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Quadro clinico de TT or PB

• Com uma ou poucas placas eritematosas, infiltrativas e assimétricas.


• As lesões são hipocrómicas, vermelhas ou castanhas, ovais ou
arredondadas e elevadas.
• Bordo externo elevado, bem delimitado
• Tendência à cura central.
• Anestéticas e menos pêlos com descamação.
• Baciloscopia negativa.
lepra Tuberculoide
Lepra PB, doente BT :

lesões mais delimitadas, sem


sensibilidade, com superfície seca
A lesão tem cura central,
Bordos bem definidos
e lesões satélites
Pesquisa de bacilos: raros ou
ausentes
Placas menos
definidas, mais
numerosas bordos
menos nítidos, e pode
apresentar lesões
satélites

Baciloscopia negativa

lepra Borderline tuberculoide


Doente BT com mais de
5 lesões
Muitas lesões, mas
com características do
polo tuberculóide

lepra Borderline
Doente BT com mais de 5
lesões
Muitas lesões em placa,
assimétricas, eritematosas,
com bordo bem definidos
Grande parte do
tegumento cutâneo
afectado. A
hipocromia é ligeira,
mas ainda assim
Podemos ver algumas
características do polo
tuberculóide, como
algumas lesões com
limites mais ou menos
bem delimitados. Isto
mostra que existe
alguma actividade
imunitária mediada
por células. A
baciloscopia é rica em
globias

lepra Borderline lepromatosa


Lesões cutâneas
numerosas,
brilhantes, com
pouca delimitação;
menor
comprometimento
da sensibilidade;
Pesquisa de bacilos
positiva

lepra Borderline lepromatosa


Lepra lepromatosa. Notar
o grande número de
lesões, os limites muito
difíceis de definir. Nesta
forma, a sensibilidade
pode não estar alterada ou
pouco alterada, sobretudo
quando as lesões são mais
ou menos recentes. Mas,
se estes doentes nesta
forma não forem tratados,
então a sensibilidade vai
desaparecendo à medida
que o tempo passa, e em
geral, essa alteração inicia
pelas extremidades dos
membros inferiors e “vai
subindo” a toda a pele
progressivamente. Na
forma LL, quase toda a
pele está afectada. São
biliões de bacilos, só
globias enchendo o campo
microscópico.
Toda a pele do
rosto afectada.
Tem outras 2
características do
pólo Lepromatoso:
a MADAROSE –
ausência da
metade externa
dos pêlos
supraciliares, e o
NARIZ EM SELA DE
MONTAR – queda
do nariz, que
corresponde à
destruição do
septo nasal. Pele
com o aspecto de
casca de laranja (
no nariz e nas
região geniana)
lepra Lepromatosa
lepra Lepromatosa
com infiltração difusa da
pele da face
Infiltração do pavilhão
auricular.
LL + Madarose
Doente LL (MB)

Pequenas pápulas e
infiltração difusa de toda a
pele
LL
Todas as características de LL: toda a pele do rosto infiltrada,
papular, com muitos nódulos e placas, nariz em sela de
montar e a madarose, que neste caso se observa uma
ausência complete de cílios palpebrais e supracilios. Esta
forma traduz um estado avançado da doença, sem
tratamento, e é conhecida como a facies leonina.
Queda do nariz ou nariz em sela de montar, a
madarose, com a ausência total dos cílios palpebrais e
supraciliares

LL
Lepra - Diagnóstico I:

O diagnóstico e terapêutica precoces são muito importantes para:

• o controlo da doença
• o controlo do doente e
• prevenção de deformidades
Lepra - Diagnóstico II:

• Subdiagnósticos promove transmissão e resulta


em desnecessário sofrimento e deformidades.
Lepra - Diagnóstico III:

• Sobrediagnóstico é responsável por tratamento desnecessário, stress,


estigma e induz em erro as estatísticas epidemiológicas.
Lepra - Diagnóstico IV:

• Um caso de lepra é definido como um indivíduo que não tenha


completado um curso de tratamento e tem um ou mais dos três
sinais cardinais :
Lepra - Diagnóstico V:
• Três sinais cardinais :
1. Lesões cutâneas hipopigmentadas ou eritematosas com perda ou
alteração da sensibilidade.
2. Engrossamento de nervos periféricos com perda da sensibilidade
das áreas por eles enervadas e alteração da função motora.
3. Esfregaço positivo para bacilos.

Estes 3 sinais cardinais levam ao diagnóstico da Lepra.


Esfregaço I:

• O bordo de 1 lesão da
pele ou lóbulo da
orelha é firmamente
pinçada.
• 1 corte 5 mm longo e
2-3 mm profundo é
feito com bisturi.
• A incisão é então
raspada com a lâmina.
Esfregaço II:

• A serosidade obtida é espalhada numa lâmina de vidro e fixada com


uma chama e
• Corada com o método Ziehl-Neelsen.
• Quando positivo: muitos amas ou globias de bacilos podem ser
observados, como na lepra multibacilar (MB) (lepra lepromatosa).
Esfregaço III:
• Na baciloscopia avalia-se o Índice Morfológico (IM) e o Índice
Bacteriológico (IB)
• IM – em microscopia óptica, os BH apresntam-se de 2 formas: a)as
formas homogéneas, ou viáveis, em bastonetes inteiros e b) as
formas granulosas em bastonetes fragmentados. O IM define-se
como a % de formas homogéneas observadas em 100BH.
• IB – corresponde ao número de BH observados por campo examinado
sem ter em conta a sua morfologia. Assim, teremos (-) ausência de
BH, (1+) = 1a 10 BH/100campos, (2+)= 1 a 10BH/10campos, (3+) = 1 a
10 BH/campo, (4+) = 10 a 100 BH/campo, (5+) = 100 a 1000
BH/campo, (6+) = >1000 B
Esfregaço IV:

• A especificidade é quase 100%; contudo, sua


sensibillidade é raramente > 50%, porque doentes
com esfregaço positivo representam apenas 10-
50% dos casos.
Esfregaço V:

• Os esfregaços positivos identificam aqueles com


doença multibacilar que são os mais infectantes e
também aqueles que tiveram uma recaída clínica.
Lepra - Diagnóstico VI:

• As lesões hipopigmentadas anestéticas ou


manchas eritematosas podem ser menos bem
definidas e menos anestéticas na lepra
multibacilar.
Lepra - Diagnóstico VII: Alteração da sensibilidade
• A alteração da sensibilidade é
testada com 1 bola de algodão
• A pele é tocada com ele, não
esfregando,
• Entretanto pede-se ao doente
para fechar os olhos e mostrar o
lugar exacto onde foi tocado
com o algodão.
• Repetir em várias lesões.
• Referência errada e certamente
“não sentir” são diagnóstico de
lepra.
Lepra - Diagnóstico VIII:
• Engrossamento dos nervos
periféricos aparecem
geralmente depois das
lesões cutâneas.
• Os nervos mais vezes
envolvidos são o ulnar
(cubital) e o peroneal
comum (popliteio
externo).
• Nervos engrossados são
mais observados na
doença multibacilar.
Lepra - Diagnóstico IX:
• Uma abordagem equilibrada para fazer um diagnóstico de certeza de
lepra é fortemente recomendado:
• A presença de um nervo engrossado e um outro sinal cardinal tal
como:
• Lesões cutâneas típicas, hipopigmentadas ou eritematosas, com
perda ou alteração da sensibilidade ou
• Uma diminuição típica da função de um nervo, tal como a perda da
sensibilidade das palmas das mãos e plantas dos pés.
Lepra - Diagnóstico X Nervos engrossados:

• Nervos a examinar para engrossamento são


fundamentalmente o grande auricular, o ulnar e o
radial-cutâneo.
• Palpação de nervos engrossados: nenhum outro
teste clínico ou laboratorial tem a mesma alta
sensibilidade e especificidade.
nervo grande auricular engrossado
nervo grande auricular
engrossado
O nervo ulnar é sentido exactamente por trás e acima do epicôndilo
Palpando o nervo radial-cutâneo
Aproximadamente setenta por cento de
doentes leprosos podem ser diagnosticados
por manchas cutâneas com perda ou
alteração da sensibilidade
Lepra - Diagnóstico Xl
• Anátomopatologia:
• É indispensável à classificação de Ridley e Jopling e permite fazer o
diagnóstico nos casos difíceis.
• Nas formas tuberculóides, existe na derme um infiltrado epitelióide
com disposição perianexial e sobretudo perinervosa, feito de cél
histiocitárias epitelióides e/ou gigantes e de linfócitos muitas vezes
dispostos em coroa. Os feixes nervosos cutâneos e as glândulas
sudoríparas são infiltradas e, por vezes, completamente destruídas
pelo infiltrado. A coloração de Ziehl-Neelsen não mostra BH ou
podem ser raros (se BT).
Lepra - Diagnóstico XlI
• Anátomopatologia: continuação
• Nas formas lepromatosas, o infiltrado, muito pobre em linfócitos, é
constituído por cél histiocitárias vacuolisadas ou espumosas, ditas cél
de Virchow. O infiltrado com disposição perianexial e perinervosa
penetra os feixes nervosos que estão espessados, sem os destruir. A
coloração de Ziehl-Neelsen mostra BH em número variável, em
grupos de globias.
• Na forma Indeterminada, existe um infiltrado linfo-histiocitário muito
discreto com disposição grosseiramente perisudoral (glândula
sudorípara) e perinervosa. Este aspecto é muitas vezes pouco
específico. A coloração de Ziehl-Neelsen é geralmente negativo.
Lepra - Diagnóstico XlII
Uma vez feito o diagnóstico, é obrigatório fazer a pesquisa da sensibilidade táctil de:
• 1. da córnea
• 2. da região palmar;
• 3. da região plantar.
E fazer a pesquisa da função motora dos dedos das mãos e dos pés

• A sensibilidade táctil nos olhos é pesquisada com um algodão, passando pela córnea dos
ólhos. Se estiver sensível, o paciente não permite o toque e pestaneja, mas se está
ausente, permite o toque sem pestajenar.

• Nas regiões palmares e plantares em geral pesquisa-se a sensibilidade dolorosa e usa-se


para o efeito um lapis com ponta afiada, tocando a polpa dos dedos, a região tenar e
hipotenar e 3 pontos na palma das mãos ao nível das cabeças dos metacarpos. Na região
plantar faz-se o mesmo exercício nas áreas corresnpondestes à região palmar.

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