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TUBERCULOSE

Lidier Roberta
TUBERCULOSE
 A tuberculose (TB) e uma doença infecciosa causada pela
bactéria Mycobacterium tuberculosis, afeta geralmente os
pulmões e pode levar a morte.
MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS
 O complexo Mycobacterium tuberculosis e composto pelas espécies:
 Mycobacterium tuberculosis,;
 Mycobacterium bovis;
 Mycobacterium africanum (mais comum na Africa subsaariana);
 Mycobacterium microti (causa TB em ratazanas) e ;
 Mycobacterium canettii (raro, mas pode provocar doenca em humanos).

 Desses, o primeiro e o principal agente etiológico da tuberculose em humanos.


 As microbactérias pertencentes ao complexo M. tuberculosis foram
primeiramente descritas por Robert Koch, em 1882, o que as levou a serem
também chamadas de bacilos de Koch (BK)

Os BK são patógenos intracelulares, com


a capacidade de se multiplicar no
interior de fagócitos e tem requerimento
de oxigênio.
Dentro de macrófagos, levam entre 25 a
32 horas para multiplicar-se.
 Características:
Infecto-contagiosa;
Acomete principalmente os pulmões;
Existe tratamento e cura.

Agente etiológico:
Bacilo: Mycobaterium Tuberculosis ou Bacilo de Koch
22 países com mais de 80% dos casos (pobreza,
.
falta de condições sanitária e aglomerados);
1milhão de óbitos ano
16º lugar em 2013;
♀ e o grupo etário 45-59 anos .
EPIDEMIOLOGIA
Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose;

Redução de 2% ao ano em 2015;

Melhores estratégias: aumento na cobertura da Estratégia


Saúde da Família e redução da incidência da AIDS e da
proporção de abandono do tratamento;

Tuberculose pós-2015 – “Um mundo


livre da tuberculose: zero morte, adoecimento e sofrimento
devido à tuberculose”

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016)


PATOGENIA
INFECÇÃO DOENÇA
LATENTE

é o período entre a
penetração do bacilo no
organismo e o aparecimento
da TB doença
(LIMA et al, 2013)
FISIOPATOLOGIA
 Quando as bactérias causadoras da TB entram em contato com
o hospedeiro, três situações podem ocorrer:

O sistema imune não O sistema imune consegue


A resposta imune do consegue controlar a conter as bactérias, de forma
hospedeiro elimina replicação dos bacilos, latente, podendo provocar a
completamente o agente. causando a tuberculose tuberculose pós-primária ao
primaria. escapar do sistema imune.
FISIOPATOLOGIA
Os BKs são As microbactérias
Quando os começam a se multiplicar
bacilos atingem rapidamente
dentro dos macrófagos e
os alvéolos fagocitados por
se difundem para as células
macrófagos alveolares. vizinhas.

Por motivos não bem


definidos, o sistema Após essa primeira reação
imune falha e os inflamatória do sistema imune
bacilos começam a se
replicar inato, o sistema imune
descontroladamente, adaptativo leva a migração de
tornando a doença neutrófilos, linfócitos e outras
ativa, com a
manifestação
células imunes ao primeiro sitio
Forma um infiltrado celular que,
subsequente de sinais depois, assume a estrutura de um de infecção (pulmonar).
e sintomas. granuloma, com componentes
fibróticos, envolvendo-o e
tornando-o calcificado.
CLASSIFICAÇÃO
 TB PRIMÁRIA:
 Pacientes que entram em contato com o bacilo pela primeira vez, geralmente crianças,
desenvolvem um tipo de tuberculose dita primária.
 TB PÓS-PRIMÁRIA:
 Uma vez infectada, a pessoa pode desenvolver tuberculose doença em qualquer fase da
vida. Isto acontece quando o sistema imunológico não pode mais manter os bacilos “sob
controle” e eles se multiplicam rapidamente.
 TB SECUNDÁRIA:
 No adulto, em pessoas que tiveram contato prévio com o bacilo, ocorre a
tuberculose secundária. Consequência da reativação de um foco primário, ou
através de novo contato com pessoas portadoras do bacilo, reinfecção.
CLASSIFICAÇÃO
 TB DISSEMINADA:
 As formas disseminadas da tuberculose ocorrem na ausência de uma resposta
imunológica adequada, onde, após a disseminação do bacilo por via
hematogênica, tem início uma lesão granulomatosa, geralmente rica em bacilos,
formando nódulos pequenos e amarelados (tuberculose miliar), seja no
parênquima pulmonar, seja em pleura, fígado, medula óssea, meninges, ou
qualquer outro órgão.
 TB EXTRAPULMONAR:
 A partir de um foco inicial, primário ou secundário, pode haver
disseminação do bacilo, através da árvore traqueobrônquica, da corrente
sanguínea ou linfática levando a formas isoladas, localizadas mais
frequentemente na pleura, linfonodos, ossos, articulações, aparelho
gastrintestinal, rins e sistema nervoso.

A disseminação por contiguidade, via linfática ou hematogênica é causa frequente


de tuberculose pleural, podendo ocorrer a disseminação de granulomas na
superfície pleural e coleções purulentas na cavidade pleural.
Tuberculose Pulmonar:
Tuberculose
. Extrapulmonar:
TB Ganglionar
TB Pericárdia
TB da Laringe
TB Osteoarticular
TB no Sistema Nervoso Central
TB Cutânea........
TB disseminada (tuberculose miliar)
 EXISTEM VÁRIAS ETILOGIAS PARA
TOSSE CRÔNICA!!!!
TRANSMISSÃO
COMPONENTES DA
ESTRUTURA
EPIDEMIOLÓGICA
Para que ocorra a transmissão da
tuberculose (TB) é necessário:
 O agente infeccioso
 O modo de transmissão do mesmo
 A pessoa susceptível
Tosse, espirro, saliva de
Nem todas pessoas que pessoas com TB ATIVA
entram em contato com o
bacilo vão adoecer!!!
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014)
TRANSMISSÃO
 A propagação da TB se dá através do indivíduo bacilífero que, ao tossir, falar ou
espirrar lança na atmosfera gotículas de secreção com bacilos (gotículas de
Pflugge).
 Ao serem inalados, podem alcançar bronquíolos e alvéolos, iniciando assim a
multiplicação bacilar.

A TB não é transmitida através de apertos de mão,


compartilhamento de comida, bebida ou escovas de
dente, contato com roupas de cama, assentos
sanitários ou beijo.
A probabilidade da infecção
tuberculósica evoluir para doença
é diretamente proporcional à
virulência, ao número de bacilos e
inversamente proporcional à
resistência natural e adquirida do
indivíduo;

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014)


PERÍODO de TRANSMISSÃO
 A transmissão da tuberculose é plena enquanto o indivíduo
estiver eliminando bacilos.
 Com o início do esquema terapêutico adequado, a transmissão
tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de
tratamento chega a níveis insignificantes.
 No entanto, o ideal é que as medidas de controle de infecção
pelo M. tuberculosis sejam implantadas até haja a negativação da
baciloscopia.
SER HUMANO É O
PRINCIPAL
RESERVATÓRIO DA TB.
FATORES DE RISCO

POPULAÇÃO
MAIS
VULNERÁVEL
DIAGNÓSTICO
 O diagnostico definitivo de TB se da pela identificação dos BKs de
uma amostra biológica através da baciloscopia.
 As amostras geralmente encaminhadas para a pesquisa de BK são
escarro, lavado brônquico, lavado broncoalveolar e outras relacionadas
com o trato respiratório.
 Exames como hemograma, bioquímicos e radiológicos podem auxiliar no
diagnostico, direcionando o médico para os testes mais específicos.

História clínica;
Exame microscópico direto (baciloscopia direta do
escarro)  exame prioritário;
 Cultura para microbactéria com identificação de
espécie;
 Teste de sensibilidade antimicrobiana;
 Teste rápido para tuberculose;
 Radiografia de tórax;
Recomenda-se que o teste anti-HIV seja
oferecido.
BACILOSCOPIA (teste do escarro)
 A baciloscopia consiste em realizar um esfregaço em lamina do
material biológico, com posterior coloração de Ziehl-Neelsen.
É uma leve camada de matéria
orgânica sobre uma lâmina de
vidro, para exame
microscópico

Na técnica de Ziehl-Neelsen, a
amostra e primeiramente corada
com fucsina de Ziehl-Neelsen, depois
descorada com alcool-acido e,
posteriormente, contracorada com
azul de metileno.
A parede celular das microbacterias,
com elevado teor em lipídeos,
confere resistência a descoloração
por alcool-acido, deixando os
bacilos corados na cor rosa .
BACILOSCOPIA
QUANTAS AMOSTRAS DE ESCARRO DEVEM SER COLETADAS PARA
DIAGNÓSTICO?
** Devem ser coletadas duas amostras de escarro de cada paciente, para aumentar as
chances de se obter um resultado positivo.
• Primeira amostra - coletada quando o sintomático respiratório procura o atendimento na
unidade de saúde, para aproveitar a presença dele e garantir a realização do exame
laboratorial. Não é necessário estar em jejum;
• Segunda amostra - coletada, na manhã do dia seguinte, assim que o paciente despertar.

Observação: Para o controle do tratamento coleta-se apenas uma amostra.


 A baciloscopia de controle é importante porque permite avaliar o sucesso ou a falência do
tratamento. Para isso, é indispensável que esse controle seja realizado, pelo menos, ao final do 2o ,
do 4o e do 6o mês de tratamento.
IMAGEM de TÓRAX
 Imagens torácicas visualizadas por radiografia convencional,
ultrassonografia, tomografia computadorizada, imagem de ressonância
magnética e tomografia computadorizada com alterações podem levar
a suspeita de TB.
Geralmente, o método de
escolha e a radiografia
convencional.
** Infiltrado focal nos lobos
superiores;

** Opacidade nodular única ou


múltipla, que pode evoluir com
cavitação;

** Opacidades parenquimatosas
lobares associadas a tênues linhas
de permeio, em direção ao hilo
pulmonar, traduzindo disseminação
linfática local,;

**Padrão Miliar;

** Derrame pleural;

** Atelectasias;
. Infiltrações ou consolidações e/ou
cavidades são frequentemente
vistas na parte superior dos
pulmões;

Nódulos pulmonares na área hilar


ou nos lóbulos superiores;

Apenas Rx não determina TB,


mas pode sugerir !!!

(TARANTINO,2007)
RX TUBERCULOSE

Tuberculose
Miliar
Opacidades
nodulares
medindo 1-3 mm
de diâmetro e
distribuídas de
forma simétrica

(TARANTINO,2007)
TRATAMENTO
 A TB e uma doença que pode ser completamente curável.
 O seu tratamento consiste na combinação de diversos fármacos
anti-TB.
 As drogas anti-TB, rifampicina, isoniazida, etambutol, estreptomicina, etionamida e
pirazinamida, são organizadas em esquemas de tratamento, que variam de acordo com o a
idade do paciente, se e caso novo, retratamento, retorno ao tratamento, após abandono,
entre outros fatores.

Os medicamentos utilizados para o


tratamento da TB são eficazes,
porem a não aderência ao
tratamento e um dos principais
motivos para o aumento da
incidência e mortalidade associados
a doença, além do aparecimento de
bacilos multirresistentes.
A tuberculose é uma
.
doença curável em
praticamente 100% das novas
ocorrências;
Associação medicamentosa
adequada, doses corretas e uso
por tempo suficiente;
O tratamento da tuberculose
dura no mínimo seis meses;
Melhora dos sintomas nas
primeiras semanas;
Tratamento gratuito pelo SUS.

(MINISTÉRIO DA
SAÚDE,2014)
Vacinação
. BCG (obrigatória para menores
de um ano);
Melhorar as condições de moradia;
Evitar aglomerações em ambientes
fechados;
O uso regular das máscaras N95/PFF2 em
todos os ambientes de atendimento clínico
de casos suspeitos ou comprovados de
tuberculose.
FISIOTERAPIA no TRATAMENTO
de TB
 TEP + THB + Reabilitação pulmonar:
 O tratamento constitui em relaxamento, exercícios de condicionamento, treinamento e
reeducação da musculatura respiratória.

** Aumento do e do VEF1, da PaO2, do teste de caminhada de 6


minutos, da Pimax, da tolerância ao exercício, melhora dos sintomas
de dispnéia e da qualidade de vida.
.
- Paciente Crítico em UTI:

- Paciente em UTI em
evolução:
.
-Cicloergometria em MMSS:

- Cicloergometria em
MMII
.
-Cicloergometria em MMSS:

- Cicloergometria em
MMII
.
- Progressão de nível funcional ortostatismo e
deambulação :

- Cicloergometria em
MMII
.
-Teste de caminhada de 6 minutos

- Exercícios de caminhada
em esteira
A reabilitação pulmonar é indicada para melhorar a função
pulmonar: .

- Tolerância ao exercício;
- Diminuição de sintomas;
- Melhora do condicionamento físico do paciente;
- Melhora na qualidade de vida.
Lidier Roberta
• Fisioterapeuta;
• Mestre em Patologia;
• Doutoranda em Saúde Integral;
• Especialista em terapia intensiva adulto;
• Preceptora do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando
Figueira (IMIP).

Email: lidierroberta@hotmail.com

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