar. “Espere, merda, você come carne, certo? Não é vegetariana?”
Eu ri. “Não, não sou vegetariana. Mas agora estou com medo.” de repente, percebi que
estava morrendo de fome e não seria exigente.
Ele riu e começou a andar de novo. “Não tenha medo. Você vai adorar. Pensei que
poderíamos fazer algo um pouco mais sofisticado, amanhã à noite.”
“O hotel me deu um certificado de presente para Picasso! Poderíamos ir até lá.”
Ele sorriu para mim. “É um plano.”
“Bom. Você sabe como eu gosto de um bom plano.” pisquei para ele.
“Oh, eu sei.” disse soltando minha mão e colocando o braço em volta dos meus
ombros e me puxando para ele enquanto caminhávamos. Era bom.
“Ei, falando de meu certificado de presente, eles lhe ofereceram a hospedagem como
cortesia também?”
“Sim, eles me ofereceram, mas pensei que você estava me dando o fora quando
praticamente fugiu do elevador, e pensei em continuar no meu quarto e não deixar as
coisas difíceis para o pessoal da recepção.”
Eu fiz uma careta. “Pensei que eu ia ver você lá em cima. Não estava tentando lhe dar
o fora.”
Ele sorriu. “Sim, percebi isso quando você apareceu no meu quarto me implorando
para ficar com você neste fim de semana.”
Dei-lhe uma cotovelada. “Cuidado, Stinger. Ainda posso mudar de ideia.”
Ele riu e apertou-me a ele provocativamente assim que viramos num restaurante
chamado Pink’s. Eu olhei para a placa. “Cachorro-quente?” perguntei
“Yep. Mundialmente famosos por seus cachorros-quentes. Seus olhos vão rolar na
cabeça. Prometo.”
“Você já tinha me prometido isso, não foi? Só não imaginava que queria dizer
cachorros-quentes.”
Seus olhos se aqueceram. “Prometo todos os tipos de rolamento de olhos, Botão de
Ouro. Esta é apenas a primeira vez no itinerário.”
Bufei. “Vamos ver...” estava me divertindo brincando com ele. Mas a conversa de rolar
os olhos tinha me deixado muito nervosa e me fez lembrar o suposto propósito do nosso
fim de semana. Carson já havia borrado as linhas um pouco com um jantar em primeiro
lugar e as palavras tranquilizadoras no lobby do Bellagio. Siga em frente, Grace. Respire
fundo.
A hostess nos levou até os lugares e em poucos minutos, cada um pediu uma cerveja
e um cachorro quente. Carson pediu algo horrível com uma mistura de bacon, salsicha e
queijo nacho acompanhado de anéis de cebola. Pedi um cachorro-quente com queijo e
chilli. Não tinha pedido um desses fazia muito tempo e fiquei surpresa como o quão bom
soou.
Enquanto a garçonete anotava nossos pedidos, notei que ela estava tentando chamar
a atenção de Carson. Ele educadamente a ignorava, sorrindo para mim após a solicitação.
Nossas cervejas foram colocadas na nossa frente poucos minutos depois e Carson
ergueu a cerveja para a minha. “Aos elevadores avariados.” disse sorrindo.
Eu ri, tilintando com sua garrafa. Não podia acreditar que estava brindando a isso. Se
alguém tivesse me dito cerca de quatro horas atrás, eu teria pensado que eram loucos.
“Aos elevadores avariados.” eu disse. Deus, esperava que eu ainda ficasse grata aos
elevadores com defeito até o final deste fim de semana. Tomei um longo gole de cerveja.
A garçonete trouxe nossos cachorros-quentes e fiz caretas para Carson que riu de
mim por tentar, sem sucesso, comer o meu sanduíche de uma forma elegante.
Finalmente, desisti e segui como ele estava fazendo.
Seus olhos dançaram com diversão assim que disse depois de uma grande mordida.
“Se não ficar suja demais, baby, você não está fazendo certo.”
Revirei os olhos. “Aff. Você simplesmente piora cada vez mais, não é?” Mas não podia
evitar o sorriso que curvou o canto dos meus lábios. Eu o tinha acusado de fazer seu ato
de sou puro sexo como uma forma de esconder, mas isso era diferente. Naquelas
primeiras vezes, ele usou suas insinuações sexuais contra mim – usando-as para me
deixar desconfortável e irritada com a minha reação a ele. Ele sabia o poder que tinha. E
usou isso - de forma boa e ruim, eu suspeitei. Mas ele não estava tentando fazer isso
agora, pelo menos não pensava assim. Estava apenas tentando me fazer rir. Estava
tentando me ajudar a baixar a guarda. E tinha que admitir, estava funcionando.
Também tive que admitir que aquele cachorro quente era provavelmente a coisa mais
deliciosa que tinha comido.
Ele usou o guardanapo para limpar o chilli que estava ao redor da minha boca e assim
que seus olhos pousaram nos meus lábios, senti aquele tremor latejar no meu sexo
novamente. “Pronta para voltar?” perguntou, com seu olhar aquecido levantando para os
meus.
Apenas assenti.
Ele pagou a conta e, em seguida, estávamos de volta na calçada, de mãos dadas, só
que desta vez não andávamos tão despreocupados como estivemos a caminho para o
jantar.
Atravessamos a rua e seguimos em silêncio de volta para a fonte do Bellagio. Meu
coração estava disparado agora. Sabia onde isso estava levando e, apesar de querer isso,
tudo mudaria.
Já havia um pequeno grupo de pessoas esperando em frente a água. Carson me
arrastou até o parapeito de pedra a frente e enquanto estava em silêncio, à espera da
fonte, ele passou os braços em volta da minha cintura e me abraçou. Inclinei minha
cabeça para trás contra ele e gostei da sensação do seu corpo grande em volta de mim.
Depois de um minuto ou dois, a música começou a tocar e a água explodiu no ar.
Respirei quando percebi que a água estava ‘dançando’ com a música! “Oh meu Deus!”
exalei. “É impressionante!”
Senti a risada de Carson atrás de mim. “Bonito, não é?”
“É incrível. Como eles fazem isso?” não conseguia desviar o olhar.
“Eu realmente não sei. Eles tocam todos os tipos de músicas diferentes.”
“Uau.” de repente, notei a música que estava tocando e ri. “Ouça o que está tocando.”
olhei para cima e para trás, para Carson, e sorri assim que My Heart Will Go On, tema de
Titanic, rompeu os alto-falantes.
Ele se inclinou para mim e com uma voz de zombaria disse. “Jack, Jack, não vá... bem,
isto é, a menos que eu tente uma vez te puxar para cima nesta jangada que cabem duas
pessoas e não conseguir. Então, Adeus, picolé humano. Foi divertido enquanto durou.”
Eu ri. “Você realmente é amargo sobre isso, não é? Devia deixar pra lá. Há
profissionais que podem lhe ajudar.”
“Talvez busque ajuda.” ele franziu a testa e, em seguida, rapidamente sorriu e me
puxou de volta com mais força contra ele.
Assistimos o show por alguns minutos em silêncio e quando tirei suas mãos das
minhas, ele se inclinou e se aninhou em meu cabelo, seu perfume me intoxicando
novamente. Deixei minha cabeça para trás sobre seu ombro, dando-lhe melhor acesso. Ele
aceitou minha oferta, beijando a pele sensível do meu pescoço, seu hálito quente fazendo
cócegas no meu ouvido. Aquele tremor - agora familiar estava começando e eu queria que
ele me beijasse de novo. Queria que ele ficasse ao meu redor.
“Vamos fazer isso no quarto, Botão de Ouro.” sussurrou com sua voz soando tensa.
“Por que você me chama de Botão de Ouro?” perguntei em voz baixa.
“Humm... talvez seja porque você cheira como uma flor.” disse em um sorriso.
Não falei nada, apenas sorri e peguei sua mão e começamos a andar em direção ao
hotel, com ele me dando aquele sorriso de parar o coração.
Capítulo Seis

Carson
Segurei sua mão e a levei o mais rápido possível para o hotel. Enquanto fazíamos o
nosso caminho através do lobby, as pernas curtas dela se apressavam para me
acompanhar. Não era muito cavalheiro, eu sei, mas eu era um homem desesperado. Acho
que não tinha estado desse jeito desde... bem, desde sempre. Após estar na fonte
observando seus olhos se iluminarem com entusiasmo pela exposição de água e, em
seguida, segurando-a em meus braços, apreciando a sensação de estar com ela, o seu
cheiro fez meu sangue correr com a necessidade. E não apenas de forma genérica, uma
necessidade de ficar com ela, uma necessidade que estava arranhando seu caminho
através do meu corpo, exigindo ser satisfeita. Eu mal a conhecia, e tudo sobre Grace
Hamilton foi direto para minha cabeça, como uma forte dose de uísque, fazendo meu
cérebro girar. Ela me afetava em todos os sentidos que uma mulher poderia afetar um
homem.
Mas tinha prometido que cuidaria dela, assumindo o controle. Precisava me segurar
se queria que ela ficasse à vontade, e fazê-la sentir-se segura o suficiente para se entregar
a mim plenamente. De alguma forma, sabia disso instintivamente.
Entregar-se a mim plenamente? Parei um pouco. Bem, não totalmente. Era sexo e
seria uma boa - apenas por um fim de semana. Era tudo que eu tinha para oferecer. E isso
era tudo que ela queria ter. Ainda assim, queria que isso fosse uma experiência
gratificante para nós dois, de todas as maneiras possíveis.
Enquanto caminhávamos até o cassino indo em direção aos elevadores, vi um grupo
de pessoas que reconheci, daqui da expo, de pé ao lado, conversando e rindo alto.
Coloquei meu braço ao redor de Grace e me aninhei próximo a ela, tentando me certificar
de que nenhum deles me reconhecesse e gritasse meu nome. Tipicamente não me
socializo com qualquer um deles, mas provavelmente saberiam quem eu era. A última
coisa que queria era lembrar a Grace o que fazia ou nos desviar por um minuto do nosso
destino – a privacidade do meu quarto.
Entramos no elevador e perguntei. “Você precisa parar em seu quarto?” minha voz
soava rouca, até mesmo para os meus próprios ouvidos.
“Sim. Se você não se importar.” Ela disse em voz baixa, com os olhos demorando nos
meus por um tempo antes de cair para a minha boca. Meu pau latejava em meus jeans.
Você poderia cortar a tensão sexual no ar com uma faca de manteiga. Eu me virei para o
painel de números e apertei o número do seu andar, uma e outra vez, como se isso fosse
acelerar o elevador.
Subimos em silêncio e fomos até seu quarto. Ela nos deixou entrar e fiquei junto à
porta, enquanto rapidamente ela reunia algumas de suas coisas. Então voltamos para o
elevador e subimos alguns andares para o meu quarto. Não senti a necessidade de
perguntar o que estava pensando. Sua expressão facial me dizia que ela estava pronta,
com os olhos refletindo o desejo que eu estava sentindo.
Abri minha porta e nos deixei entrar. Joguei minha carteira e cartão-chave sobre a
mesa e me virei para Grace. Ela estava em pé atrás de mim, tendo acabado de colocar sua
bolsa de viagem no chão e dei alguns passos para ficar alguns centímetros próximos a ela.
A eletricidade passou entre nós. Ambos sabíamos exatamente o que estava prestes a
acontecer. Ficamos em silêncio, olhando para o outro, a sua respiração acelerada e uma
cor rosa subindo em suas bochechas. Ao vê-la, segurei-me de volta para tocá-la, senti
como se fosse explodir na minha pele.
“Você quer isso também, Grace.” não estava fazendo uma pergunta.
Ela começou a dizer algo, que ficou preso na garganta e simplesmente assentiu com a
cabeça, seus olhos de piscinas me queriam. A mim.
Fechei a pequena distância entre nós e peguei seu rosto em minhas mãos. Ela estava
me observando atentamente. Levei meus lábios nos dela, experimentando o sabor suave
de sua boca exuberante. Nosso primeiro beijo foi com raiva, rude, lascivo, e não planejado.
O segundo foi rápido, quase casto. Este era lento e profundo, nossas línguas se reuniam e
se emaranhavam em degustação. Cada golpe dela na minha enviava uma corrente elétrica
diretamente para o meu pau. Ela tinha o gosto da porra do paraíso. Vibrei como um
diapasão. Mas era para ser lento. Agora que estávamos aqui, agora que deixamos claro que
queríamos um ao outro, não havia pressa. Era só eu, ela e a longa noite que se estendia
para nós. Não pude segurar o gemido profundo que subiu em meu peito com o
pensamento. Meu pau só crescia no meu jeans.
Ela trouxe os braços em volta de mim e pressionou seu corpo mais perto, com um
pequeno gemido vindo de sua garganta também. Senti-o em cada célula do meu corpo.
Depois de vários minutos, ou semanas, não podia ter certeza, me separei de sua boca
e ambos tomamos respirações profundas, e nossos olhos se encontraram novamente. Os
dela estavam com as pálpebras pesadas e brilhando com desejo, e eu tinha certeza de que
os meus também estavam assim.
Levei meus lábios a sua orelha, deixando meus dentes arrastarem-se sob o lóbulo, e
perguntei-lhe baixinho: “Como é que você quer gozar pela primeira vez, Grace?”
Ouvi o tropeço de sua respiração e, em seguida, começou a ficar ofegante quando
continuei: “Contra a minha boca? Envolta do meu pau? Como, Botão de Ouro? Não vai
ser apenas uma vez, então quero saber como deseja nesta primeira vez.”
“Pela sua boca, Carson.” ela suspirou, com mais cor subindo em suas bochechas. Eu
podia ver seu corpo tremer ligeiramente.
Praticamente rosnei quando agarrei a bainha de sua blusa quando ela levantou seus
braços para que pudesse retirá-la. Tirei sobre a cabeça e a joguei para o lado. Então me
virei de volta para ela e a olhei, de pé na minha frente com shorts e um sutiã de renda
preta, os seios macios derramando da taça. Ela ainda parecia um pouco incerta,
observando-me de perto, esperando para ver o que iria fazer a seguir. Esta garota, que
tinha planejado sua vida inteira, passo a passo, estava procurando em mim instrução. O
pensamento me fez ficar tonto com algo que não conseguia identificar naquele momento.
Queria ver seus olhos quando a tocasse pela primeira vez, mas a visão das minhas
mãos escuras em sua pele clara tinha me hipnotizado, e não conseguia desviar o olhar
enquanto tracei o contorno das taças do seu sutiã com um dedo, seu peito subindo e
descendo em respirações superficiais e rápidas. Ela engoliu em seco rapidamente e
apertou seus seios em minha direção, oferecendo-me mais dela. Olhei nos seus olhos
quando liberei o fecho frontal, e depois olhei para baixo assim que caiu ao lado para
revelar os seios perfeitos com mamilos rosa perolados, já endurecidos e implorando por
minha boca. Toquei a lateral deles, observando-os franzirem ainda mais. “Você é linda.”
disse-lhe.
Enfim baixei a cabeça e lambi um mamilo levemente, saboreando e sacudindo-o com
a minha língua, Grace soltou um longo gemido e deixou a cabeça cair para trás. Segurei a
parte inferior de cada seio, sentindo o peso ideal deles em minhas mãos. Então coloquei a
minha boca no outro mamilo enquanto ela trouxe as mãos para cima e as correu pelo meu
cabelo. “Ah!” gemeu.
Levantei minha cabeça. “O que foi, Botão de Ouro?” sorri.
“Não! Não pare. Por favor. É tão bom. Sinto que poderia gozar apenas com isso.
Deus.”
Sorri quando me afastei um pouco e desabotoei o short, deixando-os cair no chão. Ela
chutou a peça de roupa com seus calcanhares para o lado. Respirei fundo. “Jesus, você
não estava usando calcinha?”
Ela balançou a cabeça. “Só um protetor...” disse em um pequeno sorriso.
Meus olhos se moveram para baixo de seu corpo, observando seu estômago plano e o
pequeno v de cabelo loiro curto entre suas pernas. Ela era de tirar o fôlego, a pele cremosa
e suave. Não podia esperar para lhe mostrar todas as coisas que ela tinha perdido.
Baixei a cabeça de volta para o seio, o gosto dela fazendo a minha excitação ficar fora
de controle, com meu pau pulsando.
“Você tem um gosto tão bom.” suspirei enquanto levei a minha boca até seu pescoço,
saboreando-a lá também. Ela gemeu novamente e encostou seu quadril contra o meu.
“Carson.” sussurrou. “Eu quero ver você também.”
“Qualquer coisa que você quiser, Botão de Ouro.” disse em um sorriso quando me
afastei ligeiramente e puxei a camisa sob a minha cabeça. Rapidamente tirei os sapatos e
me inclinei para tirar as meias para que pudesse puxar minha calça jeans e boxer pelas
pernas.
Pouco tempo depois, seu olhar viajou pelo meu corpo, parando na minha ereção,
arregalando os olhos ligeiramente. “Você é perfeito, Carson.” ela sussurrou enquanto seus
olhos se encontravam com os meus novamente.
Eu sabia como afetava as mulheres. Era o que eu fazia, quem eu era. Tinham-me dito
mais vezes do que poderia contar o quanto as mulheres apreciavam meu corpo. Era o que
elas queriam de mim. Mas, por alguma razão, quando Grace me disse que gostou do que
viu, algo dentro de mim disparou em felicidade. Talvez fosse porque eu tinha um
pressentimento que uma garota como Grace não estaria aqui apenas pelo meu corpo,
apesar do que pudesse dizer a si mesma. Era um pensamento estranho, realmente, e não
sabia o que o fazia deslizar em de minha mente. Mas estava lá.
Um agradecimento a seu elogio não parecia necessário. Aproximei-me de novo e
agora nossos corpos nus estavam um contra o outro, minha ereção latejante
simplesmente tocando a pele macia de seu estômago. Apenas esse pequeno contato me
fez tomar uma respiração. Abracei-a, pressionando-me mais e sentindo cada centímetro
de sua pele contra a minha. Comecei a beijá-la novamente, assim que caminhei com ela
recuando e, quando a parte de trás de seus joelhos bateram na cama, ela caiu sobre o
edredom e eu a segui.

***

Grace
Minhas costas tocaram a cama e Carson estava em cima de mim antes que eu
pudesse dar uma respiração completa. Seu corpo firme e nu tocou o meu em todos os
lugares e uma emoção passou pela minha espinha quando senti o seu grande membro
pressionado contra a minha barriga. Ele era grande, maior do que já tive, com toda
certeza. Mas pensei que ficaria bem – já meu centro estava escorregadio com desejo,
meus músculos vaginais convulsionavam, implorando para recebê-lo em meu corpo.
Assim que sua boca desceu sobre a minha outra vez, mergulhando profundamente, tremi
contra ele. Estava desesperada agora. Ele tinha me excitado tanto, que tinha certeza de
que tudo o que teria que fazer era me tocar uma vez e eu desmoronaria. Precisava disso.
Estava disposta a implorar. Estava desesperada pela liberação que sabia que estava
próxima.
Carson quebrou nosso beijo e moveu-se para baixo do meu corpo, lambendo cada um
dos meus mamilos uma vez com a língua antes de beijar a minha barriga. Minha
respiração prendeu quando percebi o que estava prestes a fazer. Eu tinha pedido para ele,
mas de repente, me senti insegura. Ninguém nunca tinha feito isso por mim antes, e se eu
não gostar? E se eu não puder gozar dessa maneira? E se ele não gostar do meu gosto lá
embaixo? “Carson, eu não sei...”
Sua cabeça se levantou quando deslizou para fora da cama, para o chão, ficando de
joelhos na minha frente. “Shhh. Confie em mim.” ele estendeu a mão para as minhas e
me puxou para cima e para a beira da cama até que estava sentada com o meu centro bem
enfrente ao seu rosto. “Apoie-se em seus cotovelos e me observe.” ele ordenou. Mordi o
lábio, mas fiz o que disse.
Ele empurrou meus joelhos mais afastados até que eu estava aberta e completamente
exposta para ele. Seus olhos caíram para minha carne úmida e nua e seus olhos brilharam
quando me estudou. Em seguida, se inclinou e inalou profundamente. “Perfeita.”
murmurou antes de abaixar a cabeça entre as pernas. Meu coração pulou uma batida e
um calor mais úmido correu para baixo.
Gritei em êxtase quando senti sua língua quente passar por todo o caminho uma vez
e depois circular meu clitóris inchado. Oh Deus, isso é incrível. Abri as minhas pernas
ainda mais para lhe dar mais acesso e minha cabeça inconscientemente caiu para trás
com um gemido. “Olhos, Grace, em mim.” Carson resmungou, com a cabeça surgindo por
entre minhas pernas. “Sim, sim, olhos.” ofeguei. Faria qualquer coisa para que ele
colocasse sua língua em mim. As minhas pálpebras pesadas abriram até a metade e o
olhei. Ele baixou a cabeça novamente e sua língua sacudiu minha carne tenra, arrancando
outro gemido meu. Estava em chamas; parecia que a lava corria em minhas veias e um
furioso ritmo de necessidade batia exatamente onde sua língua agora estava me
lambendo.
Seus olhos encontraram os meus enquanto a língua trabalhava no meu clitóris rosa,
sugando e beijando-o. Se eu achasse que estava excitada antes, estava errada. Em uma
escala de um a dez, antes era um de cinco, mas este era um quarenta e quatro. Engoli seco
quando ele colocou um dedo dentro de mim, nunca deixando o que fazia com a boca. Ele
moveu o dedo dentro e fora de mim e pude ouvir os sons lisos de minha excitação
enquanto usava o dedo por um instante, e depois dois.
Sua língua que me lambia ritmicamente numa nevoa deliciosa, e com a adição de
seus dedos movendo-se dentro e fora de mim era o êxtase, mas a visão de sua cabeça
entre as minhas pernas foi a minha perdição. O olhar das minhas coxas brancas
estendidas em torno de seu cabelo sedoso, enquanto sua cabeça balançava trabalhando
entre minhas pernas, era tão erótico, que em menos de um minuto, o pulsar em meu
interior subiu como uma febre. Gritei quando gozei ao redor dele, ondas e ondas de puro
prazer tomaram meu corpo. Eu nunca tinha sentido nada parecido. Estava sem fôlego e
sem palavras.
Quando abri meus olhos, tinha caído de costas na cama e Carson estava sobre mim.
“Foi bom, baby?” perguntou.
Não pude segurar o riso que estourou pra fora de mim. Ele havia me dito que poderia
me fazer gozar e Deus, ele tinha conseguido. Nunca poderia me recuperar. “Deus, sim.” foi
tudo o que consegui dizer.
Ele se inclinou e me beijou, então senti meu gosto em sua boca. Havia algo ainda
mais pessoal sobre o fato de que estava compartilhando isso com ele, e foi um lembrete
do que tinha acabado de fazer. Outra onda de calor correu em minha espinha ao lembrar
esse momento. Já meu corpo estava ávido por mais do que Carson tinha acabado de me
dar.
Assim que passou a língua dentro da minha boca, ele esfregou seu peito em meus
mamilos, fazendo-me gemer. Afastou-se da minha boca e sussurrou: “Você me quer
dentro de você, não é, Botão de Ouro?” sua voz soou profunda e rouca.
“Sim, sim, por favor.” não podia acreditar que ele tinha acabado de me dar o mais
alucinante orgasmo da minha vida e, menos de cinco minutos depois, eu estava
implorando por mais. Havia ainda um pulsar constante dentro de mim que sabia que só
seria extinto com ele se empurrando para o meu corpo e me enchendo.
Ele se levantou e caminhou até a mesa onde havia jogado sua carteira e tirou um
preservativo. “Mova-se para trás, Grace.” disse quando começou a deslizar em cima de
mim. Ele não estava mais sorrindo, e nem eu. Estava hipnotizada, observando seu belo
corpo, nu e flexível assim que se afastou de mim e depois voltou tão poderoso e
perfeitamente masculino. Vi quando ele rasgou a embalagem de camisinha com os dentes
e a rolou em si. Sua ereção parecia quase dolorosamente inchada, vermelha e em linha
reta com atenção. Isso vai ficar dentro de mim em um minuto, pensei. Quando olhei para
cima e meus olhos se encontraram com os dele, algo queimou entre nós.
Encostei-me mais para cima da cama e esperei que se juntasse a mim. “Puxe os
lençóis de volta, Botão de Ouro. Não quero que fique com frio.” era uma coisa engraçada
para se dizer, considerando que ainda me sentia como se estivesse pegando fogo. Mas
acho que o ar condicionado estava forte. Ou talvez ele só estivesse preocupado comigo. A
emoção passou por mim e meu estômago se apertou. Deitei, perguntando-me o que ele
faria. Percebi que, pela primeira vez, pude ver que minha mente estava vazia - pelo menos
para qualquer coisa que não fossem as sensações que Carson estava me dando. Adorei
isso. Deixar alguém tomar as decisões, dar a alguém o controle da situação, pelo menos
temporariamente, me fez querer chorar de alívio. Não ponderei por muito tempo, só
gostei.
Puxei o lençol e o coloquei sob mim e, em seguida, Carson entrou debaixo dele
também e se recostou em cima de mim, com os olhos brilhando com o calor. “Vai ser
duro, Grace. Diga-me se é demais, ok?”
“Sim, sim, eu quero isso.” gemi, com mais umidade derramando entre minhas coxas.
Eu queria duro. Queria que me fodesse. Nunca tive sexo dessa maneira. Meus
músculos internos se apertaram em deliciosa antecipação e uma emoção atingiu a minha
espinha, que tremia furiosa para começar de novo.
Movendo-se entre as minhas pernas, trouxe meus joelhos para cima e,
arbitrariamente, deixei minhas pernas caírem para o lado, oferecendo-me a ele.
Ele pegou meus pulsos em suas mãos, levou sob a minha cabeça e os segurou contra
o travesseiro. Ficando sob mim, trouxe seus lábios nos meus novamente, enfiando a
língua na minha boca segundos antes de se empurrar para dentro de mim lá embaixo.
Gemi de prazer quando afastou a boca da minha. “Oh porra, Grace, baby, você é tão
apertada.”
“Por favor.” ofeguei. O que estava pedindo, não tinha certeza, mas ele parecia saber.
Soltando um suspiro rápido, ele começou a bombear dentro de mim. No começo, era
lento e profundo, seu movimento era controlado, esfregando um ponto dentro de mim
que eu nem sabia que existia. Arqueei de prazer. “Oh Deus, Oh Deus, aí mesmo,
simmmm.” e seus olhos me observavam, avaliando minha reação e movendo seu corpo
em resposta às minhas sugestões. Quando comecei a arquear, me empurrando contra ele,
ele começou a se mover forte e rápido, empurrando para dentro de mim implacavelmente,
seus olhos ficando pesados, com a boca ficando aberta. Deus, ele era tão bonito que
parava o coração.
Assim que se movia em mim, mais e mais, o prazer rolava em espiral cada vez mais
alto até que não havia para onde ir, além do limite. Estremeci e gritei debaixo dele quando
o orgasmo explodiu em meu corpo. Foi tão intenso como o primeiro, mas diferente,
começando por dentro, com meus músculos internos ondulando e apertando
deliciosamente. Santo inferno.
Quando desci, vi seu rosto tenso e sabia que ele estava gozando. “Oh Deus.” ele
engasgou quando seus empurrões ficaram espasmódicos e arrepios eclodiram na sua pele.
Ele moveu sua boca para a minha e gemeu o resto de seu orgasmo contra meus
lábios. Quando me beijou lenta e profundamente, moveu-se dentro e fora de mim sem
pressa, ordenhando seu próprio clímax antes que seus quadris parassem, acabando por
soltar minhas mãos. “Você é incrível, Botão de Ouro.” disse num sorriso, movendo a
cabeça para o meu ombro, mordendo-o de brincadeira.
Ele saiu de mim e rolou, levantando-se e indo para o banheiro para se livrar do
preservativo, presumi. Estava de volta em um flash, subindo de volta para o lençol e me
puxando em seus braços. “Então é isso que o sexo supostamente deve ser.” suspirei,
choque e pavor ainda nublando o orgasmo do meu cérebro enevoado.
Ele riu.
“Meu futuro marido vai fazer um santuário em sua honra.”
“Hummm. Lembre-me de lhe dar uma foto autografada antes de sair para que você
possa pendurá-la na parede.”
Sorri sob seu peito, beijando a pele lisa.
Usei o meu dedo indicador para traçar seu mamilo e vi como ele endureceu. Eu levei
a minha perna por cima dele e o senti se contorcer contra mim. “Grace...” ele gemeu.
Minha cabeça veio à tona. “Sério? Você pode fazer de novo tão cedo?”
“Acho que não tive o suficiente de você ainda.”
Eu ri. “Bem, é coisa boa você me ter por todo o fim de semana. Mas acho que preciso
de pelo menos algumas horas para me recuperar. Meus ossos parecem água.”
Ele riu. “Tudo bem, desde que você não se importe em ser acordada no meio da
noite.”
“Humm hmm. Não se fizer isso comigo de novo.”
Senti seu sorriso contra a minha testa quando se inclinou e me beijou. “Vá dormir,
Botão de Ouro.”
“Por que você me chama de Botão de Ouro?” sussurrei sonolenta.
“Talvez porque sua pele é tão cremosa como manteiga.” disse, e pude ouvir o sorriso
em sua voz.
“Hummm.”
Fechei os olhos e adormeci em poucos minutos.
E Carson fez exatamente o que prometeu, me acordou no meio da noite, quando se
empurrou para dentro de mim e empurrou preguiçosamente até que ambos chegamos ao
limite, com o prazer nos fazendo gemer na boca um do outro.
Quando acordei com o seu delicioso aroma em volta de mim, nas primeiras horas da
manhã, senti algo quente se contraindo com força contra minha bunda e então peguei seu
comprimento denso e duro na minha mão e o acariciei até que vi um arrepio eclodir na
pele de sua barriga, fazendo-o gemer em seguida.
“Você vai me matar, Botão de Ouro.” falou com sua voz cheia de sono. “Mas oh bem,
todos nós temos que morrer algum dia.”
Sorri contra sua pele.
Caímos de volta no sono assim que um pequeno pedaço de luz solar mostrou-se à
beira das cortinas com blackout e não acordamos novamente até meu estômago roncar de
fome e eu ter perdido o início da minha conferência.
Capítulo Sete

Carson
Saí da cama e puxei a minha roupa. Eu assistia Grace enquanto fechava e abotoava
meu jeans. Ela estava dormindo de barriga pra baixo, o lençol apenas mal cobrindo a sua
bunda, o cabelo dela uma massa de ondas loiras, indo em todas as direções. Ela parecia
uma deusa. Eu tinha estado dentro dela duas vezes na noite passada e esta manhã, e tido
três orgasmos, e ainda assim queria rolá-la e afundar dentro dela novamente. Eu não
conseguia o suficiente. O pensamento me preocupava um pouco. Eu nunca me senti
assim. Eu geralmente estava a meio caminho da porta antes que a mulher percebesse que
eu estava saindo. Não que eu pudesse ter um relacionamento normal de qualquer
maneira - mesmo que quisesse um. As meninas que não estavam no negócio tendiam a
ter um grande problema em namorar um cara que fazia filmes pornôs. Eu não as culpava.
E de nenhuma maneira eu poderia namorar uma mulher no negócio. Eu sabia melhor do
que ninguém que o sexo no set era apenas trabalho. Mas namorar uma mulher que fodia
outros caras? Nem fodendo. Então, quando eu não estava trabalhando, ficava longe de
toda a multidão.
Mas aqui estava essa linda mulher deitada na minha cama, enrolada nos lençóis em
que nós simplesmente fodemos - de novo e de novo. E eu praticamente queria amarrá-la
para que ela não partisse. Ela partiria somente - segunda de manhã. E eu seria sábio
conseguindo minha dose dela e não esquecendo de que eu a estaria mandando embora -
apenas depois de um pouco mais de tempo do que as outras. No final, eu achava que era
tudo a mesma coisa.
Saí do quarto, fui até o restaurante no térreo e peguei dois cafés e dois bolos para
viagem. Fui para o elevador e voltei para o meu quarto para alimentar minha deusa
adormecida. Não pude deixar de sorrir para mim mesmo. Eu poderia ter pedido serviço de
quarto, mas não queria que ninguém empurrasse um carrinho para dentro do quarto e
visse Grace nua, envolta num lençol. Ela era apenas para os meus olhos.
Abri a porta do quarto, equilibrando os cafés em uma mão e um saco de bolos na
outra. Lembrei-me de manter a placa de ‘não perturbe’ na maçaneta da porta. Eu fechei a
porta silenciosamente e coloquei a comida sobre a mesa. Grace estava na mesma posição
de quando eu saí. Eu sorri enquanto caminhava até a cama e levava seu cabelo para o lado
para sussurrar em seu ouvido: “Ei Botão de Ouro dorminhoca.”
Ela se contorceu e abriu um olho enquanto me dava um sorriso sonolento. “Ei você.”
disse ela timidamente, sentando-se e colocando o lençol sobre os seios. Ela olhou para o
relógio e olhou para mim, assustada. “Oh Deus. Perdi o início da minha conferência.”
disse ela.
“Sim, eu acho que nós realmente não falamos sobre isso, falamos? Você vai estar em
apuros?” eu perguntei.
Ela balançou a cabeça, mordendo o lábio. “Não era obrigatório, nem nada. Ninguém
vai saber se eu estava lá ou não. Eu apenas nunca me desviei de algo...” ela parou por um
minuto, imersa em pensamentos. “Você sabe o quê? Está tudo bem. Mas, há uma
apresentação que eu quero ir amanhã à tarde, a única que eu realmente vim assistir, mas
estou bem em pular o resto.” ela parecia quase surpresa ao virar o rosto para mim e me
dar um sorriso maior. “Será que é cheiro de café?”
Eu fui até lá e peguei seu copo e trouxe-o para ela. “Bolos também se você quiser
um?”
“Eu adoraria. Isso foi legal da sua parte em me trazer comida.”
“Babe, o seu estômago estava roncando tão alto que pensei que fosse um avião
voando. Eu não pude dormir exatamente por isso.”
Ela riu alto, colocando a mão sobre a boca para que ela não cuspisse o gole de café
que tinha acabado de dar. “Não foi!” ela riu. Em seguida, ela franziu a testa, “Foi?”
Eu ri também. “Ok, talvez não tão alto, mas o meu Botão de Ouro claramente
precisava de comida.”
Ela sorriu sobre a tampa de seu café, e tomou outro gole. “Então, você vai estar em
apuros por pular o show?”
“Provavelmente. Eu não sei. Eu não chequei meu telefone desde que você apareceu
na minha porta. Minha agente provavelmente me ligou sem parar.”
Ela me olhou em silêncio por uns tempos. “Carson... se este fim de semana não é uma
boa ideia para a sua... carreira, eu não quero criar problemas para você.”
“Grace, eu não estou exatamente dividido em passar o tempo com uma bela e sexy
Botão de Ouro, em vez de uma multidão de fãs de pornografia.” por que eu odiava falar
sobre qualquer coisa que a fazia lembrar o que eu fazia? Era parte da razão pela qual ela
estava aqui, a minha experiência.
Ela riu um pouco desconfortável e, em seguida, tinha um olhar ferido no rosto.
“Carson, ontem à noite... no meio da noite, você...” ela olhou ao redor e seus olhos
pousaram na embalagem de camisinha vazia na mesa de cabeceira. Ela deu um suspiro de
alívio. “Oh, tudo bem.”
“Estou limpo. Nós temos que fazer o teste a cada mês. Acabei de receber um atestado
de saúde, há uma semana. Provavelmente você está mais segura comigo do que um cara
aleatório que você também pode pegar na piscina.”
Ela assentiu com a cabeça. “Bem, isso é... bom. Ainda assim, não estou no controle da
natalidade.”
“Nós vamos ter muito cuidado, ok?
Ela assentiu com a cabeça novamente, tomando mais um gole de seu café.
“Então, o que você quer fazer hoje? A cidade é nossa.”
“A primeira coisa que quero fazer é tomar um banho. Estou uma bagunça.” ela levou
uma mão para os cabelos selvagens e alisou-os para baixo.
“Você é linda. Mas que tal você terminar o seu café da manhã e eu saio em cinco
minutos, e então você toma um depois de mim. Isso está bem?”
“Sim, parece bom.”
“Tudo bem.” eu sorri, me inclinei e beijei seus lábios. “Saio em cinco minutos.”
***

Grace
Carson me entregou o saco com bolos, alguns guardanapos e eu me sentei na cama
pra beber café e mordiscar o bolo, considerando a situação em mãos. Sufoquei o riso
surgindo na minha garganta. Eu não sabia se eram risos de alegria ou histeria. Eu estava
comendo na cama - o que eu nunca fiz, bolos - que eu nunca comia, depois de deixar um
lindo astro pornô me dar orgasmos múltiplos durante a noite. E agora eu estava me
desviando da minha conferência-inexistente, assim eu poderia passar mais tempo com
ele. E esperando que mais tarde ele me desse mais orgasmos alucinantes. Quem eu era? E
por que exatamente eu não estava fugindo como uma louca? Porque você gosta dele, disse
uma voz baixinho. Eu tomei um gole do meu café, mastigando cuidadosamente. Sim, eu
gostava dele. Mas isso era bom, certo? Eu sempre tinha planejado gostar do meu Cara
Número Dois. Sim, pode-se argumentar, muito bem, muito provavelmente, que, o que eu
estava fazendo era sacana. Mas se eu nem sequer gostasse do cara, não tornaria isso pior?
Então, sim, eu gostava dele. Ele era engraçado e eu nunca sabia exatamente o que iria sair
da sua boca. E havia uma doçura nele que eu não acho que ele mostrava a muitas pessoas.
E ele era sexy como o inferno e as coisas que ele poderia fazer com a boca e seu...
“O que você está sentada aí pensando?” Carson perguntou, de pé ali em nada mais do
que uma toalha. Mmm.
“Oh, nada de mais.” eu disse, levantando e me alongando. Carson me observava, seus
olhos escurecendo. Eu gostei do look dele - muito. Minha chuveirada seria gelada.
Ele não se moveu para me deixar passar e então eu sorri um pouco nervosa e disse:
“Licença.” enquanto eu deixava cair o lençol e passava por ele.
Fechei a porta do banheiro e encostei nela, respirando com dificuldade. Deus, eu
estava realmente fora do meu elemento aqui. Deixe se levar, Grace. Ele disse que iria
assumir o comando. Apenas relaxe e deixe-o. Pareceu funcionar muito bem na noite
passada. Calor me percorria quando o show de slides da nossa noite correu pelo meu
cérebro. Minha respiração nivelou e os meus nervos evaporaram, pelo menos por
enquanto, e fui resolver o assunto de escovar os dentes e tomar banho.
Quando eu saí do banheiro com uma toalha em volta de mim e meu cabelo ainda
úmido, Carson estava sentado contra a cabeceira da cama, percorrendo seu telefone, ainda
vestido com nada além de sua toalha.
Ele olhou para mim. “Ei, Botão de Ouro.”
“Por que você me chama de Botão de Ouro?” eu perguntei sorrindo e caminhando em
direção a ele.
Ele sorriu. “Talvez porque você seja tão pequena, como uma flor.”
“Eu não sou tão pequena.” eu sorri de volta.
“Eu não me lembro. Venha aqui.”
Fui até ele e sentei em seu colo, puxando minhas pernas sobre ele e esticando-as para
fora. Eu me inclinei para trás no seu peito nu enquanto ele passava os braços em volta de
mim. Ele colocou meu cabelo para o lado, se inclinou e acariciou meu pescoço, traçando
minha orelha com o nariz. Eu suspirei, meus mamilos endurecendo e o calor girando na
minha barriga no mais simples dos seus toques.
Senti-o inchar e alongar abaixo de mim e sabia que ele estava tão afetado por mim
quanto eu estava por ele. Era um pensamento inebriante e me deixou mais ousada. Girei
minha bunda lentamente sobre sua ereção crescente. Ele gemeu: “Deus, Grace, essa
sensação é tão boa.”
Ele abriu minha toalha e espalmou meus seios, apertando-os suavemente e, em
seguida, esfregou os polegares sobre os meus mamilos endurecidos. Eu gemia e sentia
seu pau saltando debaixo de mim. Meus sons de prazer o excitavam. Eu amava isso. Eu
gemi de novo quando ele beliscou meus mamilos suavemente e senti-o saltar abaixo de
mim novamente.
Ele brincou com meus seios por mais alguns minutos, enquanto beijava meu pescoço
por trás e eu esfregava a minha bunda contra ele. Nós estávamos respirando com
dificuldade agora, o zumbido do ar condicionado, os nossos suspiros e gemidos eram as
únicas coisas que enchiam o quarto. Parecia que a eletricidade corria pelas minhas veias
que, enviavam parafusos quentes entre as minhas pernas.
Ele estendeu a mão para baixo e passou um dedo entre minhas dobras. “Jesus, você
está molhada, baby. Será que tudo isso é por mim? Então eu posso deslizar direto pra
dentro? Diga-me, Grace.” sua voz era grossa, rouca.
Um dedo bateu no meu ponto e começou a circular lentamente.
“Sim.” eu respirava. “Por você. Ahhh. Não pare.”
“Por quem, Botão de Ouro?”
“Por você, Carson, por você.” eu estava ofegando descaradamente agora, dolorida por
ele.
“Isso é bom.” ele pressionou seu comprimento inchado contra a minha bunda. “É isso
que você quer, Grace?”
“Sim, sim.” eu ofegava. Peguei a toalha e tirei-a de debaixo de mim, para que eu
pudesse ficar mais perto dele.
Ele riu. “Você vai conseguir isso. Vou dar para você, baby, mas primeiro você tem que
fazer algo pra mim.”
Ele continuou tocando meu clitóris com uma mão e sacudindo meu mamilo com a
outra.
“O quê? Sim. Eu vou fazer isso. O que você quer que eu faça?” eu faria qualquer coisa
se ele me aliviasse, se ele enchesse o terrível vazio dolorido.
Eu senti o seu sorriso no meu ombro enquanto seus dedos aceleravam. “Eu quero
que você me prometa que vai dizer o meu nome quando gozar. Eu quero ouvir você gritar
isso. Você vai fazer isso?”
“Sim, sim, sim.” eu estava delirando com a necessidade agora. Eu gritaria qualquer
coisa que ele me pedisse. Eu não sabia por que ele queria isso, e no momento, eu não me
importava.
“Ok, bom.” ele tirou as mãos de mim e eu fiz um som ofegante de perda. “Shhh. Eu
tenho que manter você segura, Grace.” ele enfiou a mão na gaveta da mesa de cabeceira,
onde aparentemente jogou algumas camisinhas em algum momento e pegou uma. Então
ele abriu-a com os dentes. “Vire-se.” ele disse gentilmente, e quando eu fiz, ele deslizou o
preservativo no seu comprimento.
Olhei para seu pau duro projetando para cima e lambi os lábios em antecipação. Ele
estava sentado um pouco mais reto contra os travesseiros em frente à cabeceira da cama e
disse. “Desça em cima de mim.” sua voz era tensa e seus olhos estavam desfocados.
Inclinei-me para cima e, em seguida, afundei sobre ele, tendo apenas a ponta dentro
de mim. Nós dois suspiramos de prazer. “Oh, Deus, é isso, baby, mais.” ele resmungou.
Eu deslizei para baixo até que ele enterrou em mim até o fim.
Ele segurou meus quadris e me guiou por um minuto ou dois, enquanto eu me movia
para cima e para baixo sobre ele. Mesmo que eu nunca tivesse estado nesta posição antes,
a excitação percorrendo meu corpo me fazia confiante o suficiente para começar a dirigir
o movimento sozinha. Engoli em seco quando ele ajustou seus quadris e bateu naquele
ponto interno novamente. “Oh Deeeeus.” eu gemi. “Bem ali, por favor não se mova.” e
então comecei a montá-lo com determinação, enquanto ele se inclinava ligeiramente para
trás e me olhava com as pálpebras pesadas.
Quando meus músculos internos começaram a apertar e aquele formigamento de
calor começou a se espalhar para baixo, abri os olhos e olhei diretamente para Carson e
disse ofegante: “Eu vou gozar!” seus olhos se obscureceram e os seus quadris
empurraram para cima enquanto eu jogava minha cabeça para trás e gritava seu nome,
novamente e novamente.

***
Carson
Enquanto Grace gritava meu nome, meu próprio clímax avançou e eu empurrei
meus quadris enquanto me derramava no seu interior, o prazer pulsando através do meu
pau em espasmos de felicidade. Observei-a superar seu orgasmo, moendo em cima de
mim pelo leite até a última gota de prazer, sem saber que fazia o mesmo por mim. Bonita
pra caralho. Jesus, eu esperava que eu tivesse deixado espaço suficiente na ponta do
preservativo. Eu não acho que eu já tivesse gozado tanto na minha vida.
Quando ela levantou a cabeça, com um pequeno e satisfeito sorriso no rosto, ela se
inclinou e me beijou docemente. “E se esse tiro sair pela culatra e você acabar me
arruinando para qualquer outra pessoa?” ela perguntou provocativamente, empurrando o
cabelo que tinha caído na minha testa pra fora do meu rosto.
“O que acontece se você acabar me arruinando para qualquer outra pessoa?” eu
perguntei de volta. Eu disse a mim mesmo que eu estava brincando também.
Ela riu, deitada no meu peito. Eu estava quase semi duro dentro dela, apenas
apreciando a sensação da sua pele na minha, passando minhas mãos para cima e para
baixo na suavidade das suas costas.
“Eu sinto tão malditamente pena do primeiro cara. Nunca chegou ao ouvi-la gritar
seu nome. Ficou de fora. Desculpe filho da puta.”
Seu corpo tremia em cima do meu no com um riso suave. “Quem diria que eu era
uma gritadora, afinal? Será que o gerente nos chutará para fora logo?” ela sorria contra o
meu peito e mordiscava minha pele com os dentes.
“Provavelmente. Podemos ficar no seu quarto esta noite - dar ao povo deste andar um
pouco de descanso.” eu sorri em seu cabelo e ela riu novamente.
Depois de alguns minutos, eu disse: “Ok, levante. Eu não vou mantê-la trancada neste
quarto o dia todo. Embora seja tentador. Nós vamos andar por aí e você vai experimentar
Vegas.”
“Tudo bem." ela bocejou. “Cochilo mais tarde?”
“É um plano, Botão de Ouro.”
Ela piscou para mim. “Ok, bom, venha tomar banho comigo.”
Isso soava perigoso, mas eu não era nada senão um tomador de risco.
Uma hora, um frasco de banho corporal e outro orgasmo mais tarde e estávamos
vestidos e prontos para ir.
Eu não tinha um destino específico em mente - nós apenas caminhamos pela calçada,
observando as pessoas e parando num cassino aqui e ali. Ela adorou o casino Paris, o que
não me surpreendeu. Eu brinquei que ela era como uma velha senhora com as máquinas
caça-níqueis. Ela tirou um par de dólares e se sentou para alimentar as máquinas,
sugando a respiração quando ela ganhou de vinte e sete dólares. Nós fomos trocar o ticket
no quiosque e eu não conseguia tirar o sorriso do meu rosto apenas observando sua
emoção. Era como se essa menina tivesse vivido debaixo de uma pedra toda a sua vida e
alguém tivesse finalmente levantado isso para mostrar-lhe o céu. Eu percebi que eu não
tinha tido muito divertimento com uma garota, talvez nunca. E quem teria imaginado que
aquela garota que eu primeiro pensei que fosse uma tensa princesinha, seria a única a me
dar isso? Eu havia dito isso a Grace e isso era a porra da verdade, a vida é selvagem.
Eu disse a ela que enquanto ela estivesse em Vegas, precisaria experimentar um
buffet e então nós andamos até o Bacanal Buffet no Caesars Palace. Ela pediu um prato e
meio de alimentos e, em seguida, sentou-se com um olhar no rosto como se ela estivesse
farta. “Eu acho que eu realmente não investi no seu dinheiro, não é?”
Eu ri. “Bem, considerando que o seu primeiro prato era a sobremesa, eu não estou
surpreso.”
“Eu só não queria ficar cheia e depois perder todos aqueles doces.” ela sorriu. “Eu não
me lembro a última vez que eu comi bolo.”
“Valeu a pena cada centavo, então.” eu sorri.
“Então Carson, obviamente, você malhar para manter esse seu corpo. Você com
certeza não faz dieta.” ela acenou com a mão para o meu almoço, o prato cheio com sete
itens diferentes de quatro diferentes estações da culinária.
Eu ri com a boca cheia. “Eu não faço academia, mas eu pratico surfe e faço
snowboard{1 0} sempre que não estou viajando a trabalho - qualquer esporte radical e eu
estou lá.”
“Snowboarding? Na Califórnia?” ela franziu o cenho.
“É. Mammoth Mountain é menos de cinco horas de Los Angeles e Tahoe é de cerca de
sete. O snowboard é ótimo. Eu vou com os meus amigos o tempo todo.”
“Hmmm. Parece divertido.”
“De onde você é originalmente, Grace?”
“Ohio.” ela respondeu.
“Eu vou assumir que você nunca surfou. Você já fez snowboard?”
Ela balançou a cabeça. “Não, eu nunca fiz qualquer um desses. Depois que meus pais
se divorciaram, o dinheiro estava meio apertado. Nós nunca viajamos.”
“Quando seus pais se divorciaram?” eu perguntei.
“Alguns anos depois que meu irmão, Andrew, morreu. Minha mãe nunca realmente
conseguiu sair da depressão, ela se afundou” disse ela em voz baixa. “Meu pai tentou de
tudo para ajudá-la a seguir em frente mas nada funcionou. Eventualmente, ela pediu ao
meu pai o divórcio. Eu acho que só de estar perto dele, assistindo a todos nós tentando
voltar à vida, foi demais para ela. Ela se ressentiu de nós e pensou que nós éramos a razão
pela qual ela não poderia se sentir bem.” ela encolheu os ombros, mas eu vi o flash de
tristeza em seus olhos. Ainda doía nela pensar sobre o que tinha acontecido com sua
família.
“Então seu pai te criou. Pra onde sua mãe foi?”
“Ela se mudou pro outro lado da cidade. Nós íamos lá aos fins de semana por um
tempo, mas eventualmente as visitas pararam. Era muito difícil para nós estar lá - ela
simplesmente começava a chorar no meio do jantar, e se qualquer um de nós, alguma vez
levantasse a voz, por qualquer motivo, ela não podia lidar com isso. Ela se internou num
hospital para tentar tratar sua depressão quando eu tinha quatorze anos e pareceu ficar
um pouco melhor. Mas ela nunca voltou a si completamente. Minhas irmãs e eu a vemos
uma vez por ano ou mais, geralmente durante os feriados. Ela está morando com um
namorado agora que é muito legal, e parece estar indo bem.” ela olhou para baixo.
Jesus, não admira que ela fosse tão maníaca por controle. Toda a porra do seu mundo
tinha caído por terra quando ela era apenas uma criança.
“Hey.” eu disse pegando a mão dela sobre a mesa. “Obrigado por compartilhar isso
comigo.”
Ela deu uma pequena risada. “Eu nem sequer fiz você acertar uma cesta para isso.”
Eu sorri. “Estamos muito bem nesse jogo de qualquer maneira - vamos pular as
formalidades a partir de agora e ir direto para o segredo.” eu pisquei. “Mas justo é justo.
Te devo uma.”
Ela sorriu para mim e eu toquei seu queixo. “Hmmm. Ok, me diga por que você
viajou ao redor da Europa - e aonde você foi.” seus olhos brilharam. Deve ser legal para
alguém que nunca tinha saído de Ohio toda a sua vida.
“Bem, como eu disse, quando minha avó morreu, eu tinha um pouco de dinheiro. Eu
tinha morado brevemente em Massachusetts com ela, mas fora isso, nunca tinha morado
fora da Califórnia, e então decidi perambular por toda a Europa por pouco tempo, apenas
ir onde queria, ver para onde o vento me levava.” eu sorri e seus olhos se arregalaram.
“Isso soa assustador.”
Eu ri. “Não, foi incrível. Eu adorava viajar. Só eu e minha mochila - nenhum
itinerário, nenhum destino específico. Fui a Roma, Barcelona, Florença, Veneza, Paris... os
lugares mais incríveis em todo o mundo. Então acabei com o dinheiro e voltei para casa.”
Eu ri novamente e ela sorriu para mim.
“Você é uma pessoa muito corajosa, Carson.”
Olhei para ela. “Nah, não corajosa, apenas a mente aberta.”
Quando voltamos para o hotel, eram cerca de três horas e por isso, decidimos
desfrutar da piscina por um momento. Nos separamos no seu andar e planejamos nos
encontrar no lobby em vinte minutos.
Entrei no meu quarto e percebi imediatamente que havia sido limpo. Lençóis frescos
para eu e Grace sujarmos novamente esta noite. Eu sorri para mim mesmo.
Vesti minha sunga em minutos e peguei meu telefone para ligar para o meu agente,
Tim. Merda, isso não ia ser agradável. Às três, estava programado para eu dar autógrafos
para as fãs - eu tinha desviado de tudo. E Tim tinha voado nesta manhã para ajudar a
gerenciá-los.
Sentei-me na ponta da cama enquanto ligava pra ele.
“É melhor você estar morto e me ligando do além nesse momento.”
“Isso me tiraria do apuro?”
“Não, mas você estaria a salvo de mim. Caso contrário, vou chutar o seu traseiro por
toda Vegas. Onde diabos você está Carson?”
“Uh, eu ainda estou em Las Vegas. Eu simplesmente fui derrubado por um vírus
sério, forte. Sério, eu não conseguiria nem mesmo sair da cama.”
“Sério? Porque Chastity Aurora disse que viu você se empanturrar com bolo no
Caesars Palace hoje, com uma loirinha.”
Fechei os olhos. Porra de Chastity Aurora. Puta, fofoqueirinha. Eu suspirei. “Ouça,
Tim, vou ser honesto com você. Eu odeio essa merda, você sabe disso. Foi antiprofissional
da minha parte, mas eu pulei os autógrafos. Desculpe-me colocá-lo nessa situação, mas
não posso fazer mais aquilo. Se você me negociar com mais disso, vou ter que encontrar
um novo agente.”
“Carson, este não é exatamente o momento de ameaçar me demitir. Eu que deveria
estar te demitindo, depois de chutar o seu traseiro.” ele suspirou. “Olha, eu já lancei um
comunicado à imprensa pedindo desculpas a seus fãs em seu nome. Eu disse que surgiu
uma emergência de família, então use isso se for perguntado a você. Você não tem que dar
mais detalhes. E então não me faça nunca mais ficar mal novamente em público, você
entendeu?”
“Sim, eu entendi.”
“Tudo bem - volte para o seu vírus. Você não tem quaisquer outros eventos
programados para este fim de semana. Seu quarto está pago e você tem que dar vinte e
quatro horas de antecedência para cancelamentos ou se você voltar de L. A. esta noite.
Mas Carson, vou vê-lo no seu melhor na segunda-feira. Dez horas da manhã. Esteja lá.”
“Eu estarei lá, Tim. Obrigado.” eu desliguei.
Eu joguei o telefone na cama e sentei com a cabeça entre as mãos por alguns
minutos, tentando conseguir de volta um melhor espaço livre. A única razão que Tim
tinha sido mesmo tão tolerante comigo como ele tinha foi, era porque eu já tinha feito pra
ele uma boa quantia de dinheiro com um par de filmes. E o meu potencial para fazer mais
pra ele estava além do esperado. Eu sabia disso. E ele também.
Grace. Eu só queria ver Grace. Eu não queria pensar em nada disso. Eu não queria
pensar que eu tinha que voltar na segunda-feira.
Capítulo Oito

Grace
Abri a porta do quarto e usei o banheiro para me refrescar antes de pegar meu maio
e vesti-lo. Eu chequei meu telefone e havia uma mensagem da minha irmã, Julia, apenas
ligando para conversar. Eu mandei uma mensagem para ela rapidamente dizendo que
estava em Vegas para o meu congresso de direito e que eu iria ligar para ela quando eu
voltasse segunda-feira. Ela mandou uma mensagem de volta imediatamente.
Esqueci completamente que era este fim de semana! Aproveitando? Haha. Fale seg
xxoo
Oh, eu estava aproveitando. Ela não tinha ideia. Minha irmãzinha era mais um
espírito livre do que eu e ela gostávamos de me provocar sobre meu jeito me dizendo
constantemente que eu precisava me soltar. Ela ficaria feliz ou horrorizada com o que eu
estava fazendo neste fim de semana? Provavelmente ambos. Claro, eu não diria a ela - ela
era minha irmã mais nova e eu queria ser um bom exemplo para ela. Eu não acho que o
que eu estava fazendo esse fim de semana se encaixava exatamente nisso.
Havia também uma ligação de Abby me pedindo para lhe deixar prosseguir para
pintar a cozinha de “Maçã Verde”.
Sentei-me na beira da cama e disquei o número dela. “Oi querida, posso prosseguir
com a 'Maçã Verde'?” perguntou ela. Nós nunca respondíamos com um simples ‘oi’. Era
coisa nossa.
“Você não deveria estar tendo relações sexuais por aí, ao invés de ficar se coçando?”
“Ugh. Preciso de uma distração. Me coçar é melhor do que sexo agora. Se eu não fizer
algo, vou começar como mestre da coceira. Mestre em coçar? Qual é o termo adequado
para o auto prazer através da vigorosa, não recomendada coçatona{1 1 } ?
Eu estava rindo alto agora. “Você pode prosseguir com a 'Maçã Verde'. Por favor, vá
se distrair. Pinte meu quarto enquanto você está assim.”
“Tudo bem. Eu simplesmente posso. Como está o congresso de direito ultra
estimulante?”
Fiz uma pausa. “Hum, ultra-estimulante praticamente diz tudo, Abs. Você não tem
ideia.” soltei um riso nervoso.
Abby ficou em silêncio por um momento. “Desembucha, Grace. O que está
acontecendo?”
Mordi o lábio. “Você pode ficar preocupada comigo, Abby. Eu estou meio preocupada
comigo.”
“Bem, agora eu estou preocupada. O que foi, Grace?”
Eu falei rápido. “Lembra-se de quando você me disse para pegar o astro pornô quente
que mencionei e levar para o meu quarto e deixá-lo me ensinar alguns truques? Bem, eu
fiz. Só que fomos para o quarto dele. E ele fez. Ensinou-me algumas coisas. Algumas
coisas realmente ótimas incríveis, que eu nun-”
“O QUÊ?” Abby gritou tão alto que tive que segurar o telefone longe do meu ouvido.
“Quem é você, e o que fez com a Grace?”
“Abby. Eu sei, eu sei, ok, calma. Escuta, é tipo que uma longa história. Depois que
falei com você, nós ficamos preso num elevador e ele... bem, ele me cativou, eu acho? É
difícil de explicar. Ele tem esse lado realmente suave, e sim, eu sei o que ele faz. Mas
Deus, ele é muito sexy, de uma forma que eu não tinha ideia que sequer existia. E eu
pensei, o que fazer num fim de semana doloroso, sabe?”
“Uh... hum, hum. Estou atordoada, querida. Minha Gracie Hamilton tipinho A, a
menina com um plano? Tem certeza que é uma boa decisão? Quero dizer, você está
usando camisinha? Nossa, eu não posso nem mesmo acreditar que nós estamos tendo
essa conversa.”
Eu suspirei. “Estou me divertindo, Abby. E não tenho me divertido assim, desde, bem,
desde nunca. Não me julgue.”
“Oh, querida, eu não estou te julgando. Escute, eu confio em você, ok? E se esse cara
conseguiu dobrar você sob suas próprias regras e colocar essa emoção em sua voz, então
deve haver algo especial nele. Só por favor, lembre-se do que ele faz e se mantenha
lembrando de que é apenas um fim de semana, ok? E então, quando você voltar, estará
propagando sexo com truques abundantes com o astro pornô.”
Eu ri. “Combinado. Eu amo você, Abby.”
“Eu te amo, Gracie. Oh! Qual é o nome dele, no caso de você sumir?”
“Abby, eu não vou sumir! Seu nome é Carson Stinger. Ele é de LA.”
“Tudo bem, fique segura. Ligue-me amanhã de manhã. Sério.”
“Ok, eu vou. Tchau, Abs.”
“Tchau, impostora.”
Eu desliguei o telefone sorrindo e desci para o saguão.
Quando sai do elevador, Carson estava com um quadril estreito encostado na parede
do canto do banco de elevadores, fazendo algo em seu telefone novamente. Ele apertou
um botão e enfiou-o no bolso, e, em seguida, olhou para cima e me viu vindo em sua
direção. O sorriso que ele me deu fez meu coração entrar no ritmo. Deus, aquela pequena
covinha abaixo da sua boca praticamente me colocava no limite cada vez que ele sorria.
Eu era uma escrava dessa pequena covinha. Eu sorri de volta, balançando a cabeça
ligeiramente.
“O quê?” ele perguntou quando o cumprimentei e começamos a caminhar em direção
à piscina.
“Nada, eu só estava pensando que bem ali onde você estava de pé, foi onde nós
trombamos. Quem teria adivinhado que depois desse encontro, menos de seis horas mais
tarde, eu estaria indo para o seu quarto de hotel?” eu sorri para ele.
“Nenhuma surpresa, querida. Eu previ isso. Agarrar você só levou um pouquinho de
tempo pra conseguir.” ele colocou um braço em volta de mim.
Eu lhe dei uma cotovelada na lateral. “Você provavelmente fez, seu egomaníaco.”
Ele riu, mas depois seu rosto ficou sério quando me guiou para fora numa outra saída
da que nós estávamos indo. “Desculpe, eu só vi algumas pessoas que poderiam me
reconhecer e eu não queria lidar com elas.”
Eu fiz uma careta. Pessoas dos seus negócios, aqui para a expo, eu presumi. Meu
peito estava apertado e eu empurrei o sentimento pra longe - nada de bom viria de pensar
muito sobre seus ‘colegas de trabalho’.
Será que ele viu uma mulher com quem ele tinha feito um filme? Eu não poderia me
obrigar a perguntar.
Carson olhou para mim com tristeza em seu rosto. “Sinto muito, Grace, você se
importa se formos para uma das piscinas mais longe da entrada?”
Eu balancei minha cabeça. “Isso é provavelmente uma ideia melhor para mim
também.” eu disse calmamente.
Nós caminhamos da área da piscina para uma seção menos lotada, mais perto da
parte de trás e colocamos as nossa toalhas e minha bolsa em baixo de duas
espreguiçadeiras com um pouco de sombra.
“Precisa que eu coloque um pouco de protetor solar em você?” perguntou ele.
Eu balancei a cabeça. “Se você pudesse passar nas minhas costas...” eu disse tirando
minha roupa.
Ele pegou o frasco que entreguei e começou a espalhar nas minhas costas. Então ele
beijou a lateral do meu pescoço e entregou o protetor solar de volta para mim. “Obrigada.”
eu sorri aplicando protetor solar pelo resto do meu corpo.
Sentei-me na minha espreguiçadeira, mas ele virou-se e caminhou até uma família
sentada a algumas espreguiçadeiras abaixo e fez a eles uma pergunta. Eles acenaram e
apontam para um bote laranja deitado ao lado deles.
Carson pegou e começou a caminhar de vota a mim falando atrás deles: “Obrigado!
Vou devolvê-lo.”
Em seguida, ele pegou minha mão e me puxou. “Espere! Eu pensei que íamos
planejar um pouquinho antes de entrar na água.”
“Quem disse isso? Não havia um plano. Nós fazemos o quê e quando quisermos fazê-
lo, lembra? E agora, eu quero nadar com você.”
“Okaaay. Bem, e se eu não quiser nadar agora?”
“Então, eu faço isso.” e então ele deixou o bote cair, me pegou e me jogou direto na
água.
Eu subi cuspindo, mais louca do que um Chapeleiro Maluco{1 2 } . A água onde ele tinha
me jogado estava quase tão alta quanto meus ombros e então me levantei olhando para
ele enquanto ele sorria para mim do outro lado da piscina. “Eu não posso acreditar que
você me jogou na piscina!”
“Bem, acredite. Eu fiz.” disse ele, jogando o bote na água e, em seguida, andando com
seu corpo perfeito na parte mais funda e executado o mergulho mais perfeito que já vi,
cortando diretamente através da água.
Antes que eu pudesse piscar, ele havia nadado debaixo d'água até mim e foi me
puxando por sob as pernas.
Abri os olhos debaixo da água, fazendo o meu rosto mais raivoso pra ele enquanto ele
encontrava meus olhos e sorria.
Porra, ele era bonito até debaixo d'água com as bolhas de ar saindo do seu nariz.
Ele me soltou e eu voltei a superfície, alisando meu cabelo para trás. Ele veio à
superfície um segundo depois rindo e passando a mão pelo cabelo. “Não fique zangada,
Botão de Ouro. Eu simplesmente não podia esperar para ficar escorregadio novamente
com você.”
Eu olhei para ele por um segundo, mas não conseguia ficar com raiva dele, olhando
para mim com aquela expressão inocente, as gotas de água se aderindo aos seus
impossivelmente longos cílios.
Eu balancei a cabeça, incapaz de conter o sorriso que surgiu no meu rosto. “Você
realmente é um idiota. Eu não posso acreditar que você me jogou na piscina. Ninguém
nunca tinha me jogado na piscina.”
Ele nadou até mim, puxando meu corpo para o seu e nos girando na água. “Isso é
uma vergonha. Você é tão bonita encharcada.” ele se inclinou e me beijou de leve nos
lábios, em seguida, beijou cada um dos meus olhos e depois o meu nariz. Ok, ele estava
perdoado.
“Você nada bem.” eu notei.
Ele acenou com a cabeça. “Quando você cresce em hotéis e apartamentos baratos,
todos com piscinas, você tende a passar muito tempo aperfeiçoando suas braçadas.” ele
fez uma pausa. “Eu não tinha muito mais o que fazer. Algumas crianças jogam basquete.
Eu nadava.”
Estudei-o. “Eu acho que tive a impressão de que, porque sua mãe era... famosa... que
você tivesse dinheiro.”
“Difícil ter quando você gasta tudo o que tem na prescrição não prescrita de drogas. E
eu sei que usei a palavra 'famoso' antes, mas eu provavelmente diria que 'bem conhecida'
é um melhor termo. Mas no negócio, isso nem sempre se traduz em ‘bem pago’. Significa
apenas que ela estava disposta a fazer coisas que os outros não estavam.”
Olhei para ele, meu coração doendo. O que deve ter sido para um menino saber o que
o sua mãe estava fazendo cada vez que ia para um trabalho como esse? Mas estávamos na
piscina e isso não era o momento para fazer a ele mais perguntas.
Mudei de assunto. “Por que você pediu um bote?” eu perguntei balançando a cabeça
em direção a ele, flutuando nas proximidades.
“Porque quero provar um ponto.” disse ele nadando até o bote e puxando-o de volta
para mim.
“Oh Deus, isso é parte de sua terapia Titanic{13}?” eu perguntei. “Olha, eu não sou
uma profissional. Mas realmente acho que isso requer uma.”
Ele piscou para mim. “Nunca deixe ir, baby. Vamos trabalhar através disso comigo. Eu
preciso de você, Grace.”
Eu ri. E, então, nós passamos a próxima meia hora tentando conseguir que nós dois
ficássemos em cima daquele bote estreito sem cair. Toda vez que ele rolava, afundava até
o fundo, segurando uma das mãos na sua imitação de um picolé humano. Eu estava rindo
tanto que meu rosto doía.
Finalmente ele foi capaz de manter-se estável o suficiente para que pudesse me
arrastar em cima dele e nós ficássemos ali, olhos arregalados, se mexendo tão pouco
quanto possível. Uma lenta propagação de um sorriso apareceu em seu rosto e ele
sussurrou: “Eu sabia disso.”
“Nunca deixe ir, baby.” eu sussurrei de volta.
Ele riu e isso foi tudo o que nós demoramos a virar.
***

Carson
Nós saímos da água, nos secamos e caímos sobre as cadeiras. Eu mantive um olho
no biquininho que Grace vestia enquanto ela fechava os olhos e adormecia por um tempo.
Fui até o bar e pedi para nós umas cervejas e quando ela se espreguiçou e abriu os
olhos meia hora mais tarde, eu lhe entreguei sua bebida. “Obrigada. Desculpe, estive
adormecida por muito tempo?”
“Estou feliz que você estava. Eu preciso de você bem descansada para esta noite.” eu
pisquei para ela.
Ela sorriu provocativamente para mim. “Por quê? Nós vamos trabalhar com questões
emocionais do cinema mais tarde?”
Eu ri. “Uma coisa assim. Só vamos usar a cama como o dispositivo de flutuação.”
“Você realmente precisa de terapia extensiva, não é? Eu poderia ter que começar a
cobrar.”
Tomei a cerveja da mão dela e puxei-a pra cima de mim. “Diga o seu preço. Eu vou
pagar por isso.” eu disse, apertando sua bunda e fazendo cócegas em suas costelas.
“Ahhh! Carson, assim farei xixi em você.” ela gritou.
“Pervertida. Mas não na piscina, baby. Nem todo mundo curte esse tipo de sujeira.
Você vai chocar alguma-”
“Grace? É você?” perguntou uma voz masculina.
Minha cabeça se aproximou e Grace virou. Ela se sentou e acabou por conta própria
na espreguiçadeira muito rápido, minhas mãos ainda estavam posicionadas onde a bunda
dela tinha estado milissegundos antes.
Era um cara alto, de cabelos castanhos e sunga em pé no final da nossa
espreguiçadeira olhando para Grace com uma expressão preocupada no rosto.
“Parker! Oi. Oh meu Deus. Eu nem sabia que você estaria aqui este fim de semana!
Oi!”
“Oi.” ele disse olhando para mim, claramente esperando por uma introdução. Grace
ignorou isso.
“Então, como você está aproveitando a conferência até agora?” perguntou ela
inclinando a cabeça e sorrindo para ele.
Eu vi os olhos dele descendo até o corpo dela praticamente nu antes de responder, e
senti minhas mãos cerrando os punhos.
“Uh, foi bom. Eu realmente gostei do que o Professor Fulton disse esta tarde. O que
você achou? Eu não vi você lá.”
“Oh, hum, eu estive sentada na parte de trás, na maior parte. Sim, a conversa foi boa.
Muito informativa.” ela acenou com a cabeça vigorosamente. Gostaria de saber se este
idiota nerd podia ver quanto cheia de merda ela estava. Se ele não podia, não a conhecia
muito bem. Esse pensamento me fez querer sorrir, mas eu me segurei.
Finalmente, ele apenas estendeu a mão para mim e disse: “Parker Grayson, estou na
faculdade com Grace.”
Eu estendi minha mão e abri a boca para falar quando Grace interrompeu: “Este é
Rick... Ryder. Ele está na faculdade de direito em, uh, Stanford.”
Parker olhou duvidoso. “Stanford, hein? Ótima faculdade. Como vocês dois se
conhecem?”
“Os pais de Rick são amigos da família. Você sabe. Vamos voltar juntos. Certo, Rick?”
Eu levantei uma sobrancelha. “Certo.”
“Oh, bem, é legal que vocês se encontraram aqui, então. Qual é o seu foco de lei,
Rick?” apertei os olhos para Parker e olhei para Grace. Ela parecia em pânico. Meus olhos
viajaram até seu decote.
“Bem, Parker, eu diria que o meu foco é a inspeção de peças.”
Parker parecia confuso. “Oh, você quer dizer quanto a lei em torno das leis
trabalhistas industriais?”
“Claro Parker.” eu disse.
Grace riu nervosamente. “Bem, foi muito bom ver você. Nós temos que tomar um
café quando voltarmos.”
Parker virou o rosto confuso para mim e sorriu para Grace, seus olhos varrendo o
corpo dela novamente. “Parece bom. Vou ligar para você.”
“Tudo bem.” ela acenou para ele.
Eu o vi girar seu corpo magro e ir embora. Eu estava legiões acima dele no
departamento da aparência, então por que eu odiava Parker Grayson?
Eu me virei para Grace. “Rick Ryder?” eu perguntei. “Ótimo você sair ilesa se você
não quer que ele saiba o que eu faço.”
“Ele é muito certinho para entender isso. Inferno, ontem, eu não teria entendido
isso.” ela caiu para trás em sua espreguiçadeira, exalando.
Meu peito estava apertado e eu queria dar um soco em algo. “Pronta?” eu disse
juntando as nossas coisas.
“Oh, ok... se você está.” ela olhou para mim nervosamente. “Carson, eu sinto muito,
isso apenas não seria bom para a minha carreira, se ele soubesse que eu estava me
acariciando com um astro pornô.”
“Acariciando, Grace? Jesus, eu nem sei que porra é essa.”
“Você está irritado.” disse ela mordendo o lábio.
“Não, eu não estou irritado. Estou pronto para ir embora.”
Ela assentiu com a cabeça e começou a pegar suas coisas também, colocando-as em
sua bolsa. Foi então que eu vi Tawny Anderson, uma garota que trabalhava na mesma
empresa que eu trabalhei. Ela era uma linda ruiva com um corpo de matar. Eu nunca
tinha feito um filme com ela, mas ela tinha me abordado para um momento
extracurricular, em muitas ocasiões. Eu nunca tinha começado isso com ela.
Ela estava em pé no bar a um par de metros de distância com uma menina que eu não
conhecia. “Ei Tawny.” eu chamei e ela se virou, seus olhos brilhando.
Ela se aproximou de mim e me encontrou na frente da cadeira de Grace. “Carson!” ela
gritou beijando minha bochecha e apertando os seus seios grandes no meu peito.
Eu sorri sugestivamente para ela. “Ei querida, como você está?” eu perguntei
puxando-a para mim e segurando sua bunda.
“Estou ótima, lindo. Ouvi dizer que você teve uma emergência familiar. Qualquer
coisa que eu possa ajudar?” ela correu um dedo pelo meu peito.
“Talvez. O que você tem em mente?”
“Tenho certeza de que eu poderia pensar em alguma coisa.” ela deu uma risadinha.
“Mas pensei que você não misturasse negócios com prazer.”
“Eu poderia ser capaz de fazer uma exceção para você.” eu disse, erguendo as
sobrancelhas e apertando sua bunda.
Foi quando Grace limpou a garganta e eu e Tawny viramos a cabeça para vê-la ali com
seus sapatos e vestida, sua bolsa no ombro, olhando para que nós nos movêssemos para
que ela pudesse passar por nós.
“Quem é ela, Carson?” Tawny exigiu.
“Ela não é ninguém, querida.” eu disse e o olhar que surgiu no rosto de Grace quase
me deixou de joelhos. Ela me olhava como se eu tivesse apenas dado um tapa no seu
rosto e a chutado enquanto ela estava no chão. Parecia que eu tinha levado um soco no
estômago.
Grace não esperou nós nos movermos, mas em vez disso ela passou por nós,
empurrando Tawny.
“Cuidado garotinha” Tawny disse com raiva. Grace nem sequer olhou para trás.
“De qualquer forma.” disse Tawny voltando-se para mim e pegando a minha mão e
recolocando na bunda dela. “Onde estávamos?”
Eu era um estúpido da porra. Santo Cristo. O que eu tinha feito? Eu estava
machucado pra caralho quando ela me fez sentir constrangido, como um nada na frente
do seu amigo. Eu tinha reagido automaticamente, tentando fazê-la se sentir da mesma
forma também. E eu consegui. E era uma merda. “Desculpe, Tawny, tenho que ir.” eu
disse pegando-a pelos ombros e movendo-a fisicamente para longe de mim.
“Espere, o quê? Pensei que íamos sair!” ela choramingou.
“Você estava certa.” eu disse sobre o meu ombro. “Eu não misturo negócios com
prazer. Quase esqueci por um minuto.”
Corri na direção que Grace tinha ido embora, olhando ao redor e finalmente
localizando ela atravessando a porta do hotel. Corri atrás dela.
Quando entrei, eu corri para os elevadores, na esperança de encontrá-la esperando
por um. Eu tinha fodido isso. Eu tinha que fazer isso direito. Ela não estava em qualquer
lugar a vista. Eu mostrei meu cartão do quarto para o guarda e apertei o botão pra subir
furiosamente, xingando sob o meu fôlego. Quando o elevador finalmente chegou, eu pulei
dentro e quando algumas pessoas tentaram me seguir, eu segurei minha mão e disse:
“Desculpe! Emergência! Ninguém mais vai entrar neste elevador!” eles recuaram,
confusos, enquanto eu apertava para o andar de Grace. Ninguém mais ia me atrasar pra
chegar até ela. Pânico corria através de mim. Merda, eu tinha feito isso. Eu tinha feito
essa porra.
Quando as portas do elevador se abriram, eu corri pelos corredores e quando eu virei
o corredor vi Grace quase no quarto dela, tirando seu cartão-chave. Quando ela me ouviu
atrás dela, ela se virou, surpresa enchendo sua expressão, a mágoa ainda clara nos seus
grandes olhos azuis.
Ela voltou-se para a porta.
“Sinto muito, Grace.” eu disse desesperadamente.
Ela parou. “Nada que se desculpar, Carson. Você, obviamente, tem uma vida. Eu
estava no caminho dela por um minuto. Por favor, não me deixe interromper os planos
que você tem com Tawny.”
“Eu não tenho nenhum plano com Tawny, Grace. Eu fiz isso porque não gostei do que
aconteceu com Parker. Isso me fez sentir como um nada e eu queria fazer o mesmo com
você. Não era justo e eu fodi isso e sinto muito.”
Ela me estudou por um minuto. “Eu entendo. Lamento muito. Mas isso.” ela fez um
gesto entre eu e ela. “Não ia funcionar. Nem mesmo por um fim de semana. Tive um bom
momento. Mas nós dois precisamos voltar para as nossas vidas reais. Nós não fazemos
qualquer tipo de sentido.”
Ela deslizou a chave na ranhura da sua porta e quando ouvi o clique indicando que
tinha aberto e que ela estava prestes a entrar, eu tomei um fôlego. “Ninguém jamais me
fez sentir do jeito que você faz. Nem mesmo perto. Isso me assustou, Grace e eu reagi.
Mas é porque você está longe de ser nada para mim. Você está muito longe de ser nada
para mim.” eu repeti implorando com os olhos para ela me perdoar.
Ela olhou para mim por outro par de batidas, inexpressivamente e meu coração caiu.
Em seguida, ela finalmente olhou para o chão e olhou de volta para mim. “Você quer
entrar, Rick?” ela perguntou.
Eu ri um riso aliviado. “Sim, Botão de Ouro, eu quero.”
Ela assentiu com a cabeça e segurou a porta aberta para me deixar entrar.
Capítulo Nove

Grace
Eu segurei a porta aberta enquanto Carson entrava atrás de mim. O caroço que tinha
estado na minha garganta durante todo o caminho da piscina até o meu quarto estava
começando a diminuir, mas eu ainda sentia a mágoa persistindo por ter assistido Carson
com Tawny e o que ele havia dito a ela sobre mim. Eu tinha me perguntado todo o
caminho até o meu quarto por que essa ardência machucava tanto que eu queria rolar
numa bola e chorar. Mas eu o tinha ferido também. Eu só não tinha percebido isso no
momento. Eu pensei que ele iria entender por que eu não poderia ostentar o fato de que
estava passando um tempo com um astro do cinema adulto. Esse era o tipo de coisa que
poderia vazar mais tarde e arruinar a minha carreira como advogada, especialmente em
DC onde a política sempre entrava em jogo. Eu pensei que nós íamos deixa isso rolar e rir
depois que Parker fosse embora. É por isso que eu tinha vindo com aquele nome ridículo -
tentando fazer uma piada interna ali para Carson. Eu não tinha a intenção de fazer ele se
sentir como se não fosse nada, não era assim que eu sentia. Mas nossas vidas não se
misturavam. Esses encontros na piscina foram bastante óbvios. Este era para ser um fim
de semana de diversão, de se deixar levar temporariamente e, em seguida, voltar para
exatamente o que eu estava fazendo antes de vir para Vegas. Essa coisa com Carson
estava se transformando em algo perigoso para nós dois? Se os sentimentos estivessem
envolvidos, mesmo num nível básico, onde é que isso nos deixava quando tudo fosse dito
e feito?
Eu não sabia o que fazer. A minha parte lógica estava me dizendo para acabar com
isso e ir embora, apesar do fato de que eu gostava dele e nós tínhamos essa química
elétrica. A parte emocional estava segurando, mas o porque, eu não sabia e isso não fazia
sentido.
Ele era um enigma para mim, me machucando num minuto e, em seguida, me
acalmando com suas palavras, seu toque, seu sorriso.
Merda, merda, merda! Isso se tornou complicado e eu só passei um dia e meio com
ele.
Caí na cama e olhei para Carson, agora de pé, com o quadril contra o canto da parede,
os braços cruzados casualmente me estudando. Por que ele tem que ser tão lindo? Era seu
veneno e ele injetou isso em mim, eu estava infectada. Eu ri sem graça, terminando num
suspiro.
“O quê?" perguntou ele inclinando a cabeça para o lado.
“Nós.” levantei os braços e os deixei cair. “O que estamos fazendo, Carson?”
Ele olhou para baixo, deslizando os dentes até o lábio inferior e franzindo a testa. “O
que você quer fazer, Grace?”
Olhei para baixo. Eu queria passar um tempo com ele. Mas eu queria que isso fizesse
sentido. Eu tinha certeza de que toda a minha cobertura “Cara Número Dois” caiu, pelo
menos para mim. Eu tinha feito um bom trabalho de me convencer de que essa era a
razão para que eu concordasse em passar o fim de semana com ele, mas esse nunca tinha
sido realmente o caso? Talvez não. Algo nele me atraia e me dava vontade de ficar,
quebrar todas as minhas regras, jogar todos os meus bem-feitos planos para fora da porta,
experimentar coisas que nunca me permiti experimentar, querer coisas que eu nunca me
permiti querer. Ele não fazia parte do meu plano como eu convenci a mim mesma, ele era
a antítese do meu plano. E eu não tinha mais certeza se isso era ruim ou bom. Mas será
que isso importava mesmo? Nós não poderíamos estar mais do que um fim de semana,
não era possível. Por muitas razões para contar. E eu tinha certeza de que seria difícil ir
embora na segunda-feira de manhã, sabendo que era isso. Definitivo. Valia a pena tornar
isso muito mais difícil por passar outro dia com ele?
Carson veio e se agachou diante de mim, descansando os braços sobre os joelhos e
olhando nos meus olhos.
“Ouça, Botão de Ouro, claramente este arranjo de fim de semana se transformou em
algo que nós necessariamente não esperávamos. Nós somos amigos.” ele sorriu. “Quem
teria imaginado? E eu, pelo menos, quero passar o resto do fim de semana com minha
amiga. Você quer isso também?”
Eu olhei para ele. É isso que nós éramos? Amigos? Amigos que fazem sexo no fim de
semana? Eu acho que talvez fosse melhor do que estranhos que tiveram relações sexuais
durante o fim de semana. E realmente, o quanto seria mais difícil nos afastarmos em 36
horas, em vez de agora? Eu não conseguia ver as coisas mudando muito até segunda-feira
de manhã. Eu iria sobreviver. Isso seria um saco, porque eu gostava dele, mas eu faria
isso bem. No momento em que eu tocasse em DC, a realidade estaria de volta em foco e
eu retomaria minha vida.
Ele me atirou aquele sorriso de derreter o coração que ia direto para minha cabeça
como bom champanhe. “Bom. Eu vou para o meu quarto e me vestir para o jantar, e então
vou te levar em algum lugar agradável. Você pode ficar pronta em meia hora?”
Eu balancei a cabeça. “Eu tenho aquele vale presente.” eu o lembrei.
“Sim, mas eu quero levá-la para sair, então não vou usar o seu vale presente.”
“Por quê? Nós dois ganhamos por ficarmos presos no elevador.”
“Porque é importante para mim convidar você, isso é tudo. Fim da história.”
Mordi meu lábio. Eu precisava dizer uma última coisa sobre o que aconteceu na
piscina antes que eu pudesse colocar isso de lado. “Eu odiei ver você tocar ela, Carson, e
isso me assustou muito.” eu disse calmamente.
Ele fechou os olhos por um instante, deixando sua cabeça cair. Quando ele olhou de
volta para os meus olhos, seus próprios estavam cheios de pesar. “Eu usei ela para me
vingar de você. Isso foi errado em tantos níveis.” ele balançou a cabeça ligeiramente. “Eu
não sabia o que fazer com isso. Nunca fui... ciumento antes. São águas inexploradas.”
“Você ficou com ciúmes?” eu perguntei. “De Parker?”
Ele acenou com a cabeça. “É. Eu queria afogá-lo na piscina.”
Eu ri, mas rapidamente cobri minha boca e balancei a cabeça. “Isso não é legal.”
Ele sorriu. “Não, não é. Também é ilegal. Então eu me segurei e optei por ser um
idiota em vez disso.” seu rosto ficou sério. “Eu realmente sinto muito.”
Eu sorri e disse baixinho: “Eu também.” fiz uma pausa olhando em seus olhos
sinceros. “Meia hora?”
Ele acenou com a cabeça. “É. Meia hora.”
Antes dele se levantar, ele parou e roçou os lábios nos meus. “Vejo você em breve.”
Ele saiu pela porta e eu caí de costas na cama. “A vida é selvagem.” lembrei a mim
mesma em voz baixa.
Depois de alguns minutos, me levantei e pulei no chuveiro. Eu raspei em todo lugar e,
em seguida, saí e me sequei. Eu passei perfume, só um pouco, e depois sequei meu cabelo
e usei um ferro de ondulação até que ele caiu nas costas em ondas suaves. Eu apliquei um
pouco mais de maquiagem do que costumava fazer, incluindo duas camadas de rímel para
escurecer meus cílios marrons. Eles não seriam nem de longe tão exuberantes como os de
Carson, mas a natureza era cruel dessa forma; dando longos cílios escuros para os
meninos que não apreciavam isso. Mantive minha mente em coisas mundanas, enquanto
ficava pronta, ligando o rádio e cantando junto algumas músicas enquanto me vestia.
Sem saber se iria sair para um bom jantar ou não enquanto eu estava aqui no
congresso, só tinha trazido um vestido de cocktail, um pretinho básico que tinha
emprestado de Abby que estava pendurada no armário. Ele era curto e sem alças, com
uma renda enfeitando a cintura e saia de ilhós eram abertas. Ele era sexy, mas recatado.
Eu adorei e esperava que Carson também. Eu deslizei nos meus saltos pretos justo
quando ouvi uma batida na minha porta.
Quando eu abri, Carson estava ali vestido uma calça preta leve e solta, camisa verde
salvia que fazia todos os tipos de coisas loucas para os seus olhos cor de avelã. Ele
obviamente tinha feito alguma coisa no seu cabelo - ligeiramente alisado para trás. Ele
começou a sorrir, mas depois seu rosto ficou sério enquanto ele me olhava de cima a
baixo. “Não é legal, Botão de Ouro.”
Eu ri. “O que você quer dizer?”
“Como eu deveria me sentar numa refeição inteira, quando tudo o que estarei
pensando é em levar você de volta para o meu quarto e te foder sem sentido? Esse vestido
faz coisas loucas para mim.”
Eu ri e balancei minha cabeça enquanto pegava minha chave do quarto e minha
autorização. Eu entreguei -os a Carson.
“Você tem espaço para isso em seu bolso?” eu perguntei.
Ele os pegou e os colocou no bolso de trás quando ele pegava meu braço.
“Para onde vamos?” eu perguntei quando entramos no elevador.
“Eu fiz uma reserva no Olives. Tudo bem?”
“Sim. Quero dizer, não estive em qualquer um dos restaurantes aqui.”
Ele me puxou para ele enquanto o elevador descia, me envolvendo nesse perfume
único que fazia os meus hormônios reluzirem fogo pelo meu corpo. Eu não poderia evitar
me apoiar nele e grudar meu nariz no seu pescoço, inalando profundamente.
Ele riu. “Você gosta do meu cheiro, Botão de Ouro?”
“Mmmm.” eu respirei, sem ar.
“Eu gosto do seu cheiro também.” ele sussurrou. “Isso me deixa duro.” e eu podia
sentir que, de fato deixava.
Eu me inclinei para trás, olhando para ele, aquela centelha queimando entre nós.
“Você tem tênis de corrida?” perguntou ele.
Eu levantei uma sobrancelha, confusa com a mudança inesperada de assunto.
“Pensando em não pagar a conta?” eu perguntei.
Ele riu. “Não, eu estava pensando que poderíamos caminhar amanhã de manhã, se
você estiver bem com isso. Red Rock Canyon tem algumas belas trilhas. Embora, nós
teríamos que ir bem cedo. No verão, fica bastante quente na parte da tarde.”
Nós saímos do elevador.
“Eu gostaria disso.” eu disse. “Eu trouxe tênis. Lembre-se, porém, que tenho que estar
de volta para apresentação da conferência às duas. Estou tentando entrar numa aula de
direito no outono e o professor que ensina isso vai estar na apresentação de amanhã.”
“Estaremos de volta com tempo de sobra para isso.” ele olhou para mim. “A que horas
sai seu voo segunda-feira?”
“Seis da manhã.” eu disse calmamente. “O seu?”
“Sete. Poderíamos ir para o aeroporto juntos.”
Eu balancei a cabeça, mas decidi que não queria pensar sobre isso. Estávamos aqui
agora e eu iria aproveitar nosso último momento juntos.
Chegamos ao Olives e eu olhei em volta. Era bonito, com o mesmo estilo
mediterrâneo como o resto do Bellagio. Esperei um pouco atrás enquanto Carson
inclinava-se e falava com a hostess. Ela deu uma risadinha e acenou com a cabeça e ele
sorriu para mim, oferecendo-me o braço, enquanto nós seguimos a hostess para a nossa
mesa. Saímos para a varanda, com vista para o Lago Bellagio onde tínhamos visto o show
de fontes e eu engasguei. “É lindo.” eu sussurrei.
Carson apenas sorriu para mim e pegou minha cadeira. “Não é cachorro-quente na
faixa, mas percebi, temos que comer, mesmo se tivermos na favela.” ele piscou para mim.
Olhei em volta. Tudo ao meu redor estava cheio de luz. O brilho da faixa brilhava a
distância, a água brilhava, e as luzes brilhantes que adornam a varanda dançavam. Era
mágico, como outro mundo. Eu olhei para Carson e ele estava me estudando. “O que você
está pensando?” ele perguntou pegando a minha mão sobre a mesa.
Olhei em seus olhos, decidindo que só por essa noite, eu experimentaria tudo o que
podia e aproveitaria cada minuto disso. A vida é selvagem, Carson estava certo. Ou
poderia ser, se você deixasse. Eu estava deixando isso ir. Eu iria limpar a minha mente e
mergulhar na beleza de tudo ao meu redor, a localização, a comida, o homem sentado na
frente de mim. Eu ia viver por todos os anos que eu havia rejeitado relações que poderiam
ter vindo naturalmente se eu não tivesse sido excessivamente focada em outras coisas, e
por todos os anos que eu tinha feito as escolhas que pensei que iriam fazer outras pessoas
felizes, nunca considerando o que me faria feliz. Carson tinha me infectado, era verdade,
mas talvez sua aparência não era a única parte de seu veneno. Talvez fosse o seu espírito
também. E talvez quando se tratava de Carson, assim como uma vacina, um veneninho
era a cura, e não a doença.
Haveria consequências por este fim de semana, eu sabia disso agora, e não estava
mentindo mais para mim mesma. Mas talvez elas não seriam todas negativas. Talvez eu
pudesse ir embora como uma pessoa melhor por causa do meu encontro com esse
homem. Sim, com certeza, a vida era selvagem.
“O que eu estava pensando, Carson, é que me sinto sortuda por estar aqui com vocês
esta noite.”
Seus olhos aqueceram e um pequeno sorriso girou em seus lábios cheios bem diante
de algo que parecia surpresa patinando sobre suas características.
Eu levantei o copo de vinho que nós tínhamos pedido e que o garçom acabara de
colocar na nossa mesa.
“Pela vida por ser selvagem.” eu sorri.
Ele ergueu o copo. “Pelos planos bem-feitos.” ele sorriu de volta.
***

Carson
Eu assistia Grace do outro lado da mesa, com os olhos brilhantes enquanto olhava ao
redor, por todo o cenário. Eu amei isso. Eu queria mostrar-lhe mais. Eu queria dar-lhe
todas as experiências que pudesse. Eu queria ver os seus grandes olhos azuis arregalados
de prazer, e não apenas pelas coisas que eu poderia fazer com seu corpo, mas por todas as
experiências que ela mesma tinha se privado por tanto tempo. Eu queria mostrar-lhe
coisas que ela nunca tinha visto antes. Eu queria levá-la pra fazer snowboard numa
montanha no crepúsculo, eu queria fazer amor com ela no sol brilhante numa praia em
algum lugar exótico. Pela primeira vez na minha vida, eu me sentia como se tivesse algo a
oferecer além do meu corpo. Mas esse desejo parecia como uma espada de dois gumes
que me fazia sentir vivo de uma forma que eu nunca me senti antes, mas que me enchia
de tristeza ao saber que eu nunca poderia ter alguma coisa com essa garota.
Mas talvez esse desejo fosse uma coisa boa. Talvez Grace tivesse me aberto os olhos
para a possibilidade de que eu poderia ser mais, que a vida poderia ser mais. Algo sobre
isso me enchia de um sentimento que eu não conseguia identificar naquele momento,
algo que eu pensaria depois.
Nós pedimos jantar e Grace sorriu por cima da mesa para mim.
“Então, Carson.” ela disse. “Eu deveria confiar em você me levando para caminhadas
no deserto, sozinhos? Eu não vou 'misteriosamente' desaparecer amanhã de manhã,
vou?” ela levantou uma sobrancelha.
Eu ri. “Não por eu estar pensando em enterrar você numa cova rasa, mas há um
verdadeiro risco de eu atacá-la como uma hiena do deserto, porque você é irresistível.” eu
olhei para ela muito sério, não abrindo um sorriso.
Ela soltou uma gargalhada. “Eu acho que as autoridades poderiam me rastrear
seguindo a trilha de roupas rasgadas e descartadas?”
Tomei um gole de vinho. Eu nunca bebo vinho. Mas esta noite parecia pedir por isso.
“E o grito do meu nome ecoando através dos canyons.” eu disse com meus olhos caídos
um pouco contra a minha vontade, e meu pau pulsando na minha calça com a lembrança.
Deus, eu adorava ouvir Grace gritar meu nome. Nada era como isso.
Ela limpou a garganta. “Falando nisso, devemos ficar no meu quarto esta noite?
Ainda não foi usado.”
“Não, eu decidi que gosto de ter você no meu quarto.”
Ela inclinou a cabeça, tomando um gole de seu próprio vinho. “Por quê?”
“Eu não sei. Algo sobre ter você na minha toca.” eu pisquei.
Ela revirou os olhos. “Mais como seu sexo no covil, hiena do deserto.”
Eu ri. “Eu gosto disso ainda mais.”
Nossa comida chegou - eu tinha pedido lombo e Grace tinha pedido salmão.
Comemos em silêncio por poucos minutos. “Mmmm, isso é fantástico.” Grace gemeu.
“Você sai muito para comer?” eu perguntei.
“Não, raramente. Tenho uma bolsa que paga minhas despesas também, mas não há
muito sobrando no fim do mês.” ela encolheu os ombros. “Eu não tenho muito tempo
para fazer nada além de estudar, de qualquer maneira. Isso vai ser recompensado.” ela
tomou um gole de seu vinho, olhando por cima da borda para mim.
“Eu tenho certeza que vai.” eu disse. “Qual é o seu foco no direito?” eu cortei um
pedaço de carne, espetei-o e coloquei na minha boca.
“Direito Societário.”
Eu olhei para ela por um minuto. “Deus, isso soa tão excitante quanto o arroto
patenteado dos Recipientes de Tupperware.”
Ela cobriu a boca enquanto ria alto. “É realmente muito interessante.”
“Ah, é? O que é interessante nisso?”
Ela olhou para cima, pensando por um minuto. Então olhou para mim e riu enquanto
balançava sua cabeça. “Nada. Não há nada de interessante nisso.”
“Então por que você escolheu?”
Ela suspirou. “Meu pai trabalha no sistema de justiça criminal. Ele vê todo o material
que desce todos os dias com os procuradores e advogados de defesa eles lidam com... toda
a merda de todas as terríveis histórias que ouvem. Eu pedi o conselho dele e ele pensou
que o direito Societário seria uma escolha boa, segura e sólida de carreira.” ela balançou a
cabeça como se convencesse a si mesma.
Eu levantei uma sobrancelha para ela. “Seu pai escolheu, certo?”
“Carson -” ela disse, com um tom de aviso na voz. “Isto não é sobre eu agradar meu
pai. Isto é sobre eu pedir a alguém que tem muita experiência no campo para orientar e
me direcionar, isso é tudo.”
“Hmmm... bem, então, se você não tivesse o seu pai para orientar e direcionar você, o
que teria escolhido?”
Ela olhou para mim por um minuto, uma pequena carranca no rosto. “Eu realmente
gostaria de ser promotora.” ela disse em voz baixa, em seguida, olhou para sua comida,
suas bochechas ficando rosa e vergonha enchendo sua expressão, como se tivesse acabado
de admitir que queria comer o meu fígado com um bom Chianti.
Eu balancei a cabeça, mas ela permaneceu em silêncio. Eu não queria deixá-la
desconfortável com esta linha de interrogatório, e então mudei de assunto. “Então, Las
Vegas é conhecida por suas boates. Quer ir a uma após o jantar?”
Ela tomou um gole de vinho e olhou para mim com carinho em seus olhos. “Na
verdade, Carson, se estiver bem pra você, prefiro voltar para o seu quarto no hotel.”
“A conta por favor.” eu disse fingindo procurar ao redor pelo nosso garçom.
Ela riu. Nós conversamos pelo resto do jantar, e, em seguida, o garçom pegou nossos
pratos e eu paguei a conta. Peguei a mão de Grace e subimos. Meu corpo estava vibrando
com antecipação, mas mais do que isso, algo havia se aprofundado entre Grace e eu hoje.
Eu não podia experimentar todas as coisas que queria com ela, mas ainda tínhamos
tempo de sobra juntos, e eu não iria desperdiçar um segundo disso.
Capítulo Dez

Grace
Nós entramos no elevador com outros dois casais e começamos a subir para o quarto
de Carson. Um dos casais saiu no próximo andar e nós subimos em silêncio com o casal
que restou até que eles também saíram dois andares mais tarde. Assim que as portas se
fecharam, eu me encontrei pressionada na parede do elevador por 1,83 metros de homem
forte com cheiro realmente incrível. Eu gemi, mesmo antes de sua boca descer sobre a
minha. Eu esperava que o beijo fosse selvagem, cheio de paixão, mas ele levou o seu
tempo enquanto se pressionava contra mim, suas mãos acariciando as laterais do meu
corpo, nossas línguas se enroscando lentamente. O estilo do beijo não condizia com o
local, um elevador onde qualquer um poderia nos pegar e por alguma razão, este fato
enviava chamas de desejo pelo meu corpo. Carson tinha me beijado de várias maneiras
diferentes no último dia e meio. Mas esse beijo foi o meu favorito. Esse beijo parecia que
tinha sido personalizado apenas para mim, eu não conseguia identificar exatamente por
que, mas algo naquele beijo era diferente de qualquer outro antes dele. Nossos corpos se
encaixavam perfeitamente, nossas línguas se moviam juntas como um tango lento. Eu
estava tonta de desejo.
As portas se abriram e Carson se afastou de mim lentamente, me deixando piscando e
sem fôlego, aparentemente despreocupado com qualquer um que nos visse beijando no
elevador. Nós saímos e eu andei pelo corredor para o quarto dele com as pernas que
pareciam gelatinas.
A porta se fechou atrás de nós, e ele estava em mim de novo, me empurrando contra a
porta, me beijando forte e profundo. Quando ele se afastou olhou para mim, esfregando o
polegar sobre meu lábio inferior. “Eu não me canso de você.” ele sussurrou com os olhos
tempestuosos, sua expressão tensa. Então sua boca estava na minha novamente, a minha
língua encontrando a sua, minhas mãos no seu cabelo macio.
Carson de repente me pegou e me levou para a cama, me colocando bem próxima a
ela. Ele pegou meus ombros e me virou lentamente, tirando o meu vestido. Senti sua boca
quente beijando as minhas costas enquanto o zíper deslizava, revelando mais e mais pele.
Eu tremia, meus mamilos franzindo com a sensação erótica da sua boca me tocando em
algum lugar inesperado.
Meu vestido caiu no chão e saí dele movendo-o para o lado com o pé. Quando as
mãos de Carson não estavam imediatamente em mim novamente, eu olhei por cima do
ombro para vê-lo olhando para mim com um olhar que era intenso e faminto, seus olhos
se movendo para baixo das minhas costas nuas, para a pequena calcinha preta expondo
mais do meu traseiro, até meus calcanhares. “Você está deslumbrante, Botão de Ouro. Se
eu pudesse pintar, eu pintaria você agora mesmo, desse jeito.”
Eu me virei de volta, dando um pequeno sorriso, relaxando os ombros enquanto eu
via o olhar de valorização intensa no seu rosto. Elogios geralmente me deixavam
desconfortável. Mas por alguma razão, os elogios de Carson me faziam sentir quente e
descontraída, e eu sabia pela sua expressão que eu não tinha razão para duvidar de sua
sinceridade.
Depois de alguns segundos, senti seu corpo quente subir contra o meu. Ele levou as
mãos ao meu redor e espalmou meus seios, seus dedos desenhando círculos lentos ao
redor dos meus mamilos. Eu coloquei minha cabeça para trás em seu ombro, suspirando
com o prazer que seu toque trouxe. “Carson.” eu respirei enquanto ele continuava
esfregando meus mamilos suavemente, causando borboletas que alcançavam voos no
meu peito e disparavam faíscas entre as minhas pernas. Em questão de minutos, eu
estava molhada e pronta para ele, como sempre.
Eu balancei meus quadris suavemente contra sua ereção e ele respirou fundo. “As
coisas que você me faz, Botão de Ouro.” ele grunhiu “Eu não sabia...” mas ele parou ali,
não terminando o pensamento. Eu me perguntei o que ele estava prestes a dizer, mas
meu desejo era tão abrangente que, quando sua mão vagou entre os meus seios na
direção do meu sexo quente, todas as perguntas desapareceram, e eu segurei minha
respiração com a antecipação doce da direção do toque, onde, eu tão desesperadamente
precisava.
Assim que a mão dele chegou ao meu umbigo, ele se afastou de mim e eu soltei um
som de choramingo com a perda. “Shhh, Botão de Ouro.” ele disse. “Eu só quero ser capaz
de sentir sua pele na minha.”
Eu não olhei ao redor enquanto o ouvia tirar suas roupas. Em seguida, ele estava de
volta contra mim e eu gemi ante a sensação de seus músculos quentes contra minhas
curvas suaves, sua ereção quente e dura cutucando a parte inferior das minhas costas. Ele
era tão supremamente masculino, eu me sentia feminina de uma maneira que nunca
senti antes. Eu saboreei isso, descobrindo esse meu lado pela primeira vez. Eu não tinha
que estar no controle aqui, nem eu queria. Eu confiava nele. Eu amava o jeito que ele
falava, as coisas que dizia quando estávamos íntimos, o jeito que assumia o controle e me
dizia o que fazer. Isso me fazia sentir segura, cuidada, e mais quente do que jamais me
senti na vida. Ele esfregou os meus mamilos por mais um minuto, beijou e lambeu meu
pescoço e, em seguida, ele disse: “Se incline na cama, Grace.” ele parecia tenso. Calor
rolava pela minha barriga com as suas palavras e eu comecei a tirar a minha calcinha, mas
sua mão me parou. “Fique assim.”
“Mas -” eu comecei a dizer, olhando para trás ao redor dele.
“Fique assim.” ele repetiu.
Eu balancei a cabeça, virando a cabeça de volta.
“Abra suas pernas.” ele disse gentilmente.
Fiz o que ele disse e então me inclinei sobre a cama. Durante vários segundos, não
havia movimento atrás de mim novamente. “Perfeita pra caralho.” ele sussurrou bem
antes de eu ouvir o invólucro do preservativo sendo rasgado. Sem saber exatamente o que
estava acontecendo atrás de mim e quando iria acontecer, o meu sangue estava
tempestuoso e meu corpo tremia. Eu queria chorar com a necessidade desesperada que
agarrava meu corpo agora, a dor profunda que pulsava no meu sexo.
Eu o senti empurrar minha calcinha de lado e embora eu esperasse sentir a ponta do
seu pênis empurrando dentro de mim, ao invés disso o que espetou dentro da minha
abertura foi a sua língua quente e úmida. Gritei com a inesperada sensação, feita de
partes iguais de prazer físico e choque mental da imagem dele atrás mim, me lambendo
desse ângulo.
Ele alcançou debaixo de mim, usando o seu dedo do meio para desenhar círculos
lentos no meu clitóris enquanto continuava a mergulhar a língua lentamente dentro e
fora de mim. Eu não podia evitar isso, e me contorcia no seu rosto, ofegante, sentindo um
orgasmo apenas ao alcance. “Mais rápido, por favor, Carson.” eu ofegava. Como,
exatamente, que ele sempre conseguia me fazer implorar? Eu queria, precisava gozar tão
forte, e seus movimentos, embora deliciosos, eram muito lentos para me levar ao limite.
Ele me ignorou ao invés disso, lambendo por trás, por cima de mim, oh meu Deus!
Será que ele estava realmente me lambendo lá? Eu fiquei um pouco tensa, mas ele
continuava se movendo para cima, lambendo a junção da minha bunda até que ele bateu
na minha parte inferior das costas e, em seguida, beijou minha pele levemente. Seu
movimento parou novamente e eu quase gritei de frustração. Se ele não estivesse dentro
de mim nos próximos três segundos, eu estaria assumindo o assunto com as minhas
próprias mãos. Eu estava tão excitada que pensei que eu iria entrar em combustão.
Mas, então, eu o senti empurrar minha calcinha de lado novamente e, finalmente, a
ponta do seu pau na minha entrada. Eu me inclinei para ele, gemendo com avidez. Ele
recuou e eu fiz um som irado de frustração na garganta. “Fique parada, por favor.” disse
ele. Apesar do por favor, isso soou como uma ordem, não um pedido.
Eu balancei a cabeça, muito desesperada para formar palavras. Eu considerei
brevemente virar, saltar em cima dele e forçá-lo a me pegar, justo antes de eu o sentir na
minha entrada novamente. Eu tremia com o esforço de ficar parada, mas quando ele viu,
ele empurrou um pouco. Nós dois gememos juntos. “Você está ainda mais apertada desse
ângulo, Grace. Jesus.”
Abaixei minha cabeça e ele empurrou tudo, me enchendo completamente. Oh Deus,
isso é incrível.
Ele começou a se mover lentamente, com as mãos segurando meus quadris com
firmeza. Inclinei minha bunda em direção a ele, querendo-o o mais profundamente
possível. Ele gemeu. “Grace.” enquanto seus impulsos pegavam velocidade.
“Eu gostaria que você pudesse ver isso, baby. Eu gostaria que você pudesse me ver
bombeando dentro de você. É tão bonito. Você é tão bonita.” sua voz ofegava com seus
movimentos, soando rouca.
Fechei os olhos e imaginei como devia parecer enquanto eu gemia com a imagem que
minha mente criou. Ele estendeu a mão ao redor e a colocou debaixo da minha calcinha e
começou a massagear meu clitóris novamente no ritmo de suas estocadas, uma mão
ainda no meu quadril. Ele não tinha feito qualquer som durante qualquer uma das outras
vezes que tínhamos tido relações sexuais, mas desta vez ele soltava pequenos grunhidos
com cada impulso. Algo sobre aqueles pequenos sons me levavam ao limite e eu gritei o
nome dele enquanto gozava, duro e rápido, intenso êxtase apertando meu corpo.
“Oh porra.” Carson resmungou atrás de mim batendo em mim uma última vez e, em
seguida, gemendo na liberação.
Meu corpo inteiro estava vibrando com as ondas completas de prazer, minhas pernas
trêmulas do esforço de apoiar o resto do meu corpo.
Carson saiu de mim, eu me virei e caí na cama. Olhei em seus olhos e vi algo próximo
a admiração enquanto ele sorria para mim. Ele me seguiu até a cama e pegou a minha
boca, me beijando devagar e profundamente uma última vez, em seguida, inclinando-se
para cima e olhando nos meus olhos.
“Droga.” ele murmurou.
Eu sorri preguiçosamente. “Sim.” eu disse sorrindo mais.
Ele tirou o preservativo e, em seguida, subiu na cama, me aconchegando em seu peito
quente e firme.

***

Carson
Segurei Grace, afagando preguiçosamente seu braço por alguns minutos, refletindo
sobre o que tínhamos acabado de compartilhar.
Era uma posição básica para ter relações sexuais e, apesar disso, eu me sentia mais
ligado a Grace do que jamais me senti com qualquer uma com quem eu tinha estado.
Emocionalmente conectado. Eu estava prestes a dizer a ela que eu não sabia que poderia
ser assim, mas quando as palavras vieram aos meus lábios, eu pensei melhor. Isso era
perigoso. Isto era sobre um fim de semana, nada mais. Eu estava confuso, e não me
lembrei de ter estado confuso. Esse era um sentimento novo para mim. Confusão
indicava possibilidades, escolhas, mas quais eram as minhas escolhas nesta situação? Não
havia nenhuma.
Eu olhei para ela que deu um sorriso para mim antes de fechar os olhos. Eu me
inclinei e beijei ambas pálpebras e ela sorriu, abrindo-as novamente para olhar para mim.
Ela inclinou-se e colocou suas mãos espalmadas contra o meu peito, uma em cima da
outra e, em seguida, apoiou o queixo sobre elas, olhando para mim.
“Oi. Como vai você?” ela sorriu.
Eu ri. “Minha avó costumava dizer, 'bem como o cabelo do sapo!' quando alguém
perguntava isso a ela. Eu nunca soube o que diabos era isso. Isso só surgiu na minha
mente.” eu sorri para ela.
Ela sorriu. “Conte-me sobre sua avó.”
“Ela era uma senhora doce. Ficava com ela muitos verões e então, como eu disse,
quando a minha mãe foi para a reabilitação. Ela me ensinou muitas coisas.” fiquei em
silêncio por um minuto, imaginando-a, ouvindo sua voz na minha cabeça.
“Que tipo de coisas?” ela perguntou suavemente.
“Todos os tipos de coisas. Como cortar grama, pegar um gafanhoto, como escolher
um melão na loja.” eu sorri para ela. “Coisas completamente inúteis para um garoto de
LA. Não foi o que ela me ensinou, mas com o quanto que ela se importava de fazê-lo.”
Ela balançou a cabeça para mim como se entendesse totalmente o que eu quis dizer.
Eu pensava que ela provavelmente entendia.
“Ela tinha uma tristeza nela também, pela forma de como a minha mãe acabou.”
fiquei em silêncio por um minuto. “Ela nunca falou muito sobre a minha mãe, mas eu
poderia dizer que havia muita tristeza ali.”
“Onde é que está sua mãe mora agora?” perguntou ela.
Olhei para ela surpreso com a pergunta. Eu não costumava falar muito sobre a minha
mãe, mesmo aos meus amigos mais próximos, mas eu já tinha compartilhado coisas com
Grace que eu não tinha compartilhado com ninguém mais. Qualquer pergunta que ela
fazia parecia confortável agora, normal. Eu confiava nela.
“Minha mãe ainda vive em L. A.” eu respondi. “Não muito longe de mim.”
Ela assentiu com a cabeça. “Você tem um relacionamento com ela?”
Eu suspirei. “Sim e não. Eu falo com ela de vez em quando, mas não somos próximos.
Ela conseguiu juntar sua vida mais do que quando eu era criança, mas há apenas muita
água debaixo da ponte agora. Nós realmente não nos conhecemos. Estar perto dela é
apenas estranho.”
Ela parecia triste, seus olhos se afastando dos meus por alguns segundos enquanto
ela parecia estar pensando. “Ela não faz...”
“Faz mais filmes?” eu terminei por ela. “Não. Ela vive com um cara. Ele é um idiota.
Nós acabamos com isso cerca de oito meses atrás quando fui vê-la e eu não voltei. Mas,
pelo menos ela está fora dos medicamentos de prescrição agora ou pelo menos até onde
eu sei.”
Ela parecia triste. “Eu sinto muito.” ela sussurrou. “Eu sei o que é não ter uma mãe,
ou pelo menos, não aquela que você pode contar. Mas pelo menos eu tive a minha pelos
primeiros 11 anos da minha vida.”
Eu pensei sobre isso. “Talvez isso torne mais difícil, e não mais fácil, Botão de Ouro.”
Ela inclinou a cabeça ligeiramente. “O que você quer dizer?”
“Eu só quero dizer que, talvez, ter algo bom e depois ter que deixar é mais doloroso do
que não saber o que está perdendo.”
Ela olhou pensativa. “Sim, talvez.” disse ela.
Nós dois estávamos em silêncio por alguns minutos. Eu olhei para ela e coloquei uma
mecha do seu cabelo atrás orelha. “Tão linda.” eu murmurei.
Ela deu um sorriso tímido. “Elogios te incomodam?” eu perguntei. Ela sempre parecia
um pouco incerta quando eu lhe dava um. Certamente, ela saberia como era bonita.
“Eles costumavam incomodar, mas adoro ouvir de você.” disse ela em voz baixa. “Eu
cresci com um pai que era cara a cara, o ‘tipo forte e silencioso’. Ele foi um ótimo pai, mas
nunca nos disse que nós meninas éramos bonitas. Ele não era o tipo que dispensava
elogios sobre qualquer assunto sério.” ela parecia pensativa por um minuto. “Se ele estava
feliz com você, você saberia pelo olhar silencioso, orgulho e talvez uma elevação no
queixo em sua direção. Aprendi a entender esse olhar e que o queixo levantado eram para
minhas realizações, nunca minha aparência.” ela encolheu os ombros ligeiramente.
Eu balancei a cabeça, pensando a este respeito, nós provavelmente éramos polos
opostos. Eu ganhava pela minha aparência, raramente pelas coisas que fazia ou não fazia.
“Bem, só para constar, você é linda. Um pequeno e lindo Botão de Ouro.” eu sorri para ela
que sorriu de volta para mim.
“E você é uma bela hiena do deserto.” brincou ela de volta
“Eu já recebi muitos elogios na vida, mas acho que esse pode ter sido o melhor.” eu
disse.
Ela riu de novo e, em seguida, ficou em silêncio por alguns segundos. “Conte-me
sobre sua primeira vez.” ela sorriu para mim.
Eu coloquei as duas mãos atrás da cabeça e olhei para o teto, fingindo recordação
sonhadora.
“Sandra Daniels. Tínhamos quinze. Eu gostava dela, muito. Passamos uma bela tarde
juntos no meu apartamento.” eu sorri para Grace e depois inclinei cabeça. “No dia
seguinte, na escola, quando eu estava caminhando até seu armário com seu lanche de café
da manhã favorito na mão, eu a ouvi dizendo a sua amiga que agora que ela tinha se
livrado de sua virgindade, poderia passar para alguém sério que era mais adequado para
um relacionamento, e não apenas sexo. Eu fiquei arrasado.”
Eu sorri para Grace, mas Grace era a única que parecia esmagada. “Carson...”
“Oh não, não, não fique com esse olhar no rosto. Eu tinha quinze anos, Botão de
Ouro. Eu superei isso. Palavra de escoteiro.” eu levantei dois dedos com a saudação dos
escoteiros.
Ela não sorriu e, ao invés piscou para mim e depois olhou para baixo. Quando ela
finalmente me olhou de novo, seus olhos estavam cheios de pesar. “É exatamente como o
meu plano estúpido, não é?” ela respirava. “É horrível. Eu sou horrível.”
“Ei. Espere. Eu não contei essa história pra você tentar se comparar com ela. Juro.
Você perguntou e foi assim que aconteceu. Como eu disse, nós tínhamos quinze. Isso é
diferente.”
Ela assentiu com a cabeça, mas depois ficou quieta e silenciosa, uma pequena
carranca no rosto. “Carson, eu quero que você saiba uma coisa. Eu sei que o nosso
pequeno 'arranjo' neste fim de semana começou assim, mas bem, eu não o considero mais
o 'Cara Número Dois', e nunca vou. Você é mais do que isso para mim. Para mim você é
Carson, minha hiena especial do deserto.” ela tentou sorrir, mas parecia mais uma careta.
Ela estava sendo muito dura consigo mesma, nós tínhamos feito esse arranjo juntos. Ela
não tinha nada por que se sentir mal, pelo menos não no meu livro.
Eu sorri para ela e beijei-a na testa. “Bem, vou dizer-lhe.” eu finalmente disse. “Estou
apenas feliz que esta cama é tão boa e grande, porque se você cair no meio da noite, não
terei qualquer problema de arrastá-la de volta para cima. Nunca deixe isso ir, baby.”
Ela finalmente me deu um sorriso genuíno, e eu a vi relaxar. Ela levou uma mão pra
baixo, pra fazer cócegas nas minhas costelas.
Eu ri, virando para fazer cócegas nela de volta. Ela gritou e nós brincamos - lutamos
por alguns minutos até que olhei em seus olhos e vi que ela estava excitada novamente.
Como eu estava. Porra, meu Botão de Ouro seria realmente o meu fim.
Eu me apoiei e inclinei minha boca sobre a dela, beijando-a até que nós dois
estávamos ofegantes e a luxúria atirava através das minhas veias outra vez, endurecendo
meu pau.
Eu empurrei o cabelo dela para trás de seu rosto e olhei para aqueles olhos azuis
claros, antes de correr meu nariz abaixo dela, e depois deslizar meus lábios sobre sua
boca.
Eu coloquei minha mão entre as pernas dela para me certificar de que ela estava
pronta para me levar e quando senti a umidade escorregadia lá, eu gemi.
Baixei a cabeça para lamber seus mamilos, sugando um em minha boca e levando
tempo puxando-os até que ela estava roçando contra mim e puxando meu cabelo. Eu
sabia o que eu estava fazendo no quarto, mas Cristo, como é que essa menina não tinha
tido um orgasmo desde o primeiro idiota com quem ela esteve? Ela era tão malditamente
receptiva, perfeita. Ele deve ter sido o perdedor mais não qualificado do planeta. Eu
coloquei isso para fora da minha mente tão rapidamente como tinha entrado. Ninguém
mais ia ficar na cama agora, só eu e ela. Estendi a mão para o criado-mudo, peguei um
preservativo e deslizei-o enquanto ela observava, com os olhos levemente ampliados
enquanto tocava na minha tensa ereção. Nossos olhos se encontraram e alguma coisa se
passou entre nós, intensa mas suave. Eu não sabia o que era e, naquele momento, eu não
analisei isso.
Peguei meu pau na mão e guiei-o para sua abertura e empurrei dentro da apertada,
maciez quente, nunca tirando meus olhos dos dela. “Grace.” eu respirei enquanto
começava a me mover dentro dela. Eu ajustei meu ângulo de modo que eu estava batendo
no ponto interno da sua parede interna. Seus olhos se fecharam com um gemido e ela
enrolou as pernas em volta de mim.
Eu levei a minha boca até a dela e beijei-a profundamente, possuindo-a com a minha
língua e o meu pau, sentindo algo poderoso explodindo no meu peito. Então levei minha
boca para o seu pescoço, lambi e beijei a pele suave acetinada lá enquanto ela dava suaves
suspiros. “Mmmm... é tão bom, Carson.” ela gemeu.
Eu amava que eu a fazia se sentir bem, amava ouvi-la dizer meu nome, amava o olhar
sensível nos olhos enquanto me olhava por cima dela.
Eu entrava e saía dela lenta e profundamente, não acelerando o ritmo, querendo que
isso durasse.
“Carson, eu quero...” ela gemeu.
“O que Grace? O que você quer?” eu engasguei.
“Tudo. Eu quero tudo.” ela ofegou. “Tudo o que você tem para dar.”
Minha cabeça veio para cima do seu pescoço, e quando seus olhos encontraram os
meus, eles se arregalaram e queimaram nos meus. Eu não queria desviar o olhar daqueles
olhos, eu estava perdido neles, perdido nela.
Calor agrupava nas minhas bolas e prazer circulava através do meu abdômen
enquanto eu acelerava meu ritmo. Eu estendi a mão entre nós e circulei meu dedo no seu
ponto de prazer, provocando um longo gemido nela.
Esse gemido disparou meu corpo, terminando na base da minha espinha, os
primeiros arrepios de um orgasmo tomando conta. Ela ia ser a minha ruína, de maneira
que eu não queria considerar.
Quando senti seus músculos internos começarem a se contrair ao meu redor, eu me
deixei ir e meu próprio clímax explodiu, quente e intenso, bem-aventurado. Eu levei a
minha boca de volta para a dela e beijei-a profundamente enquanto ela tinha espasmos e
pulsava à minha volta e eu me esvaziava dentro dela.
Eu fiquei com a minha cabeça enterrada no seu pescoço por alguns minutos até que a
nossa respiração nivelou e eu registrei que ela estava correndo as unhas para cima e para
baixo nos meus braços. Eu suspirei de felicidade. Então me inclinei, beijei-a na boca e
sorri enquanto saia dela.
Enquanto eu descartava o preservativo, eu notei que isso não era foder. Isso jamais
foi apenas sexo. Eu tinha acabado de fazer amor com Grace.
Capítulo Onze

Grace
Alguém mal e cruel, um demônio das profundezas do Hades, balançou meu ombro
no início da manhã escura. Senti o cheiro de Carson perto de mim e respirei
profundamente num sorriso e tentei me aninhar de volta nos cobertores. Eu adorava
aquele cheiro. Era apenas um sonho, um sonho que eu achava que era ruim no começo,
mas se tornou bom, muito bom. “Acorde Botão de Ouro adormecido.” eu ouvi um
sussurro no meu ouvido numa respiração mentolada.
Forcei um olho aberto. “O que foi que eu fiz para você?” eu resmunguei.
Ele riu. “Se você quiser caminhar esta manhã, precisamos ir. Levante!”
Eu gemi. O que eu vi nele? Ele era um sádico. Eu o ouvi entrar no banheiro e eu me
arrastei para fora do nosso quente e feliz ninho. Eu amava esse ninho. Eu queria voltar
pra ele e ficar lá indefinidamente. Estava quente e cheirava bem - cheirava como ele.
Eu entrei no banheiro e Carson estava de pé na pia passando as mãos pelos cabelos
molhados. Ele me olhou no espelho e riu. “Ei, Fragglerock{1 4 } .” ele sorriu. “Você não é
realmente uma pessoa da manhã, é?”
Eu resmunguei. Mas quando me olhei no espelho, meus olhos se arregalaram. Eu
parecia Fragglerock. Boa ligação com o apelido. Meu cabelo estava saindo em todas as
direções e eu tinha um profundo vinco do travesseiro no rosto. Isso é o que você ganha
quando você me acorda ao romper da aurora bunda madrugadora, Carson. Eu fiz uma
careta e peguei minha escova de dente e comecei a escovar os dentes.
Carson deu a volta por trás de mim e colocou os braços em volta da minha cintura e
sussurrou no meu ouvido. “Eu já disse que tenho uma coisa por loucas parecendo
Muppets com cabelo selvagem?”
Eu bufei, cuspindo um pouco de pasta de dente. “Eu sabia que seus fetiches estranhos
sairiam eventualmente.” eu disse com a boca cheia de espuma.
Ele riu suavemente, me dando um tapinha na bunda. “Depressa, temos que ir, se
vamos vencer do calor.”
Corri para o chuveiro e soprei meu cabelo seco e puxei-o para trás num rabo de
cavalo. Eu me senti um pouco mais viva enquanto andava pelo quarto de hotel. Carson
estava sentado na cama colocando seu tênis.
Vesti a roupa de treino que eu trouxe - com a intenção de usá-la na academia do
hotel, um shorts marinheiro, uma camiseta branca com um sutiã embutido. Eu puxei
meu tênis e um moletom de zíper.
Olhei para o relógio e meus olhos saltaram. “Cinco e quinze?” eu gritei. “Você me
acordou cinco e quinze?”
“É. Demora pelo menos 20 minutos de carro até lá. Se quisermos realmente ter uma
boa caminhada, nós precisamos ir.”
“Você é louco.”
“Então me disseram” ele sorriu.
Nós fomos até a garagem e ele me levou até um Chevy Trailblazer{1 5} vermelho.
Franzi minha testa. “Achei que você tivesse vindo de avião.” eu disse.
“Eu vim. Aluguel de automóveis. Eu gostaria de ter a opção de ir a algum lugar mais
longe do que a faixa se eu quiser.”
Eu balancei a cabeça e entrei no banco do passageiro.
Nós saímos da garagem poucos minutos depois e Carson parou num drive thru do
McDonald. “Café?” perguntou ele.
“Deus, sim.” eu suspirei.
Ele sorriu para mim. “Você não se levanta cedo para as aulas?” perguntou ele.
“Eu nunca agendo aulas antes das nove horas. Oito horas é aproximadamente o prazo
que meu cérebro funciona.”
“Ah. Bem, então isso é bom para você. Assistir o sol nascer no deserto é algo que
todos deveriam experimentar pelo menos uma vez.”
Ele fez o pedido e então dirigiu para a frente e pagou, e nós pegamos os nossos cafés
como adolescentes na janela. Ele entregou um para mim e eu tomei um grato gole.
“E porque, exatamente, você está tão animado nesta hora da manhã?” eu perguntei.
“Bem, um, eu tive uma noite incrível.” ele piscou para mim “E dois, estou acostumado
a me levantar cedo para ir ao snowboarding. Costumamos sair às quatro ou cinco da
manhã.”
Eu balancei a cabeça e nós dirigimos em silêncio por um tempo, ambos tomando
nossos cafés.
Ele ligou o rádio baixinho e eu inclinei minha cabeça para trás, suspirando de
contentamento. Eu ainda estava sonolenta, mas andar no carro com Carson, tomando café
e tendo seu cheiro delicioso, enchendo o carro, era bom, tranquilo.
Nós dirigimos em silêncio sociável, ouvindo o rádio. Assim que eu estava terminando
meu café, entramos no Hotel Red Rock and Casino.
“O que estamos fazendo aqui?” eu perguntei.
“Este é o lugar perfeito para assistir o nascer do sol.” disse ele. “Há uma grande vista
para o leste na plataforma do estacionamento superior.”
Eu tomei o meu último gole de café, confiando nele.
Ainda estava escuro quando nós saímos do carro, me espreguiçando. Carson veio ao
meu lado e colocou os braços em volta de mim por trás, me puxando para perto do seu
corpo. “Olha, Grace.” ele sussurrou.
Eu segui seu olhar na penumbra e minha respiração atrelou no meu peito enquanto
eu via o vermelho brilhante do sol nascente no céu, lançando raios de luz dourados para
todos os lados. “Oh, uau.” eu respirei. “Eu literalmente acho que nunca assisti o nascer do
sol, Carson. Isso sempre vai me fazer pensar em você.” eu disse sorrindo sobre meu
ombro e o acariciei.
Ele não disse uma palavra, apenas me puxou de volta para o seu peito e beijou minha
testa. Ficamos parados assistindo a exibição milagrosa da natureza despertando para o
mundo por uns bons vinte minutos, o sol dançando sobre as montanhas como se
rastejasse ainda mais no céu, os vermelhos vivos e os brancos dos canyons em plena
exibição. Era de tirar o fôlego. Quando todo o sol estava aparecendo no horizonte e a
paisagem estava banhado em luz, Carson puxou minha mão e voltamos para o carro.
Dez minutos mais tarde, depois de pagarmos na barraca da entrada, nós entramos no
estacionamento do Red Rock Canyon Visitor Center. Carson foi até o porta-malas e pegou
uma mochila que eu nem tinha notado que ele tinha colocando lá quando nós entramos
no carro na garagem do Bellagio.
“Nenhuma corda e pá aí, eu espero.” eu disse, meus olhos se movendo para sua
mochila suspeita.
Ele riu. “Não, Botão de Ouro. Apenas um pouco de água de garrafa.”
“Caramba.” eu suspirei, provocando.
Ele pegou minha mão e começamos a caminhar em direção a uma das entradas da
trilha.
A paisagem era montanhosa e rochosa, as cores explodindo todas ao meu redor
enquanto o dia crescia mais leve e mais leve.
As formações rochosas na distância eram vermelho-ferrugem, os cactos verde vívidos,
e as flores do deserto nos lados da pista de todas as tonalidades. O sol laranja- vermelho,
brilhando na distância era um pano de fundo para a beleza ao nosso redor.
Nós caminhamos ao longe em silêncio por um tempinho. Eu estava completamente
acordada agora, assistindo a incrível vista da parte traseira musculosa de Carson, num
shorts cáqui, subindo a trilha a minha frente. Isso era tanto fonte de inspiração quanto a
maravilhosa natureza ao meu redor.
Depois de um tempinho, começamos a conversar. Contei-lhe sobre minhas irmãs,
Julia e Audrey, ambas mais novas do que eu. Eu falei sobre o meu pai, como ele ainda era
um policial, mas estava pensando em se aposentar nos próximos dois anos. Eu descrevi
como foi crescer no Centro-Oeste, na mesma casa, toda a minha vida, e como era a deixar
Ohio pela primeira vez aos 18 anos de idade.
Contei-lhe sobre Abby e Brian e como Brian foi para Georgetown comigo, e como eu
os tinha apresentado numa função da escola que eu tinha arrastado Abby.
Ele falou como foi crescer em Los Angeles, permanecer na mesma cidade, mas
mudar-se constantemente. Ele me contou sobre seu melhor amigo e companheiro de
quarto, Dylan, que era seu parceiro no crime do snowboard e estava terminando seu
último semestre em programação de computadores, na escola técnica. Carson disse que
Dylan era um gênio do computador, que ele poderia ensinar as aulas ele mesmo, mas, a
fim de conseguir um emprego com remuneração decente, ele precisava do diploma.
Nós conversamos sobre tudo e nada, preenchendo um ao outro nas nossas vidas.
Havia algo em falar enquanto caminhávamos, olhando para frente da trilha, e não para o
outro, que fazia isso parecer como se nós pudéssemos dizer qualquer coisa. Os limites
naturalmente no lugar quando se olha nos olhos de alguém se foram, e parecia ainda mais
fácil se abrir. Para mim, isso parecia o nosso próprio lugar privado longe do mundo - aqui
era só eu e ele, nossas histórias, o que gostamos, o que sentimos, e absolutamente nada
mais.
Fiquei chocada com a rapidez com que o tempo passou enquanto caminhávamos e
conversávamos. Olhei para o meu telefone celular no bolso do moletom, agora amarrado
em volta da minha cintura, e já era sete e meia. Nós paramos e pegamos duas garrafas de
água da mochila que ele carregava, e tomamos longos goles delas. Ele pegou duas barras
de granola também e ofereceu uma para mim.
“Onde você conseguiu isso?” eu perguntei.
“Máquina de venda automática quando acordei esta manhã.” ele disse. “Sempre
preparado, Botão de Ouro.”
Eu sorri. “Sorte minha.” eu disse, olhando para ele. “Por que você me chama de Botão
de Ouro?”
Ele sorriu de volta. “Talvez porque a sua pele é acetinada como uma pétala de flor.” e
ele arrastou seus dedos até o meu braço, me fazendo cócegas levemente. Eu ri e balancei a
cabeça ligeiramente.
Nós comemos, bebemos e depois voltamos para a trilha. Paramos novamente outra
hora e depois que bebemos mais água, ele inclinou-se contra uma rocha e me puxou
contra ele, beijando o lado do meu pescoço.
“Mmmm... Eu amo o jeito que você cheira, ainda mais quando você sua. É
irresistível.”
Eu ri com a sensação de cócegas dos seus lábios arrastando levemente no meu
pescoço. “É aqui que você vira uma hiena do deserto?”
“Provavelmente. Sinto-o a sair. Ele é forte, baby. Ele é difícil de conter. Ah!” ele
contorceu sua cabeça num ângulo estranho e trouxe um braço para fora rigidamente.
“Corra, Grace! Corra!”
Eu ri alto quando ele me agarrou pela cintura e me trouxe contra ele forte, rosnando
no meu pescoço. “Tarde demais, baby. Você teve sua chance.”
Ele mordiscou meu pescoço e ganhou terreno contra mim enquanto eu ria e me
contorcia em seus braços.
Depois de alguns minutos, ele ficou sério e olhou nos meus olhos, inclinando-se para
mim e tomando minha boca. Ele me beijou lenta e profundamente, nossas línguas se
emaranhando, nossa respiração se misturando. Ele pegou meu lábio inferior em sua boca
e chupou-o gentilmente.
Finalmente, ele se afastou, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha
que tinha se soltado do meu rabo de cavalo. “É bom estar aqui com você, eu não sabia
gostaria de companhia durante uma caminhada. Quem saberia que poderia ser ainda
melhor com a pessoa certa?” ele sorriu para mim suavemente.
Eu sorri de volta e, em seguida, inclinei a cabeça para o lado. “Você caminha muito
sozinho?”
“Qualquer chance que tenho, sim. Eu amo estar ao ar livre.”
“Eu posso dizer. Caminhadas, snowboard, surfe. O que você não faz?”
“Não há nada que eu não faça, Botão de Ouro. Achei que você soubesse disso.” ele
piscou.
Revirei os olhos. “Serio, no entanto, o que você ama tanto nisso?”
Ele olhou por cima do meu ombro e ficou em silêncio por um minuto, mordendo o
lábio inferior. “Eu amo o desafio disso. Eu amo o fato de que se você fizer algo o
suficiente, você pode ser ótimo no que faz. Não tem nada a ver com quem você é, como
parece, nada superficial. É tudo sobre a realização de algo que você pode levar o crédito.”
ele ficou quieto de novo, agora com a testa franzida. Eu praticamente podia ver as rodas
girando na sua cabeça. “Huh. Eu realmente nunca pensei sobre isso até que disse isso em
voz alta.” o sorriso dele estava surpreendente pela intensidade, aquela covinha deixando
isso pior.
Eu sorri de volta para ele. Então ele me puxou para mais perto. “Sabe o que mais eu
realmente gosto?”
Eu balancei minha cabeça. “O quê?” eu perguntei em voz baixa.
“Você.” Ele sorriu.
“É? E do que exatamente você gosta sobre mim?”
Ele inclinou a cabeça, olhando nos meus olhos. “Eu gosto de olhar para o seu rosto
quando você está vendo ou fazendo algo novo, quase como se fosse uma experiência
religiosa.” ele sorriu para mim e eu sorri de volta. Eu gostava disso.
“E eu gosto de como você me deixa ver por baixo desse exterior perfeito, pois
acontece, que o que você esconde é ainda mais impressionante, cabelo Fragglerock e tudo
mais.” eu ri. Ele sorriu de volta e se manteve olhando nos meus olhos. Eu senti meu
coração batendo freneticamente no peito.
“E eu realmente, realmente gosto de como você me faz sentir - como se você olhasse
para mim todos os dias, da maneira que está me olhando agora, eu poderia fazer qualquer
coisa, ser qualquer coisa, ser mais.” ele terminou num sussurro com seu rosto sério.
Eu pisquei, estendi a mão e toquei o rosto dele. Ninguém nunca tinha me elogiado
tanto assim. Eu não tinha certeza de como responder a não ser dizer: “Eu gosto de você
também, Carson.”
“Sim? O que você gosta de mim?” ele perguntou com um sorriso no rosto, mas eu
peguei o olhar vulnerável que atravessou seu rosto.
“Eu gosto de como você me faz querer ser corajosa, como você ouve meus desejos e
faz a minha própria felicidade.” ele sorriu, mas depois franziu a testa um pouco, como se
ele não tivesse certeza de que o que eu disse fosse totalmente preciso.
Eu beijei seu nariz. “Eu gosto de como você me deixa ver abaixo do seu exterior
fodidamente sexy, e o quão inacreditavelmente incrível você é.” sorri e pisquei, mas
depois fiquei séria. “Como isso acontece, isso é o mínimo do que você tem para oferecer.”
ele riu e me puxou para ele, beijando-me na parte superior da cabeça.
“E.” eu continuei. “Eu gosto de como você me faz sentir, como me faz rir e me
divertir, e me sentir mais viva do que já me senti antes.” levantei a cabeça e olhei para ele
que estava olhando para mim intensamente.
“Eu acho que você deve saber de uma coisa.” disse ele.
“O quê?” eu perguntei.
“Na tradição dos povos nativos americanos que viviam no deserto há dez mil anos,
acabamos de nos casar, baby.”
Comecei a rir. “Votos no topo da montanha?” eu perguntei.
“Exatamente.” disse ele rindo também.
Depois de um minuto ou dois, nós juntamos as mãos e seguimos em frente.
Um pouquinho antes das dez horas da manhã, voltamos para o carro e lá dentro, nos
afundando nos bancos e ligamos o ar condicionado no máximo.
“Quer ir ver o Visitor Center, antes de pegarmos a estrada?” perguntou Carson.
“Tudo bem.” eu disse, olhando para fora, no centro sombreado.
Nós caminhamos lado a lado e, em seguida, passamos meia hora olhando para as
quatro áreas temáticas; terra, ar, fogo e água. Carson se aproximou, ficou ao meu lado e
colocou o braço em volta do meu ombro enquanto eu lia sobre poços de torrefação de
agave. Eu me aninhei nele e beijei a lateral do seu pescoço.
Voltamos para a cidade e paramos num pequeno bar de burritos{1 6 } e sentamos nos
bancos de piquenique ao ar livre enquanto comíamos. Carson me puxou para o seu colo
no meio do caminho no entanto e isso parecia normal e natural, continuar comendo
esparramada nele enquanto relembrávamos as coisas que tínhamos visto na nossa
caminhada.
Olhei para ele. “Obrigada por me mostrar o meu primeiro nascer do sol. Obrigada por
toda a manhã. Foi uma das coisas mais legais que eu já fiz.”
Ele acenou com a cabeça, a boca cheia de burrito. Depois de um minuto, ele engoliu
em seco e disse: “O prazer foi meu, Botão de Ouro. E, a propósito, um nascer do sol
sempre me fará lembrar de você também.” ele sorriu.
Voltamos para o hotel, e eu lembrei a ele que iria para a apresentação do seminário e
queria chegar um pouco mais cedo. Paramos no meu quarto para que eu pudesse pegar
algumas roupas e então fomos até seu quarto para cada um tomar um banho rápido.
Eu tirei a minha calcinha e sutiã, e Carson estava arrastando as cortinas então o
quarto estava escuro e fresco. “Soneca?” ele sorriu.
“Deus, isso soa tão bem” eu suspirei.
Ele ajustou o alarme e nós nos aconchegamos juntos debaixo dos cobertores, pele
com pele. Me senti quente e aconchegada e seu cheiro estava me intoxicando novamente.
Mas meu corpo precisava dormir mais, porque antes que eu soubesse disso, o alarme
estava tocando. Carson se desembaraçou de mim e rolou para desligá-lo. Nós nos
aconchegamos por mais alguns minutos, acordando lentamente.
“Me encontra no meu quarto às quatro horas?” perguntou ele. “É a nossa última
noite, eu quero fazer alguma coisa especial.”
Eu balancei a cabeça, sentindo um nó se formar na garganta. “Quatro horas.”
Me levantei e fui para o banheiro para me refrescar e coloquei minha calça preta e
regata preta sob uma blusa transparente de bolinha preta e branca. Eu deslizei nos meus
sapatos e inclinei sobre Carson, ainda deitado na cama. “Quatro horas.” eu repeti.
Ele me olhou sério. “Tudo bem. Vejo você então. Oh, leve o cartão chave extra em
cima da mesa para que você possa entrar.”
“Ok.” eu disse. Então eu o beijei suavemente, peguei o cartão e saí do quarto.
Enquanto eu caminhava pelo corredor, uma melancolia tomou conta de mim, e me
ocorreu que esta era a primeira vez que Carson e eu estaríamos separados por mais de 15
minutos, desde que tínhamos pisado a primeira vez no elevador.

***

Carson
Eu vadiei ao redor por um tempinho, ligado na televisão e assistindo Duro de Matar
por meia hora ou então quando o achei num canal de filmes. Finalmente, desliguei e
coloquei algumas roupas. Eu não pude evitar o sentimento de melancolia que tinha
tomado conta de mim quando Grace fechou a porta atrás dela. Eu iria vê-la em algumas
horas e ainda assim já estava sentindo falta dela. Isso não era bom. Eu suspeitava que
estivesse meio fodido quando se tratava de Grace, mas eu não queria pensar nisso. Seria
péssimo vê-la ir embora amanhã de manhã. Eu fiquei na pia do banheiro me olhando no
espelho. “Você é a droga de um idiota filho da puta.” eu disse ao meu reflexo. Talvez
pudéssemos manter contato. Talvez ela pudesse viajar de avião para L.A. Nós
precisávamos conversar - eu não podia deixá-la ir permanentemente.
Isso de repente, era uma impossibilidade para mim. Eu não tinha ideia do que
faríamos, mas teríamos que fazer alguma coisa. Eu tentei trabalhar isso na minha mente
por alguns minutos, mas não consegui chegar a uma solução. “Caralho!” eu gritei para
ninguém.
Eu decidi que precisava sair do meu quarto de hotel, enquanto ela estava fora. Eu ia
voltar e encontrar ela as quatro e conversaríamos, descobriríamos alguma coisa, mas
sentar e ficar louco pela próxima hora não parecia atraente. Eu fui para o lobby e decidi
dar uma parada no final da expo, provavelmente terminando só agora.
Entrei na sala de conferências e ainda estava lotada de fãs, filas formadas nas mesas
onde os atores mais populares estavam sentados assinando qualquer coisa em fotos de
partes do corpo. Eu balancei a cabeça num sorriso quando vi uma mulher inclinada,
enquanto um ator masculino que eu não conhecia assinava a bunda nua dela.
“Carson!” ouvi gritos e olhei para ver Bobby Prince, outro artista do sexo masculino
que trabalhava para Courtney na ArtLove.com.
“Ei, cara.” Eu me virei e caminhei. Bobby estava apenas embalando suas coisas e
então nós nos encontramos e conversamos um tempinho antes que sua namorada, que
estava no negócio também, se aproximar e colocar sua mão ao redor da cintura dele
perguntando: “Pronto, baby?” apertamos as mãos e ele saiu. Olhei em volta e vi uma vovó
que devia ter uns 90 anos de idade tendo seu decote flácido assinado por uma mulher que
eu não conhecia num vestido vermelho curto de couro com um zíper na frente. Eu decidi
que eu já tive o suficiente.
Este não era o meu cenário e exatamente por isso que eu tinha dito a Tim que não
faria mais esse tipo de coisa.
Por que pensei que seria uma boa ideia andar por aí, nem eu mesmo sabia.
Eu fui para a porta da sala de conferência e quando eu estava quase lá, ouvi gritarem
meu nome. Eu me virei e lá estava uma loira de vinte e poucos pulando para cima e para
baixo e puxando o braço da amiga. “Oh meu Deus.” ela gritou. “Carson Stinger, EU AMO
você!” então ela correu para mim e puxou sua camisa toda para cima, expondo seus seios.
“Assine em mim!” ela exigiu, colocando uma caneta Sharpie na minha cara.
Eu gerenciei um sorriso e peguei a caneta dela. Eu rabisquei o meu nome sobre os
seios e entreguei a caneta de volta. “Obrigado pelo apoio.” eu sorri e comecei a sair.
“Espere!” ela gritou. “Você vai tirar uma foto comigo?”
Eu suspirei. “Claro.” eu disse andando de volta para ela e colocando meu braço em
volta dos seus ombros. Ela puxou sua camisa de volta para cima para expor a minha
assinatura, enquanto sua amiga tirava uma foto.
Eu balancei a cabeça e sorri para as duas novamente e quando me virei, eu ouvi o
sussurro da amiga para ela. “Agarra o pau dele para que você possa dizer que sentiu
Carson Stinger”.
Eu senti ambas vindo atrás de mim e virei para elas, dizendo: “Epa, senhoras, eu
aprecio o apoio das fãs, mas ninguém está agarrando o meu lixo.” eu tentei rir disso,
atirando a ambas o meu sorriso mais encantador, aquele que sempre conseguia o que eu
queria com as mulheres.
Porém elas não estavam me ouvindo, seus olhos baixaram para minha virilha, suas
mãos alcançando a frente.
“Para trás!” eu gritei profundamente, fazendo-as se assustarem e parando seus
movimentos e olhares tensos dos que estavam nas proximidades.
Eu me virei e comecei a andar quando a loira gritou atrás de mim: “O que é isso?
Você fode para ganhar a vida e seu pau de repente está fora dos limites? Que seja, idiota!”
Eu apertei meu queixo e continuei andando. Quando saí para o corredor, chutei uma
planta, sujeira borrifando sobre o tapete. Deixei isso lá.
Eu voltei para o meu quarto de hotel, bati a porta atrás de mim e chutei-a por um
tempo, em seguida, sentei no canto da cama olhando fixamente para a parede. Eu estava
irritado e eu não conseguia descobrir exatamente o porquê. Essas meninas eram putas,
mas que porra isso importava? Quem se importava com o que elas pensavam? Quem se
importava com o que alguém pensava?
Um minuto depois, vi um estalido e a porta do quarto se abriu. Grace entrou e deu
um grande sorriso para mim, seus olhos azuis suavizando quando me viram. “Oi, lindo.”
ela disse. “Sentiu minha falta?”
Eu olhei para ela, tão bela e tão doce, ainda sentindo raiva e algo como vergonha
turbilhando no meu peito sobre a minha ‘fã’ arruinando tudo lá embaixo.
Eu abri minha boca para dizer algo cheio de insinuações sexuais sobre o que
exatamente senti falta dela, mas fechei minha boca. Era como um reflexo, mas Grace iria
ver através disso, então por que me preocupar? Então o que eu deveria fazer em vez
disso? Eu fiz uma careta.
O rosto dela ficou sério. “Carson? Qual o problema?” ela se aproximou de mim e
inclinou meu queixo para cima com o dedo e olhou para o meu rosto, seus olhos
procurando os meus. Eu não respondi, mas envolvi meu braços em volta dela e coloquei
minha cabeça na sua barriga, tomando longas tragadas do seu perfume suave.
Depois de alguns segundos, ela começou a correr as mãos pelo meu cabelo
gentilmente, me acalmando mais.
“Fale comigo. Que aconteceu?” ela perguntou em voz baixa.
Eu respirei fundo e me afastei dela. “Nada, Grace. Eu só corri de algumas más-
intencionadas fãs da expo. Apenas um dos perigos do trabalho.” eu disse.
Quando seus olhos deslizaram longe dos meus, eu sabia que ela não sabia o que dizer
- meu trabalho provavelmente era algo que ela realmente não queria pensar.
Francamente, isso era algo que eu realmente não queria pensar sobre ambos.
“Eu vou tomar um banho rápido, ok? Então, podemos nos preparar para o jantar?”
Ela sorriu para mim e balançou a cabeça. “Tudo bem.” com sua mão ela tirou uma
mecha de cabelo da minha testa e, em seguida, levou-a no meu rosto e olhou nos meus
olhos, me dizendo que estava tudo bem. Me inclinei nela e fechei os olhos. Eu realmente
não precisava de um banho, mas me daria tempo para ganhar mais espaço para pensar e
deixar rolar o peso nas minhas costas. Era minha última noite com Grace. Eu estaria
ferrado se alguma coisa arruinasse isso. Além disso, precisávamos conversar.
Precisávamos descobrir alguma coisa. Eu não poderia deixá-la partir.
Capítulo Doze

Grace
Eu ouvi o chuveiro ligar e sentei cadeira da escrivaninha para verificar o meu
telefone e mandar a Abby outro texto rápido. Eu estava enviando-os para ela desde que eu
tinha falado com ela e disse-lhe sobre ficar com Carson. Ela queria saber que eu estava
bem. Eu não a culpava - se as posições fossem revertidas e ela estivesse passando o fim de
semana com um estranho, eu iria querer que ela checasse com frequência também.
Carson não tinha me dito exatamente o que aconteceu com suas fãs, mas ele parecia
perturbado. E sinceramente, só de ouvir sobre elas tinha me perturbado um pouquinho
também. Eu precisava me livrar disso. Esta era a nossa ultima noite juntos e eu queria me
divertir. Sentei mordendo meu lábio por um minuto. Eu tinha gostado da apresentação lá
embaixo, mas minha mente tinha estado continuamente vagando para Carson e o fato de
que nós estaríamos nos despedindo de manhã. Talvez pudéssemos manter contato de
alguma forma? Isso era completamente estúpido e irreal? Precisávamos falar sobre isso, e
numa maneira de olhar a frente disso, descobrindo potencialmente uma maneira de não
ter que dizer adeus para sempre. Deus, mas de uma forma eu temia isso. Eu tinha certeza
de que ele me diria que sentia o mesmo, mas e se ele não sentisse? E se ele ainda
estivesse planejando a rápida ruptura permanente que tínhamos arranjado? Ele nos
chamou de ‘amigos’. Será que ele queria permanecer ‘amigos’? Ou será que ele -
Bateram na porta e interromperam meus pensamentos. O chuveiro ainda estava
ligado, então fui até lá e abri. Um homem calvo de meia-idade, baixo, calças cáqui e um
casaco esporte estava de pé do outro lado. Ele pareceu surpreso ao me ver. “Carson está
aqui?” ele perguntou, franzindo sua testa.
“Oh, está, mas ele está no banho. Você, uh, quer esperar por ele, ou...”
Ele suspirou, parecendo irritado. “Eu sou agente dele, Tim.” ele me olhou de cima a
baixo, seus olhos estreitando e parecendo com alguma coisa que me fazia contorcer.
“Bem, posso ver por que ele desligou o telefone e deu o golpe em tudo neste fim de
semana.” ele finalmente disse. “Você é um grande pedaço de bunda quente, não é?”
Meus olhos se arregalaram em choque. “Eu - ”
“Olha, diga a ele que passei por aqui, já que ele não está atendendo nenhuma ligação,
e eu aparentemente senti falta dele no andar de baixo antes na assinatura dos peitos nus.”
ele riu. “Avise-o que a cena de filme dele de amanhã de manhã foi transferida de volta
para as onze. E menininha, faça um favor a todos os envolvidos e vá com calma no pau
dele esta noite. Toda a cena depende dele ser capaz de conseguir isso. Se você já o esgotou,
ninguém vai ficar feliz, especialmente Bambi - a garota que está ansiosa para trepar com
ele. Entendeu?”
Havia muito ali lá que fez meu coração cair os meus pés, e eu sentia a bile subindo
pela minha garganta, mas não ia deixar essa bola corrupta gordurosa ver isso. Eu estava
aguentando e formei no meu rosto o que esperava que fosse uma expressão entediada.
“Eu vou dizer a ele, Tim.” eu disse, minha voz falhando um pouco, mas meus olhos se
mantendo estáveis.
“Bom.” disse ele, começando a se afastar. Então ele se virou de volta e seus redondos
e pequenos olhos de ratos me avaliaram novamente. “Você sabe.” ele disse, passando um
dedo no meu rosto com o qual eu vacilei pra longe “Você tem uma aparência realmente
boa - sexy ainda que inocente. Você ficaria ótima no filme. Quando você acabar com
Carson esta noite, por que não vai até a minha sala e nós podemos fazer alguma
encenação - ver como suas habilidades de atuação parecem... entre outras coisas.” seus
olhos se encheram de luxúria e ele justou-se em suas calças enquanto seus olhos se
moviam para os meus seios e permaneciam lá. Eu tive a sensação de que iria vomitar.
Eu não tinha palavras. Se este fim de semana me ensinou alguma coisa, foi que eu era
muito mais apta a exaustão do que eu pensava. Eu fechei a porta na cara dele. Inclinei-me
cambaleando contra ela, sufocando o vômito. Carson tinha uma cena de filme amanhã de
manhã.
Com uma garota chamada Bambi. Eu dei uma risadinha histérica. Era algum tipo de
bestialidade pornô? Eu senti um pequeno soluço chegando à minha garganta e o engoli.
Eu não iria chorar por isso. Era o que ele fazia. Eu sabia disso. Sim, eu sabia, mas era a
única coisa que eu não tinha me permitido pensar verdadeiramente durante o nosso
tempo juntos. Eu mantive o seu trabalho em segundo plano, não negando isso
exatamente, só recusando a considerar totalmente a realidade disso. Nós iríamos passar a
noite juntos, ele estaria dentro de mim esta noite e, em seguida, dentro de Bambi na parte
da manhã? Meu coração se apertou dolorosamente. Eu estava enojada.
Eu olhei para cima quando Carson apareceu de repente na porta do banheiro, uma
toalha enrolada na cintura. Ele sorriu para mim, mas, em seguida, seu sorriso
desapareceu quando ele veio até mim.
“Botão de Ouro?” ele perguntou.
“Seu agente Tim veio aqui.” eu sussurrei. “Ele queria que você soubesse que a sua
cena de filme com Bambi na parte da manhã foi transferida para as onze.”
Ele congelou e seus olhos se fecharam por alguns batimentos. Depois, ele os abriu e
disse simplesmente: “Eu sinto muito, Botão de Ouro.” e foi aí que eu senti meu coração
quebrar de verdade.
***

Carson
Meu coração batia como um trovão no peito enquanto eu a via ao outro lado do
quarto. Merda, merda, merda!
Porra Tim! Eu não queria que Grace soubesse da minha cena de filme. Eu tinha
evitado pensar sobre isso.
Mas era a realidade, e eu sabia que teria que enfrentar isso eventualmente. Eu só
estava arrependido como o inferno que Grace tivesse que enfrentar isso também.
“Grace.” eu comecei, caminhando em direção a ela. Ela se encolheu e esse pequeno
movimento me fez querer bater o punho na parede. Eu olhei para ela suplicante. “Grace,
você sabia o que eu fazia...”
Ela olhou para mim com os olhos cheios de dor. “Eu sei.” ela sussurrou. “Eu acho que
só não sabia que você estaria indo diretamente de mim para outra pessoa.” ela balançou a
cabeça.
“Não é nada disso, Grace. É trabalho.” eu disse calmamente.
Ela assentiu com a cabeça, mordendo o lábio. “A coisa é, Carson, como você separa os
dois? Eu nunca perguntei qualquer coisa sobre o que você faz, porque não queria pensar
sobre isso, não de verdade. Mas agora eu quero saber. Como você separa a vida real do
'trabalho'?”
Olhei para ela e disse-lhe a verdade. “Eu fiz apenas quatro filmes, Grace. Como eu te
disse no elevador, eu não aprecio isso exatamente, mas sempre foi fácil o suficiente para
mim. Antes.”
“Antes do quê?” ela perguntou com seus olhos procurando os meus.
“Antes de você. Você mudou as coisas para mim.” e quando as palavras saíram da
minha boca, eu percebi que ela tinha feito isso. Eu não tinha certeza exatamente como ou
o que aquilo significava, mas eu sabia que era verdade.
Ela olhou para mim, piscando. “Então o que você vai fazer?” ela perguntou em voz
baixa.
Eu passei a mão pelo meu rosto. “O que eu posso fazer?” eu perguntei levantando
minha voz, sentindo a raiva e frustração da situação me enchendo. “Eu tenho um contrato
de dois anos, e estou apenas seis meses nisso. Vou ser processado se eu quebrá-lo. E o
que diabos mais vou fazer, Grace? Trabalhar num posto de gasolina? Eu não tenho um
diploma universitário. Eu não tenho quaisquer outras perspectivas. Eu não tenho nada
para lhe oferecer.” eu disse, a miséria lavando sobre mim com a verdade da minha
afirmação. Eu nunca me senti mais inútil.
Seus olhos estavam cheios de lágrimas com as minhas palavras. Ela olhou para baixo
e balançou a cabeça. Depois de um minuto ela suspirou e começou a caminhar em minha
direção. “Sinto muito, isso não é justo. Eu sabia que o que você fazia e agora estou
segurando isso contra você. É que... Isso não machucava há dois dias. Dói agora.” ela
terminou em voz baixa.
Meus ombros caíram, derrotado. Esta era uma situação sem saída. Eu tinha pensado
que nós descobriríamos uma maneira de fazer alguma coisa funcionar, mas como? O
quê? Era verdade, eu não tinha nada para oferecer a ela. Ela não podia lidar com o que eu
fazia e ainda ser uma parte da minha vida, e eu não a culpava. Como eu me sentiria se
Grace fosse fazer um filme com outro cara amanhã de manhã? Eu não me importaria se
fosse ‘trabalho’, isso iria me enlouquecer pra caralho, o ciúme correndo em mim com
apenas o pensamento.
Eu tinha dito a ela que éramos amigos, e nós éramos, mas éramos muito mais - o quê
exatamente, eu não estava certo e não havia nenhuma maneira de nós explorarmos
qualquer coisa. O fato de que vivíamos em duas cidades diferentes era o menor dos
nossos desafios.
E, tanto quanto o meu trabalho, eu tinha poucas ou nenhuma opção além do que eu
estava fazendo no exato momento. Eu tinha gasto um monte de dinheiro em Vegas, não
que eu diria isso a ela, e eu precisava da parcela do contrato da cena de amanhã para
reabastecer minha conta bancária.
“Não há qualquer outra coisa que você já tenha pensado em fazer?” ela perguntou
com cautela. “Quero dizer, com certeza você não planejava fazer isso para sempre.”
“Eu não tenho um plano, Grace! Você é a única com um plano!” eu gritei me odiando,
tão cheio de arrependimento e frustração que eu a ataquei. Minha voz soava quebrada,
mesmo para os meus próprios ouvidos.
Ela olhou para mim tão triste. Eu queria tornar isso melhor para ela, mas eu não
podia. Eu estava inútil e impotente e a garota que me importava estava na minha frente
com lágrimas nos olhos, e não havia uma maldita coisa que eu pudesse fazer sobre isso.
Eu respirei fundo e fechei os olhos muito brevemente. “Eu não quero perder você,
Botão de Ouro, mas não tenho um plano.” eu disse miseravelmente. “Eu sinto muito,
sinto muito.” eu passei ambas as mãos pelo meu cabelo, fazendo uma careta e me
afastando dela.
“Venha a DC, Carson. Fique comigo. Podemos pensar em alguma coisa.” eu virei para
ela com suas palavras. “Talvez você possa se inscrever na faculdade lá... ou...” ela parou,
seus olhos perdendo o olhar de desespero que estava neles um momento antes. Agora ela
estava franzindo a testa e parecendo triste e incerta.
Eu a estudei. Meu doce Botão de Ouro. “Eu não posso ficar vadiando no seu sofá
Grace. Se isso.” eu acenei meu braço ao redor do quarto, indicando onde havia começado.
“Era uma maneira improvável para algo verdadeiro começar, essa situação seria a pior
ideia da história da para um relacionamento. O que seu pai acharia? Eu não faria isso com
você, conosco.”
Seus olhos encontraram os meus e nós olhamos um para o outro por longos minutos.
Eu podia ver que ela estava sem ideias também. A tristeza que saia dela era palpável.
Ela suspirou profundamente e olhou para baixo. “Vai doer mais se eu ficar com você
até amanhã de manhã.” disse ela em voz baixa. “Eu não posso suportar que isso
machuque mais do que agora.”
Eu balancei a cabeça, meu maxilar apertado e alguma coisa por dentro estava tensa e
arrebentando. “Eu sei.” eu disse.
Ela assentiu com a cabeça novamente, levantou-se e começou a recolher suas coisas.
Sentei-me em silêncio, olhando para a frente, odiando a vida, odiando a mim mesmo e
minhas escolhas estúpidas, e acima de tudo odiando o fato de que nunca poderíamos
explorar o que estava florescendo entre nós.
Quando ela terminou, se aproximou de mim e se ajoelhou na minha frente, tal como
eu tinha feito com ela ontem. Ela olhou para mim com lágrimas brilhando nos seus
grandes olhos azuis. “Eu sempre vou pensar em você quando pegar um elevador ou ver
um nascer do sol.” ela disse baixinho, sua voz quebrando na última palavra.
Eu olhei para ela e lhe dei um pequeno sorriso, meu coração batendo vazio no peito.
Eu nunca saberia o que poderíamos ter sido juntos e me senti o caralho de tão injusto.
Pensei em todas as coisas que me fariam pensar nela, muitas para mencionar todas elas.
“Eu sempre vou pensar em você quando eu assistir Titanic... ou ver um Botão de Ouro.”
eu disse.
Ela sorriu tristemente, levantando-se lentamente e me beijando nos lábios
suavemente, demorando-se lá enquanto ela colocava a mão no meu rosto. Ela virou-se
rápido demais para eu ver seu rosto, abriu a porta e fechou-a silenciosamente atrás dela.
Eu me levantei e peguei o vaso de flores da mesa e atirei-o na parede. O vidro se
quebrou, água e flores choveram enquanto eu sentava na cama pesadamente e colocava
minha cabeça nas mãos.
A Águia
Capítulo Treze

Grace
Fechei a porta atrás de mim e as lágrimas começaram a cair. Eu sabia que essa era a
coisa certa a fazer, não podia ficar mais um minuto sabendo para onde ele estava indo de
manhã, sabendo que o meu coração estava envolvido. Mas isso não mudou o fato de que
estava me forçando a partir. Não mudou o fato de que machucava ir embora. Isso não
mudou a miséria gritante que tinha lavado o rosto dele quando percebeu que eu estava
indo. Quando entrei no elevador e as portas se fecharam, tudo bateu e me recostei contra
a parede.
Este era o lugar onde tudo tinha começado. Num elevador. E agora aqui estava eu no
elevador de novo, só que desta vez tudo tinha terminado. E não queria isso. Queria voltar
no tempo e fazer tudo de novo, mesmo sabendo o que sabia agora, apenas para passar
mais alguns dias com ele.
Sai, fiz meu caminho para o quarto e entrei. Afundei na cama e me enrolei como uma
bola, permitindo-me soluçar. Quando o pior tinha passado, me levantei e fui ao banheiro
lavar o rosto. Então vesti um par de jeans e uma blusa e comecei a arrumar a mala. Não
havia nenhuma maneira de ficar hospedada neste hotel com Carson a alguns andares
acima de mim. Havia várias razões para isso, principalmente, que simplesmente não
confiava em mim mesma para não correr de volta para seu quarto e atirar-me nele. Mas
para quê? Balancei a cabeça tristemente. Eu tinha me metido nesta situação. Mas como ia
saber que iria desenvolver sentimentos por Carson Stinger, o Ator Masculino
Heterossexual? Era quase ridículo, mesmo agora que era a minha realidade. Mas isso foi
um pensamento que teria tido um dois dias atrás. E agora? Agora não era realmente
ridículo. Porque o que eu não sabia na época era que ele tinha um lado incrivelmente
doce, e que era emocionante, corajoso e generoso em todos os sentidos possíveis.
Desejava que nunca tivesse tido essa informação? Preferiria voltar ao tempo em que era
fácil me afastar dele, se eu tivesse que concordar que nunca iria experimentar a beleza do
nosso fim de semana? Eu estava muito ferida e confusa para responder a essas perguntas
agora.
Eu coloquei minha bolsa grande sobre o ombro e puxei a alça na minha mala e rolei
porta a fora.
Fiz o check-out rapidamente e sai para esperar o ônibus para o aeroporto. Rezei para
que houvesse um voo que pudesse chegar hoje à noite, mas se não, dormiria no
aeroporto. Isso não era um plano muito bom. Quase ri, mas me concentrei. Então quase
chorei e me concentrei novamente. Mordi o lábio.
O ônibus me pegou quinze minutos depois e olhei para trás por cima do meu ombro
para o Bellagio. Tornei-me uma pessoa diferente neste fim de semana. Carson tinha me
mudado de uma forma que suspeitava que iria começar a olhar para todas as minhas
decisões de forma diferente, fazendo-me reavaliar todos os meus planos ‘bem-feitos’. Eu
ia levar isso comigo agora e pensar nele como um presente, por mais que meu coração
estivesse quebrado com a perda. Era tudo que tinha que segurar para não exigir que o
motorista parasse o ônibus e me deixasse sair para que pudesse voltar correndo para ele.
Inclinei minha cabeça para trás no assento e deixei que a mistura de desgosto e esperança
lavassem em cima de mim, banhando meu coração na escuridão e luz.

***
Rolei minha mala para o meu apartamento na manhã seguinte às sete e meia, exausta
de toda forma possível. Tinha sido capaz de mudar meu voo para um de última hora, e me
sentei no aeroporto por várias horas à espera até que o embarque começasse. Já tinha
tentado dormir quando entrei no avião, mas minha mente não me deixava, estava muito
ativa para desligar e me permitir descansar um pouco.
Repassei cada minuto do meu fim de semana com Carson, tentando identificar o
momento exato em que lhe entreguei um pedaço do meu coração. Se tivesse sido na
primeira noite dos cachorros-quentes? Após o sexo incrível? Rindo na piscina? Quando
ele me disse que estava com ciúmes de Parker, revelando que tinha sentimentos por mim
também? Ou foi mais cedo do que isso? Talvez no elevador enquanto cantava para me
impedir de entrar em pânico? Quando descobri por que ele colocava aquela falsa
máscara? Seria possível me conectar a outra pessoa tão rapidamente? Queria gritar!
Desligue, cérebro! Por que isso importa? Estava como Rain Man{1 7 } , ‘Quem é o primeiro
lugar’ indo e vindo na cabeça.
“Ei híbrida{1 8} !” ouvi chamar da cozinha e deixei minha mala e bolsa na porta,
entrando para cumprimentar Abby.
“Oi Abs.” falei numa voz calma que parecia de um morto. Abby estava sentada na
nossa mesa pequena da cozinha de calça e uma blusa de mangas compridas, o cabelo
castanho-escuro em um coque bagunçado no topo de sua cabeça, com uma xícara de café
e alguns papéis e uma caneta na frente dela.
Ao me ver, seus olhos se arregalaram e sua expressão ficou preocupada. “O que ele
fez com você?” sussurrou, levantando e aproximando-se de mim.
Balancei minha cabeça, enquanto meu rosto se desintegrava e minhas emoções
brotaram com a visão do conforto da minha melhor amiga. “Ele não fez nada para mim,
Abby. Eu fiz isso para mim mesma. Eu-” engasguei e as lágrimas começaram a cair.
Abby me puxou para ela, acariciando minhas costas e me abraçando em silêncio por
alguns minutos, enquanto tentava me segurar. Quando minhas lágrimas tinham
desaparecido, ela se afastou e olhou para o meu rosto, com sua expressão severa.
“Não posso acreditar que você fez isso com a gente, Grace.” disse.
Uma gargalhada explodiu de mim. “Com a gente?” perguntei. “Como exatamente você
imagina que fiz alguma coisa para nós?”
Ela colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. “Porque, querida, eu te amo,
e por isso vamos lidar com as consequências deste fim de semana juntas. Estou ocupada.
Ainda me coçando. E quase não tenho tempo para isso.” ela ergueu as sobrancelhas, um
canto de seu lábio curvando-se. Estava tentando me fazer sorrir. E funcionou. Eu a amava.
“Agora sente-se. Vou pegar uma xícara de café e você vai me contar todos os detalhes.
Não preciso estar na sala até as onze.” Abby estava estudando em um dos melhores
institutos de culinária na área de Washington. A sua comida era de morrer. Se algum dia
fosse impressionar, tentaria experimentar uma de suas receitas. Nunca ficava
decepcionada. Havíamos nos conhecido em um site que busca de companheiros de quarto
quando me mudei para cá e não apenas nos demos bem como colegas de quarto, mas nos
tornamos melhores amigas também. Ela era engraçada, doce e ligeiramente ultrajante
quando queria ser. Era boa para mim. Como se fosse minha terceira irmã.
Ela me serviu uma caneca de café e acrescentou creme e açúcar, colocando-o na
minha frente. Envolvi minhas mãos em torno da caneca quente e a levei até minha boca,
tomando um pequeno gole do líquido quente. Abby me observava. “Pelo menos me diga
que você não se apaixonou por ele, querida.” disse em voz baixa.
“Foi um fim de semana, Abby.” falei calmamente, olhando para longe dela.
Ela olhou nos meus olhos. “Oh merda. Sua idiota. Você se apaixonou! Se apaixonou
por um astro pornô!” ela gemeu, inclinando-se para trás e deslizando para sua cadeira.
“Oh Deus, isso é pior do que eu pensava. Quando você se solta, realmente faz de tudo, não
é verdade, amiga? Puta meleca.”
“Abby, não caí de amor em dois dias. Eu só... só me preocupo com ele. Não queria
dizer adeus.” eu disse miseravelmente.
“Vamos pelo começo, querida. Eu quero um passo-a-passo, sei que você está triste,
mas não encubra os momentos sexys.”
Eu ri e então funguei. “Você é realmente uma pervertida, sabia disso?”
“Uh huh. Não peço desculpas. Agora vá.”
Conversamos até que ela teve que tomar banho e sair para a aula. Chorei um pouco
mais. Então fui para o meu quarto, caí de cara na minha cama, e não acordei até que Abby
estava de volta as seis daquela noite.
***

Carson
Fui direto do aeroporto para o hotel onde minha sessão estava sendo realizada,
sabendo que podia tomar banho lá. Eles precisavam me preparar para as câmeras de
qualquer maneira. Estava acostumado com a rotina.
Mal tinha dormido duas horas na noite anterior, ouvindo cada som no corredor, na
esperança de que Grace decidiria voltar. Não havia nenhuma maneira que eu poderia
procurá-la depois da maneira que tinha nos separado... nos despedido. Eu não poderia
deixar que fosse mais difícil para ela. Mas, pensei que talvez ela mudasse de ideia e
decidisse ficar só mais uma noite comigo. E assim, em vez de ir para o aeroporto como
tinha pensado, fiquei no quarto onde saberia que estava. Mas ela nunca voltou.
Entendi. Fodi tudo. E o pior foi que a senti sua falta de uma forma que nunca senti de
ninguém antes. Todos os instintos em mim me disseram para correr atrás dela, tomá-la
como minha. Mas já tínhamos decidido sobre isso antes. Não era possível. Nossas vidas
não misturavam, e não havia nada que pudéssemos fazer agora para fazer isso acontecer.
Pensei nela a noite toda, me perguntando em como ela ficou sobre minha pele tão
profundamente, tão rapidamente. Talvez eu estivesse tentando descobrir isso para que
pudesse afastar o sentimento de perda que não podia aguentar. No final, decidi que não
havia uma resposta. Foi só porque ela era ela, e era realmente tão simples quanto isso.
Não importa de qualquer maneira, mas meu cérebro remoeu isso até que pensei que iria
enlouquecer.
Bati na porta da suíte que Courtney tinha me mandado por uma mensagem naquela
manhã, e fui deixado entrar por um cinegrafista que já tinha trabalhado antes. “Ei Joe.” eu
o cumprimentei.
“Ei Carson, como vai?” apertou minha mão.
“A maquiagem é lá em cima?” perguntei, indicando uma porta fechada levando ao que
assumi que fosse o quarto e o banheiro.
“Sim. Estão esperando por você.”
“Tudo bem.” disse e me dirigi para lá. Quando abri a porta, fui recebido por Courtney
que falou 'oi' para mim, assim que colocou a mão sobre o telefone celular que estava
falando.
“Oi, Carson!” ouvi uma voz estridente falar. “Sou Bambi.” a loira nua com seios
grandes, obviamente falsos, disse de uma cadeira de maquiagem perto da janela. Uma
mulher com um pequeno pincel de maquiagem estava aplicando algo nos mamilos de
Bambi.
Sorri forçado. Não estava pronto para isso. Apenas passe por isso e receberá seu
dinheiro, me lembrei. “Ei, Bambi, prazer em conhecê-la.” falei, caminhando e balançando
a mão.
Ela deu uma risadinha. “Isso é o melhor que você tem para mim, querido?”
perguntou, de pé, afastando a pessoa da maquiagem para o lado quando se inclinou para
me beijar suavemente nos lábios, passando a língua sobre o meu lábio superior antes de
se inclinar para trás com um sorriso, que tenho certeza que ela achava que fosse sedutor.
Por que ela estava me incomodando, não tinha certeza. Pensei que fosse bastante óbvio
que era uma coisa certa aqui, mesmo se quisesse ou não fazer. Porra. Por que estava de
repente me sentindo mal?
Sorri para ela de novo e perguntei. “Esta é sua primeira filmagem?”
“Sim, e pedi especificamente que você estivesse aqui para a minha primeira vez.” ela
bateu os cílios. “Tive uma queda por você desde que vi sua foto no site da Courtney. Isso
vai ser divertido!”
Interessante. Recuei. “Bem, tenho que ir para o chuveiro, mas vou estar fora em
alguns minutos.” disse, virando-me.
“Vou estar pronta para você!” disse.
Fui até o banheiro e tomei um banho rápido, perguntei ao pessoal da maquiagem se
poderia colocar uma cadeira no banheiro. Não estava com humor para papear com Bambi
ou qualquer um. Precisava de um tempo para colocar minha cabeça no lugar, como dizem.
Ou pelo menos, meu corpo.
Diferente dos filmes que fiz, este seria apenas uma filmagem de um dia, pelo menos
terminaria hoje.
Felizmente a maquiagem não era uma grande produção em uma filmagem como esta,
especialmente para mim. Qualquer coisa aplicada seria tirada, então não era muito.
Courtney chegou e beijou minha bochecha. “Ei querido.” disse. “Você parece cansado.” ela
olhou para a garota que me retocava. “Coloque um pouco de corretivo sob os olhos
Marcia.”
“Eu estou bem, Courtney. Apague as luzes.”
“Mesmo as luzes difusas não vão esconder as olheiras, amor. Que você fez? Ficou
festejando a noite?”
Bufei. “Bem que eu queria.”
Marcia aplicou algo sob meus olhos e esfregou, em seguida, sinalizou que estava
pronto.
Courtney olhou para a minha box. “Precisa de algum tempo sozinho, querido?”
“Sim.” respondi me perguntando se seria capaz de conseguir uma ereção.
“Tudo bem, a filmagem exige que Bambi se masturbe por alguns minutos na cama e
então você vem se juntar a ela, pronto para começar a festa, entendeu? Você vai sair para
a varanda depois de alguns minutos e continuará lá.”
“Certo. Ok.”
“Bom.” ela olhou para mim por um par de segundos, mas, em seguida, olhou para o
lado e fechou a porta atrás dela.
Fiquei ali parado por alguns minutos quando ouvi a música tocar no quarto ao lado.
Baixei a boxer e recostei na pia, tentando entrar no clima. Mas não estava funcionando.
Pensei sobre todo o sexo que tive este fim de semana com Grace. Talvez tivesse
exagerado. Grace. Senti um tremor, assim que a imaginei se inclinando sobre a cama de
salto e um fio dental, implorando para eu levá-la, ficando totalmente endurecido.
Imaginei todas as maneiras que a tinha tomado no fim de semana e, depois de alguns
minutos, estava dolorosamente duro.
Houve uma batida suave na porta indicando que eles estavam prontos para mim. Saí
e vi por um minuto como Bambi se contorcia na cama, gemendo de uma forma tão
exagerada, com a mão entre as pernas. Quase perdi minha ereção. Fechei os olhos e
imaginei Grace novamente e fui para a cama. Juntei-me a Bambi e quando me sentei ao
seu lado, ela sentou-se um pouco e começou a me beijar, enfiando a língua na minha boca
e gemendo alto. Quase fiz uma careta. Ela não tinha gosto de sol e doçura. Abri os olhos e
olhei para baixo de seu corpo. Sua pele não era pálida e macia, era escura e
excessivamente bronzeada. Fechei os olhos rapidamente e tentei trazer Grace à mente.
Tinha que manter seu rosto e seu corpo no meu cérebro se ia fazer isso. Estendi a mão
para tocar o cabelo dela e não era de suave pesado na minha mão, era seco e encrespado
com laquê. Continuamos nos beijando e ela levou a mão até meu rosto, a que tinha usado
para se tocar. Senti o cheiro de sua essência em sua mão e foi isso. Fui para longe dela e
me levantei. “Desculpe.” murmurei. “Não é sua culpa, mas isso não está funcionando para
mim.”
“Corta!” eu ouvi alguém gritando.
Entrei no banheiro, peguei minha roupa e comecei a vesti-la quando a voz de
Courtney soou pela porta. “Carson, querido, se você precisa de um pouco mais de tempo
ou talvez uma pílula azul posso conseguir para você.”
Abri a porta, calçando meus sapatos. Passei por Courtney. “Desculpe, Courtney,
realmente... lamento. Mas não posso mais fazer isso.” eu olhei ao redor do quarto em
geral, avistando uma Bambi com beicinho puxando um roupão no canto. “Sinto muito por
perder todo o tempo de vocês. Não sei o que dizer. Apenas... desculpem-me.” então
caminhei até a porta da suíte, abri e a fechei em silêncio.

***
Voltei para o elevador e apertei o botão “para baixo”. Que porra é essa que tinha
acabado de fazer? Eu ia ser processado e nunca faria um filme novamente. Então, por que
não dou a mínima merda sobre isso? Estava basicamente sem dinheiro e sem emprego e
me sentia... bem. O que exatamente você vai fazer agora, imbecil? E sobre a porra de um
plano antes de fazer alguma coisa assim? Ri alto. Um plano. Joguei as duas mãos para
cima e atei os dedos juntos, colocando-os na minha testa e deixando minha cabeça cair
para trás. Fiquei assim por um minuto, até que ouvi o ding do elevador e as portas
começam a se abrir. Soltei minhas mãos e comecei a sair, quando vi quem estava saindo.
Merda! Tim.
Ele parecia surpreso. “Carson.” disse franzindo a testa. “Você não pode ter
terminado.” ele olhou para seu relógio, seu cenho se aprofundando. As portas do elevador
se fecharam atrás dele e ele deu um passo mais perto de mim.
Tomei uma respiração profunda. “A filmagem acabou, Tim. Simplesmente porque
saí.”
Suas sobrancelhas caíram. “Você saiu? Que diabos está acontecendo?”
Balancei a cabeça ligeiramente. “Ouça, Tim, eu te ligaria mais tarde para que
soubesse. Mas não aguento mais. Não vou fazer mais filmes.”
Ele olhou para mim por um segundo, com seus olhos se estreitando. Em seguida,
soltou uma risada aguda, desprovido de qualquer humor. “Bem, puta merda. Deve ter sido
um inferno de uma foda para você jogar toda a sua carreira fora. Agora realmente gostaria
que ela tivesse aceitado a minha oferta para se juntar a mim no meu quarto de hotel.”
Estremeci. “Sua oferta?” questionei, olhando-o de perto por uns segundos. “Que porra
da sua oferta?” repeti, percebendo que Tim tinha pressionado Grace, quando veio ao meu
quarto de hotel no dia anterior, quando nos encontramos.
Eu o alcancei antes mesmo dele saber o que o atingira, agarrando sua camisa e
andando para trás até que o bati contra a parede. A raiva estava bombeando através do
meu sangue enquanto o encarava. “Seu filho da puta doente e depravado. Como você ousa
falar assim com ela! Como você se atreve sequer a olhar para ela! Deveria lhe dar a porra
de uma surra!”
“Que porra você está fazendo?” interrompeu, gritando. “Por causa de uma bunda,
Carson? Por causa da porra de uma bunda?”
A frieza se espalhou através de mim assim que o soltei, elevando o meu punho e
esmagando seu rosto. O sangue jorrou do seu nariz e o deixei se afastar, afundando até o
chão. Ele olhou para mim aturdido.
Dei um passo para trás e empurrei novamente o botão do elevador. Essa mesma
frieza tomou conta do meu corpo, a sensação de que estava assistindo a cena de cima me
atingiu. Naquele momento, senti que algo se encaixava, com meu corpo sacudindo
ligeiramente. “Já não preciso mais de sua representação, Tim.” disse sem emoção. Não
senti nada pelo imbecil desprezível sangrando no chão na minha frente, nada, somente
um desprezo vazio. As portas do elevador se abriram e entrei, com meus olhos nunca o
deixando até que as portas se fecharam.

***

Pulei no meu carro, um Nissan Pathfinder preto que tinha comprado há seis meses
depois de assinar com Courtney, e me fiquei ali sem ligá-lo por alguns minutos, olhando
sem ver pela minha janela. Inclinei-me para a frente e bati com a cabeça no volante,
descansando lá por um minuto, enquanto limpei minha cabeça. Inclinei-me para cima e
liguei o carro, dirigindo como um pombo-correio até a entrada da autoestrada.
Enquanto dirigia, olhei para um outdoor que tinha visto mil vezes ao dirigir por esta
parte da cidade, e meus olhos pareciam apreciá-lo pela primeira vez, vendo-o de uma
perspectiva diferente agora. Um sentimento fluiu através de mim que não poderia
explicar, uma estranha energia que, de repente, pulsava em minhas veias com uma ideia
se formando em meu cérebro. Sem pensar muito, peguei meu telefone e procurei o
endereço na Internet. Liguei meu GPS e segui as instruções até que cheguei ao meu
destino em Santa Monica, cerca de vinte minutos depois. Estacionei e saí do meu carro
antes que pudesse mudar de ideia. Assim que puxei a porta para abri-la, olhei para a placa
de Recrutamento da Marinha.
Uma chance para mudar de ideia, Carson. Parei por um segundo, mas, em seguida,
abri a porta totalmente.
Entrei e fui imediatamente recebido por um homem vestindo um uniforme cáqui,
com um crachá e algumas medalhas em sua camisa. “Posso ajudar?” perguntou.
Eu ia realmente fazer isso? O rosto de Grace surgiu na minha cabeça. “Estou aqui
para me alistar.” disse.
“Bom, tudo bem então, eu sou o cara.” disse em um grande sorriso. “Venha comigo.
Sou o Suboficial de Primeira Classe, Duane Mitchell.” falou, parando para apertar minha
mão rapidamente e, em seguida, foi para a mesa. Ele sentou-se e indicou uma cadeira do
outro lado. Sentei-me.
“Qual o seu nome?” perguntou.
“Carson Stinger.”
“Ok, Carson, bem antes de começar com qualquer coisa, vamos conversar por um
minuto. O que o trouxe a esta decisão?” ele recostou-se na cadeira, me estudando.
Limpei a garganta. “Bem, para ser honesto, eu realmente não tenho quaisquer opções
que parecem muito melhor. Não sou do tipo de faculdade. Já sei disso. Mas quero fazer
algo de útil com a minha vida.”
Ele acenou com a cabeça. “Bem, isso é uma razão tão boa quanto qualquer outra.
Agora deixe-me perguntar isto, você já pensou sobre o trabalho que você gostaria de
fazer?”
“Uh, não realmente. Eu meio que decidi que ia fazer isso cerca de meia hora atrás.”
Ele riu. “Certo. Bem, no que você é bom?”
Pensei sobre isso por um segundo. “Sou um grande nadador e sou bom em esportes
radicais.”
O Suboficial Mitchell me estudou novamente por alguns segundos. Ele acenou com a
cabeça na direção de um cartaz de um grupo de homens em equipamento de mergulho,
com metralhadoras nas mãos, emergindo da água. “Já ouvi falar do SEAL{1 9 } da Marinha?”
“SEAL? Sim, claro. Estaria adequado para ser um SEAL?” perguntei.
“Bem, eu não sei. Você precisaria marcar uma pontuação muito alta em um teste
chamado ASVAB{2 0} e, em seguida, passar por um teste físico durante o treinamento
básico que irá garantir-lhe um lugar em BUD/S, que é o treinamento de Demolição
Subaquática Básica/SEAL{2 1 } .” ele fez uma pausa, olhando-me, mas permaneci em
silêncio. Ele seguiu em frente. “Então, você terá que fazê-lo durante a formação básica e
admissão. E então, se você tiver sorte o suficiente para passar para BUD/S, saiba que
apenas cerca de vinte por cento dos homens realmente conseguem ser aprovados, o que
significa que oitenta por cento falham. Portanto, você está pronto para ser um SEAL? Não
são muitos os homens que podem. Mas se for um bom nadador e gosta de esportes que
são perigosos e tem um alto nível de habilidade, é um começo decente. Mas vou ser
honesto com você, BUD/S é o treinamento militar mais rigoroso da face da Terra. Pense
nisso com cuidado.”
Balancei a cabeça, franzindo a testa. Não preciso pensar nisso com cuidado. Minha
resposta veio aos meus lábios quase antes que meu cérebro pudesse processá-la. “Vamos
começar.” Respondi.
Capítulo Quatorze

Grace
Sentei na minha cama sem entusiasmo. Meu coração estava pesado e senti um
desejo dentro de mim que não sabia o que fazer. Sentia falta dele, pura e simples. Quando
isso vai ficar melhor? Fazia alguns dias desde que cheguei de Vegas e parecia que meus
sentimentos se intensificaram em vez de enfraquecer. Só o conheci por dois dias e meio.
Não fazia sentido que pudesse esquecê-lo nesse período de tempo também? Suspirei e
deitei no meu travesseiro, olhando para o teto. O que ele estava fazendo agora? Arrepiei-
me quando pensei sobre a possibilidade muito real de que estava no set de novo. Ele me
disse que só tinha feito quatro filmes nos últimos seis meses e só tinha feito um a poucos
dias atrás. Uma onda feroz de desgosto me abateu quando o imaginei com outra pessoa,
mesmo alguém que ele nunca veria novamente. Queria gritar só com esse pensamento. E
então quis me jogar no chão e chorar até que estivesse exausta e entorpecida. Isso é o que
dá quando você tem sentimentos por um astro pornô. Eu fui uma idiota, como Abby me
chamou brincando.
Mas como ele tem lidado com isso? Teria sido difícil para ele também, como me disse
que seria? Ele disse que tinha mudado as coisas. E de forma realista, o que quis dizer foi
que o meu legado de curto prazo seria que fiz a sua vida mais difícil. Não consegui me
sentir mal sobre isso. Eu esperava que tivesse arruinado a sua capacidade de fazer pornô.
Ele poderia fazer muito mais. Não poderia ser a única a mudar a sua mente sobre isso. Ele
teria que fazer isso por si mesmo. Foi por isso que precisei ir embora. Foi por isso que não
tive escolha a não ser ir embora. Deus, ele provavelmente desejava que nunca tivesse me
conhecido.
Não me sentia assim em relação a ele, porém, isso tinha me machucado. Sabia o que
fazia, mas ele era mais para mim. Se não fosse, teria sido fácil ir embora. Poderia até
mesmo ter fugido. E aí estava o problema. Um problema impossível.
Fiquei deitada ali por mais algum tempo, perdida em meus pensamentos quando tive
uma ideia muito, muito ruim. Lutei com isso por alguns minutos antes de me levantar e
pegar meu laptop da minha mesa. Liguei e sentei de pernas cruzadas na minha cama,
minhas mãos tremendo quando digitei seu nome na busca do Google. O primeiro site da
lista foi um site chamado ArtLove.com e contra o meu melhor julgamento, cliquei nele.
Eu sabia que era uma má ideia e ainda assim era como se estivesse possuída. Era incapaz
de parar.
“Grace?” Abby chamou, assim que ouvi a porta da frente abrir.
“Aqui.” falei de volta, reduzindo a tela antes de ter totalmente carregada.
Ouvi seus passos e olhei do computador, quando ela apareceu na minha porta vestida
em seu uniforme, calça preta e um casaco branco de chef.
“O que você está fazendo?” ela perguntou, tirando o cabelo do rabo de cavalo e
massageando seu couro cabeludo.
“Hum, olhando pornografia.” respondi, meio rindo e meio fazendo careta.
A mão de Abby congelou no cabelo. “Oh, certo. Você tem uma tranca na sua porta,
sabia?”
Revirei os olhos. “Estou procurando por Carson, Abby.” falei.
Ela olhou para mim por um minuto. “Querida, isso é uma boa ideia?” perguntou
suavemente.
“Provavelmente não, mas preciso vê-lo. Tenho que conhecer a realidade dele. Assim,
posso seguir em frente.” olhei para ela com tristeza.
Ela hesitou, mas depois veio e sentou-se na cama ao meu lado. “Tudo bem, então,
boneca, eu seguro sua mão.”
“Obrigada, Abs.” disse enquanto clicava na tela reduzida para maximizá-la. Engoli em
seco.
Nunca tinha visto pornografia antes e então não tinha ideia do que esperar. Meus
olhos ficaram grandes assim que vi pessoas nuas envolvidas em todos os tipos de atos
sexuais. “Oh meu Deus.” respirei.
Olhei para Abby e sua cabeça estava inclinada e um pequeno sorriso estava no rosto.
“Este é o site que ele representa?” perguntou.
Assenti. “Ele disse que tem um contrato de dois anos. Deve ser com este site. Por
quê?”
Ela olhou para mim. “Você já viu pornografia, querida?”
Eu balancei minha cabeça negativamente.
“Bem, em comparação com o que está lá fora, isso é realmente muito... artístico.”
Olhei de volta para a tela. Pude perceber o que ela queria dizer. A maioria das cenas
era em belas praias ou em opulentas casas ou terraços. As pessoas eram muito bonitas.
Rolei a janela para baixo, olhando mais de perto. Sério, as mulheres pareciam como
supermodelos. Por que faziam isso? Pela mesma razão que Carson fazia, eu acho? Será
que tinham reais problemas de relacionamento também? Ambos agora e depois? Balancei
minha cabeça, tentando limpá-la. Isso nunca faria sentido para mim.
Quando tentei clicar em um dos vídeos, uma caixa de pop-up apareceu dizendo que se
eu quisesse assistir o vídeo completo, precisaria me tornar um membro, e especificava as
diferentes opções de associação.
Olhei para Abby e depois digitei o nome de Carson na barra de pesquisa do site.
Imediatamente, uma página carregou e deixei escapar um pequeno suspiro. Havia stills de
Carson ativamente tendo sexo com mulheres diferentes em várias capturas de tela. Meu
cérebro não conseguiu manter meus olhos assim que deixei escapar um pequeno soluço
sufocado e Abby apertou minha mão, dizendo, “Vamos fechar isso, querida...”
“Não, ainda não.” disse, minha voz soando muito longe para os meus próprios
ouvidos. Eu precisava ver isso. Precisava ver a verdade do que ele fazia.
“Gracie, estas são coisas que ele fez antes de conhecê-la.” disse calmamente.
“Esses sim, Abby, mas se eu voltar aqui e olhar próximo mês, haverá um novo, talvez
dois.” falei miseravelmente.
Abby apertou minha mão. “Você não vai fazer isso, certo, querida?”
Balancei minha cabeça. “Não, só desta vez. Só preciso me lembrar por que não posso
contatá-lo. Porque tenho que deixá-lo ir.”
Assentiu tristemente e nós duas olhamos para as fotos em silêncio por um minuto.
“Santo inferno, querida, você estava certa, ele é gostoso.”
Olhei para ela, com minhas sobrancelhas baixas.
“Desculpe, isso não ajuda.” murmurou, olhando para a tela.
Voltando a olhar as fotos, sentindo-me simultaneamente vazia e enojada, percebi que
o olhar em seu rosto estava... errado. Era... era o mesmo olhar que tinha visto em seu
rosto no lobby do Bellagio quando nos conhecemos e depois novamente no bar. Não era o
olhar que tinha em seu rosto quando ele estava comigo na cama. Era a sua máscara
nessas fotos. Isso me trazia um pouco de conforto. Mas senti o vômito subir minha
garganta, e tropecei para fora da cama, correndo para o banheiro a tempo de perder meu
almoço.

***

Carson
Merda, isso não vai dar certo. Respirei fundo e abri a porta. Irene, a recepcionista
idosa de Courtney olhou para cima de sua tela de computador. “Ei, Carson.” ela sorriu.
Sorri de volta cautelosamente. Bem, pelo menos a reação dela não foi de chamar a
segurança para mim, como pensei que seria.
“Oi, Irene. Courtney está?” debrucei-me sob a mesa e ela bateu os cílios para mim.
Costumo flertar com ela quando venho aqui. Só não estava a fim neste momento.
Irene franziu as sobrancelhas. “Ela está, querido. Você tem hora marcada com ela?”
ela começou a folhear o livro. “Não vejo-”
“Não, Irene, não tenho. Estou realmente-”
“Carson.”
Olhei para cima e Courtney estava de pé na porta de seu escritório, com uma saia
cinza e uma blusa rosa claro, seu cabelo preto solto liso e longo pelas costas, em um rosto
inexpressivo. Merda.
“Courtney, oi.” caminhei em sua direção. “Desculpe-me, não ter te ligado e não
marquei hora, eu só-”
“Carson, entre no meu escritório.”
Segui atrás dela, como uma criança que tinha sido chamado para o escritório do
diretor, um garoto que sabia que era culpado e merecia exatamente o que estava prestes a
acontecer. Depois da maneira como as coisas tinham sido com Tim, não estava
esperançoso de que essa reunião iria terminar bem. Novamente, isso não ia dar certo.
Courtney se sentou atrás da mesa e tomei a cadeira a sua frente. Quando abri minha
boca para falar, a voz de Irene falou antes de mim. “Aceita um café? Chá?”
Courtney ergueu as sobrancelhas para mim. “Não, estou bem.” respondi a sua
pergunta silenciosa.
“Não, Irene, estamos bem, obrigada.” disse Courtney e ouvi a porta fechar-se
silenciosamente atrás de nós.
Courtney se recostou na cadeira, tamborilando os dedos e me estudando calmamente.
“O que aconteceu, Carson?” perguntou.
Deixei escapar um suspiro. “Não aguento mais, Courtney. Sinto muito. Sei que não é
profissional fazer isso. Você tem sido boa para mim e realmente odeio que esteja
terminando as coisas desta maneira entre nós.”
Ela ficou em silêncio por um minuto. “Você me custou muito dinheiro naquele dia,
Carson.”
Eu respirei fundo. “Sim, eu sei. Isso é parte da razão pela qual estou aqui.” enfiei a
mão no bolso, tirei minha carteira e peguei o cheque. “Vendi meu carro. Mandei fazer um
cheque e o assinei para você. Não sei se é suficiente para cobrir todas as despesas da parte
aérea, e sei que não é suficiente para cobrir o que vocês perderam com o vídeo em si, mas
espero que seja um começo, e posso pagar parcelado se-”
Courtney suspirou. “Primeiro, me diga o que aconteceu para você estar farto de filmar
e sair semivestido daquele jeito?”
Olhei para o cheque em minhas mãos e o coloque sob a borda de sua mesa.
Desviei o olhar por um minuto, finalmente fazendo um som metade/riso
metade/engasgado da minha garganta, e terminando com um suspiro. Gostava de
Courtney. Ela sempre foi boa para mim, sempre foi alguém que sentia que poderia confiar
em um negócio cheio de pessoas não confiáveis. “Eu conheci alguém, Court.” disse
suavemente.
Ela me estudou, com sua expressão suavizando. “Ah, você se apaixonou. Bem, isso
acontece, por vezes, acontece.”
“Não, não exatamente. Eu só passei um fim de semana com ela, mas-”
“Carson, você se apaixonou. Vejo em seus olhos.”
Balancei minha cabeça. “Não realmente, dois dias e meio, Courtney. Nunca me senti
assim com ninguém. Nós-”
Ela me estudou de novo e pude praticamente ver as engrenagens girando em sua
cabeça. Ela soltou um suspiro profundo. “O amor nem sempre faz sentido. E essa é a
grande beleza da coisa, o grande mistério – a coisa que cínicos zombam de ‘amor à
primeira vista’, se pudesse ser engarrafado. Mas você não pode fabricar mistério, querido.
Acredite em mim, eu sei.”
Olhei para Courtney, absorvendo em suas palavras, deixando-as girar em torno da
minha cabeça. “Eu não tenho nada para oferecer a ela.”
Ela balançou a cabeça lentamente. “Então mude isso.”
Assenti, olhando para as minhas mãos, o rosto de Grace tão claro em minha mente.
“Acho que podemos ter algo em comum, Carson. Posso dizer-lhe?”
Olhei para Courtney e ela estava tamborilando os dedos novamente. Balancei a
cabeça.
“Minha mãe era do negócio também. Nunca disse nada sobre isso com você, porque
sei que nunca gostei das pessoas ligando-a a mim quando não estava preparada para falar
sobre isso. Só conheço sua situação, porque trabalho bem para saber sobre as pessoas que
trabalham para mim. Além disso, a história da minha mãe terminou um pouco diferente
do que a sua. Ela sofreu uma overdose de heroína quando eu tinha quinze anos. Tinha
fugido quando entrou para indústria aos dezesseis anos. Ela mentiu sobre sua idade e
começou a fazer filmes. Realmente não posso dizer que estava presente durante seu
declínio, porque realmente nunca a conheci, exceto como uma casca de uma pessoa. Ela
podia ser divertida e cheia de vida, quando ela queria ser, mas esses tempos tornaram-se
poucos e distantes assim que me tornei um adolescente. Felizmente, o meu pai era um
cara decente, que entrou na minha vida totalmente quando ela morreu. Eles tiveram um
caso de três meses e, embora ele tentasse negar que era sua filha baseado no que minha
mãe fazia para viver, quando ela lhe disse que estava grávida de mim, ele nunca tentou ser
aquele cara. Acho que ele verdadeira e honestamente tentou cuidar dela, mas ela não
estava no lugar para deixá-lo fazer isso. Mas ele me acolheu e me deu a estabilidade que
nunca tinha tido. Foi um bom homem... e faleceu há dois anos de câncer de pulmão.”
Não conseguia nem pronunciar uma palavra. Fiquei tão chocado com o que Courtney
tinha me confessado.
“De qualquer forma.” continuou. “Você provavelmente pode colocar dois e dois juntos
sobre o porquê de ter começado este site. Muitas equipes indignas e sem-alma continuam
nesta indústria. E este é um negócio que atrai as pessoas que são menos propensas a
serem capazes de lidar com esse tipo de coisa, para começar.” ela me estudou por um
minuto. “Comecei o meu site, porque queria injetar um pouco de coração em um negócio
que tem muita falta disso. É verdade, as pessoas nos meus vídeos são estranhos virtuais.
Mas eu acho que mostrando sexo como uma expressão natural de nossos corpos físicos e,
ao mesmo tempo, mostrando que não tem de ser degradante para qualquer uma das
partes, sendo o melhor que podemos realizar aqui. Se a pornografia sempre vai existir, e
acredito que vá, então quero ser responsável por fazê-la de uma forma que respeite o fato
de que nenhum de nós é apenas corpo, todos nós temos um coração e uma alma, e eles
não podem ser separados.” ela sorriu grande. Eu ainda estava tentando me segurar.
“O que eu estou tentando dizer, é que sou uma fã do amor.” ela riu baixinho e
vasculhou alguns papéis sobre a mesa, escolheu um da pilha.
“Agora, Carson, pelo que me lembro, nós fizemos uma alteração em seu contrato que
foi alterado para seis meses, em vez de dois anos. Você se lembra de rubricar a mudança,
certo?” ela olhou diretamente para mim.
“Uh, sim, eu assinei?” Courtney abaixou o queixo e olhou para mim através de seus
cílios escuros. “Sim, assinei.” falei com mais confiança.
“Ótimo. Então de acordo com a minha agenda.” ela jogou seu calendário de mesa de
voltou algumas páginas. “O seu contrato acabou na semana passada. Boa sorte em sua
próxima empreitada, Carson Stinger. Sucesso.”
Olhei para ela. Ela olhou de volta. Levantei-me e esfreguei as palmas das mãos nas
minhas coxas vestidas de jeans. “Courtney, eu não sei como-”
“Cuide-se, Carson.” disse, não se levantando de sua cadeira. “Tome também o seu
cheque. Se você não fizer isso, vou rasgá-lo.”
Certo. Peguei o cheque e o coloquei no bolso. “Courtney. Obrigado. Cuide-se
também.”
“Ah, eu pretendo.” ela sorriu para mim.
Balancei a cabeça e sai lentamente para a porta. Olhei para trás mais uma vez e
coloquei minha mão na maçaneta, mas ela continuava sentada imóvel. Assenti para ela,
abri a porta e fui embora.
Capítulo Quinze

Dois meses depois, Agosto


Grace
Parei em frente da minha casa de infância e sorri. Estava cansada de ter dirigido oito
horas de DC para Ohio, mas ver a casa me deu uma explosão de energia. Já sabia
exatamente onde meu pai estava sentado naquela casa de tijolo de estilo Cape Cod – em
sua surrada cadeira marrom de frente para a TV, que ele nunca desistiu, não importa o
quanto as minhas irmãs e eu imploramos a ele para trocar.
Um vez, quando minha irmã Audrey tinha onze anos e teve aulas de costura, ela
costurou uma capa com pequenas margaridas amarelas. Meu pai parecia que ia explodir
quando viu, mas depois olhou para minha irmã com um olhar prestes a explodir de
orgulho em virtude do ajuste perfeito que ela tinha feito, e ele sentou-se e disse. “Bem
Audrey Pequenina, não sabia que poderia fazer esta cadeira mais confortável, mas acho
que conseguiu.” Então ele fez um grande show de ajustar-se apenas para a direita e
colocando a cabeça para trás com um sorriso satisfeito. Sim, meu pai era um bom homem.
“Pai?” eu gritei, abrindo a porta e caminhei para dentro.
Ele saiu da sala de estar sorrindo. “Bem, olhe para você, Gracie.” ele me beijou na
bochecha. “A faculdade de Direito deve estar te fazendo bem. Você está ótima.”
“Obrigada, pai. Está sim.” sorri.
“Como foi a viagem?”
“Nada mau. Escutei uns livros em fita para que passasse rapidamente.”
“Livros em fita, GPS...” ele zombou. “Muito em breve as pessoas não vão ter nenhuma
razão para aprender a ler um livro ou um mapa. Estou lhe dizendo.”
Revirei os olhos. “Você deveria tentar isso, pai, pode mudar de ideia.”
Ele pegou minha pequena mala e a trouxe para a sala onde nos sentamos. As aulas do
outono começaram uma semana atrás, e voltei para casa para visitar meu pai e minhas
irmãs entre o fim das aulas de verão e o novo semestre que começou. Só tinha um par de
dias, mas sentia falta deles. Saudades de casa.
“Jules e Audrey não estão aqui?” perguntei.
“Não, elas vão chegar em breve. Ambas saem da aula as cinco.”
Balancei a cabeça. Minhas irmãs estavam na faculdade, Audrey no Wright State{2 2 }
estudando para ser professora, e Julia estava na escola em um hospital local, que oferecia
um programa para colocá-la na faculdade, após de ter assinado um contrato para trabalhar
lá por um par de anos depois de graduada. Eu estava orgulhosa de ambas. Elas foram bem
na escola e trabalhavam durante o verão para ajudar com as mensalidades.
Levantei-me. “Quer alguma coisa? Vou pegar um pouco de chá gelado.”
“Sim, pegue uma cerveja para mim. Obrigado.”
Fui até a pequena cozinha e peguei uma lata de Budweiser da geladeira, a mesma
cerveja que meu pai tinha bebido sempre desde que conseguia me lembrar. Coloquei um
copo de chá gelado e voltei para a sala de estar, entregando a meu pai sua lata.
Ele a abriu e tomou um gole, dizendo. “Então me fale sobre suas aulas, Gracie.”
Tomei um gole do meu chá. “Na verdade, pai, tenho uma coisa para falar com você.”
disse nervosamente.
“Ah, é?” perguntou, olhando para mim.
“Sim”. respirei fundo. “A coisa é que mudei meu foco no direito.” desviei o olhar,
bebendo outro grande gole de chá.
Quando olhei para cima, meu pai estava me olhando sério. “Tudo bem. Você o alterou
para quê?”
Ri nervosamente. “Bem, sei como você se sente sobre o sistema judicial criminal, sei
que você tem um monte de experiência-”
“Gracie, cuspa logo.”
Olhei para baixo. “Eu decidi que quero trabalhar na promotoria.” silêncio. Depois de
alguns segundos, levantei meus cílios e olhei para o meu pai. Ele tinha uma pequena
carranca em seu rosto e seus lábios estavam franzidos. Meu coração afundou. Tinha
trabalhado toda a minha vida para evitar aquele o olhar, toda a minha vida. Quase voltei
atrás, ali mesmo. Quase cuspir, brincadeira! Mas, então, por algum motivo, o rosto de
Carson entrou na minha mente, sorrindo para mim, me incentivando. Eu sabia que era a
minha própria mente evocando sua imagem, mas isso me confortou de qualquer maneira,
me estimulou. Seja corajosa, Grace.
“Gracie, você não tem ideia das coisas que vi, o lado da humanidade que você vai ver
entrar no ramo do direito penal. Só quero protegê-la. Além disso, você não faz um
dinheiro trabalhando no escritório de um DA{2 3 } . Já o Direito Empresarial é um bom
campo, um ramo seguro, e você vai fazer um bom salário, não vai ter que levar seu
trabalho para casa todos os dias de sua vida.”
Eu olhei para baixo, franzindo a testa, e respirei fundo para olhá-lo. “A verdade é que,
estou cansada de ter tudo em segurança o tempo todo.” sussurrei, olhando-o diretamente
nos olhos. “Estou cansada de fazer as coisas, porque fazem sentido para todo mundo,
menos a mim.” minha voz engatou na última palavra e meus olhos se encheram de
lágrimas. Olhei para baixo, incapaz de manter contato com seus olhos. Olhei de volta para
ele hesitante depois de um segundo.
Meu pai suspirou e, em seguida, me estudou por longos minutos, procurando alguma
coisa no meu rosto, mas não tinha certeza do que era. Por fim, ele falou. “Eu sempre quis
que as minhas meninas fossem felizes. Você acha que isso vai te fazer feliz, então é tudo
que preciso. Nunca quis que fizesse algo que lhe deixasse enfadada e amarga, como seu
velho.”
Deixei escapar uma risada curta e então funguei, minhas lágrimas misturando-se com
o meu riso. “Você não está enfadado e amargo.”
Ele suspirou. “De certa forma, sim, estou. Eu aceito isso. E Gracie, me desculpe se
nunca deixei claro para você que sua felicidade era importante para mim. Você assumiu
tudo e começou a cuidar desta família quando sua mãe nos deixou. Vi isso e te deixei
fazer, o que foi, provavelmente, injusto com você.”
“Não, pai.” disse rapidamente, balançando a cabeça. “Eu queria fazer isso. Isso me fez
sentir como se estivesse fazendo algo para melhorar as coisas para todos. Inclusive para
você.”
“E você fez, querida, mas eu deveria ter feito isso mais meu trabalho do que seu. Era
pressão demais para uma criança. E você sempre assumiu responsabilidade suficiente
sobre si mesma. Vá ser feliz, Gracie. Ninguém sabe melhor do que eu que você precisa se
agarrar nisso e segurar firme quando se trata do seu caminho. Pode ser que a
oportunidade não volte.”
Deixei escapar outro pequeno soluço e me lancei para ele, quase derrubando essa
maldita cadeira coberta por flores. Não éramos de grande afeição física em minha casa,
mas simplesmente não conseguia me conter naquele momento. Eu amava demais o meu
pai. Era como se um peso de dez toneladas tivesse sido tirado do meu peito. E assim que
saiu, eu tinha sido a única que tinha deixado ficar lá todo esse tempo. Abracei-o com força
e depois de um minuto, ele passou os braços em volta de mim também e nos sentamos
assim por um tempo, comigo sussurrando. “Obrigada, pai.” em seu ouvido.
“Que DIABOS você está fazendo com meu pai?” ouvi um grito da entrada da sala de
estar. Sentei e ri.
“Estou abraçando-o, sua maluca.” disse à minha irmã, Julia, sorrindo e levantando-
me. Ela estava sorrindo também.
“Oi, mana.” disse me abraçando e apertando com força. Meu pai não era de grande
afeição física, mas nós meninas fazíamos isso uma com as outras. Éramos a âncora de
cada uma, o conforto de nós mesmas.
“Deus, você me faz sentir baixinha.” disse-lhe, olhando para seu rosto bonito. Julia
era loira assim como eu, mas tinha chegado a altura de nosso pai e se espichou acima de
mim no seu 1,75. Eu era louca de ciúmes de suas longas pernas e estatura de
supermodelo. Além de poder fazer e comer tudo o que queria.
“Audrey deve estar logo aqui.” Julia começou a dizer, assim que ouvi a porta bater e
escutei a voz de Audrey lá fora. “Olaaaaá!” a cabeça morena apareceu na porta e o sorriso
de Audrey iluminava seu rosto. Ela era do lado da família da minha mãe na altura, igual a
mim, mas tinha o cabelo castanho como o do meu pai. Era adorável em todos os sentidos,
eu praticamente a criei quando Andrew morreu e minha mãe tinha ido embora.
Considerava-me quase mais uma tia que sua irmã.
Ela correu pela sala e lançou-se para mim, praticamente saltitando enquanto ríamos
saltando de cima para baixo. Meu pai limpou a garganta. Todas as nossas três cabeças
viraram rapidamente para ele.
“Você se importam, meninas? Jeopardy{2 4 } vai começar em cinco minutos e não posso
ouvi-lo com toda esse cacarejo.”
Comecei a sair primeiro. “Claro! Aqui, sente-se.” empurrei-o em sua cadeira coberta
de margarida e entreguei a cerveja que ele havia colocado na mesa ao lado antes de eu ter
me lançado em seu colo, e coloquei no canal que queria.
Olhei novamente para Julia e Audrey e ambas estavam rolando de seus olhos para
mim enquanto eu deixava o nosso pai o mais confortável possível. Bem, quaisquer que
fossem, alguns hábitos são difíceis de quebrar. Ele era o meu pai. Cuidei dele. Isso é o que
fazia. Joguei uma manta sob suas pernas e peguei minha mala pequena e todas nós
corremos até as escadas, nos empurrando e rindo.
Fomos para o meu antigo quarto, Audrey e Julia caíram na minha cama quando abri
minha mala e comecei a colocar as roupas nas gavetas.
“Então, o que há de novo, crianças?” perguntei.
Silêncio. Olhei para elas e elas estavam atirando olhares uma para a outra. Coloquei
minhas mãos em meus quadris. “O quê?” perguntei, estreitando os olhos.
“Julia tem algo a dizer.” Audrey falou, sorrindo amplamente.
Meus olhos foram para Julia que estava me olhando nervosamente. “Sim?” deixei a
pergunta sair com as sobrancelhas levantadas.
Ela começou a tirar um fio invisível na bainha de seu suéter. “Bem, a coisa é, eu meio
que encontrei alguém.”
Levantei uma sobrancelha. “Como um garoto?” perguntei.
Ela assentiu com a cabeça, sorrindo para mim. “Sim, um garoto-”
“Bem, isso não é tudo. Diga a ela a grande notícia.” disse Audrey e Julia lançou-lhe
um olhar de advertência.
Sentei-me na cama com elas. “Julia, só fale.” eu disse jogando meus braços no ar e
deixando-os cair.
“Não sou mais virgem.” ela deixou escapar. “Fui desvirginada. Sou uma mulher!” ela
terminou, me dando uma pequena risada nervosa.
“A cereja foi estourada.” Audrey falou em reverência.
Olhei para as duas. “Você estava nervosa para me dizer isso, Jules?” perguntei
fazendo uma pequena careta.
“Bem, não, quero dizer, um pouco, é que.” e respirou fundo, “Sim, eu estava nervosa
para te dizer.” ela pegou minha mão. “Você sempre foi mais que uma mãe para nós e
enfrentá-la, bem você é meio certinha, Gracie. Quer dizer, você é virgem? Falamos sobre
tudo, mas você nunca falou sobre sexo com a gente. Pelo menos, não em nível pessoal.
Você sempre foi assim objetiva, tão focada em outras coisas...”
Olhei para ela, pensando. Brincamos quando falávamos sobre sexo. Fizemos
referências a sensualidade, e sobre caras gostosos, coisas assim, mas acho que ela estava
certa. Nunca falei sobre sexo em um nível pessoal. Realmente nunca tinha ido a festas ou
namorei garotos durante a escola e por isso realmente não havia nada para falar. Nunca
tinha contado a ninguém, exceto Carson, sobre o meu plano. Esse plano estúpido que
nem sequer existe mais.
Respirei fundo. “Sinto muito, meninas. Vocês estão certas. Não tenho sido uma boa
irmã mais velha nessa categoria. Deveria ter sido mais aberta com você. Eu só... tinha
todas essas ideias idiotas, que até alguns meses atrás, nem sabia que eram ideias idiotas.
Provavelmente deveria ter conversado mais com vocês. É que, sem a mamãe aqui... Eu
nunca... tenho tratado vocês como bebês, e sinto muito.” deixei escapar um suspiro e
balancei a cabeça.
“Não, Grace, não estamos tentando fazer você se sentir mal. Você sempre cuidou de
nós. E te amamos por isso. Nós apenas não sabíamos como você reagiria a este tipo de
informação específica.” Audrey fez um gesto com a cabeça em direção a Julia.
Agarrei a mão de Audrey e a apertei, em seguida, olhei para Julia. “Quem é ele,
querida?”
Ela sorriu, com os olhos brilhando. “Seu nome é Evan e ele trabalha no hospital. Na
administração. Ele tem vinte e dois anos. Estamos namorando há três meses e estou
apaixonada, Grace. Verdadeiramente apaixonada. Ele me trata como uma princesa - como
se eu fosse a coisa mais preciosa do planeta.” ela terminou com ar sonhador, se jogando
de costas na cama.
Audrey revirou os olhos. “Você realmente não ficaria arrependida de ter perdido a
ladainha dos últimos meses, Grace. Era verdadeiramente de vomitar.”
Eu ri. “Então, você... gostou?” perguntei.
Julia apoiou-se nos cotovelos. “Do sexo?” ela mordeu o lábio. “Bem, só fizemos isso
algumas vezes até agora, e... bem, não, não realmente. Quer dizer, tenho certeza que isso é
meio normal e...” ela franziu a testa, olhando para Audrey.
Audrey levantou as mãos. “Não olhe para mim. Estou intocada. Pura. Não sei o que
dizer além de você poderia ter se ferido de alguma forma.”
Eu ri, mas Julia estreitou os olhos para Audrey.
“Você não está ferida, Jules. As primeiras vezes geralmente não são tão boas. Mas fica
melhor, prometo. E se você está com a pessoa certa, que espero que esteja, pode ser
incrível. Além de incrível.”
Olhei para elas e elas ficaram ambas olhando para mim. Ri novamente. “Ok, meninas,
precisamos conversar, e acho que tenho algo a lhes dizer que vai compensar os anos e
anos de repressão da conversa sobre sexo nesta casa. Acomodem-se e apertem os cintos.”
disse séria, mordendo meus lábios com nervosismo. Deitei de lado e apoiei a cabeça na
minha mão e comecei a falar, me perguntando se ia contar a história desta vez sem
chorar, porque eu ainda sentia falta dele pra caramba, mesmo dois meses depois, dizendo
para mim que era meu emocional ainda falando. “Então vocês sabem que fui a uma
conferência alguns meses atrás...”

***

Carson
“Eu ainda não posso acreditar que você se alistou na Marinha, está louco, seu filho
da puta!” Dylan gritou da cozinha, assim que nos pegou a cerveja.
Sorri. “Você e eu, mano.”
Dylan voltou no quarto, me entregou a cerveja e sentou-se no outro sofá, estudando-
me sobre a garrafa quando tomou um longo gole e apoiou os pés sobre a mesa de café.
“Você vai dizer a sua mãe que você está indo?” ele me olhou com cautela.
“Nah, você sabe o que aconteceu da última vez que viajei. Vou mandar um cartão
postal se eu passar para o treinamento do SEAL no Coronado.”
Acenou com a cabeça. Ele tinha visto, ou melhor, tinha visto meu lábio arrebentado
depois de ter ido vê-la pela última vez, que foi quando seu atual namorado me deu um
soco por ser um idiota.
“Então.” disse ele tomando um gole de cerveja e, obviamente, mudando de assunto.
“Você nunca vai me dizer sobre essa garota que você passou um fim de semana e que
mudou toda a sua vida?”
Ri. “Eu não mudei toda a minha vida por causa dela, cara.”
“Oh, sim, você meio que fez, homem. Que tipo de vodu de boceta que ela lançou em
você?”
“Muito engraçado. Não, quis dizer, eu não estou fazendo todas essas mudanças por
causa de Grace. Provavelmente nunca vou vê-la novamente. “Fiz uma pausa, assim que a
dor que tomou conta de mim, apareceu durante a declaração que fiz. Pensei em entrar em
contato com ela e deixá-la saber meus planos. Mas e se eu falhar? Não. Precisava
realmente fazer algo antes de eu deixar Grace ter conhecimento. “Eu só percebi que era
hora, e só isso. Não posso fazer pornô para sempre, cara. Era hora de começar algum tipo
de plano de vida, dar algum sentido, pelo menos.”
Dylan assentiu. “Não posso discordar. Quer dizer, apesar de ser foda ter estrelas
pornôs aparecendo em nossas festas em casa.” ele sorriu. “Não que houve alguma festa
acontecendo aqui ultimamente, depois que você virou um monge.”
Eu ri, mas depois fiquei sério, colocando minhas mãos atrás da cabeça e recostando-
me no sofá. “Cara, eu poderia estar de volta aqui no próximo ano. Você sabe que é um tiro
no escuro?”
Dylan me estudou. “Não, não vai ser.”
“Não, sério, as chances não estão ao meu favor quando se trata de me tornar um
SEAL.”
“Como você sabe?” Dylan perguntou, tomando um gole de sua cerveja.
“Cara, te expliquei toda a coisa de vinte por cento, expliquei sobre todos os atletas
com talento extraordinário que tentam a cada ano e não conseguem-”
“Sim, você explicou, mas aqui está como eu vejo. Nem tudo é tão pessimista já que
você é um grande atleta, ou o quão rápido você pode nadar por muitos metros no oceano,
quase à beira da hipotermia.” ele se sentou e colocou sua cerveja para baixo, tirando os
pés da mesa de café e sentando-se para frente no sofá. “O que lhe vai mover é o quanto de
sangue você vai dar, e como você dará tudo de si, não porque alguém lhe dará elogios, mas
pelo contrário, porque ninguém vai, e você não depende de alguém para o seu sucesso.
Aqueles caras lá fora, que foram mimados constantemente, e queridos por toda a vida
deles, vão ser os primeiros a sair quando não tiver ninguém para depender além si
mesmos. Mas não você – porque você nunca conheceu nada diferente. E isso é uma
merda. Mas, neste caso, é a sua força. É o seu ás na manga. E aposto em você, Carson
Stinger.”
Ele pegou sua cerveja e sentou-se para trás, chutando os pés em cima da mesa de
centro novamente, enquanto eu olhava para ele, sem saber o que dizer. “Eu te disse que
estava fazendo uma mudança de carreira também? Palestras motivacionais. Façam fila,
pessoas.”
Comecei a rir.
Dylan riu, mas depois ficou sério. “E eu quis dizer cada palavra, mano.”
“Eu sei, cara, eu sei.” levantei minha garrafa para brindar com ele.
Capítulo Dezesseis

Oito meses depois, em abril


Grace
Sentei-me em meio a escuridão, olhando para o horizonte, ouvindo o barulho das
aves começarem ao meu redor. Eu sorri quando o brilho amarelo a distância atingiu meus
olhos. Era como se aqueles pássaros soubessem momentos antes que glória do nascer do
sol seria exibida e cantavam seus louvores acolhedores. Sentei-me ali até que o sol pleno,
redondo tivesse totalmente emergido além do horizonte. Pensei em Carson, como sempre
fazia quando eu assistia o nascer do sol. Eu me perguntei onde ele estava. Eu me
perguntei se ele estava feliz. Mas eu não me deixei perguntar mais do que isso, ainda não
podia deixar-me perguntar mais do que isso.
Eu continuei na minha corrida ao longo do canal C & O com os outros corredores no
início da manhã e quando acabei, fui para casa e tomei um banho rápido. Eu precisava de
café. Eu acho que eu nunca fui realmente uma pessoa da manhã. Mas fiz disso uma
prioridade, ajustando meu alarme para correr ao ar livre, em vez de na esteira, para que eu
pudesse ver o sol nascer tão frequentemente quanto eu pudesse. Eu já tinha perdido
muitos deles.
Eu estaria me formando na faculdade de direito no início do verão e os próximos dois
meses seriam repletos de estudo e tomados por testes. Além disso, eu tinha me
candidatado a empregos em DC, na esperança de conseguir um cargo no gabinete do
promotor. Eu estava cheia de emoção para ver aonde a vida me levaria agora que eu
estava indo em uma direção que tinha escolhido, sem nenhuma outra finalidade do que
eu queria. Eu coloquei o café para ferver e fui começar o meu dia.

***

Carson
“Deixem de ser preguiçosos seus pedaços de merda!” Instrutor Wegman gritou.
Santa mãe de Cristo, cada músculo do meu corpo estava gritando de dor. Nós tínhamos
estado nisso por quase cinco horas seguidas, nosso castigo por falhar em uma inspeção da
faca durante a nossa primeira semana de treinamento SEAL. Nós estávamos prestes a
fazer um mergulho no oceano e os instrutores deram a volta para inspecionar o nosso
equipamento, um colete inflável, cartucho de Co2 e uma faca Ka-Bar. Quando o Instrutor
Flynn tinha esfregado minha faca no pelo do seu braço, tinha olhado para mim e gritado:
“Falha!” Porra. Até o final da inspeção, outros sete homens e eu estávamos prontos para
nos juntarmos aos instrutores no Grinder - nossa área de treino - às dez horas da noite.
Eu já estava desgastado completamente de um dia de treinos brutais que começou às
cinco da manhã. Tínhamos começado com um Grinder PT{2 5} , uma corrida cronometrada
de quatro quilômetros em nossas botas e calças, na areia macia, que era esperado que
fizéssemos em 32 minutos ou menos, corremos dunas de areia, e depois nós fizemos dois
mil metros nadando, e isso foi somente antes do almoço.
Mas não era uma escolha. Todos nós estávamos alinhados ombro a ombro assim
como os instrutores que estavam diante de nós, nos olhando com repugnância. “Se você
não pode sequer ser confiável para cuidar de uma parte do equipamento, como diabos é
que vamos confiar em você com as nossas vidas no campo, pedaços de merda?” ficamos
parados em silêncio, enquanto os instrutores nos repreendiam, dizendo-nos quão merda
éramos. Isso era bom. Pelo menos era uma pequena pausa.
Mas, então, o castigo começou. Tinham-nos dito para correr para a arrebentação, se
molhar, e correr de volta em dois minutos. Quando voltamos, Instrutor Wegman tinha
olhado para seu relógio e balançou a cabeça. “Dois minutos e dez segundos, pedaços de
merda. Para cada segundo que você passar dos dois minutos, vocês farão esse número de
flexões.” E assim tínhamos feito nossas dez flexões e, em seguida, corremos de volta para
a arrebentação novamente para tentar fazê-lo em menos de dois minutos. Na segunda vez,
havíamos passado doze segundos dos dois minutos. Então fizemos doze flexões. Cada vez,
demorávamos mais, os nossos corpos fisicamente incapazes de pegar velocidade com a
nossa exaustão. Isso vinha acontecendo há cinco horas. Estávamos agora fazendo
sessenta flexões, mal capaz de nos mover, mancando, cada vez que voltávamos da água,
querendo engatinhar.
Quando minhas pernas fraquejaram no caminho para a água, um cara perto de mim
agarrou minha cintura e me puxou para cima. “Whoa, segura. Peguei você. Vá devagar e
dê um minuto para se recuperar na água. Não há nenhuma maneira que nós voltemos em
menos de dois de qualquer maneira. Vamos tentar ao menos voltar.”
Eu dei as minhas pernas um minuto para pararem de tremer e continuei com ele em
direção a arrebentação. “Obrigado, cara.” eu gemi, fazendo uma careta quando a dor
disparou em minhas pernas.
“Meu primeiro nome é Noah.”
Eu assenti. Eu o conhecia apenas por seu sobrenome, Dean. “Carson.”
Noah murmurou: “Puta que pariu.” Quando mergulhou na água fria do oceano à
noite e, em seguida, levantou-se e fechou os olhos por um minuto, imóvel, deixando seu
corpo descansar. Eu fiz o mesmo e depois de alguns segundos, nos viramos e começamos
a nos mover em direção à costa novamente, desta vez os nossos dentes batendo, tremendo
de frio. Isto era deplorável.
“Eu não posso mais fazer isso.” eu disse entre dentes, meu maxilar impossível de
mover por estar tremendo muito.
“Eu aposto que você disse isso três horas atrás, também.” Noah disse. “Eu sei que eu
fiz. E no entanto, acabou por nós estarmos errados, porque aqui estamos, ainda fazendo
isso.”
Meu rosto se contorceu em algo talvez parecido com um sorriso quando mancamos
até a praia, voltando para o Grinder para outra série de flexões. Talvez cem desta vez.
Eu tropecei levemente para longe quando um colega ao meu lado vomitou na praia.
“Pedaços de merda, não falhem na inspeção da faca de novo.” Instrutor Flynn disse,
levantando-se da plataforma de instrutores onde esteve sentado nos observando a noite
toda. Fomos dispensados.
Conforme começamos a mancar para longe, Instrutor Flynn disse: “Esperem aí. Antes
de entrar, limpem toda essa areia que vocês trouxeram para a área do PT.”
Uma hora mais tarde, nós entramos mancando para dormir por uma hora antes que o
PT da manhã começasse. Quando Noah virou-se para ir em direção ao seu quarto, eu
disse: “Ei, obrigado de novo.”
Noah apenas assentiu, dando-me a sua própria versão de algo parecido com um
sorriso.
Quando eu me arrastei da cama uma hora mais tarde, sentindo como se eu tivesse
caído de um penhasco e batido em todas as pedras irregulares no caminho para baixo,
pensei comigo mesmo, não havia nenhuma maldita maneira que pudesse fazer isso por
outro dia. Como diabos vou aguentar a Hell Week{2 6 } quando não consigo aguentar um
castigo brutal por uma noite? A Hell Week são cinco dias e noites como a que eu tinha
acabado de suportar, provavelmente muito, muito pior, com sono zero. Eu estava
enlouquecendo por ter apenas uma hora de descanso. Como eu poderia suportar uma
semana inteira sem dormir, e sendo torturado constantemente? Pelo que ouvi, à sexta-
feira, a maioria dos homens estavam delirando e extremamente inchados, e eles eram
orientados a não sair em público. Eu simplesmente não fui feito para isso. Para mim
basta.
Eu manquei para fora com a intenção de jogar a toalha. Nesse momento, nada parecia
mais importante do que conseguir voltar para a cama e tentar não me mover. Eu me
sentia meio enlouquecido pela dor e exaustão.
Quando eu pisei do lado de fora, o sol estava apenas nascendo ao longo do horizonte
do Oceano Pacífico a minha frente. Fiquei parado, meus olhos treinados sobre esse
pequeno pedaço laranja brilhante. Fechei os olhos e imaginei Grace de pé na minha
frente, meus braços ao redor dela da mesma forma como tínhamos observado essa
mesma imagem. Grace. Uma energia passou por mim, me dando uma pequena explosão
de força, apenas o suficiente para dar meia volta e caminhar para dentro, longe da
desistência e em direção aos chuveiros.
Capítulo Dezessete

Quatorze meses depois, em junho


Grace
Mudei uma pilha de correspondência para o lado, abrindo espaço no balcão para as
saladas para viagem que eu tinha acabado de pegar para Abby e eu.
Ela sentou na banqueta ao meu lado e começou a abrir e organizar sua comida.
Peguei o copo de água gelada na minha frente e o levantei. “À Brian por passar no Bar
Exam{2 7 } !” eu disse. “E o fato de que agora ele será capaz de apoiá-la em um estilo ao qual
você gostaria de se acostumar.”
Abby deu um grande sorriso e ergueu a própria água tilintando na minha, baixinho.
“À Brian. Graças a Deus, depois de todo esse tempo estudando, acabou e eu recebo o meu
noivo de volta. Quer dizer, a menos que suas horas de trabalho sejam alguma indicação,
de qualquer forma, não importa. Nada vai mudar.”
Eu ri, balançando a cabeça. “Eu não sou tão ruim assim.” eu disse.
“Sim você é.” ela discordou. “Mas, felizmente, não tenho que viver com você por
muito mais tempo.” ela piscou, me provocando.
“Haha. Você vai sentir minha falta.” eu disse, dando uma mordida na salada. “Mas
você escolheu bem, você sabe disso, certo?” eu disse, balançando a cabeça em direção ao
seu anel de noivado solitário.
Ela suspirou e sorriu. “Eu sei. Ele é um amor. Quer dizer, desde que ele não me irrite
com alguma coisa tipo ‘pasta de dentes destampada’, isso deve funcionar.”
Eu ri.
Abby e Brian ficaram noivos na época do Natal, e iam se casar em setembro. Na
próxima semana, era o fim de semana da grande mudança para todos nós. Eu tinha
encontrado um ótimo apartamento na área da U Street Corridor e embora eu estivesse um
pouco nervosa por morar sozinha pela primeira vez na minha vida, estava animada
também.
A última peça a se encaixar no lugar foi Brian descobrir no dia anterior que ele tinha
passado no Bar Exam. Sairíamos todos mais tarde para um jantar comemorativo.
“Agora.” Abby continuou. “Tudo o que precisamos fazer é encontrar para você um
grande cara que não deixa a pasta de dentes destampada.”
“Oh, não. Uh uh. Estou muito ocupada para encontros. Nem pense sobre armar com
algum estranho. Meu trabalho mal me deixa tempo suficiente para ir ao supermercado
em uma base regular. Eu quase não tenho tempo para um cara.” eu espetei um tomate
cereja e o levei para minha boca.
Eu tinha começado meu primeiro emprego no escritório do promotor em DC e estava
trabalhando em um tribunal juvenil. Isso não era exatamente o que eu queria estar
fazendo, eu procurava evoluir. Mas até agora, não havia outros cargos e pouco volume de
negócios nos outros tribunais. Eu sabia que tinha sorte de estar no escritório que eu tinha
me esforçado para estar, e então trabalhei arduamente para fazer um bom nome para
mim.
Olhei para Abby e ela estava me estudando. “Você ainda pensa nele?”
“Quem?” eu perguntei, sabendo exatamente de quem ela estava se referindo.
“Você sabe quem. Não me venha com essa.” Abby bufou.
Eu coloquei o meu garfo para baixo e me virei para ela no balcão, inclinando a cabeça.
Eu não podia mentir para Abby sobre isto. Eu tomei uma respiração profunda. “Sim. Mas
não é uma coisa ruim, Abs. Não dói. Eu só... me pergunto como ele está algumas vezes. Eu
me pergunto o que ele está fazendo. Eu me pergunto se ele alguma vez pensa em mim.”
Abby me estudou. “Contanto que ele não seja a verdadeira razão pela qual você
aparentemente renunciou a todos os homens, desde que você voltou de Vegas há dois
anos.”
Deixei escapar uma risada frágil. “Eu não renunciei a todos os homens. Fui naquele
encontro com o cara da minha turma de direito que encontrei no ano passado.”
Abby levantou uma sobrancelha. “Grace, você tomou café com ele quando o viu na
rua e você nem mesmo o deixou pagar pelo seu.”
Eu deixei escapar um suspiro. “Nós flertamos, Abby. Foi um encontro; mais ou
menos.”
“Grace, ele disse que você parecia bonita e você disse que ele parecia muito bem. Isso
não é flertar, querida. Eu tive essa mesma conversa com o meu avô, quando o vi no mês
passado. Você me deu os detalhes. Não tente fazer parecer algo que não foi.”
Eu fiz uma careta para ela. “De qualquer forma, não se trata de estar renunciando os
homens. Você sabe que eu não namorava muito, mesmo antes de conhecer... antes de ir
para Las Vegas. Eu só estou ocupada. Realmente, Abby, essa é a única razão. Eu não estou
fechada. Se eu encontrar alguém que realmente me atrai, eu vou fazer uma exceção, ok?
Eu prometo. Não se preocupe comigo.”
“Então, o super galã, que vive no andar de baixo não atrai você? Porque você
certamente é atraente para ele.”
Eu pensei sobre isso. “Não, ele é muito... bonitão.”
Abby levantou uma sobrancelha. “E o cara realmente bonito que convidou você para o
Happy Hour no Marvin no mês passado, não era o seu tipo, também?”
“Abby! Sério. Realmente. Não estou fechada. A pessoa certa vai aparecer, eu só estou
esperando aquele... algo a mais. Eu saberei quando encontrá-lo. Quando o encontrar.”
Ela olhou para mim com os olhos apertados por um segundo, mas depois respirou
fundo e disse: “Tudo bem. Se você diz. De qualquer forma, você se importa se Brian
chegar alguns minutos antes de mim esta noite? Ele teve que encaixar algumas horas no
escritório hoje e ia vir direto para cá do trabalho, mas ele vai chegar um pouco antes de
mim. Eu só consigo sair nas últimas duas horas do restaurante.”
Abby estava trabalhando como chef executiva no restaurante de um grande hotel no
centro. Ela tinha mudado completamente o menu e a margem de lucro havia disparado.
Eu estava realmente orgulhosa dela.
Eu balancei minha cabeça. “Não, claro, tudo bem. Eu estarei pronta. Ele sabe onde
está o controle remoto.”
Abby sorriu. “Ok, ele vai ligar para você quando estiver quase aqui. Ele quer dar-lhe
um abraço enorme por toda a ajuda com o estudo. Nós dois realmente apreciamos isso.”
Acenei minha mão, descartando sua observação. “Eu quase não fiz nada. Eu apenas
dei-lhe algumas dicas como alguém que já as teve.”
Abby sacudiu a cabeça. “Não é verdade. Ele é grato e eu também.”
Eu sorri para ela. Na verdade, eu estava explodindo de orgulho que ele tinha passado
na sua primeira tentativa... Não porque eu tive qualquer responsabilidade por isso, mas
porque Brian era como um irmão para mim e eu queria coisas boas para ele e Abby.
Abby jogou seu guardanapo e garfo de plástico dentro do recipiente de isopor e
levantou-se, levando-o para o lixo. “Tudo bem, estou indo. Vejo você à noite. Estarei em
casa por volta das sete. A reserva é às oito.” ela pegou sua bolsa e casaco e se dirigiu para a
porta.
“Tchau, Abs!” eu disse. Continuei comendo meu almoço, colocando meu garfo para
baixo e empurrando-o de lado depois de alguns minutos. Eu respirei fundo, colocando os
cotovelos no balcão e descansando o rosto em minhas mãos. Eu tremi um pouco quando
uma sensação estranha tomou conta de mim, as partículas no ar quase parecendo mudar
de direção, como se algo próximo as tivesse interrompido. Eu fechei meus olhos e deixei o
rosto de Carson vir a mim, claro e presente em minha mente. Eu não me permitia
demorar pensando nele frequentemente. Mas por alguma razão, naquele momento, eu
cedi porque o senti tão fortemente, quase como se ele estivesse na sala comigo.
Depois de alguns minutos, eu me forcei a levantar e limpar o meu almoço, e depois
comecei o meu Sábado.
***

Carson
Sentei-me no táxi e vi o fluxo de pontos turísticos de DC. Eu nunca tinha ido a DC e
tanto quanto eu gostaria de explorar a cidade, minha mente estava focada em outro lugar
agora. Minha mente estava focada em Grace. Meu coração trovejou no peito. Esta poderia
ser uma boa ideia, ou uma ideia muito ruim. Eu a tinha procurado na whitepages.com{2 8}
e encontrei o endereço dela; mas o seu número não estava na lista. Então agora, eu só ia
aparecer e esperava como o inferno que ela quisesse me ver, tanto quanto eu queria vê-la.
Enquanto eu olhava pela janela do táxi, esfregava a mão sobre o meu corte de cabelo
curto, em estilo militar e pensei em tudo o que eu tinha passado no último ano e meio.
Pensei na Hell Week, como eu tinha de alguma forma, impossivelmente, sobrevivido
aqueles cinco dias miseráveis, que consiste nas condições simuladas mais infernais que
assegurassem à Marinha que eles estavam enviando homens para o campo que nunca
desistiriam, não importa quanta miséria e dor fosse jogado neles, não importa quão
delirante eram por falta de sono. Eu era um desses homens. Eu ainda estava tentando
assimilar isso.
Noah Dean e eu tínhamos nos ajudado um ao outro durante aquela semana. Eu não
sei se eu poderia ter feito isso sem o seu encorajamento. Mas também tinha a ver com
Grace, e eu sabia disso. Noah me disse depois que ele se apoiava na comida, apenas para
que pudesse sobreviver tempo suficiente para ter sua próxima refeição, que ele apreciaria
o momento em que estivesse sentado em uma lanchonete quente com comida na frente
dele, antes que enfrentasse aquelas condições torturantes novamente. Eu entendi isso.
Mas eu não tinha me apoiado na comida. Eu tinha me apoiado no nascer do sol, aquela
luz brilhante rompendo no horizonte, a motivação que me impediu de desistir. O
pensamento de Grace em meus braços me estimulando, mesmo em meio à pior
experiência física que eu jamais poderia ter imaginado.
Dylan foi a primeira pessoa que eu tinha ligado naquela sexta-feira à tarde, quando
estávamos seguros, e recebemos as camisas marrons que significava que tínhamos
passado pela Hell Week. “Não é surpresa, camarada.” ele tinha dito, e eu podia ouvir a
emoção em sua voz.
Eu tinha acabado a BUD/S 24 semanas mais tarde, fui designado para a Equipe Dois
SEAL, fui para o Treinamento Tático SEAL e finalmente, finalmente, ganhei o meu
Trident{2 9 } . Eu tinha conseguido.
E agora eu estava implantando no Afeganistão com o meu pelotão na minha primeira
atribuição. Qualquer coisa poderia acontecer. A única pessoa que eu queria; não
necessitava, ver antes de eu partir era Grace. Eu queria que ela soubesse que ela me
inspirou a fazer isso, que eu tinha feito algo da qual estava orgulhoso. Eu não sabia como
sua vida estava agora, mas eu precisava lhe dizer que ainda sentia falta dela, mesmo
depois de todo esse tempo.
Eu só tinha um dia e meio, mas tinha arranjado para que eu pudesse voar para DC
antes que encontrasse novamente com o meu pelotão e todos voássemos juntos.
O táxi parou e o motorista me disse que o endereço que eu lhe tinha dado era só
atravessar a rua. O Endereço de Grace. Paguei-lhe e pulei para fora, e depois fiquei parado
olhando para o prédio de tijolos do outro lado da pista dupla bifurcada, esfregando as
mãos em minhas calças, o nervosismo de repente me atacando.
Logo que comecei a andar para o semáforo no cruzamento há alguns metros de onde
eu estava, meus olhos avistaram uma garota saindo do edifício de Grace. Uma garota
delicada loira vestindo jeans e uma camiseta azul claro. Eu parei de andar e olhei. Grace.
Meu coração começou a bater o triplo de vezes e adrenalina disparou pelo meu corpo.
Observei-a por um segundo, a ponto de chamá-la quando vi seu sorriso para a rua e
começar a caminhar rapidamente para alguém. Girei minha cabeça e vi um homem
andando rapidamente para ela, meu coração afundou quando ele a alcançou na calçada, a
pegou e a girou no ar enquanto ela jogava a cabeça para trás e ria. “Porra.” eu sussurrei
para mim mesmo, um caroço se formando na minha garganta. Ela tinha um namorado. E
por que ela não teria?
Observei quando eles caminharam de volta para o apartamento dela, de braços dados,
rindo e conversando. Eles entraram no prédio e as portas se fecharam lentamente atrás
deles enquanto deixava minha cabeça pender.
Eu acho que poderia ir atrás dela, mas qual seria o ponto? Eu estava saindo do país
amanhã, e ela estava envolvida com outra pessoa. Nada ganharia por perturbar a sua vida
agora. Ainda assim, doeu pra caralho e eu senti toda a esperança que tinha tido com a
ideia de ver Grace, desmoronar ao meu redor. Pensar sobre o que eles poderiam estar
fazendo dentro daquele apartamento agora me fez estremecer. Deus, mesmo depois de
todo esse tempo, eu senti que ela me pertencia. “Estúpido.” eu sussurrei para mim
mesmo.
Tinha que haver um bar na área. E uma mulher disposta. Era eu voltando aos meus
velhos hábitos como uma maneira de lidar com isso? Provavelmente. Mas porra, todo
mundo era fraco às vezes. Eu tinha acabado de ver a garota que estive pensando durante
dois anos seguidos, entrando em seu apartamento com o namorado. Todos tinham um
ponto de ruptura. Eu tinha certeza que esse era o meu.
Avistei um táxi vindo à minha direção e acenei para ele. Falha na Missão.
Capítulo Dezoito

Seis meses depois, dezembro


Grace
Os galhos da árvore fazem cócegas no meu nariz e eu rio enquanto deslizo um pouco
para a esquerda para estar mais perto de Julia. Era meia-noite, agora oficialmente Natal, e
minhas irmãs e eu estávamos deitadas sob a árvore de Natal, olhando através dos ramos
para as luzes brancas cintilando... nossa tradição. Gostávamos de nos esgueirar para baixo
depois que meu pai tinha colocado os nossos presentes e nós colocávamos nossos
presentes para ele debaixo da árvore, e depois deitávamos debaixo dela, conversando até
que estivéssemos tão sonolentas que não conseguíamos manter nossos olhos abertos.
“Eu acho que Evan vai me pedir em casamento hoje.” Julia sussurrou.
“O quê?” eu sussurrei de volta. “Jules, oh meu Deus! Tem certeza?” sussurrei de volta
um pouco mais alto do que ela.
“Quase certeza.” eu podia ouvir o sorriso em sua voz. “Ele confirmou a hora que
chegará aqui esta manhã, cerca de quinze vezes, e vi o nome de uma loja de joias em um
recibo em seu carro alguns dias atrás, bem antes dele o pegar e colocar no bolso.”
“Ele poderia ter apenas comprado para você um colar ou algo para o Natal.” Audrey
ofereceu.
“Talvez, mas eu só tenho um pressentimento.” Julia suspirou.
“Eu também, na verdade.” disse Audrey. “Esse rapaz é louco por você. Estou surpresa
que demorou tanto tempo.”
Eu encontrei a mão de Julia ao meu lado e a apertei. “Estou tão feliz por você, Jules.
Ele é realmente um ótimo rapaz.”
“Sim.” ela suspirou feliz. “Ele realmente é.”
Depois de um minuto de silêncio, eu disse. “Deus, eu realmente vou ser uma
solteirona agora.”
Audrey deu uma risadinha. “Aos vinte e cinco anos? Eu acho que você pode ter alguns
bons anos pela frente ainda, mana, não se preocupe.”
Eu balancei minha cabeça, os ramos fazendo cócegas no meu nariz novamente com o
meu movimento. “Meus óvulos estão secando enquanto falamos.”
“Oh pare.” disse Julia. “De qualquer forma, se quer conhecer alguém, você tem que
realmente sair do seu apartamento para mais do que trabalho. Pelo que você nos disse,
esse é o único lugar onde você vai!”
Eu suspirei. “Sim, sim. Eu sei. Eu já tenho o suficiente disso de Abby. Estou muito
cansada no final do dia para querer fazer qualquer coisa, exceto desmoronar no meu
sofá.”
Depois de mais um minuto de silêncio, Audrey perguntou, “Quaisquer fins de semana
selvagem com astro pornô que você não nos falou? Não que eu poderia aguentar se
houvesse... Você realmente virou meu mundo de cabeça para baixo com essa história.” eu
podia ouvir o sorriso em sua voz.
“Haha. Então somos duas. Não. Isso foi coisa de uma só vez. Juro.” mordi o lábio
inferior, imaginando onde Carson estava comemorando o Natal.
Mudei de assunto. “Andrew faria vinte e quatro anos neste ano.” eu disse
calmamente.
“Sim.” disse as duas ao mesmo tempo e nós ficamos em silêncio por um minuto.
“Pronto?” perguntei e comecei a realizar manobras para sair da árvore.
Ambas as meninas seguiram o exemplo e nos sentamos ao lado da árvore, cada uma
pegando a pequena caixa que tínhamos trazido, a segunda parte da nossa tradição, a nossa
maneira de manter o nosso irmão vivo em nossos corações.
Abri a minha primeiro. “Andrew sempre foi um bom aluno. Eu disse há dois anos que
pensei que ele estaria começando a pós-graduação. Este ano, eu acho que ele estaria se
formando.” eu sorri e lhes mostrei o ornamento com um pequeno capelo e um diploma.
Havia vários como este na árvore indicando outras formaturas que ele teria celebrado.
Julia foi a próxima, abrindo sua caixa. “Bem, eu disse há dois anos que pensei que ele
iria seguir os passos do papai e ir para a academia de polícia após a graduação. Acho que
este ano, ele teria seu primeiro prêmio por bravura no cumprimento do dever.” ela sorriu
e nós também. Ela pendurou seu ornamento, uma medalha de ouro com a palavra,
'Congratulations' acima dela.
Nós olhamos para Audrey, e ela tirou seu ornamento para fora e o segurou, um casal
em trajes de casamento. “Eu acho que teria havido dois casamentos para a nossa família
este ano.” disse ela, com lágrimas nos olhos. Nós nos abraçamos e choramos um pouco e
depois de alguns minutos, nós deitamos de volta, sob a árvore e continuamos
sussurrando, até que nossos olhos estavam pesados e nós nos arrastamos de volta para
cama.
***

Carson
Era dia de Natal, o dia mais curto do ano no Afeganistão. Eram seis horas da noite e
já estava escuro lá fora, os sons da noite de inverno deserta apanhando todos ao nosso
redor. Quatro outros SEALs e eu estávamos sentados no chão de terra de uma caverna
abandonada nas montanhas fora de Cabul.
Noah Dean, meu amigo desde o treinamento SEAL, o mais silencioso de todos nós,
tinha sido designado para o mesmo pelotão. Quando Noah falava, todos nós ouvíamos,
sabendo que se ele estava dizendo alguma coisa, seria importante. E havia Josh Garner de
Dallas, um falador de merda arrogante no exterior, mas um homem que poderia confiar a
sua vida se fosse necessário. Eu sabia disso, porque em várias ocasiões, isso tornou-se
necessário. Também, Leland McManus, nosso tenente, o filho de um magnata de casino
de Las Vegas, e Eli Williams que nós apelidamos de “Pregador,” porque ele estava sempre
dizendo alguma merda profunda, mesmo que ele gostasse de falar merda tanto quanto o
resto de nós.
Tínhamos acabado de abrir nossa MRE{3 0} e estávamos “curtindo” o que era a nossa
festa de Natal. Josh ergueu uma colher do que parecia ser ensopado de carne e a colocou
na boca. “Saúde, babacas, Feliz fodido Natal.” disse ele através de sua boca cheia.
Todos nós rimos e, em seguida, levantamos nosso café instantâneo em um brinde.
“Feliz Natal.” foi resmungado em toda a volta.
“Deus!” Eli gemeu, inclinando a cabeça para trás. “Isto é melhor do que o peru e
molho da minha mãe!”
“Sua mãe deve cozinhar como merda então.” Leland ofereceu.
Eli assentiu para ele. “Sim, eu dei isso a você, não dei, babaca? Feliz Natal. Considere
isso o seu presente.”
Noah e eu balançamos a cabeça, eu rindo baixinho e Noah sorrindo.
“A primeira coisa que vou fazer quando eu voltar para os EUA é conseguir o maior, e
mais suculento cheeseburger; talvez dois.” eu disse, olhando desconfiado para o prato de
frutas.
“A primeira coisa que vou fazer é conseguir a maior, e mais suculenta boceta; talvez
duas.” disse Josh, colocando um pouco de arroz em sua boca.
Eli fez um som de nojo.
Josh olhou para ele. “O quê? Não me diga que só porque você é casado, não está
ansioso para chegar em casa, para sua esposa, para que possa envolvê-la em um bom jogo
de damas?”
Eli riu. “Não, mas eu não falo sobre fazer amor com minha esposa, em termos
vulgares. Você vai ver, a intimidade com uma mulher que você ama é a experiência
máxima. Você não tem ideia, desculpe filho da puta.”
Josh ficou em silêncio por um instante, uma expressão horrorizada em seu rosto.
“Cara. Isso é... isso é lindo. Sabe, quando voltarmos para casa, há essa peça de teatro que,
provavelmente, pagaria muito dinheiro por esse discurso. É chamado de ‘Os Monólogos
da Vagina’. Você talvez queira verificar isso.”
Todos nós rimos, até mesmo Eli, mas ele terminou com um “Foda-se, mano.”
“Eu simplesmente poderia... essa sua boca linda, toda essa conversa de ‘fazer amor’.
Poderíamos colocar um pouco de Sade{3 1 } , falar sobre nossos sentimentos...”
BOOM! Estamos todos assustados e ficamos em silêncio, olhando uns para os outros
e começando a gesticular com nossas mãos e os olhos sobre o que se move para entender.
Houve um tiroteio não muito longe e todos nós soltamos nossas refeições e fomos
para as nossas armas. Esse foi perto.
Capítulo Dezenove

Um ano e sete meses depois, julho.


Grace
“Merda!” eu praguejei, quando o fundo da caixa de livros que eu estava carregando
pelo corredor até o meu novo escritório se abriu, e os livros caíram no chão atapetado com
um baque forte.
Eu coloquei a caixa agora vazia no chão, agachei-me e comecei a empilhar os livros de
modo que eu pudesse levá-los para a minha mesa.
Eu não podia acreditar que eu estava aqui, em Las Vegas, Nevada, novamente,
começando o meu novo trabalho.
Quando se tornou claro que havia chegado a hora de sair do tribunal juvenil em DC,
eu tinha começado sem entusiasmo a procurar empregos em outras cidades. Eu, não
necessariamente, esperava qualquer coisa vinda de lá, mas fui surpreendida quase que
imediatamente, quando tinha ouvido falar da vaga de promotor em Clark Country. Após
um processo de longa entrevista, me ofereceram o trabalho de promotor na Divisão
Criminal em Clark Country, servindo Las Vegas. Meu emprego dos sonhos. Aceitando um
trabalho em Las Vegas me senti... Estranha. Eu não tinha certeza de como, estar de volta
na cidade onde eu tinha passado um fim de semana de mudança de vida iria me afetar,
mas lembrei que não era como se Carson morasse aqui - ele morava em Los Angeles, pelo
menos até onde eu sabia, ele ainda morava. Mas só de passar de carro pelo Bellagio,
enquanto eu estava indo para minha entrevista pessoal, causou um enxame de borboletas
voando em minha barriga. Eu tinha que acreditar que essa reação iria desaparecer ao
longo do tempo, como, afinal de contas, havia passado quase cinco anos desde aquele fim
de semana. Era apenas porque era a primeira vez que eu tinha voltado e revivido a
memória distante. Isso era tudo. Muito em breve, vendo-o o suficiente, este seria apenas
mais um hotel na cidade.
Foi engraçado estar aqui de novo também, porque, em parte, este trabalho, de volta a
esta cidade, foi um reflexo direto do fim de semana com Carson, ele tinha me encorajado
a seguir os meus próprios sonhos, fazer o que me faria feliz. E olha que eu tinha acabado.
A vida era selvagem.
“Posso ajudar?” uma voz masculina perguntou e eu olhei para cima, para um sorriso e
o par de olhos mais azuis que eu já vi.
Eu sorri de volta e peguei uma das duas pilhas de livros que eu já tinha feito, e me
levantei.
“Obrigada, isso seria ótimo.” eu disse.
Ele abaixou-se e pegou a outra pilha e me seguiu até meu escritório, a menos de 15
metros pelo corredor. Eu soltei a minha pilha de livros na minha mesa atravancada e ele
fez o mesmo com a sua pilha.
Eu virei para ele e esfreguei as mãos nas minhas coxas vestidas de jeans e a estendi.
“Grace Hamilton.” eu disse, sorrindo de novo.
“Ah! Eu já ouvi coisas boas sobre você, Grace. Bem-vinda a bordo.” disse ele, com o
rosto bonito invadido por um sorriso caloroso e sua mão estendida para apertar a minha.
“Eu sou Alex Klein. Eu sou um promotor aqui também.”
“Prazer em conhecê-lo, Alex. Estou feliz por estar aqui.” eu sorri novamente. Havia
um monte de sorrisos acontecendo entre Alex e eu. Mexi uma caixa sobre a minha mesa e
olhei para ele. Ele estava sorrindo de novo e eu ri e balancei a cabeça. Ele riu também.
“Bem, Grace, eu vou deixá-la desempacotar suas coisas. Estou trabalhando até tarde e
ia pedir uma pizza daqui a pouco, se você tiver tempo para se juntar a mim para uma fatia
ou duas?” ele fez um gesto para o final do corredor onde eu assumi que ficava seu
escritório.
Virei-me plenamente quando ele parou na minha porta. “Oh, um...”
“Eu poderia informar-lhe sobre com quem você vai trabalhar por aqui.” ele sorriu de
novo. “A quem recorrer numa boa e tudo isso.” ele deu um grande sorriso.
“Ok, certo, Alex. Obrigada.”
“Ok, ótimo, eu venho buscá-la quando a pizza estiver aqui.” e com isso, ele se virou e
voltou para o seu escritório. O vi se afastar, sorrindo levemente para mim mesma.
Quando ele chegou na metade do corredor, olhou para trás e sorriu. Eu ri e me virei,
dando um grande sorrindo agora que comecei a desembalar minhas coisas.

***

Carson
Nos aproximamos, Leland colocando um dedo sobre seus lábios e inclinou a cabeça
para a esquerda para indicar que o nosso objetivo estava na sala ao lado. Todos nós
assentimos e nos aproximamos, silenciosamente. Josh contou até três nos dedos
enquanto estávamos em ambos os lados da porta, girando quando ele chutou a porta no
três. A porta voou para dentro e nos movemos como uma unidade, surpreendendo quatro
homens, segurando armas, mas sentados em cadeiras, com os pés apoiados, claramente
não esperavam problemas.
Nós disparamos neles antes que pudessem sequer levantar suas armas, matando-os
instantaneamente.
Havia outra porta pequena, além daquela sala e quando Josh a chutou aberta, nos
movemos e imediatamente nos aproximamos de um homem agachado no chão, no canto.
“Mehran Makar?” Eli exigiu.
O homem estreitou os olhos, xingando, chamando-nos de porcos sujos, e Eli
disparou, o matando. Talvez fosse frio, mas eu não senti nada. Nossa missão estava
completa.
Nós vasculhamos o resto da sala, deixando baixar a guarda só um pouco até que nós
estivéssemos confiantes de que ninguém estava se escondendo. Tinha sido dada a
informação de que havia apenas quatro guardas, mas não podíamos contar com isso cem
por cento até que tivéssemos verificado nós mesmos.
“LIMPO?” Noah perguntou, voltando para a sala.
“Sim.” eu disse. “Tudo limpo lá na frente?”
“Sim. Vamos verificar os fundos.” havia um pequeno edifício atrás do armazém maior
que Leland estava cobrindo agora. Havia apenas uma porta e sem janelas, portanto, não
tinha nenhum jeito que qualquer pessoa pudesse escapar. Mas nós precisávamos ir com
cuidado no caso de alguém estar esperando lá dentro.
Dez minutos depois, tivemos a porta aberta e entramos na pequena estrutura. Ela
parecia estar deserta.
Josh ligou um interruptor de luz na parede, Leland e eu puxamos uma respiração.
Noah praguejou. “Puta merda.” e Eli murmurou. “Filho da puta.”
Na parte de trás da sala, estava o maior estoque de armas que eu tinha visto, mísseis
terra-ar russos e lança granadas. Era um maldito arsenal.
“Jesus, aqueles filhos da puta tinham alguns planos sérios.” disse Josh.
Todos estavam calmos quando ouvimos um pequeno som de raspagem nos fundos.
Quando examinei a parede de trás, notei uma pequena porta ao lado das prateleiras de
armamento. Era quase um complemento na parede.
Eu balancei a cabeça para os outros homens, certificando-me que viram também, e
nos aproximamos.
Noah chutou a porta desta vez e quando Josh direcionou sua lanterna para o espaço
escuro como breu, todos nós recuamos com o cheiro. “Puta que pariu!” Josh tossiu.
A visão que apareceu diante dos nossos olhos havia saído de um filme de terror.
***

“Você está bem, cara?” Noah perguntou em voz baixa. Eu levantei minha cabeça dos
meus braços, repousando sobre meus joelhos e olhei para ele. “Imagino que ficarei.
Você?”
Seu queixo subiu em um aceno brusco. “O mesmo.”
Assenti, vendo os outros quatro homens caminhar até a encosta rochosa em nossa
direção. “A outra equipe estará aqui em cerca de vinte minutos.” disse Eli.
Quando tínhamos ligado na noite anterior, nós recebemos ordens para ficar com o
armamento até que outra equipe pudesse chegar para inventariá-lo. O sol da manhã já
estava totalmente acima no céu.
Noah e eu assentimos. Noah falando baixinho, segurando seu rádio, “Nós temos que
estar no nosso ponto de encontro em seis horas.”
“Então estaremos prontos para partir assim que a outra equipe chegar aqui.” disse
Leland, sem emoção, um olhar distante em seus olhos que não gostei. Mesmo Josh estava
sombrio, dando tapinhas nas costas Leland enquanto caminhava por ele.
Meia hora mais tarde, nós passamos as informações para a segunda equipe e
estávamos prontos para partir. Levantei-me, levantando o meu equipamento e
prendendo-o às costas enquanto os outros homens fizeram o mesmo. Começamos a
andar. Eu só olhei para trás uma vez.

***

Levamos mais tempo do que pensávamos para correr a distância para o nosso ponto
de encontro, e nós ainda tínhamos cerca de uma hora, quando o sol começou a se por no
céu do deserto. Era o fim de outubro, quando as temperaturas da noite caiam
rapidamente no Afeganistão. Nossa respiração saía em rajadas brancas curtas enquanto
nós caminhávamos em silêncio, todos nós conscientes do nosso ambiente, como fomos
treinados a fazer, mas calmos, em nossos próprios pensamentos.
De repente, Josh, que estava andando na frente, parou e levantou a mão para indicar
que parássemos também. Todos chegamos a um impasse, ouvindo. Quando nenhum de
nós ouviu nada, nós andamos novamente. A alguns metros depois, Josh parou de novo e
todos paramos, bem como, preparamos as nossas armas. Fomos treinados
suficientemente bem, para saber que um palpite baseado no estalar de uma vara no
deserto pode ser descartada, mas dois definitivamente não deve ser. Nos movemos para
que as costas de um estivesse nas costas do outro e circulamos lentamente, olhando o
mais longe possível na distância escura.
“Merda!” Leland grunhiu quando um tiro ecoou e sua perna se dobrou e ele caiu ao
meu lado.
O resto foi um borrão de tiros, sangue, explosões e dor. Muita maldita dor.
Ouvi alguém gemendo distante e por apenas um segundo, eu estava lúcido, o ruído
explodindo dentro do meu cérebro quando recuperei a consciência e levantei a cabeça do
chão, onde de alguma forma eu tinha acabado.
Leland estava ao meu lado e eu pude ver que sua perna estava em má condição, parte
do osso quebrado e saliente quase saindo fora da pele. Ele estava gemendo e tentando se
arrastar em minha direção.
Comecei a me arrastar pelo chão e mordi meu lábio para me impedir de gritar em
agonia, minhas mãos estavam cobertas de sangue e bolhas, a pele solta em diversas áreas.
Uma onda de adrenalina pulsou através de mim e eu saltei em pé e ergui Leland sob seus
braços, levando o seu peso em meus braços enquanto o arrastava para longe do tiroteio
que ainda estava acertando as rochas à nossa esquerda, onde eu também podia ouvir Eli,
Josh e Noah gritando e devolvendo fogo. Havia muita fumaça para que eu conseguisse ver
o que estava acontecendo. Meu trabalho agora era conseguir tirar Leland da linha de fogo.
Quando eu me afastei, tropecei em algo, meu corpo sacudiu estranhamente. Eu me
esforcei para ficar de pé com o peso de Leland em meus braços e depois de um segundo,
continuei me movendo.
Leland grunhiu de dor quando eu o arrastei comigo, os meus próprios grunhidos de
esforço misturando-se com os dele. Olhei para trás e vi uma pedra grande o suficiente e
pensei que nós poderíamos nos esconder trás dela, então peguei velocidade. Dei a volta na
rocha alguns segundos depois, coloquei Leland para baixo e cai ao seu lado, quando uma
saraivada de balas tirou um pedaço do topo da rocha, fazendo pequenas lascas choverem
sobre nós enquanto cobríamos nossas cabeças.
Leland olhou para mim, pálido e inexpressivo e desmaiou novamente. Vi mais sangue
vindo de sua jaqueta e comecei a tirá-la com meus antebraços. Graças a Deus ela estava
aberta. “Porra! Porra! Porra!” eu resmunguei. Ele havia sido baleado no peito também, e o
sangue estava lentamente se espalhando, encharcando sua camisa por baixo. Eu olhei de
volta para as minhas mãos mutiladas, tão inchadas agora, elas eram totalmente inúteis.
Debrucei-me sobre ele, colocando pressão sobre a ferida à bala com os braços, fechando
os olhos e imaginando a única coisa que me trazia a verdadeira calma; o nascer do sol. Na
minha mente, eu o imaginei chegando lentamente ao longo do horizonte, banhando o
mundo ao seu redor em luz, em esperança.
O mundo nadou à minha volta. Eu ouvi o som de uma hélice de helicóptero e mais
tiros foram disparados, seguido de gritos e mais uma explosão, e então finalmente,
silêncio. Olhei para baixo. Meus braços estavam agora totalmente encharcados do sangue
de Leland. Se ele perdesse muito mais, não iria sobreviver.
O helicóptero pousou e ouvi passos correndo em nossa direção. “Aqui.” eu gritei. “Ele
precisa de um médico.” por que me sinto tão malditamente frio e cansado? Por que o
SEAL ajoelhado na minha frente parecia estar se movendo mais e mais para trás, através
de um longo túnel? Pisquei os olhos, minha cabeça parecendo pesada sobre meus
ombros. A última coisa que ouvi foi: “Ele levou muitos tiros; ele está desmaiando.” quem?
Quem estava desmaiando? O mundo ficou escuro.
Capítulo Vinte

Três meses depois, em outubro.


Grace
Olhei para o diamante no dedo, dando um pequeno sorriso antes de pegar o resumo
que eu estava trabalhando.
Uma pequena batida soou na porta do meu escritório. “Entre!” eu disse.
A porta se abriu, Alex entrou e fechou-a atrás de si. “Hey linda noiva.” disse ele.
“Ei você.” eu disse, sorrindo, mas não me levantei.
Ele veio ao redor da minha cadeira, colocou as mãos em meus ombros e começou a
massageá-los quando se inclinou e beijou o topo da minha cabeça.
“Ahhh.” eu gemi. “Não pare, que isso está muito bom.”
“Você está quase terminando aqui?” perguntou ele.
Eu fiz uma careta. “Provavelmente não. Mais uma hora?”
“Eu vou esperar. Vamos pedir um jantar.”
“Tudo bem. Vou buscá-lo quando eu terminar.” olhei por cima do ombro, sorrindo
para ele.
Ele beijou o topo da minha cabeça mais uma vez e, em seguida, saiu pela porta,
fechando-a atrás de si.
Olhei de volta para o meu anel novamente. Eu ainda estava me acostumando a vê-lo
lá, porque se passaram somente três dias desde que Alex tinha proposto.
Inclinei-me na cadeira, pensando no turbilhão que os últimos três meses foram me
adaptando a um novo emprego, que eu amava, e conhecer Alex, meu doce Alex. Nós só
tínhamos namorado por três meses, mas como eu havia dito a Abby e minhas irmãs,
quando você sabe, você sabe. Eu tinha vinte e sete anos de idade. Eu sabia o que queria. E
assim, quando Alex caiu de joelhos durante um jantar no Joël Robuchon, eu tinha dito
imediatamente sim. Nós não tínhamos definido uma data ainda, mas eu estava pensando
em casar em outono. Olhei para o meu anel por mais um minuto e, em seguida, voltei ao
trabalho.

***

Carson
Eu joguei para trás o resto da minha cerveja e coloquei-a no bar a minha frente.
Leland, sentado à minha direita, suas muletas apoiadas no balcão ao lado dele, fez um
gesto para o barman para mais duas garrafas.
O barman colocou um dedo para cima. “Aguente firme, homem.” disse ele em um
sorriso.
Leland balançou a cabeça e olhou para mim. “Da última vez que ouvi essas palavras,
eu estava em um helicóptero com o sangue jorrando.” ele riu.
Eu dei uma risada sem humor. “Sim. Não posso dizer que me lembro muito do voo.”
Ficamos em silêncio por um minuto antes de o barman colocar nossas garrafas na
nossa frente. Eu balancei a cabeça agradecendo.
“Então, Carson.” Leland disse: “Você já decidiu se vai assumir a alta médica?” ele
olhou para mim com cautela, tomando um gole de sua cerveja.
Fechei os olhos por um minuto. “Eu acho que vou ficar.” disse eu, pensando que era
grato que a Marinha tinha me dado a escolha. Acabou, o ferimento de bala no meu peito
quase me fez perder o coração. Um centímetro para a direita, e eu teria morrido no local.
As queimaduras em minhas mãos tinham se curado, com exceção de uma leve cicatriz em
vários lugares nos meus dedos e palmas das mãos, mas a lesão do nervo levaria muito
mais tempo. Seria, no mínimo, um ano antes que eu pudesse ser confiável para disparar
uma arma corretamente. Seria ruim ficar na limpeza de armas da base enquanto todos os
meus amigos iam e vinham, mas esse era o jeito. Eu não tinha outra opção.
Leland não tinha tido tanta sorte. As lesões internas dos ferimentos a bala foram
reparadas, mas a sua perna estava fodida ruim o suficiente para que ele fosse
clinicamente afastado, não teve escolha. Pelo menos ele não a tinha perdido. Ele sempre
mancaria, mas ele andava em sua própria carne e osso.
Leland balançou a cabeça, parecendo que estava imerso em pensamentos.
Finalmente, ele olhou para mim. “Você faria uma escolha diferente se tivesse um
trabalho, algo significativo, para voltar?” perguntou ele.
Franzi minha testa. “Eu não estou preocupado em encontrar um trabalho quando
voltar. Sendo um SEAL, tendo isso em meu currículo, acho que eu poderia fazer um
monte de coisas. Vou ter que descobrir o quê. Você tem toda essa oportunidade também,
homem.”
Ele acenou com a cabeça. “A coisa é, eu tenho um trabalho integrado. Meu pai vai
querer que eu trabalhe no hotel quando eu voltar. Tenho pensado muito, nestes últimos
três meses homem, e eu sei que você também.” ele passou a mão pelo cabelo escuro.
“Merda, sobre um monte de coisas, sobre você dizendo que precisava fazer alguma coisa,
Carson. Você foi o primeiro a dizer isso.” ele ficou em silêncio por mais algumas batidas
quando balancei a cabeça, reconhecendo que eu tinha dito isso, e quis dizer isso.
“Se você me ouvir, eu poderia ter uma oferta de trabalho que você não pode recusar.”
disse ele em voz baixa.
Eu ri. “Já tenho o meu emprego dos sonhos, Leland. Você sabe disso.”
Ele me estudou por um segundo. “Nem mesmo por Ara?”
Eu congelei. Agora ele tinha a minha atenção. Ara. Ara doce. Ele sabia que eu faria
qualquer coisa por ela. Todos os caras sabiam disso.
“Eu estou ouvindo.” eu disse calmamente, e ele começou a falar.
Capítulo Vinte e Um

Dois meses depois, dezembro


Grace
Entrei no escritório do meu chefe e sorri para ele quando peguei me sentei na
cadeira do outro lado de sua mesa.
“Grace.” ele me cumprimentou com um sorriso.
Lawrence Stewart era a D. A. em Clark County, um grande homem com olhos gentis e
um sorriso fácil.
Ele era justo e, geralmente, fácil de trabalhar, embora pudesse ser um pouco
endurecido do seu jeito. Eu não tinha encontrado qualquer motivo para ir contra ele
ainda, mas eu sabia de observar, que eu deveria escolher minhas batalhas com sabedoria.
“Como vai você, Larry?” eu perguntei. Foi assim que ele me pediu para chamá-lo no
primeiro dia que nos falamos, durante a minha entrevista por telefone.
“Bem, muito bem. E você? Como está o planejamento do casamento?”
Eu sorri. “Nós ainda não marcamos uma data. Você sabe, nós trabalhamos para um
chefe muito exigente.”
Ele riu, um riso incontrolável. “Eu provavelmente poderia poupá-la por um fim de
semana.”
Eu sorri para ele. “Ok, então, vamos ficar na mesma.”
Eu tinha inicialmente ficado nervosa em deixar as pessoas no escritório saberem que
Alex e eu estávamos namorando, principalmente porque eu era nova. Mas em uma
reunião da empresa dois meses depois que comecei, Larry veio e sorriu para mim
calorosamente quando disse: “Alex é um bom garoto, estou feliz que você encontrou um
amigo nele.”
Depois disso, ainda não fiz um show do fato de que estávamos namorando, mas eu
sabia que não seria desaprovada. Todo o escritório ficou feliz conosco quando tínhamos
anunciado o noivado.
Era fácil trabalhar com Alex, mesmo nos estando envolvidos. Nós não moramos
juntos ainda e isso provavelmente ajudou, mas eu achava quer seria muito bom nos
vermos tanto no escritório como em casa. Alex era descontraído e calmo, sempre seguia o
fluxo. No tribunal, ele era tido como o garoto de confiança sincero e humilde e seu
registro de vitória refletia isso.
Larry recostou-se na cadeira. “Assassinato duas noites atrás, Grace. A polícia
encontrou uma jovem garota com um tiro na cabeça, deixada na estrada perto de Red
Rock Canyon.”
Eu empalideci. Eu podia imaginar a área. Eu fui lá uma vez...
“Quaisquer evidências encontradas na cena do crime?” eu perguntei.
“Muitas. A polícia tem uma impressão em uma pulseira que a vítima estava usando. E
ela estava segurando uma pedra com sangue. Eles trabalharam na impressão, e ela
apareceu” ele pegou um pedaço de papel da sua mesa e leu o nome. “Joshua Garner, vinte
e oito anos. Ele foi recentemente dispensado da Marinha por ter servido como um SEAL
por quase dez anos, e tinha acabado de começar a vida como um civil novamente. Mudou-
se para cá alguns meses atrás. Nenhuma família na área. Quando a polícia foi até seu
endereço para prendê-lo, descobriram que ele tinha um ferimento na cabeça que
combinava com a rocha que a vítima estava segurando. Quando eles testaram, o sangue
sobre a rocha indicou que era do Sr. Garner. Para não falar que a bala da garota partiu da
sua arma. Eles o prenderam ontem por assassinato.”
Franzi minha testa e bati a caneta que eu estava usando para escrever a informação
que ele estava me dando no bloco de notas no meu colo. Este caso soou tão ‘cheio de
provas’ como você poderia ter esperanças como procurador. “Ele está falando?”
“Não. Ele chamou um advogado imediatamente.” então, eu não seria capaz de falar
com ele.
“Local de trabalho?”
Ele olhou para o papel na frente dele novamente. “Ele trabalha de segurança no novo
hotel Trilogy, que fica na Strip.”
Eu sabia disso, era um hotel de luxo com três torres. Eu tinha ouvido falar que era
incrivelmente generoso. Eu escrevi o nome e, em seguida, olhei de volta para ele. “Não
sabemos quem é a garota?”
Ele balançou a cabeça. “Ela não levava nenhuma identificação e não apareceu em
nenhum relatório de pessoa desaparecida ainda. Ela parece hispânica, uma jovem em seus
vinte e poucos anos. Possivelmente ilegais. Todas as fotos da cena do crime estão aqui.”
disse ele, tocando na pasta a sua frente.
“Algum arranjo de prostituição que deu errado?” eu me perguntei em voz alta.
“Pode ser. Esse era o meu pensamento inicial também. Mas nenhuma evidência
aponta especificamente para isso agora. Nenhuma informação da autópsia ainda. O que
eu lhe disse é tudo que sabemos. Agora que você está encerrando o caso Montega, eu
quero que você trabalhe neste. Seu primeiro homicídio - eu sei que você está pronta para
o trabalho. O Grande Júri é na sexta-feira.”
Seu telefone tocou e ele olhou para a tela. “Eu tenho que atender esse.” ele deslizou a
pasta do caso do outro lado da mesa para mim, eu peguei e fiquei de pé.
Eu balancei a cabeça. “Obrigada, Larry. Eu não vou desapontá-lo.” virei-me para sair
de seu escritório.
“Eu sei que você não vai.”
Eu sorri, acenei novamente e fechei a porta atrás de mim.
Voltei para meu escritório e me sentei no computador. Liguei para homicídios e pedi
pelo detetive responsável do caso, Detetive Powers. Ela tinha tempo para se encontrar
comigo em meia hora e então eu disse a ela que estaria lá.
Eu comecei a desligar meu computador e reuni meus papéis quando Alex entrou pela
porta. “Como está a minha linda garota? Posso levá-la para o almoço?” perguntou ele,
inclinando-se na minha mesa e sorrindo para mim.
“Eu gostaria. Eu pensei que teria um dia calmo. Mas simplesmente tenho um novo
caso e preciso trabalhar nele. Larry me deu meu primeiro homicídio.” não parecia certo
ficar excessivamente feliz com isso, afinal de contas, uma jovem tinha morrido. Mas eu
estava animada que Larry pensou que eu fosse competente o suficiente para lidar com
isso. Eu já tinha trabalhado em muitos casos criminais até agora, mas esta era o primeiro
que envolvia um assassinato.
Alex ergueu as sobrancelhas. “Eu não estou surpreso. Você é uma advogada incrível.
Vou ficar enrolado com uns clientes esta noite, mas no jantar de amanhã a noite você
pode me acompanhar?”
Levantei-me, colocando os braços ao redor de seu pescoço e olhando em seus olhos
bondosos. “Parece ótimo.” eu disse.
Ele me beijou rapidamente na minha testa e me soltou, e saiu assobiando enquanto
caminhava em direção a porta. Eu ri e peguei minha bolsa e casaco pendurados em um
cabide e joguei um beijo por cima do ombro enquanto me dirigia para as escadas.
Eu peguei meu carro, um Honda Accord branco, e fui para a sede da polícia, onde me
sentei com a Detetive Powers que me passou os detalhes do caso para garantir que as
nossas declarações ficassem prontas para o Grande Júri. Eu empalideci quando olhei para
as fotos da garota morta novamente, um buraco de bala em linha reta através de sua testa.
Eu já tinha visto fotos de cenas de crimes violentos antes, mas desta vez, senti passar por
mim uma responsabilidade feroz. Era o meu trabalho conseguir justiça para esta garota.
Um nó se formou na minha garganta enquanto passei pelos detalhes horríveis. Nunca a
vida de ninguém deve acabar assim.
“Se você se acostumar a ver esse tipo de coisa, é hora de se aposentar.” disse a
Detetive Powers com um pouco de humor em sua voz. Mas os olhos dela diziam que ela
estava falando completamente séria. Eu gostei dela. Ela tinha cerca de quarenta anos, com
cabelos loiros curtos e características bonitas. Ela era direta, mas gentil.
Dei um pequeno sorriso para ela. “Eu concordo. Que o torna muito pior que ela é
muito jovem.” eu disse calmamente, fechando o arquivo e empurrando-o para longe de
mim.
“Detective, faço...”
“Por favor, chame-me Kate.” disse ela, sorrindo calorosamente.
“Ok, Kate.” eu sorri: “Você tem alguma ideia sobre o motivo?”
“Ainda não. Mas tenho duas pessoas que acompanharam com que provaram difícil
determinar até o momento. Eles podem ser úteis para esclarecer sobre o estado da mente
do Sr. Garner, entre outras coisas.”
Eu balancei a cabeça. “Bem, parece que temos muito coisa para apresentar ao Grande
Júri na sexta-feira. Não vejo qualquer problema em conseguir uma acusação.”
“Não, não será um problema. Se você tiver alguma dúvida, ligue para mim, mas caso
contrário, acho que estamos em sintonia. Vejo você no tribunal?”
“Sim, parece bom. Obrigada por se encontrar comigo hoje. Sei que tem uma agenda
lotada.”
“Não é um problema.”
Nós duas nos levantamos e apertamos as mãos e ela me acompanhou até a porta.
Agradeci novamente e voltei para meu escritório. Eu tinha dois dias para me preparar para
o Grande Júri.

***

Carson
Entrei no escritório de Leland e fechei a porta silenciosamente atrás de mim. Ele
estava no telefone, mas quando me viu, ele disse a quem estava falando que precisava ir.
Sentei-me na cadeira em frente a ele e apoiei os cotovelos sobre os joelhos, correndo
a mão sobre o meu cabelo, que eu tinha mantido curto, mesmo depois de deixar a
Marinha.
“Alguma coisa?” Leland perguntou, olhando para mim com cautela.
Eu balancei minha cabeça, meu queixo enrijeceu. “Não. Não há uma maldita coisa.”
Leland pausa. “Tudo bem. Mas você concordou que não podemos visitá-lo. É muito
arriscado. E mesmo que nós enviássemos alguém, tudo lá é gravado. Josh não conseguiria
falar de qualquer maneira.”
Deixei escapar um suspiro de frustração. “Eu sei. Vamos ter que esperar até que a
fiança seja definida. Foda! Nós sempre trabalhamos direito. Como isso aconteceu?”
Leland franziu a testa, tamborilando a caneta sobre a mesa. Eu sabia que se alguma
coisa acontecesse a Josh, inferno, qualquer um de nós, Leland ficaria com a parte mais
difícil. Ele apresentou esta operação para nós em primeiro lugar. “Foda-se é certo.” ele
murmurou, olhando pela janela para o horizonte do meio dia de Vegas.
Deixei escapar um suspiro e me sentei na cadeira. “Leland, esta é uma situação ruim,
tão ruim quanto fodidamente poderia ficar, mas sabíamos o risco disso.”
Ele respirou fundo, movendo os olhos de volta para mim. “Sim.” depois de um
minuto, ele continuou. “Josh tem que saber que estamos trabalhando por ele, certo?”
“Fodidamente certo. Ele conhece o lema. Inferno, nós provamos isso muitas vezes ao
longo dos anos.” eu fiz uma pausa.
“Sim, ele sabe.”
Leland franziu os lábios, ainda batendo sua caneta. “Ok, o que vem em seguida?”
“Bem, a operação para, obviamente. Nós mantemos a discrição. Não podemos ser
vistos juntos. Continuamos tentando identificar a localização de Bakos porque não há
mais ninguém que poderia ser o responsável. E nós faremos isso antes que ele comece a
colocar as partes juntas e todos nós teremos um alvo nas costas.”
Leland me estudou. “Bem, por que você não disse que era fodidamente fácil? Merda,
isso é tudo?” ele deu uma risada sem humor.
Eu ri. “Sim, é uma merda.”
Nós dois ficamos em silêncio por um minuto. “Alguma ideia de por que ele iria querer
acertar Josh assim ao invés de apenas atirar na cabeça dele?”
“Eu acho que se ele lhe desse um tiro na cabeça, ele nunca saberia quem foi. Nós não
carregamos ID. Então enquadrá-lo, levá-lo preso, isso não seria somente pior, mas
também é uma maneira mais fácil de conseguir identificá-lo. Quer dizer, eu tenho que lhe
dar crédito.”
Leland bufou. “Droga. Nós o subestimamos.”
Eu balancei minha cabeça. “Não. Nós o pegaremos.”
“Bem, sim, isso também não quer ajudar. Então, agora é só um jogo de espera.”
“Sim, agora é somente um jogo de espera. Estamos fazendo tudo que podemos.”
“Você já falou com o detetive?”
“Eu vou adiar, mas eu tenho um encontro com ela na sexta-feira. Eu não poderia me
esquivar mais do que isso. Eu agradeceria se você pudesse ligar para o telefone do
escritório para que eu possa encurtar a reunião. Se ela quiser se encontrar comigo, além
disso, ela vai terá que me levar para a delegacia.” eu não iria deixar isso fácil para ela, e
por boas razões. Eu estava envolvido também.
Ele acenou com a cabeça. “Sim, não há problema. Ela sabia que você estava na
Marinha com Josh?”
“Sim, eu realmente não tive escolha além de dizer a ela. Achei que ficaria desconfiada
se eu não tivesse dito isso e depois ela ficasse sabendo.”
Leland franziu o cenho. “Provavelmente.”
Ele me estudou, pensativo. “De qualquer forma, o fato de termos servido com Josh
poderia chegar aos ouvidos de Bakos?”
“Eu não vejo como, neste momento, mas, novamente, temos de encontrá-lo antes que
ele tenha tempo para reunir informações que nós não queremos que consiga. Ele vai estar
olho na investigação. Para polícia é apenas o protocolo questionar o chefe do acusado em
seu local de trabalho. Esperemos que Bakos não enfrente isso e olhe mais de perto a
investigação.”
“Sim, vamos esperar por isso.”
“Eu já reforcei a segurança em todo o hotel. Ninguém vai entrar aqui para fazer
perguntas sobre o caso sem o nosso conhecimento.”
Leland ficou em silêncio por um minuto e, em seguida, assentiu. “Obrigado, cara.”
Eu acenei de volta e me levantei para sair. “Como está o 45?”
“Sem problemas. Dylan ainda está trabalhando nos voos e papelada. Ele disse que
teria tudo programado para amanhã. Embora a prioridade seja Bakos embora, é nisso que
ele está focando.”
“Ok, bom.” eu disse. “Mantenha-me atualizado.”
“Eu vou. Obrigado, Carson.”
Eu comecei a andar em direção à porta quando Dylan entrou, “Hey falando no gênio
da computação. Diga-me que você tem alguma coisa.” eu disse.
Dylan tinha se mudado para Vegas um mês antes, quando percebemos que
precisávamos de alguém para ajudar com o lado da informática da nossa operação, e de
alguém que pudéssemos confiar.
“Ainda não. Aquele filho da puta se movimenta pra caramba.” ele franziu o cenho.
“Embora eu tenha algumas ideias embora. Isso só vai levar mais um tempo.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, um jogo de espera.” eu disse a Dylan e Leland. “Uma
porra de jogo de espera.”
Dylan me deu um tapinha nas costas. “Eu tenho alguns programas em execução,
então estou agendando voos agora. Porém tive alguns problemas com a papelada. É por
isso que estou aqui.” ele olhou para Leland.
“Vou deixá-lo resolver isso.” eu disse começando a sair novamente.
“Ok, vejo você depois.” disse Dylan. Acenei para Leland novamente e sai pela porta.
Capítulo Vinte e Dois

Grace
Saí do Grande Júri me sentindo realizada. Isso correu perfeitamente e que tinha
conseguido a acusação. Nenhuma surpresa, mas ainda me sentia bem por ter terminado
com essa parte do processo. Agora eu poderia realmente começar a trabalhar preparando
o meu caso.
Kate Powers estava em pé no corredor quando eu saí. “Hey Grace, ótimo trabalho lá.”
“Obrigada, Kate, você também.” eu sorri.
Começamos a andar em direção à frente do tribunal.
“Ei, eu estou indo para a Trilogy, onde Josh Garner trabalhava. Finalmente cerquei
seu chefe, o chefe da segurança de lá. Encontrei-me com ele brevemente outro dia, mas
ele foi chamado para uma emergência e assim tive que remarcar com ele para hoje. Quer
vir junto?”
“Oh. Claro. Isso seria bom.” eu disse. “Eu gostaria de ouvir a impressão de seu chefe
sobre ele.”
“Bem, ele não é apenas o seu patrão. Eles na verdade eram SEALs juntos antes de
virem para Vegas. Outro cara que serviu com eles é o dono do Trilogy e ofereceu-lhes um
emprego. Esperemos que um ou ambos tenham algumas informações sobre Josh Garner
que pode ajudar ou pelo menos, definir o seu caráter.”
Eu balancei a cabeça. “Oh! Ok, então eu definitivamente quero ir junto.” eu disse.
Ela abriu a porta da frente e segurou-a para mim antes de caminhar. “Hum hum. E,
espere até chegar a um cara como esse. Eu rolo os olhos quando minhas filhas
adolescentes usam a palavra ‘G.O.S.T.O.S.O’ para descrever um bom espécime de macho,
mas oh querida, esse cara é G.O.S.T.O.S.O. Para não mencionar que ele ganhou uma
estrela de prata por merecimento, o que o torna ainda mais G.O.S.T.O.S.O.”
Eu ri. “Eu deveria limpar a minha agenda pelo resto do dia para que eu possa me
recuperar depois de conseguir uma boa olhada desse espécime de homem valente e
perfeito?”
“Não é uma má ideia, estou avisando.” disse ela rindo.
Nós nos separamos concordando em nos encontrarmos no lobby do Trilogy, eu entrei
no meu carro e comecei a dirigir em direção a strip.
Quando passei pela Bellagio, sorri para mim mesma. Quando me mudei para cá, eu
me perguntava se seria difícil para mim passar por esse hotel toda hora. No início, isso
realmente foi. Aquele velho anseio familiarizado aparecia e eu gostaria de saber porque
ainda me sentia tão mal, me sentia esmagada. Mas como o tempo passou e eu passei a ver
o hotel como um símbolo do que toda a minha vida havia se tornado. Eu tinha feito a
escolha de seguir meus próprios sonhos por causa do meu fim de semana lá. Eu estava
fazendo o que amava. E, em grande parte, tinha que agradecer Carson por isso. Antes dele
eu sempre me senti como se tivesse perdido o controle em uma área, mas eu perderia o
controle em todas as áreas. Ele tinha me mostrado que isso não precisava acontecer, que
eu poderia confiar em mim mesma, e estava bem em me deixar levar e experimentar a
vida. E então foi assim que eu tinha seguido em frente.
E eu estava mais feliz por isso.
Eu estacionei na garagem do Trilogy e andei para o lobby procurando o elevador. Eu
nunca estive aqui antes e fiquei surpresa com o quão impressionante era. Trilogy não
tinha um tema, por si só, como muitos dos outros hotéis de luxo e cassinos em Las Vegas,
a não ser que luxo fosse considerado um tema. Havia lustres enormes e dramáticos
pendurados em todos os lugares, bancos de camurça em cores escuras e brilhantes, com
dourado nas paredes e tetos.
Vi Kate falando no telefone celular no fundo do lobby sentada em uma chase azul e
caminhei em sua direção.
Ela sorriu e desligou o telefone. “Você já esteve aqui?” perguntou ela.
“Não, é impressionante.”
“Sim, realmente é. Cada torre é um pouco diferente, mas igualmente impressionante.
As características da água do lado de fora são as mais incrível que eu já vi. Você deve
andar por ai alguns minutos depois que terminar este encontro.”
“Eu deveria.” eu disse ainda olhando em volta distraidamente.
Nós caminhamos até a bela recepção adornada em dourado e eu estava de costas
quando Kate falou com a recepcionista. Ela caminhou de volta para mim. “Nós podemos ir
para trás. Ele tem um escritório à direita do casino. Eu estive lá da última vez que vim
aqui.”
Eu balancei a cabeça e comecei a segui-la.
Olhei em volta, enquanto caminhávamos até o cassino luxuoso. Eu tinha ido a muitos
deles desde que me mudei para Las Vegas, mas eles ainda conseguiram fazer meus olhos
brilharem com todas as imagens e sons.
O movimento de pessoas era o meu favorito, algumas animadas, algumas paradas
estoicamente enquanto alimentavam as máquinas com notas de dólar.
Saímos do cassino e Kate virou em um corredor. Viramos por vários corredores,
acabamos em hall e Kate bateu na primeira porta à direita. Eu estava esperando com ela
por alguns segundos antes da porta se abrir e eu olhar para o rosto muito lindo do belo
exemplar de homem que Kate tinha se referido. Meus ossos ficaram líquidos e meu
coração começou a bater forte em minha cabeça. Eu queria ceder contra o batente da
porta. Eu me senti tonta e ainda assim a adrenalina estava correndo em minhas veias, a
única coisa que me mantinha. “Carson.” eu soltei.
***

Carson
Eu ouvi o meu nome soltou em um sussurro e quando meus olhos se moveram para
a pequena loira de pé ao lado da detetive na minha frente meus músculos congelaram, o
choque pulsando por meu corpo e o tempo pareceu parar completamente enquanto meus
olhos se encontraram com os dela. Grace. Os dela se arregalaram, aquelas piscinas
cristalinas bloquearam nos meus. “Grace?” deixei escapar em uma forte exalação.
Todos nós ficamos ali em silêncio, eu e Grace olhando um para o outro, eu tentei
reunir alguns equilíbrio e ela piscava rapidamente para mim. Eu estive em um monte de
situações inesperadas ao longo dos anos, e sempre tinha conseguido reunir me concentrar
rapidamente. Enquanto eu estava olhando para Grace, não conseguia me concentrar.
Ela parecia ainda mais bonita do que eu me lembrava, seu cabelo loiro puxado para
cima em um coque como da primeira vez que nos encontramos. Ela estava vestindo uma
saia azul marinho que exibia seu corpo esguio, e uma blusa cinza claro que abotoava na
frente. Meus olhos fizeram uma rápida varredura da sua cabeça aos pés.
“Então, vocês dois se conhecem?” perguntou a detetive.
Isso quebrou o feitiço. Olhei para ela, seus olhos se estreitaram em nós dois, olhando
de um para o outro. Eu me movi no escritório, abrindo espaço para as duas entrarem.
Embora, continuei olhando para Grace. “Sim, eu conheço Grace.” isso foi tudo que eu
disse. Ela permaneceu em silêncio, parecendo em estado de choque quando nos seguiu
para dentro, e eu tentava conseguir falar com as sensações. Este não era o momento de
lidar com elas. Eu precisava conseguir tirar a detetive do meu escritório, e falar com
Grace. As perguntas estavam explodindo no meu cérebro. Eu apertei meu maxilar com a
finalidade de que elas não começassem a derramar da minha boca.
Eu caminhei me sentei atrás da mesa quando a detetive e Grace tomaram os dois
assentos no outro lado.
“Obrigada por se encontrar comigo, Sr. Stinger.” disse a detetive.
“Me chame de Carson, detetive.” olhei para Grace que ainda estava olhando para
mim, sua expressão atordoada permanecia em seu rosto. Deus, ela era ainda mais
impressionante do que me lembrava, os olhos ainda mais claros, os lábios ainda mais
bonitos... eu tinha pensado nela tantas vezes durante estes últimos quatro anos e meio.
Mas a minha lembrança dela não fez justiça. Ela estava realmente sentada na minha
frente agora? Parecia uma experiência fora-do-corpo. A missão de conseguir tirar a
detetive estava em andamento.
“Ok, Carson, me chame de Kate.” disse ela. “Nós não vamos tomar muito do seu
tempo. Nós apenas temos algumas perguntas sobre o Sr. Garner.”
“Nós?” eu perguntei olhando para Grace novamente.
“Sim, nós. Ms. Hamilton é a promotora que está trabalhando neste caso. Sinto muito,
eu achei que você tivesse dito que se conheciam?”
Eu congelei por um segundo, os olhos voando de volta para Grace e estreitando sobre
ela. Promotora? Oh merda.
Espere, isso poderia ser uma coisa boa para Josh? Meu cérebro estava trabalhado a
um milhão de milhas por minuto. “Faz muito tempo.” eu disse suavemente, sem olhar
para longe de Grace.
Kate estava olhando de um para o outro novamente. “Ok, bem, vou fazer isso rápido e
vocês dois podem colocar o papo em dia.” ela sorriu grande e olhou entre nós dois de
novo.
Nem Grace nem eu dissemos nada, mas Grace cruzou as pernas, parecendo que
estava relaxando um pouco. Kate limpou a garganta. “Ok, Carson, eu pelo que sei você
esteve na Marinha com o Sr. Garner e que ambos se mudaram para cá recentemente para
trabalhar no Trilogy. Alguma vez ele apresentou qualquer comportamento, ou
recentemente, que parecia incomum para você?”
Concentrei-me em Kate. “Não.”
Ela olhou para mim. “Importa-se de explicar melhor?”
Eu me inclinei na cadeira. “Josh Garner sempre foi um homem estável que agia
sensato de mente e corpo. Nunca observei qualquer comportamento incomum.”
Kate assentiu e anotou algo em um pequeno bloco que ela havia colocado em seus
joelhos cruzados.
“Que tipo de soldado era ele?”
Franzi minha testa. “Ele era um companheiro de confiança, que fazia muito bem o
seu trabalho.”
Ela assentiu com a cabeça. “Eu estou supondo que você esteve em situações em que a
violência era necessária. Como ele reagiu a essas situações?”
Olhei para Grace, que estava pegando em sua bolsa um bloco e uma caneta também.
Quando ela pegou a caneta na mão, notei que leve tremor. Notei também o anel em seu
dedo. Meu coração caiu e eu me senti água gelada correndo em minhas veias. Se
passaram quase cinco anos. O que você esperava? Empurrei meus sentimentos para
baixo e olhei para Kate tentando recordar sua pergunta.
“De uma maneira profissional. Ele fez o que tinha que fazer para completar as
missões que estavam a frente. Se você está perguntando se ele parecia gostar do aspecto
violento do seu trabalho, a resposta é não. Ele fez o que era necessário e não mais ou
menos que isso.”
“Qualquer ideia do por que ele deixou a Marinha?”
“Ele serviu como um SEAL por dez anos. Ele estava pronto para voltar à vida civil, e o
trabalho aqui foi uma boa oferta. Ele não entrou em detalhes mais do que isso para mim.”
“Tudo bem. Você o viu domingo, durante o dia ou a noite?”
“Ele trabalhava domingo, mas não tínhamos muito interação. Fiquei principalmente
nas salas de segurança no andar de baixo e ele trabalhava no cassino.”
Kate acenou com a cabeça novamente. “Bom funcionário?”
“Muito bom.”
“Você socializava com ele pessoalmente?”
“Não muito desde que chegamos em Las Vegas. Nós dois somos ocupados.”
Kate bateu a caneta em seu bloco. “Ok, eu acho que isso é tudo o que tenho por
agora.” ela colocou o bloco e caneta na bolsa. “Se eu tiver mais alguma dúvida, entrarei em
contato.” ela sorriu e se levantou.
Grace começou em ficar em pé também, mas Kate colocou uma mão em seu braço.
“Grace, eu entrarei em contato. Tenha um bom dia.” ela acenou para mim, virou-se e
caminhou até a porta, abrindo-a e fechando-a silenciosamente atrás dela.
Grace levantou-se rapidamente. “Carson, o que...”
Levantei-me exatamente ao mesmo tempo exato. “Grace, como...”
Nós rimos um pouco desconfortáveis e, em seguida, ambos ficamos em silêncio,
apenas olhando um para o outro.
“Oi, Grace.” eu sorri.
Ela soltou um suspiro e sorriu de volta. “Oi, Carson.”
Eu dei a volta na mesa e me sentei na cadeira de Kate tinha ocupado anteriormente.
Grace se virou em sua cadeira. Eu queria pegar suas mãos, mas não o fiz. Eu ainda mal
podia acreditar que ela era real, sentada bem aqui na minha frente.
“Você entrou para a Marinha?” ela perguntou em voz baixa com os olhos arregalados.
Eu balancei a cabeça. “Sim. Logo depois que fomos embora de Vegas.” eu disse.
Ela franziu a testa e algo que parecia mágoa atravessou seu rosto. “Por que você não
me contou?” perguntou ela.
“Eu tentei, Grace, depois de me tornar um SEAL, fui visitá-la, mas... eu a vi fora do
seu apartamento abraçando seu namorado e pensei que seria melhor se eu não...” eu
passei a mão no meu cabelo curto. “De qualquer forma, fui enviados para fora depois
disso.”
Ela olhou para mim, surpresa e, em seguida, confusão enchia seus olhos. “Você foi
me ver?” ela sussurrou. Mas, então, a testa franziu imediatamente. “Espere, namorado?”
perguntou ela. “Eu não tinha namorado enquanto estava em DC.”
Fiquei quieto por um minuto procurando algo em seu rosto. Baixei a cabeça,
fechando os olhos por alguns instantes. “Merda. Eu tinha certeza de que o que eu vi...”
balancei a cabeça ligeiramente. “Merda.” eu não sabia mais o que dizer. Olhei de volta
para ela. “Ele era um cara loiro... da minha altura.”
Ela franziu o cenho. “Esse é Brian, o namorado de Abby.” disse ela em voz baixa.
Fechei os olhos de novo brevemente, balançando a cabeça. Eu não podia nem pensar
muito sobre isso, lamentando a oportunidade perdida me atingindo, apesar de ter
acontecido há muitos anos. Poderiam as coisas ter sido diferentes? Eu gostaria de saber o
que Grace estava pensando.
Ela suspirou e deu de ombros. “Bem, obrigada por... tentar.” ela deu uma risada
desconfortável.
“Só lamento que eu não tenha tentado mais.” eu disse, o que significava tudo pra
mim.
Quando olhei para ela, vendo seu traje profissional, algo me ocorreu e eu coloquei os
sentimentos de pesar para o lado, pelo menos por enquanto. “Você não entrou em Direito
Empresarial. Você se tornou uma promotora de justiça.” eu disse com um pequeno
sorriso.
Ela ficou olhando para mim por alguns segundos e, finalmente, sorriu também.
“Sim.”
“Como é que você acabar em...” fui interrompido pelo toque do telefone. “Droga.
Espere um pouco.”
Peguei o receptor. “Leland, já cuidei disso.”
“Uh, sim, cara. Ela foi embora?”
“Sim. Nada muito para atualizar. Falaremos mais tarde.”
“Oka...” eu desliguei. Voltei para a cadeira em frente a Grace. Eu estava me segurando
de pegá-la e abraçá-la. Sentimentos que não consegui identificar estavam correndo
através do meu sistema. Eu sabia que havia coisas que eu deveria abordar aqui, em
primeiro lugar, o fato de que ela era a promotora no caso do meu amigo, um caso que
tinha mais a ver comigo do que ela poderia saber. Precisávamos discutir isso. Ou talvez
nós não deveríamos discutir isso. Eu não sabia.
Suas mãos se moviam no colo e o anel me chamou a atenção novamente. “Você está
noiva?” eu perguntei em voz baixa.
Ela olhou para o anel, uma expressão confusa no rosto, quase como se ela não
soubesse do que eu estava falando por um segundo. Ela olhou de volta para mim. “Sim.”
Eu balancei a cabeça. “Quando é o casamento?”
“O casamento?”
Inclinei a cabeça para baixo. “Eu presumo que o compromisso signifique que haverá
um casamento em algum momento?”
Ela deu uma pequena risada. “Oh, bem, nós não definimos uma data ainda.” então
seu rosto ficou sério.
“E quanto a você Carson? Qualquer pessoa especial em sua vida?” seu corpo ficou
imóvel por completo e seus olhos se arregalaram um pouco. Minha resposta era
importante para ela. Algo profundo disparou debaixo de todas as emoções confusas
rodando pelo meu corpo. Eu não sabia no que focar – como desembaraçar os sentimentos
correndo em mim. E assim empurrei todos para o lado. Eu lidaria com essas perguntas
depois.
Eu balancei minha cabeça. “Não.” olhamos um para o outro por algumas batidas
antes que ela quebrasse o contato visual e começasse a se levantar. “Eu deveria ir.” disse
ela de repente, o bloco de notas no seu colo caindo no chão. Levantei-me quando ela
também o fez e depois se inclinou para pegar o bloco. Quando eu me levantei, estava mais
perto dela, e ficamos olhando um para o outro novamente por alguns segundos. Uma
estranha sensação de déjà vu me atingiu e eu fiz uma careta por um segundo. “Grace.” eu
comecei.
Ela começou a recuar. “Eu tenho que ir.” ela sussurrou. Ela virou-se e começou a
caminhar para a porta.
“Grace, espere, jante comigo.” eu disparei.
Ela parou no caminho.
“Só para colocar o papo em dia.” eu disse suavemente.
Ela se virou para me encarar. “Conversar?” ela perguntou, com os olhos cheios de
algo que parecia medo.
Eu não lhe respondi, apenas fiquei olhando de volta para aqueles grandes olhos azuis.
Finalmente, como se eu tivesse dito algo que ela ouviu, balançou a cabeça bruscamente.
“Tudo bem.” disse ela.
Eu respirei. “Eu posso buscá-la. Se você me der seu endereço. Quer dizer, você mora
com seu noivo?” eu perguntei com o desconforto enchendo meu peito.
Ela balançou a cabeça. “Não, eu moro sozinha.”
Eu balancei a cabeça, virando-me para trás de mim para pegar algo para ela escrever.
Entreguei-lhe um bloco de papel e ela pegou a caneta que estava usando de dentro da
bolsa. Quando começou a escrever, a mão dela parou. Prendi a respiração e, em seguida, a
soltei quando sua mão começou a se mover novamente. Ela entregou o bloco de volta
para mim e guardou novamente a caneta na bolsa, mordendo o lábio.
“Carson, eu...”
“Sete horas?” eu perguntei.
Ela hesitou, mas depois concordou. “Ok, sete.”
“Tudo bem.”
Ficamos ali sem jeito por um segundo antes que ela se virasse e abrisse a porta
olhando para mim mais uma vez antes de sair. Eu caí contra a minha mesa. Grace. Puta
merda. Promotora Grace, Grace noiva. Grace. Eu não sabia se ria ou jogar alguma coisa.
Eu não fiz nenhum. Depois de alguns minutos, abri a minha porta do escritório e voltei ao
trabalho.
Capítulo Vinte e Três

Grace
De alguma forma, nervosa, com as pernas instáveis, as fiz voltar para o meu carro na
garagem. Emoções foram batendo em mim. Eu senti como se tivesse bebido apenas sete
xícaras de café de uma vez, em seguida, dei tapas no rosto repetidamente. Eu me afundei
no assento do carro, fechei a porta e deixei escapar um suspiro longo e trêmulo. Carson
Stinger. Santo inferno! Eu senti como se uma bomba tivesse acabado de passar na minha
frente e que eu deveria verificar-me por mais sinais de estilhaços.
Eu tinha uma vaga impressão de que era a minha vida que tinha acabado em chamas,
mas eu não sei exatamente como ou por quê.
Tentei limpar a minha cabeça. Ok, então eu tinha acabado inesperadamente
encontrando um homem com quem tinha passado um fim de semana a quase cinco anos
atrás. Ele me ajudou a descobrir algumas coisas sobre mim mesma, e foi uma influência
positiva na minha vida. Grande. Boa. Tantas coisas mudaram em nossas vidas. Eu estava
envolvida agora com um homem que era bom para mim, um homem que me amava.
Carson, obviamente, tinha mudado sua vida também. Ele tinha ido para a Marinha, se
tornou um SEAL. Caramba! Uma forte onda de orgulho se levantou em meu peito.
Espere, o quê? Por que eu estava orgulhosa dele? Eu balancei a cabeça ligeiramente,
tentando limpá-la.
Seguindo em frente.
Quando ele me disse que tinha ido para me ver na DC, a tristeza tomou conta de mim.
Eu ainda estava tendo dificuldade em pensar sobre isso. Será que as coisas teriam sido
diferentes? Mordi o lábio. Eu não poderia saber isso. Se ele tivesse aparecido naquele dia,
eu poderia não ter a vida que tenho agora. Eu poderia não estar com Alex... eu inclinei-me
e olhei para mim mesma no espelho do carro e fiz uma careta. “Realidade, Grace” eu
sussurrei para o meu próprio reflexo.
Eu liguei meu carro e dirigi até a saída da garagem e voltei para a Strip.
Enquanto eu dirigia para o meu escritório, minha mente ficou em Carson. Deus,
quando o vi pela primeira vez, eu tinha pensado que iria desmaiar. Eu esperava que a
detetive Powers não tivesse sido capaz de ver o quanto esse encontro casual me afetou.
Que vergonha. Eu tinha perdido totalmente a calma.
E agora eu tinha feito planos de jantar com ele? Eu gemi alto. O que eu ia dizer a
Alex? Eu já havia tentado sair correndo de lá de tão sobrecarregada com as emoções que
me assolavam, eu mal conseguia pensar direito. Mas ele me parou e eu sou fraca. Deus,
depois de todo esse tempo, eu ainda era afetada por ele.
Mas puta merda, Batman, que mulher não seria afetada por ele? Eu tinha pensado
que ele era quente, há cinco anos? Agora ele era um inferno em chamas. De alguma
forma, aquela infantilidade que ele tinha na época era um pouco áspera não sumiu, mas
foi lapidada - dando-lhe uma vantagem que não tinha antes. E aquela covinha maldita
ainda exercia sua magia, balançando-me cada vez que ele abria um sorriso e ela aparecia.
Seu cabelo estava mais curto, e embora ele ainda fosse magro, eu poderia dizer que
seus músculos eram ainda mais esculpidos, apesar de terem sido escondidos sob a roupa
que ele estava vestindo. E havia algo por trás de seus olhos que não tinha estado lá antes,
talvez um mundanismo? Eu queria saber mais. Deus me ajude, eu queria. Parei no sinal
vermelho e levei minha mão até minha testa. Eu não deveria estar pensando nele assim.
Era altamente inadequado.
Sem mencionar o fato de que ele conhece o homem que eu estou processando -
parece que eles são amigos mesmo. Há um conflito de interesses existente, mesmo tendo
o jantar? Não, eu não penso assim. Não é como se ele estivesse envolvido no caso. Mas
ainda assim, eu não iria mentir para mim mesma e dizer que eram apenas dois velhos
amigos colocando o papo em dia enquanto comiam. Éramos duas pessoas que tinham
passado um fim de semana fazendo sexo... muito sexo... muito sexo excelente.
Minha mente começou a vagar para lugares que não deveria passear e eu puxei
rapidamente. Deus. Pare Grace! O que está errado com você?
Sim, talvez não fosse nada certo eu ir jantar com ele. Mas eu desejava saber como sua
vida tinha chegado ao lugar onde estava agora. Eu desejava saber como ele estava. Eu
tinha pensado nele tantas vezes ao longo dos anos. Eu iria jantar com ele, conversaria e
depois nós iríamos nos separar. Ele morava na mesma cidade que eu morava. Ok. Isso era
bom. Eu faria...
A buzina de um carro soou atrás de mim e eu sacudi dos meus pensamentos,
avançando através do semáforo. Eu me forcei a não pensar em Carson o resto do caminho
de volta para o meu escritório. Tinha a segunda metade da jornada de trabalho para
passar. Eu precisava me concentrar.
Alex estava fora do escritório pelo resto do dia amarrado no tribunal e eu estava
agradecida. Eu não poderia deixar de me sentir culpada por fazer planos para jantar com
Carson.
Fechei a porta atrás de mim quando voltei para o meu escritório e me sentei à minha
mesa, descansando a cabeça em minhas mãos e ficando em silêncio por alguns minutos,
tentando voltar me acalmar.
Eu não pude deixar de rir alto. Nossa, quais eram as chances de estar pirando? Quais
eram as chances de que quase cinco anos mais tarde, completamente inesperada, eu iria
acabar no escritório de Carson Stinger em uma cidade em que nenhum de nós vivia
quando nos separamos? A vida era selvagem.
Bati minha mão sobre a minha boca. Oh meu Deus, eu não tinha usado essa frase há
tanto tempo. De repente, aquele fim de semana, a sensação daquele fim de semana, veio
fluindo de volta. Eu deixo isso me inundar e não apenas lembrar, mas também sentir as
coisas que tinha sentido por Carson naquela época. Oh Deus, eu não poderia fazer isso.
Eu me levantei, peguei minha bolsa e meu casaco, parando na mesa da minha secretária
na saída e dizendo a ela que eu estava doente e indo para casa. Eu estava trabalhando lá
por quase seis meses e eu nunca tinha ficado doente ou saído mais cedo. Eu sabia que
ninguém iria duvidar.
“Sente-se bem?” a secretária, Amy, perguntou atrás de mim, parecendo preocupada.
Eu apenas levantei e acenei atrás de mim. Eu não tinha dúvida de que eu parecia
realmente doente.
***

Carson
Após Grace sair, subi para ver Leland e para atualizá-lo sobre as perguntas da
detetive. Não mencionei Grace.
Dylan estava trabalhando em invadir alguns bancos de dados que podiam ou não a
levar-nos a ajudar no caso de Josh. Ele também estava tentando obter uma vantagem
sobre Bakos que nos daria tempo suficiente para terminarmos com ele. O pedido de Josh
entraria em um dia ou dois e então poderíamos descobrir a fiança. Era apenas um jogo de
espera neste momento.
Eu sentei lá embaixo na sala de segurança, observando as telas por um tempo, e então
mandei uma mensagem para Leland e disse a ele que eu estava saindo um pouco mais
cedo com uma dor de cabeça. Não era uma mentira. Eu estava sentado lá pensando em
Grace todo o maldito tempo. Minha cabeça estava se dividindo.
Ainda assim, eu tive tempo para subir ao quadragésimo quinto andar para ver as
meninas. Isso era algo que Grace não poderia saber. Eu estava ansioso para recuperar o
atraso, dizendo a ela o que ela gostaria, mas eu sabia que não poderia ser completamente
honesto com ela. Principalmente sobre as meninas. Isso era algo que ela não gostaria e
algo que poderia ser obrigada a informar.
Uma meia hora mais tarde, eu dirigia meu carro para casa e logo que bati a porta atrás
de mim, fui para a cozinha e peguei um par de Advil. Tomei um banho longo e quente e
quando saí, eu me senti melhor.
Ver Grace hoje tinha me recuperado. Ela era a última pessoa que eu esperava entrar
em meu escritório. E ainda assim ela esteve de pé na minha frente, como um sonho,
parecendo mais bonita do que eu me lembrava. E eu tinha feito muito mais do que
lembrar quando se tratava de Grace Hamilton.
Vesti calças jeans, uma camisa preta de mangas compridas e peguei meu telefone. Eu
tinha me esquecido de checar com Dylan antes de sair e por isso liguei para ele.
Ele respondeu no segundo toque. “Ei, cara.”
“Oi, Dylan, saí um pouco mais cedo. Você recebeu toda a papelada final do projeto?”
“A maior parte, estou esperando que seja por esta noite. Estou apenas à espera de
algumas coisas.”
“Ok, legal. Só queria checar.”
“Ok, você está bem?”
“Sim.” eu hesitei e Dylan permaneceu quieto. “Ei Dylan, você se lembra daquela
garota que conheci em Vegas há cinco anos ou assim? A única.”
“Sim. Boceta mágica?”
Eu ri. “Sim.”
“O que tem ela?”
“Ela entrou no meu escritório hoje. Ela é a promotora do caso de Josh.”
“Você está brincando comigo...”
“Não. Eu não estou. Quais são as chances, certo? Merda.”
“Nossa, cara. Isso que é realmente má sorte ou boa sorte. Eu não sei. Merda, muito
complicado agora. Você ainda está interessado?”
Eu suspirei. “Interessado? Não importa de qualquer maneira. Ela está noiva.”
Dylan fez uma pausa. “Bem, noiva não é casada.”
“Huh. Vou levá-la para jantar hoje à noite. Só para conversarmos.”
“Isso parece interessado, Carson. Tenha cuidado.”
“Eu vou. Vou. Obrigado, Dylan.”
“Tudo bem. Vejo você pela manhã.”
“Ok, estarei lá no início da manhã. Vou me encontrar com os dignitários da Arábia
Saudita.” fazia parte do meu trabalho como chefe de segurança proteger itens de alto
preço que os hóspedes do Trilogy levavam com eles.
“Oh, bem, ok, eu vou vê-lo em seguida.”
Desligamos e eu olhei para o relógio. Eram dez para sete. Eu agarrei o meu casaco, as
chaves e me dirigi para a porta.
Capítulo Vinte e Quatro

Grace
Eu estava terminando de secar meu cabelo quando meu celular tocou. Era Abby.
“Você vai morrer quando eu te contar com quem vou jantar, Abby.” eu sussurrei no
telefone.
“Você está respondendo a seu telefone de um buraco subterrâneo?”
“O quê? Não.”
“Então por que você está sussurrando assim?”
Eu sussurrei para o telefone de novo. “Eu não sei. Talvez uma coisa do mal - nos -
ouve?”
“Oh Deus. Da última vez que soou como agora, você estava passando um fim de
semana em Las Vegas com um astro pornô.”
Eu ri nervosamente. “Bem, engraçado você mencionar isso na verdade.”
Eu ouvi um grito vindo do outro lado da linha e segurei o telefone longe do meu
ouvido, fazendo uma careta.
“Jesus, Abby.” eu disse, levantando a voz com o volume regular. “Você está tentando
furar meu tímpano?”
“Diga-me que você não vai passar o fim de semana com mais um astro pornô, Grace.”
Eu ri. Senti-me bem. Eu precisava de um pouco de relaxamento e o riso trouxe isso.
Eu tinha tomado um longo banho quente quando cheguei em casa, mas eu ainda estava
tão tensa como um arco com o pensamento de ir jantar com Carson. Sem mencionar o
fato de que eu ainda não tinha contado a Alex sobre meus planos à noite. Ele ainda estava
com alguns clientes e eu só tinha ouvido falar dele através de texto.
“Sim, não.” limpei a garganta. “Estou, no entanto, indo jantar com o astro pornô.” eu
estava sussurrando novamente.
“O que você disse?” Abby praticamente gritou.
“Abby, pare com isso, você vai assustar o bebê.” Abby estava grávida de oito meses.
Ela riu. “O bebê está bem. É com você que estou preocupada. O que se passa?”
Eu suspirei. “Eu fui junto em uma entrevista com uma detetive hoje para um caso
que estou trabalhando e entrei no escritório de Carson Stinger. Não é brincadeira. Pensei
que ia desmaiar, Abby.”
“O escritório de Carson Stinger?” ela perguntou, parecendo completamente confusa.
“O escritório? Onde?”
“Ele é chefe da segurança em um novo hotel na Strip. Aparentemente, ele entrou para
o serviço militar depois que nos separamos e esteve no exterior à maior parte desse
tempo. Eu nem sei todos os detalhes. Ele pediu-me para jantar para ‘conversar' e eu disse
que sim.”
Abby ficou em silêncio por alguns segundos. “Ele entrou para o exército... Uau. Essa é
uma história que eu tenho que ouvir. É melhor você me ligar no momento em que voltar.
O que Alex pensa sobre seus planos para o jantar?” ela perguntou com cautela.
Fiz uma pausa. “Eu realmente não disse a ele ainda. Mas você conhece Alex, ele é
descontraído. Acho que ele vai ficar bem com isso.”
Ela deixou escapar um suspiro. “É com isso que estou preocupada.”
“O que isso significa exatamente?” eu perguntei, franzindo a testa enquanto coloquei
Abby no viva-voz e peguei meu roupão, para que eu pudesse puxar minha calcinha e sutiã.
Houve outro momento de silêncio antes que Abby falasse: “Eu só... lembra como o
cara deixou você quando estávamos fora no dia de Ação de Graças?” Abby e Brian tinham
chegado a Vegas algumas semanas antes de passar o feriado comigo e Alex porque eu
estava terminando um grande caso e não era capaz de chegar em casa para ver meu pai e
irmãs. Nós tínhamos saído para o jantar de Ação de Graças e decidimos passar a noite fora
e quando eu tinha deixado a mesa para usar o banheiro, um cara me parou e fez um
bonito grande show de dar em cima de mim.
“Sim? E?” eu perguntei.
“Alex nem sequer bateu um cílio descontraído. Ele realmente não poderia se importar
menos.”
“Isso não é verdade! Ele confia em mim.”
Abby deixou escapar um suspiro. “Eu não posso segurar isso por mais tempo, Grace.”
e eu jurei que eu ouvi a voz de Brian no fundo dizer o nome dela em voz baixa de forma de
advertência. “Shhh!” eu o ouvi dizer de volta.
“Abby, o que você não pode segurar por mais tempo?”
“Ele é chato!”
Eu respirei fundo. “Não, ele não é! Ele é... ele é gentil e doce e...”
“Seguro?” perguntou ela.
“Sim! Seguro. Então o que? Que há de errado com isso? Ele me ama. Ele é bom para
mim.”
Abby suspirou ao telefone. “Querida, eu posso ver que ele é. É só que vocês dois agem
como irmão e irmã. É quase assustador.”
Eu ri. Eu não poderia evitar isso. “Somos assustadores? Isso é apenas... quero dizer!”
“Eu não quero dizer que você é assustadora, o que eu quero dizer é... como é o sexo?”
“Abby, pare. Eu não estou falando sobre isso. Alex me ama. Eu vou casar com ele. Só
isso.”
“Ouça, Grace. Por favor, não fique com raiva de mim. Eu só não podia deixar de dizer
qualquer coisa para você. E já que estamos falando de Vegas há cinco anos, eu tenho que
dizer que depois que você veio para casa, vi você mudar de tantas boas maneiras. Era
como se... você floresceu depois disso. Em todas as áreas, com exceção de uma. Onde os
homens eram e são causa, é como se você tivesse regredido. Que há com isso? Que se
passa com todo o noivo ‘seguro’? O que está acontecendo lá? Era isso o que você estava
realmente esperando todo esse tempo? Seguro? Eu te amo. Eu só estou dizendo isso
porque eu te amo. Eu não quero que você acabe se lamentando por casar com ele.”
Eu suspirei. “Abby. Eu sei que você está olhando por mim. Mas quando se trata de
Alex, eu sei o que é bom para mim, ok? Eu realmente sei que não vou me arrepender se
casar com ele. Eu não vou. Obrigada por compartilhar as suas preocupações. Agora,
falando de más decisões, tenho que ir me preparar para o jantar.”
“Tudo bem.” ela disse, parecendo incerta. “Só mais uma coisa e não vou incomodá-la
de novo, você fica dizendo que ele te ama. Você não tem que me responder agora, mas
você o ama? É isso. Eu fiz a minha parte. Não fique com raiva de mim, ok?”
Eu suspirei. “Eu não sou louca. Eu te amo. Eu te ligo amanhã, ok?”
“Se cuide. Eu também te amo.”
“Eu vou. Tchau, Abs.”
“Tchau, Grace.”
Eu desliguei e sentei na minha cama de calcinha, mastigando minha unha do polegar.
Irmão e irmã? É assim que Alex e eu agimos quando estamos juntos? Não. Ele me ama.
Quer dizer, eu o amo? Não, eu o amo. É claro que eu o amo. Eu estou atraída por ele. Ele é
bonito, doce e bom. Tenho a sorte de tê-lo. Ele me faz sentir segura. Então o quê? Isso é
uma má qualidade? Eu amo Abby, mas ela não é a pessoa que tem que viver a minha vida.
Eu preciso resolver isso na minha cabeça antes de por o pé pra fora e ir jantar com o tesão
ambulante.
Meu telefone tocou novamente. É Alex.
“Oi.” eu respondi em um sorriso.
“Oi pra você. Como está a dor de cabeça?”
“Ah, tudo bem. Eu me sinto melhor.” eu tinha lhe dito que fui para casa mais cedo do
escritório por causa de uma dor de cabeça. “Na verdade, eu encontrei um velho amigo
hoje e vou jantar com... ele.”
“Ele?”
Eu balancei a cabeça e, em seguida, percebi que ele não podia me ver. “Hum, sim.
Encontrei-o em Trilogy hoje, quando eu estava lá com Kate Powers em um caso. Eu o
conheci em uma conferência de lei, foi há anos atrás e ele me perguntou se eu queria
jantar com ele esta noite. É claro que ele sabe que estou comprometida. Você se importa?”
Ele fez uma pausa. “Não. Isso é bom. Vou voltar cedo de qualquer maneira. Tenho
que estar de volta no tribunal cedo de novo amanhã.” ele bocejou. “Divirta-se, ok?”
“Oh, tudo bem. Amo você.”
“Te amo. Vejo você no escritório amanhã à tarde. Tchau, querida.”
“Tchau, Alex.”
Eu desliguei e me sentei roendo a unha do meu polegar por alguns minutos mais
longos. Então me levantei e fiz a minha maquiagem. Eu não tinha certeza do que vestir, já
que não sabia onde Carson estava me levando, então coloquei um jeans escuro com as
minhas botas pretas de salto alto e uma blusa transparente azul com uma regata prateada
combinando por baixo. Era casual, mas bonito o suficiente para um bom restaurante
também.
Voltei para o banheiro para soltar meu cabelo que eu tinha feito um rabo de cavalo
para fazer a minha maquiagem, quando a campainha tocou. Eu passei uma escova no
cabelo rapidamente, respirei fundo e fui atender.
Puxei-a para abrir e Carson estava enchendo minha porta, um metro e oitenta de
macho, cada centímetro bonito dele que eu conhecia. Lembrei-me de cada centímetro
dele. Eu quase estremeci. Este já fora um começo muito ruim. “Oi.” eu disse, abrindo a
porta para que ele pudesse entrar. Eu recuei e apontei com o meu polegar sobre meu
ombro. “Eu só vou pegar meu casaco.”
Ele não disse nada. Apenas estreitou os olhos e sorriu forçado. Havia algum
problema?
Eu peguei meu casaco, a bolsa e caminhei de volta para Carson, que ainda estava de
pé na minha porta, olhando ao redor. Ele ainda não tinha dito uma palavra para mim.
Aproximei-me da porta e ele abriu-a, deixando-me passar primeiro, depois me seguiu
e esperou que eu passasse. Caminhamos em silêncio até uma grande caminhonete preta e
ele segurou a porta aberta para mim enquanto eu subia no interior. Vendo sua expressão
fria, senti uma onda de mágoa por mim mesma. Eu empurrei o sentimento longe,
percebendo que esta foi, provavelmente, uma ideia muito ruim.
***

Carson
Fechei a porta de Grace e dei a volta na minha caminhonete e entrei. Meu sangue
estava zumbindo com sua proximidade, e, tanto quanto eu queria desfrutar de um jantar
com ela, estava lidando com um clima tenso, com o fato de que havia coisas entre nós
novamente, as coisas que iam tornar muito difícil para ir a qualquer lugar. Que diabos eu
estava fazendo? Foi duro o suficiente terminar com ela pela primeira vez. E agora eu
estava de bom grado me colocando de volta na mesma situação, só que pior desta vez?
Jesus. Eu era uma espécie de masoquista quando se trata desta garota. A primeira vez, eu
não sabia como ela iria acabar me afetando. Desta vez, provavelmente não iria acabar
bem, e eu estava de volta para mais. Isso tinha realmente ficado óbvio para mim quando
ela abriu a porta, com as bochechas coradas e todo seu cabelo solto, ainda mais do que
tinha sido quando a conheci e tudo em meu corpo ansiava por rasgar a roupa dela e tomá-
la contra a parede. Eu precisava lidar com isso. Ela estava noiva. Merda. E eu não estava
disponível para uma relação de qualquer maneira, para todos os intentos e propósitos.
Então, por que tinha uma vaga ideia de que quando se tratava dela, eu iria agir como um
idiota e empurrar todas essas razões muito boas de lado? Eu não confiava em mim com a
Grace Hamilton, pura e simples. Ela era como um ímã - me puxando para ela. Eu era
incapaz de resistir ao seu puxar.
Olhei para Grace e ela parecia incerta, mordendo o lábio e me esperando para ligar a
caminhonete. Eu a estava deixando nervosa. Eu não gostei disso também. Obriguei-me a
relaxar.
Não era como se fosse uma mulher qualquer. Esta era Grace. Eu quase sentia como,
em parte, ela estivesse comigo o tempo todo. Uma constante em meu coração, se não na
minha vida. Era um pensamento, mas era também um sentimento e, de repente, tê-la
comigo quase fez sentir isso como uma prioridade - como se eu fosse mais forte com ela.
Mais forte para o que estava acontecendo com Josh, mais forte que tudo. Isto
ondulou pelo meu corpo, me enchendo de propósito e assustando meus medos ao mesmo
tempo. Havia um monte de coisas em pé no nosso caminho, como da última vez. Mas, de
repente, quando meus olhos a viu, todas as minhas dúvidas, de apenas alguns minutos
antes, caiu no esquecimento e parecia crítica que eu, pelo menos, tentaria ver onde as
coisas poderiam ir desta vez. Eu não poderia explicar isso, não fazia muito sentido. Mas,
nesse momento, o sentimento era tão forte, que aceitei.
“Adivinha?” eu perguntei por fim.
Seus olhos correram para os meus na penumbra da caminhonete. “O quê?” ela
perguntou de volta, inclinando a cabeça.
“Eu moro a cerca de cinco minutos de você, neste mesmo bairro.” quando eu tinha
entrado em minha caminhonete e colocado o endereço de Grace no meu GPS, eu quase ri
alto. Ela não tinha escrito seu código postal em baixo, e por isso eu não tinha percebido
até aquele momento que ela também vive em Summerlin, bairro Noroeste de Las Vegas.
Algo nisso me pareceu engraçado. Aparentemente, ela me puxava até falar comigo de
alguma forma psíquica. Eu estava fodido. Ou isso, ou o destino estava apenas brincando
comigo.
“Sério?” ela perguntou em um sorriso. Em seguida, franziu a testa. Eu me perguntava
o que ela estava pensando, mas eu não perguntei, apenas olhei para a frente com um
sorriso e liguei a caminhonete. Meu corpo relaxou.
Eu dirigi em direção à rua, ambos em silêncio durante os primeiros cinco minutos.
“Então isso é realmente estranho, não é?” ela finalmente perguntou.
Eu ri. “O quê?”
“Nós, correndo para o outro dessa forma, depois de todo esse tempo. É só que...
quase... inacreditável.”
Eu balancei a cabeça, mas parei. “Sim e não.”
“O que você quer dizer?” perguntou ela.
“É difícil de explicar. Fiquei chocado, mas quase não surpreso. Talvez eu sempre
esperasse ver você de novo.” olhei para ela.
Ela levantou uma sobrancelha. “Este é uma coisa do tipo perseguição estranha, não
é?”
Eu ri. “Eu não sei. Você me diz.” olhei para ela, fingindo suspeita.
Ela riu também. “Foi uma operação... rastreando você em todo o mundo.” ela virou o
corpo de modo que estava de frente para mim na cabine da caminhonete. “Falando nisso,
Kate disse que você se mudou alguns meses atrás. Onde você estava implantado?”
Olhei para ela. “Eu servi no Oriente Médio.” disse eu.
Ela assentiu com a cabeça. “Quer dizer, uau, um SEAL, Carson. Estou muito
impressionada. Que fez você decidir ir para a Marinha?”
Parei por um instante, perguntando-me se a completa honestidade era uma boa ideia
ou uma má. Finalmente, eu respondi: “Você.”
“Eu?” ela suspirou.
Eu balancei a cabeça. “Depois daquele fim de semana, Grace, eu queria ser mais. Eu
queria ter algo para oferecer a alguém como você.” dei de ombros e olhei para ela. Ela
estava olhando para mim com os olhos arregalados, sua boca ligeiramente aberta, como
se tivesse estado a ponto de dizer algo, mas recuou.
“De qualquer forma.” eu disse. “A ideia da marinha veio a mim em um tipo de clarão e
eu só fiz isso antes que realmente tivesse tempo para pensar.” eu ri.
Ela soltou um suspiro. “Eu não sei o que dizer. Que eu, bem, estou honrada... que
você me considere o catalisador para mudar a sua vida de uma forma tão positiva.” ela fez
uma pausa “Isso soa completamente idiota. Eu só estou... obrigada por me dizer isso.”
Eu sorri para ela. “Não leve muito crédito. Fiz todo o trabalho duro.”
Ela riu. “Sim, você certamente o fez.”
Ambos sorrimos um para o outro na cabine escura.
“Então.” ela disse. “Como é que você acabou de segurança em Las Vegas?”
“Eu e meu amigo Leland fomos feridos na mesma emboscada. Sua família é dona do
Trilogy. Ele foi dispensado da Marinha e me perguntou se eu gostaria de vir para Las
Vegas com ele e enfiar a cabeça do trabalho de segurança. Parecia uma boa oportunidade.”
dei de ombros. Havia muito mais do que isso, mas eu não podia dizer a ela essa parte,
agora não.
“Onde você se machucou? O que aconteceu?” ela perguntou em voz baixa.
“Eu levei um tiro nas costas.” disse eu. “Felizmente, a bala atravessou direto, com
danos internos mínimos. E minhas mãos ficaram queimadas.” segurei mais apertado, na
penumbra do carro, mesmo que eu mal pudesse ver a cicatriz do lado da palma de meus
dedos.
Grace respirou. “Meu Deus...”
“Espere.” eu disse, mudando de assunto. “Você conseguiu toda a minha história
durante a viagem de carro para o jantar. O que vamos falar agora?”
Ela riu. “Nós provavelmente vamos descobrir alguma coisa.”
Sorri quando entrei na garagem de estacionamento e dirigi em por alguns pisos antes
de encontrar uma vaga. Em poucos minutos, as coisas ficaram fáceis e confortáveis com
Grace novamente.
Saímos da minha caminhonete e começamos a caminhar para o elevador.
“Para onde vamos?” perguntou ela.
“Bem, eu não fiz reservas exatamente. Mas eu tenho três ou quatro ideias para você
escolher de que não deve precisar de uma reserva.”
“Podemos comer cachorro-quente?” ela deixou escapar.
Eu ri e olhei para ela. Ela estava sorrindo.
“Sério?” eu perguntei, levantando uma sobrancelha.
“O quê? Você não gosta mais de cachorros-quentes?” ela perguntou quando paramos
em frente ao elevador.
“Eu amo cachorros-quentes. Eu só acho que não comi cachorro-quente desde... bem,
desde que estive com você.”
Ela riu. “Eu também não! Vamos fazer isso.”
Olhei para ela. Deus, ela era tão bonita. Minhas mãos estavam coçando para tocá-la.
Eu agarrei-as ao meu lado.
Alguns segundos depois, a porta do elevador se abriu e nós entramos. Então ele
sacudiu iniciando sua descida, meus olhos encontraram Grace e nós dois rimos, sabendo
exatamente o que o outro estava pensando.
Aqui estava eu, pegando um elevador com Grace Hamilton novamente. A vida era
selvagem.
Nós saímos quando as portas se abriram e caminhamos até a entrada da rua. Era
dezembro e o ar estava fresco, mas não frio, clima perfeito para andar.
“Você vem muito para a rua?” perguntei quando fomos em direção da Pink's.
Ela balançou a cabeça. “Raramente. Minha melhor amiga, Abby, e seu marido, vieram
para o Ação de Graças e eu os trouxe para passear aqui, mas Abby está grávida por isso foi
uma turnê calma em Vegas.”
“A companheira de quarto com quem você vivia quando a conheci, certo?”
Ela olhou para mim, parecendo um pouco surpresa e acenou com a cabeça.
“Seu noivo nunca a leva para comer um cachorro-quente?” eu tive que trazer isso à
tona. Eu tinha que saber como era o relacionamento com ele. A palavra em si, noivo,
contava uma história. Mas não necessariamente contava toda a história.
Ela mordeu o lábio, sem olhar para mim. “Alex é uma pessoa mais caseira, acho que
se poderia dizer.” foi tudo o que ela disse, mas eu pensei ver um olhar de decepção tomar
conta de suas feições. Interessante.
Chegamos ao Pink’s e eu segurei a porta aberta para ela. Grace sorriu para mim
enquanto passava.
A anfitriã nos levou a uma mesa e eu puxei a cadeira de Grace para ela. “Milady.” eu
disse.
Ela riu quando eu deslizei-a para perto da mesa e peguei o meu próprio assento. Nós
dois tiramos nossos casacos e quando o garçom se aproximou ambos pedimos uma
cerveja.
“Então me fale mais sobre por que você decidiu se tornar uma promotora.” disse eu.
Ela olhou para baixo e brincou com o guardanapo por um minuto antes de responder:
“Na verdade, Carson, tenho que lhe agradecer por isso. Depois que nós conversamos sobre
isso aqui.” ela acenou com o braço em direção à janela, indicando Vegas “Eu percebi que
era o que realmente queria. E eu fiz isso acontecer. Então... obrigada.”
Eu me inclinei na minha cadeira e sorri. “Sério?”
“Sim, de verdade.” ela sorriu para mim. “De qualquer forma, consegui o meu primeiro
emprego em DC, mas simplesmente não havia nenhuma abertura no tribunal que eu
queria estar e então comecei a procurar em diferentes cidades e acabei aqui, e adoro isso.
Eu realmente, realmente amo.”
Eu sorri para ela. “Isso é ótimo, Grace.”
Ela piscou para mim, parecendo que algo tivesse ocorrido com ela. “Seu amigo...”
disse ela.
“Podemos falar sobre isso outra hora, ok? É uma situação estranha, mas... vamos
aproveitar esta noite.”
Ela assentiu, franzindo os lábios ligeiramente. O garçom chegou com as nossas
cervejas e anotou nossos pedidos.
Quando o garçom se afastou, Grace disse: “Isso é o que você pediu a última vez.” ela
sorriu.
“Eu sei. Você pediu a mesma coisa também.”
Ela balançou a cabeça e riu.
Eu segurei minha cerveja para cima. “Ao destino.” eu disse. “Ele é um filho da puta de
complicado.” eu quis dizer isso em mais maneiras do que poderia explicar.
Ela deixou escapar um suspiro e levantou as sobrancelhas. “Isso é uma maldita
certeza.” disse ela e tocou minha garrafa, sorrindo para mim e inclinando a cabeça.
Nossa comida chegou poucos minutos depois e Grace mergulhou no lanche. “Veja.”
disse ela com a boca cheia de cachorro quente com queijo chili. “Eu aprendi com a última
vez.”
Eu ri para ela e mergulhei no meu também. Eu podia sentir queijo escorrer no meu
queixo e algo grudado do lado da minha boca.
Grace colocou a mão sobre sua boca e riu alto, os olhos dançando. “Como no mundo
que você não consegue isso ainda, Carson Stinger?” ela riu. Eu sorri para ela, mas, em
seguida, o sorriso desapareceu de seu rosto e ela só ficou olhando para mim, seus olhos
vagando até a minha boca quando a limpei com o guardanapo. Ela lambeu o lábio inferior
e eu senti o salto do meu pau na minha calça. Porra.
“Grace.” eu comecei.
“Que seja!” ela disse alegremente, cruzando as pernas sob a mesa. “Esta era uma ideia
realmente boa. Preciso comer mais cachorros quentes.” ela parou e franziu a testa. “Quero
dizer, você sabe, nunca se pode comer muitos cachorros-quentes.” ela franziu a mais a
testa. “Quero dizer, você provavelmente pode. Provavelmente há um limite de cachorro-
quente recomendado, mas eu fico muito abaixo...”
Eu ri alto. “Ok, Botão de Ouro, você pode parar agora.” eu disse.
Seus olhos voaram para os meus e suas bochechas ficaram coradas de rosa. Olhamos
um para o outro em silêncio por vários segundos antes que ela finalmente sussurrasse:
“Eu senti falta disso.”
“Eu também.” eu disse calmamente.
“Por que você me chama de Botão de Ouro, Carson?” ela perguntou em voz baixa,
com os olhos ficando ainda maiores.
Eu sorri levemente. “Talvez seja porque você é tão bonita quanto uma flor.” eu disse.
Ela olhou para mim por um alguns segundos, abriu a boca como se quisesse dizer
alguma coisa e, em seguida, fechou-a. Ela balançou a cabeça um pouco, como se para
limpar sua mente. “Carson, eu sou comprometida.” disse ela.
Meu queixo ficou tenso. “Sim, Grace, eu sei disso.”
Ela procurou meu rosto e, em seguida, balançou a cabeça ligeiramente e olhou para
baixo novamente. “Eu sinto muito, isso soou mal-intencionado... ou algo assim. Eu não
quero dizer que você...”
“Grace.” eu interrompi. “Está tudo bem. Realmente. Eu entendi você, tudo bem?
Vamos falar de outra coisa. Estou me divertindo com você.”
Ela assentiu com a cabeça, sorrindo ligeiramente. “Ok, muito obrigada.”
Eu balancei a cabeça e, em seguida, dei mais uma grande mordida desleixada do meu
cachorro-quente. Ela sorriu e, em seguida, fez o mesmo com a dela.
Terminamos a nossa comida e o garçom veio e limpou a mesa. Nós conversamos
sobre a vida em Las Vegas por alguns minutos, até que cada um de nós terminou sua
cerveja. Quando o garçom veio com a nossa conta, paguei e começamos a nos levantar
para sair, colocando nossos casacos.
“Isso foi muito divertido.” disse Grace.
Eu sorri para ela. “Sim, foi. Eu me perguntei durante muitos anos como você estava e
é ótimo vê-la tão feliz.”
Ela fez uma pausa, sorrindo, mas parecia tensa. “Eu sou. E mesmo aqui. É muito bom
vê-lo indo tão bem, parecendo assim... também.”
Olhamos um para o outro por alguns instantes e, em seguida, ela mexeu-se,
quebrando o feitiço. Fomos para a porta.
“Você quer passar pela fonte Bellagio?” eu perguntei a ela. “Para relembrar os velhos
tempos?” eu sorri.
Ela riu. “Por que não? Eu não ter estive lá desde... bem, você sabe, depois de você.” ela
olhou para mim, seu sorriso desaparecendo.
Caminhamos em silêncio por alguns minutos antes que ela dissesse: “Então, Carson,
posso perguntar uma coisa?”
“É claro.” eu disse quando começamos a atravessar a rua.
“Você fez aquele filme que você estava programado na parte da manhã depois que
você foi embora de Vegas?” ela perguntou em voz baixa. Eu olhei para ela que baixou os
olhos, mas não parava de olhar para frente.
Hesitei em responder-lhe quando conseguimos passar de um pequeno grupo de
pessoas, e então peguei a mão dela e puxei-a para um local vazio na borda do parapeito de
pedra com vista para o Lago Bellagio.
Paramos e ela puxou a mão de volta, olhando para o meu rosto. “Eu apareci.” eu disse
em resposta à sua pergunta.
Seus olhos corriam longe dos meus, mas quando eu continuei com: “Mas eu não
segui com as filmagens. Saí e não voltei mais.” seus olhos corriam de volta para o meu
rosto e eu pensei que eu vi seus ombros relaxarem.
“Oh.” ela disse. “Bem, isso é... bom.”
Eu balancei a cabeça, e não quebrei o contato visual. Deus, eu queria tanto beijá-la.
“Eu vi seus filmes.” ela deixou escapar, com os olhos arregalados.
Eu congelei, meus olhos estreitando. O. Que? Foda-se?
Ela levou as mãos ao rosto e olhou para baixo. “Eu sinto muito. Isso foi altamente
inapropriado para dizer... eu...”
“Por que você viu os meus filmes, Grace?” eu perguntei em voz baixa. Eu odiava
saber que ela os tinha visto. Eu odiava pensar nela sentada em seu computador me
assistindo foder outras mulheres. Isso me fez sentir mal. Eu olhei para longe, para fora da
água. “Caramba, Grace, por que você faria isso?” eu murmurei.
A sensação que não sentia há realmente um maldito longo tempo deslizou seu
caminho através de minha barriga - vergonha. Eu já tinha passado por isso, e por isso o
senti agora, na frente da Grace, é uma porcaria.
O que ela pensava de mim agora que já tinha visto isso? Meu maxilar ficou tensa. Me
senti tão longe daquela vida, tão distante do que eu estava agora. Mas Grace não
necessariamente o via dessa forma.
“Ei.” ela disse, inclinando a cabeça para o lado para chamar minha atenção. Eu me
virei em sua direção. “Eu sinto muito. Eu não deveria ter dito isso. Foi há muito tempo,
e...”
“Por que você fez isso?” eu perguntei tentando relaxar.
Ela balançou a cabeça ligeiramente. “Na época, acho que eu só precisava de um
lembrete sobre por que eu não deveria contatá-lo.” disse ela, com os olhos cheios de
tristeza.
Eu respirava asperamente e me virei para encará-la totalmente. “Sentiu minha falta?”
eu perguntei.
Ela assentiu com a cabeça. “Muito, Carson.” ela disse suavemente.
“Eu também.” eu disse calmamente de volta. “É por isso que fui vê-la antes de ser
enviado para o exterior. Eu queria lhe dizer.”
Ela sorriu tristemente e abriu a boca para dizer alguma coisa quando um coletivo
“Oooh” soou do grupo ao nosso redor e começou o show de água.
Ficamos assistindo por alguns minutos e, em seguida, mudei-me mais perto de Grace,
nossos lados mal tocando, mas o seu calor parecia que estava me queimando, movendo-se
através de mim, levando-me de novo. Eu queria passar por trás dela e segurá-la em meus
braços como se fiz na última vez que estivemos aqui. E queria levá-la de volta para a
minha casa e então freei essa linha de pensamento. Isso só levaria a dor em vários níveis
diferentes, principalmente no momento, um caso sério de bolas azuis.
Ela olhou para mim e nossos olhos se encontraram, passou algo elétrico entre nós.
Ela se virou rapidamente como se tivesse sido sacudida e respirou fundo. “Nós
deveríamos ir.” disse ela.
“Ainda não acabou.” eu disse calmamente de volta.
Ela arregalou os olhos e os lábios entreabertos ligeiramente enquanto apreciávamos
um ao outro. Eu gesticulei a cabeça em direção à água. “O show.” eu disse calmamente.
Ela piscou como se estivesse saindo de um transe. “Eu... eu trabalho cedo. Devo...
chegar em casa...” ela parou.
Eu olhei para ela por mais alguns segundos. “Ok.” eu disse, virando-me e levando-a
através da multidão de pessoas ainda olhando a luz e a água.
Voltamos para a minha caminhonete, e eu segurava a porta aberta para ela e tomei-
lhe a mão para ajudá-la a subir no interior. Outra onda de calor passou por nossas mãos e
ela olhou para mim rapidamente, seus lábios separando-se levemente. Ela retirou a mão e
ficou lá dentro. Eu andei até o meu lado, entrei e liguei o motor.
Sai da garagem e comecei a dirigir de volta para Summerlin. Nós dois estávamos
tranquilo, imersos em nossos próprios pensamentos. As linhas do corpo de Grace
pareciam tensas na minha visão periférica. Ficou claro que ainda tínhamos a mesma
química que tivemos a última vez em que estivemos juntos. Eu queria vê-la novamente.
Mas como deveria acontecer exatamente? Eu não tinha perguntado muito sobre seu
noivo, mas percebi que embora ele possa aceitar um jantar fora com um ‘velho amigo’ ele
provavelmente iria questionar dois. Ele também provavelmente desaprovaria eu beijar
sua noiva contra a porta de sua casa, quando a deixasse. Mas eu tinha visto alguns sinais
que, noiva ou não, Grace não poderia ser completamente oposta àquela ideia, pelo menos
não fisicamente. Necessidade estava bombeando através de meu sangue e eu não podia
fazer nada sobre isso.
A volta foi rápida enquanto nós dois observávamos a paisagem passar pela janela.
Quando parei na Summerlin, olhei para Grace e ela estava mordendo o lábio novamente.
“O que você está pensando?” eu perguntei em voz baixa. O clima entre nós havia
mudado.
Ela ficou em silêncio por um minuto antes ela disse: “É provavelmente melhor se nós
não nos vermos outra vez.”
“Melhor para quem?” eu perguntei. Uma mistura de raiva e medo enchendo meu
peito.
Ela olhou para mim. Eu poderia apenas imaginar a sua expressão facial tensa na
cabine escura. Parei em frente a sua casa e mantive o motor desligado.
“É melhor para mim.” disse ela. “Passar tempo com você hoje à noite, me trouxe...”
ela parou.
“Trouxe o que, Grace?” eu perguntei em voz baixa, aproximando-me dela, suas
palavras fazendo a ansiedade no meu peito desaparecer um pouco, esperando que ela
assumisse.
Ela fechou os olhos por algumas batidas. “Não.”
Eu parei. “Não o quê?”
Seus olhos se abriram e olhamos de um para o outro. “Assim não.” ela sussurrou.
“Termine isso, Grace.” eu disse, de repente, cheio com uma intensa possessividade e
propósito. Por que o destino nos trouxe de volta juntos só para ter que nos separar uma
segunda vez? Eu não queria dizer adeus a ela novamente. Havia razões pela qual deveria,
eu sabia disso. Mas todas as outras razões sobre seu maldito noivo pareciam distante e
sem importância.
Ela sufocou uma gargalhada amarga. “Terminar isso?” ela repetiu.
“Sim, o seu noivado, termine-o.” eu disse, movendo-me mais perto e colocando a mão
na parte de trás do pescoço e puxando seu rosto para o meu. Seus olhos desceram para os
meus lábios.
“Pare.” ela sussurrou, parecendo desesperada, com a voz embargada.
Eu congelei e depois recuei, soltando seu pescoço. Seus olhos voaram até os meus e
um pequeno som surgiu de sua garganta antes de ela enfiar o rosto no meu, levando sua
própria mão e envolvendo-a ao redor do meu pescoço para me puxar para mais perto.
Nossos lábios se conectaram e um suspiro trêmulo passou entre nós. Eu não tinha ideia
de quem originou. Tudo o que eu sabia era que a mistura de luxúria e alívio me inundou
ao sentir sua boca na minha, era tão intensa que todo o meu corpo vibrava.
Ela enfiou a língua na minha boca pela primeira vez quando chegou mais perto de
mim, para que nossos peitos estivessem mais pressionados. Engoli os sons sensuais que
ela fez enquanto nossas línguas se encontraram e emaranharam-se, saboreando um ao
outro, golpeando e acariciando. Eu me re-familiarizei com o gosto dela, a sensação de sua
boca se movendo na minha, os minúsculos sons que ela fazia. Deus, eu tinha sentido falta
disso, tudo nela, tudo.
Ela recuou com um pequeno soluço. “Isso não está certo. Eu sabia que você ia fazer
isso comigo.” ela disse com voz embargada.
Fiquei em silêncio por um segundo, tomando consciência, raiva enchendo meu peito.
“Fiz isto para você?” eu perguntei. “Botão de Ouro, acho que você foi a única que me deu
um salto.”
Sua cabeça virou-se, os olhos se estreitando. “Eu... você! Eu...” ela fez um som
frustrado de raiva em sua garganta e começou a alcançar a porta da cabine.
Estendi a mão e agarrei a mão dela.
“Termine.” eu repeti de novo, só que desta vez eu disse em voz baixa, o mais
suavemente possível.
Ela olhou para mim por um alguns instantes, abriu a porta e fugiu para dentro de sua
casa. Observei a porta fechar-se atrás dela.
Eu liguei minha caminhonete e rugi. “Foda-se!” eu gritei. Isso não tinha começado
bem.
Capítulo Vinte e Cinco

Grace
Bati a porta de minha casa atrás de mim e dei um suspiro profundo e trêmulo. Isso
não tinha ido bem.
A pior parte foi que isso tinha ido bem por um tempo. Tinha me divertido com ele.
Tinha rido mais do que há muito tempo. Mas, então, a maldita tensão sexual entrou e
estragou tudo. Como tinha duvidado que iria? Este era o maldito Carson Stinger que
estavámos falando aqui. Tinha me enganado novamente porque queria sair para jantar
com ele. Eu era uma idiota. E o tinha beijado.
Oh, meu Deus. Isso era traição. Eu tinha enganado Alex. E Carson estava certo, fui eu
quem pulou em cima dele. Tinha dito a ele para parar e ele tinha, e depois a decepção
gritante que tinha me enchido era tão intensa que praticamente o ataquei, como se
estivesse sufocando e sua boca continha a vida que salvaria meu ar. Deixei escapar um
soluço. Estava tudo arruinado agora também. Tinha chegado a um bom lugar no que se
refere a Carson. Nós nos separamos pela primeira vez sabendo que não poderíamos ser
uma parte da vida do outro, mas sob estas circunstâncias, separar-se nos melhores termos
possíveis. E estava agradecida pelo papel que ele desempenhou na minha vida. Quando
ele vinha à mente, pensava nele com carinho... eu acho. Mas agora! Tínhamos apenas que
nos separar de novo, só que desta vez, não em boas condições. Isso tinha arruinado tudo.
Só assim, estava de volta a sentir emoções desagradáveis por Carson Stinger. Fui para
meu sofá com as pernas que pareciam de borracha e afundei nele, nem mesmo me
preocupando em tirar o casaco.
A raiva me encheu. Por que tenho que correr para ele de novo? Por que ele tem que
viver em Vegas? Estava tudo indo bem comigo - feliz, muito bem! E de repente ele estava
de volta, balançando a minha vida, fazendo-me perguntar coisas de novo, exatamente
como ele tinha feito pela primeira vez. Raiva me encheu. Peguei o celular da minha bolsa.
Eu iria ligar para ele e dar-lhe um pedaço da minha mente. Quem exatamente ele pensava
que era de qualquer maneira? Quão arrogante poderia ser uma pessoa? Pedindo-me para
cancelar meu noivado cinco minutos depois de voltar para minha vida? Sério? Olhei para
meu telefone e, em seguida, joguei no sofá quando percebi que nem sequer tinha o
número dele de qualquer maneira. Tomei uma respiração profunda. Isso era
provavelmente o melhor. Uma ligação irritada pode ser tão má quanto mensagens de
texto bêbada. Má ideia de qualquer maneira. Fui para meu quarto e me preparei para
cama. Este dia precisava acabar.

***
Meu despertador tocou às cinco da manhã e me arrastei para fora da cama. Não tinha
dormido bem. Nem um pouco. Estava irritadiça e sim, ainda irritada. Não conseguia
identificar exatamente o que me irritava tanto que não fosse o fato de que Carson tinha
conseguido inclinar meu mundo no seu eixo de novo. Eu deveria ter saído do hotel como
um morcego do inferno no segundo que coloquei os olhos sobre ele, de pé ali em todo a
sua musculosa, beleza masculina. Ele era o diabo. Umas vezes doce, diabo engraçado,
verdadeiro. Mas não era assim como o próprio Lúcifer? Isso era o que ele atraiu em você,
pronta para desistir de sua alma para provar daqueles lábios pecaminosos, mostrando
aquela covinha maldita na medida extra. Saí do chuveiro e enrolei numa toalha em volta
do meu cabelo e meu corpo, e então arremessei-me para baixo na minha cama. Estava
sendo muito dramática aqui. Ok, então ele tinha me tirado o equilíbrio. Mas e daí? Tudo o
que tinha a fazer era deixar claro para ele que estava feliz com a minha vida, não ia
cancelar o meu noivado por ele, um homem a quem tinha passado um fim de semana
com mais um momento – o homem que realmente não conhecia quando você chegou até
a ele. Ou conhecia? Fiz uma careta para mim mesma.
O que eu realmente sabia sobre Alex? Sabia da sua família. Eles moravam em San
Francisco e encontrei-me com eles várias vezes, quando visitaram Alex em Las Vegas.
Adoráveis pessoas. Sabia que Alex queria ser advogado desde que era criança. Ele era
gentil, doava para instituições de caridade e gostava de ler romances policiais. Ele era um
advogado brilhante. Nós nunca brigamos e ele sempre foi atencioso. Ele era chato como
Abby havia dito? Ok, talvez um pouco, se fosse totalmente honesta. E dai? Ele também
era estável e sólido e não tinha as minhas emoções em queda livre constante como
algumas pessoas faziam. Eu não faria mal a Alex, eu não podia.
Vesti meu terno cinza escuro e fiz a minha maquiagem. Então arrumei o meu cabelo
seco e fiz um coque torcido. Parei e olhei-me no espelho e decidi mantê-lo em seu lugar.
Tirei meu casaco, peguei um bagel, deslizei em meus saltos ao lado da porta e tranquei-a
atrás de mim.
No caminho para o trabalho, fui ao drive-thru do Starbucks e pedi um café com leite
grande. No momento que tinha bebido metade do meu café, me senti melhor, mais calma.
Só precisava me lembrar de alguns fatos importantes. Carson havia cumprido seu papel
na minha vida todos esses anos. Ele me ajudou a perceber algumas coisas, coisas
importantes que fizeram a minha vida melhor. Mas ele era do meu passado. Alex era o
meu futuro. Alex também não era um astro pornô como Carson foi, que provavelmente
tinha uma mulher diferente em sua cama todas as noites da semana. Segurei o volante,
sentindo outra onda de raiva. Queria gritar com ele. Olha o que ele estava fazendo
comigo! Estava como uma pessoa louca. Fiz um estímulo da decisão de momento. Fiz
uma série de voltas e entrei na garagem de Trilogy. Precisava acabar com isso
imediatamente. Ele precisava saber exatamente como eu me sentia a respeito dele. Ficaria
calma mas firme e reiteraria a ele o fato de que estava cem por cento certa sobre o
casamento com Alex. Não poderia viver, não conseguiria me concentrar, se isso não fosse
colocado de lado. Eu só queria a minha vida de volta como era há dois dias.
Estacionei meu carro e dirigi-me lá para cima, tecendo através do lobby e do cassino
até que estava no corredor, onde seu escritório estava localizado. A porta estava fechada.
Talvez ele nem sequer tivesse chegado tão cedo. Fiz uma pausa, mas respirei fundo e bati
duas vezes na porta. Ouvi vozes e alguma briga. Alguns segundos depois, a porta foi aberta
e Carson estava ali numa calça de terno e uma camisa clara e branca, uma menina num
pequeno uniforme cocktail dourado aparecendo atrás dele, endireitando sua roupa. Seus
olhos se encheram de surpresa quando ele me viu.
“Obrigada, patrão.” disse a garota, parando para limpar algum fiapo imaginário da
camisa de Carson e depois piscando para ele, olhando para mim e dando a volta em nós.
Carson acenou para ela e se virou para mim, o calor enchendo seus olhos.
“Oi.” ele sorriu, levando-me em seu escritório e fechando a porta atrás de nós.
“Você estava... aqui... com aquela garota?” exigi.
Carson parou na beirada da mesa e cruzou os braços, seus bíceps puxando o branco
algodão de sua camisa apertada. Divertido, e algo que se parecia com satisfação iluminou
seus olhos e ele riu.
“O que é engraçado?” perguntei.
“Você. Você está com ciúmes.”
“Ciúme?” eu gaguejava. “Eu não estou enciumada. Só não vejo como você pode me
pedir para cancelar meu noivado na noite passada e, em seguida, estar aqui com outra
garota, esta manhã!”
“Você cancelou o seu noivado?” ele perguntou.
“O quê? Não! Não” disse, balançando a cabeça.
“Não?”
“Não.”
Olhamos um para o outro por algumas batidas, meu pulso levantando mais um ponto
e seu maxilar saltou.
Levantei-me mais alto, evocando a minha decisão e colocando minhas mãos em meus
quadris. “Eu só vim aqui para dizer-lhe que não podia ver você outra vez.”
“Você já me disse isso na noite passada.” disse ele.
“Sim, bem, eu disse, mas estou dizendo a você novamente. Para me certificar de que
você me ouviu.”
“É por isso que você veio aqui? Para certificar-se que ouvi?” ele perguntou,
estreitando os olhos.
Balancei a cabeça. “Hmm hmm. Para me certificar de que você me ouviu.” repeti.
“Estava a dois metros de distância de você quando você disse isso, Grace.”
Revirei os olhos. “Bem, sei que você me ouviu. Mas quero ter certeza que você sabe,
você me ouviu.”
Carson olhou para mim, seus olhos se estreitaram e seu peito subindo e descendo de
forma constante. Poderia praticamente ver as rodas girando dentro da cabeça dele.
De repente, ele levantou-se da borda da mesa e caminhou em minha direção.
Recuei, mas ele continuou chegando até minhas costas baterem na parede. Meu
pulso disparou e eu chupava o ar. O delicioso cheiro dele à sabão limpo e Carson Stinger,
de repente estava ao meu redor, me intoxicando.
“Sim, ouvi você, Botão de Ouro. Você me ouviu quando disse que não concordo?”
perguntou ele.
Ele se inclinou para mim, levantando o meu queixo com um dedo para que nós
olhássemos um para o outro olho do olho. Ele me estudou por alguns segundos. “Olhe
para você, Botão de Ouro. Você está trabalhando tudo – seu cérebro vai um milhão de
milhas por minuto, não é? Você tem tentado resolver este problema em sua cabeça, desde
que pulou para fora da minha caminhonete na noite passada, não é? Talvez desde que
você saiu deste hotel na tarde de ontem. Você está com tudo torcido, virado do avesso.
Como você dormiu ontem à noite, Grace? Você queria fechar esse seu cérebro? Dar o
controle para mim? Deixe-me levá-la até que estivesse sem sentido, a única coisa que
corresse em seu sistema fosse puro prazer? Não teria sido um doce alívio, Botão de
Ouro?” sua voz era como seda, fluía sobre mim, me fazendo tremer com desejo.
Olhei para ele enquanto seus olhos brilhavam para mim. Sim, eu queria isso. Deus,
eu queria tanto que doía. Eu o queria, precisava dele. A memória do que ele poderia fazer
para mim estava tão viva na minha mente, que queria gritar de frustração.
Carson se aproximou de mim, colocando as mãos na parede em ambos os lados da
minha cabeça, e trazendo sua coxa de modo que meu sexo estava descansando sobre ele.
Ele estendeu a mão para baixo e levantou minha saia para cima de modo que estava
pressionada firmemente para baixo sobre ele. Eu gemia com o prazer, apertando com
mais força, as minhas pálpebras tremulando fechadas. Deus, o que estava fazendo? De
repente, não conseguia pensar.
“Ele faz isso com você, Grace?” ele inclinou-se e sussurrou em meu ouvido. “Você
grita o seu nome quando goza?” meus olhos estavam pesados e estava vagamente
consciente de que estava movendo em sua perna, excitação pura pulsante move dentro de
mim. Deus, fazia tanto tempo.
“Responda-me, Botão de Ouro, ele faz isso com você?” Carson pressionou, parecendo
irritado agora. Meus olhos voltados para ele, mas deslizando para fora da sua pergunta.
Ele congelou e gritei em frustração. Ele levou a mão direita para baixo e levou um dedo e
colocou-o no meu queixo novamente, virando meu rosto até que fui forçada a olhar em
seus olhos. Ele estudou o meu rosto por um par de batidas. “Você não dormiu com ele.”
disse ele, finalmente, quase inexpressivo.
Meus olhos tentaram procurar em outro lugar, mas o resto de seus dedos surgiram
para segurar meu queixo, não me permitindo desviar o olhar. “Por que, Grace?” ele
respirou, seus olhos tão intensos, me senti como se estivessem escaldando-me.
Tentei balançar a cabeça. “Eu...eu...” eu sussurrei.
Ele estudou o meu rosto por alguns segundos e grunhiu, como se estivesse satisfeito
com algo que viu. E então a coxa começou a se mover contra o meu sexo de novo e gemi.
Estava perdida, o doce alívio do que ele estava trazendo-me sem consciência mais viciante
do que qualquer droga que poderia imaginar.
“Você quer que eu pare?” perguntou ele. “Se você quiser isso, é só dizer e vou parar.”
Balancei a cabeça de um lado para o outro. “Não, não pare. Não pare.” sussurrei, o
doce e inebriante prazer correndo em minhas veias.
Enquanto se movia, ele começou a falar: “Eu não vou jogar com você, Grace” ele
disse, sua voz suave e baixa. “Eu tenho um monte de merda que estou empurrando para o
lado, contra o meu melhor julgamento, para dar uma chance para nós.”
Suas mãos desceram da parede e subiu pelo meu peito, abrindo o meu casaco. “Por
quê?” eu respirava.
Ele riu. “Porque, aparentemente, quando se trata de você, sou um idiota.” disse ele,
mas ouvi o sorriso em sua voz, mesmo que meus olhos tenham se fechado novamente.
Suas mãos foram até meus seios e seus polegares esfregaram meus mamilos através
da blusa fina. Eu disse ofegante, um aumento de umidade descendo para o meu sexo.
Alguma coisa estava... eu deveria parar com isso, eu só... eu não conseguia pensar. Eu não
queria pensar. “Eu nunca poderia purgá-la de meu sangue, Botão de Ouro.” ele sussurrou.
Eu gemia. Eu podia sentir um orgasmo um pouco além do meu alcance e eu queria. Eu
queria tanto, estava desesperada. “Eu acho que nunca quis.” disse ele, movendo-se mais
perto da minha orelha. “Quero que você nos dê uma chance também.” disse ele.
Ele inclinou-se e começou a beijar o meu pescoço, os lábios tão suaves como
borboletas contra a minha pele, sua coxa circulando mais rápido contra o meu sexo, os
polegares movendo-se sobre os meus mamilos. Comecei a ofegar.
“Você já fodeu com alguém desde que transou comigo?” perguntou ele.
Fiquei sem cérebro, estúpida, nada importava exceto o prazer intenso um pouco além
do meu alcance. “Não, não!” admiti. “Ahhh. Oh Deus, Carson. Não, desde você.” sussurrei.
“Deus, eu gosto disso.” ele rosnou em meu ouvido e, em seguida, beijou meu pescoço,
lambeu e chupou a pele suavemente. Seus movimentos acelerados, me inclinando para o
limite, ondas intensas de prazer me inundaram, me fazendo tremer contra ele. Assim,
quando estava prestes a gritar, ele grudou sua boca em cima da minha, apreciando-me,
gemendo em si mesmo, enquanto eu ofegava em sua boca.
Enquanto acalmava, meu cérebro nebuloso compensava, e a realidade corria em
volta, olhei para cima em seus olhos atordoados.
Ele estava olhando para mim intensamente, seus olhos escuros com fome, mas com algo
doce também. Estava hipnotizada.
Ele abriu a boca para falar, quando houve uma batida forte na porta. Isso me trouxe
totalmente de volta à realidade. Engoli em seco e comecei a me mover para longe dele,
colocando minha saia para baixo, sobre meus quadris enquanto ele colocava sua perna
para baixo e se afastava de mim também. “Fique aí.” ele disse baixinho para mim. “Quem
é?” ele gritou.
“Sou eu, homem.” ouvi do outro lado da porta.
Carson praguejou baixinho e olhou para mim, seus olhos deslizando pelo meu corpo
para ter certeza de que eu estava decente, presumi. Ele abriu a porta. “Ei, Leland. Que
há?”
“Eles estão quase aqui.” ouvi-o dizer.
Carson fez uma pausa e deixou escapar um suspiro. “Ok, eu vou para lá.” disse ele.
Ouvi o homem do outro lado da porta soltar uma pequena risada. “Você tem uma
mulher ai dentro ou o quê?”
A realidade do que tinha acontecido tomou conta de mim. Alisei minha saia para
baixo e caminhei em volta de Carson, que se deslocou para a porta. “Hum, se tiver mais
alguma dúvida, vou ligar.” eu disse, dando um passo ao redor de um homem grande e
mais velho que nós, com cabelos escuros, quase preto, vestindo um terno azul escuro.
Peguei a expressão de surpresa em seu rosto, assim que me virei e comecei a andar
rapidamente de volta ao corredor, em direção ao cassino.
“Grace.” Carson chamou, mas o ignorei e acelerei, minhas pernas fracas enquanto
praticamente corria para meu carro. Conforme saía da garagem, esperei para virar para a
rua enquanto uma comitiva de limusines pretas e de SUV com bandeiras internacionais,
faziam o seu caminho na minha frente e desaceleravam para uma parada na frente de
Trilogy. Estiquei o pescoço para ver enquanto Carson saía pela porta da frente do hotel e
apertava as mãos de um homem saindo da primeira limusine. Supus que eram dignitários
estrangeiros que vinham para Vegas o tempo todo. Desviei o olhar e virei na outra
direção, afastando-me o mais rápido possível.

***

Carson

Estava sozinho na pequena sala. Fui até a esquina e parei o pequeno copo Dixie na
posição vertical. Ele tinha caído com o meu último arremesso. Voltei para minha cadeira
e sentei-me e apontei novamente.
“Ele atira! Ele marca!” disse baixinho enquanto meu centavo foi arremessado direto
para o pequeno copo.
Recuperei a moeda e disparei mais algumas vezes, arremessando facilmente cada
vez. Estava entediado. Fiquei olhando para a porta fechada durante alguns segundos e,
finalmente, caminhei até ela e virei a maçaneta.
Alguém estava normalmente aqui comigo, mas hoje não havia ninguém. Eles não
tinham tido qualquer extra para ‘tomar conta’ de mim. Revirei os olhos. Eu era apenas
uma criança. Tinha oito anos de idade. O homem da casa.
Sabia o que minha mãe estava fazendo e isso me deixava doente. Isso fazia o meu
estômago revirar ao saber que ela estava debaixo das cobertas com algum homem, nu,
enquanto faziam um filme. Ela se chamava uma atriz, mas tinha ouvido outras pessoas,
as pessoas que sussurravam nas minhas costas, chamavam-na de prostituta. Sabia o que
era uma prostituta, é claro. Eu sabia que isso significava que ela fodia com pessoas por
dinheiro. E eu sabia que era verdade. Toda vez que pedia a ela para parar de fazer o
trabalho que estava fazendo, ela gritava comigo e perguntava-me como eu esperava que
iria comer.
Imaginava que isso também significasse que ela fosse parar de tomar os
comprimidos e dormir a maior parte do dia. Escapei ao virar da esquina e ouvi a música
vinda da sala da frente. Também ouvi grunhidos e outros ruídos estranhos. Sabia que
eram sons de sexo, e que deveria voltar para o quarto como ela me disse para ficar. Mas
por alguma razão, as minhas pernas continuavam a avançar.
Virei minha cabeça e olhei em volta de um canto, meus olhos ficaram grandes e
coloquei a mão sobre a minha boca para me impedir de gritar. Minha mãe estava no
centro de uma cama e havia três homens ao seu redor, todos nus. Um deles estava atrás
dela, batendo suas partes íntimas nela e ela tinha pênis do outro homem em sua boca. O
homem à sua direita estava tocando a si mesmo e enquanto eu observava, ele grunhiu e
fluxos de xixi branco passavam em todo seu cabelo e no rosto.
Queria correr até ela e empurrá-los para fora dela. Queria chutá-los todos no rosto e
pisar neles. Um instinto de proteção por minha mãe surgiu em mim e botei pra fora um
pequeno som, lágrimas brotando nos meus olhos.
Corri em direção a ela e, de repente, ela estava na cama de costas e eu estava sobre
ela gritando: “Mãe! Mamãe!” ela estava espancada e quase morta, sangue escorrendo de
cada orifício. Ela olhou para mim através das pequenas aberturas de seus olhos
inchados e... sorriu. O sorriso mais doce que já tinha visto. Enquanto ela sorria com o
rosto transformado, as feições foram ficando mais jovens e mais bonitas. “Ara”
sussurrei.
Atirei-me na cama, ofegante. Meu telefone estava tocando.
“Alô.” disse, minha voz grogue, até para os meus próprios ouvidos.
Era Leland. “Hey Carson, a fiança de Josh foi definida. Dois milhões.”
Fechei os olhos por um instante. “Podemos cobri-la?”
“Nós, não. Trilogy? Sim. Estou indo para o banco agora. Só queria que você soubesse.”
“Ok, mantenha-me informado.”
“Eu o avisarei.”
Desliguei e cai de volta no meu travesseiro, olhando para o relógio rapidamente.
Tinha dormido depois de ter trabalhado até tarde na noite anterior, e, em seguida,
arremessei e virei a maior parte da noite quando finalmente cai na cama. Olhei para o
teto. Essa porra de sonho. Tive isso antes, mas não tinha há uns dois meses. Perguntava
se era porque Grace estava de volta a minha vida – mais ou menos. Merda, errei com ela.
Estava tendo momentos difíceis e me sentindo triste por isso, porque vê-la gozar era
fodidamente fantástico, mas eu a tinha assustado. Beijá-la na minha caminhonete na
noite anterior tinha me deixado todo possessivo, louco e com tesão de foder. Vamos dar
nome aos bois. E então, quando ela explodiu em meu escritório, falando sobre ele de
novo, eu tinha lidado com ela de uma forma que eu sabia que ela provavelmente
responderia e ela respondeu. E ela me pediu para não parar. Mas que raio, ela
provavelmente se arrependeu. E isso me fez sentir uma merda.
Havia descoberto que ela nunca tinha dormido com seu noivo. A porra da alegria
disparou pelo meu corpo com o conhecimento de que ele estava fora das cartas. Mas por
que não tinha? Essa era a pergunta. Precisávamos conversar. E quanto mais cedo, melhor.
Grace viveu em sua cabeça por muito tempo, e ela era dura consigo mesma. Eu sabia
disso no momento em que a conheci quatro anos e meio atrás. E agora ela estava
convencida de que era uma má pessoa que tinha feito algo imoral com seu noivo, que não
era totalmente falso. Mas isso não me ajudaria. Ela ia sentir-se culpada agora, e culpa não
era presságio nada bom para que ela dissesse a ele se mandar, como eu tinha pedido para
ela fazer. Precisava consertar as coisas. Eu a queria. Puro e simples. Tinha dito a ela que
estava empurrando um monte de merda de lado para dar a nós dois uma chance. Que era
verdade, mas não era... eu não poderia empurrar um monte de merda que estava
acontecendo para o lado, e uma parte dela, estaria pedindo-lhe para deixar de lado, ou
pelo menos aceitar. Merda, isso era complicado. Se ela tivesse acabado de me dizer que
queria o que eu queria, poderíamos tentar trabalhar com isso. Mas antes disso, não podia
arriscar. Isso simplesmente não era possível. Sim, nós precisávamos conversar.
Girei minhas pernas para fora da cama e dirigi-me para o chuveiro.
Capítulo Vinte e Seis

Grace
Trouxe minhas pernas debaixo de mim e puxei o cobertor em volta dos meus ombros,
recostando-me no sofá.
Tinha acabado de chegar em casa do escritório, depois de um dia de 12 horas, coloquei
meu pijama, liguei a TV, e puxei um cobertor em volta de mim. Eram oito horas e não
tinha jantado ainda, e estava morrendo de fome. Mas precisava de alguns minutos no sofá
e senti isso como uma prioridade.
Claro, a primeira pessoa que me veio à mente foi Carson. Tinha guardado com
sucesso os pensamentos dele ontem um pouco depois que tinha saído de seu escritório, e
então hoje também. Parte disso foi por autopreservação, mas sabia que outra parte foi do
orgasmo alucinante que tinha tido em cima de sua perna contra a parede. Eu gemia de
vergonha e levei minhas mãos até meu rosto, sentindo o calor no meu sistema subir
apenas com a simples lembrança. Deus, eu tinha-lhe dito que não podia vê-lo novamente
e, em seguida, pulei na sua perna como um cachorrinho cheio de tesão. Mensagem era
muito contraditória? Era além do humilhante. Eu era uma profissional. Aparecia no
trabalho todos os dias em ternos conservadores e sapatos confortáveis. No tribunal, eu era
eficiente e confiante. Na minha vida pessoal, pagava minhas contas em dia, ligava para o
meu pai pelo menos uma vez por semana, era uma boa amiga e uma pessoa honesta. Mas
então entra Carson Stinger e de repente era um louco caso perdido. Uma maluca. Uma
mentirosa, traidora que se deixou ser abusada contra a parede do escritório. E ele ainda
não teve que trabalhar muito para me fazer chegar lá. Eu tinha praticamente implorado a
ele. Estava constrangida e envergonhada de mim mesma. Mas a emoção esmagadora que
estava sentindo era tristeza. Eu tinha traído Alex. Eu era uma pessoa terrível. E pior, tinha
dito a Carson que não tinha dormido com Alex. Não deveria ter dito isso. Não era da conta
dele, mas isso iria dar-lhe a ideia errada. Não era que não fosse atraída por Alex - era só
que tudo foi tão rápido com a gente, tínhamos começado praticamente no dia em que me
mudei para Las Vegas, noivamos depois de apenas alguns meses e estávamos falando em
nos casarmos nesta primavera. Tínhamos feito outras coisas, é claro, eu só queria esperar
até que nos casássemos para ter relações sexuais. Ainda não tinha dito a Abby que
estávamos esperando, porque sabia que ela iria dar um sermão. E tudo bem, talvez seja
um pouco antiquado, mas por que não? Eu achava isso romântico.
E Alex, sendo o cavalheiro que era, estava bem com isso. Eu achei que a antecipação
adicionava algum tempero. Achei... então fui surpreendida em meus pensamentos com
uma forte batida na minha porta. Franzi minha testa. Quem diabos bateria assim?
Levantei-me, deixando o cobertor atrás de mim no sofá, caminhando para a porta
com minha calça de pijama algodão e top branco.
Eu não tinha um olho mágico na porta então falei “Quem é?”
“Sou eu, Grace.” ouvi uma voz profunda dizer. Merda! Carson.
Fiquei parada do outro lado da porta mordendo meu mindinho por um minuto,
pensando o que deveria fazer.
“Grace, abra a porta.” ele finalmente disse do outro lado. “Por favor.” acrescentou
depois de alguns segundos.
Suspirei e abri a porta com o ar frio da noite de dezembro me atingindo.
Carson estava lá, em toda a sua perfeição masculina, vestindo um jeans escuro e uma
jaqueta de couro. Ele estava tão lindo e eu odiei isso. Realmente odiei. Seria muito mais
fácil para despachá-lo se ele fosse um troll empoeirado. A vida era cruel. Os olhos de
Carson moveram pelo meu corpo e pararam em meus seios. Percebi que não estava
usando sutiã e tinha certeza de que o frio tinha feito os meus mamilos endurecerem.
Então, cruzei os braços.
“O que você quer, Carson?” perguntei. Eu estava cansada.
“Posso entrar? Só quero falar por um minuto e, em seguida, vou embora.” ele olhou
para mim suplicante.
Fiz uma pausa, mas dei um passo para trás, deixando-o entrar. Tínhamos necessidade
de colocar isso em pratos limpos, já que não tinha exatamente feito um trabalho muito
bom no dia anterior.
Ele passou por mim e, em seguida, ficou esperando quando fechei a porta. Não iria
bloqueá-la. Ele iria embora logo. Passei por ele e me sentei de volta no sofá, levando o
cobertor de volta ao meu redor.
Ele me seguiu e sentou-se no lado oposto do sofá, inclinando-se para frente, os braços
descansando em suas coxas.
“Josh Garner pagou fiança nesta manhã.” disse ele. “Acho que você sabe disso.”
“Sim.” disse de volta. “Um fiador depositou.” eu fiz uma careta. A fiança era muito
cara para um fiador. Achei que alguém deveria ter pagado isso. Eu não sabia quem. Mas
não falaria sobre isso com Carson. Se ele quisesse saber.
Ele balançou a cabeça, olhando para mim, mas não disse uma palavra. Parecia que
estava lutando com o fato de dizer alguma coisa. Finalmente, ele balançou a cabeça um
pouco e olhou para longe. Quando ele olhou de volta, ele disse: “Devemos falar sobre
ontem de manhã. Devo-lhe um pedido de desculpas.”
Deixei escapar um suspiro. “Carson...” eu me inclinei para trás, levando minhas mãos
ao rosto. Passei-as pelo meu cabelo e olhei para ele. Ele estava me olhando atentamente.
Eu dei uma pequena risada e balancei a cabeça.
“O quê?” perguntou ele.
“Você não me deve um pedido de desculpas. Eu o deixei fazer... aquilo. Eu queria que
você fizesse.” Eu olhei para longe. “Isso provavelmente ficou óbvio.” senti meu rosto
aquecer. “Mas...” continuei. “... não foi certo. Da minha parte. Não da sua. Não foi você
que fez promessas a alguém e quebrou-as.” com essas palavras, a tristeza passou por mim.
Eu era uma pessoa terrível.
Ele ficou em silêncio por um segundo com a testa franzida, parecendo estar lidando
com um enigma.
“O que estava tentando dizer com o meu pedido de desculpas...” disse ele em voz
baixa. “... é que sinto muito por ter sido tão brusco.” ele fez uma pausa, olhando muito
rapidamente, como se não tivesse certeza se realmente estava arrependido por isso.
Depois de alguns segundos, ele continuou. “Mas eu quis dizer cada palavra que disse.
Cada palavra. Nenhum jogo da minha parte”.
Balancei minha cabeça lentamente. “Carson, você tinha acabado de ficar com uma
garçonete em seu escritório antes de eu entrar!” eu gritei.
Ele balançou um pouco a cabeça, e em seguida, olhou para mim por um instante
antes que começasse a rir.
“Eu não estava fazendo nada com Kira. Sim, ela se joga em mim todos os dias da
semana, mas nunca a toquei.” ele fez uma pausa me estudando por um segundo. “Você
não percebeu isso depois do que nós fizemos?” ele perguntou, franzindo os lábios.
“Como poderia saber isso?” atirei de volta. “Eu mal te conheço.”
“Você me conhece melhor do que ninguém, Botão de Ouro.” Ele disse com os olhos
queimando. E então mais suavemente: “E eu a conheço melhor do que ninguém. Mesmo
depois de todo esse tempo.”
Fiquei de boca aberta. “Bem, isso é presunçoso. Acho que o meu noivo me conhece
melhor do que ninguém.”
Enquanto ele olhava para mim, vi uma pequena marca no seu maxilar. “De verdade,
Grace?” ele levantou uma sobrancelha.
Apertei os olhos. Sabia exatamente ao que ele estava se referindo. “Eu nunca deveria
ter dito isso. Não é da sua conta e me recuso a falar sobre isso com você novamente. Olhe
para nós! Não podemos mesmo passar três minutos juntos sem brigar ou beijar!”
Ele riu. “Isso é uma coisa tão ruim?” perguntou ele.
Apertei os olhos para ele, mas ele não disse nada. “Sim! Sim, é. Preciso me
concentrar... eu preciso... parar de trair o meu noivo!” eu disparei.
O rosto de Carson ficou completamente sério. “Você não está apaixonada por ele,
Grace. Não quero que você traia seu noivo também. Termine com ele.” ele olhou nos
meus olhos. “Por favor.”
Olhei para ele, as emoções correndo pelo meu corpo muito rapidamente e em grande
número para investigar. Uma batida leve soou. Eu pulei um pouco e os olhos de Carson
voaram para a porta. “Esperando alguém?” ele questionou.
“Oh meu Deus, Alex disse que ele poderia trazer o jantar. Pensei que tinha chegado
tarde demais. Provavelmente é ele.” falei.
Carson se levantou e eu pulei ao lado dele. “Termine com ele, Grace.” disse ele,
começando a ir para a porta.
“Espere!” sussurrei. “Você não pode abrir essa porta!”
Ele virou-se e caminhou de volta para mim em apenas alguns passos, segurando meu
rosto em suas mãos. Sua expressão era dura. “Eu não estive com mais ninguém.” disse ele
com os olhos estudando o meu rosto. “Ninguém depois de você.”
Meus olhos se arregalaram e minha boca ficou aberta. “O quê?” eu ri nervosamente.
Fui pega de surpresa, chocada. Como isso poderia ser verdade? Em quase cinco anos,
Carson Stinger, sexy pra caralho, safado, Deus do sexo, não ficou com qualquer outra
pessoa? Abri minha boca para falar e em seguida, mantive-a fechada. Ele continuou a
estudar o meu rosto, e eu continuei a estudar o seu. Finalmente, sussurrei “Por quê?”
Ele abriu a boca para falar quando uma segunda batida soou, desta vez mais alta.
“Isso não vai acabar bem. Por favor, você precisa sair pela porta dos fundos, Carson.” eu
sussurrei. “Você pode fazer isso em silêncio?”
Ele ficou olhando para mim por algumas batidas e em seguida, seu rosto abriu um
sorriso lento, aquela mágica covinha fazendo o seu pior. Deus, ele era... de tirar o fôlego.
Meu coração acelerou com a pura beleza disso. “Eu posso ter alguma experiência em
escapadas furtivas, Botão de Ouro.” disse ele, soltando o meu rosto e indo em direção à
porta de vidro que levava ao pequeno pátio na parte de trás da minha casa.
Fiquei de boca aberta com as palavras presas na minha garganta quando ele se foi.

***

Carson

Quando dei a volta do lado de fora da casa de Grace, ouvi a porta da frente ser aberta e
uma voz masculina dizer: “Entregas! Por que você demorou tanto tempo para responder?”
Ele soava como um maldito idiota. Eu balancei a cabeça ligeiramente. Isso não era
muito justo. Se Grace gostava dele, provavelmente era um cara decente. E essa era a parte
que fodia comigo ainda mais. Eu realmente queria odiá-lo.
“Oh, eu estava saindo do chuveiro!” ouvi Grace mentir.
Apertei meu queixo e caminhei para a minha caminhonete estacionada na frente da
casa do seu vizinho. Odiava esgueirar-me como se fosse algum tipo de ladrão. Mas eu
tinha muito claro o que queria. Agora só tinha a esperança de que ela descobrisse que
queria a mesma coisa. Apertei minha mandíbula. Talvez Grace e Alex não fossem foder,
mas ainda aposto que ele estava lá abraçando-a e beijando-a. Sim, eu realmente queria
odiá-lo. Subi na minha caminhonete e fiquei lá por um minuto. Tinha dito a ela que não
estive com ninguém também. Ela riu como se isso fosse a coisa mais inacreditável do
mundo. Acho que eu teria pensado assim também, se o último ‘eu’ que conhecesse fosse o
de cinco anos atrás. Eu queria explicar o porquê. Queria dizer a ela o eu que tinha
passado. Eu desejava abrir-me para Grace. Não tinha me aberto a qualquer pessoa desde
ela - não no verdadeiro sentido. Jesus, eu somente a queria em todos os sentidos
possíveis. Ela era agravante como todo o inferno, mas o que eu esperava? Tínhamos
corrido um para o outro, há três dias e estava pedindo a ela para mudar sua vida inteira
por mim. Mas estava disposto a fazer concessões por ela também. Ela só não sabia a
extensão disso ainda.
Liguei minha caminhonete e levei uns cinco minutos para chegar em casa. Todos
esses anos tinha pensado nela e não sabia onde ela estava, o que estava acontecendo em
sua vida. Agora sabia que ela estava a cinco minutos de mim. E doía mais saber disso do
que se estivesse a um continente de distância.
Capítulo Vinte e Sete

Grace
O Natal era em uma semana. Mergulhei em compras de última hora e no trabalho,
incluindo o caso Garner. O julgamento foi marcado para o final de janeiro e então tinha
tempo para preparar meu caso, não que houvesse muitas provas novas. A autópsia na
vítima havia voltado e a causa óbvia da morte era uma ferida a bala na cabeça, mas não
havia nenhum trauma físico, sem problemas de saúde ou drogas em seu sistema. Ainda
mais interessante, pelo que o relatório disse, era que ela era virgem. Isso deu uma
reviravolta em toda a teoria da motivação por pegar a prostituta errada. Ainda assim, a
evidência do DNA era inescrutável. O sangue do acusado estava no local no crime e o
sangue da vítima foi encontrado nas roupas em seu apartamento. Sem mencionar que a
bala retirada da vítima era da arma de Josh Garner. Não achei que precisávamos fornecer
um motivo com evidências como essas.
Não havia testemunhas para preparar diferentes relatórios e um especialista em DNA,
então eu sentia como se estivesse em vantagem no caso. O que era bom, porque tinha
tirado uma semana de férias para ir para casa no Natal. Alex iria comigo e eu mal podia
esperar para passar um tempo com a minha família, desfrutar do conforto do lar e da
tradição. Precisava disso para a minha sanidade mental. Estava com extrema necessidade
de sanidade mental.
Não tinha falado com Carson desde que ele tinha deixado minha casa pela porta de
vidro dos fundos há dois dias. Precisava de espaço. Tudo que veio com ele havia chegado
tão rápido, tão inesperadamente. Assim como da primeira vez. Acho que isso era nós. Não
que houvesse um nós. Mas ainda assim. Estava cambaleando. E ainda estava sentindo-me
culpada e frágil sobre o que tinha feito para Alex, algo que não tinha nenhuma intenção
de dizer a ele. Nós não nos casamos ainda. Sim, tecnicamente, eu sabia que tinha traído
ele. Mas será que isso realmente iria machucá-lo se nunca soubesse que uma vez sua
noiva havia beijado outro homem? Oh bem, e teve um intenso orgasmo na coxa
musculosa de outro homem enquanto ele segurava-a contra parede de seu escritório?
Gemia em voz alta com vergonha e dei um tapa minha própria testa enquanto estava
sentada na minha mesa de escritório. Deus, eu me odiava.
Aparentemente, Carson estava respeitando o fato de que eu precisava de espaço,
porque ele não tinha entrado em contato comigo. Isso era bom. Embora estivesse muito
curiosa sobre o por que ele não tinha ficado com outra mulher há quase cinco anos.
Queria perguntar-lhe. E tinha que admitir para mim mesma que um arrepio correu por
minha espinha sempre que pensava sobre isso. Era simplesmente porque ele esteve no
exterior a maior parte desse tempo? Deve ser isso. Ainda assim, não tinham mulheres
dispostas nos portos do mundo todo? E por que não tinha aceitado os avanços de Kira?
Quais eram os seus motivos? Eu não deveria me importar tanto em saber isso. Afinal,
tinha a minha própria vida agora e meu próprio homem para pensar. Não deveria estar
pensando tanto em Carson. Mas eu não podia evitar. Deus me ajudasse.
Também tinha me perguntando mais e mais, se Carson tinha algo a ver com o caso
contra Josh Garner. Eles eram amigos que tinham uma história militar e ambos tinham
se mudado para Vegas ao mesmo tempo, e essencialmente pela mesma razão. Isso não
significava que Carson sabia mais do que tinha dito a detetive Powers quando o
interrobamos. Mas eu tinha uma sensação de que ele sabia mais do que falou. Acrescente
isso ao fato de que outro companheiro de equipe, dono do hotel em que ambos
trabalhavam, com a grande fiança que foi paga, e as perguntas vinham na minha mente.
Algo incomodava o meu cérebro. Havia uma conexão, simplesmente não podia imaginar o
que poderia ser.
Suspirei alto e sentei na minha cadeira. Ficar longe por uma semana seria bom. Falar
com as minhas irmãs, ter uma melhor perspectiva sobre todo este aglomerado fodido de
situação. Sim, isso seria bom para mim. Exatamente o que eu precisava.
Trabalhei até as nove horas da noite. Alex tinha começado suas férias um dia mais
cedo, que ele gastaria com todas as compras de Natal até o último minuto e precisava do
dia para ir ao shopping. Assim como um homem. Eu me perguntava onde Carson passaria
o Natal. Sabia sobre sua mãe, e se a sua relação ainda era a mesma de quando o conheci,
então, certamente, ele não estaria voltando para LA, franzi a testa e balancei a cabeça
ligeiramente, tentando mandar os pensamentos de Carson para longe. Tudo o que ele
estava
fazendo no Natal não era problema meu.
Quando cheguei em casa naquela noite, mergulhei na lavanderia e arrumação, e no
momento em que terminei tudo isso, estava exausta. Alex me pegaria às cinco da manhã
do dia seguinte para pegarmos o nosso voo. Coloquei meu pijama e fui para a cama.

***

Carson

Sentei-me em frente a Josh quando ele se inclinou para trás no sofá no apartamento que
tinha arranjado secretamente. Estava no telefone com Leland. Respondi a pergunta que
ele tinha acabado de me fazer. “Sim, nós fizemos isso. Ninguém nos seguiu. Eu ligarei
quando estiver voltando.”
“Parece bom, obrigado, Carson.” disse Leland e desligou.
Apertei o botão ‘end’ no meu telefone e olhei para Josh.
“Como você está?” perguntei.
Ele suspirou. “Ótimo, Carson. As duas últimas semanas foram como um sonho que se
tornou realidade.”
Apertei os olhos para ele. “O que aconteceu, Josh? Nós não devíamos nos separar.
Regra número um.”
“Sim, não, merda. Porra, eu inventei essa regra.” disse ele amargamente.
Estudei-o. O cara estava sendo julgado por assassinato em primeiro grau. Ia dar-lhe
uma pausa. “O que aconteceu?” eu repeti.
Ele suspirou esfregando as mãos pelo seu rosto. “Vocês estavam fazendo o trajeto
para sair com a mercadoria. Estava limpando o último quarto do armazém, quando ouvi
uma menina chorando. Pensei que nós tínhamos perdido uma. Virei para trás e passei a
procurar e estava escuro, cara. A próxima coisa que lembro era que estava acordando em
uma casa abandonada com um nó na minha cabeça do tamanho de uma bola de praia. Fui
para casa, então a polícia estava batendo na porta uma hora mais tarde. Isso é tudo que
sei.”
Respirei fundo. “Assim como nós pensávamos. Uma emboscada. Porra. Você sabe que
nós voltamos para procurá-lo, certo? Nós percebemos que você sumiu, então voltei atrás
de você. Você desapareceu como um fantasma, Josh.”
“Eu sei que você nunca deixaria um homem para trás. Não duvido disso por um
segundo.”
Balancei a cabeça. “Ele sabia que estávamos chegando.” eu disse.
Josh suspirou, balançando a cabeça. “Sim. Ele deu a porra de um tiro na cabeça de
uma menina, Carson.”
“Ele é um filho da puta doente. Nós já sabíamos disso.”
Ele franziu a testa e, em seguida, respirou fundo, entrelaçando os dedos atrás da
cabeça e inclinando-se para trás. “Sim.”
Estudei-o por um segundo. “Tudo bem. Tenho que sair daqui. Nós vamos descobrir
isso. Dylan está trabalhando nisso, todos nós estamos tentando descobrir. Vamos dar uma
pausa nisso, ok? Estamos dando cobertura a você.”
Josh fechou os olhos por batida. “Nunca duvidei por um segundo.” ele olhou para
mim. “Obrigado, Carson.”
Balancei a cabeça e me levantei. “Fique aqui. Qualquer coisa que precise será
entregue. A polícia sabe onde você está, mas ninguém mais sabe e você não pode chegar
perto de Trilogy. Sem sair para pegar alguma mulher. Nem vá ao lado para encontrar a sua
vizinha bonita. Fique parado.”
“Parece divertido.” disse ele. “Feliz Fodido Natal.” mas quando fiz uma careta para ele,
ele disse: “Sim, sim, ficar parado. É o que tenho feito.”
“Ei, melhor que MRE numa caverna, certo?”
Ele riu suavemente. “Ruim. Mas sim.”
Sorri, balancei a cabeça e caminhei até a porta. Vinte minutos mais tarde, estava
entrando na garagem da Trilogy.

***

Entrei no escritório de Leland mais tarde naquela noite. “Você vai sair?” perguntou
ele.
Sentei-me na cadeira em frente a ele. “Não sei se deveria. Se há alguma coisa...”
“Não há. Se você ficar aqui durante o feriado, vai acabar indo para seu escritório. É
melhor não mostrar muito o rosto lá fora. Dylan vai ficar aqui para trabalhar na parte da
informática, mas não há nada que qualquer um de nós possa fazer para ajudá-lo com isso.
Além disso, se aparecer alguma coisa, você está apenas a seis horas de distância.
Provavelmente é melhor que você saia da cidade.”
Balancei a cabeça. “Tudo bem. As garotas estão sendo cuidadas?”
“Sim. Eu gostaria que tivéssemos alcançado todas elas antes do feriado. Não gosto de
ter que manter guardas no Natal. Mas essa é a maneira que tem que ser. Nós apenas não
conseguimos a papelada a tempo. Dylan fez tudo o que podia.”
“Eu sei. Merda, mas mais uma semana e tudo vai ser resolvido.”
“Certo. Tenha um Feliz Natal, cara.” ele se levantou e deu a volta na mesa para
apertar a minha mão e bater-me nas costas num abraço de irmão.
Eu sorri. “Você também, Leland.”
“Eu vou. Dirija com cuidado.”
Acenei e sai, fechando a porta atrás de mim. Peguei minha mochila do meu escritório
e fui para a minha caminhonete. Quinze minutos mais tarde, estava dirigindo para fora da
cidade. Eu me perguntava onde Grace estava passando o Natal. Ela não entrou em contato
comigo desde a noite em que fui embora da sua casa. Não iria persegui-la. Tinha deixado
bem claro o que queria. A bola estava com ela agora. Ainda assim, essa merda do caralho
doía. Tinha uma porrada de coisas acontecendo e ainda não conseguia parar de pensar
nela. Precisava sair da cidade.
Pressionei com mais força o acelerador, deixando Vegas atrás de mim o mais rápido
que pude.
Capítulo Vinte e Oito

Grace
“Eu juro que esqueci alguma coisa.” disse a Alex pela quinta vez.
“Querida, você já repassou a lista. Você não esqueceu nada. E se o fez, pode substituir
quando chegarmos lá. Relaxe.” ele bateu no meu joelho.
Balancei a cabeça distraída, quando as portas se abriram e a fila de pessoas do avião
começou a se mover para a frente.
“É...” parei pois ambos levantamos.
Alex pegou nossas malas pequenas do compartimento de bagagem e eu saí na frente
dele, tirando a alça da minha e puxando-a para cima, de modo que pudesse rodá-la atrás
de mim.
Tinha acordado sentindo-me nervosa e apenas desligada. Talvez estivesse ficando
doente. Não tinha certeza. Estava indo para casa pela primeira vez há algum tempo.
Deveria estar me sentindo relaxada e animada. Em vez disso, não conseguia afastar a
sensação incômoda de que tinha deixado algo para trás, de que algo estava errado.
Não ajudou que havia passado a noite inteira dormindo evasiva, incapaz de desligar o
meu cérebro. Era o excesso de cansaço, tinha que ser isso. Além disso, provavelmente
estava um pouco nervosa sobre esta viagem. Alex só tinha encontrado a minha família
uma vez quando eles foram para Vegas quando me mudei para lá. Nós tínhamos acabado
de começar a namorar naquele momento e todos saímos para jantar. Portanto, esta era
uma oportunidade para Alex realmente conhecê-los melhor. O que era bom... certo?
Mordi o lábio. Fomos até o terminal. Tínhamos uma parada de uma hora antes do nosso
próximo voo para Dayton, e por isso, decidimos comer num dos restaurantes perto do
nosso portão de embarque.
Começamos a descer numa escada rolante e olhei para as pessoas que viajavam e
uma velha senhora me pegou olhando. Ela sorriu para mim e piscou. Me assustei, algo tão
familiar nela... olhei de volta para ela, esticando meu pescoço enquanto ela se movia para
cima e para longe de mim, mas ela não olhou para trás.
Enquanto nós caminhávamos pelo grande aeroporto, passamos por uma menina
desenhando em um caderno. Assim que passamos por ela, ela sorriu e ergueu-o para sua
mãe que estava em pé na frente dela. Virei minha cabeça para ver que era e o tempo
desacelerou enquanto eu via a delicada e pequena flor amarela que ela tinha desenhado.
Bati minha cabeça para a frente, retomando o tempo e continuei andando, algo desceu
quente para baixo
na minha espinha.
Então chegamos ao terminal, onde o nosso portão de embarque seria, sentamos
numa mesa num pequeno restaurante que servia sopa e sanduíches, e Alex foi até o
balcão para pedir o almoço. Enquanto fiquei lá esperando por ele, olhei em volta. Um
homem sentado numa mesa perto da entrada, de costas para mim, me chamou a atenção.
Cabelo curto, loiro escuro e ombros largos e musculosos. Meu coração acelerou e respirei
fundo. Carson? Não podia ser. Como? Comecei a ficar de pé, assim como ele fez também,
e o ar estava alojado no meu peito. Quando ele se virou para mim, uma profunda
decepção me bateu no interior e quase deixei escapar um soluço. Não era ele. Afundei de
volta na minha cadeira, minha mão segurando a borda da mesa. Olhava para frente por
alguns minutos, a verdade do que estava sentindo passava através da minha alma. O
Deus... isso me atingiu, sentada bem no meio de um restaurante no aeroporto de Atlanta.
Era de Carson que eu estava sentindo falta. Era Carson que eu estava querendo. Carson. A
pessoa que me fazia sentir fora de controle de em muitas maneiras diferente, o que não
era nada seguro. O entendimento surgiu como a primeira luz do amanhecer explodindo
no horizonte. Ele tinha ido atrás de mim em DC. Ele tinha voltado para mim depois que
mudou sua vida. Quase chorei com a realidade que me atingiu. Não tinha me permitido
pensar realmente sobre isso, mas como as coisas teriam sido diferentes? Sabia, de
repente, que as coisas teriam sido diferentes, porque ele teria pulado em seus braços sem
um momento de hesitação. Por alguma razão, aquele não era nosso momento. Mas agora
era nosso momento. Minha alma vibrou com o conhecimento.
Nesse exato momento, sabia que tão certo como sabia o meu nome, que tinha
escolhido Alex porque ele era quase que exatamente o oposto de Carson. E estava com
medo de que se não escolhesse alguém que fosse flagrantemente diferente em todos os
sentidos, que sempre compararia o homem com quem ficaria com o homem que
realmente queria. Eu queria Carson. Sabia que, com certeza, tinha tomado conta do meu
coração como um vício.
Eu sempre quis Carson.
Alex sentou-se com nossa bandeja de comida e começou distribuir.
“Eu não posso me casar com você, Alex.” eu sussurrei.
Sua cabeça se levantou e um sorriso confuso tomou conta de suas belas feições.
“O quê?” perguntou ele.
Fechei os olhos por algumas batidas. “Eu sinto muito, Alex. Não posso me casar com
você.” repeti, olhando em seus olhos suplicantes. “Eu sinto muito.”
Suas mãos tinham parado com as minhas palavras, mas agora ele começou a separar
a comida entre nós novamente. “Grace, você está nervosa em ter que passar um tempo
com sua família e comigo. É normal. É um grande passo. Quase tão grande como ficar
noiva.”
Balancei minha cabeça. “Não, Alex, por favor.” estendi a mão sobre a mesa e peguei
suas mãos nas minhas. “Ouça-me.”
Ele olhou para as mãos e olhou nos meus olhos e acenou com a cabeça. “Tudo bem,
Grace, estou ouvindo.” disse ele em voz baixa.
Lambi meus lábios, meu coração batendo alto em meus ouvidos. “Eu amo você, Alex,
mas...”
“Você não está apaixonada por mim.” completou vazio.
Meus ombros encolheram. “Sim.” olhei em seus olhos. “Se você realmente buscar em
seu coração, acho que vai perceber que nunca fomos mais que amigos um para o outro.”
Ele inclinou a cabeça, estudando meu rosto, mas não respondeu à pergunta.
“Eu nunca, nunca quis te magoar.” eu sussurrei.
Ele suspirou, a tristeza enchendo sua expressão. “Acho que não estou completamente
surpreso com isso.” disse ele. “E talvez você tenha razão. Não sei. O momento meio que
me pegou de surpresa aqui.” ele fez uma pausa, estudando-me novamente. “Há mais
alguém?”
Fechei os olhos por algumas batidas. “Sim. Mas ele não é a razão pela qual não
devemos nos casar.” uma lágrima caiu do meu olho e eu a limpei.
“Quem é ele?” perguntou ele.
Fechei os olhos por um instante e reuni-me antes de olhar para ele. “Alguém do meu
passado... não importa. Ele não é a razão pela qual não está certo ficarmos juntos, Alex,
ele me ajudou a ver o que já sabia dentro de mim.”
Ele balançou a cabeça, estudando meu rosto. “Você iria terminar comigo se ele não
existisse?”
“Eu acho que sim. Talvez não hoje, mas sim. Sinto muito.” repeti.
Ele suspirou profundamente. “Jesus, Grace.” ele fez uma pausa, olhando para trás.
Depois de um minuto, ele disse: “Talvez você esteja certa. Talvez eu também soubesse.
Ainda assim, não deixa isso fácil. Especialmente no meio de um aeroporto.”
Fiz uma careta e balancei a cabeça ligeiramente. “Eu sei... eu só, não poderia fingir
que estava tudo bem esta semana... não poderia machucá-lo mais...” repeti, formando um
caroço na minha garganta, minhas palavras morrendo.
Mais lágrimas deslizaram pelo meu rosto enquanto olhávamos um para o outro de
cada lado da mesa. Por fim, ele disse: “Trabalho...”
“Eu vou encontrar um novo emprego se você quiser que eu o faça. Nunca faria isso
pior para você. Eu...”
“É claro que não quero que você saia do seu trabalho. Na verdade, eu... bem, ia falar
com você sobre isso quando voltássemos de Ohio, mas...” ele olhou para o lado, franzindo
a testa ligeiramente, “... foi-me oferecido um cargo de assistente da D.A. em San Francisco
perto da minha família. Não sabia como você se sentiria sobre a possibilidade de se
mudar...” ele balançou a cabeça levemente enquanto eu fiz uma careta.
“Você quer dizer, você está pensando em aceitá-lo?” eu perguntei em voz baixa.
Ele deu uma risada sem humor. “Bem, como eu disse, ia falar com você, mas... sim,
eu estava esperando que você concordasse em se mudar.”
“Oh.”
Ele limpou a garganta. “De qualquer forma, isso pode ser bom para nós dois...”
“Alex, realmente, se você quiser ficar em Vegas, e acha que seria complicado trabalhar
comigo...”
Ele balançou a cabeça. “Não, acho que nós somos maduros o suficiente para trabalhar
juntos. Não é isso. Eu só... bem, tenho muito em que pensar.”
Eu balancei a cabeça. “Tudo bem, mas se você mudar de ideia sobre minha saída do
escritório vai me dizer? Eu me importo muito com você.”
“Eu sei que sim.” disse ele tristemente. Ele olhou para baixo por um segundo e, em
seguida, olhou de volta para mim.
“Vou pegar um voo para San Francisco daqui e me juntar a minha família. Você está
bem em voar o restante do caminho para Dayton sozinha?”
Balancei a cabeça, mais lágrimas deslizavam pelo meu rosto agora.
Ele se levantou, pegou seu sanduíche ainda embrulhado e puxou a alça para cima da
sua mala e caminhou ao redor da mesa. Ele me beijou suavemente no topo da minha
cabeça e disse: “Seja feliz, Grace.”
Eu o vi sair e limpei mais algumas lágrimas. Tão triste como me sentia, sabia que era
a coisa certa a fazer. Tinha me enganado em pensar que a coisa certa a fazer era me casar
com alguém que tinha sentimentos mornos. E que tinha sido injusta com Alex também.
Ele era um bom homem. Ele merecia encontrar uma mulher que trouxesse o melhor dele,
e não alguém que o viu como um prêmio de consolação. Fiz uma careta ao perceber que
foi um erro que eu tinha cometido continuando a sair com Alex. Deveríamos ser apenas
amigos por todo esse tempo. Sentei-me por mais alguns minutos, quando de repente
registrei qual a música que estava tocando pelo sistema de som do aeroporto. My Heart
Will Go On de Celine Dion suavemente tocava sob o tilintar das bandejas e o som de
cadeiras arrastando através do chão de ladrilhos. Dei uma risada suave. À medida que a
canção continuou a tocar, um objetivo começou a fluir através do meu corpo.
Levantei-me e juntei minhas coisas, deixando a comida na mesa. Não estava mais
indo para Dayton. Tinha um voo para mudar.

***

Tive que pagar um bom dinheiro, mas consegui reservar um voo de volta para Vegas
que me deixaria lá algumas horas mais tarde. Meu corpo estava cantarolando com o
nervosismo, mas sentia-me cheia de emoção, o conhecimento de que esta escolha era a
certa cantando no meu sangue. Estava indo para encontrar Carson.
Eu me perguntei se deveria ligar para Trilogy e ver se ele se encontrava lá ao invés de
só aparecer. De alguma forma, entretanto, sabia que seria melhor encontrar com ele
pessoalmente, para explicar os meus sentimentos bem na frente dele. Ele foi corajoso,
como de costume, e falou que queria que nós tentássemos novamente, para tentar de
verdade dessa vez. E eu o havia empurrado não uma, nem duas, mas três vezes quando ele
conhecia seus sentimentos por mim. Tinha sentimentos, uma razão - era considerar os
sentimentos de outra pessoa. Mas, ainda assim, foi difícil para ele colocar o seu orgulho
de lado e ser rejeitado. Queria olhar em seus olhos quando lhe dissesse que o queria
também. Eu sempre quis. Se eu tivesse sido honesta comigo mesma, saberia disso assim
que olhei em seus olhos outra vez que nunca parei de querê-lo. O destino nos juntou
novamente e eu estava iria me segurar firme nisso e agradecer aos céus que nos foi dado
uma segunda chance.
Enquanto esperava pelo meu voo, peguei meu celular da bolsa e disquei o número de
Julia. Eu sabia que Julia tinha tirado a semana de Natal de folga, então ela estaria em
casa.
“Hey mana.” ela respondeu: “Pensei que você estaria voando agora.”
Limpei a garganta. “Na verdade, estou prestes a embarcar, Jules.” eu disse. “Hum, de
volta para Vegas.”
Houve uma pequena pausa. “Por quê? Está tudo bem?” ela perguntou preocupada.
“Bem, sim e não. Eu terminei com Alex.”
Ela assobiou uma respiração. “Oh, Gracie, estou tão... quero dizer, você está bem?”
“Sim, estou bem, Julia. Nós... não estávamos bem juntos. Levei um pouco de tempo
para descobrir e triste por isso, mas um pouco aliviada também, eu acho.” Respirei fundo.
“De qualquer forma, vou voltar para casa, e Julia, estou nervosa por dizer isso, mas, estou
voltando para casa porque Carson Stinger está de volta na minha de vida - você sabe, o
homem que passei um fim de semana quase cinco anos atrás. E ele não é mais um astro
pornô. Ele é um SEAL, ou melhor, um ex- SEAL que agora trabalha com segurança, e eu,
bem, ele me quer, quero dizer, eu espero que ele ainda me queira.” fiz uma pausa. “Meu
comportamento em relação a ele, bem, não foi incrível e... de qualquer forma, eu o quero
também e vou para casa para dizer-lhe isso. E espero que todos vocês me perdoem por
arruinar o Natal, mas tenho que fazer isso, porque ele me ensinou a seguir meu coração.
E eu vou, ele é o meu coração.” comecei a chorar neste momento, mas não conseguia
parar de falar. “Ele teve meu coração todo esse tempo, Jules, e isso assustou-me tanto,
porque não achei que poderia tê-lo novamente. Mas...”
“Grace!” Julia falou ao telefone e ouvi o enorme sorriso na voz dela, mas então ouvi
um pequeno soluço ao fundo.
“Estou no viva-voz?” eu sussurrei.
Julia e Audrey começaram a rir e chorar e falar uma sobre a outra.
“Meninas! Nem consigo ouvir o que vocês estão dizendo. Audrey, nem sabia que você
estava ai” sussurrei para o telefone e, em seguida, virei-me para o canto que tinha ido com
a finalidade de que ninguém pudesse ouvir minha conversa. Felizmente, não havia
ninguém perto o suficiente para ouvir minha divagação chorosa.
A voz de Audrey apareceu na linha. “Vá pegá-lo, Gracie!” ela riu. “Alex não era para
você. Nós sabíamos quando o conhecemos em Vegas”.
“Por que você não disse nada?” eu gritei.
“Porque, nós não sabíamos que você ficaria noiva dele! E então nos sentimos mal.
Íamos tentar fazer isso essa semana. Mas seria difícil porque ele estaria aqui... nós, oh,
tudo deu certo! Vá agarrar o seu homem, Grace. Falaremos com papai depois.”
Eu ri, mas depois gemi. “Oh Deus, papai. Será que você pode dizer a ele o quanto eu
sinto e que vou explicar. Diga a ele que vou ligar assim que puder, ok?”
“Não ligue para ele muito cedo. Nós resolvemos isso. Dê-lhe algum tempo. Ele vai
ficar bem. Mas você conhece papai. Ele explode primeiro e pergunta depois.”
“Sim, eu sei. Muito obrigada. Eu amo muito vocês meninas.”
“Nós também te amamos.” elas disseram juntas e eu podia ouvir as lágrimas em suas
vozes.
Desliguei e fui para o banheiro me limpar. Uma hora mais tarde, estava embarcando
de volta para Las Vegas. Voltando para Carson.

***

Pousei em Las Vegas, às sete horas da noite. Tinha viajado o dia todo e estava de volta de
onde tinha começado, e mesmo assim, o curso de minha vida tinha acabado de mudar
dramaticamente. Alex tinha nos levado ao aeroporto, e por isso, peguei um táxi de volta
para minha casa para pegar meu carro.
Desejei que soubesse exatamente onde Carson morava. Gostaria de ir lá primeiro
para ver se ele estava em casa. Se não estivesse no Trilogy hoje, entretanto, esperava que
eles ligassem para o número de sua casa para mim e poderia entrar em contato com ele
dessa forma.
Corri para dentro rapidamente para tomar um banho, lavei o dia de viagem do meu
corpo. Sequei-me e vesti calça jeans limpa, um suéter de cashmere preto e as minhas
botas pretas. Refiz a minha maquiagem, peguei meu casaco e sai correndo pela porta
novamente. Enquanto dirigia para fora do meu bairro e rumo a Trilogy, um nervosismo
me atacou. E se ele tivesse mudado de ideia e decidido que não me queria mais? Não, isso
não poderia ser o caso, poderia? Certamente isso não teria mudado em menos de uma
semana? Ele disse que eu estive em seu sangue todos esses anos - eu estava em seu
sangue. A emoção me atingiu na espinha. Ele estava no meu sangue também, e eu
dificilmente poderia sobreviver mais um minuto sem que ele soubesse disso.
Ele não esteve com outra pessoa esse tempo todo. Um nó se formou na minha
garganta e não sabia se ria ou chorava quando considerei o fato, de que nenhum de nós
tinha feito sexo com mais ninguém desde que estivemos juntos. Eu tinha metade de uma
abundância de espírito e hormônios para fazer disso a primeira prioridade, logo depois de
dizer-lhe que o queria. Oh Deus, e se ele tivesse ficado com Kira em uma de suas ofertas
nos últimos dois dias - desde que foi embora da minha casa? Eu não o teria
responsabilizado, realmente. Mas parecia que ela tinha feito questão de demonstrar que
estava disponível antes de eu entrar no escritório dele, e ele não tinha feito nada sobre
isso. Não, eu não podia permitir que minha mente fosse até lá agora. Mas minha cabeça
estava clara, a confusão e culpa que tinha deixado nublada as coisas desde que coloquei os
olhos nele novamente desapareceu. Ele era meu. E eu queria ser dele.
Isso era tudo que precisava focar agora. Exceto... alguma coisa estava acontecendo
com ele e neste caso eu estava trabalhando. Eu não conseguia entender e sabia que se as
coisas estavam indo para qualquer lugar com a gente, nós precisávamos conversar. De
alguma forma, porém, isso não parecia uma prioridade. De repente, sabia com cada fibra
do meu ser, que tudo o que estava acontecendo não era nada que iria me fazer correr. Eu
confiava nele. Eu confiava no homem que ele era. Apesar do tempo e da distância, sabia
que ele era bom e decente. Eu sabia. E assim como o que estava acontecendo, ele ficaria
bem.
Virei para a garagem no Trilogy e encontrei uma vaga. Caminhei rapidamente até o
lobby e, em seguida, através do cassino até o escritório de Carson. A cada passo o meu
ritmo cardíaco acelerava e minha emoção crescia.
Virei a esquina para o corredor onde seu escritório ficava. O corredor estava deserto e
a porta estava fechada. Parei na frente dela, respirei fundo e levei um segundo para me
acalmar. Bati de leve e esperei. Nenhuma resposta. Bati mais uma vez, mas quando ficou
claro que ele não estava, mordi meu lábio e virei-me hesitante. Acho que iria para a
recepção e descobrir se ele estava de qualquer forma, talvez em outro lugar no hotel ou no
cassino. Quando comecei a andar para longe da porta do escritório de Carson, um homem
jovem alto e loiro usando óculos virou a esquina em minha direção. Seus olhos viajaram
por cima de mim e ele deu um sorriso caloroso. Sorri de volta e quando percebi que ele
estava indo em direção a porta de Carson, eu disse: “Oh, você trabalha com Carson?”
“Sim, posso ajudá-la?” ele perguntou, parando.
“Hum, bem, não sei. Estou à procura de Carson, mas ele não está em seu escritório...”
“Não, ele saiu por uns dias. Ele estará de volta na próxima semana. Você quer deixar
uma mensagem? Ia deixar outra papelada lá para ele.” ele fez um gesto em direção a porta
do seu escritório.
Meu coração despencou e meus ombros caíram, a decepção escorrendo em mim.
“Oh.” eu disse.
O homem me olhava de perto. “Espere, você é a Grace?” perguntou ele.
Meus olhos ligaram-se aos dele. “Sim.” disse. “Como você...”
“Sou Dylan.” disse ele. “Trabalho com Carson agora, mas também vivi com ele em Los
Angeles, antes de ir para a Marinha.”
“Oh!” disse surpresa e ainda não totalmente compreendendo como ele sabia meu
nome, mas era interessante encontrar outro amigo de Carson trabalhando na Trilogy.
“Bem, é um prazer te conhecer Dylan.” sorri. “Você sabe onde Carson foi ou como
posso falar com ele? Só queria lhe dizer uma coisa... tipo importante.”
Ele fez uma pausa. “Não sei para onde ele foi, mas você não conseguirá falar no
celular. Tentei algumas vezes hoje e, evidentemente, ele não está recebendo ligações.”
“Oh.” Eu disse, inclinando-me contra a parede atrás de mim e mordendo meu lábio.
“Ok, bem, posso deixar-lhe o meu número de telefone para que você possa dar a
Carson se falar com ele?”
Ele fez uma pausa, parecendo que estava pensando em alguma coisa. Por fim, ele
disse: “Este algo que você tem que dizer a ele, ele ficará feliz em ouvir?”
Eu ri um pouco, segurando as lágrimas que ameaçavam. “Acho que sim.” sussurrei.
“Espero que sim.”
Ele me estudou novamente por alguns segundos antes de dizer: “Bem, Grace, se você
estiver a fim dirigir seis horas, posso lhe dizer onde ele está. Acho que ele não se
importaria com isso.” ele sorriu.
Endireitei-me. “Sério?” eu disse com meu coração se acelerando novamente.
Ele riu. “Sim, se conheço meu amigo... sim. Que tipo de carro você tem?”
Fiz uma careta, surpresa com a pergunta.
“Um, um Honda Accord.”
Ele balançou a cabeça. “Troque comigo. Tenho um quatro rodas motrizes. Apenas
cuide dela.”
Ele começou a caminhar de volta para o cassino e fez um gesto para segui-lo.
Corri para alcançá-lo, perguntando: “Onde ele está exatamente, Dylan?”
Ele olhou para mim enquanto caminhávamos em direção aos elevadores para a
garagem. “Ele alugou uma cabana na Snowbird, Utah. Espere até você verá como o
menino pratica snowboard.” ele sorriu e segurou a porta da garagem aberta para mim.
“Ele alugou uma cabana para praticar snowboard sozinho?” fiz uma careta.
Ele acenou com a cabeça. “Esse é Carson. Estamos todos trabalhando, então nenhum
de nós poderia ir com ele. Ele não esteve na neve desde que foi dispensado. E estava
ansioso por isso.”
“Nós?” perguntei me referindo ao seu comentário ‘todos nós estamos trabalhando’.
Ele acenou com a cabeça quando parou ao lado de um grande SUV preto. Entretanto
ignorou minha pergunta e entregou-me as chaves ao invés de responder. Peguei-as e, em
seguida, procurei na minha bolsa as chaves do meu. Apontei a fila de carros e apertei a
fechadura eletrônica, fazendo as luzes do carro piscarem. Dylan olhou para mim e
balançou a cabeça pegando as minhas chaves.
“Dê-me o celular.” disse ele. Eu o tirei da bolsa e dei a ele, e então ele levou alguns
minutos e programou algo, olhando entre o seu telefone e o meu.
“Coloquei o endereço da cabana que ele está hospedado no telefone. Você pode ligá-lo
ao meu GPS quando pegar a estrada. Coloquei o meu número de telefone lá também,
apenas no caso de você precisar de mim.”
Pisquei para ele enquanto pegava meu celular de volta. Estava além de grata pela sua
ajuda e bondade, mas estava confusa. Esta era a primeira vez que via este homem. E como
ele sabia o meu nome, certamente sabia que eu era promotora de Carson, e,
possivelmente, o caso do seu amigo. “Por que está fazendo isso, Dylan?” perguntei.
Ele parecia pensativo por um instante antes de responder: “Não tenho certeza, Grace.
Mas isso me faz sentir bem.”
Com isso, ele sorriu e se afastou, falando para trás dele: “Dirija com cuidado.”

***

Carson

Joguei mais lenha no fogo, fazendo-o saltar e crepitar. Sentei-me no sofá de couro,
entrelaçando os dedos atrás da cabeça e inclinando-me para trás. Era de manhã, ainda
escuro lá, e a temperatura estava próxima do congelamento. Sempre fui um madrugador,
mas depois de estar no exército, era um hábito que foi ainda mais enraizado.
Tinha praticado snowboard durante todo o dia de ontem e os meus músculos ainda
estavam um pouco doloridos. Deus, eu tinha perdido o jeito. E, aparentemente, era como
andar de bicicleta, porque depois de uma ou duas horas, sentia toda a minha habilidade
voltar.
Sentia-me um pouco culpado por apreciar muito algo, com tudo o que Josh estava
passando, mas Leland estava certo, não havia nada que pudéssemos fazer agora, exceto
ficar com o pé no chão. Pelo menos esta era uma fuga do estresse para mim. E, no final,
isso iria ajudar Josh se todos nós estávamos em nosso melhor jogo mental.
Olhei para a janela e a primeira luz do dia estava chegando ao horizonte. Assisti-a por
alguns minutos enquanto o brilho aumentava, iluminando o céu ao torno dele.
Minha mente foi até Grace, pela décima vez desde que tinha saído da cama. Sabia que
sua atenção estava no seu noivo, mas não me impedia de pensar nela todo o maldito
tempo. Eu não sabia o que faria se ela não entrasse em contato comigo quando voltasse. O
que poderia fazer, além de me tornar um stalker maldito?
Ouvi um som de passos que vinham da porta da frente e fiquei imediatamente em
guarda. Fiquei em pé rapidamente e peguei a arma que tinha tirado da gaveta da mesa à
esquerda do sofá. Não esperava problemas, mas era sempre bom estar preparado,
especialmente com tudo o que acontecia em Vegas. Comecei a andar calmamente em
direção à porta da frente quando bateram e uma voz feminina gritou fracamente
“Carson?”
Congelei. Essa era... Grace? Meu corpo estava de repente hiper- alerta. Não havia
nenhuma maneira. Tinha acabado de pensar nela, minha mente deve ter conjurado-a de
alguma forma. Meu coração começou a bater três vezes mais rápido, a adrenalina
disparada pelas minhas veias. Coloquei a arma na parte de trás da minha calça jeans e
caminhei tranquilamente para a porta.
“Carson?” ouvi o chamado novamente, desta vez mais alto. Essa definitivamente era
Grace.
Abri a porta, o nascer do sol tocando em mim, quase ofuscante. E lá estava ela, de pé
na minha frente, bochechas coradas em vermelho vivo, o cabelo loiro comprido, molhado
e coberto de neve, tremendo violentamente, com uma bota colocada.
Mas que...? Peguei-a em meus braços, a preocupação inundando meu sistema. “Um,
Grace, o que...? Como?” nem sabia o que perguntar primeiro. Minha mente estava
andando por toda parte, disparando perguntas rapidamente através de meu cérebro.
Ela agarrou meu rosto com as mãos frias da neve e olhou para o meu rosto, os olhos
movendo-se sobre minhas feições. “Eu nunca deixe ir, Carson.”
“O que, Grace?” perguntei, confuso e cheio de preocupação.
Ela balançou a cabeça, tentando mais uma vez, “Eu nunca deixei ir, baby.” disse ela.
“Eu nunca o fiz. Nunca deixei ir.”
Lágrimas começaram a correr pelo seu rosto e ela deu um meio sorriso e meio soluço
através dos dentes batendo quando a compreensão iluminou meu coração, fazendo com
que um nó se formasse na garganta e esperança florescesse no meu peito.
“Eu nunca o deixarei ir.” ela repetiu.
Peguei-a em meus braços e levei-a para dentro, fechando a porta atrás de nós.
Capítulo Vinte e Nove

Grace

Carson me sentou na frente do fogo e tirou meu casaco encharcado. Ele pegou um
cobertor do sofá e envolveu-o em meus ombros. Meus dentes batiam tão alto, que mal
podia ouvir meus próprios pensamentos.
“Grace, baby.” ele disse suavemente “O que aconteceu? Como você chegou aqui?”
“Eu cancelei.” eu disse.
Seus olhos se moveram para os meus e ele parou de tirar minhas meias molhadas, à
espera que eu continuasse.
“Estava voando para casa para o Natal, quando percebi.” eu falava. Balancei a cabeça
ligeiramente. “Sabia o tempo todo, mas... eu... eu percebi no meio do aeroporto e disse a
Alex, e então voei para casa, e fui para o Trilogy para encontrá-lo, para lhe dizer.” Eu
estava chorando de novo.
Ele estava esfregando os meus pés congelados entre suas mãos, enquanto olhava para
mim, me observando enquanto falava, com uma expressão suave no rosto.
“O seu amigo Dylan me disse onde estava e me deu o carro dele.”
Um olhar de surpresa surgiu em seu rosto e, em seguida, ele sorriu e balançou a
cabeça um pouco, mas ainda não tinha dito nada. Ele se levantou de novo e saiu da sala, e
quando voltou alguns segundos depois, ele tinha uma toalha na mão. Ele voltou para mim
e começou a secar meu cabelo ternamente.
“Então?” ele perguntou suavemente.
Meu tremor tinha parado na maior parte e o calor estava fluindo para as minhas
extremidades, o calor do fogo penetrando em minha pele fria. Suspirei e enrolei-me no
cobertor ao meu redor com mais força. “Conforme eu ia me aproximando de você, eu me
distraí, e... fiquei sem gasolina.” acabei, mordendo meu lábio, embaraçada. “Faltava descer
a colina. Consegui parar a SUV de Dylan ao lado da estrada e andei o resto do caminho.”
Carson fez uma careta para mim. “Você poderia ter se machucado.” disse ele.
Eu fui até ele e coloquei minha mão em seu rosto, uma leve barba áspera encostou
contra a minha pele. Ele fechou os olhos por algumas batidas, inclinando-se para ela.
“Não achei que iria me machucar. Apenas sentir frio. E perdi minha bota há algumas
centenas de metros da sua porta e não me importei. Apenas continuei porque o sol estava
nascendo e...” soltei um pequeno soluço movendo meu rosto para mais perto dele. “... eu
disse que o nascer do sol sempre me faz lembrar de você, e ele tem feito isso, todo esse
tempo, todos esses anos.”
Ele fechou os olhos novamente por um segundo e beijou meus lábios suavemente e,
em seguida, beijou cada uma das minhas pálpebras e nariz. “Eu também. Você veio a mim
com o nascer do sol todos estes anos também.”
Deixei escapar outro soluço enquanto encontrava seus lábios cheios e deslizava os
meus sobre os dele, suavemente, não provando, apenas sentindo, absorvendo seu calor,
sua presença.
“Nunca desisti, mas que me transformei num picolé humano.” eu disse suavemente.
Carson olhou para mim por um instante e depois caiu na gargalhada. Ele sorriu para
mim, com os olhos brilhando. “Olhe pelo lado positivo, acho que estou curado. Não
preciso mais de terapia cinematográfica.” disse ele.
Eu ri e nós dois sorrimos para os olhos um do outro, o calor irradiava dos seus. O
sorriso deixou do seu rosto. “Temos muita coisa para conversar.” disse ele em voz baixa.
Balancei a cabeça, sorrindo para ele. Tínhamos tempo.
“Mas, primeiro, vou levá-la para a banheira de água quente, e em seguida, para a
minha cama.” disse ele, sua voz soando um pouco tensa.
“Sim.” eu sussurrei, o desejo correndo nas minhas veias de repente muito quentes.
Ele me pegou e me levou para um pequeno corredor e me colocou na frente de uma
porta na parte de trás da cabana. Em seguida, pegou duas toalhas grandes numa prateleira
atrás dele. “Tire suas roupas e se enrole nessa toalha. Vou levá-la para fora. Vai ser frio
por alguns segundos, mas vai valer a pena, eu prometo.”
Ele começou a tirar suas roupas e quando tirou a camiseta de manga comprida por
cima da cabeça, engoli o caroço que estava preso na minha garganta. Ele era bonito antes,
mas agora... nem sequer sabia que os homens da vida real poderiam ser assim. Ele era
elegantemente musculoso, firme, sem uma grama de gordura nele, coberto de pele lisa e
dourada. Ele parecia tão grande de pé na minha frente, como uma espécie de Deus.
“Carson, você é... tão...” eu disse, olhando descaradamente em seu peito nu e, em seguida,
movendo os olhos para sua boxer. “Nós podemos pular na banheira quente.” eu sugeri.
Carson riu. “Não, você precisa disso, e não apenas pelo calor, mas para o relaxamento.
Pelo menos por um alguns minutos. Você dirigiu a noite toda.” disse ele suavemente.
Notei a pequena cicatriz à esquerda do seu coração, perto do ombro. Deveria ser por
onde a bala saiu do seu corpo. Fechei os olhos por um instante, me bateu tudo de uma só
vez, que se as coisas tivessem sido apenas um pouco diferentes, poderia não estar aqui
com ele. Inclinei-me, beijei a cicatriz e quando voltei os olhos de Carson eram quentes e
carinhosos, mas ele não disse uma palavra.
Ele estendeu a mão para a minha blusa e começou a puxá-la para cima. Fechei os
olhos, uma vez que veio a minha cabeça e, em seguida, estendi a mão e desabotoei minha
calça jeans. Meus olhos se encontraram com os de Carson e o calor queimava nos dele,
deixando a cor avelã mais profunda com suas pupilas dilatando.
Lambi meus lábios quando comecei a tirar o jeans pelas minhas pernas. Ele estava
úmido e por isso demorou um minutos para descê-lo o suficiente para que pudesse sair
deles.
Eu parei novamente com nada além de sutiã preto e calcinha, olhando para ele, o
desejo bombeando através do meu corpo enquanto olhava seu corpo nu perfeito, tão
belamente masculino de todas as maneiras.
Levei as mãos a frente dos meus seios e abri meu sutiã. Ele se soltou, os olhos de
Carson deslocaram até meus seios e um pequeno gemido surgiu de sua garganta. Ele
estendeu a mão e puxou as alças para baixo dos meus ombros, então meu sutiã caiu no
chão. Meu mamilos endureceram sob seu olhar. Enquanto seus olhos viajaram em mim,
ele sussurrou: “Você tira meu fôlego.”
O sangue estava bombeando através do meu sexo de maneira tão poderosa, que
pensei que poderia ser capaz de gozar apenas pelo feroz fluxo feroz. Nunca fiquei tão
excitada, nem mesmo todos esses anos, nem mesmo com este homem. Talvez fosse
porque foi assim por muito tempo, mas achei que a explicação mais provável é que ele era
meu momento. Não tínhamos discutido isso especificamente, mas sabia que era verdade.
Ele era meu e eu era dele. Esse conhecimento era um afrodisíaco inebriante.
Nós nos abaixamos simultaneamente e removemos nossas roupas íntimas, cada um
observando o outro. Seu pênis saltou livre e, ao vê-lo, senti uma liberação de umidade
quente em meu sexo. Levantei-me e apreciei seu corpo poderoso. Eu tremia, não de frio,
mas de excitação, porém Carson pegou uma toalha e rapidamente envolveu-a ao redor de
seus quadris estreitos e, em seguida, pegou a outra toalha e enrolou-a ao me redor, me
pegou em seus braços, e, em seguida, usando uma mão, destrancou e abriu a porta dos
fundos.
A explosão de ar frio da neve nos atingiu e eu passei meus braços em torno dele,
colocando meu rosto na curva de seu pescoço, respirando-o e gemendo ao sentir o cheiro
de sua pele direto contra o meu rosto, aquele cheiro único que reconheceria até o dia em
que morresse. Se fosse colocada num quarto escuro com uma centena de outros homens,
poderia localizá-lo só pelo cheiro. Aquele cheiro me pertencia.
Não consegui me controlar lançando a minha língua para saboreá-lo ali. Ele parecia
um pouco salgado e eu apreciei isso na minha língua. Queria saboreá-lo em todos os
lugares. Ouvi um pequeno rosnado vindo de sua garganta e um ligeiro tremor percorreu
seu corpo enquanto ele caminhava até a banheira de água quente a poucos metros de
distância.
Ele me colocou no chão ao lado dele e enquanto eu entrava na água quente
fumegante, ele colocou as nossas toalhas debaixo de um banco atrás dele e apertou um
botão para ligar os jatos. Quando afundei na água com um suspiro, Carson entrou e
moveu-se ao meu lado. Meus olhos se fecharam e eu gemi com a deliciosa sensação do
turbilhão de água quente ao meu redor aquecendo-me completamente. Deixei todos os
músculos do meu corpo relaxarem, deixando o estresse emocional e a crescente liberação
do meu corpo tenso. Depois de alguns minutos, fiquei tão quente que sentia o suor na
minha testa. O desejo que esteve pulsando em meu corpo há poucos minutos ainda estava
lá, mas tinha tomado um banco traseiro momentaneamente.
Olhei para Carson e ele estava sorrindo para mim. “Eu senti falta disso.” ele
sussurrou.
“O quê?” eu murmurei.
“O olhar de prazer em seu rosto.” disse ele, sorrindo suavemente. Sorri de volta e
realmente estudei seu rosto pela primeira vez desde que ele tinha voltado em minha vida.
Aqueles olhos castanhos profundos com os cílios escuros, longos, sempre olhando,
observando-me, vendo tudo em volta dele, o nariz reto e aqueles lábios carnudos que eu
sempre quis em algum lugar do meu corpo. Estendi o dedo e tracei seu maxilar forte, um
dia ou dois de barba por fazer era áspero ao meu toque, e depois usei o polegar para traçar
os lábios, antes de me inclinar e beijá-lo suavemente. Ele passou a mão em v0lta do meu
pescoço e me puxou para mais perto dele, inclinando os lábios sobre os meus.
A neve estava caindo suavemente em volta de nós, o sol agora quase inteiramente
acima no céu, criando um ambiente aconchegante e brilhando na manhã tranquila.
Nós nos beijamos lentamente por alguns minutos, nossas línguas reunidas e
duelando com cuidado, mas depois ele gemeu profundamente em minha boca e enfiou a
língua mais fundo, causando faíscas para reacender e atirar para o meu sexo.
Oh Deus, o sabor dele. Como tinha vivido sem ele todos esses anos?
Pressionei meus seios contra seu peito e rolei em cima dele, de modo que estava
montando-o, sua ereção pressionando em minha barriga por baixo da água. Deslizei meu
corpo molhado contra o dele, gloriosa com a sensação do minha pele lisa deslizando
contra a dele.
Nossos beijos eram profundos e selvagens até que nós dois estávamos ofegando na
boca um do outro. Meu corpo estava relaxado, mas cheio de energia, deixando-me carente
e desesperada novamente. Carson, de repente se afastou, respirando com dificuldade e
parecendo tenso. “Grace, baby, nós precisamos desacelerar isso. Não vai demorar muito
para...”
“Vamos entrar.” eu sussurrei, afastando-me dele. Ele apenas acenou com a cabeça e
levantou-se rapidamente, agarrando as toalhas de debaixo do banco e me entregando uma
enquanto me levantava. Ele estendeu a mão para o lado da jacuzzi e desligou os jatos. Não
conseguia desviar o olhar do seu corpo que flexionava seus músculos sob sua pele
enquanto se movia. Ele era requintado.
Enrolei a toalha em volta de mim, os poucos segundos de ar frio me fazendo sentir
bem agora, enquanto eu seguia-o de volta rapidamente para a casa. Quando chegamos lá
dentro, ele fechou a porta atrás de nós e me levou pelo corredor até um pequeno quarto.
Olhei para o quarto aconchegante e rústico com mobiliário preto. A cama era grande
com dossel com branco, roupa de cama colocadas. Estava desfeita, como se Carson tivesse
saído a pouco tempo. Quando me virei para enfrentar Carson, a felicidade e o desejo
encheram meu corpo tão intensamente que quase me sentia drogada.
Ele se aproximou de mim, e eu estudei seu rosto quando ele pegou a toalha que
estava enrolada no meu corpo e esfregou-a suavemente pelo meu cabelo de novo,
deixando-o apenas um pouco úmido. Amei o olhar em seu rosto, a intensidade
endurecendo suas feições e ainda com os olhos cheios de ternura. Tudo isso era para
mim. Eu sorri para ele.
“Nunca me deixe ir, baby.” repeti mais uma vez.
Ele riu, e de repente estava sendo encaminhada para trás até que bati na cama e ele
estava em cima de mim. “Nunca.” disse ele e sua boca desceu sobre a minha.

***

Carson

Puxei o edredom por todo o caminho até nós e, em seguida, pressionei sua suavidade
enquanto nos beijávamos profundamente por longos minutos, apreciando um do outro e
eu estava perdido nela, perdido nos sons que ela estava fazendo, enquanto beijava-a com
tudo o que tinha em mim. Minha Grace estava nua, debaixo de mim. Era como se nunca
tivesse acordado esta manhã, mas ainda estava na minha cama sonhando. Soltei-me de
seus lábios e olhei-a nos olhos pesados de luxúria, só para me convencer de que ela era
real, que ela tinha realmente vindo a mim por milhas e pela tempestade de neve, ao longo
dos anos e todas as razões porque todo mundo teria apostado contra nós se tivessem nos
olhado no papel. Meu coração se apertou com força. Ela era tão linda, seus longos e
sedosos cabelos loiros propagavam-se por cima do meu travesseiro, as faces coradas e os
lábios inchados de meus beijos, rosa escuro da abrasão do meu rosto não barbeado. Uma
proteção feroz encheu meu peito e eu deleitava-me com a sensação e aceitando a
vulnerabilidade emocional que veio com ela. Esta era a maneira que deve ser, sempre.
Inclinei-me para trás e beijei o pescoço dela enquanto ela arqueava a cabeça para trás no
travesseiro e suspirava meu nome. Deus, gostava de ouvir isso. Melhor som em todo o
maldito planeta.
Estava tão duro quanto granito, meu pau pulsando contra seu estômago, pré-sêmen
praticamente derramando de mim. Fazia muito tempo, porra. Não ia durar muito tempo
quando entrasse nela. Esperava que ela entendesse - fazer as pazes com ela pela segunda
vez... e a terceira... e a quarta. Gemi contra sua pele.
Peguei um de seus mamilos em minha boca, lambi e chupei-o até que ela estava
revirando os quadris contra mim e levando a mão para baixo entre nós, tentando me
colocar dentro dela sozinha.
“Espere, Grace.” sussurrei. “Eu quero isso também, mas...”
Ela balançou a cabeça de um lado para o outro. “Por favor, não me importo. Eu só
quero você dentro de mim. Preciso. Por favor.”
Balancei a cabeça e comecei a beijá-la novamente enquanto pegava com a minha mão
e colocava a cabeça do meu pau na sua entrada. Ela colocou uma perna ao redor das
minhas costas e então deslizei para seu calor apertado e molhado.
“Oh, Deus abençoe a América.” eu gemi com a sensação requintada de toda ela em
volta de mim, me segurando firmemente em seu interior. “Você me faz sentir... oh
Deus...”
Ela soltou uma pequena risada, seus músculos internos me apertando mais
fortemente com seu movimento e sorri contra sua boca. Retomei a beijá-la, mordendo os
lábios, querendo ser anexado de todas as formas possíveis, tudo de uma vez.
Comecei a me mover, meu corpo pedindo para assumir. “Não consigo ir devagar.”
coloquei pra fora.
Ela balançou a cabeça, movendo-se de um lado a outro no travesseiro. “Não quero
devagar.”
Com suas palavras, comecei a mover-me, saboreando a sensação não apenas do
prazer físico, mas da realidade de estar ligado a Grace da forma mais íntima possível.
Entrava e saía dela enquanto ela colocava as duas pernas ao redor das minhas costas
e inclinava sua pélvis para que pudesse ir mais fundo. Meu corpo estava se movendo por
conta própria, batendo, empurrando, e tomando o prazer que havia sido negado por tanto
tempo. “Grace.” respirei. Sentia-me extasiado, mas hiper-vivo, cada célula do meu corpo
cantando com prazer.
“Carson, Carson.” ela suspirou, enviando-me a uma espiral. Senti o formigamento
começar na base da minha espinha, um orgasmo girando através do meu abdômen, e
movi ainda mais rápido para reivindicá-lo, minha pele ficou arrepiada com a intensidade.
Assim enquanto o meu clímax bateu-me e comecei a empurrar dentro de Grace, ela gritou
e eu senti sua pulsação ao meu redor enquanto gozava, derramando a minha semente
dentro dela enquanto empurrava para frente. Enterrei meu rosto em seu pescoço,
gemendo, ao mesmo tempo, respirei nela por alguns segundos, sentindo o nosso mútuo
pulsar diminuir e finalmente desaparecer.
Fingi soltar um ronco contra o pescoço dela e ela riu, e meu pau, ainda no meio do
caminho, duro, saiu dela um pouco com o movimento. Recuei a minha cabeça e olhei-a
nos olhos, dançando com o riso. Sorri em seu belo rosto e inclinei-me para beijá-la.
Quando os meus lábios encontraram os dela, algo me ocorreu e me inclinei de volta
rapidamente. Fechei os olhos por um instante, abrindo-os e fazendo caretas para ela. “Não
quis usar camisinha. Peço que me desculpe. Eu nem mesmo tenho uma aqui, de qualquer
maneira, mas, porra, eu nem...”
Ela franziu a testa um pouco, mas depois deu de ombros. “Está tudo bem. Timming
perfeito, qualquer maneira. Acabou o meu período alguns dias atrás. Acho que estamos
bem.”
Olhei para ela. “Ok.” Eu disse, saindo e puxando-a contra mim. Fiquei quieto por um
minuto. Em todos os anos que tinha tido relações sexuais, a não ser no filme, sempre
tinha usado um preservativo. Então considerei isso agora e não poderia deixar de me
preocupar que não tinha usado um neste momento. Sabia que, provavelmente, deveria,
mas só não o fiz.
Depois de alguns minutos, senti sua respiração lenta. Puxei o edredom para cima de
nós, até ao nosso pescoço e sorri para o teto. Grace estava dormindo. Ela tinha viajado
quilômetros e quilômetros, durante o meio da noite numa tempestade de neve, durante o
Natal, para vir até mim. Eu estava cheio de felicidade e gratidão, e uma paz profunda, que
não sentia há tanto tempo. Isso me acalmou e me relaxou, então me entreguei a isso,
caindo num sono tranquilo, meu Botão de Ouro embrulhada em meus braços.
Capítulo Trinta

Grace
Eu acordei devagar e me aconcheguei no calor ao meu redor. Eu estava enterrada
profundamente debaixo de uma pilha de cobertores, o cheiro de Carson em toda parte. Eu
suspirei de felicidade e contentamento.
Eu não sabia quanto tempo tinha dormido desde que as cortinas estavam fechadas e o
quarto ficara escuro. Mas Carson não estava aqui.
Eu me sentei e vi uma mochila perto do closet e então levantei da cama e fui ate ela,
espiando dentro. A cabana estava fria, mas não congelando, e eu senti um leve cheiro de
madeira queimando.
Tinha uma camisa de manga longa térmica bem em cima da mochila do Carson e
então eu a coloquei. Eu vasculhei um pouco mais as roupas dele e achei uma boxer. Eu
sorri enquanto as puxava para cima e virei o cós para baixo, para que eles ficassem no
lugar.
Eu fui até o banheiro, fiz minhas coisas e usei a escova de dente do Carson. Depois sai
do banheiro e espiei o corredor. Eu não via Carson em lugar nenhum.
Eu fui ate a sala principal com a lareira e realmente olhei ao redor dessa vez. A
cozinha estava logo atrás – um grande cômodo aberto, embora tivesse um balcão
separando os dois, eu o não consegui ver inteiro. Ali tinha uma lareira acesa e a mobília
era confortável e rústica com várias mantas nos braços do sofá e nas laterais das cadeiras.
Aquela era uma sala que a fazia querer se aconchegar e ficar por um tempo.
Tinha largas janelas em cada parede com a vista para os pinheiros cobertos de neve ao
redor da cabana. A neve ainda caia suavemente lá fora.
“Dormiu bem, Botão de Ouro?” eu o ouvi enquanto os braços de Carson me
envolviam por trás. Ele beijou a lateral do meu pescoço e eu inclinei minha cabeça para
lhe dar melhor acesso.
“Hmmm.” eu suspirei. “Por que você me chama de Botão de Ouro?” eu sorri e inclinei
minha cabeça ainda mais, apreciando o toque dos lábios dele na minha pele.
Houve uma ligeira pausa atrás de mim enquanto seus lábios se diminuíam o ritmo
contra mim, e eu virei para encará-lo. Eu olhei para cima interrogativamente, enquanto
seus olhos encheram com calor. Ele olhou de volta para mim pensativamente.
“Quando eu era um garoto, eu costumava colher flores no jardim da minha avó. Ela
costumava segurar um no meu queixo e um no queixo dela, e quanto refletia amarelo, ela
me dizia que significava que nos gostávamos de brilho.”
Ele respirou, um leve sorriso nos seus lábios. Minha respiração alcançou minha
garganta, meu coração batendo alto nos meus ouvidos enquanto eu digeria cada palavra.
“Quando eu perguntei para ela como as flores botão de ouro tinham esse brilho, ela
me disse que sempre que se gosta de algo, ou sempre que entrega seu coração, esse brilho
se torna uma parte de você e te faz brilhar também. A primeira vez que te vi Grace, para
mim, você brilhou. Eu pensei que não tivesse gostado de você.” ele riu suavemente, sua
expressão se suavizou. “Mas eu não conseguia negar que você brilhou. Para mim, você
reluziu. E você ainda reluz. Todos esses anos, Botão de Ouro, e você ainda reluz.”
Eu soltei um sorriso com um pequeno soluço, lágrimas enchendo meus olhos
enquanto o puxei para mim e beijei seus lábios. Nos ficamos ali por longos minutos, nos
acariciando e abraçando apertado um ao outro, ele enxugou minhas lágrimas enquanto
algumas escorriam em minhas bochechas.
“Obrigada.” eu disse suavemente. O que ele tinha me dado não tinha vindo em um
brilhante e reluzente papel, não tinha vindo em amarrado em um aro. Mas era um
presente – ele tinha me dado um presente do seu coração, um verdadeiro presente.
Depois de alguns minutos, quando eu consegui me conter, me inclinei para trás e
perguntei suavemente “Que horas são, a propósito?”
“É apenas meio dia. Você dormiu quatro horas, mais ou menos.”
Eu me virei em seus braços, olhando para fora da ampla janela novamente. “Aqui é
tão lindo.” eu sussurrei.
Carson assentiu. “Eu sei. Eu amo isso. Um dia vou comprar uma casa aqui.” Ele levou
seu queixo para o meu ombro. “Você vai me deixar levá-la para esquiar? Talvez amanhã?”
eu pude sentir seu largo sorriso contra minha nuca.
Eu ri suavemente e me movi para longe dele, me sentando no sofá de couro, puxando
uma almofada sobre as minhas pernas. “Claro. Eu só espero não envergonhá-lo. Eu soube
que você é bom mas...”
Ele riu. “Bom, agora estou nervoso. Talvez eu apenas salve meu orgulho e a prenda na
cama por mais alguns dias.”
Ele sentou perto de mim e me puxou para seus braços para que minha cabeça
pudesse descansar no seu peito. Eu ri. “Hmmm... você é bom nisso. Não é uma má ideia,
na verdade.”
Ele soltou um riso abafado e nós ficamos quietos por um tempo enquanto ele
brincava gentilmente com o meu cabelo e eu assistia a neve cair.
“Você está com fome? Eu fiz café.”
“Café parece ótimo. E eu estou faminta.”
“Okay. Oh, eu sai e peguei a SUV do Dylan enquanto você dormia. Tinha uma lata de
gasolina na garagem. Eu trouxe sua mala para dentro.” ele indicou com sua cabeça a
minha mala perto da porta, ela ainda estava fechada que eu rapidamente peguei na minha
casa no caminho para sair da cidade.
“Obrigada. Foi bem estúpido da minha parte dirigir sem gasolina. Eu normalmente
sou um pouco mais responsável do que isso.” eu fiz uma careta.
“Nah, sua mente só estava preocupada com outras coisas.” ele disse e eu pude ouvir a
alegria em sua voz.
Eu olhei para ele. “Muito preocupada.” eu concordei com um sorriso.
Ele me beijou gentilmente e eu me afastei dele enquanto ele se levantava. Eu
observei seu traseiro musculoso se mover no jeans enquanto ele andava até a cozinha. A
memória de como era a sensação daquela bunda nas minhas mãos, os músculos se
apertando com os movimentos quanto ele se impulsionava para dentro e para fora de
mim me fez arrepiar. Yeah, talvez a ideia de ficar na cama pelo resto da semana não era
tão ruim assim.
Carson entrou na sala dez minutos depois com um copo de café e um prato de ovos
mexidos e torradas.
“Eu me lembro de como você gosta do café.” ele disse. “Mas eu não sei como gosta
dos ovos. Eu espero que estejam bons.”
“É assim que gosto dos meus ovos.” eu disse com um sorriso. “Obrigada.”
Ele assentiu, e eu mergulhei na minha comida. Eu não comia desde a manhã anterior
quando peguei uma banana saindo porta afora para ir ao aeroporto. Deus, aquilo parecia
como se fosse em outra vida. Totalmente outra vida.
Eu olhei para Carson, sentado do outro lado do sofá, bebericando seu café.
Eu deixei meu prato de lado e segurei sua mão. Ele abaixou seu copo e deslizou para
mim, me colocando dentro do seu corpo para que assim, eu ficasse aconchegada contra
sua lateral.
Eu me aninhei no seu pescoço e me curvei para ele.
Eu senti um profundo contentamento se instalar em mim, o conhecimento que eu
tinha tomado a decisão correta vibrou na minha alma.
“No que você esta pensando?” ele sussurrou, se aninhando no meu cabelo.
“Hmm, você, eu, nós.” eu sorri.
“Eu gosto disso.” ele disse “O que sobre nós?”
“Eu só estava pensando o quão certo isso parece ser. Eu estava pensando em quão
arrependida estou de ter levado tanto tempo para perceber isso.”
Carson riu abafado “Você levou uma semana, Grace.”
Eu sorri, beijando a curva do seu pescoço. “Muito tempo.”
Ele suspirou. “Você tinha algumas coisas acontecendo. Era normal ter ficado
assustada comigo. Eu apareci meio forte.”
“Eu gosto quando você vem forte.” eu sussurrei.
“Eu sei que você gosta, Botão de Ouro.” ele disse com um sorriso.
Eu levantei minha cabeça e olhei para ele, calor me preenchendo agora que sabia o
significado do meu apelido. “Só não se empolgue.” eu avisei provocando.
Ele riu. “Por favor. Você é a verdadeira chefe aqui. Você acha que não sei disso?” ele
olhou para mim ternamente. “Eu faria qualquer coisa por você, Grace. Eu mataria um
dragão por você.” ele disse suavemente.
Eu pisquei para ele, absorvendo a sinceridade em seus olhos, a beleza de seu rosto e a
ternura de sua expressão. Eu me inclinei para cima e o beijei suavemente nos lábios,
sugando seu lábio na minha boca e beliscando com meus dentes.
Eu sorri para ele e ele me puxou para seu lado novamente.
Depois de um segundo eu recuei e observei seu rosto, mordendo meus lábios. Eu
precisava perguntar a ele sobre uma coisa. Ele tinha falado o nome de uma mulher
enquanto dormia nesta manhã. Eu tinha acordado brevemente, mas depois voltei a
dormir quando ele ficou em silencio novamente. Eu não estava irritada, afinal de contas,
ele tinha me dito que não tinha ficado com nenhuma depois de mim. Mas eu estava
curiosa.
“O quê?” ele perguntou suavemente.
“Carson.” eu pausei. “Quem é Ara?”
***

Carson
Eu gelei e meu coração acelerou rapidamente. “Onde você escutou esse nome?” eu
sussurrei.
Ela inclinou para trás um pouco mais e olhou para mim, sua testa franzida, seus
olhos azuis largos estudando meu rosto.
“Você. Você disse isso dormindo hoje de manhã.” ela disse.
Eu fechei meus olhos por algumas batidas. “Desculpe. Não é... não é o que você está
pensando.” eu disse, preocupado que ela tivesse pensado que sonhei com uma mulher
que eu tinha me envolvido de um jeito romântico.
“Tudo bem. Nós ficamos separados por muito tempo e...”
“Não. Eu te falei a verdade quando disse que não fiquei com mais ninguém. De
nenhum jeito.”
Ela me estudou e assentiu novamente, se sentando direito, mas ficando bem do meu
lado, nossos corpos se tocando. Ela trouxe o cobertor para cima do meu colo também
quando dobrou as pernas para que ficassem embaixo dela, em cima do sofá.
Eu me inclinei para trás e corri minhas mãos no meu cabelo.
Eu fiquei em silêncio por um minuto, colocando meus pensamentos em ordem
enquanto ela me esperava. Eu estava pronto para falar sobre ela. Se nós estávamos juntos
agora, então ela precisava saber. Essa era uma parte da minha vida.
“Ara era uma garota de quatorze anos de idade que foi estuprada e espancada por
alguém do alto escalão dos inimigos que fomos enviados para matar no Afeganistão. Nós
a encontramos quase morta por causa de seus ferimentos, e ficamos com ela enquanto ela
morria.”
Grace levou sua mão ate a boca, seus olhos cheios de espanto e tristeza. Ela tirou sua
mão e sussurrou. “Nós?”
Eu assenti. “Sim, eu e minha unidade. Nós fomos nessa missão e tivemos sucesso de
imediato. Mas quando fomos ao deposito o chefão tinha escondido, nós encontramos
algumas coisas que não esperávamos, incluindo um quarto cheio de mulheres e garotas
nas condições mais deploráveis que você pode imaginar.” eu estava em silêncio por um
minuto, imaginando abrindo aquela porta, o cheiro nos atingindo imediatamente
enquanto nós todos recuamos e depois acendemos nossas lanternas em grandes olhos
assustados nos encarando. Eles não lhes davam acesso aos banheiros ou água. Elas
estavam sendo mantidas como animais, pior que animais. Quando eu pensava em
inferno, imaginava aquele quarto.
“Elas estavam sendo traficadas. Garotas de seis anos estavam naquele quarto,
destinadas a ser tornarem brinquedo sexual de algum tarado.”
Os olhos dela estavam tão grande em seu rosto, lágrimas caindo enquanto me
encarava silenciosamente.
“Uma das garotas, Ara, tinha visto uma chance de escapar quando eles jogaram algum
tipo de comida para elas. Os guardas a capturaram e a estupraram – estupraram de todo
jeito e maneira que puderam. Eles a machucaram e a devastaram sem misericórdia.”
minha voz falhou no final enquanto eu engolia o caroço que se formava na minha
garganta toda vez que pensava em Ara. “Todos eles revezavam com ela e depois bateram
nela tão forte que ela mal estava consciente. Claro, nós não tínhamos essa informação até
mais tarde, quando nosso tradutor conversou com outra mulher que estava lá.”
Lágrimas estavam caindo das bochechas de Grace, e ela agarrou minhas mãos e as
segurou em seu coração enquanto eu falava.
“Depois que os matamos e encontramos Ara, nós a carregamos para fora e limpamos
suas feridas o melhor que pudemos com o que tínhamos. Mas o estrago interno era muito
grande... ela precisava de um hospital e nós não tínhamos como levá-la a um. Nós demos
a ela morfina e ficamos com ela durante a noite, nos revezando para segurar sua mão e
contando histórias – qualquer história que pudéssemos pensar. Enquanto o sol começava
a nascer no céu era a minha vez de segurar sua mão e eu contei a ela sobre você, como eu
pensava em você toda manhã quando o sol nascia no céu. E eu juro, ela sorriu pra mim,
Grace. Ela olhou diretamente nos meus olhos, e ela sorriu. E depois ela se foi.”
Grace deixou escapar um pequeno soluço. “Meu Deus.” ela respirou.
Eu fechei meus olhos por um minuto, recordando aquela manhã, meu coração se
partindo enquanto eu olhava nos olhos de Ara, a garota que eu nem conhecia, enquanto
ela ia embora desse mundo.
“Como você lida com essa memória Carson? Como você supera isso?” Grace
finalmente perguntou com outro pequeno soluço.
Eu pensei naquilo. Eu pensei sobre como você é enviado para lutar por seu país, e
ninguém lhe diz que o que você vê pode infiltrar na sua alma e irrevogavelmente mudar
quem você é. Eles nunca te dizem que um milhão de milhas de um momento, tudo vai
voltar de repente pra você – onde você foi, o que você sentiu, o que você viu, aquela cena
– tudo se repete, de novo e de novo e de novo.
“Eu nunca vou tirar isso da minha cabeça. Eu nunca vou superar isso. E estou bem
com isso. Ela viveu isso. O mínimo que posso fazer é lembrar.”
Ela me estudou por um momento, e deu um sorriso triste para mim, algo profundo e
intenso aparecendo em seus olhos enquanto pegava o meu rosto e levava seus lábios aos
meus suavemente. Nós ficamos assim por um minuto, enquanto ela beijava minhas
bochechas e minha testa, meu nariz e meus lábios novamente, muito suavemente. Depois
ela pegou minhas mãos e examinou as cicatrizes nas minhas palmas, colocando os lábios
nelas e fechando seus olhos firmemente.
Eu a observei, meu coração batendo três vezes mais rápido no peito enquanto suas
emoções passavam por mim, me preenchendo, me atingindo e me dando paz.
Quando ela se inclinou para trás, perguntou: “O que aconteceu com as outras
garotas?”
Eu suspirei. “Elas eram todas de uma vila pequena e pobre das redondezas. As
pessoas da cidade ajudaram a localizar suas famílias e levá-las ao lugar que pertenciam. A
maioria delas foi enganada por terem dito que havia um trabalho de limpeza ou algo
parecido em outra aldeia. Esse é o modus operandi habitual quando se trata de tráfico.
Em alguns casos as famílias vendem suas filhas no que eles acreditam ser uma situação
melhor do que eles podem oferecer.”
Grace assentiu, batendo nos lábios. “E a família da Ara?” ela perguntou devagar.
“Nós tivemos que ir embora antes da família da Ara ser localizada, mas as pessoas da
cidade achavam que sabia onde eles estavam e prometerem levar seu corpo para eles.”
Grace colocou sua cabeça no meu peito e seus braços ao redor da minha cintura e me
apertou gentilmente. Deus, era muito bom conversar sobre isso com ela e deixá-la
confortavelmente se infiltrar dentro do meu coração. Os rapazes e eu conversamos sobre
isso depois, mas não era a mesma coisa. Não era a mesma coisa como ser agarrado nos
braços da Grace enquanto ela pegava parte da dor e fazia dela sua dor. Eu não queria que
ela se machucasse, mas compartilhar minhas cicatrizes com outro humano era um alívio
que nem eu sabia que precisava, ate tê-lo.
Nos estávamos quietos por alguns minutos, apenas abraçando um ao outro.
Finalmente, eu disse devagar. “Grace, tem mais, e essa parte te interessa.”
Ela levantou a cabeça e franziu a testa. “Okay.” ela disse.
Eu parei. “Escuta, quando eu lhe disser o que estou prestes a fazer, eu entendo se
você precisar tirar um tempo para pensar. Eu rezo para Deus para que você não volte para
a SUV do Dylan e dirija de volta para Vegas, mas se você quiser, vou entender.”
“Carson, você esta me assustando.” ela sussurrou.
Eu respirei fundo. “O plano inicial era matar o alvo, entrar e sair de lá, mas por causa
da situação inesperada que encontramos, demoramos para seguir rumo ao nosso ponto de
encontro. Isso deu tempo para os homens que trabalhavam para o chefão fizessem uma
emboscada. Você já sabia que eu me machuquei, mas não as circunstâncias. Leland se
machucou nessa mesma emboscada.”
Ela assentiu, seus olhos eram grandes piscinas de preocupação. Eu agarrei suas mãos
e as apertei.
“Enfim, depois disso, nós fomos enviados de volta enquanto nos recuperávamos.
Leland foi dispensado e me foi dado a escolha de ficar ou sair. Quando Leland me
ofereceu um trabalho, eu decidi sair.”
“Sim, você me disse tudo isso.”
“Eu sei. Mas eu não lhe disse qual era o meu verdadeiro trabalho.”
Suas sobrancelhas abaixaram. “Você não é o chefe de segurança da Trilogy?”
“Bem, sim e não. Esse é o meu trabalho de tempo integral. O resto do tempo, eu
planejo e executo operações com meus amigos para resgatar mulheres que são traficadas
para uso sexual. Nós usamos o andar 45 do Trilogy como casa para elas enquanto
localizamos suas famílias e organizamos a documentação necessária para elas pegarem
um voo para casa.”
“O quê?” ela respirou, seu rosto perdendo a cor.
Eu me virei mais para ela. “Depois do que aconteceu com Ara, com o que vimos
naquele esconderijo, nós ficamos bem balançados. Nós conversamos sobre isso e
decidimos que precisávamos fazer alguma coisa, algo que fizesse alguma diferença,
usando as habilidades que tínhamos. Leland tinha os meios e a localização para nos
oferecer os trabalhos para nos disfarçar nas operações e nós decidimos colocar em prática.
Como SEAL nós éramos capazes fomos de reunir intel e invadir locais onde as mulheres
estavam sendo mantidas. Em Vegas, a maioria das mulheres vêm de países latino-
americanos. Nós todos concordamos, fomos e ajudamos seis grupos de mulheres nos dois
meses em que estivemos em Las Vegas. O último resgate foi na noite antes de Josh ser
preso.”
Grace balançou a cabeça ligeiramente. “Oh meu Deus, eu nem... eu nem sei o que
dizer. Espera, o que isso tem a ver com a prisão de Josh?” seus olhos se arregalaram ainda
mais.
“Foi armado para Josh, Grace. Há um homem em Las Vegas que seu negocio é vender
pessoas, no caso dele, mulheres e meninas, especificamente. As mulheres que resgatamos
era sua mercadoria. O que aconteceu com Josh foi a maneira de nos dizer que ele não
apreciou o que tínhamos tirado dele.”
Grace caiu de costas no sofá, colocando a mão sobre a testa. “Oh meu Deus.”
Capítulo Trinta e Um

Grace
Eu acreditei nele, sem dúvida nenhuma, no momento em que ele disse isso. Meu
coração estava partido e minha mente estava se recuperando com tudo o que ele me disse.
Como todo o meu mundo virou de cabeça para baixo, mais uma vez, num espaço de meia
hora? Sentei no sofá com a mão na testa, tentando me recompor o suficiente para fazer
mais perguntas necessárias. Mas só uma veio à mente. “O que vamos fazer?” eu
perguntei.
Olhei para Carson e ele fez uma pausa por umas duas batidas antes de o seu rosto
eclodir em um dos maiores sorrisos que eu já vi. Isso me chocou um pouco. “Por que você
está sorrindo?” perguntei, genuinamente confusa.
“Você disse 'nós'.” ele disse calmamente ainda sorrindo.
Pisquei para ele. “Sim.” Confirmei. “Eu disse nós.”
“Assim tão simples?” ele perguntou, seu sorriso desvanecendo e vulnerabilidade
inundando suas características.
Apertei os lábios, estudando-o por um minuto. “Eu entendo por que você não me
disse isso antes... antes que eu lhe dizer que eu queria ficar com você. Mas... você pensou
que eu não acreditaria em você quando me dissesse?” inclinei a cabeça esperando sua
resposta.
Ele franziu o cenho. “Não, eu acho que não pensei que você duvidaria da minha
história, só queria saber se você queria fazer parte dela.”
Suspirei e dei uma risada sem alegria. “Eu não sei se eu quero, exatamente.” fiz uma
pausa. “Mas aqui está a coisa, isso vem com você. É o que você faz. E Carson, não sei se
alguém lhe disse isso ultimamente, mas você é um herói.”
Ele riu. “Não, Botão de Ouro. Não sou nenhum herói.”
Balancei minha cabeça. “Sim, Carson, você é. Já trabalhei em casos, um monte de
casos na verdade, que envolvem mulheres que foram abusadas sexualmente de uma
forma ou de outra. Eu vi o olhar delas. Eu vi a devastação. Sim, você é um herói. Então,
novamente, o que nós vamos fazer?”
Ele olhou para mim, algo quente e suave enchendo seus olhos.
“Dylan está trabalhando nisso. Ele está tentando localizar com precisão o local do
homem que estamos rastreando, aquele que sabemos ser o responsável pela armação. Seu
nome é Gabriel Bakos. O problema é que ele se move malditamente muito e fica difícil
localizá-lo. Se pudermos apenas imobilizá-lo, podemos entrar e fazê-lo falar.” ele deixou
escapar um suspiro frustrado.
“Isso parece perigoso.”
“É sobre a vida de um homem que estamos falando. A vida do meu amigo. Um
homem que não só não matou uma mulher, mas que salvou centenas delas.”
Eu suspirei, fechando os olhos por alguns instantes. “Eu sei. Ok, o que mais? Conte-
me tudo.”
“Temos Dylan em cima. É apenas um jogo de espera no momento. Um maldito e
frustrante como o inferno jogo de espera.”
Olhei para ele por um minuto pensando. “Posso dar continuidade no caso para dar-
lhe mais tempo.” ofereci.
Seus olhos estalaram-se nos meus. “Isso ajudaria.” disse ele em voz baixa. “Eu nunca
pediria isso se não soubesse de fato...”
“Eu sei. Não seria questionado. D.A. continua os casos o tempo todo.”
“Isso não afetaria sua carreira? Sua reputação?” perguntou ele.
Balancei minha cabeça. “Não. Não se eu continuasse dentro da razão.”
Ele acenou com a cabeça.
Respirei profundamente e sentei-me novamente, tentando resolver esse quebra-
cabeça na minha cabeça, usando toda a evidência que sabia que tinha contra um homem
inocente. Merda! Merda! Merda!
“Você não pode ir à polícia?” perguntei. “Quero dizer, com certeza eles seriam capazes
de coletar alguma evidência... em algum lugar, ou questionar esse Bakos, ou alguma
coisa.” franzi a testa, pensando nas minhas palavras.
“Não. Em primeiro lugar, se nós formos para a polícia com a nossa história e lhes
dissermos o que estávamos fazendo, todos nós poderíamos enfrentar a prisão, e depois
Josh estaria realmente fodido. Além disso, a polícia é restringida por mandados de busca e
outros tipos de burocracia. Temos toda uma tecnologia cara que a polícia não tem, e
continuamos a ter dificuldade em rastreá-lo. Mesmo que achássemos a sua localização e
déssemos para a polícia, no momento em que eles chegassem lá, Bakos já estaria fora e
todas as evidências também. Precisamos chegar a ele primeiro. Não podemos trabalhar de
acordo com as restrições da aplicação da lei se quisermos ser bem sucedidos.”
Mordi o lábio por um minuto, examinando suas palavras. Eu sabia como o sistema
jurídico funcionava melhor do que a maioria das pessoas e, infelizmente, ele estava certo.
Grupos de vigilantes, mesmo os que fazem um bom trabalho, não poderiam ser
incentivados pela polícia.
“Já examinei isso umas mil vezes.” disse Carson. “Não há nenhuma solução ainda.
Nós apenas temos que esperar.”
Suspirei, não surpreendida que ele tivesse lido minha mente. “Como é que vamos
fazer isso? Como você não está surtando ainda?” eu gemi.
“Porque se eu fizer isso, vou me perder. Tenho que ter fé que trabalhando juntos,
vamos desvendar isso. Não posso considerar outra alternativa. Até que haja uma razão
para não ser otimista, o otimismo é o que estou escolhendo.”
Deixei escapar um suspiro, meus ombros curvando, ainda em dúvida sobre se eu
poderia fazer isso ou não.
“Vá tomar um banho, Botão de Ouro, e depois vamos correr para o supermercado. Eu
só comprei algumas coisas ontem.”
Eu suspirei, mas levantei com a intenção de fazer o que ele disse. Quando estava no
meio da sala me virei e caminhei de volta para Carson. Sentei-me no lado oposto dele e
quando ele virou o rosto para o meu, sussurrei: “Todos esses anos atrás, sabia, eu sabia
quem você era. Obrigada por provar que estava certa.” então eu me levantei e caminhei
para o chuveiro.

***

Carson
Fiquei no sofá e ouvi a água começar a correr. Eu não pude evitar o sorriso que se
espalhou no meu rosto. Meu Botão de Ouro era muito incrível. Eu realmente duvidei
disso? Não. Essa era a razão pela qual eu a queria de volta tão ferozmente, como se fosse
uma dor nos meus ossos.
Grace parecia chocada com a minha história, mas ela estava de acordo até mesmo
antes de eu acabar de contar. E ela estava orgulhosa de mim. Eu vi aquele orgulho
brilhando em seus olhos e isso, porra, me desfez. Eu mudei a minha vida por mim, mas
ela foi o catalisador, e eu nunca negaria isso. E assim, o fato de que ela estava orgulhosa
de mim, bem, isso queria dizer tudo.
Levei os pratos para a cozinha e coloquei na máquina de lavar e, em seguida, aticei o
fogo um pouco e me sentei no sofá. Quando Grace saiu do banheiro completamente
vestida, seu cabelo solto, eu estava me sentindo relaxado e tão malditamente feliz. Não
havia segredos entre nós agora. Éramos uma equipe, ela estava comigo, e apesar da
situação em que eu estava, senti uma profunda serenidade resolvida por dentro. Algo
tomou conta de mim que eu não conseguia identificar, a sensação de que uma última peça
de um quebra-cabeça tinha acabado de se encaixar de alguma forma.
Ela se aproximou de mim, me montou e colocou os braços ao meu redor e me
segurou junto dela por vários minutos enquanto eu respirava seu cheiro fresco de
chuveiro.
Ela sentou-se ligeiramente para trás e olhou para mim com um leve franzido no
rosto.
“Grace.” eu disse. “Você precisa tentar desligar seu cérebro por uns dias enquanto
estamos aqui. Eu sei que apenas deixei cair uma porrada de informações para você. Mas
estou dizendo, você só irá ficar louca se continuar trabalhando a informação em sua
mente enquanto não há nada que nós podemos realmente fazer. Confie em mim, já
sabemos todos os ângulos e temos mais informações do que você nesse momento sobre
os jogadores nesta situação.”
Ela olhou para além do meu ombro e mordeu o lábio. Finalmente, ela respirou fundo
e sussurrou. “Eu vou tentar.”
Eu a estudei. “Tudo bem. Oh, eu saí antes, enquanto você estava dormindo, e comprei
uma coisa pra você.”
“O quê?” ela perguntou, franzindo a testa ligeiramente.
Levantei-me e peguei uma sacola perto da porta.
“Procurei sua bota perdida esta manhã, mas estava longe de ser encontrada. Nevou
muito, ela está completamente coberta. Então, comprei umas botas novas, um casaco
impermeável, um par de luvas e um chapéu. Tenho certeza que meu senso de moda está
faltando, mas eles vão fazer o trabalho.” entreguei a sacola para ela.
Ela pegou e fuçou por dentro por um minuto, verificando tudo. “Não é ruim na
verdade.” ela sorriu.
“Bom. Coloca tudo e vamos indo. Olhei a sua bota para ver o seu tamanho, assim
espero que essas sirvam.”
Ela puxou as botas pretas de neve com algum tipo de pele falsa na parte superior e a
jaqueta cinza com preta e sorriu para mim. “Perfeito.” disse ela.
“Experimente as luvas e o chapéu também. Quero ver o look completo de coelho de
neve.”
Ela levantou uma sobrancelha, mas tirou as luvas e depois colocou o chapéu na
cabeça também. Porra, ela estava bonita. Não podia deixar de sorrir para ela.
Ela revirou os olhos para mim, mas pegou minha mão e nós andamos para fora.
Antes de eu sequer trancar a cabana, a expressão preocupada estava de volta em seu
rosto e ela estava mordendo o lábio. Assim que começou a andar um pouco na minha
frente para a minha caminhonete, ela disse: “Carson, e sobre a pedra que a menina
estava...”
Eu fiz uma bola de neve e a acertei na parte de trás da sua cabeça. Ela parou no
caminho, interrompeu no meio da frase e se virou para mim com um olhar incrédulo no
rosto.
“Você acabou de jogar uma bola de neve na minha cabeça?” perguntou ela.
“Sim, joguei.” disse eu, fingindo uma expressão entediada.
“Entendo.” disse ela, curvando-se e recolhendo um pouco de neve e começando a
formar uma bola de neve.
Eu ri. “Oh, Botão de Ouro, você tem outra coisa vindo, se acha que pode mesmo... “e
com isso, ela me acertou no rosto e depois riu alto, inclinando-se para frente de tanto rir.
Fechei meus olhos e limpei a neve do rosto, tirando a umidade para fora dos meus
cílios.
“É isso. Começou.” eu disse, pegando um pouco de neve e começando a correr em sua
direção.
Ela gritou e correu o mais rápido que suas grandes e ruidosas botas de neve poderiam
carregá-la, o que não era muito rápido. Eu ri e a observei, dando-lhe uma vantagem. Era o
mínimo que eu poderia fazer.
Ela se escondeu atrás de algumas árvores, e dei uma volta bem longa ao redor do
bosque e fui por trás dela. Observei por alguns minutos enquanto ela espiava na frente
dela, e, em seguida, voltava a trabalhar em seu ‘armazenamento’ de mais ou menos vinte
bolas de neve formadas próximas de seus joelhos.
Eu muito, muito silenciosamente, removi meu casaco e, em seguida, coloquei-o no
chão e coloquei tanta neve dentro dele quanto consegui. Então, o peguei e me movi atrás
de árvores cada vez mais perto dela. Ela não me ouviu chegando.
Quando estava perto o suficiente, eu fui para a clareira e me aproximei enquanto ela
estava formando outra bola de neve, o som de suas luvas trabalhando na neve era uma
máscara para qualquer ruído que eu fazia. Então levantei o meu casaco cheio e joguei toda
a pilha de neve na cabeça dela.
Ela gritou e se virou, sacudindo a neve de cima dela. Abordei-a delicadamente e
rolamos na neve enquanto ela ria e gritava.
“Quem é o Mestre de Batalhas de Bola de Neve?” perguntei, pressionando-a ainda
mais.
Ela riu mais ainda, tentando me tirar de cima dela.
“Quem, Grace? Diga. Você é o Mestre de Batalhas de Bola de Neve, Carson. Campeão
dos pesos pesados da Tundra congelada! Invicto agora e para sempre!”
“Ok! Ok! Você é, Carson, o campeão de batalhas... qualquer coisa! O que você disse!
Você é o Mestre.”
“Eu sei.” disse e ela riu. Eu sorri de volta, beijei-a nos lábios, e fiquei em pé e ajudei-a
a levantar.
Peguei-a em meus braços, meu sorriso desaparecendo enquanto eu estudava seu
rosto. “Eu sei que não é possível parar de pensar inteiramente sobre tudo o que está
acontecendo com Josh, e isso é bom, porque uma pequena ideia poderia ser a coisa que
nos dá uma chance. Mas agora, nós começamos a gostar um do outro também, ok? Tudo o
que pode ser feito está sendo feito e por isso não vamos nos tornar muito loucos. Eu
quero que você relaxe e confie em mim, tudo bem?”
Ela me estudou e, em seguida, depois de alguns segundos, balançou a cabeça. “Tudo
bem.” disse ela.
“Ok.” eu repeti.
Balancei a minha jaqueta e coloquei-a de volta, apenas a parte externa ligeiramente
úmida. Tirei a neve de Grace e caminhamos para a minha caminhonete. Poucos minutos
depois estávamos indo para a cidade.
Peguei meu telefone enquanto dirigíamos e mandei uma mensagem aos caras. Eu
lhes tinha dito que mandaria uma mensagem quando tivesse serviço de celular, e então
eles saberiam que poderiam me ligar se precisassem.
Nos dirigimos ao supermercado na cidade e quando saímos e começamos a caminhar
até a loja, eu sorri para Grace. Lembrei-me de um dia antes, quando eu tinha corrido até
este mesmo supermercado para pegar uns itens para me manter por alguns dias. Que
diferença um dia fez. Ainda era surreal que Grace estava aqui comigo.
“O quê?” perguntou ela.
“Nada, só você.” eu disse, agarrando-lhe a mão. “Você me faz feliz.”
Ela soltou a minha mão, me agarrou pela cintura e me apertou.
Meia hora mais tarde, a caminhonete estava carregada com tudo o que precisávamos
para os próximos dois dias.
Faltava dois dias para o Natal, e então Grace insistiu em comprar um presunto e
vários acompanhamentos diferentes e os ingredientes para uma sobremesa que era uma
tradição em sua casa.
Enquanto ela lia a parte de trás de uma lata de alguma coisa, perguntei: “Grace, a sua
família...” eu parei, não sabendo exatamente como perguntar se estava tudo bem ela
perder o Natal para estar comigo, alguém que eles sequer conhecem, provavelmente
nunca ouviram falar.
Ela se virou para mim com a testa franzida ligeiramente. “Minhas irmãs estão em
êxtase, Carson. Elas sabiam que Alex não era a pessoa certa para mim na primeira vez que
o conheceram. Meu pai... bem, isso é, provavelmente, uma história diferente. Mas as
minhas irmãs têm truques na manga para o manipularem. Vai ficar tudo bem.” ela
pareceu confiante, e enquanto ela se sentia bem com isso, eu também sentia.
Caminhamos até o balcão de frios e pedimos várias coisas por trás do caixa, e fiquei
esperando quando Grace caminhou alguns passos para olhar algo em uma prateleira ao
lado do balcão.
Olhei para duas jovens que pareciam estar em seus vinte e poucos anos que estavam
rindo e sorrindo para mim. Dei um sorriso pequeno e educado, e olhei para frente de novo
quando ouvi uma delas sussurrar “Ele é tão gostoso!” para a amiga.
Grace veio até mim e eu a vi olhar para elas de forma rápida, obviamente ouvido o
que elas disseram, antes de trazer os braços ao redor do meu pescoço e me beijando nos
lábios.
Levei meus braços ao redor da cintura dela e ri para ela.
“O quê?” perguntou ela.
“Eu gosto quando você me reivindica, baby.” sussurrei provocando. “Mas só pra você
saber, você já fez isso há muito tempo.”
Ela sorriu para mim, balançando a cabeça ligeiramente. “Isso não é o que eu estava...”
ela inclinou a cabeça, olhando para cima como que reconsiderando. Ela sorriu. “Ok, eu
totalmente estava.”
Eu ri e a levantei do chão, beijando os seus lábios mais forte.
Colocamos nosso pedido no carrinho alguns minutos mais tarde e, em seguida,
caminhamos até uma pequena farmácia na parte de trás da loja.
Caminhamos para as prateleiras de preservativos e Grace olhou para mim, mordendo
o lábio e olhando ao redor antes de pegar uma caixa da prateleira e colocá-la em nosso
carrinho embaixo de alguns outros itens.
Não pude deixar de rir com ela e quando eu fiz, ela se virou, olhou para mim e
começou a puxar o carrinho. “Vamos lá, vamos.” ela sussurrou.
Ri mais alto. “Grace.” eu disse calmamente. “Não estamos roubando o lugar. Estamos
comprando preservativos, como adultos responsáveis.”
Ela fez uma pausa, sacudindo a cabeça um pouco, e ela caminhou para mim sorrindo
um pequeno sorriso. “Sou meio deprimente, hein?” ela perguntou. “Eu posso falar na
frente de um tribunal lotado, e ainda assim, comprar preservativos me transforma em
uma menina nervosa de dezesseis anos.” ela riu.
Enquanto eu olhava para ela, um calor encheu meu peito, “Não, você não é
deprimente, você é linda e incrível. Vamos voltar.”
“Tudo bem.” ela disse baixinho sorrindo para mim.
Nós saímos e voltamos para a cabana. A neve ainda estava caindo suavemente,
lançando um silêncio sobre tudo, fazendo-nos sentir como se estivéssemos em um
mundo todo nosso.
Capítulo Trinta e Dois

Grace
Trouxemos os mantimentos para a cabana e começamos a desembalá-los. Eu
coloquei os ingredientes para os queijos grelhados e sopa de tomate de lado para que eu
pudesse nos fazer algum almoço tardio depois de tudo guardado. Enquanto estava
dobrando o último saco de papel, Carson veio por trás, colocou os braços em volta de mim
e sussurrou em meu ouvido “Eu amo como você cantarola quando você guarda as
compras.”
Eu ri. “Eu? Eu nem percebo.” disse, voltando-me para ele.
“Hmm hmm. Mal posso esperar para aprender toda e qualquer coisinha sobre você.”
ele disse olhando nos meus olhos.
“Até mesmo as coisas ruins?” sussurrei olhando para ele.
Ele assentiu com a cabeça. “Sim, até mesmo as coisas que você acha que são ruins.”
disse ele muito sério.
Ele trouxe seus lábios para os meus num beijo carinhoso que rapidamente aqueceu
quando ele passou a língua contra a minha e eu gemi em sua boca. Amava o seu gosto,
amava o jeito que ele beijava e a maneira como ele se movia. Ele apelou para cada um dos
meus sentidos e, fazer amor com ele parecia decadente, delicioso. Eu achei que nunca
teria o suficiente.
Quando eu pensei em tudo o que ele havia me revelado esta tarde, o meu coração
apertou. Eu ainda não tive tempo para resolver todos os meus pensamentos e
sentimentos. Estava preocupada com o caso, mas me sentia confiante com sua garantia de
que tudo o que poderia ser feito agora, estava sendo. Eu teria que confiar, para eu não me
preocupar com uma morte prematura antes do Natal.
Eu só podia imaginar o que Josh Garner estava passando. Deus, seu caso parecia um
processo muito fácil. E ele foi enquadrado por alguém muito maldoso, que não só vendia
seres humanos, mas também não piscou um olho para assassinar uma jovem inocente e,
em seguida, arruinar a vida de um jovem. Senti-me assustada e enojada com o simples
pensamento do seu ‘negócio’.
Mas Carson, meu bravo Carson. O meu coração explodiu de orgulho quando pensei
no que ele tinha se tornado, o quanto ele arriscou a sua segurança para fazer para os
outros.
Pressionei-me nele e um som de satisfação surgiu de sua garganta, vibrando na
minha boca.
Suas mãos desataram o cinto do meu suéter na minha cintura e eu ri em sua boca
quando suas mãos começaram a viajar sob o meu suéter.
“O quê?” ele murmurou contra minha boca, sorrindo e beliscando meus lábios.
“Nada. Você é muito talentoso.” disse.
Ele balançou a cabeça, esfregando os lábios contra os meus. “Não, apenas
determinado.”
Eu ri baixinho, mas meu riso desapareceu quando as suas mãos chegaram aos meus
seios e começaram a esfregar meus mamilos sobre o algodão do meu sutiã. “Ahhh.” gemi,
quebrando o beijo e inclinando a cabeça para trás.
Ele pressionou seus lábios no pulso na base da minha garganta enquanto seus
polegares circulavam meus bicos endurecidos devagar, preguiçosamente. Respirei com
mais força, tiros de eletricidade formigando para o meu sexo e o sangue começando a
pulsar lá.
Alcancei a minha mão para esfregar o comprimento endurecido através de seu jeans.
Ele soltou um gemido e pressionou contra a minha mão. Levantei minha cabeça e olhei-o
nos olhos, cheios de calor e os lábios entreabertos. Uma emoção passou por mim com o
olhar faminto em seu belo rosto.
Ele se inclinou na minha orelha enquanto circulava seus quadris contra minha mão.
“Eu te quero tanto, Botão de Ouro.” ele disse, sua voz grave e um pouco tensa. “Eu nunca
deixei de querer.”
Gemi. Eu gostei disso. Eu gostei muito disso. “Nem eu.” era tudo que eu conseguia.
“Diga- me que você é minha.” ele sussurrou.
“Eu sou sua. Eu sempre fui sua.” eu expirei.
Carson tirou uma mão do meu seio e trouxe-a para o botão do meu jeans enquanto se
inclinava para trás. Ele abriu o zíper e depois passou as minhas calças pelos meus quadris
enquanto eu o assisti se ajoelhar na minha frente.
Eu respirei fundo quando ele colocou seu rosto contra a renda branca da minha
calcinha e me inspirou. Soltei um pequeno gemido. Eu já estava molhada.
Ele enfiou os polegares nas laterais da minha calcinha e trouxe-a lentamente pelo
meu quadril e a deixou cair no chão quando ele olhou para mim. Saí de ambos, do meu
jeans e do pequeno pedaço de renda.
Por um minuto, ele ficou parado e descansou sua bochecha contra a minha barriga, as
mãos segurando na parte de trás das minhas coxas. Corri meus dedos pelo seu cabelo
curto e macio e olhei para ele. Seus olhos estavam fechados e eu queria perguntar o que
ele estava pensando, mas antes que eu pudesse formar as palavras, vi o nosso reflexo no
espelho sobre a lareira na sala. Quando eu me concentrei na visão de mim, sem calças, e
Carson ajoelhado diante de mim, com a cabeça agora se movendo mais baixo entre as
minhas coxas, a visão disso me fez perder todo o foco, um gemido escapando dos meus
lábios.
Carson abriu as minhas pernas e gritei quando senti sua língua mergulhada ali
embaixo.
“Oh Deus.” ele sussurrou “O seu gosto... é como uma droga.”
E então ele mordeu meu clitóris enquanto eu gritava com o êxtase, pressionando
suavemente a sua cabeça para instigá-lo a continuar. Se ele parasse agora, tinha certeza
que eu morreria.
Sua língua começou a circular lentamente no pequeno pacote inchado de nervos, e eu
agarrei o balcão atrás de mim e apertei com mais firmeza contra o seu rosto, buscando
descaradamente meu próprio prazer.
“Oh, Carson.” eu expirei enquanto ele agarrava as minhas coxas com mais força e me
puxava ainda mais apertado contra o seu rosto.
O prazer aumentava cada vez mais enquanto eu observava o espelho na minha frente
através de pálpebras semicerradas. A combinação de estímulos sensoriais foi tão grande
que, quando atingi o meu orgasmo, ele foi rápido e forte, e eu gritei o nome de Carson
enquanto me pressionava em sua boca.
Ele levantou-se, rapidamente tirou sua calça jeans e antes que eu pudesse formar um
pensamento coerente, ele me levantou em cima do balcão de modo que eu estava na
beirada, pegou um preservativo na ilha da cozinha, abriu-o e rolou-o. Ele pressionou
dentro de mim, enchendo-me completamente.
Coloquei minhas mãos no balcão atrás de mim quando ele começou a bombear
dentro de mim implacavelmente. Ele pegou meu rosto em suas mãos e me beijou, sua
língua empurrando em minha boca no mesmo ritmo das estocadas do seu pau.
Quando ele se afastou de mim e pressionou o rosto em meu pescoço, vi o espelho
atrás de nós novamente, desta vez observando a bela visão da musculatura da sua bunda
contraindo enquanto se movia para dentro e fora de mim. Era carnal e bonito e eu não
conseguia desviar o olhar.
Sua respiração parou e ele começou a ofegar no meu pescoço, gemendo quando o
orgasmo o atingiu.
Ele circulou seus quadris lentamente, ordenhando seu prazer e quando levantou a
cabeça, havia um sorriso preguiçoso no rosto. Tão lindo.
Ele me beijou de novo, profunda e ternamente, e então saiu de mim e me levantou.
Ele pegou minha mão enquanto me levava para o banheiro, onde ele amarrou o
preservativo e o jogou fora. Então ele correu uma toalha embaixo da água morna e
alcançou entre as minhas pernas, me lavou suavemente e beijou meus lábios rapidamente
mais uma vez.
Quinze minutos mais tarde estávamos vestidos e comendo sopa e sanduíches na ilha
de cozinha.
Nós conversamos muito depois que tínhamos comido, sentados enquanto nos
dávamos as mãos. Nós não falamos mais sobre a sua operação, ou o caso de Josh. Parecia
que havia um acordo tácito de que isso podia esperar, por enquanto, que era importante
também que a gente se familiarizasse novamente. Por apenas esta noite, precisávamos
nos concentrar em nós, somente em nós. E assim nós rimos e conversamos sobre o que
tinha acontecido em nossas vidas enquanto estávamos separados.
Recuperar o atraso assim, parecia necessário para o que viria a seguir. Eu não sei
como eu sabia disso, eu apenas sabia.
Depois de um tempo, nós nos mudamos para o sofá na sala e nos enrolamos sob um
cobertor e assistimos Zoolander em um dos canais da televisão, rindo e nos abraçando.
***

Carson
Fizemos o jantar juntos, conversando mais e desfrutando da companhia um do
outro. Eu não estive tão feliz em... eu nunca estive tão feliz. Eu sabia que havia um monte
de estresse nos esperando em Las Vegas.
E se havia alguma coisa, mesmo algo pequeno que eu poderia fazer para Josh, eu
estaria fazendo.
Mas não tinha e por enquanto, estava absorvendo Grace. Eu gostei de me familiarizar
com ela, e deixei a sensação de que estávamos no caminho certo se estabelecer na minha
alma. Eu não estava errado quando pensava que tê-la comigo me faria mais forte, mais
forte para Josh, mais forte para tudo. Tê-la comigo era como o sangue fluindo de volta
através das minhas veias, dando-me força e propósito.
Abri uma garrafa de vinho e bebemos enquanto nós cozinhamos, rindo e tocando. Eu
não conseguia manter as minha mãos fora dela e parecia que ela se sentia da mesma
maneira. Talvez nós estivéssemos recuperando o tempo perdido, ou talvez eu só
precisasse ficar me lembrando que ela estava aqui comigo. Tocá-la me dava conforto, me
aterrando para o aqui e agora.
Depois do jantar, ela pegou uma frigideira e disse para me sentar, enquanto ela fazia
uma sobremesa rápida. Eu bebia meu vinho enquanto ela mexia alguns ingredientes
juntos e picava algumas bananas. Poucos minutos depois, quando ela trouxe para mim, eu
vi o que ela tinha feito e sorri. “Bananas Foster.” eu disse. “Minha avó costumava fazer
isso para mim.”
Ela assentiu com a cabeça, sorrindo gentilmente. “Eu sei.”
Franzi minha testa, absorvendo sua doce expressão, lembrando de quando eu tinha
dito a ela isso, no elevador todos aqueles anos atrás. “Você se lembrou disso depois de
todo esse tempo?” eu perguntei.
Ela assentiu com a cabeça. “Eu me lembro de cada parte daquele fim de semana.”
disse ela em voz baixa, olhando para mim através de seus cílios.
Meu coração se apertou no peito, eu me inclinei e tomei seu rosto em minhas mãos e
beijei-a nos lábios. “Obrigado.” eu disse.
Depois da sobremesa nós entramos na jacuzzi e ela subiu em cima de mim de novo, e
uma combinação de vinho e Grace nua, me embriagou em mais de uma maneira.
Nós caímos na cama, uma bagunça molhada de membros emaranhados. Ela subiu em
cima de mim e eu me perdi nela enquanto me cavalgava com a cabeça jogada para trás, os
seios no meu rosto enquanto eu os chupava e lambia, os sons que ela fez, foi a minha
ruína. Eu empurrei-me em seu calor apertado e gozei tão forte que pensei que poderia
desmaiar.
Depois que eu me livrei da camisinha que de alguma forma eu me lembrei de colocar,
eu a puxei contra o meu corpo e senti seu sorriso em meu peito, aninhando em mim
novamente. Notei que ela estava respirando lentamente contra mim, assim eu mergulhei
no mundo dos sonhos.

***
“Carson, acorde baby, você está sonhando.” ouvi sussurrado.
Eu me sentei na cama. “O quê?” eu respirei, olhando ao redor, tentando me orientar.
“Você estava sonhando.” disse Grace novamente, pedindo-me para voltar para o
travesseiro.
Afundei de volta para baixo e passei a mão sobre o meu cabelo úmido. Eu estava
tendo esse sonho maldito novamente.
“O que foi?” Grace sussurrou, pressionando no meu lado e colocando seu rosto em
meu peito.
Suspirei. “Minha mãe... então Ara. Tenho tido isso muito ultimamente. Não sei por
que.”
“Diga- me.” disse ela, pressionando os lábios no meu peito e, em seguida, levando as
mãos para cima de modo que o queixo ficou apoiado sobre elas.
Eu poderia simplesmente deixá-la na escuridão, aqueles olhos que eu sabia que eram
azul claro na luz do sol, profundas piscinas insondáveis numa sala escura.
Mas eu senti o calor dela contra mim, respirei seu aroma singular e ouvi a
preocupação em sua voz, e isso me confortou, me deu vontade de compartilhar a dor que
me veio na escuridão da noite.
Eu disse a ela sobre o sonho, sobre se esgueirar para fora da sala dos fundos, sobre
observar a minha mãe ‘trabalhar’, sobre ela de repente se transformar em Ara.
Ela beijou meu peito novamente, respirando profundamente contra a minha pele
antes de ela vir para cima de novo e me apertar. “Ambos foram traumas para você, baby.”
ela disse suavemente.
“Sim.” eu disse. Sabia que ela estava certa. Eu sabia que essa era a razão pela qual eu
os combinava na minha mente.
Ficamos em silêncio por um minuto. Apenas dizer a ela sobre o meu sonho e ter o seu
conforto, pareceu como um peso tirado do meu coração. Deixei-me absorver, trazendo-me
paz e contentamento.
“É parte da razão que eu não estive com ninguém desde você.” Eu disse calmamente.
Sua cabeça levantou. “O que você quer dizer?” perguntou ela.
Fiz uma pausa. “Quando voltei pra casa de Las Vegas, olhei para tudo de forma
diferente. Nunca experimentei o sexo como algo que não fosse apenas físico, mas
emocional. Isso mudou para mim.”
Ela me apertou mais uma vez gentilmente. Eu poderia dizer que ela estava me
esperando ir em frente.
“É como se, com a minha mãe, sentia essa proteção feroz, mas estava desamparada. E
a parte que eu nunca consegui entender foi que ela se colocou nessas situações. Mas, em
seguida, ela voltou para casa e ela estava só... quebrada. Todo maldito tempo. Ela fez o
que fez à custa de sua própria alma. Eu não estou dizendo que é assim para todos. Mas
para ela, era. Eu podia ver e não podia fazer merda nenhuma. Doeu. E eu era apenas um
garoto, não entendia. E depois, eu não sei, talvez fiquei trancado em mim mesmo sozinho
como uma forma de ganhar algum tipo de controle sobre algo que eu não tinha controle
no passado. Na época, eu disse a mim mesmo que não importava, que era apenas algo que
me dava algum dinheiro fácil, mas no fundo, acho que sabia que era uma mentira. Eu não
sei. Tenho pensado muito sobre isso, e não sou nenhum psicólogo, mas parecia algo que
merecia um pouco de espaço na minha cabeça.”
Suspirei, reunindo mais de meus pensamentos. “De qualquer forma, depois de você,
não poderia mentir mais para mim mesmo sobre isso. E percebi que não queria voltar
para o jeito que era. As ficadas sem nome, as de uma noite só. Não era nem mesmo uma
escolha, simplesmente não era possível.” fiquei quieto por um minuto lembrando-me
silenciosamente da primeira vez que eu percebi isso com certeza. A noite eu tinha ido ver
Grace em D.C. e pensei que a tivesse visto com o seu namorado, eu fui a um bar e uma
mulher começou a dar em cima de mim. Teria sido fácil o suficiente ir para casa com ela.
Mas não estava interessado. Mesmo em um fodido estado emocional, simplesmente não
estava interessado – não em sexo aleatório de qualquer maneira. Eu deixei a sensação de
merda daquela naquela noite ir embora. Grace estava em meus braços agora.
Continuei. “De qualquer forma, então eu embarquei e passei alguns anos em
cavernas no deserto...” dei uma pequena risada.
Grace sorriu contra a minha pele e esfregou o nariz contra mim, me beijando
novamente, mostrando o seu apoio sem dizer uma palavra.
“E então o que aconteceu com Ara... de alguma maneira, trouxe esses sentimentos
para mim de novo. É tão difícil explicar.”
“Você está fazendo um trabalho muito bom.” ela sussurrou. “Eu entendo.”
E há duas palavras nesse idioma mais belas, mais reconfortantes do que essas duas?
Naquele momento eu sabia com certeza que a resposta era não.
“Você falou com sua mãe recentemente?” ela perguntou em voz baixa.
“Não, eu nem acho que ela sabe que fui para o serviço militar. Não que ela realmente
se importe. Meu colega de apartamento Dylan viveu no apartamento que tínhamos
compartilhado em Los Angeles até que se mudar para Vegas uns dois meses atrás, e ela
nunca entrou em contato com ele para me procurar...”
Ela suspirou. “Ela não tem ideia do que está perdendo.” ela parou por um minuto.
“Você sabe o que aconteceu com ela... quero dizer, por que ela poderia ter feito o que fez
por tanto tempo?”
Balancei minha cabeça. “Não sei exatamente. Ela mencionou um tio uma vez quando
ela estava drogada. Tenho a sensação de que ele fez alguma coisa com ela, mas ela não
entrou na dele. Eu não sei. Talvez não havia nenhuma razão. Talvez as drogas foram o
motivo. Eu não sei.”
Ela ficou em silêncio por um minuto e, em seguida, beijou meu peito suavemente
novamente, esfregando os lábios sussurrantes macios na minha pele.
Eu não podia ver o rosto dela, mas poderia dizer que suas rodas giravam. “O que você
está pensando?” perguntei em voz baixa.
Ela ficou em silêncio por um segundo antes de se inclinar em suas mãos de novo,
com os olhos brilhando para mim no quarto escuro. “O que estava pensando, Carson, é
que você brilha também. Para mim, você brilha também.”
O calor encheu meu peito e deixei escapar um suspiro e sorri para ela, mas eu não
disse nada. Apenas puxei-a mais perto e fiz uma oração silenciosa de agradecimento que
ela estava em meus braços.
Nós ficamos abraçados e sussurramos até que ainda a sentia ao meu lado. Poucos
minutos depois, escorreguei no sono também, um sono tranquilo, sem sonhos.
Capítulo Trinta e Três

Grace
“Acorde, Botão de Ouro dorminhoca.” ouvi sussurrado perto do meu ouvido.
“Grrrhmmph.” gemi e virei minha cabeça para longe do som irritante e me
aconcheguei de volta no meu travesseiro.
Eu ouvi uma risada baixa e sexy e meu sangue começou a bombear um pouco mais
rápido em resposta, mas não o suficiente para querer me arrastar para fora do sono.
Estava tão quente, e esta cama cheirava tão bem. Virei meu rosto no travesseiro e respirei
profundamente. Carson. Esse foi um pensamento louco. Eu não via Carson há anos. Eu
sentia falta dele. Sentia falta do seu cheiro e de seu toque. E assim, ficaria neste mundo de
sonho apenas um pouco mais. Ele estava aqui e eu não queria ir embora.
Algo sacudiu violentamente a cama e eu gritei e me sentei, piscando para a sala ao
meu redor.
“Ainda não é muito uma pessoa da manhã, hein, Botão de Ouro?” Carson sorriu para
mim de onde ele estava parado na base da cama.
“Você estava pulando na cama?” perguntei meio grogue.
“Sim. É como acordar os mortos.” disse ele descendo.
Bufei e cai de volta. “Que horas são?” resmunguei.
“Cinco da manhã. Vamos! Quero estar nas pistas no momento em que o sol nascer e
ainda temos que alugar aparelhos para você.”
Eu resmunguei um pouco mais, mas finalmente me arrastei para fora da cama e segui
Carson para o banheiro quando ele ligou o chuveiro para mim.
Escovei meus dentes e quando terminei, enxotei-o para fora para que eu pudesse
fazer xixi e entrar debaixo da água.
“Vou fazer o café.” ele berrou de costas. Algumas pessoas eram irritantemente
tagarelas de manhã. Era difícil gostar de pessoas assim.
Entrei sob o jato quente e ensaboei meu cabelo. Sim, era difícil gostar de pessoas
matinais. Até mesmo aqueles que tinham ombros largos e abdominais duros feito pedra.
Até mesmo aqueles que tinham sorrisos que faziam seu coração pular uma batida e
faiscar até a sua coluna. Até mesmo aqueles que tinham covinhas de felicidade bem
debaixo do seu grosso lábio inferior – A última marca do pincel de Deus para a obra-
prima que era Carson Stinger.
Mesmo aqueles que salvaram mulheres como o seu trabalho autonomeado.
Parei no meio da espuma e só fiquei lá por um minuto, permitindo que a realidade
tomasse conta. Ele resgata mulheres. Mulheres que foram sequestradas para viver em
bordéis de beco, meninas que iriam acabar com algum turista doente brincando em um
quarto pequeno e escuro. Eu não era a pessoa mais informada do mundo quando se
tratava de tráfico de seres humanos, mas sabia o suficiente para que mesmo pensar sobre
isso fazia o meu estômago virar violentamente. Meu Deus, ainda estava atordoada quando
pensei sobre o que Carson e seus amigos estavam fazendo.
Lavei meu cabelo, passei condicionador e sorri para mim mesma. Ok, então eu
realmente, realmente gostava da minha pessoa matinal. Ele era excepcional na verdade.
Um herói.
Saí do chuveiro e puxei uma toalha em volta do meu corpo e peguei o meu secador de
cabelo da pequena sacola de artigos de higiene pessoal que eu tinha levado para o
banheiro. Uma vez que meu cabelo estava seco, caminhei de volta para o quarto e vesti
uma calça jeans e um suéter grosso branco.
Quando estava colocando as meias, Carson entrou com uma xícara de café e sorriu
para mim.
“Mais acordada?” perguntou ele.
“Hmmm...” eu disse. Estava mais acordada e capaz de pensar, mas não muito capaz de
conversar ainda. Eu precisaria de um pouco mais de cafeína para isso.
Terminei meu café na ilha da cozinha enquanto Carson colocava nossas coisas juntas,
e então ele veio colocar minhas botas em mim.
Sorri para ele. “Esta é uma daquelas coisas ruins sobre mim. Eu sou uma mau
humorada pela manhã.”
Ele riu. “Já sabia disso.” ele piscou. “E eu voltei para mais de qualquer maneira.”
Eu ri baixinho, ele se levantou e colocou os braços em volta da minha cintura e me
levantou da banqueta.
Coloquei meus braços ao redor de seu pescoço e olhei-o nos olhos, esperando que ele
visse todas as minhas emoções lá.
“Vamos ver outro nascer do sol juntos, Botão de Ouro.” ele sussurrou, o rosto
intenso, com os olhos estudando os meus.
Assenti com a cabeça. “Sim.” foi tudo o que disse.
***

Passei meus braços ao redor da cintura de Carson enquanto esperávamos o sol subir
do topo da pista de esqui. Ele passou os braços em volta dos meus ombros, se inclinou e
me beijou suavemente.
Olhei para ele. Se eu soubesse que um menino com um gorro e óculos de neve
empurrado para cima em sua cabeça era tão sexy, tinha vagueado nessas pistas há muito
tempo. Eu sorri.
“O quê?” ele perguntou, sorrindo para mim.
“Nada. Gosto deste visual em você. Não, eu adoro na verdade. Especialmente os
óculos de proteção.”
Ele levantou uma sobrancelha. “Ah, é? Porque eu poderia usá-los mais tarde na cama.
Nu com óculos de proteção.”
Caí na gargalhada. “Na verdade, isso parece um pouco assustador.”
“Hmmm, você não tem ideia.” ele rosnou e me puxou para ele.
Eu ri novamente, mas a luz bateu no meu olho e eu disse “Shhh, o sol está chegando.”
Ele se inclinou perto do meu ouvido. “Tenho certeza que ele vai continuar subindo se
nós sussurrarmos ou não, Botão de Ouro.”
Bati nele. “Haha. Eu só quis dizer para darmos o devido respeito que ele merece.”
Ele me beijou rapidamente e me puxou para mais perto de seu corpo. “Bom ponto.”
ele sussurrou.
Nós assistimos até ele quebrar ao longo do horizonte e as montanhas cobertas de
neve que nos rodeavam estarem reluzentes e banhadas em luz amarela. Então Carson
pegou minha mão e assim começou a minha primeira lição de snowboard.
Eu era ruim. Não, eu realmente era ruim. Na hora que estava apta o suficiente para
descer uma colina sem cair, era apenas porque a dor de me levantar com meus braços era
tão completamente intolerável, que permaneci de pé sozinha por pura determinação.
Acho que eu nunca tinha rido tanto de mim mesma e Carson foi paciente e engraçado
e não se mostrou... demais. Embora, honestamente, não me importei. Ele era uma coisa
de beleza nas pistas.
Ele estava tão confortável com os pés ancorados a uma prancha, deslizando sobre a
neve, quanto andando através de um estacionamento. Algumas vezes, ele me levou até
uma colina mais alta e ele subiu e desceu umas duas vezes, enquanto eu praticava ficar na
posição vertical, e, finalmente, juntava-se comigo novamente para continuar minha lição.
Eventualmente, quando meu corpo não aguentou mais, Carson pegou minha mão e
sorriu para mim e disse “Você é um bom soldado. Se saiu muito bem hoje.”
“Bem?” eu gemi. “Eu fui horrível. Estava na minha bunda mais do que eu estava em
meus pés.”
“Todo mundo começa assim. Vamos tentar de novo.”
Balancei minha cabeça. “Não penso assim. Você é incrível nisso e eu adoraria voltar
aqui novamente. Mas você faz snowboard e eu vou ficar na jacuzzi na cabana.”
Ele riu. “Vamos ver.”
“Hmm. Sim, vamos ver. Hey, antes de devolver o meu equipamento, quero ver você
fazer um salto.”
Ele levantou uma sobrancelha. “Tem certeza? Você vai ter que descer outra
montanha.”
Meus braços gritaram em protesto. “Eu vou me sacrificar.” disse.
“Ok.” ele sorriu. “Vamos, então.”
Pegamos o elevador até uma corrida ainda maior, e Carson me disse para ir até mais
ou menos metade da montanha e ver o salto que seria ao meu lado esquerdo.
Fiz o meu caminho para baixo e parei ao lado da pista de esqui, observando o salto.
Era depois do meio-dia e agora estava morrendo de fome, uma vez que só tinha tomado
um café de café da manhã. Mas eu não sairia das pistas sem ver Carson executar alguns
dos saltos que ele havia descrito para mim antes, quando eu tinha lhe perguntado sua
parte favorita do snowboard. Ele chamou de ‘capturando ar’.
Era o dia antes do Natal e as pistas estavam praticamente desertas por isso era fácil
manter meu olho nele.
Depois de um minuto, eu o vi descendo a montanha, rápido e seguro quando ele
alinhou-se com o salto na frente dele e meu coração começou a bater forte em meu peito.
Deus, ele era magnífico.
Inspirei uma respiração cortante enquanto ele ia subindo para fora da borda,
dobrando os joelhos e fazendo uma completa rotação no ar. Gritei e lágrimas vieram aos
meus olhos. Foi um daqueles momentos em que um ser humano faz algo tão notável, tão
inacreditavelmente lindo, que o seu coração se eleva e um nódulo imediatamente se
forma em sua garganta com a pura beleza. E nesse momento, você é capaz de acreditar
que nós realmente fomos criados à imagem de Deus.
Carson pousou, dobrando os joelhos e absorvendo o impacto perfeitamente estável e
seguro. Eu mal podia ver o seu rosto enquanto ele virava no final da montanha, mas
poderia dizer que ele estava sorrindo.
Coloquei minha mão enluvada sobre o meu coração no casaco de esqui. “E isso,
senhoras e senhores, é tudo o que ela escreveu.” sussurrei para mim mesma, sabendo que
eu era um caso perdido. Mas de alguma forma, estava bem com isso.
***

Carson
Eu ensaboei o cabelo de Grace e esfreguei seu couro cabeludo com as pontas dos
meus dedos, passando o shampoo através dos fios.
“Hmmm.” ela gemeu na minha frente no chuveiro, fazendo minha virilha latejar. Eu
ignorei, por enquanto. Meu Botão de Ouro estava com tanta dor que não conseguia
alcançar as mãos sobre a cabeça para lavar seu próprio cabelo. Claro, não me importava
estar a serviço quando se tratava de Grace nua embaixo de água corrente. Mas eu me
sentia mal que ela tinha trabalhado seu corpo com tanta força que mal podia se mover.
Virei-a e suportei-a um pouco para ela poder inclinar a cabeça para que eu pudesse
enxaguar seu cabelo na ducha. Ela sorriu preguiçosamente para mim.
“Melhor?” perguntei, querendo saber se o combo de Advil e água quente que eu tinha
dado a ela estavam ajudando seus músculos doloridos.
Ela assentiu com a cabeça, fechando os olhos enquanto a água escorria pela sua
cabeça e pra baixo no seu corpo.
Depois que saímos das pistas, fomos num restaurante no pavilhão onde era a loja de
aluguéis e degustamos uma sopa quente e sanduíches.
Depois disso, Grace insistiu que fossemos procurar uma árvore pequena. O Natal era
no dia seguinte e ela disse sorridente que éramos nossos presentes para nós mesmos, e
que já tínhamos aberto, ainda precisávamos de uma árvore. Eu não me importava muito
com a árvore, mas eu faria qualquer coisa para fazê-la feliz, e então fomos procurar uma.
Perguntamos no restaurante onde almoçamos e fomos informados de que havia um
lote de árvore de Natal fora da cidade, e assim fomos lá e escolhemos das que tinham
sobrado, o que não era muito. Mas quando os olhos de Grace se iluminaram para uma
coisa estilo Charlie Brown perto do portão, eu ri e disse ao rapaz que estava trabalhando
que iríamos levá-la.
Paramos na loja de ferragens na cidade e compramos uns dois cordões de luzes –
luzes para fora de casa, tudo o que tinham. Eles teriam que servir como decoração. Grace
parecia feliz e isso era tudo o que importava para mim. Até este ponto, o enrijecimento
estava aparecendo e ela estava se movendo cada vez mais lentamente, por isso levei-a
para casa, dei-lhe alguns Advil, e disse-lhe para ir tomar um banho quente.
Trouxe a árvore e as luzes para dentro e coloquei a árvore de pé e foi aí que eu a ouvi
gemendo de dor. Fui ver o que estava errado, e ela estava praticamente chorando com o
esforço para levantar os braços acima da cabeça e lavar o cabelo. Claramente, os meus
serviços eram necessários.
Uma vez que o cabelo foi lavado, virei-a de novo e massageei seus ombros e braços.
Ela gemeu “Oh, Deus, isso é como o paraíso.” quando ela girou a cabeça.
Com seus gemidos e pequenos lamentos, meu pau veio com toda a atenção. Ela
baixou a cabeça para frente e esfregou seu traseiro suavemente contra mim e eu respirei
fundo.
“Grace...” avisei.
Ela se virou para mim, estendeu a mão e acariciou-me de leve. Assobiei uma
respiração. “Grace, você está dolorida. Não estava tentando...”
“Sei que você não estava. Mas não estou em tão má forma que não possa desfrutar de
você... quero dizer, a menos que você se suspenda sobre a minha cabeça. Então nós
teremos um problema.” ela sorriu.
Eu ri, mas depois gemi quando sua mão se moveu mais rápido, a água lubrificando
meu pau e a mão dela escorregava para cima e para baixo com facilidade.
Ela caiu de joelhos na minha frente e meu pau saltou. Santo Cristo, ela estava indo
para levar-me na boca. Prendi a respiração.
Ela olhou para mim um pouco insegura e eu sabia exatamente o que ela estava
pensando.
“Baby, qualquer coisa que você fizer vai ser perfeito, prometo.”
Ela sorriu um pouco e mudou o seu punho para a base da minha ereção, e depois
chupou minha ponta em sua boca e rodou sua língua ao redor.
“Oh Deus, isso é bom, Botão de Ouro.” gemi baixinho, deixando-a saber quão incrível
era a boca dela.
Ela deslizou sua boca totalmente em cima de mim e começou a mover para cima e
para baixo no meu comprimento, seus olhos fechados agora enquanto eu observava.
Santa Mãe de Deus, isso era bom.
Quando ela gemeu, senti a vibração, meu pau se contraindo em sua boca, e senti uma
pequena explosão de pré-ejaculação.
Coloquei minhas mãos no seu cabelo e passei os dedos por ele gentilmente. Eu estava
respirando com dificuldade agora, a sensação de sua boca quente me chupando era um
prazer tão intenso que não acho que seria capaz de aguentar por muito tempo.
Quando a minha respiração parou no meu peito, ela aumentou sua velocidade e
sucção. Os sons da água correndo, a minha respiração pesada e os sons molhados de sua
boca trabalhando meu pau me enviou sobre o limite e eu ofeguei. “Grace, Grace, oh Deus,
isso é bom. Vou gozar, baby.”
Meus quadris avançaram por vontade própria e ela balançou a cabeça um pouco,
deixando-me saber que eu deveria gozar na boca dela. Isso fez o meu orgasmo explodir
quente e intenso. Eu gemi por ele enquanto observava sua lentidão em mim, engolindo
tudo o que eu tinha para dar.
Quando ela se levantou e deu um beijo na minha boca, eu balancei levemente. “Que
diabos? Não sabia que você era profissional.” eu sorri satisfeito para ela.
Sua testa mergulhou por uma fração de segundo antes de seus olhos se iluminarem e
ela começar a rir. “Muito, muito engraçado.” disse ela, batendo na minha bunda.
“Ai!” disse em voz alta, mas depois sorri de novo para ela.
Terminamos de lavar um ao outro e, em seguida, saímos do chuveiro para decorar a
nossa pequena triste árvore. Na verdade porém, quando sentamos no sofá, nos
aconchegando com um fogo rugindo na lareira, eu olhei para aquela árvore semi-nua
inclinada, decorada com luzes de casa de ar livre, e acho que eu nunca tinha visto uma
Árvore de Natal mais bonita na minha vida.
Puxei Grace contra mim e sabia, sem dúvida em minha mente que eu a amava. Eu
estava apaixonado pela mulher em meus braços. Naquele momento, estava tão clara e tão
pacífica quanto a neve caindo suavemente do lado de fora da janela. Talvez eu a amasse
há muito, muito tempo. Seria possível? Será que importa mesmo quando isso aconteceu
ou por quê? Talvez o amor fosse complicado, e ainda assim a coisa mais simples do
mundo inteiro.
Ela se aconchegou em mim e as palavras prenderam na minha garganta. Depois de
um minuto, ela se virou para mim e olhou nos meus olhos com ar sonhador. “Feliz
Véspera de Natal, Carson.” ela sussurrou.
Sorri para ela. “Feliz Véspera de Natal, Botão de Ouro.” eu disse.
Capítulo Trinta e Quatro

Grace
Acordei com os sons de pássaros do lado de fora da janela, os raios de luz do sol
entrando ao redor dos tons escuros. Era Natal! Rolei preguiçosamente e espreguicei-me e,
em seguida, me aconcheguei nas costas quentes de Carson. Ele se inclinou ligeiramente
para trás e eu beijei a pele macia de seus ombros, meus lábios demorando em sua
pequena cicatriz, inalando-o.
“Bom dia.” eu o ouvi dizer grogue.
“Oi.” sussurrei, meus lábios ainda em suas costas. “Então, você nem sempre levanta
de madrugada, certo?” provoquei.
Ele riu. “Não, nem sempre. Especialmente quando eu tenho um Botão de Ouro
quente e macio para me aconchegar.”
Ele se virou para mim e aconchegou por mais alguns minutos, as nossas mãos
vagando e meus mamilos endurecendo, umidade fazendo uma piscina entre minhas
coxas.
“Como estão seus músculos esta manhã?” ele sussurrou.
“Bem. Melhor.” sussurrei de volta. Ainda podia sentir alguma rigidez residual, mas
mais como se eu tivesse trabalhado duro ao invés de me jogar debaixo de um trem em
movimento, como me sentia no dia anterior.
Carson se moveu sobre mim e fez amor comigo lenta e suavemente, movendo os
quadris sem pressa até que eu gemi em frustração e ele sorriu contra o meu ombro e
acelerou.
Eu gritei e Carson gemeu contra o meu pescoço quando nossos orgasmos nos
atingiram simultaneamente, arrepios subindo em sua pele.
“Deus, amo ouvir você gritar.” disse ele, sua respiração quente em meu ouvido,
abafada para que eu mal pudesse entender suas palavras. Ele saiu de mim, rolando um
pouco para o lado.
Sorri. “Vou tentar dar uma parada nisso.” eu disse.
Ele se inclinou para cima. “De jeito nenhum. Nós iremos comprar uma casa bem
longe no campo para que não perturbe os vizinhos.” ele sorriu.
“Uma casa?” eu respirei, minha expressão ficando séria.
Ele me estudou. “Algum dia, sim, uma casa. Quero voltar para casa para você, Grace.
Quero ter uma Princesa e Junior com você.” ele fez uma pausa, seus olhos se enchendo
ainda mais de calor. “Eu te amo.” ele disse suavemente.
Meu corpo se acalmou completamente em seus braços e pisquei para ele, meus lábios
se abrindo. Eu percebi que eu o amava ontem à noite, sentada em frente à lareira olhando
para a nossa árvore bonita e patética de Natal, e confirmou-se para mim um milhão de
vezes enquanto eu olhava em sua expressão vulnerável agora. “Eu amo você também.”
sussurrei.
O sorriso que assumiu seu rosto era deslumbrante e imediato. “Você ama?”
perguntou ele.
Assenti com a cabeça, meus olhos cheios de lágrimas. “Sim, eu amo.” eu disse. “Eu
realmente amo. E você se lembrou da Princesa e Junior.” eu sussurrei.
Ele sorriu. “Eu nunca iria esquecer os nossos filhos, Botão de Ouro.”
Eu ri e funguei. “Feliz Natal Carson.”
“Feliz Natal Grace. Vamos, vamos levantar. Tenho uma coisa para você.”
Ele se levantou e começou a se mover em direção ao banheiro para jogar a camisinha
e eu me sentei também.
“O quê? Você tem algo para mim? Como?” eu estava confusa.
“Não se preocupe com isso.” ele gritou do corredor. “Só levante e vista qualquer
coisa.”
Levantei-me e coloquei um bermudão de Carson e um dos meus moletons.
Parei no banheiro e depois fui para a cozinha para encontrar Carson fazendo café.
Peguei os ingredientes para panquecas e bacon e comecei a preparar-me para cozinhar.
Ele veio atrás de mim e colocou os braços em volta da minha cintura, sussurrando em
meu ouvido: “Eu te amo, eu te amo, eu te amo.” ele sorriu contra o meu pescoço. “Eu amo
dizer isso.”
Sorri e virei minha cabeça para que pudesse beijá-lo. “Hmmm...eu adoro ouvir. Eu te
amo.”
Ficamos assim por alguns minutos e, em seguida, sussurrei tristemente: “Eu gostaria
que tudo em Vegas fosse magicamente resolvido e que nós poderíamos ficar aqui para
sempre.”
Ele suspirou. “Sim, infelizmente não é assim que funciona Botão de Ouro. Mas vai
ficar tudo bem, apesar de tudo. De alguma forma vai. E nós vamos voltar aqui para o Natal
do próximo ano e vamos trazer todos os nossos amigos e familiares, e vamos comemorar
o fato de que tudo ficou para trás.”
Virei-me de frente para ele agora. “Promete?” sussurrei olhando em seus olhos.
Ele assentiu com a cabeça. “Sim, prometo.” ele disse, beijando-me suavemente nos
meus lábios. “Agora me faça o café da manhã, mulher.”
Eu o empurrei e, em seguida, bati na sua bunda. “Afaste-se, Carson Stinger. Você está
prestes a experimentar as melhores panquecas que já comeu.”
“Sim, senhora.” disse ele, rindo e voltando para a máquina de café.
Sentamo-nos na ilha de cozinha para comer e Carson gemeu quando deu a primeira
mordida na minha panqueca. “Meu Deus, mulher, você sabe mexer em uma tigela de
massa.”
Eu ri. “Claro que sim. Eu sou a fabricante de panquecas na manhã de Natal na minha
casa.” disse, pegando um pedaço de bacon e mergulhando-o na calda.
Carson olhou para mim. “Você está bem de não estar com eles hoje?” perguntou ele.
Eu sorri. “Eu sinto falta deles, preciso ligar para eles daqui. Mas não há nenhum lugar
que eu prefiro estar do que aqui, com você.”
Ele sorriu de volta mas não disse nada. Nós terminamos nosso café da manhã e, em
seguida, levamos uma segunda caneca de café para cada um para a sala da família. Havia
um pequeno presente sob a árvore. Levantei uma sobrancelha e olhei para Carson. “Sério,
como você conseguiu isso?” perguntei, indicando com a cabeça para o presente embaixo
da árvore.
Ele sorriu. “Peguei alguma coisa na cidade quando estava comprando suas botas e
casaco.”
Coloquei minhas mãos em meus quadris. “Hmmm, muito sorrateiro.” fiz uma careta.
“Eu não tenho nada para você. E você me comprou uma coisa. E é o nosso primeiro
Natal.” eu disse, olhando para ele com uma pequena carranca.
Carson se aproximou e me puxou para ele. “Grace, eu acho que você não me entendeu
muito bem. Você terminou seu noivado, mudou os planos de Natal com sua família,
passou por um aeroporto, mudou o voo, pegou emprestado um carro, dirigiu seis horas,
caminhou pela neve e praticamente teve queimaduras para estar comigo. E então, quando
eu lhe disse que estava envolvido em atividades não exatamente encaradas favoráveis
pelo sistema legal, você aceitou sem pestanejar. Você perguntou o que nós iríamos fazer
quando disse a você sobre Josh, e aceitou toda a situação sem perguntar.” seus olhos
brilharam para mim e minha boca se abriu ligeiramente.
“Bem, então.” Sussurrei. “Acho que a melhor pergunta é, isso é tudo o que você me
comprou?” inclinei a cabeça para o presente debaixo da árvore.
Ele caiu na gargalhada. “Sim. Vou tentar fazer melhor no próximo ano.” ele sorriu.
Eu sorri de volta.
Ele me soltou para acender um fogo na lareira enquanto sentei no sofá tomando meu
café. Ele me trouxe o pequeno presente e sorri para ele enquanto rasgava o papel para
abrir.
Era uma caixa de uma joalheria. Olhei para Carson e ele sorriu gentilmente para
mim.
Abri a parte superior e dentro havia uma linda pulseira de prata. Peguei-a e olhei de
perto. “É linda.” sussurrei.
“Você tem uma?” perguntou ele.
“Não, não tenho uma pulseira com um amuleto.” disse. “Você quer colocá-la em
mim?” sorri, segurando meu pulso.
“Espere, você não olhou para o amuleto.” disse ele, voltando-se sobre a pulseira.
Eu olhei para a pequena moeda prata do outro lado. Olhei para ele por um minuto, a
compreensão inundando meu cérebro. Lágrimas encheram meus olhos e olhei para ele.
“Um arremesso por um segredo.” eu disse.
Ele assentiu com a cabeça. “Foi aí que tudo começou.” ele sorriu para mim e eu joguei
meus braços ao redor dele, beijando seu rosto, lábios, bochechas, seus olhos, sua testa.
“Eu amei. É o melhor presente que já ganhei.” ri, em meio a lágrimas.
Ele riu e me beijou de volta. “Ótimo. Estou feliz que tenha gostado. Mal posso esperar
para adicionar a ele.” disse ele.
Eu assenti com a cabeça, fungando enquanto ele prendeu ao redor do meu pulso.
Beijei-o uma última vez e, em seguida, disse: “Eu deveria ligar para a minha família.”
“Tudo bem. Vamos precisar dirigir para a cidade para ter sinal. Só coloque algumas
roupas mais quentes e faremos a chamada da caminhonete.”
Assenti ainda fungando. Voltei para o quarto e coloquei minha calça jeans e encontrei
Carson na porta enquanto colocávamos nossas botas e jaquetas.
Poucos minutos depois estávamos dirigindo para a cidade. Peguei o meu telefone e o
liguei, verificando se tinha sinal. Eu tinha checado umas duas vezes quando estávamos na
cidade e tinha enviado uma mensagem de texto para as minhas irmãs uma vez, para
saberem que eu tinha conseguido chegar em Utah. A única mensagem que tinha agora era
uma resposta de Julia e uma mensagem de voz do seu número também.
Carson estacionou em um espaço livre na rua e virou-se para mim. “Você quer que eu
dê uma volta enquanto você faz a ligação?” questionou.
Sorri, mas fiz que não com a cabeça. Disquei o número do meu pai primeiro e respirei
fundo, mordendo meu lábio enquanto esperava que ele atendesse.
Quando ouvi o seu profundo latido no telefone, eu disse suavemente. “Feliz Natal
papai.” com um sorriso na minha voz.
“Grace?” sua voz se suavizou.
“Oi, pai!” eu iluminei. “Tendo uma manhã agradável?” mordi o lábio.
“Bem, sim querida, estou, só que estou sentindo falta da minha filha mais velha.
Parece que ela fugiu com algum homem e deixou seu velho pai e suas irmãs.”
Eu ri baixinho. “Não, você sabe que eu nunca faria isso. Foi apenas uma espécie de
uma situação de emergência e eu tinha que agir rápido. Você sabe, como sempre me
ensinou a agir primeiro e perguntar depois? Bem, isso é meio o que eu fiz.”
Houve um momento de silêncio no telefone. “Bem, acho que não posso discutir com
isso. Você o ama, eu suponho?”
Eu expirei. “Sim, papai, eu o amo.” eu ri olhando para Carson. Ele não estava me
olhando, estava olhando para o seu próprio telefone, mandando mensagens de texto, mas
eu vi os seus ombros sossegarem quando disse que o amava.
“E.” continuei. “Eu acho que você também vai amar.”
“Bem, se ele é alguém que tem o seu amor, Gracie, eu tenho que deduzir que ele é
bom. O que aconteceu com aquele que fomos jantar em Las Vegas? Eu esqueci o nome
dele agora.”
Eu ri, sabendo muito bem que ele não esqueceu o nome de Alex. “Somos melhores
como amigos.”
“Bem, é melhor perceber isso antes do casamento do que depois, então bom
trabalho.” ele fez uma pausa. “Eu te amo, Gracie.”
Dei um suspiro de alívio. “Eu também te amo. Feliz Natal. Recebeu o pacote que eu
enviei?”
“Sim. Estava a ponto de rasgá-lo. Você vai ter que pegar os seus presentes na Páscoa.”
Eu ri. “Tudo bem.”
“Ok, Gracie. Feliz Natal.”
“Feliz Natal, papai.”
Desliguei, fungando e sorrindo ao mesmo tempo. Depois enviei uma mensagem para
Julia e Audrey em grupo:
Feliz Natal! Saudade de vocês! Amo vocês! Chamada de grupo o mais
rápido possível na próxima semana! XXOO
Desliguei meu telefone e sorri para Carson, realizando umas manobras e me
aconcheguei ao seu lado. Ele abraçou-me.
“Tudo bem?” ele perguntou.
Eu sorri para ele. “Sim, tudo está bem.”
Ele sorriu para mim e bem quando ele estava baixando seus lábios nos meus, seu
telefone tocou.
As sobrancelhas de Carson estalaram para baixo e ele respondeu enquanto eu sentei e
mudei-me para o meu lado da cabine.
“Alô?” ele respondeu.
Ele escutou por alguns segundos.
“Tudo bem.” disse ele de repente, tensão em sua voz. “Estamos saindo agora.”
Ele então virou-se para mim, preocupação em sua expressão.
“Precisamos voltar, tomar um banho rápido e fazer as malas. Há uma situação no
hotel. Temos que ir.”

***

Carson me deu uma rápida atualização do que estava acontecendo enquanto


tomávamos um banho rápido e fazíamos as malas na cabana.
Aparentemente, Dylan pensou que ele estava perto do ponto certo de localização do
cara que tinha armado para Josh, e eles precisavam de todos os caras bem perto, apenas
por precaução.
Havia também uma situação acontecendo no quadragésimo quinto andar com uma
das mulheres. Ela estava grávida e embora não soubesse suas datas exatas, o médico que
tinha originalmente a examinado pensou que ela estivesse com cerca de oito meses e
meio. Todos eles pensaram que poderiam levá-la para casa antes de ter seu bebê, mas ela
entrou em trabalho de parto naquela manhã. Provavelmente, ela estava mais adiantada do
que pensavam.
Eles tinham dois médicos na folha de pagamento que realizavam os serviços
clandestinamente, mas ambos estavam fora da cidade para o Natal. Eles iriam levá-la para
o hospital se necessário, mas perguntas poderiam aparecer. Eles pensaram que a melhor
opção seria trazer Josh, uma vez que ele tinha treinamento militar para primeiros
socorros e era o mais qualificado para trazer um bebê a vida.
Tivemos que dirigir de volta para Vegas separadamente já que tínhamos dois veículos
conosco. Isso meio que foi uma merda já que eu realmente queria usar o tempo para
discutir a situação de Josh em mais detalhes com Carson.
Ao invés disso, usei o tempo para tentar acertar as coisas na minha mente sobre os
detalhes do meu caso contra Josh, e se havia fios soltos que poderiam ser usados para
exonerá-lo. Repassei cada parte, mas não encontrei nada. Infelizmente, as evidências
contra ele eram devastadoras, e incluíam DNA. Jurados amavam DNA – eles voltariam
com um veredicto de culpado em dez minutos. Quanto mais eu pensava sobre isso, mais
depressiva ficava. A única coisa que eu poderia fazer era trabalhar muito mal no caso que
Josh saísse por uma questão técnica.
Claro, isso seria suicídio de carreira. Mas não podia deixar um homem inocente
passar a vida na prisão. Eu gemi alto. Parecia uma situação impossível.
Minha mente foi para Carson e meu coração apertou quando percebi o quão perigoso
era o trabalho que ele tinha. Como me sentiria, ficando em casa, sabendo os riscos que ele
estava correndo cada vez que ele saísse pela porta em uma de suas ‘operações’?
Pensei sobre isso por um minuto, e de repente me ocorreu que eu já estava
acostumada com esse cenário. Eu era filha de um policial. Sabia o risco que meu pai corria
cada vez que ele colocava seu distintivo, e eu era ferozmente orgulhosa, assim como era
com Carson. Eu iria lidar com isso, assim como sempre lidei com meu pai, desta vez
sabendo que o homem que eu amava estava fazendo um trabalho que o preenchia e fazia
dele um herói para aqueles que realmente precisavam. Orgulho passou por mim pela
décima vez nos últimos dois dias.
Carson me ligou quando estávamos cerca de duas horas de Vegas e me disse para
segui-lo para fora da autoestrada para que pudéssemos encontrar um lugar para almoçar.
Quando parei a SUV de Dylan atrás de sua caminhonete no estacionamento de uma
lanchonete chamada Denny e saí, ele estava andando em minha direção sorrindo. Eu sorri
de volta e corri os últimos metros até ele e dei um pulo envolvendo minhas pernas em
volta de sua cintura. “Senti sua falta.” eu disse.
Ele estava rindo. “Eu também senti sua falta.”
Beijei-o por um minuto, uma bruta exposição de afeição pública, que eu tinha certeza
de que estavam nos dando muitos olhares do tido ‘vão para um quarto’. E eu estava bem
com isso.
Pulei para baixo, beijei-o uma última vez e disse: “Temos tempo para almoçar?”
“Sim, mas precisamos nos apressar.”
Nós comemos um almoço rápido e estávamos de volta na estrada meia hora depois.
Quando chegamos na garagem do Trilogy, segui Carson para os fundos, onde ele deve
ter usado um controle em sua caminhonete para abrir uma porta de enrolar que após uma
primeira inspeção, parecia uma área de armazenamento.
Ele entrou com a caminhonete e eu o segui, a porta rolando atrás de mim. A luz
ascendeu e saí, olhei em volta para a grande área quase vazia, contendo dois outros SUV
pretos e agora a caminhonete de Carson e o SUV de Dylan.
Carson saiu de sua caminhonete e fui até ele. “O que é isso?” perguntei.
“Apenas um lugar mais privado que nós estacionamos para que ninguém possa entrar
e anotar nossas placas. Dylan não costuma estacionar aqui. Seus antecedentes não seriam
interessante para ninguém. Mas o resto de nós sim, e mantemos alguns veículos extras
aqui.”
Assenti, o fato de que Carson estava envolvido em uma operação secreta de boa-fé de
repente muito real.
Caminhamos por uma porta e subimos uma escada atrás que dava para um corredor.
Carson agarrou minha mão enquanto virávamos a esquina e esperávamos por um
elevador.
Quando entramos, Carson me puxou para ele e me beijou, forte e molhado. Ele se
afastou e sorriu para mim enquanto eu balançava sobre os meus pés.
“Deus, amo elevadores.” ele disse e piscou.
Eu ri quando as portas se abriram.
Segui Carson através de corredores luxuosos para o que parecia ser uma porta de
escritório. Ele bateu na porta e a abriu antes de receber qualquer resposta.
Ele pegou minha mão e nós dois entramos.
Três homens viraram a cabeça em nossa direção. Eu não conhecia o primeiro homem,
alto e musculoso com cabelo preto usando uma expressão profunda em seu rosto.
Reconheci Dylan, embora ele parecia um pouco mais amarrotado do que uns dois
dias antes, e como se estivesse passado a mão várias vezes por seu cabelo loiro
bagunçado.
Eu também reconheci Josh Garner de sua foto do caso. Pensei que ele era um cara de
boa aparência quando olhei para a imagem, mas isso não lhe fazia justiça. Ele era... bem,
ele não era Carson Stinger, mas era um colírio para os olhos, isso era certo. Ele tinha um
cabelo castanho escuro ligeiramente espetado, um maxilar forte e, sim, covinhas. Eu sabia
disso porque ele estava caminhando em nossa direção sorrindo.
Ele esmurrou Carson e Carson deu um passo para o lado com o impacto, e, em
seguida, Josh entrou em cena, estendendo a mão para mim. “Oi, sou Josh.” disse ele,
sorrindo o que eu tinha certeza de que era o seu melhor sorriso de derreter calcinhas. Não
pude deixar de rir.
Carson recuou para perto de mim e me puxou para ele antes que eu pudesse alcançar
a mão de Josh.
“Sim, filho da puta, esta é Grace Hamilton, a promotora do seu caso. Ela estava a
bordo para ajudá-lo, mas você acabou de me lembrar do porque poderia ser uma ideia
melhor deixá-la fazer bem o seu trabalho.”
Josh riu, deixando cair a mão. “Menino desanimado. Estava apenas fazendo
reconhecimento da senhora.” ele piscou para mim. “Além disso, acho que é do meu
interesse ficar bem com ela.”
“Ela está bem comigo e isso é o melhor que você deve esperar.” disse Carson, dando
um ardente olhar a Josh e nos movendo por ele para os outros caras. Mas eu sorri para
Josh enquanto passávamos por ele.
“Grace, você conheceu Dylan.” disse Carson, apontando com a cabeça para onde
Dylan estava e, em seguida, voltando-se para o homem mais alto. “Este é Leland
McManus. Ele é dono de Trilogy.”
“Oi, Leland. Prazer em conhecê-lo.” eu disse e ele assentiu com a cabeça e sorriu
dizendo: “É um prazer conhecê-la também.” ele tinha os olhos azuis mais penetrantes que
eu já vi. De repente percebi que eu o tinha visto antes. Ele era o homem que eu tinha
passado correndo naquele dia no escritório de Carson. Isso foi há menos de duas semanas
atrás e ainda parecia uma vida toda.
Virei-me para Dylan. “Oi Dylan. Obrigada por me deixar usar seu SUV.” eu sorri.
Ele olhou entre Carson e eu, e seu rosto abriu um grande sorriso também. “Não tem
problema. Posso ver que deu tudo certo.”
“Sim, você poderia dizer isso.” disse sorrindo para Carson. Ele sorriu de volta, seus
olhos suaves.
“Ok pombinhos, todos nós entendemos o cenário. Havia um monte de esqui
acontecendo na Snowbird. Mas vamos começar a trabalhar aqui.” disse Josh se juntando a
nós e revirando os olhos enquanto olhava em volta.
Dylan tossiu e Leland abafou uma risada. Carson franziu a testa para Josh, mas um
lado de sua boca curvou-se para cima.
Um telefone celular tocou e Leland o tirou do bolso respondendo: “Alô?”
Ele olhou para Josh e assentiu. “Ok, ele está indo.”
Ele desligou o telefone e olhou para Josh. “Seus serviços são necessários Doc.” disse
ele.
Josh assentiu. “Tudo bem. Alguém quer me ajudar aqui?”
Leland ergueu as mãos. “Eu tenho um hotel para administrar.”
Dylan levantou as mãos. “Tenho os programas de computador correndo e que
precisam de monitoramento...”
Josh revirou os olhos de novo. “Grace?”
“Não me importo em ajudar.” disse olhando para Carson.
“De jeito nenhum você vai para lá com ele sozinha.” disse Carson, estreitando os
olhos para Josh.
“Vou até lá para fazer um parto Carson. Estarei meio que ocupado.”
“Você nunca está ocupado demais para ser inapropriado.” Carson respondeu.
Josh fingiu pensar sobre isso. “É verdade.” ele finalmente sorriu, parecendo
orgulhoso.
“Uh, gente, parecia meio sério por lá.” interrompeu Leland.
Apressamo-nos para fora do escritório de Leland e Carson pegou minha mão quando
corremos para o elevador. Josh colocou uma chave e, em seguida, pressionou o quarenta e
cinco e descemos alguns andares.
Havia um guarda logo em frente ao elevador e ele acenou para nós quando viu Josh e
Carson.
“Parece bastante intenso lá dentro.” disse o guarda.
“Situações intensas são a nossa especialidade.” disse Josh erguendo as sobrancelhas.
O guarda riu.
Andamos por um corredor e ouvimos um grito atrás de uma porta para a direita.
Josh pegou uma chave e abriu a porta e nós três absorvemos a cena na nossa frente.
***

Carson
Eu estive nesta sala uma centena de vezes ao longo dos últimos dois meses, mas
tentei imaginar o que Grace estava pensando agora enquanto via Maria deitada de lado na
cama, abraçando um travesseiro pela estimada vida e gemendo alto. Yoselin estava
colocando um pano molhado na testa dela e Gisella sentada ao lado da cama esfregando a
parte inferior das costas.
As únicas outras garotas no quarto eram Deisy e Vanessa, ambas tinham doze anos.
Elas estavam sentadas encolhidas no sofá assistindo a um programa na televisão, seus
olhos correndo para Maria a cada poucos minutos. Olhei para Grace e acenei a cabeça em
direção a elas. Elas estavam obviamente assustadas.
Todas as mulheres do quarto eram venezuelanas - as únicas que não tínhamos
conseguido mandar de volta para casa antes do Natal, devido a alguns problemas para
obter a sua documentação. Mas tudo estava em ordem agora para elas voarem no dia
vinte e sete. Parecia que haveria um passageiro extra.
Josh colocou o kit de primeiros socorros que havia trazido na cama e foi direto para o
banheiro para, presumi, lavar as mãos e perguntei para Yoselin como Maria estava
passando.
Yoselin era a única no quarto que falava inglês então ela precisaria traduzir.
“Eu já vi bebês nascerem Sr. Carson. Acho que ela está perto.”
Assenti. “Tudo bem. Josh vai verificar em apenas um segundo.”
Olhei para Maria, os olhos fechados bem apertados, gemendo de dor. “Maria, estamos
aqui para ajudá-la a ter o seu bebê. Tudo vai ficar bem.” eu me senti como um idiota
dizendo isso. Como diabos eu sabia que tudo ia ficar bem? Eu não sabia nada sobre
partos.
Virei-me para Grace, mas ela já estava sentada no sofá com Deisy e Vanessa, e elas
estavam sorrindo para ela enquanto ela distribuía chicletes de sua bolsa. Aparentemente
não havia barreira da língua quando se tratava de crianças e chicletes.
Josh saiu do banheiro e começou a trabalhar examinando Maria. Mudei-me para o
lado, pronto para ajudar Josh se necessário, mas não querendo me intrometer.
“Ela está com dez.” disse Josh depois de um minuto. “O bebê está de cabeça para
baixo. Parece bom. Vamos fazer isso! Você está comigo Maria?” questionou.
Ela assentiu com a cabeça, ainda fazendo careta.
Yoselin e Gisella agarraram uma das pernas de Maria e ela começou a empurrar. Fui
para o banheiro e peguei um outro pano fresco e um monte de toalhas.
Voltei para o quarto onde Maria estava agora gritando em cada contração, as
mulheres contando em espanhol. Virei-me para Grace e ela estava recostada no sofá, uma
garota em cada braço, com os rostos pressionados em seu peito. Eu sorri para ela e ela me
deu um sorriso fraco em troca.
Vinte minutos depois, com um grito final, o som do choro do bebê encheu o quarto e
Maria caiu para trás sobre o travesseiro.
“É um menino!” Josh anunciou, amarrando o cordão umbilical com um pedaço de fio
e o cortando com uma tesoura pequena. O bebê deu mais alguns berros luxuriosos e
depois ficou em silêncio, abrindo os olhos e olhando ao redor. “Bem-vindo a este mundo
louco, homenzinho.” disse Josh em voz baixa.
Olhei para Grace e ela estava assistindo Josh com seu cenho franzido ligeiramente,
olhando como se ela estivesse resolvendo um quebra-cabeça. Ela provavelmente estava
tentando entendê-lo - ele era um espertalhão e um cavalheiro na maioria das vezes, mas
ele tinha um lado diferente também, o lado que ele se coloca no caminho do perigo para
as mulheres que resgatamos e o lado que tinha acabado de fazer o parto do bebê de Maria
com habilidade e sensibilidade. Ele iria confundir o inferno alguma mulher algum dia.
Quase ri alto dessa vez.
Chamei a atenção de Grace e ela sorriu gentilmente para mim, puxando as duas
meninas mais perto dela e sussurrando algo em seus ouvidos uma de cada vez. Elas
sorriram para ela.
Eu e Gisella começamos a limpar o sangue e a bagunça enquanto Josh terminava de
atender Maria, e Yoselin segurava o bebê enrolado em um cobertor do hotel. Ele estava
quieto agora.
Grace, Deisy e Vanessa se aproximaram para olhar o bebê, todas sorrindo. Yoselin o
ofereceu para Grace e ela tomou-o nos braços, um olhar sonhador em seu rosto quando
olhou para ele. Correu seus dedos através de sua cabeça cheia de cabelo preto e grosso.
“Ele é lindo Maria.” ela sussurrou.
Todos olhamos para Maria e ela estava olhando para fora da janela com uma pequena
carranca no rosto.
“Você quer segurar o seu filho?” perguntou Grace.
Maria balançou a cabeça, ainda sem olhar na direção dele.
Grace, Josh e eu trocamos olhares.
“Yoselin, você pergunta a ela o que há de errado?” eu disse calmamente.
Yoselin foi e sentou-se ao lado da cabeça de Maria e falou com ela baixinho por um
minuto e então olhou para nós tristemente.
“Ela diz que ele é cria do diabo e ela não quer tocá-lo.” disse ela.
Grace arregalou os olhos e puxou o bebê mais perto de seu peito. “Cria do diabo...” ela
sussurrou. “Por que ela diria isso?”
Yoselin olhou para ela. “Maria tem apenas dezessete anos. Sua família a vendeu para
um homem que veio para a sua aldeia na Venezuela, e disse-lhes que ela estaria fazendo o
trabalho doméstico para famílias ricas e poderia enviar parte do dinheiro de volta para
eles. Em vez disso, ele a estuprou e a usou como quisesse. E então ele a trouxe aqui para
Las Vegas para vendê-la para outros homens. Foi aí que ela foi resgatada com o resto de
nós.” ela disse acenando com a mão ao redor da sala para indicar as outras mulheres e
meninas lá.
Os olhos de Grace estavam arregalados de tristeza quando ela piscou as lágrimas. Eu
ouvi tudo e pior, mas isso nunca deixa de fazer minhas entranhas espremerem com a
doença e depravação de tudo. Eu nunca me tornei insensibilizado com o horror de suas
histórias. E pelo o que me toca isso era uma coisa boa.
Maria começou a falar e Yoselin ouvia, os olhos ficando mais tristes.
“Ela diz que sua mãe sempre lhe disse que nós mulheres somos as guardiãs do
mundo. Só nós podemos decidir cujos genes são passados, quais homens que se tornam
pais. E nós temos que escolher com sabedoria. Ela disse que o menino é a semente de um
homem mau.”
Olhei para Grace e algo feroz iluminou sua expressão.
Ela foi para o lado da cama e sentou-se ao lado de Maria. Ela olhou para Yoselin.
“Você traduz para mim?” perguntou delicadamente e Yoselin acenou que sim.
“Maria.” ela disse, e Maria estremeceu um pouco, mas continuou a olhar pela janela.
“Concordo com sua mãe. Mas também acho que em nosso mundo quebrado, às vezes
acontecem coisas que não podemos controlar, ou talvez não planejamos. Concordo que
nós mulheres deveríamos ser as guardiãs, mas também acredito que este mundo precisa
de homens fortes e bons, homens que são criados por mães que viram o que os homens
fracos fazem. Você vence fazendo do seu filho tudo o que o pai dele não foi.”
Yoselin terminou de falar em voz baixa e os olhos de Maria correram rapidamente
para Grace e, em seguida, para o bebê em seus braços e depois para longe.
Senti meu peito apertado e sabia que não era só porque eu amava a mulher que
estava falando com tanta delicadeza e convicção para uma mulher que ela nem conhecia.
Era também porque a minha história começou de um jeito similar à do menino não
querido deitado nos braços de Grace. E sei que Grace percebeu isso também pelo jeito que
seus olhos pousaram em mim repetidamente enquanto ela falava, sua voz macia e cheia
de amor.
Às vezes terapia leva anos e anos, e às vezes pode acontecer em um instante
milagroso, uma vida de dúvida e auto ódio curados em um momento de amor
surpreendente.
Maria falou, mas ela parecia um pouco insegura agora. “Ele é metade dele.” Yoselin
traduziu.
“Ele é metade de você.” respondeu Grace e Yoselin repetiu.
Maria olhou totalmente para o rosto de Grace agora, estudando-a.
“Ele é tão precioso, tão bonito.” disse Grace baixinho, os olhos caindo sobre mim. “A
beleza vinda da dor, um presente. Você quer segurá-lo?” ela perguntou.
Quando Yoselin repetiu, Maria balançou a cabeça negativamente e falou em voz
baixa.
Yoselin disse: “Mas ela quer vê-lo.”
Grace segurou o bebê que estava dormindo para Maria para que ela pudesse espreitar
para baixo em seu rosto. Ela olhou para ele por um minuto e seu rosto se suavizou
enquanto falava. “Ela diz que ele se parece com o pai dela.” Yoselin traduziu sorrindo.
Grace sorriu e segurou o bebê para ela. Depois de um minuto ela estendeu os braços e
o pegou. Ela olhou para ele por longos minutos enquanto a observávamos e, em seguida,
ela o aconchegou contra o peito, uma lágrima caindo pelo seu rosto. Yoselin e Gisella
sentaram-se na cama ao lado dela, se aconchegando em ambos os lados, e as menininhas
subiram na cama e sentaram-se aos pés de Maria, vendo as mulheres e o bebê.
Depois de um minuto Yoselin começou a mostrar Maria como cuidar dele.
Josh foi para a porta, olhei para Grace e sorri quando ela se levantou e pegou a minha
mão.
“Enrole uma toalha ao redor da sua parte inferior, por enquanto.” disse Josh.
“Alguém estará de volta em breve com algumas fraldas, roupas e outras necessidades.”
As mulheres levantaram os olhos do bebê, sorriram e acenaram com a cabeça e
moveram seus olhares para o seu rostinho novamente.
Uma vez que estávamos os três no elevador voltando para o escritório de Leland,
Grace olhou entre mim e Josh e perguntou tristemente. “Como vocês fazem isso?”
Olhei para Josh e disse: “Como não podemos?” Josh assentiu, mas não disse nada,
saindo do elevador primeiro quando as portas se abriram.
Dylan saiu correndo de sua sala de informática com um olhar de pura emoção em seu
rosto. “Venham, homens.” ele disse. “Eu o peguei.”
Capítulo Trinta e Cinco

Grace
Meu coração estava saltando do peito quando Carson correu para o escritório de
Leland com os outros caras. Eu fiquei para trás, não querendo atrapalhar. Eu sabia que
tudo se resumia a isso.
Leland olhou para mim e Carson viu seu movimento e acenou para ele indicando que
estava tudo bem em falar na minha frente. Meu coração se apertou com amor por ele. Ele
confiava em mim com tudo.
“Vocês tem que se mexerem, caras.” disse Dylan primeiro. “Ele está em um armazém
em Henderson, mas vocês conhecem esse cara, ele não fica num lugar por muito tempo.
Ele foi descuidado – pensou que talvez porque é Natal nós estaríamos de folga.”
“Você tem a localização da família também?” perguntou Leland.
“Sim, foi assim que eu o peguei. Fucker passou por seus portões da propriedade em
um caminhão de entrega. Só que essa empresa especial de entrega não entrega no dia de
Natal. Desleixado. Sabia que ele deveria estar dentro e então o segui de volta para
Henderson. E mais, ele só tem dois guardas com ele - deve ter dado para os outros três,
folga de Natal. Ele é bem o companheiro benevolente.”
Todos os homens bufaram.
“O que mais?” perguntou Josh.
“Eu baixei o layout do armazém para os seus óculos.”
“Ok esperem.” Carson disse. “Precisamos de pelo menos três homens para ir atrás
Bakos. Quase esse mesmo número de homens que usamos apenas para revistar um
quarto corretamente. Menos que isso seria muito arriscado. Isso significa que precisamos
de você para filmar a família, Dylan.”
“Quem vai ser o motorista, então?” Dylan fez uma careta.
Todos olharam para mim e meus olhos se arregalaram.
“De jeito nenhum.” Carson disse entre dentes. “Porra, de jeito nenhum. Nós dirigimos
nós mesmos desta vez.”
“Precisamos de um vigia, Carson.” disse Leland.
Carson balançou a cabeça. “Nós dispensamos um motorista e um vigia dessa vez. Eu
não vou arriscar a segurança de Grace. Eu não seria nada de útil para você, se soubesse
que ela estava sentada do lado de fora esperando por nós.” disse ele, seu maxilar tenso.
Os caras assentiram. “Ok, sem vigia desta vez.” disse Leland. “Capturamos Bakos e
Josh pode ficar no carro, enquanto nós o questionamos e pegamos o que precisamos.”
“Oh, inferno não.” disse Josh. “Se alguém terá o prazer de falar com Bakos, serei eu.”
Leland pausou. “Justo. Vamos nos vestir. Já está escuro lá fora. Precisamos nos
mover.”
Todo mundo concordou, começando a se mover em direção à porta. Aparentemente,
eles já haviam feito algum tipo de plano mais elaborado e estavam apenas trabalhando
nos detalhes. Pelo menos eu realmente esperava que fosse o caso.
Enquanto todos nós saíamos pela porta do escritório, notei o leve mancar de Leland e
recordei a história de Carson sobre a emboscada de sua equipe. Era um lembrete para
mim que ambos tiveram sorte de estarem vivos e o medo pelo que eles estavam prestes a
fazer deslizou pela minha espinha.
Carson pegou a minha mão e eu segui os homens no final do corredor para outro
quarto. Leland abriu a porta e ele e Josh entraram. Vi armários e chuveiros e deduzi que
deveria ser onde eles se ‘arrumavam’ ou qualquer coisa que isso significasse.
Carson me encarou e me puxou para seus braços.
“Estou com medo.” Eu disse contra o seu peito.
“Não fique, Botão de Ouro. Não faremos o mesmo erro duas vezes. O que aconteceu
com Josh foi algum estranho golpe de sorte e iremos descobrir o que aconteceu. Mas
enquanto isso, você tem que acreditar que somos bons no nosso trabalho e trabalhamos
bem juntos. Sabemos o que estamos fazendo.”
Assenti, apertando ele forte.
“Tome cuidado, ok?”
Ele levantou meu queixo com o dedo, olhando nos meus olhos. “Sem chance que eu
vou te perder de novo depois de tantos esses anos e não poder aproveitar você.”
Ri fracamente.
“Eu te amo, Grace.” ele disse solenemente, quase com reverência.
Fechei meus olhos por um segundo. “Eu te amo também.” sussurrei.
Ele olhou nos meus olhos por umas duas batidas e, em seguida, sorriu antes de dizer:
“Agora, vou levar você para um quarto onde pode esperar por mim, talvez tentar tirar um
cochilo...”
Balancei minha cabeça. “De jeito nenhum. Eu não vou ficar sozinha em quarto de
hotel ficando louca.”
“Baby, você não pode sair do hotel. Não posso ficar preocupado com você quando
preciso estar focado no que estou fazendo.”
“Vou esperar com as mulheres e as meninas. O bebê precisa de fraldas de qualquer
maneira e algumas roupas.”
Ele me estudou por um segundo. “Tudo bem. Vou levá-la até a loja de presentes. Está
fechada, mas Leland tem a chave mestra. Então você fica no quadragésimo quinto andar.
Sem sair.”
Assenti. “Sem sair.”
“Tudo bem, vamos lá.”
Dez minutos mais tarde, eu tinha uma bolsa contendo alguns produtos para bebê que
tinha na loja de presentes - fraldas, paninhos para limpar, cinco macacõezinhos de Eu
amo Vegas, uma chupeta e dois babadores. Teria que dar até amanhã.
Carson levou-me de volta no quarto onde as mulheres e as meninas estavam, me
beijou uma última vez e saiu.
Eu afundei no sofá, uma lágrima caindo pelo meu rosto. Yoselin fez um gesto para
que eu me juntasse a todas ainda na cama, o bebê e Maria dormindo. Ainda bem que era
uma king.
E assim foi onde esperei por Carson, cercada por aquelas que tinham sobrevivido
muito pior do que eu, mas ainda eram capazes de dar conforto ao verem outra pessoa em
necessidade. E se isso não fosse uma coisa bonita, eu não sabia o que era.

***

Carson
Todos nós saímos da garagem juntos, Dylan virando na direção oposta para ir para a
propriedade da família de Bakos. Eu pedi a Deus para que ele ficasse bem. Ele não foi
treinado para ser parte disso. Ele não precisava chegar muito perto, mas ainda assim, o
risco sempre estava por aí. Nós não poderíamos ficar tranquilos - especialmente depois do
que tinha acontecido em nossa última missão.
Precisávamos de mais homens, mas por agora teríamos que trabalhar com o que
tínhamos. Preacher iria se juntar a nós no próximo ano. Ele concordou em se mudar com
a sua família para trabalhar com a gente. E Noah também iria se juntar a nós, assim que
sua missão tivesse terminado. Iria deixar toda a operação muito mais segura.
Mas por agora, tínhamos que trabalhar com o que tínhamos – não tínhamos outra
escolha.
Caminhamos as muitas quadras para o armazém, grudados nas sombras dos outros
prédios. A área era na maioria industrial e deserta devido ao feriado.
Assim como Dylan tinha falado, não tinha guardas do lado de fora. Movemo-nos em
direção ao prédio com cuidado e em silêncio, mergulhando atrás de qualquer coisa que
podíamos, durante a nossa abordagem.
Josh e eu vimos atrás de nós que Leland escolheu a fechadura da porta de trás. Ele
abriu a porta em cerca de trinta segundos. Todos colocamos nossos óculos de visão
noturna e ativamos o layout do prédio que Dylan tinha baixado. Apareceu na parte de
cima dos nossos óculos.
Felizmente nosso orçamento era tanto, que tínhamos as mais altas tecnologias
disponíveis.
Tínhamos verificado várias salas sem ouvir nenhum barulho quando Leland parou na
nossa frente. Todos escutamos com atenção. Era música?
Ao comando de Leland, movemos para frente. Bem, puta merda, era música. Música
de Natal. Tínhamos aparecido para uma festa habitual.
Olhei para Josh e ele me deu o sinal de polegares para cima, rindo.
Nós fomos mais perto e acenei para Leland se mover para a direita da porta. Josh foi
para a esquerda.
A porta era velha e de madeira, com uma fechadura barata. Se foi contratado ou não,
eu não estava preocupado.
Levantei meus dedos, contando e quando cheguei no três, Leland e Josh olharam
para o lado enquanto usava toda a minha força para chutar a porta aberta. A porta voou
para dentro, estilhaços voando, e entramos antes que pudesse balançar de volta em nossa
direção.
O guarda mais próximo da porta virou-se para nós, levantando a arma, mas Leland foi
para cima dele e o pegou em um estrangulamento, a arma deslizando pelo chão antes que
os outros dois homens na sala se virassem totalmente. Ele pode não ser capaz de correr
tão rápido como ele costumava, mas Leland McManus ainda era foda.
Josh pegou a arma do guarda, colocou-a na parte de trás de sua calça e, com um
movimento rápido, trouxe seu joelho para cima e fez contato com o outro guarda, apenas
começando a ficar de pé. Ele caiu no chão inconsciente.
Eu fui para o terceiro homem que reconheci imediatamente pelas fotos que tinha
visto. Bakos. Ele estava se apoiando na parede, pegando algo na cintura de suas calças.
Corri para ele e o girei, retirando a arma da cintura e o pegando em um estrangulamento
enquanto segurava minha própria arma ao lado dele. Ele grunhiu quando eu empurrei-a
em sua carne macia.
“Jesus. Isso foi quase muito fácil.” Josh disse, nem respirando com dificuldade.
“Acho que não precisa usar o nome do Senhor em vão no seu aniversário.” Leland
ofereceu.
Josh parou enquanto ia em direção ao guarda deitado inconsciente no chão. “Eu não
estava usando o nome do Senhor em vão. Estava elogiando-o. Deixe-me reformular.
Obrigado, Jesus, por fazer isso tão fácil!” disse ele, levantando os braços para o céu.
Revirei os olhos. “Ei, podemos nos concentrar aqui?” eu perguntei. “Nós precisamos
separá-los.” fiz um gesto para os dois guardas e Bakos.
Leland disse: “Vou amarrar esses palhaços na sala ao lado e me certificar para que
eles não de movam.”
Assenti e me endireitei. Bakos estava totalmente contido. Dei uns tapinhas rápidos
em suas pernas por armas e sentei na beirada da única mesa na sala.
“Podemos cortar essa merda?” Josh perguntou indicando a música. Bing Crosby
estava cantando sobre um Natal Branco de um iPod em uma prateleira no canto.
Fui até lá e desliguei enquanto Leland arrastava o segundo guarda para fora da sala,
sua claudicação apenas um pouco mais exagerada sob o peso do guarda.
Fiz um gesto para a garrafa meio vazia de licor ao lado de três copos de vidro. “Essa é
uma das razões, abatendo-os como se fosse uma caminhada fácil.” eu disse a Josh
balançando a cabeça.
Josh virou-se para Bakos. “Estou decepcionado, velho. Eu esperava mais.”
Bakos estreitou os olhos, olhando para Josh com nojo.
Josh sentou-se na borda da mesa onde eu tinha estado um minuto antes, fazendo
uma pausa enquanto estudava o homem gordo com um bigode grisalho, amarrado a uma
cadeira na frente dele. “Então Bakos, acontece que este provavelmente não vai ser um
Natal muito feliz para você. Na verdade, provavelmente vai ser uma verdadeira merda.”
Josh disse com uma expressão entediada no rosto.
Bakos permaneceu em silêncio, seus olhos se movendo entre nós.
“Veja o que vai acontecer, imbecil. Eu vou apertar o botão gravar neste pequeno
aparelho aqui e você vai contar a história sobre o armadilha pra mim por um assassinato
que não cometi.”
Bakos riu. “Por que eu faria isso?” perguntou ele. “Não vou falar. Prefiro morrer
sabendo que você vai passar o resto de sua vida na prisão por tentar arruinar o meu
negócio.”
“Seu negócio?” Josh perguntou, estreitando os olhos.
“Sim, meu negócio. Onde tem dinheiro, tem negócio.”
“Você é um pedaço de lixo humano, você sabe...”
“Josh.” avisei. “Não perca seu tempo com ele. Vamos pegar o que precisamos.”
Josh olhou de volta para Bakos, estudando-o. “Nós não pensamos que você falaria
para salvar a sua própria bunda lamentável, mas talvez isso irá convencê-lo.” disse Josh
pegando o seu telefone celular do bolso.
Vamos Dylan, pensei. Se ele tivesse sido bem sucedido, haveria um vídeo transmitido
para o telefone de Josh agora.
Ele ergueu-o na frente de Bakos. O rosto de Bakos empalideceu.
E eu sabia que tínhamos razão. Até mesmo uma merda doente como Bakos, que
vendia seres humanos para viver, tentaria proteger sua própria família. Nós estávamos
blefando, mas pela expressão de seu rosto estava funcionando.
E nesse momento, eu soube que tínhamos vencido.
Josh continuou. “Reconhece-a? Bonita, não é? Ver aquele pequeno ponto vermelho
que se move onde quer que ela vá? Essa é a arma de nosso atirador. Comece a falar ou ele
a mata agora mesmo. O guarda que você colocou na sala ao lado não vai mesmo ser capaz
de piscar antes de apagarmos todos.”
Bakos estreitou os olhos, um olhar de ódio no rosto. Josh clicou no gravador e depois
de uma longa pausa, Bakos começou a falar.
“Eu estava no antigo armazém na noite em que você veio. Os meus homens e eu
estávamos fazendo planos para enviar a mercadoria no período da manhã. Enquanto você
estava apagando meus guardas, eu consegui chegar num quarto escondido com um
alçapão que eu tinha instalado, com uma das meninas como refém. A cadela chorou e eu
ouvi você vindo para o quarto, então observei pelo olho mágico até que você se virou, e
então eu abri a porta e bati na sua cabeça com uma pedra que encontrei no chão. Simples.
Arrastei-o para dentro, amordacei a menina e esperei até que seus homens saíram. Então,
executei a cadela com sua arma, coloquei um pouco do seu sangue em sua roupa, e deixei
a pedra na mão dela. Deixei você em uma casa abandonada. Fácil. Eu mal suei.” Bakos
ficou em silêncio olhando para nós.
Josh desligou o gravador, seus olhos nunca deixando Bakos. Ele enviou o arquivo
para Dylan, e seu telefone apitou um segundo mais tarde dizendo que Dylan tinha
recebido e que o arquivo era bom.
Nenhum de nós se moveu enquanto Josh olhava Bakos, uma tempestade de desgosto
se movendo através de seus olhos. Olhei até a mão dele e vi formar um punho, mas não o
impedi. Josh avançou como um raio e lhe deu um soco no rosto, a cabeça de Bakos
chicoteando para trás e sangue voando para fora de seu nariz. Sua cabeça pendeu em seu
pescoço, ele estava frio.
Josh se virou, apertando seu maxilar enquanto sacudia a mão. “Puta merda. Quartos
escondidos com alçapões? Ele me pegou com alguma merda do Scooby Doo.” ele correu a
mão por seu cabelo, deixando escapar uma risada pequena e sem humor.
Balancei minha cabeça. Eu tinha certeza que ele estava afetado por ouvir como a
menina que tínhamos ido salvar acabou baleada na cabeça. Eu também. Bati levemente
no seu ombro. “Vamos, Shaggy. Acredito que temos uma entrega para o procurador chefe
do seu caso. Chame a polícia e lhes dê o endereço onde podem encontrar este desperdício
de espaço.” indiquei minha cabeça para trás em direção a um Bakos agora imóvel.
“Vamos nos mexer.” disse calmamente.
Dez minutos depois estávamos virando a esquina quando ouvimos as sirenes se
movendo na direção do armazém.
Capítulo Trinta e Seis

Duas semanas mais tarde


Grace
Eu puxei meu vestido até meus quadris e sorri para o espelho. As duas últimas
semanas haviam se passado em um redemoinho. Um vendaval feliz, mas intenso.
Depois de apresentar as provas da fita de vídeo para Larry, que trouxe para o juiz e o
caso de assassinato contra Josh foi julgado dois dias depois. Bakos foi levado em custódia.
Embora ele tentado retratar o que tinha dito na fita, alegando que foi conseguida sob
pressão e ele tinha mentido para salvar a vida de sua família, as evidências encontradas
no depósito e em seu sistema de computador eram muito comprometedoras. O
assassinato que tinha armado para Josh era apenas uma das acusações apresentadas
contra ele.
Larry, o meu chefe, o D.A., tinha chegado a mim no dia seguinte e me perguntou se
eu poderia confiar nele para apresentar uma ideia para seus contatos e bons amigos, seus
superiores no Departamento de Polícia.
E assim, em um domingo chuvoso, frio no início de janeiro, Carson, Josh, Leland e
Dylan tinha sentado atrás de portas fechadas por três horas, enquanto eu mastigava
minhas unhas até o sabugo e pulava cada vez que o meu celular tocava.
Finalmente, quando eu estava tão tensa e achei que não poderia esperar um segundo
a mais, houve uma batida na minha porta e quando a abri, Carson estava parado sorrindo
para mim.
Eu tinha gritei e pulei em seus braços, beijando seu rosto de novo e de novo. “Eles
concordaram?” eu perguntei.
“Yup. Você está olhando não apenas um membro, mas também o líderda força-tarefa
de Vegas conta o tráfico humano. Primeiro desse tipo.”
Eu respirei fundo e as lágrimas vieram aos meus olhos. Larry tinha ouvido a minha
história sobre quando eu tinha visto a fita e, embora eu não disse que sabia os nomes dos
membros do grupo que não fosse Josh, ele não perguntou. Alguns dias depois, ele veio até
mim e me perguntou se eu achava que poderia contatá-los com uma oportunidade. As
pessoas em quem confiava queria falar com eles.
Descobriu-se que o departamento de polícia não tinha um orçamento para a sua
própria força-tarefa, mas eles estavam muito interessados em conseguir uma que
cuidasse de sua própria formação e orçamento. Eles queriam fazer mais no mundo do
tráfico, mas suas mãos estavam atadas. E assim Carson e os caras agora tinham o apoio
total da aplicação da lei por trás deles, sem ter que trabalhar estritamente dentro das
diretrizes do departamento de polícia. Essa última parte pode não ter sido explicitada
exatamente, mas era entendido.
Carson e os caras ainda se concentraram no resgate das vítimas, e ainda as colocaram
no hotel, enquanto o transporte para suas casas estava sendo providenciado. Mas agora
eles também poderiam concentrar mais energia e esforço em rastrear a localização das
pessoas responsáveis pelo crime, e entregá-los ao polícia sem levantar suspeitas. Ainda
era um trabalho perigoso, mas eu gostaria de achar mais fácil sabendo que era uma
operação legítima, e embora houvesse muitos riscos, uma possível pena de prisão não era
uma delas.
O crime de trafico em Las Vegas já era menor por causa de sua equipe. Palavras
corriam por aí que Vegas não era o melhor lugar para fazer negócios, se os seres humanos
eram a sua mercadoria. Mas infelizmente, isso nunca iria parar completamente. Era uma
triste verdade que, onde não havia dinheiro para ser feita, sempre haveria alguém para
vender sua alma ao diabo.
Mas o meu coração pertencia a um dos mocinhos, e seu coração pertencia a mim.
Eu peguei o caso para mim também. Foi-me dado o caso de processar Bakos, meu
primeiro julgamento verdadeiro de assassinato, ou pelo menos o primeiro que acabaria
por ir ao tribunal. Uma vez que as acusações de tráfico vieram à tona, o caso foi
subitamente empurrado para a ribalta, tanto a nível local como também em um nível
nacional. Eu não necessariamente amava estar envolvida em algo de alto nível, mas
estava feliz que tráfico de seres humanos estava sendo discutido. As pessoas precisavam
conhecer a realidade para que ficarem inspirados para ajudar a causa.
Alex decidiu aceitar o trabalho em San Francisco depois de tudo. Havíamos sentado e
conversado, e ele tinha me garantido que não era apenas por causa do nosso tempo, mas
que ele pensou que seria uma boa coisa para nós dois. Desejei-lhe nada além de
felicidade. Ele era um bom homem, só não era o homem certo para mim.
Eu respirei fundo e terminei o meu cabelo e maquiagem. Quando eu estava colocando
minha pulseira, ouvi uma batida na minha porta.
Abri e lá estava ele, de pé diante de mim em toda a sua beleza masculina. Eu inclinei
minha cabeça para o lado, e descansei -a contra a porta aberta enquanto a segurava firme.
Eu suspirei de apreciação quando o encarei, vestido de calça e terno cinzas, sapatos sociais
pretos e uma camisa azul claro.
Ele sorriu. “Você está linda, Botão de Ouro.”
Eu sorri de volta. “Obrigado, Agente Stinger.” eu pisquei, abrindo mais a porta para
ele passar.
Fechei a porta e ele me pegou em seus braços e me beijou quando levei minhas mãos
até seu cabelo, um pouco mais comprido agora, mais como era quando nos conhecemos.
Eu senti sua textura sedosa sob os meus dedos e pensei na primeira vez que ele me
beijou, naquele elevador, um milhão de anos atrás.
Eu puxei meus lábios longe dos seus e olhei para aqueles olhos cor de avelã,
pensando o que ele tinha sido, e o que ele havia se tornado, um orgulho feroz inchou meu
coração.
“O quê?” ele perguntou, seus olhos movendo-se sobre meu rosto.
“Você.” eu disse, meu rosto ficando sério. “Você está deslumbrante. Do lado de fora,
mas ainda mais em seu interior. O mundo é um lugar melhor com você nele, Carson
Stinger.” eu sussurrei.
Seus olhos brilharam para mim. “Eu te amo, Grace Hamilton.”
Eu sorri para ele. “Eu também te amo.”
Ele sorriu de volta. “Pronta para ir comemorar?”
Peguei minha bolsa do meu balcão. “Sim.”
Vinte minutos depois, estávamos entrando no bar no Bellagio onde eu tinha me
afastado de Carson Stinger, Ator Masculino Heterossexual, todos aqueles anos atrás.
Josh estava lá, ocupado em flertar com duas loiras no bar, e Leland e Dylan estavam
sentados em uma mesa, conversando.
Carson começou a me puxar e quando nos aproximamos da mesa, os homens se
viraram e sorriram, chamando por Carson e eu, Dylan dizendo: “Ei promotora!”
Quando a primeira rodada de bebidas veio, Leland ergueu o copo em primeiro lugar e
olhou para os caras.
“Por Ara.” disse ele. “Sempre.”
“Por Ara.” dissemos todos. E levantamos nossos copos e tomamos em memória à
menina cuja vida e a morte inspirou todo um grupo de homens bons para ir feitos radicais
para salvar outros como ela. Esse era o seu legado, seu último presente para o mundo. E
isso significava que ela não morreu em vão.
Nós rimos, conversamos e comemoramos naquela noite. Celebrando tudo o que
tinham feito, todos eles haviam superado e tudo o que eles sempre trabalharam para
reivindicar.
Quando Dylan estava no meio de contar uma história, eu chamei a atenção de Carson
e sorri. Quando ele sorriu de volta, com os olhos quentes e felizes, pensei de novo na
nossa primeira troca de olhar neste mesmo bar, e como eu tinha pensado que o odiava.
Olhei para o mesmo homem agora na minha frente, o homem que eu sabia que nunca
queria viver sem. E pensei comigo mesma, a vida é selvagem.

***

Carson
Eu desliguei o telefone e sentei na minha mesa pensando na chamada que eu tinha
acabado de receber. Eu tinha falado com o chefe de polícia de Houston. Ele queria que nós
organizássemos uma força-tarefa similar em sua cidade, quando o tráfico humano era um
crime demográfico crescente, e eles simplesmente não tinham os recursos para enfrentá-
lo.
Eu tinha que falar com Leland, mas achei que era uma boa possibilidade de que
poderíamos conseguir algo indo lá, talvez não apenas em Houston, mas em outras cidades
também. Ele tinha um monte de contatos - ricos contatos - que teriam os meios para
financiar uma operação como a nossa.
Leland estava fora hoje, e assim que abri o meu computador e comecei a compor um
e-mail que ele veria amanhã de manhã, descrevendo todos os meus pensamentos sobre a
proposta, certificando-me que escrevi tudo, enquanto isso ainda estava fresco em minha
mente.
Vinte minutos depois, ouvi uma pequena batida na minha porta e um chamado.
“Entre.”
Grace espiou e sorriu e eu sorri de volta para ela. “Hey baby, esta é uma agradável
surpresa.”
“Eu trouxe o almoço.” ela sorriu, segurando dois sacos para viagem. “Cachorro-
quente.”
Eu ri. “Deus, isso parece bom. Como sabia que eu amo cachorros quentes?” eu
perguntei provocativamente quando ela colocou as coisas para baixo e caminhou ao redor
da minha mesa para sentar no meu colo.
“Oh, eu sei tudo sobre você, Carson Stinger.” disse ela, com um brilho nos olhos.
“Você pensa assim, não é?” eu perguntei, sorrindo e beijando seu pescoço.
Ela riu quando fiz cócegas em sua orelha com a minha língua. “Hmmm hmmm.”
disse ela.
“Mas...” ela fez uma pausa. “... você não sabe tudo sobre mim.”
Eu me afastei de sua orelha, levantando uma sobrancelha. “Sério?” eu perguntei.
Ela balançou a cabeça. “Sim. Eu tenho um segredo.”
“Um segredo? Ah, bem vamos fazer um joguinho, então? Um arremesso e um
segredo?”
Ela sorriu e inclinou a cabeça. “Bom, bom.” ela se inclinou para frente e tirou as
canetas da porta canetas da minha mesa e colocou-a perto da borda, longe. Em seguida,
ela enfiou a mão na bolsa, ao lado dos sacos de viagem e tirou uma moeda de dez
centavos.
Ela ergueu-a para mim e eu o tirei da sua mão. “Da última vez que fiz um arremesso e
um segredo, a minha vida inteira mudou.”
Ela apenas olhou para mim, seu rosto sério. Mas então ela sorriu, acenando com a
cabeça na direção do porto canetas.
Eu levantei uma sobrancelha novamente. Sobre o que ela estava falando exatamente?
Mas eu alinhei meu arremesso e joguei a moeda. Caiu exatamente dentro. Sim, eu ainda
sabia fazer isso. Eu sorri para ela.
“Desista, Botão de Ouro.” disse eu.
Ela assentiu com a cabeça e lambeu os lábios, parecendo séria novamente. “Então,
como se vê, os seus meninos são realmente bons nadadores também.” ela disse em voz
baixa, os olhos estudando os meus.
“Meus meninos?” eu perguntei, confuso. Ela só ficou olhando para mim.
E então de repente eu entendi e todo o meu corpo congelou debaixo dela. “Você está
grávida?” eu respirava.
Ela assentiu com a cabeça que sim, ainda estudando meus olhos cautelosamente.
“Você está grávida.” eu repeti, deixando a notícia clarear na mente. “Nós vamos ter
um bebê.”
“Sim.” ela disse.
Eu não podia evitar o sorriso que se espalhou pelo meu rosto. Ela piscou para mim.
“Você está feliz?” ela sussurrou.
Eu balancei a cabeça. “Sim, Botão de Ouro, estou feliz.” eu sorri. “Muito feliz.”
Ela riu, mas soou como houvesse um pequeno soluço vindo dela.
“Você achou que eu não ficaria?” eu perguntei.
Ela balançou a cabeça. “Eu pensei que você ficaria feliz, mas não tinha certeza... no
momento... eu sei que você tem muita coisa acontecendo e nós estamos...”
“Grace.” eu disse, olhando em seus olhos. “Estou feliz.” eu repeti, deixando-a ver no
meu rosto que era verdade.
Quando ela acenou com a cabeça, as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto, eu
disse: “Case-se comigo, Grace. Case-se comigo hoje. Vamos para uma daquelas capelas.
Nós já estamos praticamente morando juntos. Vamos deixar isso oficial.”
Ela riu em meio às lágrimas. “Eu não quero que você se case comigo porque estou
grávida.” disse ela.
Eu fiz uma careta. “Casar com você porque... Grace, estive esperando para casar com
você por cinco anos. Talvez eu não soubesse disso exatamente, mas é verdade.”
Ela riu e, em seguida, sorriu para mim por algumas batidas antes de responder: “Ok,
vou casar com você. Mas não em uma capela. Eu quero nossos amigos e família lá.”
Eu sorri para ela. “Ok, o que você quiser, Botão de Ouro.” eu disse, abraçando-a para
mim.
Depois de um minuto me afastei de Grace, franzindo a testa quando algo me ocorreu.
“O quê?” perguntou ela.
Eu coloquei minha mão em sua barriga. “Eu acho que tem que ser um menino. Eu
não sei se posso lidar com uma filha.”
Ela deu um sorriso doce para mim, entendendo os meus motivos para isso. “Se me
lembro das minhas aulas de biologia corretamente, o homem é responsável pelo o sexo do
bebê.”
Eu respirava. “Ok, então ele tem bolas.” eu disse. Abaixei-me e sussurrei para sua
barriga: “Ei, Junior.”
Ela sorriu e me beijou, pela segunda vez, dando-me um segredo e mudando a minha
vida.
Epílogo

Um ano mais tarde


Grace
“Essa é a árvore mais triste que eu já vi.” Audrey murmurou, inclinando a cabeça
para olhar para ele.
Eu ri, fiquei em pé e admirei a metade nua, inclinando-me na árvore, com o peso de
os fios de luzes de uso externo no meio da nossa cabana.
“Eu amei isso.” eu suspirei. “De qualquer forma, é a nossa primeira tradição. Não
estrague isso.” ficaria ainda mais bonita depois que tivesse pendurado os ornamentos de
Andrew deste ano nela.
Audrey continuou olhando para a árvore com uma expressão de desaprovação. Eu
golpeei sua bunda de brincadeira.
Ela soltou um grito e pulou para longe de mim, rindo. “Tudo bem, tudo bem. Talvez
eu vá aprender a amá-la também.” ela olhou para a árvore e inclinou a cabeça novamente.
Eu sorri, balançando a cabeça. Comecei a voltar para a cozinha, onde fiquei
encarregada de regar os dez quilos de peru da véspera de Natal que tínhamos no forno,
quando a porta se abriu e todas as vozes dos homens ecoaram pela cabana.
“Estamos de volta, senhoras.” Josh gritou. “Quem está nua na jacuzzi?”
Eu ri e Audrey revirou os olhos. Vi-a olhar ao redor de Josh, seus olhos pousando em
Dylan. Ele a viu e parou, ajeitando os óculos. Eu teria que perguntar a ela sobre isso mais
tarde. Eu tinha notado muitos olhares aquecidos acontecendo entre esses dois nesta
semana.
Assim como Carson tinha me prometido há um ano, tínhamos voltado para Snowbird
no Natal. Neste momento, a nossa família e amigos estavam com a gente e, em vez de
muitas coisas para nos preocupar, tínhamos muito para comemorar.
Infelizmente, havia uma pessoa que não conseguiu se juntar a nós, Abby. Mas ela
tinha uma boa razão, ela estava grávida de oito meses e não era capaz de voar. Seu
menino, Kyle, e o novo bebê teriam apenas 13 meses de diferença, mas como disse Abby,
que é o que acontece quando você bebe três margaritas em sua primeira noite depois do
puerpério{3 2 } . Um aviso para todos nós. Na verdade, ela e Brian ficaram emocionados.
Tínhamos alugado uma grande ‘cabana’ e tinha passado a semana esquiando e
brincando na neve, eu fazendo estritamente o segundo. Meus músculos ainda se
lembravam da lição do ano passado e não estavam interessados em se inscrever para mais
disso. Todos tinham pelo menos um dom. Esquiar não era meu.
“Carson perdeu uma tarde épica nas pistas.” disse Leland, pendurando o casaco.
“Eu estava ocupado fazendo algo muito melhor.” disse Carson, saindo do quarto, a
nossa filha enrolada em seu peito. “Eu estava abraçado na frente do fogo com as minhas
meninas.” ele sorriu. “E decorando nossa árvore.” todos os homens olharam para a árvore
que Carson estava se referindo e inclinaram a cabeça ao mesmo tempo. Eu deixei escapar
um suspiro quando Carson se aproximou de mim e colocou um braço em volta dos meus
ombros, beijando minha cabeça.
“Oh, Deus, ele está escolhendo carinho e decorar ao invés dos esportes.” Josh
murmurou. “Hora de entregar seu cartão de homem, Carson.” Josh sacudiu a cabeça,
fingindo tristeza.
Carson ergueu as sobrancelhas. “Sim, o seu dia está chegando, homem. Marque
minhas palavras. E se não a vingança é uma cadela.”
“Ei, cuidado com a boca, todas as minhas meninas estão nesta sala.” meu pai disse,
saindo do quarto onde esteve cochilando.
Carson pareceu adequadamente arrependido quando disse: “Desculpe, senhor.” mas
um canto de seu lábio curvou-se quando meu pai passou e deu um soco no ombro
levemente.
A verdade era que meu pai e Carson não poderiam ser mais próximos. Meu pai amava
seus dois genros, mas ele e Carson tinham uma ligação especial. Talvez fosse porque
Carson nunca teve um pai, e meu pai sempre quis em um filho, mas o que quer que fosse,
eles se amavam e respeitavam um ao outro. Isso aqueceu meu coração de uma forma que
constantemente eu lutava contra as lágrimas quando eu os observava juntos.
Tínhamos convidado minha mãe para vir para o fim de semana também, mas ela se
recusou, mesmo quando as minhas irmãs e eu sugerimos alugar duas cabanas. Eu
gostaria que fossem mais próximos, especialmente agora que eu tinha uma filha, mas eu
não poderia fazer todo o trabalho no relacionamento. Talvez um dia ela percebesse o que
tinha perdido, quando perdesse mais ainda e tentasse reparar isso. Eu esperava que fosse
o caso, mas achei mais provável que muito tempo já tinha passado. Era uma das minhas
maiores mágoas, mas eu jurei todos os dias que isso me inspiraria para me ficar mais
próxima das pessoas e não distanciá-las. Carson tinha escrito a sua própria mãe uma carta
e enviado-lhe uma foto de nossa filha, Ella, quando nasceu - um ramo de oliveira que ele
estendeu para a mulher que lhe dera a vida, mas simplesmente não foi capaz de dar-lhe
muito mais do que quando ele era um menino.
Ela tinha escrito de volta e eles estavam se correspondendo com cartas e fotos. Ele
ainda parecia cauteloso, mas era um começo.
Eu sorri para o meu marido, e então virei meus olhos para o nosso bebê e beijei-a na
sua loira cabeça. “Olá pequena senhorita.” eu disse. “Por que você não está dormindo?”
“Nós estamos trabalhando nisso.” disse Carson. Em seguida, ele se inclinou e
sussurrou: “Eu estava contando a ela uma história muito boa sobre uma menina que me
apaixonei uma vez entre o vigésimo primeiro e vigésimo segundo piso.”
“Ah...” eu disse, olhando para a nossa filha. “Não admira que você quisesse por aí.
Essa é realmente uma grande história.” eu toquei o nariz com o dedo indicador
delicadamente e ela me deu um sorriso, seus olhos castanhos iluminando com a atenção e
a pequena covinha que eu tanto amava aparecendo a esquerda do lábio inferior.
“Sim.” ele disse, sorrindo gentilmente. “Ela realmente é.”
“Espero que tenha sido a versão PG.” eu disse, piscando para ele.
Ele riu suavemente, seus olhos quentes.
“Olá mana, você está ajudando aqui ou o quê?” Julia chamou da cozinha. Ela e Evan
faziam o purê de batata e quando ouvi os estrondos e maldições suaves provenientes da
cozinha, levantei uma sobrancelha. “Parece que está ficando sério lá. Melhor eu ir. Durma
bem, garota.” eu disse, beijei-a novamente e sorri para Carson quando ele se virou para
levá-la de volta para o espaço extra onde colocamos um berço.
Quando fui para a cozinha, virei minha cabeça para vê-los ir embora. Meu marido e
nossa filha. Há muitas coisas comoventes neste mundo, mas não tão profundas como
assistir o belo homem que você ama segurando o bebê que fizeram juntos. Não, não
muitas.

***

Carson
Eu segurei minha filha nos braços, embalando-a na grande cadeira de balanço no
quarto de hóspedes, amando-a tão intensamente que parecia uma coisa tangível. Eu
coloquei meu nariz na cabeça e respirei seu cheiro doce. Eu faria qualquer coisa para
protegê-la, mantê-la segura, para me certificar de que ela sempre se sentisse amada.
Eu tinha feito o trabalho da minha vida em salvar as mulheres do sofrimento, e na
maioria das vezes, me sentia firme e competente na parte que realizava esse esforço. Mas
quando isso veio para o trabalho ao longo da vida, de proteger a pequena menina em
meus braços, meu coração se apertou de medo. Eu supunha que era como deveria ser.
Quando minha filha se aconchegou em mim, e seus olhos começaram a se fechar,
deixei minha mente vagar... Era uma vez, alguém tinha segurado Ara nos braços. Era uma
vez alguém que tinha feito isso a cada menina. E se não o fizessem, eles deveriam ter
feito. Fechei os olhos, balancei, balancei... minha menina respirando suavemente como o
bebê doce que era com sua pequena mão gordinha puxando minha camiseta.
Eu queria que ela se orgulhasse de mim. Eu queria que ela visse como eu amava e
adorava sua mãe e não quisesse nada menos do que isso por si mesma um dia. Para ser
amado por completo, corpo, coração e alma.
Algum dia, eu teria que ter uma conversa muito difícil com ela sobre as escolhas que
eu tinha feito antes que conhecer melhor a vida. Eu me encolhi com o pensamento, mas o
fato estava aí, Internet é para sempre, e seria melhor que ela ouviu isso de mim.
Eu pensei sobre quem eu era quando conheci Grace, todas as maneiras em que mudei
desde então. Às vezes, você nem sequer percebe que algo está errado até que alguém
aparece e o transforme, e faz você querer mais. No meu caso, foi uma menina bonita com
um plano que destruiu o meu mundo.
Eu achava que sabia. E quando coloquei os pedaços juntos novamente, todos eles
foram reorganizadas, diferentes e assim foi comigo. Até ela, eu nunca tinha considerado
as possibilidades.
Na vida, há aqueles que nos salvam, tanto em grandes situações com em pequenas.
Às vezes isso significa ser liberto de um quarto escuro, sem janelas ou sendo puxado para
fora de um prédio em chamas. Mais frequentemente, significa ser salvo de si mesmo e
feito para finalmente acreditar que deixar alguém te amar, não é apenas uma grande
mentira de que você está disposto a contar. Grace tinha me salvo chamando meu blefe e
depois de ouvir os segredos que eu acreditava me fez indigno de ser amado, com a
aceitação em seus olhos. O presente que me deu foi ela que brilha e brilharão para mim,
tão brilhante, que a minha própria escuridão desapareceu.
Eu beijei a nossa filha novamente, agora dormindo pacificamente no meu peito,
perdida em seu próprio mundo de sonhos, segura e amada em meus braços.
Agradecimentos

Especiais, um agradecimento especial do fundo do meu coração, mais uma vez, ao


meu Comitê Editorial Executivo, Angela Smith e Larissa Kahle. Desta vez, eu também tive
a sorte de ter um grupo fantástico de leitores beta que estavam não só assíduos, mas
também eram bem planejadas e conectadas a história de Grace e Carson, e deram
conselhos e comentários de valor inestimável; Elena Eckmeyer, Karleigh Lewis-Brewster,
Kim Parr, Nikki Larazo e Stacey Preço - amor sem fim e muito obrigada! Gratidão, como
sempre, pela minha família por me aturar durante este processo, e pelo meu marido
incrível por pegar uma folga em torno da nossa casa com uma quantidade infinita de
paciência. Eu sou tão sortuda de ter você.
Sobre a Autora

Mia Sheridan vive em Cincinnati, Ohio, com seu marido, que é um policial e seu maior fã
(não necessariamente nessa ordem). Eles têm quatro filhos aqui na terra e um no céu.
Quando ela não está escrevendo ou lendo romances, gosta de tudo que seja criativo, desde
a construção de um pátio, para costura travesseiros. Além de Archer's Voice, Leo, Leo’s
Chance e Stinger também fazem parte da Série Signos do Amor. Mia pode ser encontrada
em sua página online: www.MiaSheridan.com ou
www.facebook.com/miasheridanauthor.
Outros Livros da Série

Evie e Leo se conheceram em um orfanato quando crianças e formaram um laço de


amizade. À medida que cresciam, este vínculo tornou-se amor e prometeram construir
uma vida juntos, quando completassem 18 anos e já não fizessem parte do sistema.
Quando Leo inesperadamente é adotado, e se muda para outra cidade, ele promete a Evie
que entrará em contato com ela assim que chegar lá e voltaria para ela em poucos anos.
Mas ela nunca mais ouviu falar dele novamente. Agora, oito anos depois, apesar de todas
as probabilidades, Evie fez uma vida para si mesma. Ela tem um emprego, ela tem amigos,
ela é alguém. Então, um homem aparece do nada, alegando que seu amor perdido, Leo, o
mandou para saber como ela está. A atração entre eles é inegável. Mas, ela deve confiar
em um estranho sexy? Ou ele está guardando um segredo sobre o que sua conexão com
Leo é realmente e por que Leo desapareceu há tantos anos?

A Chance de Leo é o livro de Mia Sheridan que sucede Leo… Será que todo mundo
merece uma segunda chance? Mesmo alguém que mente e engana outros para obtê-la?
Será que a segunda chance vem para todos? Mesmo que isso desempenhe um papel em
nossa própria destruição? Quão duro você lutar para ter uma segunda chance no amor?
Uma segunda chance na vida? Outra chance de contar a sua própria história? Toda
história de amor tem dois lados. Evie contou a dela… Desta vez é a chance de Leo.

Grace Hamilton era a garota com um plano. Ela sabia exatamente onde sua vida
estava indo e se orgulhava de sempre alcançar seus objetivos. Foi quem ela era e como ela
viveu a vida dela. Ela nunca pisou fora das linhas, e nunca considerou que poderia desejar
realmente estar se esforçando para agradar. Até ele …Carson Stinger era um homem que
não jogou por nenhuma regra, exceto a sua própria. Trabalhando na indústria do
entretenimento adulto, ele não se importa com o que os outros pensavam, e tomou cada
dia como ele veio, sem direção, nenhum plano. Ele sabia o que as mulheres queriam dele
e acreditava que era tudo o que tinha para oferecer. Até ela …Quando as circunstâncias os
forçaram a passar várias horas juntos, eles tentaram se afastar. Mas para duas pessoas
totalmente diferentes, conseguiriam superar suas realidades e suas vidas muito
diferentes, isso seria possível.
Quando Bree Prescott chega a Sleepy, cidade à beira do lago de Pelion, no Maine, ela
possui esperança de que este é o lugar aonde irá finalmente encontrar a paz que procura
desesperadamente. Em seu primeiro dia, sua vida colide com Archer Hale, um homem
isolado que detém uma agonia secreta. Um homem que ninguém mais vê. A Voz de
Archer é a história de uma mulher acorrentada à memória de uma noite horrível e que o
homem, cujo amor, é a chave para sua liberdade. É a história de um homem silencioso,
que vive com uma ferida dolorosa e da mulher que o ajuda a encontrar sua voz. É a
história do sofrimento, destino e o poder transformador do amor.

Há um lugar nos tempos modernos da América, sem eletricidade, sem encanamento,


e sem qualquer conveniência moderna. Neste lugar, não há espaço para os sonhos, não há
espaço para a auto-expressão, e nenhuma tolerância para a ambição. Neste local, há um
menino com o corpo de um Deus e o coração de um guerreiro. Ele é forte e fiel, e serve a
sua família com honra. Mas ele se atreve a sonhar com mais. Neste local, há uma menina
com o rosto de um anjo e um coração cheio de coragem. Para sua família, ela é a visão da
perfeição obediente. Mas ela ousa querer aquilo que lhe foi dito nunca poder ser dela.
Tornando-se Calder é a estória do bem contra o mal, o medo contra coragem, e a verdade
de que a luz do amor sempre encontrou o seu caminho mesmo no mais escuro dos
lugares. Desde o início dos tempos, o fim do mundo.

Encontrando Eden é a continuação, e conclusão, de Tornando-se Calder. Quando o


mundo que você conhecia acaba, quando tudo que você ama foi arrasado, onde você
encontra forças? Quando o novo mundo em que entrou é isolado do último, quando você
rompe seu coração, e seu futuro é incerto, onde você encontra a esperança? Encontrando
Eden é uma história de força, descobrimento, perdão e amor eterno. É sobre acreditar no
destino e seguir o caminho que conduz a paz.
Star Books Digital
{1}
Leitura e relaxamento.
{2}
A melhor nota/média da turma.
{3}
O clímax de uma cena de sexo na pornografia, especialmente quando o homem ejacula
no rosto de seu parceiro sexual.
{4}
Sister Christian é um música da banda Night Ranger que fez muito sucesso na década
de 80 nos EUA.
{5}
Linfoma não-Hodgkin (LNH) é uma neoplasia maligna que se originou nos linfonodos
(gânglios), que são muito importantes no combate a infecções. Foi assim denominado de
maneira a distingui-lo da doença de Hodgkin, um subtipo particular de linfoma.
{6}
É um tipo de erva considerada erva medicinal e aromática, que pode ser traduzida como
a Erva do Gato. Essa erva possui um ingrediente ativo chamado Neptalactone que atrai a
maioria dos felinos.
{7}
Aspiração por satisfação sexual.
{8}
Citação completa: Sexo é como pizza. Mesmo se for mal feita, ainda é bom.
{9}
Conhecidos como Comped Rooms, são quartos geralmente fornecidos de cortesia com
intuito de marketing ou para jogadores de grandes apostas em Las Vegas.
{10}
O Snowboard ou Snowboarding é um esporte que, tal como o skate e o surfe, consiste
em equilibrar-se sobre uma prancha, este porém se faz na superfície nevosa das encostas
de montanhas - como o esqui.
{11}
No original a palavra athons é como o final da frasemaratona, como quando você quer
se referir a algo, misturando uma palavra com maratona, então neste caso fica “coçatona”
(maratona de coçar).
{12}
Personagem do livro Alice no País das Maravilhas criado pelo escritor Lewis Carrole.
{13}
Titanic é um filme estadunidense de 1997 escrito, dirigido, co-produzido e co-editado
por James Cameron.
{14}
Fraggle Rock, a Rocha Encantada, ou apenas Fraggle Rock, foi uma série televisiva
criada por Jim Henson, primariamente estrelando personagens Muppets chamados de
Fraggles).
{15}
O Chevrolet TrailBlazer é um veículo utilitário esportivo produzido pela Chevrolet
divisão da montadora americanaGeneral Motors.
{16}
O burrito é um célebre prato tradicional da culinária do México consistindo de uma
tortilla de farinha geralmente recheada com carne.
{17}
Filme com Tom Cruize e Dustin Hoffman, de 1989.
{18}
“Pod Person” (originalmente) é uma expressão que foi utilizada em filmes antigos
sobre alienígenas, em que eles usavam os seres humanos para se reproduzirem e
formarem híbridos com fisionomia humana.
{19}
O SEAL é a principal força de operações especiais da Marinha dos Estados Unidos e
parte do Comando Naval de Operações Especiais, como também um componente
marítimo do Comando de Operações Especiais.
{20}
Exame de Aptidão Vocacional Para as Forças Armadas.
{21}
É o treinamento que os soldados precisam passar a fim de sentir todos os estresses
reais possíveis durante uma guerra. O treinamento os leva ao limite, tanto mental quanto
fisicamente, para eliminar aqueles que possam não ser capazes de completar com êxito as
exigentes missões e operações que os SEALs enfrentam.
{22}
Universidade Wright State fica em Fairborn, Ohio.
{23}
District Attorney’s Office é um tipo de promotoria em que o advogado é eleito por um
município ou designado por um distrito para ajuizar ações criminais.
{24}
Programa de TV americano.
{25}
Percurso de treinamento físico que incluem escalada, superação de obstáculos, etc.
{26}
O evento que define a formação BUD/S.
{27}
Exame nacional destinado a determinar se um candidato está qualificado para exercer
a advocacia em determinada jurisdição.
{28}
Site de busca de telefones, como o TeleLista.net no Brasil.
{29}
A insígnia conquistada após conclusão do BUD/S. É um dos mais reconhecidos
emblemas militares da Marinha dos Estados Unidos.
{30}
Refeição pronta, as ditas “rações” militares.
{31}
Banda Britânica de Jazz.
{32}
Puerpério é o nome dado à fase pós-parto, em que a mulher experimenta modificações
físicas e psíquicas, tendendo a voltar ao estado que a caracterizava antes da gravidez.

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