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OBJETIVO

- Citar as medidas de prevenção de acidentes com animais peçonhentos.

- Executar a captura de ofídios não peçonhentos.

- Descrever as medidas de primeiros socorros aplicáveis aos acidentes com


peçonhentos.
SUMÁRIO

I - INTRODUÇÃO

II - DESENVOLVIMENTO

1. Generalidades
2. Ofídios
a - Aspectos anatômicos e fisiológicos
b - Classificação pela sistemática animal
c - Classificação quanto à dentição
d - Diferenciação entre peçonhentos e não peçonhentos
e - Espécimes mais comuns

3. Aracnídeos
a - Aranhas
b - Escorpiões
c - Outros

4. Peçonha
a - Características, funções
b - Ação da peçonha
c - Sinais e sintomas
d - Ações imediatas de socorro
5. Soroterapia
a - Características dos soros
b - Teste de sensibilidade
c - Princípios de aplicação

6. Prevenção de acidentes
7. Prática de apanha

III - CONCLUSÃO
I. INTRODUÇÃO

1. Importância do Assunto
- Características do terreno
- Forma de emprego dos COMANDOS

II. DESENVOLVIMENTO

1. Generalidades
Animais Peçonhentos
Animais Venenosos
Funções da Peçonha

2. Ofídios
“estórias”
a. Aspectos Anatômicos / Fisiológicos
1) Esqueleto
a) cabeça
- parte fixa - crânio
- parte móvel - mandíbula
- osso quadrado - 180º
b) vértebras
c) costelas
2) Pele
- mimetismo
3) Sistema Digestivo
- língua - (ligada aos órgãos de Jacobson)- olfato/gustativo.
4) Órgãos Sensoriais
- Fosseta loreal - termoreceptor - Orienta Atq/Def

5) Sistema Nervoso
- Visão Deficiente - Pupilas - “hipnotismo”
- Audição nula
- Vibrações no solo

6) Reprodução
- Ovíparas - Coral e Surucucu
- Ovovivíparas - Jararaca e Cascavel
- Filhotes
- Hemipênis

7) Sistema Urogenital
- Cloaca

8) Sistema Respiratório

9) Alimentação
- Metabolismo
- Adaptação ao meio
- Coral
- Sucuri e Jibóia
- Boipeba

10) Sistema Circulatório


11) Inimigos Naturais

12) Agressividade - Bote - Picada


- Corais
- Jararaca/ Cascavel

13) Muda

14) Habitat /Hábitos

Habitat:
- Terrestres
- Aquáticos
- Arborícolas

Hábitos:
- Diurno/Noturno
- Peçonhentos
- Não Peçonhentos
15) Pecilotermos

b. Classificação pela sistemática animal

Família Gênero Nome Vulgar


crofalidae crotalus cascavel
botrops jararaca
lachesis surucucu
elapidae micrurus coral verdadeira
boidae boa costritor jibóia
eunectes marinus sucuri
colubridae ---------- jaracuçú do brejo
muçurama
falsa coral
c)Classificação quanto à dentição

Classificação Dentes Nome Vulgar


Áglifas - não possuem inoculadores jibóia - sucuri
caninana - etc
Opistóglifas - pares posteriores falsa coral
muçurana
Proteróglifas - presas anteriores fixas
- sulcos profundos na lateral coral verdadeira
por onde escorre a peçonha
Solenóglifas - presas anteriores móveis cascavel - urutu
- canal central jararaca - surucucu

d) Diferenciação
- fosseta loreal
- chocalho
- cauda
- presas anteriores
- pupila
- cabeça
- atitude de ataque
- escamas eriçadas
- sintomatologia
- picada
e) Espécies mais comuns

Família Exemplar Características


Crotalídae cascavel - chocalho
Botrops jararaca - maior númerode Acdt
urutu - “combinado”
caiçaca
cotiara
surucucu de patioba
Lachesis surucucu - grande Qtde peçonha
pico de jaca - 4,5 metros
- bote 4/5 do
comprimento

Elapidae coral verdadeira - calma (não agressiva)


sucuri - até 12 metros
Boidae - “dorme na água”
jibóia - até 8 metros
- “dorme na árvore”
Colubridae falsa coral
muçurana
caninana
3) Aracnídeos

- Solo, pedras, folhas e árvores


- Crianças

a) Aranhas

1) Verdadeira
- Armadeira -neurotóxica - salta até 30 cm
- Marrom - proteolítica e hemolítica
- Tarântula -proteolítica
- Viúva negra -neurotóxica

2) Não verdadeiras
- Caranguejeira

b) Escorpiões
- Ocos de paus
- Peçonha neurotóxica
- Tityus Serrulatus - amarelo
- Tityus Bahienses - escuro (preto)

c) Abelhas
4) Peçonha

a. Características e funções

b. Ação da peçonha

Ação Características
- dor
- edema
Proteolítica - equimose
- rubor
- bolhas
- necrose
Anti Coagulante - coagulação do fibrinogênio
Hemolítica - quebra glóbulos vermelhos
- alterações urinárias
Neurotóxica - Ptose palpebral
- diplopia
- mialgia
- sialorréia
- dispnéia
- anisocoria

- filhotes
c. Sinais e Sintomas - dependem:
- local da picada
- sensibilidade da vítima
- quantidade de peçonha
- alimentação (tempo)
- jeito
1) Acidente Botrópico

- proteolítica
- anti-coagulante
- edema (inchaço)
- dor local
- hemorragias
- equimose (vermelhidão)
- bolhas, necrose, abscesso

2) Acidente Crotálico

- neurotóxica
- ptose palpebral
- diplopia (visão dupla)
- anisocoria - pupilas de tamanho diferentes - visão turva
- ação hemolítica
- urina turva
- insuficiência renal aguda
- oligúria(diminui volume urinário)
- anúria(ausência volume urinário)
3) Acidente Elapídico

- neurotóxica
- ptose palpebral
- diplopia - visão dupla
- anisocoria - pupilas de tamanho diferentes - visão turva
- mialgia - dor muscular
- sialorréia - salivação excessiva
- dispnéia - dificuldade respiratória
- paralisia respiratória
- curarizante

4) Acidente Laquético

- poucos casos estudados


- idem Acdt elapídico, acrescidos de sinais de excitação vagal
(bradicardia, hipotensão arterial e diarréia)

5) Acidente com Phoneutria (armadeira)

- neurotóxico - dor local imediata e intensa na raiz do


membro acometido
6) Acidente com Lycosa (tarântula)

- benigno sem importância médico-sanitária


- proteolítico geralmente assintomático local
- discretíssima dor local

7) Acidente com Loxosceles (aranha marrom)

- proteolítico - após 12 a 24 horas é considerável a dor local.


- hemolítico - 12 a 24 horas após - pode evoluir p/ anúria e insuficiência renal aguda.

8) Acidente por escorpiões


- veneno neurotóxico periférico.
- dor local imediata, muito intensa e irradiada.
- não é raro que o animal pique mais de uma vez.
d) Ações Imediatas de Socorro

1)Ofídios Peçonhentos

a) identificar o peçonhento com cuidado


b) sucções no local
c) ferido em repouso
d) proteger o ferimento
e) manter o membro afetado para cima
f) evacuar o mais rápido possível (+ de 02 horas)
g) jamais aplicar o garrote
h) não romper lesões bolhosas

2) Acidentes com aranhas e escorpiões

a) aplicar anti hístaminía - (IM) - fenergan - prometazina


b) infiltração local com anestésico tipo lidocaína, sem vaso-constritor (4ml) ao redor
do ponto da picada.
c) caso o paciente não apresente sinais de melhora após três aplicações de
anestésico, com intervalos de 60’ entre cada aplicação, evacuar.
5)SOROTERAPIA

a. Características dos soros

- a partir de equídeos hiperimunizados


- técnica de conservação - 2º a 8º C positivos
- prazo de validade - rótulo(3 anos) - não desprezar os
vencidos, considerar, em princípio, como tendo a metade da potência

b. Princípios da soroterapia

- especificidade
- presteza
- dose suficiente
- dose única

c. Teste de sensibilidade

- injetar 0,1 ml SAO diluído em 0,9 ml de soro fisiológico (água destilada) via
intradérmica na face interna do antebraço.
- ler após 15 minutos
1) Reação positiva

- pápula (área da pele com relevo - alergia)


urticoriforme

2) Reação negativa

- ausência de pápula

3) Aplicação da soroterapia

a) Reação negativa

Após realizado o teste de sensibilidade e verificado que o combatente é negativo, a


conduta a ser tomada é a seguinte:
(1) Aplicar um anti-histamínico (exemplo prometozina, nome comercial “fenergan”)
pela via intra-muscular na proporção de 50 mg ou 2 ml (01 ampola).
(2) Aguardar 15 minutos, verificando sempre os sintomas do combatente.
(3) Em seguida, não havendo reações, aplicar a soroterapia específica, ou seja,
01(uma) ampola de soro por via intravenosa, até completar a quantidade mínima de
neutralização do veneno.
(4) Em caso de o combatente apresentar sintomas de choque durante a aplicação
do soro, deve-se interromper a mesma e aplicar de 0,3 a 1 ml de adrenalina 1:1000 por
via sub-cutânea, se houver parada cardíaca utiliza-se a via I.V.
(5) A adrenalina deverá estar sempre na seringa, pronta para o uso imediato.
(6) Na situação acima exposta, está se considerando o caso de um acidente em
local afastado de um centro médico, onde a ocorrência de choque seria mortal, sem a
existência de pessoal, equipamento, material especializado e o tempo para evacuação
for superior a 02(duas) horas.
b) Reção positiva

Após realizado o teste de sensibilidade e verificado que o combatente é positivo, a


conduta a ser tomada é a seguinte:
(1) Aplicar anti-histamínico (Ex: prometazina, nome comercial “fenergan”) pela via
intra-muscular na proporção de 50 mg ou 2 ml ou 1 ampola.
(2) Aguardar 15 minutos.
(3) Após, inicia-se a dessensibilização do combatente, aplicando-se 0,5 ml do soro,
via sub-cutânea, observando-o por 15(quinze) minutos.
Após, aplica-se 1 ml de soro, via sub-cutânea e espera-se mais 15(quinze)
minutos, em seguida, aplica-se 2 ml de soro, via sub-cutânea e novamente aguarda-
se o tempo de 15(quinze) minutos.
(4) Terminado a dessensibilização e não havendo reação do combatente, aplica-se
então a soroterapia especificada, ou seja, aplicação do soro, ampola por ampola, via
intra-venosa.
(5) Em caso de o combatente iniciar os sintomas de choque, aplicar 0,3 a 1 ml de
adrenalina (1:1000) por via sub-cutânea, se houver parada cardíaca, utiliza-se a via
intra-venosa.
(6) A adrenalina deverá estar sempre na seringa, pronta para uso imediato.
(7) Idem à letra f do número 1, da aplicação, modo de proceder.
OBSERVAÇÃO: a) Em qualquer dos casos das reações positivas ou negativas,
deve-se aplicar as condutas mencionadas se o combatente estiver em estado grave,
não esperando o tempo para evacuação.
b) Os dados acima expostos, estão baseados no “Manual de
diagnóstico e tratamento de acidentes ofídicos” do Ministério da Saúde, Brasília, Centro
de documentação do Ministério da Saúde, 1987.
d. Soroterapia para casos de acidentes com aranhas e escorpiões

Nos acidentes com aranhas e escorpiões, normalmente o tratamento sintomático é


suficiente. Nos casos de dor intensa, poderá se fazer infiltração local com anestésico tipo
lidocaína 2% (xilocaína, marcaína, etc), sem vasocontritor, além da administração de um
anti-histamínico via intramuscular.
A soroterapia somente será indicada nos casos em que após três aplicações do
anestésico tipo lidocaína (4 ml cada aplicação), com intervalo de 60 minutos entre cada
aplicação, se houver persistência da dor no local.
Não havendo modificações dos sintomas, evacuar.
Vale salientar que segundo o Instituto Vital Brazil, somente 5% dos casos de acidentes
com phoneutria, 4% dos acidentes com loxosceles e 7% dos acidentes com escorpiões,
houve a necessidade de aplicação do soro específico.
6. PREVENÇÃO DE ACIDENTES

a. Estacionamento - durante um estacionamento em que a tropa tenha que permanecer


nele por algum tempo, tem-se que tomar certos cuidados, abaixo descritos.
- Armação da rede: cuidados com árvores caídas que servirá de apoio, poderá ser uma
casa de “tucandeira” uma vez que estando podre, mesmo que ainda de pé.
- Limpeza de área: muito cuidado com restos de comida, pois estes atraem roedores
que atraem os ofídios.
- Equipamento e fardamento: nunca deixe jogados no chão, evitando assim surpresas
com escorpiões e aranhas. Mesmo deixando-os pendurados, não se esquecer de sacudí-
los antes de usar, os coturnos deverão ser colocados em uma vara e de cano pára baixo
ou fechada a sua boca com a meia presa pelo elástico de calça. Os escorpiões podem
entrar no “boot” devido ao calor, após o mesmo ter sido retirado.
- Banho: de preferência, tomar banho durante o dia, evitando o amanhecer e o
anoitecer, hora em que os animais começam a sair para beber água, tomar banho e caçar.
- Deslocamentos: evitar se deslocar, mesmo dentro do estacionamento à noite,
principalmente sem o coturno, pelas mesmas razões ditas acima (75% dos acidentes
ocorrem nos 2/3 dos membros inferiores.
- Fogo: a permanência do fogo aceso durante a noite é sempre uma boa medida de
segurança.
b. Marchas

Sabedores que somos dos hábitos e habitat dos animais peçonhentos, não esqueçamos
dos seguintes procedimentos:
- Atravessar troncos caídos sem pisá-los e antes de o fazer, verificar rapidamente se
não existe nenhum ofídio do outro lado, nem tão pouco usar os troncos como passarela ou
trilha.
- Evitar, durante o deslocamento, bater desnecessariamente em folhas de palmeiras ou
galhadas (casa de caba ou formiga).
- Nos altos, fazer sempre uma inspeção visual em troncos podres, em pé ou caídos, em
baixo de folhas, galhos de pequenos arbustos, tudo antes de sentar, deitar ou se encostar
para o descanso.
- Normalmente, numa marcha, o elemento picado é o segundo ou terceiro homem, em
princípio não é o primeiro.
- Não andar descalço. O emprego de bota pode evitar grande número de acidentes
(72% dos acidentes são no pé, terço inferior e meio da perna).
- Não introduzir a mão em buracos do chão, como por exemplo tocas de tatus,
cupinzeiros ou montes de pedras ou sob pedras grandes. Todos estes lugares são
habitações comuns de serpentes. Este descuido produz acidentes na ordem de 15%.
- Olhar com muita atenção o chão por onde caminha e locais onde possa desejar
apanhar pequenos objetos ou animais. Prestar atenção nos ruídos da mata.
- Não segurar em galhos durante o deslocamento, pois existem serpentes arborículas.
- Evitar o manuseio de serpentes vivas ou mesmo mortas - As serpentes venenosas
mesmo quando mortas podem também causar acidentes se alguém, por descuido, se ferir
com suas presas, que poderão conter veneno.
- Ter cuidado especial com os matagais (sapé, capim, mato baixo) e montes de folhas
mais ou menos secas, que podem ser depósitos de serpentes e suas ninhadas. Lembrar
sempre que a presença de muitos roedores em áreas cultivadas indica número apreciável
de cobras peçonhentas nesssas regiões.
- É importante lembrar que as corais verdadeiras, para a maioria das pessoas, são
dificilmente diferenciáveis das falsas corais.
- Grande parte dos acidentes com corais venenosas, para a maioria das pessoas, são
dificilmente diferenciáveis das corais não venenosas.
- Grande parte dos acidentes com corais - que são gravíssimos, com morte rápida -
ocorrem por imprudência do acidentado - que manuseia a coral venenosa pensando tratar-
se de falsa coral. Nestes casos aplica-se o soro anti-elapídico.
7.PRÁTICA DE APANHA

a. Técnica de apanha
1)Orientação para a captura

a)Cobras :
- uso de botas
- laço de lutz
- caixa de madeira p/ apanha
- forquilha (2m)
- gancho (2m)

b)Aranhas
- inverter um recipiente qualquer
- evitar gestos bruscos
- algodão embebido em água - 8 dias
- pinça de bambu
- separá-los

c)Escorpiões
- idem aranha
- pinça
- segurar pela cauda
- podem ficar juntos
- bagaços de cana úmida ou cascas de
de árvores - 8 dias

2)Técnica de apanha de ofídios c/ as mãos


- utilizar meios auxiliares(varas,
forquilhas,laços,etc)
- último caso : captura c/ as mãos
- nunca quando estiver em “s” ou
enrodilhado - “dessenrolá-lo”
- movimento rápido e decisivo,logo abaixo
da cabeça polegar e indicador
- não peçonhentos: outro desvia atenção
pelo calor (pois são praticamente cegos
e surdos)

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