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MICOBACTÉRIAS

Profª Chaiane Moraes

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Mycobacterium
Gênero de bactérias altamente patogênicas,
associado a duas doenças comuns:

➢Tuberculose
➢Hanseníase (lepra)

• Ordem:Actinomycetales
• Família: Mycobacteriaceae
• Possui um único gênero: Mycobacterium
Mycobacterium
BAAR→ bacilos álcool-ácido resistentes

• Parede celular rica em lipídios, tornando


a superfície hidrofóbica e resistentes a
muitos desinfetantes e corantes usuais.

• Uma vez coradas não descoram com


solução de álcool-ácido.
PAREDECELULAR DAS MICOBACTÉRIAS

Cápsula
glicolipídeos

Ácidos micólicos ou
Mycomembrana

peptideoglicana
arabinogalactano
membrana
citoplasmática
Micobactérias

TRANSMISSÃO: através de aerossóis no ar, expelidas quando


pessoas infectadas tossem.

Divisão

• Há somente um gênero
• + 70 espécies
Micobactérias
• M. tuberculosis e o M. leprae são patógenos humanos
conhecidos.

• Outras espécies de micobactérias são usualmente saprófitas,


enquanto algumas podem ser oportunistas e até letais.

• Existem mais de 50 espécies de micobactérias associadas a


doenças em humanos.
Micobactérias
Características
• Bacilos aeróbios
• Fracamente gram-positivos
• Imóveis
• Não formadores de esporos
• Os bacilos são resistentes ao ressecamento e sobrevivem por
longos períodos em escarro seco
MICOBACTÉRIAS
✓ Mycobacterium tuberculosis

1. Morfologia e Identificação
Nos tecidos: bastonetes retos e finos.
➢Em meios artificiais: formas cocóides e
filamentosas

➢ São bactérias álcool-ácido resistentes.


PROPRIEDADES FÍSICAS DAS
MICOBACTÉRIAS

• Grande resistência ao ambiente seco.

• Baixa resistência aos agentes físicos (calor, luz).

• Resistência variável aos agentes químicos


Micobactérias

Cultura
O diagnóstico laboratorial da tuberculose pulmonar e
outras micobacterioses depende da detecção e
isolamento de BAAR a partir de espécimes clínicos de
origem pulmonar e extrapulmonar, podendo ser
contaminados (escarro, lavado gástrico, urina) ou estéreis
(líquor, sangue, líquido pleural, medula óssea).
Micobactérias
• O meio mais utilizado para o isolamento de micobactérias é o Lowenstein-
Jensen, que é um meio solidificado à base de ovo que contém glicerol e
asparagina, como fontes de carbono e nitrogênio.

• Outros meios solidificados à base de ágar, como o 7H10 e 7H11 de


Middlebrook, também podem ser utilizados.

• Bactérias de crescimento lento


( 3-8 semanas de incubação)

• Bactérias de crescimento rápido


( 3 dias de incubação)
Bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR)

Coloração de Ziehl-Neelsen
• Cobrir o esfregaço com Fucsina fenicada e
aquecer
• Lavar
• Descolorir com solução de álcool-ácido
• Lavar
• Contracorar com azul de metileno
Leitura e interpretação dos resultados da baciloscopia de
escarro corada pelo método de Ziehl-Neelsen

• não são encontrados BAAR em 100 campos = relata-se o resultado como


NEGATIVO;

• são encontrados de 1 a 9 BAAR em 100 campos = relata-se apenas a


quantidade de BAAR encontrada;

• são encontrados de 10 a 99 BAAR, em 100 campos = relata-se o resultado


como POSITIVO +;
Leitura e interpretação dos resultados da baciloscopia de
escarro corada pelo método de Ziehl-Neelsen

• é encontrada em média de 1 a 10 BAAR por campo, nos primeiros 50


campos observados = relata-se o resultado como POSITIVO ++;

• é encontrada em média mais de 10 BAAR por campo, nos primeiros 20


campos observados = relata-se o resultado como POSITIVO +++.
CAMPO MICROSCÓPICO
PASSAGEM DE CAMPO MICROSCÓPICO
Mycobacterium tuberculosis
Bacilo de Koch
✓ Mycobacterium tuberculosis

➢ São aeróbios obrigatórios.

➢Obtêm energia a partir da oxidação de compostos de


carbono.

➢O tempo de duplicação dos bacilos é cerca de 18 h.


Epidemiologia
• Distribuição mundial

• 1/3 da população mundial está infectada


• Grupo de risco:
➢ imunocomprometidos
➢ usuários de drogas ou de álcool
➢ população de rua
➢ indivíduos expostos a pacientes doentes

• O homem é o único hospedeiro natural

• A infecção primária é a pulmonar.


Teste tuberculínico (Teste de Mantoux)

• No Brasil a tuberculina usada é o PPD RT23, aplicado no terço médio da face


anterior do antebraço esquerdo.

• A tuberculina é um infiltrado concentrado de caldo, em que os bacilos cresceram


durante seis semanas, com a obtenção de um derivado protéico purificado (PPD).

• A dose recomendada é de 0,1ml por via subcutânea.

• Indivíduos sem contato prévio com micobactérias não apresentarão reação ao PPD .
• Indivíduos que já tiveram infecção primária desenvolvem endurecimento, edema e
eritema em 24-48horas.

• Nas reações intensas, podem surgir necrose central.

• A reação é considerada positiva quando ocorre endurecimento de


10mm ou mais de diâmetro.

• O PPD torna-se positivo nas 4-6 semanas após a infecção ou a BCG.


Prevenção e Tratamento

Tratamento:
Isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol (2 meses);
Isoniazida e rifampicina (isoladamente por mais 04 meses);
Mycobacterium leprae
Bacilo de Hansen
Mycobacterium leprae

• Doença de Hansen
• Incapaz de ser cultivado em meios artificiais.
• As manifestações clínicas dependem da reação imunológica do
paciente aos bacilos.
• Os tatus são naturalmente infectados e representam os reservatórios
naturais.
• A forma lepromatosa da doença: mais infecciosa.
Transmissão
• Contato pessoa a pessoa.
• Via de transmissão da infecção: ?
• Acredita-se: inalação de aerossóis ou através do contato da pele com
secreções respiratórias e exsudatos de ferimentos.
• Numerosos M.leprae são encontrados nas secreções nasais de pacientes
doentes.
• Confirmação laboratorial: achados histopatológicos compatíveis
com a doença clínica.
• As lesões afetam os tecidos mais frios do corpo: pele, nervos superficiais,
nariz, faringe, laringe, olhos e testículos.
Diagnóstico

• Amostras: raspado da pele ou mucosa nasal, biópsias de pele


e linfa do lóbulo da orelha.

• Bacterioscopia: coloração de Ziehl-Neelsen (fuccina fenicada,


aquecimento, álccol-ácido e azul de metileno)

• Cultura: M. leprae não cultivável

➢ Período de incubação de 2 a 10 anos e sem profilaxia.


Tratamento
Hanseníase Indeterminada
Forma inicial, evolui espontaneamente para a cura na maioria dos casos e para
as outras formas da doença em cerca de 25% dos casos. Geralmente, encontra-
se apenas uma lesão, de cor mais clara que a pele normal, com diminuição da
sensibilidade. Mais comum em crianças.

Tuberculóide
Forma mais benígna e localizada, ocorre em pessoas com alta resistência ao
bacilo. As lesões são poucas (ou única), de limites bem definidos e um pouco
elevados e com ausência de sensibilidade (dormência). Ocorrem alterações nos
nervos próximos à lesão, podendo causar dor, fraqueza e atrofia muscular.
Dimorfa ou Borderline
Forma intermediária que é resultado de uma imunidade também
intermediária. O número de lesões é maior, formando manchas que podem
atingir grandes áreas da pele, envolvendo partes da pele sadia. O acometimento
dos nervos é mais extenso.

Wichorviana ou Lepromatosa

Nestes casos a imunidade é nula e o bacilo se multiplica muito, levando a um


quadro mais grave, com anestesia dos pés e mãos que favorecem os
traumatismos e feridas que podem causar deformidades, atrofia muscular,
inchaço das pernas e surgimento de lesões elevadas na pele (nódulos). Órgãos
internos também são acometidos pela doença.
Wichorviana ou Lepromatosa
• Manchas infiltradas com bordas imprecisas, com pápulas, nódulos e
placas;

• Distúrbios motores, tróficos e anestesia (que surgem tardiamente);

• Comprometimento de mucosa nasal, oral e laringe;


• Comprometimento ocular;
• Adenopatia, anemia;
• Infiltração do fígado, baço e supra-renais;
• Infiltração testicular, levando esterilidade;
• Atrofia e absorção óssea.

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