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MICOBACTÉRIAS
MICOBACTÉRAIS
• Características gerais
Tuberculose
• Epidemiologia
• Patogenicidade e significado clínico
• Diagnóstico Laboratorial
• Suscetibilidade aos antibióticos e terapêutica
• Prevenção
Lepra
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MICOBACTÉRIAS
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Família Mycobacteriaceae
Género Mycobacterium
Existem mais de 70 espécies de Mycobacterium reconhecidas, sendo as mais
familiares são M. tuberculosis (bacilo de Koch) e M. leprae (bacilo de Hansen).
MICOBACTÉRIAS
CARACTERÍSTICAS GERAIS
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MICOBACTÉRIAS
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Géneros e espécies a ter em consideração
MICOBACTÉRIAS
CARACTERÍSTICAS GERAIS
CLASSIFICAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO DE RUNYON - agrupa as micobactérias de acordo com as suas
características culturais (tempo de desenvolvimento e a produção ou não de pigmento após
exposição à luz e/ou na obscuridade)
Os três primeiros de desenvolvimento lento (superior a 1 semana)
Grupo I – fotocromogéneos (apenas produzem pigmento após exposição à luz)
Grupo II – escotocromogéneos (produzem apenas na obscuridade)
Grupo III – não cromogéneos
Grupo IV – de crescimento rápido
*Bacilo de Koch – desenvolvimento lento e não produz pigmento.
*Limitações: não envolve qualquer conceito de patogenicidade nem o significado clínico das várias espécies;
algumas espécies difíceis de classificar (M. leprae não cultivável em meio de cultura não pode ser incluído)
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MICOBACTÉRIAS
CARACTERÍSTICAS GERAIS
• As micobactérias lugar importante na microflora do ambiente: solo
(principalmente), água doce e água do mar.
MICOBACTÉRIAS
CARACTERÍSTICAS GERAIS
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA DAS MICOBACTÉRIAS
Três grupos
1. Patogénios estritos (M. tuberculosis complex)
2. Potencialmente patogénicas ou oportunistas (complexo M. avium-
intracellulare MAI ou MAC, Complexo M. fortuitum-chelonae, M.
kansasii)
3. Raramente patogénicas
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MICOBACTÉRIAS
TUBERCULOSE
SINTOMATOLOGIA mais comum: Tosse crónica, febre, suor nocturno,
dor no tórax, perda de peso lenta, anorexia, adinamia
MICOBACTÉRIAS
TUBERCULOSE - EPIDEMIOLOGIA
OMS (2016)
• Décima causa de morte no mundo
• 10,4 milhões contraíram TB
• 1,7 milhões morreram
• 95% dos casos mortais aconteceram em países subdesenvolvidos
• 56% dos casos reportados pertencem a: Índia, Indonésia, Filipinas,
Paquistão, Nigéria e África do Sul
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TUBERCULOSE - EPIDEMIOLOGIA
• OMS (2016)
MICOBACTÉRIAS
TUBERCULOSE - EPIDEMIOLOGIA
Relatório Global da OMS 2020
Em 2019, aproximadamente:
• 1,4 milhão de pessoas morreram devido à tuberculose,
• 10 milhões desenvolveram a doença,
• 3 milhões não foram diagnosticados ou não foram oficialmente
notificados às autoridades nacionais.
• 465 mil pessoas foram diagnosticadas com TB resistente aos
medicamentos, e destas mais de 60% não conseguiram ter acesso ao
tratamento.
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MICOBACTÉRIAS
TUBERCULOSE - EPIDEMIOLOGIA
Relatório Global da OMS 2020
ALERTA!
As interrupções nos serviços de saúde causadas pela pandemia
Covid19 levaram a retrocessos, ameaçando reverter o progresso
recente na redução da carga global da tuberculose.
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TUBERCULOSE - EPIDEMIOLOGIA
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MICOBACTÉRIAS
TUBERCULOSE - EPIDEMIOLOGIA
TUBERCULOSE PORTUGAL
Segundo a DGS publicação de 2021 (dados de 2020)
Foram notificados 1465 casos. Correspondendo a 14,2 casos/100 mil
habitantes.
• Região de Lisboa e Vale do Tejo e a Região Norte foram as regiões de maior
incidência: 18,0 e 15,2 casos/100 mil habitantes, respetivamente.
• Homens mais afetados que as mulheres (64,8% do total de casos). 2,8% do total
de casos foram crianças com idade <= 15 anos.
• A localização mais frequente da doença continua a ser pulmonar.
• Taxa de mortalidade - 8,2% do total de casos.
MICOBACTÉRIAS
TUBERCULOSE - PATOGENICIDADE E SIGNIFICADO CLÍNICO
• A tuberculose é um exemplo típico de infeção não obrigatoriamente
seguida de doença
(sistema imunológico do indivíduo imunocompetente / nº de
micobactérias presente no inóculo / capacidade de multiplicação)
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TUBERCULOSE - PATOGENICIDADE E SIGNIFICADO CLÍNICO
Primo infeção acompanhada por disseminação hematogénea do bacilo. Pode
implantar-se em todos os órgãos. Doença potencialmente multissistémica.
MICOBACTÉRIAS
TUBERCULOSE - PATOGENICIDADE E SIGNIFICADO CLÍNICO
Enfraquecimento da IMC, os bacilos suplantam o controlo imunitário e
começam a multiplicar-se. Tuberculose secundária.
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
COLHEITA DA AMOSTRA E PROCESSAMENTO
• Amostra colhida antes da antibioterapia
• Colheita apropriada
• Amostras transportadas e processadas imediatamente
• Refrigeração (não mais de uma noite) no caso de haver atraso na análise
• Uma amostra por contentor
• Colher amostras em dias sucessivos (três dias no mínimo)
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
COLHEITA DA AMOSTRA E PROCESSAMENTO
Expectoração
• 5 a 10 ml de produto obtido por uma tosse profunda, ou induzida pela inalação de aerossóis de
salino hipertónico
• Várias amostras
Aspirados brônquicos ou Lavagens brônquicas
• Obtidos por broncoscopia
MICOBACTÉRIAS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
COLHEITA DA AMOSTRA E PROCESSAMENTO
Urina
• Jacto intermédio da urina da manhã
• 15 ml no mínimo
• As amostras devem ser refrigeradas até ao processamento que deve ser o mais rápido possível
Fezes
• Útil em doentes com SIDA ou em indivíduos com risco de SIDA
• Usar contentores estéreis sem conservantes
• Amostra deve ser congelada a –20 ℃ se não puder ser processada imediatamente
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
COLHEITA DA AMOSTRA E PROCESSAMENTO
Sangue
• Doentes com SIDA
• Inoculação direta em meio de cultura / sistema automático
Processos invasivos
• Colheita de amostras de pulmão, pericárdio, nódulos linfáticos, articulações, intestino e fígado
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS
As amostras suspeitas de micobactérias devem sempre tratadas em
câmaras de fluxo tipo II ou III
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS
Homogeneização/Liquefação , descontaminação e concentração
• Expectoração, lavagens gástricas, broncoalveolares, brônquicas e aspirados
traqueais Homogeneização/Liquefação , descontaminação e concentração
MICOBACTÉRIAS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
COLORAÇÃO DAS MICOBACTÉRIAS
As micobactérias não são descoradas pelo álcool e pelo ácido , depois de coradas
por corantes básicos. Bacilos álcool-ácido-resistentes (b.a.a.r.). Deve-se ao
conteúdo da sua parede celular em ácidos micólicos.
Coloração de Ziehl Neelsen (Fucsina básica concentrada como primeiro corante e azul de
metileno como segundo corante. Utiliza calor na aplicação do corante)
Coloração de kinyoun (sem aplicação de calor)
Técnica da auramina
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MICOBACTÉRIAS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
COLORAÇÃO DAS MICOBACTÉRIAS
MICOBACTÉRIAS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
OBSERVAÇÃO DOS ESFREGAÇOS CORADOS
Falsos positivos
• Descoloração mal feita
• Alterações da parede no tratamento com a fucsina básica
Falsos negativos
• Descontaminação zelosa demais
• Perdas nas técnicas de concentração
• Descoloração exagerada do esfregaço
• Fraca coloração secundária
• Falta de experiência do observador
MICOBACTÉRIAS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
MEIOS DE CULTURA e isolamento
Existem meios sólidos e líquidos específicos para o crescimento das micobactérias, não crescem
em meios vulgares.
Löwenstein-Jensen
Componentes: ovos inteiros coagulados, sais definidos, glicerol, fécula de batata
Agente inibidor: Verde malaquite 0,025 g/100ml
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MICOBACTÉRIAS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
MEIOS DE CULTURA e isolamento
MEIOS LÍQUIDOS: Caldo Middlebrook 7H9, Caldo Middlebrook 7H10, 11 e 12, Caldo MGIT, 7H13
(BACTEC 12B e 13A)
MICOBACTÉRIAS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
IDENTIFICAÇÃO PRESUNTIVA
MORFOLOGIA DAS COLÓNIAS /Velocidade de crescimento/ Provas bioquímicas
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
IDENTIFICAÇÃO PRESUNTIVA – VELOCIDADE DE CRESCIMENTO
Influenciada pela espécie presente, meio de cultura, temperatura de
incubação, inóculo inicial
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
IDENTIFICAÇÃO PRESUNTIVA
TEMPERATURA
FOTOREACTIVIDADE
• Fotocromogéneas – produzem pigmento quando expostas à luz
• Escotocromogéneas – produção de pigmento na luz e escuro
• Não cromogéneo – não produz pigmento
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MICOBACTÉRIAS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
IDENTIFICAÇÃO PRESUNTIVA – PROVAS BIOQUÍMICAS
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
IDENTIFICAÇÃO PRESUNTIVA – PROVAS BIOQUÍMICAS
Teste da Niacina
Niacina niacina ribonucleótido
(Niacina = ácido nicotínico)
ácido nicotínico + brometo de cianogénio = composto amarelo
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
IDENTIFICAÇÃO PRESUNTIVA – PROVAS BIOQUÍMICAS
Redução dos nitratos
• M. tuberculosis é nitratase positivo
• Diferencia M. tuberculosis de estirpes escotocromogénicas e complexo M. avium
Catalase
Micobactérias são catalase positiva, exceptuando algumas estirpes de M. tuberculosis, M.
haemophilum, M. gastri e M. marinum
MICOBACTÉRIAS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
IDENTIFICAÇÃO - Mycobacterium tuberculosis
Bacilos ácido-álcool resistentes
Crescimento superior a 7 dias em Löwenstein-Jensen a 37 ºC
Pigmentação na ausência da luz – amarelada
Pigmentação após exposição à luz – amarelada
Niacina +
Catalase termostável –
Catalase –
Redução de Nitratos +
Urease +
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MICOBACTÉRIAS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
IDENTIFICAÇÃO - Mycobacterium tuberculosis
• Métodos de hibridização com sondas DNA e RNA
• Reações de polimerização em cadeia (PCR)
• Xpert® MTB/RIF - Teste qualitativo de PCR em tempo real para deteção
automática do DNA do complexo M. tuberculosis e resistência à rifampicina
(mutações no gene rpbO). Em duas horas tem-se um resultado.
MICOBACTÉRIAS
SUSCETIBILIDADE AOS AGENTES ANTIMICROBIANOS.
TERAPÊUTICA.
Tratamento da tuberculose - Associação de vários tuberculostáticos,
no mínimo 6 meses
Fármacos de 1ª linha
• Rifampicina, estreptomicina, isoniazida, etambutol e pirazinamida
Outros fármacos utilizados
• p-aminosalicilato (PAS), D-cicloserina, capreomicina, aminoglicosídeos
e quinolonas
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MICOBACTÉRIAS
SUSCETIBILIDADE AOS AGENTES ANTIMICROBIANOS.
TERAPÊUTICA.
• Determinação da susceptibilidade aos tuberculostáticos é relevante pelo
crescente número de estirpes multirresistentes
• O tratamento inicia-se com uns fármacos durante dois meses e depois prolonga-
se por mais quatro (no mínimo) com outros fármacos
MICOBACTÉRIAS
PREVENÇÃO
Vacina com BCG
• Deixou de ser obrigatória nos recém-nascidos
• Dada apenas a grupos de risco
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