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Mal sabia eu que o Dante que entrou na minha vida era muito diferente
do que eu imaginava. Oh, ele era moreno, de olhos escuros, lindo, até mesmo
um lothario... apenas... ele não era um homem. Em vez disso, ele era alguém
que ia me mandar para o Inferno que seu homônimo tinha escrito.
1
Santo da igreja católica
A série BROKEN LIVES será dividida em dois conjuntos (duetos).
Broken English (parte 1) e Shattered Poetry (Parte 2) são o primeiro
conjunto, terminando a fase de High School das vidas de Clara e Dante. O
próximo conjunto, livros 3 e 4, é uma nova história, levando seu
relacionamento a outro nível.
Este livro se passa no ano de 2002.
A tentação é o fogo que trás a escória do coração.
Thomas Boston
01
Corri para a luta, gritando para eles pararem. Meu salto direito
afundando na grama, quase me fazendo cair com o rosto no chão. Eu me
debati brevemente, mas corrigi o meu pé a tempo e continuei, chegando até
a luta. Dois da festa de ataque se afastaram quando me aproximei deles,
enquanto o maior ficou. Ele começou a chutar o menino caído, uma bota
atingindo sua virilha. O menino gritou e enrolou-se em posição fetal,
agarrando-se em seguida.
Ele murmurou algo que não pude discernir. Ele tinha o rosto voltado
para o chão, seu cabelo negro salpicado com manchas de grama, lama e um
pequeno galho.
— Eu disse, vá se foder!
Lindo.
Olhos escuros olharam para mim, emoldurados por cílios ainda mais
escuros, que combinava com seu cabelo preto ondulado.
Ele balançou sua cabeça. — Eu vou ficar bem. — Ele agarrou com
força sua mochila, que estava coberta por escritos de grafite. Havia também
um adesivo de gangue costurado na lona preta. O meu marido tinha ficado
preocupado quando disse a ele que a vaga era no South Auckland. Depois de
assistir o filme Once Were Warriors, ele parecia pensar que era um
especialista na área, chamando-o território das gangues. Eu brinquei com
ele impiedosamente sobre isso, já que ele nunca tinha sido de Auckland, e
muito menos Nova Zelândia. Ele era de Londres. Eu o conheci enquanto
estava no meu OE — um trabalho de férias no exterior. Nós tínhamos estado
juntos por uns bons quatro anos, casados por um desses. Ele deveria me
seguir em poucas semanas, sua documentação levando mais tempo do que
tínhamos previsto.
— Não, você não está; você deve conseguir uma atadura para esse
corte e verificar o seu...
Ele fez uma careta. — Não me chame de vítima, não aprecio. — Ele se
virou para ir embora.
Fiz uma careta para ele. — Pareço uma idiota pra você?
Minha careta cresceu. — Não seja insolente. E você não pode esperar
que eu seriamente acredite que o nome daquele rapaz é Ronald McDonald.
Ele piscou, então soltou uma explosão de riso. — Esse é o nome dele.
Seu pai é uma grande boceta gorda que ama McDonald. No entanto,
costumamos chamá-lo de Ron, Ronnie ou Happy Meal. Nós também o
chamamos de Burger King ou Wendy quando realmente queremos irritá-lo.
— Se você quiser saber mais sobre mim, vou encontrar com você
depois da escola, — disse ele, parecendo muito divertido. —Meu número é...
Voltei a olhar para a professora, pensando que ela era quente pra
caralho. Apenas uma pena que doía olhar para ela, minhas bolas
choramingava como uma cadela. Parecia que Happy Meal tinha deixado a
impressão de sua bota em minhas bolas e tudo porque eu tinha sido bom
para a sua namorada... por deixá-la chupar meu pau. Eu tinha entrado de
penetra em uma festa com dois dos meus companheiros. Ela estava lá, sem
a cara feia do Happy Meal. Antes que eu soubesse o que estava acontecendo,
tinha um estômago cheio de vodca e minhas calças em torno de meus
tornozelos, com meu pau em sua garganta. Ainda não tinha recordado do
momento em que fui para o quarto com ela. Se qualquer coisa, juro que
tinha ido lá sozinho para dormir. Mas desde que ela já tinha conseguido me
deixar duro, a deixei terminar o trabalho, ela era quente.
Seu rosto endureceu. — Esta não é uma questão para brincar. Quem
fez isso com você?
Eu não sabia por que ele estava tão zangado, considerando que
estava apenas atuando, e dizia 'Teatro' na porta. Chutei a porta para abrir o
restante e entrei, levantando meu queixo para ele. ― Bom dia, Sr. Aston,
sentiu minha falta?
Sentei-me no tapete perto do meu melhor amigo. Jasper era tão alto
quanto Happy Meal, apenas gordo, o cara sempre cheirando tortas de carne
e Coca-Cola.
A voz do Sr. Aston cortou meus pensamentos sobre o meu irmão. Ele
começou anunciar a lista. Quando ele chegou ao meu nome, me contive em
ser um idiota e só respondi com um “aqui.” Em troca, tenho olhares
surpresos de metade da classe. Eles provavelmente esperavam que eu
dissesse algo estúpido, mas não sinto que devo agora, minhas bolas
doloridas ainda me distraindo.
Ela aproximou-se ao meu lado. ― Oi, Dante, você quer vir para minha
casa depois da escola?
― Oh, vamos lá, querido, não fique zangado comigo. Foi divertido, não
é?
Ela fez beicinho para mim. ― Não diga que é o fim. Eu terminei com
Ronnie.
Eu fui dizer a ela que não me sentia da mesma maneira, mas fui
cortado pelo Sr. Aston.
Sr. Aston retomou o que estava falando antes que Phelia o havia
interrompido. ― Vão começar a fazer Space Jump, ― anunciou ele, que era
um jogo de improvisação. ― Vocês vão atuar cenas de algo que fizeram
durante suas férias. Vão ter um minuto cada. Então, todo mundo levanta.
Antes que pudesse falar o último sim, Sr. Aston me agarrou pelo
pescoço e me arrastou até a porta.
***
Após o sino tocar, fui para minha aula de matemática, uma das
minhas matérias favoritas, pelo menos. Assim que entrei na sala, o professor
me disse que o diretor queria me ver. Marchei para o escritório do diretor
Sao, irritado que o Sr. Aston finalmente tinha verificado. Eu me perguntava
se era uma de suas promessas de Ano Novo fazer minha vida miserável.
Ele estava sentado em uma cadeira giratória, olhando para mim com
uma expressão séria, provavelmente imaginando como ele poderia me salvar
de mim mesmo. Me soltei no assento almofadado e olhei pela janela,
desejando que tivesse ficado na cama.
Ele estreitou os olhos para mim, dando-me uma de suas caras isto-é-
grave. Mas não era importante para mim. Uma briga com Happy Meal e seus
companheiros não era nada em comparação com o que meu padrasto tinha
feito para mim. Isto não era mais que um ferimento leve, algo que esquecerei
uma vez que as contusões desapareçam. Mas o que meu padrasto tinha
feito... Eu nunca poderia esquecer isso. Eu só desejei que pudesse.
― Eu sei que você acredita que todo mundo acha que você é um
garoto mau, alguém que vai acabar na prisão, ― ele disse, ― mas você não é.
Lá no fundo você é um bom garoto, que faria muito bem se você apenas
aplicasse a si mesmo, em vez de criar a sua própria zona de guerra pessoal.
Ela olhou para ele. ― Opa, desculpe, eu faço uma bagunça ao comer.
― Ela rapidamente limpou a mão em um lenço e estendeu-a novamente.
Olhei por cima do meu ombro, vendo o homem que ela estava
falando. Ele era o único que tinha ficado me encarando. Ele parecia muito
com Liam Neeson, apenas trinta e poucos anos e com um cabelo marrom-
avermelhado curto. Ele sorriu para mim, fazendo eu desviar o olhar
imediatamente.
Beverly encostou suas costa na cadeira. ― Parece que você atraiu a
atenção da Grã-Bretanha.
Ela torceu o nariz. ― Sinto muito dizer, mas eles são do décimo
primeiro ano. Se você está sem sorte e chegar a pegá-los, não reaja às
provocações deles. Se perguntarem qualquer coisa inadequada, ignore-os
como se nem sequer falaram. Eles são também muito liberais com o uso de
palavrões. A menos que você quiser constantemente repreendê-los, traduza a
palavra f para fabuloso, e p para perfeito, s para super, m para magnifico.
2
Do original Motherfucker, traduzido para filho da puta.
geralmente tem que enviar pelo menos alguns deles para o escritório do
diretor a cada lição.
Minha mente foi para o valentão alto que tinha espancado Dante,
rezando para que ele não estivesse na classe. Afastei o pensamento da
minha cabeça. Ele era grande demais para não ser um formando. Ainda...
Ela assentiu com a cabeça mais uma vez, seus olhos castanhos
brilhando com diversão. ― Bem-vinda ao South Auckland, onde você pode
encontrar com Arnold Schwarzenegger ou Rocky Balboa, no entanto, estes
serão seu primeiro e nome do meio, e eles não vão se parecer em nada com
seus xarás.
Ela balançou a cabeça. ― Aposto cinquenta que você vai ter pelo
menos uma criança em sua classe com um nome estranho.
Ele fez uma careta para mim, não parecendo surpreso ao me ver. ―
Não dedure as pessoas se você quer que eles joguem limpo, ― disse ele.
Não, ele não poderia ser tão jovem. Com a forma como ele parecia e
falava, ele deve ter repetido, pelo menos, um ano.
Ele assentiu. ― E pra você saber, Inglês é o nosso período livre, onde
fazemos o que queremos.
― No que?
― Inglês, é claro.
― Bem, não estou confortável com você aí, assim você me faz um
favor desde que eu fiz um para você.
Ele sorriu. ― Você já disse que me fez uma vez? Porque eu devia estar
muito bêbado desde que não lembro. Ou talvez você não fosse tão
memorável.
― Não, meu Inglês não é muito bom. Vocês Pakeha são realmente
difíceis de entender, ― disse ele, me chamando de branca, que eu achava
que era hipócrita. Apesar de seu sotaque Maori, ele ainda parecia um
Pakeha, apenas com uma tonalidade verde-oliva.
― Não acho que ele estará interessado, senhorita, ― disse ele com um
sorriso.
Ele deslizou para sua cadeira, ordenando aos outros garotos para
corrigir suas mesas. Ele era, obviamente, o líder do grupo heterogêneo, um
ditador em roupa desalinhada, com manchas de grama.
Uma vez que as mesas foram arrumadas, ele piscou para mim
novamente. ― Espero pontos extras por isso, querida.
Tudo estava indo bem até que cheguei no nome de Dante. Sem
pensar chamei, estupidamente perguntando se ele estava aqui, algo que
deveria ter sabido não fazer, uma vez que era um convite para problema.
Ele fechou os olhos. ― Oh... sim, sim, SIM! ― Ele gritou, soando como
se estivesse gozando. Expulsou um enorme suspiro, e falando em seguida. ―
Estou aqui. ― Ele abriu os olhos, seu sorriso crescendo quando os outros
alunos desataram a rir, alguns deles vaiando, ― Sim, garoto! ― como se
estivessem dando-lhe algum tipo de toca aqui verbal.
― Fiquem quietos! ― gritei, tive de gritar mais de uma vez antes que
eles se estabelecessem. Nivelei um olhar para Dante, que parecia estar se
divertindo, com os olhos brilhando tanto que eles poderiam ter seu próprio
sistema solar.
― Estou feliz que você está gostando tanto da minha aula, ― disse
secamente. ― Mas, por favor, mantenha seus comentários relacionados a
aula ou vou mandar você para o diretor.
Ele sorriu. ― Sim, sim, querida, prometo que vou manter minha boca
fechada. ― Ele fingiu zipar seus lábios.
― Desligue isso!
Ele virou-se.
― Dante!
― Não, quero saber o seu primeiro nome. Dê-me isso e vou fazer o
que quiser.
― Clara.
Eu balancei a cabeça, pensando que uma não era suficiente para ele.
― Por hoje e amanhã.
Ele riu.
― Uma educação.
― Não, você está sendo paga para cuidar das crianças, porque uma
vez que este ano acabar, você e todos os outros adultos não podem nos fazer
porra nenhuma.
― Eu não levaria o que ele disse para o lado pessoal, ― ela continuou,
― além disso, você se saiu melhor do que a última professora que ele fez
fugir daqui.
Jasper gritou com a menina para calar sua ― cara de lésbica ― sobre
Dante. Ela lançou-lhe o dedo, não parecendo preocupada que irritou um
menino três vezes o seu peso, outra coisa que me chocou. Eu não esperava
um de quinze anos ser tão grande ou parecer tão velho. Não apenas tinha
resquício de barba, ele podia facilmente ter passado como um de vinte e
poucos anos. Porém, ele não agiu como um adulto, as palavras vindas de
sua boca eram extremamente infantis.
Ele se levantou, seu olhar me fez dar um passo atrás, o rapaz muito
mais assustador do que Dante. Ele agarrou sua bolsa e pesadamente foi em
direção à porta, desaparecendo. Eu balancei a cabeça, pensando que Beverly
estava certa sobre quantos alunos iria enviar para fora.
Desde que só tinha uma aula depois de Inglês, decidi faltar o restante
da escola e ir para a casa do meu primo, esperando que ele pudesse me dar
algum trabalho extra. Ele vivia em Claydon, o subúrbio próximo de Wera. As
pessoas pensavam que era o pior bairro em Nova Zelândia, o equivalente ao
Velho Oeste. Casas de placa de amianto e paredes grafitadas povoam a
paisagem, enquanto o latido dos cães, música rap e a explosão ocasional de
uma sirene da polícia é a trilha sonora. E adorava isto. Claydon era tanto
uma casa para mim como Wera era; um lugar que eu combinava. Eu
conhecia as ruas bem, tinha mesmo vivido fora delas depois de ter escapado
da prisão juvenil. Eu tinha doze ou treze anos na época. Não conseguia nem
lembrar porque tinha sido enviado para lá. Provavelmente por roubar ou
talvez fosse pela venda de maconha no Wera Intermediate.
Ele olhou para baixo na escada que estava em pé. ― Eu posso te dar
algumas pílulas de festa,― disse ele, olhando de volta para mim. ― Eu acabei
de fazer um novo lote.
― Oh, vamos lá, cara, meu pai só tinha dinheiro suficiente para
cobrir o aluguel. Eu tenho que pagar a conta de energia, para não mencionar
a comida.
Hunter fez uma careta. ― Ele não foi demitido de seu emprego de
novo, não é?
― Não, ele só pegou alguns dias de folga porque ficou doente, o que
significa que estamos quase sem dinheiro.
Ele olhou para mim por um longo momento, parecendo como se ele
estivesse tentando decidir se confiava em mim ou não, que ele deveria,
porque eu estava mais preocupado em ter eletricidade e comida do que ficar
pairando sobre a coca.
Ele exalou alto. ― Ok. Mas se você foder com este lote, vou pegar a
Harley do seu pai.
Fiquei decepcionado de repente. ― Você não pode, cara, ele vai esfolar
nós dois vivos. Ele ama a porra daquela moto. Se ele pudesse se casar com
ela, tenho certeza que ele iria.
― Então não foda com esse monte de coca. Eu tenho minhas próprias
contas para pagar.
Hunter olhou para mim por mais tempo do que me sentia confortável.
Fez-me preocupar que ele vai mudar de ideia. Mas, felizmente, ele
desapareceu descendo a escada, não voltando atrás em sua palavra. Pelo
alçapão, eu pude ver uma longa fila de bancos abaixo. Havia também
recipientes de vidro hidropônico e outros aparelhos que utilizava para
produzir uma variedade de drogas. Embora, a coca não era uma delas. Ele
conseguiu isto de um traficante de drogas, que pegava uma parte de todas
as suas vendas.
Hunter surgiu pelo alçapão, escalando para fora dele. Ele era mais
alto do que eu, pouco mais de um metro e oitenta. Ele parecia uma versão
polinésia do Ice cube, com sua barba, o boné de LA em sua cabeça, bem
como a camisa de flanela e calças jeans. Ele estendeu um saco do que
parecia valer pouco mais de mil em pó branco, um terço era minha parte. Eu
peguei da mão dele e enfiei na minha mochila antes que ele pudesse mudar
de ideia.
― Eu realmente aprecio isso, ― eu disse, fechando o zíper da minha
mochila.
― Você deveria vir para dentro comer alguma coisa e dizer oi para o
seu irmão, ― disse Hunter, me conduzindo para os fundos da casa.
O rosto de Hunter ficou triste. ― Vamos lá, primo, você não pode
continuar a evitá-lo. Sei que você está chateado com ele por tentar cuidar de
si mesmo, mas ele está melhor agora.
― Eu não estou chateado com ele, ― eu disse, estou com raiva de mim
mesmo por deixá-lo desapontado.
― Diga isso para alguém que acredita em você, porque eu com certeza
não acredito. Então, venha para dentro.
― Nada. Te vejo mais tarde, ― disse sem olhar para trás. Levantei
minha mão em despedida enquanto me dirigia para a calçada, deixando-o
para trás com meu irmão, que precisava de mim como um buraco na
cabeça.
Contornei outra esquina e corri pela estrada. Mesmo que meu peito
estava queimando como se tivesse engolido um monte de pimenta mexicana,
peguei velocidade, o que só fez minhas costelas machucadas pulsar mais.
Era como se meus pulmões estivessem prestes a explodir através delas.
Gritaria começou ao redor, a voz de Happy Meal era mais alta. Ele
estava gritando com Jasper, ― Não, cara, não faça isto. Não!
Olhei para cima, chocado ao ver Jasper apontando uma arma para
Happy Meal. Seus olhos estavam em chamas do fogo do inferno, enquanto
Happy Meal estava com as mãos erguidas, medo torcendo suas feições
duras. Seu amigo ficou a poucos metros atrás dele, parecendo que estava
pensando em virar e correr.
Happy Meal tropeçou para trás. ― Isso não é minha culpa, cara, ― ele
falou, sua respiração irregular de uma combinação de medo e exaustão. ―
Ele dormiu com a minha mulher! Ele merece tudo o que consegue.
― Nossa gangue pode detonar com o pai dele antes que ele descubra.
A tia de Jasper abaixou ao meu lado. ― Está tudo bem, lindo? ― Ela
perguntou, tirando meu cabelo da minha testa.
Ela fez uma careta para mim. ― Pare de ser horrível, Dante.
― Vou parar uma vez que você parar de me estuprar com o olho.
Jasper reapareceu do lado de sua casa, fazendo com que sua tia se
levantasse. Fiquei imaginando se ele tinha me ouvido insultá-la, e mesmo se
tivesse, estava exausto demais para me importar. Ele parou ao lado dela,
dando-me um olhar que dizia que ele tinha escutado.
Ela se dirigiu para a casa. Assim que ela estava lá dentro, Jasper
chutou minha perna. ― Levante-se, seu idiota.
― Não é minha culpa que ela sempre me fode com os olhos. Ela me
assusta.
― Ela não tem interesse em você; ela tem o dobro da nossa idade.
Eles se voltaram para Jasper. Ele pegou Marley e lhe deu um beijo na
cabeça. Ela começou a lamber seu rosto, Jasper chamando-a de linda.
Ciumento, Bob saltou em torno de suas pernas, latindo por atenção.
Peguei minha chave e abri a porta da frente. ― Coloque Marley no
chão e entre, ― eu disse, olhando para a rua quando a sirene ficou mais
próxima.
― Não, você teria lutado com Happy Meal. Você é do mesmo nível que
ele.
― Ele não vai, acalme-se, ― eu disse, andando até ele. ― Além disso,
vou ter mais cuidado.
― Bom, porque não acho que posso ter mais um dia como este. Sinto-
me fodido. ― Eu caí em meu sofá de couro e inclinei a cabeça para trás,
fechando os olhos.
Uma névoa feliz caiu sobre minha mente, fazendo as dores do meu
corpo desaparecer. Tapei o que restava e guardei a garrafa, fechando o
armário e recoloquei o cadeado.
Para meu alívio, Dante não apareceu para o Inglês no dia seguinte.
Embora, Jasper sim. Infelizmente.
Secretamente rezava para que Dante tivesse a mesma idade, para que
pudesse me sentir melhor sobre achar ele atraente, mas infelizmente ele não
tinha, seu aniversário de dezesseis anos demoraria um tempo.
― Você não deveria me criticar, Sra. H, ― Jasper disse, sua expressão
séria. ― Eu só estou ficando nessa porra como um idiota.
Lindy riu da frente da classe. ― Ele disse que Dante tem diarréia.
― Sim, querida, eu sei o que você pode fazer com a língua, ― ele
disse, e balançou para ela.
― Jasper! ― Eu repreendi. ― Sem mais conversa.
Seu olhar moveu-se para mim, todo o humor se foi, sua expressão
congelando. Tirei minha atenção dele, sentindo um arrepio percorrer minha
espinha, o medo formigando minha pele.
Uma vez que seus cadernos estavam em posição, pedi aos alunos
para escrever o que eles queriam fazer depois que deixassem escola. Os
alunos se estabeleceram depois disso, com apenas o som de canetas
raspando através do papel e o sussurro ocasional pela sala. O restante da
aula foi bem, juntamente com o resto do dia, com apenas alguns incidentes
menores, que lidei sem muita dificuldade.
Dante parou na frente da tela azul. ― Tire uma foto, isto vai durar
mais tempo, ― disse ele maliciosamente, fazendo seus colegas rir.
Eu fui questionar o que ele estava fazendo, mas Dante falou primeiro.
― Eu não estou aqui para a porra de uma sessão de moda, ― ele rosnou. ―
Eu só quero uma maldita ID então eu posso conseguir alguma merda livre e
barata.
― Você vai ter que discutir isso com a agência, mas eles costumam
pagar generosamente.
― Em quanto tempo depois posso receber?
― Mas, eles podem ter algo mais cedo para você. Basta pedir para
seus pais me ligar nesse número então eles podem retornar para você
rapidamente.
Jasper fez o que lhe foi dito, embora Dante ainda estivesse olhando
para ele.
Quando passei minha sala de aula uma bola de rúgbi passou por
cima da minha cabeça. O garoto que tinha espancado Dante pegou-a vários
metros na minha frente. Ronald levantou a bola acima da cabeça, parecendo
que estava a ponto de jogá-la de volta. Eu fui gritar para ele parar, mas um
vozeirão chegou antes de mim, gritando, ― Não jogue bolas no corredor!
― Bem, olá, Clara, quase não a vi, ― ele disse, seu sotaque escocês
relativamente leve, sugerindo que ele estava morando na Nova Zelândia por
um tempo. ― Eu juro, quando Happy Meal se formar estamos indo para uma
festa de celebração.
― Para onde?
Ele sorriu. ― Você está tentando me imitar, porque eu não falo assim.
― Você fala quando está falando com sua sobrinha. Você parece uma
pessoa totalmente diferente, um montanhês, que devia estar usando uma
saia pregueada e não calças. ― Ela lhe deu uma piscadela insolente. ― E
todos nós sabemos o que montanheses usam sob suas saias pregueadas.
Ele riu, fazendo ela sorrir, seus olhos cor de chocolate olhando para
ele com incontido carinho. Ele parou de rir e levantou uma sobrancelha
castanho-avermelhada para ela em questão, seu olhar durando um pouco
mais.
Minha mente foi para Markus, desejando que ele pudesse vir junto. ―
Meu marido ainda está na Inglaterra.
― O que significa que você não tem desculpa para não vir, ― disse
Beverly, enganchando seu braço no meu.
― Bem, você não devia ter sido desprezível então, você estava sujo de
hambúrguer.
***
Chegamos ao bar pouco depois das quatro. Apesar de ainda ser parte
da tarde, o lugar estava mais da metade ocupado. Um número de clientes do
sexo masculino estava olhando para as duas televisões de tela plana
penduradas nas paredes, a suas expressões quase reverentes. Um jogo de
críquete estava passando, com um batedor australiano prestes a subir
contra um dos jogadores rápidos da Nova Zelândia. Um grito estridente
subiu pelo ar quando o nosso homem tirou o aro do Aussie, mandando-o de
volta para as arquibancadas.
― Desculpe, Marcia, ele não vai vir, ― Paul respondeu, falando sobre
a outra metade da Grã-Bretanha. ― A mãe dele está indisposta.
― Bom, é verdade. E ela está sonhando se acha que Harry vai estar
interessado nela. Ele só fala com ela porque é muito frouxo para dizer a ela
para cair fora.
Ele riu. ― Basta ser honesto. ― Seu olhar moveu-se para mim. ― O
que eu posso conseguir pra você, doce Clara? Um vinho, uma cerveja? ― ele
perguntou, seu olhos verdes quase intrusivos.
Ele sorriu. ― Você só diz quando não é você que eu estou elogiando, e
eu estava apenas sendo um cavalheiro como Harry.
Ela cruzou os braços sobre seu amplo peito. ― Você sabe o que quero
dizer com isso.
Ele olhou para ela. ― Não, eu não, por favor, me ilumine.
― Sim, usa. Lembre-se daquela vez que você caiu? ― Ele olhou para
mim com um sorriso. ― Ela teve suas pernas para o ar para todo o mundo
ver.
Ele revirou os olhos. ― Nossa, vocês mulheres não sabem aceitar uma
piada.
― Eu desejo.
Concentrei-me sobre a mesa que Paul estava sentado. Alguns dos
homens olharam em nossa direção, sussurrando entre si, fazendo-me pensar
se Paul tinha dito alguma coisa para eles.
― Espalhar o quê?
― Superando?
Eu soltei uma risada desta vez, parecendo como um porco que teve
seu rabo puxado. ― Eu gosto de você, Bev, eu realmente gosto.
Beverly sorriu largamente. ― Ria de Paul assim; ele não vai dar em
cima de você nunca mais.
Ela assentiu com a cabeça. ― Você deve ser um anjo ou ter uma
vontade férrea de colocar-se com eles. Paul está sempre perdendo a
paciência com ele. No ano passado, Dante passou mais tempo do lado de
fora da sua classe do que dentro. De qualquer forma, o suficiente de falar
sobre a escola. O que você faz no seu tempo livre?
― Um ano.
― Oh, fui casado uma vez. A cadela me levou tudo que eu tinha. ―
Ele arranhou seu peito, um sopro de cabelos avermelhados aparecendo
debaixo de sua camisa azul de botão. ― O casamento é uma perda de tempo;
é mais divertido ser solteiro. ― Ele olhou para Beverly. ― Não é verdade, Bev?
Ele franziu a testa, parecendo perplexo. ― O que foi tão mau sobre
isso? É um fato.
― Eu não planejo estar aqui a noite toda, ― ele olhou para mim
novamente. ― Estou pensando em transar. ― Ele gritou quando Beverly
atingiu seu braço. ― Por que foi isto?
― Pare de ser rude com Clara. Pelo amor de Deus, temos que
trabalhar uns com os outros.
Ele pegou sua cerveja fresca e apontou para Beverly. ― Ignore ela; ela
está apenas azeda porque fica sozinha.
Beverly empurrou suas costas, quase fazendo-o derramar sua
cerveja. ― Vá embora, se você não pode ser agradável.
― Ai, nunca sou agradável, mas você ainda me ama. ― Ele se virou e
beijou sua bochecha.
― Ok, tudo o que você quiser, amor. Só não vai embora sem mim.
Lembre-se, você é minha carona para casa. ― Ele me deu uma piscada. ―
Enquanto você pode me levar para casa, garota.
Rindo, ele lambeu a cerveja de sua mão e se dirigiu para uma mulher
loira tingida que ensina matemática.
Eu reorientei para Beverly. ― Eu não sei por que você gosta dele.
― Agora eu posso ver porque você não pensa muito de Paul. ― Ela
contorceu as sobrancelhas para mim. ― O que você acha de nós fazermos
uma troca? Você pode ter Paul, enquanto eu posso ter o Deus loiro depois
que ele chegar.
Ela sorriu. ― Pelo menos mostre a Paul a foto do seu marido. Quero
ver o que ele diz.
Seu sorriso se alargou. ― Você sabia que o dia que ele chegar em
Auckland é o Dia de Ser Agradável com a Solteirona? A tradição dita que
você deve emprestar o seu marido para uma solteirona por vinte e quatro
horas. A propósito, sou uma solteirona e ficaria feliz em ajudar o seu marido
sair de suas roupas.
― Tenho certeza que ele vai dizer sim. Afinal de contas, tenho muito a
oferecer. ― Ela fez uma careta. ― Infelizmente, está tudo no meu estômago.
― Ela olhou para sua cadeira. ― E minha bunda. ― Ela olhou de volta. ―
Espero que ele goste de mulheres que usam calcinhas da avó, porque Paul
não estava mentindo sobre elas.
― Sierra, nós não viemos aqui para isso. Vamos ver se aquele cara
lindo chegou.
― Eu não estou.
Ela fez careta. ― Então por que Paul não me quer? Por que alguém
não me quer?
― Gracinha!
Eu sorri.
― Dezoito, ― menti.
Alívio atravessou seu rosto, um sorriso aparecendo um segundo mais
tarde. Ela virou-se para Sierra. ― Eu estou dentro, ― ela disse, parecendo
tanto nervosa e animada ao mesmo tempo.
Depois de passar por elas, ela pegou minha mão e me puxou para o
carro. Abrindo a porta, ela praticamente me empurrou para o banco traseiro.
Eu entrei, segurando minha mochila enquanto me estabeleci contra o
luxuoso couro vermelho. Ela fechou a porta e entregou um saco de papel
cheio de dinheiro. Eu contei-o, em seguida, escondi em minha mochila e tirei
a coca enquanto a outra mulher manobrava para fora do estacionamento.
Sierra sempre me levou de volta à minha casa depois de um negócio, ou
mais precisamente, uma rua longe para o meu pai não ver o seu carro. Se
ele tivesse me pego saindo de seu Beemer, ele instantaneamente saberia que
eu estava vendendo drogas. Talvez, deveria tê-la encontrado em algum lugar
mais longe de Wera. Embora, provavelmente era bom, já que meu pai e seus
companheiros não iam para aquele bar. A vida deles em grande parte girava
em torno da sede da nossa gangue, que tinha o seu próprio bar, um muito
melhor do que este paraíso de cor azul. Além disso, bares civis não vendem
drogas ou sexo, que era por isso que um monte de gangue não estava
interessada em vir para cá.
Sierra abriu o saco de coca enquanto sua amiga dirigiu em direção a
minha casa. Ela tirou uma lasca com a unha e cheirou-a. Ela fechou o saco
e inclinou a cabeça para trás, balançando um pouco, parecendo que ela
gostou do lote.
Seu dedo se moveu para minha boca, roçando meus lábios. ― E nós
queremos que você venha.
― Haverá bebida?
Ela tirou o dedo. ― Claro. Então, você virá? Eu vou fazer isso valer o
seu tempo.
A ficha caiu. Meus olhos foram para Camie, que estava olhando para
mim através do espelho retrovisor, parecendo que ela não podia esperar para
'desembrulhar-me'.
― Claro que sim! ― Eu disse, pensando que o dia não poderia ficar
melhor.
08
Bati em seu braço enquanto ela fazia outra piada. — Pare de me fazer
rir, vou ser jogada para fora com todo o meu ronco.
— Sério?
— Contanto que Paul esteja vindo comigo. — Ela afastou minha mão
e se dirigiu para ele, seus olhos fixados no homem. Eu me perguntava se
deveria detê-la, porque parecia que ela ia fazer algo que iria se arrepender.
Mas antes que pudesse decidir, ela estava plantando sua bunda no colo de
Paul, deixando o homem surpreso.
Eu fui até eles quando Beverly abraçou seu pescoço. — Depois que
eu for ao banheiro, vou levá-la para casa, — eu disse a ele. — Você também
vem?
Beverly plantou seus lábios contra os de Paul antes que ele pudesse
responder. Seus olhos quase saíram de sua cabeça em resposta. Estremeci,
sabendo que ela definitivamente ia se arrepender no dia seguinte. E não só
por causa da reação de Paul, mas porque muitos de nossos colegas estavam
olhando para o que ela estava fazendo, alguns deles rindo e conversando
entre si.
— Tão doce carma, — disse Helen. — Agora ele sabe o que é ter
atenção indesejada. Eu ainda não consigo acreditar que ele realmente me
pediu um boquete. Ele tem sorte de não estar na escola, porque o teria
denunciado.
— Não seja tão má, Helen, — disse ela. Eu não conseguia me lembrar
do nome dela, a não ser que rimava com vagina. — Beverly é uma mulher
adorável.
— Eu não disse que ela era; Eu só acho que ela é realmente pouco
atraente. De qualquer maneira, não te trouxe aqui para falar sobre ela.
Quando saí para um cigarro, vi Dante Rata entrando em um carro com
aquelas duas loiras ricas.
Parei de limpar o vaso sanitário, o nome de Dante capturando toda a
minha atenção.
— Mas elas estão na casa dos trinta, enquanto ele tem apenas quinze
anos. Tem certeza de que não era o irmão mais velho dele que você viu?
Aqueles dois garotos são muito parecidos.
— Ele colocou as mãos na bunda dela. E você sabe o que dizem sobre
Dante.
— Talvez, mas ela ainda não está a altura dele. Ele é como um
supermodelo quente, o tipo que as mulheres tropeçam em si para ter.
— Quantas vezes você tem que dizer isso? Eu sei que ele tem quinze
anos, então pare de agir como se eu quisesse sexo com ele. Ele é menor de
idade, pelo amor de Deus.
— Eu não! Ele só se parece com seu irmão e você sabe que tenho
uma coisa pelo Ash. Mmmh, o que eu não faria por um pedaço dele. Se ele
fosse um prostituto, definitivamente pagaria por ele.
Sua amiga disse algo que eu não conseguia discernir. Inclinei minha
orelha contra a porta, tentando ouvir, mas empurrei com força. A porta se
abriu, fazendo-me tropeçar. Ambas as mulheres giraram ao redor enquanto
eu endireitei minha postura.
Eu balancei a cabeça.
— O que significa que você ensina Dante Rata. O que você acha dele?
A amiga de Helen bateu no braço dela. — Você não pode dizer isso
sobre um estudante!
— Eu lhe disse que não era ele! — A outra mulher disse, soando
triunfante.
Sua amiga franziu o cenho para ela. — Enquanto eu acho que você
precisa parar de ouvir fofocas e parar de espalhar isto.
— Não, vou levá-la, mas você terá que dirigir desde que eu bebi, —
ele disse, entregando as chaves de Beverly.
— Ainda a machucou.
— Praia de Claydon. É onde ela mora. Você pode nos deixar lá. Eu
moro a uma rua da casa dela. — Ele me deu as instruções.
Olhei para Paul pelo espelho retrovisor, que estava olhando pela a
paisagem pela janela. — Foi você que deu a Dante Rata uma semana de
detenção? — Eu perguntei, querendo iniciar uma conversa sobre Dante.
Ele virou a cabeça para olhar para mim. — Sim, ele estava sendo um
completo contratempo na classe.
— O que ele fez?
— O quê? — Eu ofeguei.
— Não.
— Leve o dela para casa, depois volte aqui em torno de uma hora. Ela
estará acordada até lá. Podemos deixar você na escola para pegar o seu
carro.
Ela balançou a cabeça para mim. — Você não iria me roubar, ia,
Dante?
Ela riu e caminhou até mim. Seu cabelo branco como a neve estava
no alto da sua cabeça em um coque perfeito que estava apenas pedindo para
ser desfeito. Meu olhar seguiu por seu corpo curvilíneo, tendo apreciado
cada polegada na noite passada. Ela estava usando um vestido branco com
acabamento em ouro, seus peitos falsos como de costume tentando saltar
livre.
Olhei para o meu pau com um sorriso. — Que tal você lanchar sobre
isso?
Saí do quarto, cheirando céu frito. Meu nariz me puxou para a sala
de jantar, bacon crocante me chamando. Atravessei a porta, observando
Sierra sentada em uma enorme mesa com um candelabro no meio. À sua
esquerda havia um prato cheio de ovos mexidos, bacon, cogumelos e
tomates, esperançosamente esperando por mim. Em frente estava uma jarra
de suco, bem como um prato com torradas e uma garrafa de café.
Coloquei uma mão na minha virilha e gemi alto. — Acho que acabei
de gozar nas minhas calças.
Ela torceu o nariz. — Não fale enquanto você tem metade do prato em
sua boca.
Eu fiz uma careta. — Não é minha culpa que você tenha arruinado o
paraíso com o inferno.
— Esse café tem hortelã nele. Quem coloca hortelã no café? Nojento.
Sorri para Camie, fazendo com que seu rosto ficasse vermelho, a
mulher mudava de um tigre na cama de volta para a gatinha que eu tinha
conhecido do lado de fora daquele bar. Meu olhar foi para sua mão,
lembrando que Sierra dissera que sua amiga era casada. Havia um anel de
casamento no seu dedo que não estava lá na noite anterior. Levantei meu
olhar, a realização do que eu estava olhando claro em seu rosto.
Com uma expressão culpada como o pecado, ela pegou uma bolsa do
armário lateral. — Nós temos que ir agora, Sierra. — Ela saiu pela porta,
gritando, — Encontre-me no carro.
— Eu vou fazer valer a pena seu tempo se você não for. — Eu corri
minha língua sobre meu lábio superior. Seus olhos se concentraram em
minha boca, parecendo que ela estava pensando, mas em vez disso ela
balançou a cabeça, arrependimento fechando seus lábios vermelhos.
— Eu queria poder, mas ele é meu pai, então tenho que estar lá.
Sierra jogou mais pão para mim, isto batendo no meu peito. — Ei! Eu
não sou tão velha.
Ela franziu o cenho para mim. — Tenho trinta e dois anos, o que
significaria que seu pai teria treze ou quatorze anos quando ele o concebeu.
Sierra riu. — Eu tenho que concordar com isso, ela é fogo. Isso me
surpreendeu. — Ela apontou o garfo para mim. — E você estava se
concentrando demais nela. Eu tive que brigar por sua atenção. Você acha
que ela é mais bonita do que eu?
— Não. — Outra mentira. — Ela só me lembra uma garota que estou
morrendo de vontade de foder. — Não é uma mentira.
— Hã?
— Que serviços?
Eu parecia um prostituto.
Sierra olhou de volta para mim, dizendo algo que eu não podia
entender, apenas a ligeira elevação de sua voz no final sugerindo que era
uma pergunta. Assenti com a cabeça para o que ela tinha perguntado,
sentindo vontade de vomitar. Ela aplaudiu e saltou em seu assento como
uma menina que tinha conseguido o que queria. Camie riu nervosamente, o
olhar da mulher piscando para mim no espelho retrovisor. Seu sorriso
nervoso caiu, seus lábios movendo-se sem significado. Uma careta
preocupada seguiu, puxando para os cantos de seus lábios e olhos. Ela
olhou para Sierra, indicando-me com a cabeça.
Não respondi ainda muito chateado por ela ter pensado que eu era
um prostituto, mas ainda mais chateado por eu querer ficar com o dinheiro.
— Dante!
Eu não respondi.
— Dante!
— Você ainda me deu, o que significa que você pensou que eu era
um.
— Todo mundo assume merda sobre mim e agora você provou que
eles estão certos. — Eu saí, sabendo que não importa o quão rápido
corresse, não poderia escapar do que as pessoas pensavam de mim.
10
Ele olhou para mim como se eu fosse surda. — Sim, foi o que eu
disse.
— Não sou americano, seu idiota, — disse Julio. — Eu disse que sou
canadense e espanhol.
Julio fez uma careta. — Nós não soamos iguais, e os espanhóis são
da Espanha, não da América, seu idiota.
Julio jogou as mãos para cima, parecendo que Jasper era uma causa
perdida.
— Formas do Inglês?
3A explicação vem por causa das palavras originais do inglês: satyr (sátiro) e satire (sátira). Jasper
argumenta sobre a maneira dos americanos soletrar i quando na verdade é y, como em tyre (pneus)
Julio olhou para mim sem entender, como se tivesse falado em uma
língua estranha, fazendo-me perguntar se eu descrevi isto mal.
Lindy sentou-se mais reta com meu elogio, sua postura habitual
curvada. Ela era de longe a mais alta menina na classe, um arranha-céu
entre um edifício de dois andares. Ela respondeu à minha pergunta, —
Perguntei ao meu velho professor de inglês que livros estaríamos lendo este
ano, para que pudesse ter uma vantagem nas férias.
— Dante, responda-me.
— Eu.
— Você ainda não deveria estar bebendo. — Eu fiz sinal para ele se
levantar. — Vamos, você vai embora.
Ele fez beicinho para mim. — Por quê? Você não me quer aqui?
— Não intoxicado.
— Intoxi-quê?
— Bêbado.
Ele acenou com a mão para mim. — Não se preocupe, estou bem com
o álcool; Ele me ama como as garotas.
— Você certamente está, e acho que você vai precisar de alguém para
ajudá-lo a ir para a sala do diretor.
— Eu vou! — Phelia anunciou.
— Isso significa que posso tocar em você se pedir muito bem? — Ele
respondeu, sorrindo largo, os olhos vidrados rindo maliciosamente.
Ele puxou seu braço livre novamente. — Você aama me tocar, não é,
pro?
— Eu não gostei!
Olhei para ele, abismada com o que ele estava fazendo. Ele estava
tirando a camisa, revelando um físico incrível, fazendo minha boca ficar
seca. Seu corpo era tonificado com perfeição, com abdomen bem definido e
bíceps que pertencia a um homem, não um garoto. Ele largou a camisa e
começou a abrir as calças.
— Bem, não.
— Isso não é uma discussão. — Ele correu sua língua sobre seu lábio
superior, parecendo pecaminosamente erótico, até mesmo mais do que no
outro dia, especialmente com o seu cabelo emaranhado e estado semi
despido. Eu olhei, incapaz de desviar o olhar, o que ele estava fazendo me
excitando.
Ele parou de lamber seu lábio e direcionou seu olhar para ela. Ele
lentamente inspecionou o corpo dela, claramente não impressionado com o
que ele viu.
— Eu perguntei o que você está fazendo, — Beverly repetiu, seu rosto
avermelhado em seu escrutínio.
Ele a jogou para ela. — Foda-se. — Ele começou a rir. — Não, não
quero te foder, você é feia. — Ele rolou, rompendo em um ataque de riso.
— Ele precisa ser contido, — ele retrucou, meu aperto inútil contra
sua força.
Quando ele não respondeu, virei o seu rosto para mim. Sangue
estava saindo do nariz, escorrendo sobre seu lábio superior. Rapidamente
tirei um lenço do bolso e limpei o sangue, depois o coloquei contra o nariz,
impedindo o fluxo.
— Vai ficar tudo bem, — eu disse em tom reconfortante, o que ele
tinha feito antes, sendo esquecido. Sua expressão confusa estava fazendo
meu coração apertar, Dante pela primeira vez parecia com a sua idade. —
Vamos ligar para sua mãe.
Eu fiz uma careta para ele. — Se você não batesse o rosto dele no
armário, eu não teria feito você o soltar.
— Ele foi um pouco rude, — Beverly respondeu, — mas não acho que
ele quis ferir Dante, mas o menino estava um pouco bêbado e não
cooperativo. Embora, devo dizer, não aprecio a maneira como Paul falou com
Clara. Percebo que ele estava chateado, mas ele ainda deveria se desculpar
por chamá-la daquelas coisas.
— Uma liberal de coração suave, bem como uma cadela estúpida que
é muito suave para estar trabalhando em uma escola como esta. Ele também
me chamou de idiota e murmurou algumas observações mal humoradas
sobre as mulheres enquanto se afastava.
— Será expulso?
— Mais?
— Ele teve uma vida muito dura. Ele teve os pais presos – seu pai e
seu padrasto, enquanto sua mãe foi assassinada.
— Mas ele não está seguro se tiver professores batendo ele contra
armários, — eu disse, ainda com raiva de Paul.
— É por isso que é ainda mais imperativo que você envolva Dante em
sua aula para que ele não cause problema. Seu assunto é apenas um dos
dois em que ele é realmente bom.
— É?
— Por quê?
— Bem, é melhor eu deixar você voltar para sua aula. — Ele abriu a
porta e enfiou a cabeça, gritando, — Desligue essa música!
Ele soltou a porta e se virou para mim. — Além disso, se você precisa
falar com alguém sobre o que aconteceu antes, por favor, faça uma consulta
com a conselheira da escola. Ela está aqui para o pessoal também.
— Vou gritar tão alto quanto eu quiser, porque você merece isso!
Levante e vista-se, vou levá-lo para a escola para ver o diretor.
— Dante!
Ele saiu do meu quarto, fazendo-me exalar de alívio, mas foi de curta
duração. Meu pai, voltou novamente. Um segundo depois, a música explodiu
em meu ouvido, fazendo-me saltar para cima. Perdi meu equilíbrio e caí do
lado da cama, aterrando aos pés do meu pai. Ele agarrou meu braço e me
puxou para cima, colando seu rosto no meu. Estava coberta com um moko,
que era uma tatuagem maori. Quatro linhas verdes escura, quase pretas
desceram em uma curva em ambos os lados de seu rosto. Elas pararam em
seu queixo, onde as linhas enroladas em korus - espiral em forma de
desenhos representando um férreo desdobramento de prata. O korus
adicional adornava seu nariz, enquanto mais linhas se erguiam sobre sua
testa. Eles se curvaram quando se aproximaram de seu cabelo, que era curto
e castanho escuro.
Estremeci, não de bom humor para sua merda. — Vamos, papai, por
que você está tão puto?
Eu estremeci de novo.
— E a única cadela aqui é você, — ele estalou. — Você ficou tão
bêbado que fez uma cena na escola, para não mencionar que perdeu sua
entrevista com a agência de modelos.
Ele saiu batendo a porta atrás dele. Eu trouxe minhas mãos à minha
cabeça, sabendo que ele fez isso de propósito. Caí de volta em minha cama
por um momento, apenas aprendendo a respirar sem encolher-me.
Meu pai gritou que eu tinha cinco minutos. Vesti a camisa e fiz
alguns botões saltarem, escolhendo não trocar as calças amassadas. Uma
vez pronto, enfiei meus pés em minhas botas sem meias, em seguida, fui
para o corredor e entrei na sala.
— Eu sei que você sente muito; Você apenas me assustou outra vez.
— Exalou outra vez, seu peito grande levanta-se e cai pesadamente. — Eu
não poderia lidar com perder você também, garoto. Você é a única coisa boa
que resta na minha vida.
— Eu tentei muito, mas ele não vai me perdoar. — Ele deixou cair
seu olhar, a vergonha do que ele tinha feito escrita em todo o seu rosto. Ele
tinha batido em meu irmão enquanto estava sob a influência de
metafetamina, algo que ele constantemente tortura-se. — E não o culpo
depois do que o fiz passar.
— Mas, você não é a mesma pessoa agora. Você ficou limpo por nós.
— Mas...
— O suficiente com tudo, o estrago está feito, e por causa disso, Ash
se recusa a me deixar ver Angelo.
— Ele pode e não quero pressioná-lo, — disse ele, seu rosto carregado
de emoção. Mudou entre tristeza e remorso, bem como um desejo profundo.
Não era nenhum segredo que ele queria recuperar o amor de Ash, mas ele
também sabia que nunca iria conseguir. Meu irmão guardava rancores de
uma maneira importante, o tipo que ele levaria para o túmulo.
Assenti com a cabeça e saí de casa com ele, agradecido por ele estar
ao meu lado.
12
— Dante!
— Por que você não está vindo para a minha aula? — Eu perguntei,
certificando-me de que minha voz não soava afetada, quase desinteressada,
o oposto do que realmente estava sentindo. — Me disseram que você está
participando de todas as outras aulas.
Ele parou na minha frente. — Como você sabia que eu estive indo
para minhas outras aulas? Você está me perseguindo?
— Porque é só a minha aula que você não está assistindo. Você está
até mesmo indo para a aula do Sr. Aston e ele te machucou, enquanto que
tudo que fiz foi tentar ajudá-lo.
Ele olhou para mim, seus olhos fixos nos meus sem piscar. — Você
está me distraindo demais.
— O ponto é que você tem que assistir a minha aula. Se você não
fizer isso, você poderia colocar seu pai em problemas. Você percebe que
negligência na escola é uma ofensa ilegal que poderia ter repercussões para
ele?
Ele revirou os olhos. — Meu pai esteve na prisão por agressão, então
não acho que ele vai tremer em suas botas se você reclamar de mim faltando
sua aula.
— Não, só estou avisando que meu pai não é tão bom para senhoras
bonitas quanto eu, especialmente quando isso envolve ele perder dinheiro.
— Ele não precisará se envolver se você vier para a aula. Por favor,
venha por mim.
— Pare com o que, Clara? — Ele sorriu, sabendo muito bem o que
estava fazendo.
— Flertando e tocando em si mesmo, e por favor se dirija a mim como
Sra. Hatton ou senhorita.
Eu dei um passo para trás. — Você não pode falar comigo assim, sou
uma professora.
— Positivo.
— Não, — eu gritei.
— Mas preciso saber como os bebês são feitos. Jasper me disse que
eu poderia engravidar uma garota se ela engolir.
Sorrindo para mim, ele fechou a boca. Felizmente, ele ficou quieto
durante o resto da aula. Independentemente disso, não pude deixar de
roubar olhares para ele, preocupada que ele estava contando para o seu
melhor amigo sobre o que eu tinha feito. Mas em vez de sussurrar para
Jasper, ele estava olhando para mim.
Cada.
Simples.
Minuto.
Quando a campainha tocou, eu gritei, — Dante, fique, preciso falar
com você sobre dever de casa, — menti, querendo fazê-lo entender que o que
tinha acontecido não significava nada para mim - outra mentira.
Esperei até que o restante da turma tivesse saído, então caminhei até
ele. Ele ainda estava sentado atrás de sua mesa, com os pés apoiados nela.
— Você gostou do show? — Ele perguntou, me dando um largo sorriso.
Ele estava certo. Mas isso não significava que eu poderia admitir isso.
— Eu estava apenas chocada, — disse em vez disso. A verdade. — As
pessoas reagem de forma diferente por ver coisas chocantes.
Seus olhos brilhavam com diversão. — Ooh, você está jogando sujo.
Eu gosto disso. Mas deveria avisá-la, sou o rei da sujeira, querida. — Ele se
inclinou para frente e passou a mão pela minha perna.
Eu bati nela e dei um passo para trás. — Por que você age assim?
— O que eu fiz?
Ele passou por mim, passando a mão pelo meu quadril. Antes que
soubesse, ele se foi, deixando-me uma confusão tremenda.
Sorrindo, segui pelo corredor vazio para minha aula de música, ainda
extasiado sobre a reação da Sra. Hatton a meu boquete. Pensei que ela
gritaria comigo, não me observaria. Fechei os olhos brevemente, lembrando-
me de como ela parecia no banheiro. Seus olhos tinham ficado arregalados,
suas bochechas tão vermelhas, a excitação em seu rosto inegável. Gostaria
de saber se deveria fazer um jogo sério para ela, porque definitivamente
queria brincar com ela.
— Eu avisei você para não chegar atrasado hoje, — disse Sr. Grey. —
Agora a pobre Phelia tem que recomeçar sua música.
Sr. Grey franziu a testa, mas em vez de fazer uma questão disto,
como o merdinha do Aston teria, voltou-se para Phelia. — Desculpe, por
favor, comece de novo.
Mantendo seu olhar para baixo, ela o entregou com uma mão
trêmula. Sabia que ela tinha uma queda por mim, o que provavelmente
irritava muito seu tio. Jasper tinha tentado me convencer a fodê-la para
chatear Sr. Aston, mas tinha recusado. A garota era muito doce para mexer.
Além disso, não era culpa dela que seu tio fosse um babaca.
Eu reprimi um riso. Ela sorriu de volta para mim, seus olhos verdes
brilhando.
Fechei minha boca, sorrindo para Annabelle, que fazia o mesmo. Por
um segundo, perguntei-me se deveria convidá-la para sair, mas resolvi
contra isto, pensando que ela não precisava da minha bagagem
acrescentada à dela.
— Enviei-lhe três.
— ... mas como você pode amá-lo quando você mal o conhece?
— Apenas afirmando que ela não pode realmente amar o cara que ela
está cantando, desde que ela está baseando as coisas em como ele parece,
não o que está aqui, — eu disse, batendo na minha cabeça.
— Não há nada em sua música que sugira isso, — ele afirmou. — Ela
está cantando sobre seus sentimentos. E desde que você é tão rápido para
criticar o trabalho de outras pessoas, que tal você ficar lá em pé e cantar sua
grande obra-prima, oh impecável, — disse ele, seu sotaque inglês gotejando
com sarcasmo.
Eu fiz uma careta para ele. — Por que você fez isso? — Eu perguntei,
imaginando se ele estava me ensinando uma lição por interromper Phelia.
— Você deve saber por que. — Ele levantou e andou entre os outros
estudantes, parando próximo a mim. Ele pegou meu poema e olhou para ele,
seu cenho franzindo mais enquanto ele lia. Uma vez que ele terminou, ele
olhou para trás, o cara alguns centímetros mais baixo do que eu.
Eu soltei uma risada falsa que faria Sr. Aston orgulhoso de minhas
habilidades de atuação. — Inferno, não, eu não vendo drogas.
Não fiz isso para ser rancoroso, não me desculpei. — Você deve
ajudar Phelia a fazer sua escrita melhor em vez de usá-la para detonar a
minha.
— Eu não estou detonando. Seu poema é muito bom. Se não fosse
sobre drogas, teria dado a você uma excelente. Mas infelizmente é, então
você terá que refazer a atribuição. Vou dar-lhe uma semana para escrever
outro, isto é, com um tópico apropriado.
— Isso é besteira.
— Eu estou. Estou lhe dando uma semana extra para completar sua
tarefa.
Ele exalou. — Olha, tenho outros alunos que eu preciso ajudar, então
vamos falar sobre isso depois da aula.
Eu fiquei onde estava, não tenho certeza do que ele estava fazendo.
Ela olhou para mim, sem parecer feliz por estar aqui. — O que ele fez
agora? — Perguntou ela ao Sr. Grey.
— Exceto pelo tópico. E uma vez que você aparentemente pensa que
sou um velho ranzinza que deve aceitar o que você escreve, pensei que iria
pedir a opinião de um professor mais jovem. A Sra. Hatton também se
qualificou para julgar poemas. Se ela achar que é inapropriado como eu,
então você tem que escrever outro poema ou canção, mas se ela não achar,
prometo que vou enviá-lo para a avaliação externa e marcá-lo como uma
excelência do meu lado.
— Muito bem, não o leia, não é problema meu, — disse a Sra. Hatton,
olhando para a pilha de papéis na frente dela. — Sr. Grey provavelmente
tem razão, já que você tem o hábito de dizer coisas impróprias.
— Ele está até eu ouvir outra coisa, — disse ela, sem tirar os olhos
dos papéis. Ela pegou uma caneta, totalmente ignorando-me.
Olhei para o Sr. Grey, que estava sorrindo como se estivesse me
ajudando, o que era mais besteira. Há pouco tempo atrás, eu a tinha toda
quente e nervosa, mas ele pensou que estava me bajulando?
Ainda olhando para os papéis dela, ela murmurou, — Esta não é uma
aula de música, então se você quer que eu escute, leia. — Ela marcou algo
no topo da página.
Se você dormir comigo, não sonhe, isso terminará em um felizes para sempre
Um ladrão, uma droga viciante, que vai fazer você ficar viciada, reservada
Somente párias se ajoelham nos bancos, rezando para que eu apague seus
fogos ardentes
Para apagar sua agonia, alimentando seus demônios com maconha, rápido
Não um credo
Mas minhas setas estão cheias de veneno, colocando sinais em seu braço,
causando-lhes danos
Um anjo caído, uma dose de ácido tão puro, mas inseguro, incrivelmente
imaturo
Assim que terminei, a Sra. Hatton virou-se para olhar para o Sr.
Grey. — Desculpe, Harry, não concordo com você. Deve aceitar o poema de
Dante.
O Sr. Grey olhou para mim com o cenho franzido, então olhou de
volta para a Sra. Hatton. — Todas elas.
— E você está criticando algo que é realmente bom?
O Sr. Grey abriu a boca, depois a fechou, parecendo que não sabia
como responder.
Ela voltou sua atenção para mim. — Muito bem, Dante. Parece que
você vai ter uma excelência, como prometido pelo Sr. Grey.
Ele balançou sua cabeça. — Eu pedi sua opinião e você me deu. Pode
não ter sido o que esperava, ou mesmo queria, mas vou manter a minha
palavra. Obrigado por sua ajuda e desculpe por ter incomodado você. — Ele
se dirigiu para mim, tirando o papel da minha mão. — Vamos gravar a sua
tarefa, — disse ele.
Eu o segui até a porta, olhando de volta para a Sra. Hatton. Ela tinha
a cabeça baixa, concentrando-se nos papéis na frente dela. Parei por um
momento na porta, pensando que ela era meio legal.
— Você não está apenas dizendo tudo isso por mais cedo? — Eu
disse, esperando que ela não estivesse me bajulando para manter a boca
fechada.
Mas apesar disso, minha mente voltou para seu boquete enquanto
dirigia para casa, bem como as palavras que ele tinha dito depois de gozar,
"Você gostou assim?" Até mesmo pensei que eu tinha naquele momento, não
agora, porque me encheu de culpa, meu desejo por ele não era natural.
Novamente, como ele não poderia ser mais velho? Ele tinha que ser, porque
não havia como não ser. Eu não era a antinatural, ele era. Ele estava me
provocando, fodendo-me, e eu queria que ele parasse!
Uma buzina atrás de mim fez-me pular no meu assento. O carro que
eu tinha quase esmagado tinha se afastado, deixando-me bloqueando uma
longa fila de veículos. Continuei dirigindo para casa, desejando poder refazer
o dia.
Apesar do meu mau humor, sorri para ele, extasiada por ele
finalmente estar aqui. — Por que você não me disse que estava vindo? — Eu
disse, pulando em meus pés, além de animada. — Eu o teria pegado no
aeroporto.
Ele passou uma mão pelas minhas costas. — Você está bem?
Uma vez que estava tão nua quanto ele estava, ele subiu sobre mim,
selando nossos lábios juntos novamente. Beijei de volta, não pensando em
nada além do gosto e da sensação de meu marido.
Ele quebrou o nosso beijo, correndo seus lábios pelo meu queixo e
pescoço, prendendo em um dos meus seios. Coloquei uma mão em sua
cabeça e gemi, novamente me perdendo no que ele estava fazendo, Markus
conhecendo meu corpo tão bem.
Seus lábios se moveram para o meu outro peito, fazendo-me gemer
mais alto. Ele estava rolando meu mamilo em torno de sua boca, enviando
faíscas de prazer para minha virilha. Eu me arqueei, querendo mais, mas em
vez disso ele soltou e afastou minhas pernas. Dentro de segundos, ele estava
dentro de mim. Meu corpo deu boas-vindas a seu pau, minha mente
também querendo o que ele estava fazendo. Ele começou a me foder, os sons
que estava fazendo me lembrando dos gemidos de Dante. Eu congelei em
resposta, o pensamento sem aviso prévio. Markus também ficou quieto. Ele
olhou para mim com olhos interrogativos, provavelmente se perguntando por
que eu tinha parado.
— Me tome por trás, — disse, rezando para que ele não sentisse a
culpa que eu estava sentindo.
— Desculpe, não quis ser tão duro, — Markus disse, sorrindo com
desculpas. Um segundo depois, se transformou em um sorriso satisfeito. —
Embora, acho que você gostou, sua atrevidinha. Você gozou forte, não é?
Ele deitou ao meu lado, seu cabelo loiro úmido também caindo. Tinha
um cabelo tão bonito. Na verdade, tudo sobre ele era bom, o que só serviu
para intensificar a minha culpa. Eu nunca tinha pensado em outra pessoa
durante o sexo, nem mesmo tinha pensado nisso, Markus geralmente me
satisfazendo. E embora as imagens de Dante tivessem entrado na minha
cabeça sem ser convidado, não as tinha dissipado.
— Na literatura.
Ele continuou, — Ela fez todas as perguntas direito, não só isso, ela
entrou em profundidade com suas respostas. Ela obviamente ama sua aula;
Caso contrário ela não teria feito tão bem.
— Agora, é isso que quero ver, — ele disse, me beijando sobre meu
sorriso. Ele afastou um pouco, seus olhos azuis olhando para os meus. —
São esses tipos de crianças que vão te ajudar durante o dia, fazendo com
que os tempos difíceis valham a pena. Além disso, é ainda mais gratificante
quando você consegue capturar a atenção dos desviantes. Você não quer
fazê-los se apaixonar pela literatura como você fez?
— Então trabalhe por isto, porque com jovens assim vai precisar de
muito trabalho. E se você conseguir ter sucesso, pode ser a diferença entre
eles acabarem na prisão ou indo para o ensino superior.
— Acho que sim, — respondi, pensando neles, ou em particular nele,
soando como se ele estivesse dizendo. Isso me fez pensar que ele estava se
referindo a Dante, o verdadeiro assunto da conversa.
Ela franziu o cenho para mim. — Isso não é jeito de falar com sua tia.
— Então poderiam suas clientes, mas acho que você não vai contar
para alguém sobre isso, você vai?
Merda!
Arrebatei fora de sua mão. — O que está fazendo com meu telefone?
— Encontrei no bolso da sua calça suja da escola, então eu dei uma
olhada. — Seu sorriso se alargou. — Você realmente não deve fazer sua
senha tão fácil de desbloquear. Consegui na quarta vez. Dezesseis para seu
aniversário e onze para o mês que nasceu.
A voz de Sierra veio da linha: "Eu sei que está chateado que te paguei
por sexo, mas você não deveria. Você fez Camie e eu muito felizes. Você vale a
pena cada centavo, fofura, se não mais. Que tal você arquivar essa moral sua
e encontrar-se comigo na sexta à noite; mesmo lugar, mesmo horário. Sou uma
mulher muito rica, lindo. Seria tolice recusar-me. Eu poderia tornar sua vida
muito melhor. Então, me liga."
— Você não tem provas, — respondi, sabendo que meu pai iria
acabar com Hunter.
— Você não pode fazer isso; Ele vai dizer ao meu pai!
— Mas...
Seu sorriso alargou. — Não quero seu dinheiro, querido, — ela disse,
saltando seu olhar para minha virilha.
— OK. Vamos ver o que seu pai diz quando descobrir que você está
traficando e se prostituindo.
Eu passo uma mão pelo meu cabelo, não sabendo o que fazer. — Por
favor, você não pode fazer isso comigo.
— Eu não vou, ao menos que você... — Ela estendeu a mão,
colocando na minha virilha.
Ela vestiu a blusa dela e foi para a porta. Alcancei ela, fechando a
porta antes que ela pudesse passar. Ela girou ao redor, parecendo assustada
sobre o que tinha feito. Sabendo que eu tinha que intimida-la pelo seu
silêncio, bati na porta ao lado da sua cabeça, fazendo-a saltar.
Ela sorriu para mim. — Já tive homens muito maiores e mais ásperos
do que você colocando suas mãos em torno do meu pescoço, segurando tão
apertado que não conseguia respirar. Eles queriam me machucar, mas você,
docinho, é todo pretensão. O que você fez pode intimidar uma jovem, mas eu
não. E duvido muito que você me machucaria, especialmente sabendo o que
isto faria para Jasper. Você viu como ele reagiu quando você foi rude comigo.
Ele é protetor comigo, rapaz, o que significa que se você realmente quer me
machucar, esteja preparado para perder seu melhor amigo, uma vez que
você perder seus dentes, é isso.
— É verdade, mas sou uma que sabe o que quer, e isso é você. Então,
o que vai ser, Dante? — Ela levantou as sobrancelhas. — Seu pai descobrir o
que está aprontando ou fazer este pequeno favor para mim?
— Não pareça tão assustado, docinho. Você vai adorar o que tenho
planejado para você. — Ela agarrou minha cintura e puxou-me para ela.
16
Desejei para mim mesma não gritar com sua grosseria. Eu tinha que
me lembrar que ele era um jovem homem com problemas, alguém que
precisava da minha ajuda, não mais detenção. Além disso, conhecendo-o, ele
teria provavelmente acumulado suficiente deslizamentos azuis da cor do céu,
um tom diferente de azul — e eu não ia acrescentar a isso.
Retomei a chamada, sentindo orgulho que não reagi. Quando
termino, eu me sento no canto da minha mesa, observando toda a classe. Eu
tinha uma novidade que queria lhes contar, o e-mail do professor de música
veio na hora certa. Sr. Grey não era definitivamente uma pessoa vingativa, o
homem era extremamente agradável.
— Otelo.
Rindo do que Lindy tinha dito, Jasper o cutucou. Dante rosnou algo
muito baixo para eu decifrar, limpando o sorriso de Jasper. Franzi a testa,
agora me perguntando o que estava errado, já que ele teria normalmente se
vangloriado de alguma coisa assim, não ficado chateado.
Ela revirou os olhos. — Deus, os caras nesta classe ficam tão doidos.
— Não.
Ela fez uma careta e pegou sua caneta. Eu continuei pelo corredor,
olhando para os cadernos dos alunos para certificar-me de que eles estavam
fazendo o que eu tinha pedido. Assim que me aproximava do fundo da sala,
vi Jasper jogando um jogo embaixo da mesa em vez de escrever. Fui falar
com ele, mas em vez disso, mantive minha boca calada, vendo uma
oportunidade de espreitar o que Dante estava escrevendo.
Sem os rapazes perceberem, consegui ir atrás deles e espiar entre
seus ombros, olhando no caderno de Dante. Ele estava escurecendo as
palavras na primeira linha de um poema, como se ele tivesse feito a algumas
cartas ao fundo da página. Comecei a ler o que ele tinha escrito...
MINHA APARÊNCIA
São tudo o que elas veem
Meus
Olhos
Lábios
Mandíbula
Músculos
Meu
Apelo
Sexual
Para
Tocar
Foder
Sentir
Um estúpido pau
Sem futuro
Apenas um passado
De
Violação
Incesto
Dor7
Enterrado
Dentro de mim
Fodendo
Com meu
Cérebro
7
Deixado no original para dar sentido as letras grafadas: RIP - Morto
— Você está certo, mas não posso ignorar o que eu vi. Depois da
aula, precisamos falar sobre isso.
— Break e hip hop estão ligados às ruas, a vida, não a uma fantasia
ou um pouco de cultura que não temos nenhuma conexão.
— Sou parte Inglesa e também muitos outros Kiwis8, então nós temos
uma conexão ao balé.
8
Australianos
Poly. Por causa disso, a maneira que fazemos hip hop é diferente dos nossos
irmãos americanos. Nós já adaptamos para nossa cultura, cortando e
alterando, adicionando e subtraindo, tornando-se tão estranha para os
ianques, como balé é para nós. Agora, se o balé se transformasse da mesma
forma, então talvez ele não seria tão chato. Formas de dança não devem
repetir a história, elas devem refletir o presente, ou vai se tornar repetitivo,
uma peça antiquada de porcaria que deveria ser enterrada com os ossos de
seu criador.
Com medo que passei dos limites novamente, voltei o tópico para o
musical. — Então... desde que você supostamente pode cantar e dançar,
espero te ver no teste.
— Então, prove.
Ele levantou, parecendo que iria fazer uma apresentação para mim
no local.
— Então, não venha e vou pensar que você não consegue cantar.
— Eu não.
Coloco minhas mãos nas orelhas. — Você também canta nos testes
ou nada.
***
— E Dante interrompeu.
— Dante tentou defender seu irmão, que terminou com seu padrasto
brutalmente o atacando e matando sua mãe. — Um véu de tristeza caiu
sobre suas feições. — Costumo dizer a seus professores sobre o seu passado,
menos porque ele foi espancado, mas pensei que você precisava saber devido
ao poema dele.
— O quê?
Ela estendeu uma mão, indicando para eu abaixar minha voz. — Não
acho que ele estava pedindo por sexo, só queria uma resposta. Eu disse a ele
que não. Ele perguntou por que e eu disse que porque ele é um aluno.
Olhei para Paul, seu olhar seguindo Beverly. Helen agarrou seu rosto
e puxou ele para ela. Paul afastou e correu atrás de Beverly. Voltei minha
atenção para Helen, que estava olhando para a porta de entrada. Seu foco se
deslocou para mim, me dando a impressão que ela estava pensando em vir
na minha direção. Peguei minha bolsa e levantei, não querendo me envolver
com o drama de ninguém, tendo o suficiente para enfrentar.
Sua tia normalmente repreendia a ele por isso, mas em vez disso, ela
manteve seu olhar em mim. — Você vem? — Ela sorriu, a cadela deve estar
pensando que sua formulação era engraçada.
Os braços dela ficaram ao seu lado. — Por que não? Sua poesia é
ótima. — Seus olhos se arregalaram, como se ela tivesse dito a coisa errada.
— Estava me referindo a Infelizes Para Sempre, não o poema Minha
Aparência, embora foi inteligentemente escrito também, — ela balbuciava,
seu rosto ficando mais vermelho a cada segundo. — Mas ainda não devia ter
lido isso, só não sabia que estava escrevendo algo tão pessoal.
9 Um tipo de poesia que expressa uma história pessoal, é feito como um concurso, onde a pessoas
recitam seus poemas numa competição.
Independentemente disso, realmente sinto muito e queria te dizer que você
tinha todo direito de estar com raiva de mim, então vamos esquecer e voltar
para o fato de que você é um poeta incrivelmente talentoso —
— Bom, mas não ótimo, e você não pode julgar se sou talentoso
depois de ler apenas um ou dois poemas meus.
Uma buzina soou atrás de mim, seguido por Jasper gritando para eu
entrar no carro novamente, o bastardo não ia desistir. Às vezes era uma
batalha entre nós, nenhum estava disposto a desistir, não importa quão
grande ou pequena a situação era. Olhei por cima do ombro, prestes a xingá-
lo, mas em vez disso, meu olhar pousou em sua tia. Ela estava olhando para
Sra. Hatton com uma cara de ciúmes.
— Ainda está chateado comigo por ler seu poema? — Ela perguntou.
***
Abri o portão para minha casa, soltando os meus cães. Bob e Marley
começaram a latir e pular ao meu redor, animados por ver-me em casa. Sorri
pela primeira vez hoje, feliz em vê-los também, meus cães sempre me
animando. Eles não me julgam ou ficam bravos comigo, só querem meu
amor e atenção.
— Não!
Ele bateu com a mão contra a cerca onde o meu rosto estava,
empurrando o fio na minha pele. Minha cabeça é golpeada enquanto meus
cães ficam agressivos. Tanto Bob e Marley atiraram-se a ele, tentando atacar
Happy Meal através da cerca.
Ele recuou e apontou dois dedos para Marley, erguendo-os como uma
arma. Ele fez o mesmo para Bob. Então ele apontou para mim. — Fique
longe da minha garota, Rata, — ele disse, disparando sua arma imaginária,
— ou da próxima vez não vão ser os meus dedos que vou estar apontando
para você.
Ele bateu a porta para fechar atrás de nós, sua expressão muito
séria. — Por que diabos esses idiotas estavam em sua casa? E por que você
está sendo um idiota comigo hoje?
Ele cruzou os braços sobre o peito. — Não vai acontecer até que me
diga por que você tem agido como um imbecil.
— Preciso de espaço.
Não tirando os olhos de mim, ele chutou a porta com seu calcanhar.
— Porque eu quero respostas. E eu quero elas agora.
Eu balanço minha cabeça. — Ele não vale a pena. Ele só fala e não
tem coragem, — eu disse, não me importando com o cretino. O covarde não
vale nem um segundo pensamento, especialmente depois que ele tinha saído
rapidamente quando Jasper tinha aparecido.
— Ele não é só conversa. Ele te atacou, mais de uma vez. Eu também
o vi com os dedos em você e os cães—
— Isso é diferente. Ele ama Phelia. Caras fazem loucuras por uma
boceta quente. Se ela fosse minha, poderia matar qualquer cara que tentasse
levá-la de mim. Não você, claro. Irmãos antes de bocetas, mas você entendeu
o que quero dizer.
— Não, porque não entendo porque vocês pensam que ela é tão boa.
Faço careta, sabendo que levaria suas palavras se ele soubesse o que
minha aparência realmente me fez.
— Saber o que?
Jasper fez uma careta. — Por que não? Ele vai continuar vindo atrás
de você. Eu também vou estar fazendo ao mundo um favor enorme.
— Isso importa. Você precisa colocar em sua cabeça dura que ele vai
continuar vindo atrás de você, até que um dia ele surte e te mate. E eu não
estou deixando isso acontecer.
— Não, eu não estou, e não entendo por que você não pode ver o
quão perigoso ele é.
— Como o quê?
Sua tia.
— Se for pego.
— Não, quando você for pego, e se você está tão preocupado sobre
Happy Meal me perturbando, vou falar com meu primo. Hunter pode
arranjar alguém para assustá-lo. Suas conexões são mais poderosas do que
as de Happy Meal, então esfrie, você não tem que matar o desgraçado.
Existem outras maneiras de fazê-lo se afastar de mim.
— Isso vai estar bem! Eu vou telefonar para Hunter assim que você
sair.
Ele apontou um dedo para mim. — Vou verificar com ele se você está
mentindo.
— Você faz isso. De qualquer forma, tenho que ir, tenho o que fazer.
— Ele abriu a porta do meu quarto foi para o corredor, gritando, — Se você
me ignorar de novo, eu vou quebrar sua guitarra favorita sobre a cabeça do
Happy Meal. — A porta da frente bateu.
— Eu também pensei que você poderia apoiar-me desde que você não
gosta de Paul, — disse Harry, cortando meus pensamentos.
— O quê? — Eu perguntei, tendo perdido o fluxo da nossa conversa.
— Eu disse, pensei que você também me apoiaria desde que você não
gosta de Paul.
Eu ri, pensando que ele era muito agradável. Podia ver porque ele era
um professor popular. — E aqui eu estava pensando que já estava jogando
seu charme para me conquistar para o lado musical, Sr. Grey.
Harry respondeu por mim. — Ela vai estar ajudando com o musical, e
o que aconteceu com seu olho?
Paul tocou seu olho esquerdo, que estava inchado e bem contundido.
— Tivemos um desentendimento com um pai.
— Quem?
— Ela não pode nos ajudar. Isto é uma produção de teatro, não um
clube do livro de leitura, — ele disse com desdém. — Beverly deveria estar
aqui, não esta mulher.
— E você sabe que é tarde demais para fazer qualquer coisa, uma vez
que Isaac tomou uma decisão.
Paul olhou por mim. — Vocês estão cometendo um grande erro, Otelo
em um musical, Harry. Tem que saber que vai ser impossível encontrar todo
um elenco de alunos que podem atuar e cantar, bem como ajustar as
funções.
— Quem?
— Eu não ensino aquele vadio mais. Após sua queda bêbada, Isaac
deslocou ele para a sala de Beverly. E a única ação que ele faz é atuar.
Ele agitou os dedos com aprovação. — Isso foi uma jogada inteligente,
especialmente desde que aquele rapaz não gosta de ser chamado de covarde.
Ele gosta de aparecer. Bata no orgulho dele e ele virá correndo.
Eu fiz uma careta para ele, pensando que ele teria causado a briga
pelo manuseio incorreto de Dante. Ele retornou minha careta, mas desviou
seu olhar primeiro, fazendo-me sorrir interiormente para minha pequena
vitória.
— Se você soubesse o que sei, você não estaria pronto para condená-
lo, — disse Harry, fazendo-me perguntar se ele tinha a história completa
também.
— Dante! — Repreendi.
Harry se inclinou para mim. — Não acha que ela seria perfeita para o
papel de Desdemona?
Harry franziu o cenho. — O que isso tem a ver com alguma coisa?
Harry bufou. — Você está surdo? É como dizer que Britney Spears
tem uma voz melhor do que Christina Aguilera. É um absurdo.
Paul olhou furiosamente para ele. — Eu não sou! O papel requer uma
atriz branca.
— Então, e sobre a fala onde Iago diz para o pai de Desdemona sobre
'um preto carneiro velho está cobrindo sua ovelha branca'? É uma referência
para o preto Otelo fugir para casar com a filha branca do homem,
Desdemona.
— Muito mau para você que Isaac concordou comigo. E nós podemos
adaptar a função para Phelia, como vamos fazer com Dante em relação à
parte do Otelo.
— Isso é se ele ficar mesmo com o papel, que como eu disse, não
estou animado.
Mas não havia. Todas as garotas que iam para o papel de Desdemona
não estavam nem perto de boas como Phelia. Nós sussurramos entre nós,
Harry e eu forçando eventualmente Paul a aceitá-la.
De modo algum.
Meu olhar subiu para ele. Ele encenou de forma exagerada no palco
quando declarou que música estava cantando. Não ouvi o que era; mais
peguei a maneira que seus lábios se mexiam enquanto ele falava e quando
ele correu as palmas das mãos para baixo nas pernas, possivelmente
limpando o suor delas. Apesar de sua fachada arrogante, poderia dizer que
ele estava nervoso. Ele era cativante, não tão seguro de si como ele retratou
a si mesmo ser.
Depois que ele tinha cantado a última nota, aplausos eclodiram. Até
mesmo Paul levantou, batendo palmas junto com todos os outros. Dante
franziu a testa, aquele olhar machucado e suplicante nos olhos dele ainda
estava lá, dando-me a sensação de que ele não gostava dos aplausos, o que
eu não esperava, considerando a maneira como ele tinha agido antes de
cantar. Então a expressão magoada desapareceu, voltando a sua fachada
arrogante de sempre. Sorrindo para o público, curvou-se, exagerando no
balanço de seu braço.
Se afastando de Paul, Jasper foi até Dante. — Ele está bem? — ele
perguntou a Harry.
Paul veio para mim, seus olhos verdes estreitados traindo sua raiva.
— Você não pode me culpar por restringir aquele maluco desta vez. Você viu
o que ele estava fazendo com aquele outro garoto. Ele precisa ser
institucionalizado. Ele é completamente louco. Uau, eu tive que separar mais
do que uma briga causada por aquele lunático. Mas desta vez vou ter certeza
de que o diretor faça algo sobre isto. Ele é brando demais com aquele
encrenqueiro.
— E o que é isso?
— Ele teve uma educação muito ruim. Seu padrasto matou a mãe
dele e bateu tanto nele que ele teve que ser hospitalizado.
— Talvez, mas ainda não gosto daquele garoto. Ele vai ferir
gravemente alguém um dias desses, ou pior, matá-los. Ele é uma bomba
relógio.
— Você pode falar com ele. Eu não quero me envolver com aquele
animal. — Ele seguiu pelo corredor, o uso da palavra animal me fez pensar
se era o pai de Dante que lhe tinha dado o olho preto.
***
Cerca de uma hora depois da briga, fui chamava para fora da aula
para ir a sala do diretor. Quando entrei, dei um passo rápido para trás, o
homem em frente a mesa do diretor Sao dando-me um susto. Ele tinha uma
tatuagem quase preta, verde escura cobrindo seu rosto, o desenho curvilíneo
um moko — uma tatuagem tribal Maori. Ele estava vestido de couro preto,
de suas calças até sua jaqueta, o último tendo uma insígnia de gangue na
parte de trás. Seus olhos escuros, presos em mim, animosidade dentro
deles, causando-me calafrios. Forcei-me a seguir em frente, quase
envergonhada por afastar.
Seu olhar vagou pelo meu corpo, sua leitura lenta intrusiva. — Se eu
tivesse uma professora como você, eu não estaria causando problemas. —
Ele olhou para Dante, que estava sentado na frente da secretária do diretor,
agarrado a uma sequência de caracteres na camisa dele. — Eh, filho, você
não deve causar problemas a moça bonita. Eu tive uma puta feia me
ensinando. Você deve ser muito grato, pirralho idiota.
Dante olhou para o rapaz que ele tinha atacado. Ronald estava
sentado ao lado de uma mulher de meia-idade, que só podia ser sua mãe,
suas feições tão cruéis quanto o filho dela. O olhar apavorado da Sra.
McDonald estava presa ao pai de Dante, mesmo que ele ia arrancar as
roupas dela, transar com ela bem na frente de todos, a expressão dela quase
risível. Sim, o homem era inegavelmente perigoso, mas ele estava aqui para
seu filho, não uma velha azeda com muita maquiagem. Além disso, ele era
um homem notável, e apesar de Dante não se parecer com ele, além da cor
dos olhos, ele obviamente tinha o cru apelo sexual de seu pai.
Dante empurrou seu polegar para o rapaz que ele tinha atacado. — Ele
me chamou de dobrado.
— Dobrado?
— Gay.
Dante fez uma careta. — Ele merecia um soco por isso —várias vezes.
— Não, ele merecia ser ignorado, porque filho, você é tudo menos gay.
Cristo, a quantidade de calcinhas de garotas que encontrei em seu quarto
vestiria um esquadrão de mulheres e ele provavelmente apenas o insultou
porque ele tem ciúmes de todas as bocetas que você consegue.
Sr. Rata se virou para ele. — Você não me criticou, então não critique
o meu garoto. — Ele apontou para o diretor. — E na próxima vez que você
me ligar e fazer eu sair do meu trabalho, espero que seja por algo pior que
uma briga de estudantes. — Ele indicou para Dante levantar. — Levante,
vamos embora.
— Tenho certeza de que ele não vai reclamar por conseguir férias
extras.
— Você vai fazer isso para o meu garoto. Verifique sua agenda e fale
para ele, quando ele retornar para a escola. Não quero que termine a escola
C como seu irmão mais velho.
Diretor Sao exalou em voz alta, parecendo aliviado que o Sr. Rata
tinha sumido. — Me desculpe que você teve que se sujeitar a isso, Clara.
Esse homem é a lei de si mesmo.
Sua mãe virou para ele. — Então, é por isso que Phelia deixou você.
Diretor Sao os observou ir embora, sua expressão não era feliz. Assim
que a porta se fechou atrás deles, ele andou em torno de sua mesa e sentou-
se na sua cadeira giratória, murmurando, — A suspensão não vai adiantar
nada. Aqueles dois rapazes vão continuar brigando. Vai ser olho por olho
contínuo até que um deles deixe a escola.
— Eu não ia.
— Eu não pretendo.
— Bom. E sinto muito sobre a forma como o Sr. Rata olhou para você,
Clara. Eu deveria ter dito algo para ele.
— Não se preocupe, estou bem. Enfim, tenho que ir antes que minha
sala de aula seja destruída.
Minha atenção seguiu para Phelia quando ela subiu as escadas para
o palco, me fazendo pensar onde Dante estava. Ele deveria estar aqui há dez
minutos, sua suspensão agora acabada. Devido a briga, tinha havido um
acalorado debate sobre se ele deveria interpretar Otelo. Harry e eu tínhamos
votado Sim, pensando que seria bom se Dante canalizasse suas energias em
algo positivo ao invés de negativo. Discordando com veemência, Paul tinha
ido ao diretor Sao com a intenção de substituir-nos. Tinha saído pela
culatra, com o diretor nos apoiando em vez disso. No entanto, o diretor Sao
afirmou que Dante tinha que aparecer para cada ensaio ou correria o risco
de perder o papel para Jasper, que era seu substituto.
Sexo.
Ele agarrou o roteiro e foi para o palco, o baque das botas dele contra
as tábuas de madeira, soando alto para os meus ouvidos. Jogando o roteiro
para o palco, ele subiu, ganhando uma risadinha de Phelia, cujo rosto se
iluminou com sua chegada. A garota estava obviamente apaixonada e, por
que ela não deveria estar? Ele era lindo de morrer, para não mencionar a
idade dela... quinze. Repito o número na minha cabeça, usando-o para forçar
algum sentido em mim, minha atração por ele agora me dando nos nervos.
Parecia quase um pulso sibilante sob a minha pele, nunca me deixando
esquecer aquele dia no banheiro.
Ela pulou em seu assento, o que tinha dito obviamente um ato falho.
Ela olhou para trás, provavelmente preocupada que alguém tinha me ouvido.
Mas os outros alunos tinham deixado o salão, só nós duas, junto com Phelia
e Dante, restaram. No entanto, aqueles dois não prestaram atenção, mais
enrolados com o roteiro do que com a orientação sexual de Lindy.
— Pelo quê?
— Por ser a primeira pessoa que não pensou que eu era uma
rejeitada.
Fazendo uma careta, ela colocou um fio de cabelo preto tingido atrás
da orelha, suas raízes de loiro-escuro agora aparecendo. Ela também tinha
alguns novos piercings, um de um pino de segurança. — Então, por que sou
chamada disso? — ela perguntou.
— Por quem?
— Os alunos.
— Ainda não chegamos até esta cena, e ela não envolve um beijo na
boca. — Eu estreitei meus olhos em Phelia. — Ou molestar seu companheiro
de teatro.
— Phelia.
— Ok, senhorita, eu vou ser uma boa garota, — ela disse, soando
insincera. Ela voltou para Dante, apontando a cena correta. Dante fez uma
careta, parecendo com raiva por ser enganado.
Coloquei uma mão no meu peito, meu coração batendo num ritmo
anormal. — O que você quer?
— O que é isso?
Seu sorriso retornando. — Para pagar pelas lições de sexo que meu
pai arranjou com você.
— Dante.
Ele fez uma careta. — No início da aula, Mother Hubbard nos faz
pular como garotas, — ele disse, referindo-se a Beverly. — Isso deveria nos
ajudar com a média de tempo para apresentações. Tem a ver com sugestões
e coisas assim. Não me importo de ver os peitos das garotas balançando,
mas não há nenhuma maneira em que estou pulando na frente de alguém
novamente. Julio quase mijou de rir da última vez que fiz isso, dizendo que
eu parecia um idiota.
Eu sorri, imaginando.
Ele sorriu. — Eu gosto quando você sorri. Ilumina seu rosto inteiro.
Você parece tão linda.
— Não pare de sorrir. — Ele fez uma cara engraçada, parecendo que
estava tentando me fazer sorrir novamente. Apesar de eu fazer. Ele soltou
um elogio, fazendo uma saudação vitoriosa com seu punho.
— O que você entende por 'legítimo' e por que seu pai não está
pagando?
— Eles são os pais da sua mãe, porque seu pai parece Maori?
— Sim, eu posso ser um imbecil para você, mas você sempre me trata
muito bem.
Tirei minha mão do seu braço, não esperava ouvir isso,
especialmente com a quantidade de vezes que eu tinha repreendido ele, o
garoto obviamente tem uma memória curta. Independentemente disso, ainda
me fez sentir bem. — Bem, se você precisar falar sobre qualquer coisa, estou
aqui para você. Eu sei como é perder uma mãe.
— Câncer de mama.
Dante ficou tenso ao som da voz do homem. Ele parou por alguns
segundos, não fazendo nada, então sem aviso estendeu o dinheiro para eu
pegar. Só olhei para ele, ainda atordoada sobre o que tinha acontecido, ou
quase tinha acontecido, a posição que me colocaria era mais que estúpida.
— Porquê?
— Eu não a comi.
Eu não respondo.
— Diga a outro. Eu posso dizer que você está totalmente na dela. Ela
está afim de você, também, como super a fim de você. Aposto que se você
colocar a sua mão na calcinha dela, vai sair pingando. — Ele lambeu seus
dedos.
— Oooh, — ele riu. — Eu sabia que você tinha uma coisa por loira. —
Ele puxou a carteira de seu bolso de trás e tirou vinte dólares. — Vou te dar
isto se você transar com ela até o final do mês, mas se você falhar, você tem
que falar para Phelia fazer um ménage com a gente.
— Você não vai estar olhando para minha bunda; Você vai estar
olhando para a de Phelia. — Ele mordeu o lábio inferior, obviamente
pensando na bunda dela.
Jasper franziu o rosto. — Mas eu nunca vou conseguir a ter sexo com
ela, se você não estiver lá.
— Porque é nojento.
— É gay, então.
— Sim, porque?
Ele bateu em minha cabeça com os dedos. — Toc, toc, Dante Rata
está em casa, porque parece que sua irmãzinha está falando.
— Bem, é melhor do que ser uma boceta. E não sei por que você está
defendendo Phelia quando tudo que ela quer de você é sexo. Você sabe que
ela está de volta com o Happy Meal? Aposto que ela iria deixá-lo mais rápido
do que uma empada quente se você der para ela. Você deve tirar proveito da
situação, especialmente desde que ela está molhada, molhada, molhada por
você.
— Não significa que ela vai concordar com um ménage à trois com
você.
— É por isso que nós vamos fazer as condições. Se ela quer transar
com você, tem que me foder também. Nós somos um pacote, mano, duas
tesouras prontas para podá-la.
— O que eu sou? Seu cafetão? Cai fora.
— Não, cai fora, você, desgraçado. Não sei por que você está sendo
um cretino comigo ultimamente. Não tenho feito nada, e você ainda continua
reclamando para mim. — Ele virou-se e saiu pelo corredor, indo para nossa
aula de Inglês. Ele me olhou com um sorriso malvado e, em seguida, abriu a
porta e gritou, — Ei, senhorita, você está livre depois da escola? Dante está
salivando para foder você.
— Eu estava falando com ele. Ele ficou chateado quando não faria
algo que ele queria, então ele retaliou me envergonhando na sua frente.
Minha mão saltou para minha boca, chocada com suas palavras.
Então eu estava puxando-o em um abraço, o segurando apertado, meu
coração partido por ele. Markus enterrou seu rosto no meu ombro,
soluçando nele.
Ele esfregou uma mão pelos seus olhos. — Não podemos retornar à
Inglaterra, nossos cartões de crédito estão estourados da mudança para cá.
Ele balançou a cabeça. — Eles não nos darão um. Nós não temos
quase nenhum bem para barganhar. Talvez se nós possuisse uma casa, mas
não temos.
Limpei minha garganta, sabendo que uma vez que falasse não podia
desistir. — E meu pai nos dará um empréstimo. Ele provavelmente vai
aproveitar a chance de voltar em minhas boas graças, e desde que você
precisa estar com sua família, é nossa única opção.
— Você é minha família também, Clara. Você acha que pode tirar
uma folga?
— Tenho certeza que eu posso, o diretor é muito bom. É só uma
questão de se o meu pai pode cobrir nossos custos. Vou ver se ele está em
casa.
***
Meu pai tinha construído as duas casas para ficar perto de mim
quando eu estava pronta para sair de casa. Ele só não tinha apostado em
mim fugindo para a Inglaterra após a morte de minha mãe em uma tentativa
de colocar distância entre nós. Mas também não contava quanto eu sentiria
saudades da minha casa, a Inglaterra também cinza e triste para mim.
Amava os céus brilhantes da Nova Zelândia, intensos, não os dias nublados
que Londres tinha carregados. Eu também tinha perdido as deslumbrantes
praias, o clima agradável e o fato que poderia viver em uma casa em vez de
um apartamento minúsculo. Nova Zelândia era a lufada de ar fresco que
precisava desesperadamente. Mas agora estava ficando sufocada, minha
relação com Dante fazendo dela ainda mais nublada que os céus de Londres.
Relacionamento! Eu nem chamaria isso? Porque nós não estávamos juntos
— e nunca estaríamos.
Parei na porta do meu pai, hesitando um momento antes de bater,
meus nervos amontoando-se mais apertado quando os passos se
aproximaram do outro lado da porta. Um momento depois, ela começou a
abrir. Meus olhos estreitaram-se com a visão do amante do meu pai. Sinh
estava em seus vinte, que era um par de décadas mais jovem do que o meu
pai. Ele estava vestindo um minúsculo calção preto e uma blusa vermelha, o
material apertado, acentuando seu físico magro. Ele afastou o cabelo preto
do rosto dele, que era da mesma cor do cabelo de Dante, a única semelhança
entre os dois. Ao contrário da beleza masculina de Dante, Sinh tinha uma
aparência feminina; suas características andróginas uma fusão perfeita do
Oriente encontrando o Ocidente. Ele era metade Vietnamita e metade
italiano/americano, o homem, um produto da guerra do Vietnã.
11 Série de TV canadense
Sinh abriu mais a porta. — Venha para dentro, vou chamá-lo.
E agora outra coisa que compartilhei com ele, algo que nunca pensei
que iria, nem nunca quis.
Antes que pudesse terminar a frase, meu pai se levantou e veio até
mim. — Eu sinto muito, amor, — ele disse, sua voz cheia de sinceridade. Ele
se sentou ao meu lado e me puxou para um abraço.
Fiquei rígida.
Mantive meu olhar para baixo, incapaz de olhar nos olhos dele. —
Markus quer voltar a Londres então ele pode estar com sua família.
— Oh, ok.
Sua expressão mudou. — Então, a única razão que você está aqui é
por dinheiro? — ele respondeu, parecendo ofendido.
Esperança cruzou seu rosto. — Isso significa que você vai me deixar
entrar?
Concordei novamente.
— O que está feito está feito, e... agora entendo por que você traiu a
mãe.
As lágrimas vieram, a divisão entre nós tinha sido tão dura e agora,
senti que precisava me desculpar também, mas não só para o meu pai,
Markus também. Mas não podia. Eu apenas não poderia.
Ele sorriu tão amplo que eu podia ver sua falta molar. — Você não
sabe quanto tempo já sonhei com você dizendo isso para mim novamente. E
vou estar feliz em pagar as passagens de vocês para Londres.
Meu pai circulou a mesa de centro, indo para Sinh. — Diga-me o que
fez, — ele rosnou.
Sinh cobriu seu rosto. — Eu pensei que poderia pagar de volta antes
de você descobrir, mas meu livro não vendeu bem.
— Diga-me!
— Oito —
Meu pai ficou rígido, o entendimento de que Sinh quis dizer oito mil
fazendo sua boca cair aberta. — Você não fez? — Ele engasgou.
— Nosso dinheiro.
— Mas não como você amava sua esposa. Se ela não tivesse morrido,
você teria terminado as coisas comigo, não é?
— Não, sim, foda-se, Sinh! Eu amo os dois, então pare de fazer isso
ser uma competição. Isto é sobre você gastar o meu dinheiro e esconder isso
de mim.
— Se não me queria tocando seu dinheiro, você não deveria ter aberto
contas conjuntas comigo.
— Eu confiei em você.
— E eu confiei em você!
— O que significa que você pode me trair quando vier a próxima coisa
bonita.
— Só diz isso porque está zangado, e não pode me culpar por ficar
chateado com você. Oito mil, Sinh. Oito mil.
Meu pai passou uma mão pelo cabelo dele. — Eu sabia que não devia
ter deixado você cuidar do nosso sistema bancário. Você pelo menos sabe
quanto posso emprestar a Clara?
— Não!
— Você não devia pedir desculpas, ele é o único que está errado. Ele
gastou seu dinheiro.
— Isto não é sobre o dinheiro; é sobre eu não tratá-lo como ele acha
que deve ser tratado.
— Não, ele assumiu. Não sabia que ele pensava isso até hoje, mas
dificilmente é surpreendente considerando que me recusei a deixá-lo enviar
um convite de casamento para você.
Diminuí a marcha para que ele pudesse andar ao meu lado. — Muito
bom. As pessoas o amam, especialmente as crianças. Ele é um professor
também.
Meu pai chutou o outro lado da minha porta, — Você, seu merda! Eu
não quero ver o seu rosto ladrão pelo resto da noite!
Meu pai gritou e chutou minha porta de novo, o bico de sua bota
quebrando ela. — Merda, pai, você está estourando minha porta! O senhorio
ficará louco.
— É melhor do que chutar você. Estou farto de livrar sua bunda das
suas malditas bagunças. Precisávamos do dinheiro da fiança para o aluguel.
Soltei as cortinas e caí na minha cama, sabendo que tinha fodido mal
dessa vez. Só esperava que meu pai me tirasse ou definitivamente estaria
enfrentando o reformatório novamente. Eu não tinha percebido que os
mecânicos estavam no local quando invadi para roubar algumas calotas
caras que queria para o carro que meu pai e Hemi estavam me fazendo.
Deveria ter verificado melhor, mas tinha ficado distraído pensando sobre a
Sra. Hatton, perguntando-me o que ela estava fazendo naquele momento.
Ela não estava na escola hoje, um substituto ficou no seu lugar. Foi apenas
sorte que meu pai tivesse me resgatado, especialmente porque eu estava
preso em uma cela com um criminoso pervertido, que me olhava como se ele
quisesse me fazer sua cadela da prisão.
Fui para a sala, perguntando o que iria fazer até que meu pai
voltasse, sabendo que ele ficaria louco se saísse da casa. Agarrei o controle
remoto da TV e me joguei no sofá, navegando pelos canais, pensando que
tudo estava fodido. Um lampejo de uma loira chamou minha atenção. Voltei
para o programa, reconhecendo uma das atrizes de Shortland Street, os
cabelos da garota me lembrando da Sra. Hatton.
— Sim.
— Muito rude.
— Bem, eu pensei que era, até que ele me mandou para a detenção, o
que me irritou, então mostrei-lhe o dedo, o que me deu outra detenção. De
qualquer forma, podemos fazer o reforço em minha casa? Vivo muito perto
da escola.
— Você não precisa vir; Vamos combinar o reforço para outro dia.
— Não, tem que ser amanhã ou meu pai vai ficar irritado. — Uma
mentira. — Desde que te paguei, ele quer que valha a pena. — Não é uma
mentira.
— Bom.
— Só durante o almoço.
— Para o que é?
— Enquanto eu falo muito sério. Ou me diga por que você não vai
estar na escola ou vou ter uma conversa com o diretor sobre o seu atroz
registro de presença.
***
— Eu não sei por que você colocou seu pai em tanta merda, — disse
Hemi, parando ao meio-fio na frente da casa da Sra. Hatton. O pai de Jasper
tinha se oferecido para me dar uma carona, já que meu pai estava fazendo
horas extras para compensar as horas que ele perdera tendo que me levar
para a polícia para fazer alguma coisa com eles, o que ele tinha que fazer. Eu
tinha descoberto ontem à noite que ele e Hemi tinham trabalhado onde um
dos mecânicos estava vivendo. Eles o ameaçaram para que as acusações
fossem retiradas, o que ele fez, meu pai me deixando livre da punição.
— Então você deveria ter pensado nisso antes de ser pego por roubar.
Ele levantou a mão, parecendo que iria me bater de novo, mas em vez
disso, bateu no volante. — Em primeiro lugar, não sou estúpido o suficiente
para ser pego, e em segundo lugar, sou um bandido, enquanto seu pai não
é. Ele não merece essa merda.
Ele saiu do lado do motorista e rodeou o carro. Ele tinha uma barriga
enorme e estava vestindo os mesmos couros iguais ao meu pai, apenas o
equivalente XXXL.
Ele acenou com um punho para mim. — Entre na casa ou vou chutar
você em seu pauzinho.
Hemi gritou e correu para mim. Rindo, me virei e corri para a porta
da frente, que se abriu. A Sra. Hatton me conduziu para dentro, seus olhos
arregalados de medo, sugerindo que ela estava nos espionando através das
cortinas.
Uma vez que eu estava dentro, ela fechou a porta e trancou-a, então
espiou através das cortinas, dando peso aos meus pensamentos. Ela soltou
um suspiro audível quando o motor V8 de Hemi rugiu para a vida. Deixando
de lado as cortinas, ela se virou para mim, seu alívio transformando-se
rapidamente em desgosto.
Ela se apressou e segurou meu rosto. — Esse homem fez isso com
você? — Ela perguntou, examinando meus olhos roxos e minha bochecha
machucada.
— Então quem?
Eu afastei meu rosto, irritado que ela tinha pensado que ele iria me
machucar. — Não! Meu pai nunca me bateu, só no meu irmão mais velho.
— Anos atrás, antes que ele fosse para a prisão. Ele não bateu nele
desde então. Enquanto isso, — apontei para o meu rosto, — Feito por alguns
mecânicos que me pegaram roubando suas calotas. Sinto-me melhor agora,
sabe? — Eu disse sarcasticamente.
Ela deixou cair as mãos ao seu lado, preocupação ainda pintando sua
testa. — Por que você os roubou?
— Não, não sou. Consegui minha licença assim que fiz quinze anos.
— Não, só não tenho um carro ainda, mas vou ter em breve. Meu pai
e seu amigo estão consertando um para mim. Eu queria as calotas para ele.
Elas eram muito legais, cromadas, modificadas. Porra, fui pego. Pensei que
os mecânicos tinham ido para casa, mas eles estavam lá em cima. Dois deles
me seguraram, enquanto o terceiro chamou os policiais. Eu quase consegui
fugir quando chutei um nas bolas. É por isso que o outro me deu um soco
no rosto.
— Nada, porque meu pai e seu amigo foram ver um dos mecânicos
para pedir-lhe para tirar as acusações. — Menti, a versão do meu pai de
pedir não era como a das outras pessoas. Hemi tinha me dito que meu pai
tinha entrado na casa do cara, batendo-o contra a parede. O mecânico tinha
se mijado, chorando que faria o que o meu pai quisesse.
— Sim! — disse ela com mais força. — Então pare de querer elogios.
Você está aqui para estudar, não para flertar comigo.
Eu soltei uma risada, pensando que ela tinha bolas. — Você foi quem
me deu uma olhada.
— Eu acho que você já sabe que não sou bom com regras, —
finalmente disse.
Ela apontou para uma porta à minha direita. Entrei no banheiro e fiz
o meu negócio rapidamente, então fechei a calça e voltei para o corredor,
olhando através da porta à minha direita, a cama grande chamando minha
atenção. Meu olhar se dirigiu para a outra entrada, que levava a sala,
observando Sra. Hatton sentada no sofá, folheando suas notas. Incapaz de
evitar, virei e entrei em seu quarto. Ele era mais suave que os outros
quartos, uma cor bronze revestindo as paredes. Passei os dedos pelo
armário, vendo meu reflexo no espelho da cômoda. Como de costume, meu
cabelo estava indisciplinado, enquanto a pele ao redor do meu olho esquerdo
era colorida, junto com um hematoma avermelhado na minha bochecha.
Acrescentado ao meu jeans rasgado e preto, eu parecia um dos amigo
motoqueiros do meu pai, alguém que deve fazer a fixação de motores ou
beber no bar em vez de em uma casa limpa, suburbana.
Me apoiando nos cotovelos, olhei para ela sob a franja do meu cabelo
bagunçado. — Eu queria me deitar onde você transa, — disse, interessado
em ver sua reação.
— Eu não vou esfriar! Acabei de lhe dizer para não fazer nada de
sexual, mas aqui está você, — ela acenou com a mão para mim, — já
quebrando minhas regras. Pior, você não está apenas me desrespeitando,
você está desrespeitando meu marido.
— Pare de ser infantil, e pela última vez, saia da minha cama ou não
vou te ensinar, o que significa que você não vai conseguir ver seus avós.
Fiquei tenso com a menção de meus avós. Embora soubesse que era
uma ameaça vazia, não conseguia parar o súbito ataque de raiva. Era difícil
de explicar, especialmente porque estava feliz há um segundo. Não. Eu
12 Uma parte de uma oração que diz: Venha o reino (Kingdom come). Dante aproveitou para fazer
gozação, sobre a palavra venho, já que a mesma também significa gozar.
estava errado. Um dos meus médicos tinha explicado o porquê. Ele disse que
eu era bipolar. Assim como meu pai.
23
Eu não neguei, sabendo que ele iria ver através de mim mesmo
assim.
Sem saber o que ele estava falando, fui para a sala. Ele estava
sentado no sofá, olhando para mim com uma pergunta em seus olhos, o ar
de presunção que eu esperava ver ausente.
Cruzei meus braços sobre meu peito e olhei para ele. — Eu acho que
você deveria ir embora.
— Então, ligue para meu pai e diga que você não quer me ensinar
mais. — Ele sorriu.
— Ele não pode me fazer dar reforço para você, — respondi,
plenamente consciente de que ele estava usando seu pai como uma ameaça.
— Não disse que ele poderia, mas será muito mais fácil para você se
você não ficar do lado errado. De acordo com o meu avô, ele não é um
homem muito bom, o que se traduz em ‘ele é um bastardo de gangues, que
vai te dar um novo buraco se você não fizer o que ele quer’. — Dante riu. —
Então, o que você diz, senhorita, você vai me ensinar?
Ele passou um dedo sobre eles e olhou para mim. — São para mim?
— Ele perguntou.
— Não me olhe assim, Dante, você não pode esperar que não tenha
que fazer nenhuma lição de casa.
Resmungando em voz baixa, ele se concentrou na primeira página,
sua expressão irritada aumentando. — Como eu devo estudar em casa
quando não consigo entender metade das palavras que você usa? — Ele
disse, olhando de volta para mim.
Ele apontou para algo na página. — Eu não tenho ideia do que isso
significa. Ou isso, — disse ele, apontando para minhas notas. — Você
precisa simplificar as merdas das coisas.
— Como cigarros feitos à mão, mas com fumo dentro. Ele fumou o
meu dicionário. Eu usei-o para rimar desde que tinha uma enciclopédia na
últimas páginas. Eu acho que ele fez isso para se vingar de mim por chamá-
lo de Jabba o Hutt. Ele é um bastardo vingativo, mais do que Adolf Aston.
Eu segurei um sorriso para o comentário sobre Paul. — Você tem
uma maneira interessante de falar, — eu disse, me perguntando se ele
alguma vez se censurou. Era muito claro porque ele era um dos alunos mais
impopulares entre os professores, seu nome jogado na sala de professores
como veneno.
— Porque o que?
— Por que você acha que sou brilhante? Você só viu duas peças do
meu trabalho.
— Sim, notei que ela gosta de você, — disse, infeliz com isso. Não
aprofundei a razão pela qual me incomodou, plenamente consciente de que
não gostaria da resposta. — Ela está te incomodando? Notei que você ficou
bravo com ela por te tocar no outro dia.
— O que você quer dizer com todos tocam você? — Perguntei, agora
preocupada. — E defina todos.
Ele levantou. — Talvez, talvez não, mas como Phelia, você ainda está
quente por mim. E desde que seu marido está fora, podemos foder sem ser
pegos.
Olhei para ele com incredulidade. — Eu não quero ter sexo com você,
e como você sabe que meu marido está fora? — Perguntei, agora
preocupada. — Você está me espionando?
Ele bufou. — Não. Eu só sabia que ele estava fora porque você
mentiu para mim.
— Sobre o quê?
— Ele vir para casa. Se você vai mentir de forma convincente olhe nos
olhos da pessoa. Não contraia e afaste seu olhar, você vai ser pega na
mentira. Ainda melhor, na verdade, acredite. Metade da merda que digo, me
convenço a pensar que é real mesmo quando não é. É como ninguém pode
dizer quando estou mentindo.
Eu não respondi, novamente chateada que ele podia ver através de
mim, para não mencionar um pouco preocupada por sua admissão
mentirosa.
Ele revirou os olhos. — Jesus, você está tensa. Relaxa, são apenas
palavras. Não é como se eu fosse atacar se você não quiser meu pau.
Minha saia subiu pelas minhas coxas. Puxei para baixo, congelando
enquanto seus olhos se fixaram no que eu estava fazendo, seu olhar dirigido
entre minhas pernas. Ele balançou a cabeça e se concentrou nas notas,
murmurando algo que não conseguia decifrar. Ele virou a página, fazendo
mais algumas perguntas. Respondi a todas elas, eventualmente tomando
controle da aula, Dante surpreendentemente prestando atenção ao que eu
estava dizendo. Isso me permitiu relaxar o suficiente para sentar na
almofada um espaço longe dele. Embora, ainda me sentia no limite. Até o
final, quando ele perguntou como Old Major em Animal Farm poderia
representar John Lennon. Eu o olhei inexpressivamente por um momento, e
depois soltei uma gargalhada, percebendo que ele tinha confundido Lennon
com Lenin.
— Por que você está rindo? — Ele perguntou, sua testa franzida me
divertindo.
Ele estreitou os olhos. — Da próxima vez que você for lá, olhe para as
pessoas de cada lado de você, depois as pessoas na frente e atrás de você,
bem como as pessoas levantando suas mãos em oração. Além disso, ouça os
fiéis que cantam mais alto e abrem a boca para tomar comunhão em suas
línguas, em vez de suas mãos. Pelo menos um deles vai roubar de você se a
guerra explodir. Eles vão até agredir você para conseguir o que querem, as
necessidades básicas deles mais importante do que esta baboseira de amar o
seu vizinho. E garanto que pelo menos um dos homens daquela igreja vai
estuprá-la, não se importando enquanto você grita para eles pararem, se for
o caso, eles irão tirar vantagem disto.
Estendi o copo para ele pegar. Ele pegou e cheirou o suco, enrugando
o nariz como se estivesse ruim, o que eu sabia que não estava, desde que eu
tinha tomado um pouco mais cedo.
— Isso não é certo, o que você fez na escola prova suficiente disso.
— E eu acho que você deveria chupar meu pau, mas isso não
significa que vou conseguir isto. — Ele levantou e pulou a mesa de centro,
suas pernas longas facilitando a ação. Dirigiu-se para os altos armários do
outro lado da sala, suas botas batendo contra o chão.
Ele se virou e engoliu mais, seu pomo de Adão balançando para cima
e para baixo enquanto engolia o uísque como se fosse um refrigerante. Me
movi entre o armário e ele, ficando nas pontas dos meus dedos dos pés para
agarrar a garrafa. Ele afastou a garrafa de seu lábios e soltou um arroto alto,
parecendo satisfeito consigo mesmo. Peguei a garrafa de sua mão,
espirrando um pouco na minha camisa, com raiva demais para me importar.
13
Música do Jimi Hendrix – Foxy Lady
— Não se atreva a dizer a alguém que deixei você beber álcool, — eu
disse, furiosa com ele.
Ele sorriu para mim, seus lábios molhados do uísque. — Mas você
não me deixou.
— Se você fizer isso mais uma vez, não vou te dar aulas de novo.
Ele soltou uma risada. — Nós dois sabemos que você está falando
merda.
Ele riu. — Estou surpreso por você estar tão cheia de merda,
considerando quantas vezes suas bochechas ficam vermelhas.
Minha mão ergueu. Ele agarrou meu pulso antes que eu pudesse
fazer contato. Gritei e fui acertá-lo com a outra mão, largando o Jack Daniels
no processo. Ele agarrou o pulso quando a garrafa atingiu o chão, o líquido
âmbar provavelmente derramando em todo o meu tapete azul. Mas não me
importava, meu foco apenas em Dante.
— Solte! — Eu gritei.
— Não até você parar de me bater, — ele rosnou. — Basta olhar para
o meu rosto, mulher. Fui atingido o suficiente. Eu não preciso de você
adicionando mais contusões.
Desesperada por mais, deslizei minhas mãos entre nós, abrindo sua
calça, em seguida, empurrei minha mão direita na frente de sua cueca,
agarrando...
Dante abriu a boca, parecendo que ia dizer algo, mas sacudiu quando
um homem com um sotaque Maori chamou seu nome. Se virando, ele correu
para o suporte de casaco e agarrou sua jaqueta de couro, vestindo-a com um
movimento brusco. Seus dedos moveram-se para suas calças, rapidamente
fechando seu zíper. Uma vez decente, ele pegou a maçaneta da porta,
hesitando em olhar para mim. Novamente, parecia que ele queria dizer algo,
mas em vez disso abriu a porta e desapareceu, deixando-me sozinha com os
meus pensamentos...
Eu gritei e levei minhas mãos para a minha cabeça. — Por que isso?
— Eu perguntei irritado, olhando para ele.
— Eu sou espertinho com você o tempo todo, você sabe que significa
merda, assim mantenha suas mãos fodidas de merda para si.
Ele levantou a mão de novo, depois baixou-a. — Por que você sempre
me insulta? Estou te ajudando, mas tenho que ouvir suas gracinhas.
Hemi apertou o volante enquanto virava para outra rua. — Eu não sei
por que me incomodo com você. Você é como seu pai. Um bastardo
desrespeitoso. Embora, espero que você não pare de tomar seus remédios
como ele.
Eu dei de ombros, sabendo que ele estava certo. — Pelo menos não
estou mais nessa medicação de merda. Elas me faziam sentir como se
tivesse uma bolha em torno de mim, tudo silenciado. Sem mencionar, logo
depois de tomá-los, sempre senti vontade de vomitar.
— Veja um médico diferente, porque este está errado. Faça isso antes
de surtar.
— É verdade.
— Eu não sou como meu pai, seu temperamento é cem vezes pior.
— O que?
***
— Você sempre tem uma piada, — Happy Meal disse. — Sempre tem
que ter um retorno fodido. — Ele colocou a arma contra meus lábios,
forçando-a em minha boca. — O que há de tão legal em você? O que você
tem que eu não posso dar a ela? Porque não é porra de amor. Eu amo ela.
Mas você sabe o que ela me disse depois que derramei minhas tripas para
ela?
— Ela disse que estava apaixonada por você. Você! Comprei joias
caras, levei-a para lugares legais, fiz tudo o que ela queria. Mas ela me ama?
Não! É a porra do prostituo que ela quer. Por quê? É o seu rosto? Ou você é
realmente ótimo na cama? — Ele tirou a arma da minha boca e colocou a
ponta contra o meu pau. — Se eu atirar nisso, ela não vai mais querer você.
Você pode viver, você pode não viver, mas ela nunca vai montar isso de novo.
— Você acha que isso me faz sentir melhor? Que ela prefere você do
que a mim mesmo depois que você rejeita ela?
— Ela não é o meu tipo, estou interessado em uma garota mais velha,
— eu respondi, perguntando-me se tinha finalmente chegado até o bastardo
grosso. — Eu gosto de mulheres, não de meninas. Gosto de peitos caídos,
não das coisas tão apertadas que não consigo me enfiar entre eles. Eu gosto
de mulheres que sabem chupar um pau, não aquelas que batem seus cílios
para mim, me perguntando se gosto. Também adoro mulheres que não
cortam o fornecimento de ar do meu pau com as bocetas tão apertadas que
sinto que estou espremendo-o através de um buraco muito apertado. E
mesmo que não tenha fodido sua boceta, Phelia não pode chupar um pau
para salvar a si mesma.
Ele zombou de mim. — Eu não acho que você vai querer alguém para
chupar o seu pau depois disso.
Ele soltou uma risada. — Bem, você definitivamente tem bolas, isso é
certo. Ou talvez você seja apenas uma vagabunda idiota que não sabe
quando fechar a boca.
— Ambos.
— Família, obviamente.
Eu congelo.
— Sim. Vou te ajudar, eu vou. Vou fazer ela querer você mais do que
eu. Vou ser um idiota para ela, fazer com que ela me odeie. Ela vai chorar no
seu ombro e implorar por seu perdão.
— Se eles...
— Estão bem, mas não estarão se você não cumprir sua promessa. —
Ele sorriu. — Na verdade, talvez atire neles em vez de Jasper. Eu não iria
para a cadeia por isso. Ninguém vai se importar, mas você...
— E meu pai.
— Sim, você gosta de usá-lo para se proteger, mas meu pai é tão
difícil quanto aquele maldito bastardo com quem você está relacionado. Na
verdade, ele é mais poderoso, porque ele tem homens que vão estripar seu
pai a suas ordens. Assim, uma vez que você saia do hospital, você fará como
eu disser.
***
Ele me soltou um momento depois. — Quem fez isso com você? — Ele
perguntou, seu rosto endurecendo. Eu nem sequer tenho que imaginar o que
ele faria se lhe dissesse que era Happy Meal.
Ele o mataria.
— Sedados, — respondi.
Meu pai olhou para mim, sua expressão surpreendida. — Eles
estavam?
— Você tem uma costela fraturada, — meu pai respondeu. — Mas foi
a batida na sua cabeça que mais preocupou o médico.
— E a minha cara?
Jasper bufou. — Você é agredido e tudo o que está preocupado é
sobre a sua cara de garoto bonito?
Meu pai soltou uma gargalhada. — Não tanto agora. Você está todo
ferido e inchado, mas vai ficar bem. O médico disse que você vai curar
completamente.
Meu pai sacudiu a cabeça. — Estou feliz que você não tenha ido
aquela entrevista. Não quero nenhum garoto meu desfilando como uma
garota. Se você se tornar famoso, será como um All Black, não um modelo
maldito.
Meu pai resmungou. — Eu sabia que não devia ter deixado sua mãe
te levar para o esporte de meninas. — Seu rosto triste, sem dúvida seus
pensamentos vão para a minha mãe.
— Certo. Vou chamar o doutor, mais ele precisa checar você. Você
esteve desmaiado por quatro horas.
— Quatro horas?
Meu pai fez uma careta. — Sim, sorria, enquanto minhas bolas se
encolhem com a ideia de ver aquela alma penada, — ele disse, referindo-se à
minha avó. — Sua avó vai me culpar por isso, como se ela me culpasse por
cada coisa maldita que der errado.
— Isso não vai impedi-la. Eu sou a raiz de todo o mal para aquela
mulher.
— Ele estava chateado que quebrei seu dente. Eu também teria ido
embora.
— Não é ele.
— Não é ele.
Ele puxa meu braço para baixo. — Besteira! E vou fazer aquele
desgraçado pagar por isso, fazê-lo sofrer, então vou encher seu corpo com
balas.
— Não!
— Você está muito bem hoje, senhorita, — disse Lindy. Ela estava
sentada atrás de sua mesa, me dando um de seus sorrisos metálicos
brilhantes.
— Sim, ele vai viver. Ele vai ficar fodido por alguns dias.
— Desculpe, senhorita. Estou aliviado por ele ficar bem. Ele tem sorte
por não ter sido morto.
***
— Saltou?
Ele puxou seu braço para longe de sua mão, estremecendo ao fazê-lo,
o movimento, obviamente, causando-lhe dor. Ela moveu sua mão para seu
rosto, empurrando seu cabelo para trás, murmurando algo para ele.
— Por que você está tão bravo comigo? — Ela perguntou, parecendo
confusa.
Ela se virou para olhar para mim. — Eu tenho permissão para sentar
ao lado dele.
— Não, você não tem, essa é a mesa de Jasper. Além disso, você está
aqui para aprender, não para socializar.
— Eu estava apenas perguntando a Dante como ele estava e Jasper
me deixou sentar na mesa dele.
— Errado. Só porque você chupou meu pau uma vez não faz de você
minha namorada.
Fui dizer-lhes para parar de falar, mas Jasper falou antes que
pudesse. — Não, você realmente cantou, — ele riu. — Você devia ter visto
seu rosto quando terminou a serenata segurando seu pau, dizendo que ela
te fez ficar duro. Eu quase me mijei rindo. Ela perguntou o que você tomou.
Eu culpei seus remédios, dizendo que você é um peso leve.
— Eu não sou.
— Que seja. — Dante voltou seu olhar para Phelia. — O que significa
que não gosto de você, então foda-se.
Ela torceu o rosto. — Não até você me dizer por que você está sendo
tão horrível.
— Não sinta pena dela, ela merecia. Só as garotas que gosto podem
me tocar. — Ele piscou para mim.
Eu exalei alto, frustrada por seu flerte inadequado. — É de se
admirar que você não tenha sido expulso com as coisas que saem de sua
boca.
***
— Você está bem? — Eu olhei para minha lista para ver seu nome. —
Melanie?
— Sim, apenas engoli pelo caminho errado, — disse ela, olhando para
Dante. Ela era uma garota de aparência estranha, com cabelos negros
tingidos e olhos tão grandes que me lembrou de um personagem de desenho
animado. Ela também estava usando uma grossa camada de base em seu
rosto, provavelmente para esconder suas sardas, porque seus braços
estavam cobertos com elas.
Corri uma mão sobre onde ela me bateu, aliviado que ela não tinha
feito mais dano, seu empurrão agradecidamente poupando minha fratura na
costela. — Por que você fez isso? — Eu disse, olhando para ela, irritado com
o que ela tinha feito.
Olhei para ela por um momento, sem entender o que ela estava
falando. — Então, por que me trouxe aqui? — Perguntei finalmente.
— Sim.
— Mas... — Eu fiz uma careta. — Eu não pensei que você quis dizer
isso. Pensei que você me queria aqui para que pudéssemos continuar de
onde paramos.
Olhei para ela, irritado por ela estar trazendo isso de novo. — Eu fodi
mulheres mais velhas do que você e elas não se importaram com a minha
idade, então esqueça isso para o seu bem. Eu disse que a idade não importa.
— A idade importa, e aquelas mulheres não deveriam ter tocado você,
como eu não deveria também. Não só isso, você é meu aluno. As
consequências seriam severas se fosse pega fazendo alguma coisa com você.
— Claro que sou. O que fiz estava errado. Poderia ser presa por isso.
— Eu não estava!
Sua expressão ficou furiosa. — Não sou eu quem está mentindo aqui.
Você só está vendo o que você quer. Além disso, nada que fiz com você foi
intencional. Nunca quis te machucar. É só... você é extremamente atraente e
tem uma personalidade forte, coisa que me sobrecarrega às vezes.
— Sim, mas novamente, não posso fazer nada sobre isso, a menos
que queira acabar na prisão.
Ela se encolheu.
— Quantas vezes vou lhe dizer que não vou dizer uma palavra? — Eu
disse, olhando para ela incrédulo. A mulher estava tão envolvida em seus
medos que provavelmente não tinha ouvido metade do que eu dissera. — É
por isso que mencionei a minha ex. Eu mantive o segredo dela, como vou
manter o seu, não importa o quanto vocês duas me fazem sentir como a pior
pessoa do mundo.
***
— Ol...
Não deixei que ela terminasse seu olá. Passei apressado por ela, indo
até a escada, ignorando a cadela enquanto ela gritava meu nome. Bati na
porta de Jasper, que se abriu quase que imediatamente, todas as portas de
sua casa tinham fechaduras internas.
Ele abriu a porta e me puxou para dentro, fechando rapidamente a
porta atrás de nós. O suor frisava sua testa enquanto seu grande corpo
tremia, mas não de medo, emoção claramente era a causa.
— Você não tinha que ma... — me calei a tempo, quase dizendo matá-
lo em voz alta. — Você não tinha que acabar com ele. Eu estava ajudando o
bastardo a conseguir Phelia de volta. Ele disse que recuaria se eu fizesse
isso.
Ele zombou de mim. — Ela era a mulher dele, porque ele não vai ser
merda de ninguém agora. — Ele cutucou meu peito. — E você vai me ajudar
a pegá-la. Eu o matei por você, você me deve.
— Não, eles não vão. Fiz parecer como um assalto errado. Cheguei
mesmo a matar sua mãe para...
— Para fazer parecer mais real. Imaginei que se apenas acabasse com
Happy Meal poderia parecer que você fez isso, mas por matá-la, ele já não
parece como o alvo. Também roubei coisas de merda. Porém, me livrei delas
apenas no caso dos policiais vierem revistar.
Ele assentiu. — Eu atirei em sua mãe, me livrei das coisas que levei,
e depois voltei para esperar que Happy Meal voltasse para casa. — Ele
sorriu, parecendo ter gostado de matar Happy Meal.
Ele deu um sorriso de desdém. — Para ser inserido, tive que apagar
aquela garçonete quente no clube, porque o Prez pensou que Karen era uma
policial disfarçada. Então, atirei na cabeça dela, então descobri no dia
seguinte que ela era inocente. Gostava daquela garota, mas tive que explodir
seus miolos, e você acha que me preocupei sobre matar Happy Meal e sua
mãe? — Sua expressão mudou. — Eu gostei. Não, adorei. Você devia ter
visto seu rosto quando viu sua mãe morta. — Jasper riu, o som cruel. — Eu
comecei a rir quando ele começou a gritar como um bebê. Se pudesse, o
traria de volta à vida só para matá-lo novamente.
Eu olhei para ele. Sabia que ele tinha um lado escuro, mas nada
assim, nem mesmo perto.
— Não tenho ideia, e realmente não dou a mínima, a não ser quando
Phelia descobrir, porque não estou segurando mais. Eu a quero e você vai
me ajudar.
Ele olhou para mim. — Eu matei por você, então você vai trazê-la
aqui, e se você não...
— O quê!
Ele inclinou seu rosto perto do meu. — Dizer ao seu pai que você está
fodendo com sua professora.
Ele fez uma careta. — Eu realmente não entendo você. Ela é a coisa
mais gostosa na escola, mas você lamenta como uma puta o que está
fazendo com ela? Por que você a odeia tanto? Porque realmente não entendo.
— Eu só fodi sua boca, e como disse, ela é muito ruim para chupar.
Fiquei tenso com suas palavras. — Você é como sua tia vadia, — eu
disse, o que ele tinha dito me lembrando do que eu tinha feito com ela.
— O que você quer dizer com isso? — Ele repetiu, sua voz agora um
rosnado.
— Como o quê?
— Então, cai fora! Cara, o que faço por você obviamente não significa
nada.
Eu mal podia olhar Dante nos olhos no dia seguinte, e embora ele
veio para a minha aula de Inglês, ele me ignorou, até que chamei seu nome.
Ele olhou para cima e disse, — Garoto de brinquedo, — então baixou o olhar
e retomou o que estava escrevendo em seu caderno, sem reagir ao riso dos
outros alunos, com a mandíbula em uma linha dura de raiva.
Jasper também não riu, seus olhos escuros indo para o meu.
Arrepios aumentaram em toda a minha carne, um sentimento de
desconforto me fazendo desviar o olhar. Desejando estar em qualquer lugar,
menos aqui, me forcei a continuar com a aula, bastante certa de que Dante
tinha dito a seu melhor amigo sobre o que eu tinha feito. Embora Dante
tivesse insistido que não iria falar, sabia que ele iria. Eu apenas sabia.
Eu fui até ela. Ela olhou para mim com olhos arregalados, a garota
obviamente em estado de choque. Tirei o telefone da mão dela, Phelia nem
lutou contra mim.
Coloquei-o no meu ouvido. — Quem é? — Eu disse no telefone.
Voltei minha atenção para Phelia, contando-lhe o que ele havia dito
sobre o funeral, acrescentando, — Gostaria que eu telefonasse para alguém
para vir buscá-la?
Concordei, não querendo dizer não. E mesmo que fizesse, não achava
que eles iriam me ouvir. Jasper já estava puxando Phelia para cima,
envolvendo um grande braço ao redor dela.
Ele acenou com a cabeça para a mesa. — Pegue sua bolsa, Dante, —
disse ele, dirigindo-a para a porta. Mantendo os olhos baixos, Dante sacudiu
a bolsa de Phelia e os seguiu para fora da sala de aula, os amigos de Phelia
seguiram atrás deles. Assim que saíram, os outros alunos começaram a
conversar entre si, a conversa tingida de excitação, em vez de tristeza pelo
assassinato de Ronald. Deixando-os falar, entrei no meu pequeno escritório
que estava ligado à sala de aula. Agarrei meu telefone, ligando para o diretor
para lhe dizer o que tinha acontecido.
***
Ele apontou um dedo para ela. — Você. Não tente beijá-lo de novo,
você é minha.
— Não, eu não sou...
— Você quer apostar. — Ele agarrou sua cabeça e puxou para baixo,
plantando seus lábios contra os dela. Ela tentou se afastar, mas Jasper
segurou firme.
Ia gritar com ele para parar, mas Dante entrou primeiro. Ele bateu na
cabeça de Jasper, falando irritado, — Solte ela!
Ela abanou a cabeça. — Eu não quero que você perca a sua parte por
mim.
— Com ela.
— Não vou.
— Você sabe.
— E...
Ela fez uma careta. — Por que você está fazendo isso difícil, Dante?
— Você realmente quer ir para casa porque está chateada com Happy
Meal ou porque você quer entrar nas minhas calças?
— Dante!
Ela enrugou o rosto. — Mas por que? Você foi tão legal comigo
ultimamente.
Eu atirei um olhar para Jasper. — Você não devia ser tão idiota sobre
isto.
— Dante! — Phelia disse. — Farei o que você quiser. Eu vou ser boa
para você.
Eu olhei para Jasper, que agora estava olhando para o chão, raiva e
confusão em guerra em seu rosto. Doeu vê-lo assim. Sabia que ele tinha
dificuldade em ficar com as garotas, seu peso dificultando muito. Também
sabia que o machucava quando as garotas me rodeavam, ignorando-o.
Respirei, sabendo que tinha que engolir meu orgulho, assim como a bile
agora ameaçando subir, porque meu amigo precisava de mim, não importa
se o que ele queria era me deixar desconfortável. Além disso, se conseguisse
fazer com que Phelia se suavizasse para ele, talvez ela acabaria por deixar
sua paixão comigo e ir para Jasper, porque estava ficando muito velha.
Voltei minha atenção para Phelia. — O que vai levar você a sair com
Jasper?
Ela sacudiu a cabeça. — Nada.
— Positivo.
— Um trio?
Ela olhou para Jasper, que estava olhando para ela com olhos
sonhadores, meu amigo implorando para ela sem mesmo dizer uma palavra.
Ela olhou para mim. — Contanto que você esteja na minha frente o
tempo todo e eu possa fazer o que quiser com você, — ela disse mais
prontamente do que eu esperava, seu rápido acordo me pegando de
surpresa. Talvez estivesse errado ao defendê-la no outro dia, porque de nós
três, eu era o único que tinha resistido à ideia.
— Diga sim, — Jasper disse, chamando minha atenção para ele. Seus
olhos estavam agora implorando, o desespero vindo dele em ondas. — Você
não me deve nada se fizer isso por mim, — acrescentou. — Eu vou dever a
você.
Olhei para Phelia, que também estava me encarando com uma
expressão de súplica. — Ok, — forcei, sabendo que precisava de um monte
de drogas para superar isso.
29
Doeu... feriu tanto saber que Phelia estava com Dante agora. Desde
aquele dia que eles tinham pulado um ensaio, ela saiu com ele e Jasper, não
se afastando deles. Um dia antes de meu marido voltar de Londres, observei-
a correr uma mão para cima e para baixo no braço de Dante enquanto
ensaiavam suas falas no palco, o que ela estava fazendo me chateando mais
do que o normal. Sabia que não tinha o direito de ficar com raiva, que não
tinha direito sobre Dante. Eu era a única que o havia rejeitado, e não o
contrário. Mas à medida que os minutos passavam, me encontrava ficando
mais e mais ferida. Então ela segurou sua mão, aquele pequeno gesto
finalmente me fez estalar.
— Mas, eu só estava segurando sua mão, e ele está bem com isso.
Eu mudei meu foco para Dante. — Você está bem com isso? — Eu
perguntei, desejando que ele não parecesse tão bem. Era dia informal, o que
significava que ele não estava de uniforme. Em vez disso, ele estava vestindo
jeans desalinhados e uma camisa do Bob Marley, que o fez parecer sexy, a
palavra encaixando bem para seu físico.
— Claro que estou bem pra caralho com isso, — ele me respondeu,
seu tom excessivamente áspero.
Ele fez uma careta. — Qual é a sua questão? Não parece que ela
tenha desabotoado minhas calças.
— Sinto muito ter perdido a paciência, mas estou aqui para ajudá-lo
com o musical, não para ver o que ela estava fazendo lá em cima.
— Ok. Deixa comigo. Ela não pode me tocar, mas posso tocá-la. —
Ele passou um braço sobre os ombros dela, descansando sua mão em seu
peito.
Eu não respondi.
Fui para o meu escritório, que estava do outro lado do quadro branco
da minha sala de aula. Estava entalado entre outra sala, uma pequena caixa
sem janelas. Fechando a porta atrás de mim, liguei a luz e caí em minha
cadeira, sentindo vontade de chorar. Não entendia porque o queria tanto.
Sim, ele era lindo, sim, ele era intensamente sexual, mas me deparei com
outros homens lindos e sexuais antes... Não, estava errada, porque nunca
encontrei alguém tão sexual como Dante. Saia dele em ondas: o jeito que ele
olhava, suas expressões, o modo como ele andava, sua voz, suas palavras - e
estava me deixando louca. Eu queria gritar, raiva de alguma coisa, qualquer
coisa... Não, queria que ele me fizesse gozar, mas tudo que podia fazer era
usar minha mão.
Dante.
— Você acabou de gozar dizendo meu nome, — disse ele, sua voz
mais profunda do que eu já ouvi.
Eu olhei para ele em descrença. Ele deu em seu pau alguns golpes,
em seguida, puxou um preservativo do bolso. O fato de ele ter um pronto era
surpreendente, mas a forma como ele rolou, deslizando-o sobre seu eixo
duro com tal fluidez foi desconcertante. Era como se ele tivesse feito isso um
milhão de vezes antes, o movimento de segunda natureza para ele. O
sentimento inquieto cresceu, me arrastando um pouco fora do meu choque,
mas ainda não conseguia dizer uma palavra. Ao invés disso, um tremor de
excitação indesejável percorreu meu corpo, superando o mal-estar e todo
outro pensamento lógico, minha mente em constante estado de fluxo,
mudando entre emoções mais rápido do que eu poderia processar.
Então ele se inclinou para mim, me dando outro sorriso. Ele tinha-
me. E ele sabia disso.
Eu tinha que sair agora, empurrá-lo para longe como fiz na detenção.
Precisava sair da sala, porque se não, me arrependeria. Mas novamente, não
fiz nada, além de olhar para o seu rosto bonito. Aqueles olhos escuros. A
curva perversa de seus lábios. Tudo tão cativante.
Medo
Desejo
Vergonha
Necessidade
Prazer
Querer
Eu estava condenada.
E as consequências começaram.
SHATTERED POETRY
Em breve...
*
BROKEN ENGLISH
Dedicando nosso tempo até que ficamos presos, para nunca mais ver a luz
do dia
Não são sempre por escolha, mas necessidade, vidas de nossas famílias
estão em risco
Porque dinheiro não flui para nós como flui nas ruas de Herne Bay
Fodendo
Chamado de amianto
Deixada em nós
Não mais
Um trovador moderno
Uma nota especial do autor:
Gostaria de perguntar se você poderia rever esta história junto com qualquer
um dos meus outros livros que você leu, independentemente de você ter
amado ou odiado, porque cada revisão conta, especialmente para autores
auto-publicados.
Aqui está o link para a minha página autor do Amazon, onde você pode
encontrar todos os meus livros:
http://www.amazon.com/Marita-A.-
Hansen/e/B005H5W79K/ref=ntt_athr_dp_pel_1
Além disso, se você estiver interessado em ler mais sobre uma versão mais
antiga do Dante, ele esta na série Behind the Lives (a partir do livro 2 em
diante). Ele também tem uma cena no livro 1, embora tenha em atenção que
Behind the Hood tem um sentimento diferente para o resto de sua série. No
entanto, se você ler Behind the Lives, não assuma o resultado de Broken
Lives. Se a primeira trilogia de Broken Lives for bem-sucedida, vou escrever
uma segunda trilogia sobre Clara e Dante, apenas continuando sua história
nove anos depois.
Atenciosamente,
Marita A. Hansen.
Marita A. Hansen é de Nova Zelândia. Ela adora escrever, criar arte, assistir,
participar do futebol e correr. Ela correu sua primeira maratona em 2012 e
agora está planejando completar muitos mais. Para mais informações sobre
Marita confira estes links:
Página do Facebook:
https://www.facebook.com/pages/Marita-A-Hansen/113130742120676
https://www.facebook.com/pages/My-Masters-
Nightmare/167338690126962
Blog Site:
http://maritaahansen.blogspot.co.nz/
http://www.amazon.com/Marita-A.-
Hansen/e/B005H5W79K/ref=ntt_athr_dp_pel_1
Goodreads’ Author Page:
http://www.goodreads.com/author/show/5129673.Marita_A_Hansen
Artslant Page:
http://www.artslant.com/global/artists/show/74433-marita-hansen
Twitter: @MaritaAHansen