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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ANIMAIS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DEFESA
SANITÁRIA, HIGIENE E INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE
ORIGEM ANIMAL

JHONATAS RODRIGUES SIMÕES

PREVALÊNCIA DA TUBERCULOSE BOVINA NO


ESTADO DA PARAÍBA NO PERÍODO DE 2008 A 2009

RECIFE-PE
2011
1

JHONATAS RODRIGUES SIMÕES

PREVALÊNCIA DA TUBERCULOSE BOVINA NO


ESTADO DA PARAÍBA NO PERÍODO DE 2008 A 2009

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural


do Semi-Árido – UFERSA, Departamento de Pós-
Graduação para obtenção do título de Especialista em
Defesa Sanitária, Higiene e Inspeção de Produtos de
Origem Animal.

Orientador: Msc. Samy Bianchini

Coorientador: Msc. Inácio Clementino

RECIFE-PE
2011
2

JHONATAS RODRIGUES SIMÕES

PREVALÊNCIA DA TUBERCULOSE BOVINA NO


ESTADO DA PARAÍBA NO PERÍODO DE 2008 A 2009

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural


do Semi-Árido – UFERSA, Departamento de Pós-
Graduação para obtenção do título de Especialista em
Defesa Sanitária, Higiene e Inspeção de Produtos de
Origem Animal.

APROVADA EM:____/____/____

BANCA EXAMINADORA

___________________________________
Msc. Sammy Bianchini
Presidente

___________________________________

Primeiro Membro

___________________________________

Segundo Membro
3

À minha família, que mesmo


distante fisicamente sempre esta ao
meu lado, e ao meu amor Paula,

Dedico!
4

AGRADECIMENTOS

À Deus, criador do universo, por sua presença constante em minha vida, me ajudando
nos momentos bons e principalmente nos difíceis dessa caminhada;

A minha Orientadora Samy Bianchini, pela boa vontade, ensinamentos e amizade;

Ao Coorientador Inácio Clementino pelo fornecimento dos dados e clareza das


informações;

A minha noiva Paula Karinne, sempre ao meu lado, me ajudando e me apoiando;

Ao amigo Elizete Cachiado, pela imensa ajuda durante o decorrer dessa caminhada;

Ao grupo Equalis, professores e funcionários, pelos ensinamentos e colaboração para


minha formação profissional.
5

RESUMO

SIMÕES, J. R Prevalência da Tuberculose Bovina no estado da Paraíba no período


de 2008 a 2009. 2011. 32f. Monografia de conclusão de curso de especialização.
EQUALIS-UFERSA, Recife-PE.

Dentre as enfermidades infecto-contagiosas, a tuberculose destaca-se pelo seu caráter


zoonótico. É uma doença há muitos anos conhecida e constatada pelos Órgãos de Saúde
e Inspeção Animal. O teste de tuberculinização realizado a campo representa um ponto
de partida em potencial para a identificação dos focos desta enfermidade. Este trabalho
teve como objetivo estimar a prevalência da tuberculose bovina no estado da Paraíba, no
período compreendido entre 2008-2009, através de dados epidemiológicos fornecidos
pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca da Paraíba
(SEDAP). No período analisado, foram examinados 62.867 bovinos oriundos de 12.531
propriedades, destes, 305 apresentaram resultado positivo para tuberculose, sendo
diagnosticados pelo teste de tuberculinização, realizados pelos médicos veterinários
habilitados no estado, representando uma prevalência de 0,48%. A região do Agreste
paraibano apresentou maior registro da enfermidade com 148 casos positivos, explicado
pela predominância de criação do tipo intensiva, porém, a região da Mata paraibana
apresentou maior índice de prevalência no estado com 0,65% e a região do sertão
obteve o menor índice de prevalência (0,35%), sendo atribuído ao fato de predominar
nesta região criação do tipo extensiva associado as altas temperaturas durante todo o
ano. Concluiu-se que apesar dos efeitos positivos do programa, como aumento
gradativo no número de exames nas propriedades, a tuberculose bovina ainda esta
presente no estado, demonstrando relevância desta enfermidade em saúde pública.

Palavras-chave: epidemiologia; PNCEBT; tuberculinização; Paraíba.


6

ABSTRACT

SIMÕES, J. R Prevalence of Bovine Tuberculosis in the state of Paraiba in the


period 2008 to 2009. 2011. 32f. Monograph of completion of specialization.
EQUALIS-UFERSA, Recife-PE.

Among infectious diseases, tuberculosis stands out for its zoonotic character. It is a
disease known for many years and found the bodies of Animal Health and Inspection.
The tuberculin skin test performed at field represents a starting point for identifying
potential outbreaks of this disease. This study aimed to estimate the prevalence of
bovine tuberculosis in the state of Paraíba, in the period 2008-2009, using
epidemiological data provided by the Secretaria de Estado do Desenvolvimento da
Agropecuária e da Pesca da Paraíba (SEDAP). Over this period, 62,867 were examined
animals originated from 12,531 properties, of these, 305 tested positive for tuberculosis,
being diagnosed by the tuberculin test, carried out by qualified veterinarians in the state,
representing a prevalence of 0.48%. The region of Paraiba Agreste had a higher
sickness record with 148 positive cases, explained by the predominance of intensive
creation of the kind, however, the region of Paraiba Mata had a higher prevalence rate
in the state with 0.65% and the region had the lowest Sertão prevalence rate (0.35%),
being attributed to the fact predominate in this region creating the type associated with
extensive high temperatures throughout the year. It was concluded that despite the
positive impact of the program as a gradual increase in the number of tests on the
properties, bovine tuberculosis is still present in the state, demonstrating the
relevance of this disease on public health.

Word-key: epidemiology, PNCEBT, tuberculin, Paraíba.


7

SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................ 5

ABSTRACT........................................................................................................... 6

LISTA DE TABELAS E FIGURAS.................................................................... 8

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 9

2 OBJETIVOS.......................................................................................................... 11
2.1 GERAL................................................................................................................. 11
2.2 ESPECÍFICOS..................................................................................................... 11

3 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................ 12
3.1 TUBERCULOSE BOVINA................................................................................ 12
3.1.1 Etiologia............................................................................................................ 11
3.1.2 Epidemiologia................................................................................................... 11
3.1.3 Sinais Clínicos e Patológicos........................................................................... 15
3.1.4 Diagnóstico....................................................................................................... 16
3.1.5 Controle e Profilaxia........................................................................................ 16
3.2 PNCEBT............................................................................................................... 17

4 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................. 18
4.1 TIPO DE ESTUDO.............................................................................................. 18
4.2 LOCAL DA PESQUISA...................................................................................... 18
4.3 COLHEITA DE DADOS..................................................................................... 19
4.4 ANÁLISE DOS DADOS..................................................................................... 19

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................... 20

6 CONCLUSÃO........................................................................................................ 25

7 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 26

ANEXO A – Relatório de utilização de antígeno e tuberculina................................. 29


8

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1 - Prevalência da tuberculose bovina por semestre nas regiões do estado


da Paraíba no período de 2008 a 2009........................................................................ 20

Tabela 2 - Prevalência da tuberculose bovina por ano nas regiões do estado da


Paraíba........................................................................................................................ 21

Tabela 3 - Prevalência da tuberculose bovina nas regiões do estado da Paraíba no


período de 2008 a 2009............................................................................................... 22

Figura 1 - Mesorregiões do estado da Paraíba............................................................ 18

Figura 2 - Tendência linear da tuberculose bovina por semestre nas regiões do


estado da Paraíba no período de 2008 a 2009............................................................. 22

Figura 3 - Tendência linear do número de propriedades que realizaram exames de


tuberculose no estado da Paraíba no período de 2008 a 2009.................................... 23
9

1 INTRODUÇÃO

A Tuberculose Bovina é uma doença infecto-contagiosa de evolução crônica,


causada por uma bactéria pertencente ao gênero Mycobacterium, caracterizada pelo
desenvolvimento de lesões nodulares progressivas em diversos órgãos, denominadas
tubérculos. Trata-se de uma doença antiga, disseminada pelo mundo inteiro e
extremamente importante sob o ponto de vista da saúde pública, por se tratar de uma
zoonose, recebendo atenção especial por parte das autoridades sanitárias, em virtude do
aumento da incidência na população (ROXO, 1996).
Segundo Rieder (2001) os principais fatores que favorecem a transmissão desta
doença no rebanho são o contato aproximado entre os animais, principalmente leiteiros,
criados semi-intensivamente ou em confinamento; presença de um animal portador,
fonte constante de disseminação do agente no ambiente; e resistência deste agente às
condições ambientais.
O principal meio de diagnóstico em animais vivos é a prova da tuberculinização,
que consiste na inoculação pela via intradérmica de uma proteína extraída da cultura do
Micobacterium. Caso o animal esteja infectado, observa-se uma reação de
hipersensibilidade tipo IV após 72 horas da aplicação (BRASIL, 2006)
Os prejuízos à cadeia produtiva em função da tuberculose, estimados entre 10 e
25%, estão vinculados às perdas diretas resultantes da morte de animais, da queda no
ganho de peso e produção leiteira, do descarte precoce e eliminação de animais de alto
valor zootécnico e das condenações de carcaças em matadouros-frigoríficos sob
inspeção sanitária, além de perdas indiretas às propriedades, como prestígio e
credibilidade (BRASIL, 2006).
Nos países desenvolvidos, os programas de controle e erradicação da tuberculose
bovina, reduziram drasticamente a incidência em bovinos e humanos. Segundo dados de
1986, o nível de infecção pela tuberculose no rebanho bovino brasileiro variou de 0,9 a
2,9% (KANTOR & RITACCO, 1994). Neste sentido, o governo brasileiro, por meio do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento (MAPA), instituiu em 2001, o
Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal
(PNCEBT), com os objetivos de diminuir o impacto negativo dessas duas zoonoses na
saúde pública e promover o incremento da competitividade na pecuária nacional.
10

Na Paraíba o programa é executado pela Gerencia Operacional de Defesa


Animal (GODA), a qual é vinculada à Secretaria de Desenvolvimento da Agropecuária
e da Pesca (SEDAP/PB), que coordena as ações de defesa sanitária animal, visando
controlar e erradicar a enfermidade no estado. Segundo dados do IBGE (2007) a
pecuária no estado da Paraíba apresenta um padrão espacial bastante disperso, com
pouco mais de um milhão de bovinos, e com elevada taxa de crescimento.
O conhecimento epidemiológico - ocorrência, manutenção, distribuição e
evolução - de uma doença, é de fundamental importância para instituir medidas de
controle, promovendo a saúde animal e humana. A falta de levantamentos que
enfoquem os aspectos epidemiológicos da tuberculose bovina nos diversos tipos de
propriedades paraibanas, embasados em metodologia científica, motivou o presente
trabalho.
Com isso, objetiva-se nesse estudo, estimar a prevalência da tuberculose bovina
no estado da Paraíba, no período compreendido entre 2008-2009, através dos dados
fornecidos pelo Serviço Oficial de Defesa Animal do estado e desta forma, auxiliar a
defesa sanitária animal e saúde pública no combate desta zoonose.
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2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Estimar a prevalência da Tuberculose em bovinos, no Estado da Paraíba,


diagnosticados pelos testes de tuberculinização no período de 2008-2009.

2.2 ESPECÍFICOS

 Estimar a prevalência da Tuberculose Bovina (TB) por semestre nas regiões


(Metropolitana, Borborema, Cariri, Sertão) segundo os municípios do estado;
 Identificar as regiões que apresentarem maior incidência;
 Avaliar possíveis fatores determinantes e /ou condicionantes dos valores
observados;
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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 TUBERCULOSE BOVINA

A tuberculose, doença infecto-contagiosa que afeta mamíferos e aves, constitui


um sério problema de saúde animal e humana. O agente causador da doença foi
descoberto no final do século XIX e o quadro geral da tuberculose humana e bovina
tem-se agravado, particularmente nos países subdesenvolvidos (BAPTISTA, et al.,
2004).
Seus principais prejuízos foram apontados por Homem (2003) como: redução da
produção de leite entre 10% e 18%, diminuição da conversão alimentar em 20%,
redução de nascimentos de 5% e mortalidade perinatal de bezerros de 1%.
Há séculos a relação entre a tuberculose dos animais e a do homem constitui
motivo de preocupação para as autoridades sanitárias. São numerosas as referências
feitas anteriormente ao perigo que representa para o homem o consumo de carne de
animais sofrendo de caquexia e é muito provável que nesta designação estivesse
incluída a tuberculose bovina. No Talmud, codificado em fins do século II, os rabinos
proibiam ao povo hebreu utilizar-se de carne de bovinos em cujos pulmões fossem
encontradas lesões ulcerativas (MICHALANY, 1995). Em Munique, por volta de 1307,
a morte de 12 estudantes foi atribuída ao consumo de carne de animal tuberculoso
(MYERS, 1940 apud FELDMAN, 1955). Em 1889, Theobald Swit isola o M. bovis e
em 1902, Ravenel obteve a primeira prova definitiva da transmissão da tuberculose
bovina ao homem, decorrente da ingestão de alimentos, isolando em uma cultura pura
os bacilos presentes em gânglios mesentéricos de uma criança falecida de meningite
tuberculosa, no Hospital Infantil da Filadélfia. Tais bacilos foram inoculados em três
bovinos, que em menos de 30 dias vieram a óbito. Os resultados da necropsia desses
animais não deixaram dúvidas de que a causa morte foi tuberculose (FELDMAN,
1955).
A tuberculose bovina, considerada uma zoonose por ser transmitida ao homem,
atualmente vem ganhando destaque no cenário mundial assumindo caráter de doença
profissional, mais freqüente entre os indivíduos que lidam diretamente com animais
infectados ou com produtos provenientes destes, como tratadores, magarefes,
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veterinários e laboratoristas, manifestando-se não somente na forma clássica de


tuberculose intestinal ou escrofulose (transmitida por alimentos), mas, principalmente,
na forma pulmonar (transmitida por aerossóis) (RADOSTITIS et al., 2002).

3.1.1 Etiologia

A tuberculose bovina é causada principalmente pelo Mycobacterium bovis, e


com menor freqüência por Mycobacterium avium e Mycobacterium tuberculosis. Trata-
se de um bacilo delgado de tamanho variável (entre 0,2 – 0,6 x 1,0 – 10 µm), imóvel,
não esporulado, aeróbio e oxidativo (CORRÊA & CORRÊA, 1992; RADOSTITS et al.,
2002). Este microorganismo caracteriza-se por reter a coloração vermelha fucsina
fenicada mesmo após o tratamento com álcool-ácido, recebendo a denominação de
bacilo álcool-ácido resistente (AAR) (KANTOR, 1988).
O M. bovis é um microorganismo pertencente à ordem Actinomycetales e ao
gênero Mycobacterium. Em estábulos, ao abrigo da luz, pode sobreviver por vários
meses e nas pastagens por ate dois anos. Porém, essas bactérias morrem pela
pasteurização do leite, ou ação da luz solar direta em ambiente seco (CORRÊA &
CORRÊA, 1992; CLARKE et al., 2001). É patogênico para as espécies domésticas e
silvestres, principalmente bovinos e bubalinos, e pode participar da etiologia da
tuberculose humana. O M. tuberculosis é a principal causa da tuberculose em humanos
e pode infectar bovinos, mas não causa doença progressiva nessa espécie, todavia pode
sensibilizá-los ao teste tuberculínico. O M. avium causa tuberculose em várias espécies
de aves e pode provocar reações inespecíficas à tuberculinização, dificultando o
diagnóstico da tuberculose em bovinos e bubalinos. (O'REILLY & DABORN, 1995;
KANTOR 1998; BRASIL, 2006).

3.1.2 Epidemiologia

A transmissão natural nos bovinos pode acontecer de maneira direta (contato


entre portador e suscetível) ou indireta (ingestão de água ou alimentos contaminados),
assim como no homem. A investigação anatomopatológica pode determinar a via de
transmissão ao se descobrir a localização da lesão primária. O foco primário nos
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pulmões ocupa lugar de destaque na transmissão aerógena, por ser encontrado em 90%
dos bovinos adultos com a doença. A transmissão por gotículas em suspensão, assim
como a inspiração de pó veiculador com bacilos tuberculosos, desempenham importante
papel, sobretudo na criação em estabulação (BEER, 1988).
Ainda que o M. bovis sobreviva por vários meses no meio ambiente, a
transmissão ocorre principalmente por aerossóis gerados por animais infectados. Os
bovinos de leite, em particular, estão sob maior risco porque os métodos de criação
permitem o contato direto entre animais, tanto no momento da ordenha, como nos
meses de estabulamento durante o inverno. Os bezerros podem adquirir a infecção ao
ingerir leite contaminado. Em alguns países, reservatórios silvestres de M. bovis são as
principais vias de infecção para bovinos de pasto (BEER, 1988; CORRÊA & CORRÊA,
1992; RADOSTITS et al., 2002).
Uma vez infectado, o bovino é capaz de transmitir a doença aos outros, mesmo
antes do desenvolvimento das lesões nos tecidos. O bacilo pode ser eliminado pela
respiração, leite, fezes, corrimento nasal, urina, secreções vaginais e uterinas e pelo
sêmen (CORRÊA & CORRÊA, 1992; NEIL et al.,1994; RADOSTITS et al., 2002).
A infecção nos animais ocorrem independente da estação do ano, clima, sexo e
região, mas possui uma relação com a idade do animal, assim, quanto maior a idade do
bovino, maior a probabilidade de contágio (CORRÊA & CORRÊA, 1992;
RADOSTITS et al., 2002).
Vários estudos utilizando técnicas multivariadas para análise dos fatores
associados à ocorrência de tuberculose, em rebanhos bovinos, indicaram que as
variáveis identificadas como sistema de produção, tamanho de rebanho, manejo, idade,
raça, introdução de animais, presença de animais de corte e leite nos rebanhos agem
como determinantes de prevalência diferenciadas de Tuberculose Bovina (GRIFFIN et
al., 1996; MARANGON et al., 1998; ASSEGED et al., 2000; OMER et al., 2001;
PEREZ et al., 2002). No Brasil, Belchior (2001) descreveu as seguintes variáveis:
sistema de produção, grupo genético, sistema de ordenha, resfriamento do leite e
monitoramento da produção como fatores de risco para a ocorrência de tuberculose.
Os dados de notificações oficiais de tuberculose bovina entre 1989 e 1998,
indicam uma prevalência média nacional de 1,3% de animais infectados (BRASIL,
2006). Recentemente, Roxo (2004) citada por Kantor e Ritacco (2006), estimou as
seguintes prevalências de animais reativos à tuberculina: na região Norte, 3,62%;
Nordeste, 3,31%; Centro-Oeste, 0,37%; Sudeste, 0,92% e Sul, 0,58%.
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Com relação à zoonose em humanos, Kantor e Ritacco (1994) estimaram que


cerca de 8% dos casos de tuberculose humana, na América Latina, sejam causados pela
tuberculose zoonótica. Como no Brasil são notificados anualmente 85 mil novos casos
de tuberculose em humanos, o que corresponde a um coeficiente de incidência de 47
para cada 100 mil habitantes, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação, 6,8 mil desses casos poderiam ser atribuídos à zoonose. (MINISTÉRIO
DA SAÚDE – MS, 2008).

3.1.3 Sinais Clínicos e Patológicos

Somente em um estado avançado da doença é que observa-se sinais clínicos


evidentes. Alguns animais podem apresentar perda de peso, debilidade, anorexia,
caquexia, sinais respiratórios, apetite seletivo e temperatura oscilante. Os linfonodos,
principalmente os da cabeça e cervicais superficiais aparecem com elevações, sendo
muito importante no diagnóstico post-mortem (CORRÊA & CORRÊA, 1992; RIET-
CORREA, 2001).
Os sinais respiratórios são caracterizados por tosse crônica, suave e úmida,
podendo ocorrer corrimento nasal seroso ou purulenta, dispnéia e taquipnéia. Na
tuberculose do encéfalo e meninges podem ocorrer sintomas nervosos centrais,
generalizados ou focais (RADOSTITS et al., 2002).
A lesão macroscópica característica da tuberculose causada por M. bovis é o
tubérculo - uma lesão granulomatosa - um nódulo de consistência firme que apresenta
coloração variando do branco ao cinza ou amarelo. Nas secções de corte, o centro da
lesão apresenta-se necrosado e caseoso, com coloração amarelada, geralmente seco e
sólido, parecendo rodeado por uma cápsula esbranquiçada. Em muitos animais é
comum ocorrer calcificação nas lesões do granuloma (SMITH, 1993; RIET-CORREA
et al., 2001).
No bovino, a lesão pulmonar primária (foco primário) é muito similar à lesão
que ocorre no homem, ou seja, haverá a formação do complexo primário, que raramente
cura-se espontaneamente no bovino. A evolução e a gravidade da infecção dependerão
basicamente da existência de fatores associados, como: doenças intercorrentes, carência
mineral, condições climáticas extremas, ou seja, qualquer fator de “stress” que venha a
quebrar a resistência do animal e permitir que as micobactérias, usualmente restritas ao
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complexo primário, ganhem a circulação e disseminem-se pelo organismo animal,


atingindo os mais diversos órgãos (ABRAHÃO, 1999).

3.1.4 Diagnóstico

Para a realização do diagnostico da tuberculose pode-se recorrer aos métodos


clínicos, alérgicos, bacteriológicos, sorológicos e/ou anatomopatológicos. O diagnóstico
clínico é difícil devido ao fato de que os sinais respiratórios, o emagrecimento e o
aumento de tamanho dos linfonodos ocorrem em casos avançados da doença e podem
ser confundidos com outras doenças (RIET-CORREA et al., 2001).
O método de diagnóstico mais eficaz, e preconizado pelo Ministério da
Agricultura, em animais vivos é a prova alérgica da tuberculina, que pode ser realizada
de três formas: pelo teste cervical simples (prova de rotina em gado de leite, devido sua
alta sensibilidade), o da prega caudal (utilizado exclusivamente em gado de corte) e o
teste cervical comparativo (prova confirmatória para animais reagentes ou como única
prova diagnostica em rebanhos com histórico de reações inespecíficas), Nessa prova, os
animais infectados são reativos, “alérgicos”, às proteínas contidas na tuberculina e
desenvolve reações características de hipersensibilidade do tipo tardio (tipo IV),
evidenciada por edema no local da inoculação (BRASIL, 2006; RIET-CORREA et al.,
2001).
Nos tecidos obtidos cirurgicamente ou por ocasião da necropsia, a demonstração
de microrganismos Bacilos Álcool-Ácido Resistentes (BAAR) no interior de tubérculos
é suficiente para o estabelecimento do diagnóstico, embora haja necessidade do
isolamento do microorganismo para que seja estabelecido seu tipo (JONES, 2000).
O teste imunoenzimático ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) para
os antígenos micobacterianos imaturos apresenta valor limitado, mas um teste de ELlSA
que pesquise anticorpos, para definir o antígeno do M. bovis antes e após o teste
cutâneo, parece ser útil para detectar os reagentes não-específicos (RADOSTITS et aI.,
2002).

3.1.5 Controle e Profilaxia


17

O controle da tuberculose bovina baseia-se, principalmente, na realização


periódica da prova da tuberculina e sacrifício dos animais que reagirem positivamente.
Dessa forma, em áreas de produção de leite recomenda-se a tuberculinização anual. Já
em áreas de produção de gado de corte pode-se identificar os estabelecimentos
infectados através do estudo das lesões observadas nos estabelecimentos de abate
(BRASIL, 2006; CORRÊA & CORRÊA, 1992; RIET-CORREA et al., 2001).
Medidas gerais de higiene, como limpeza e desinfecção das instalações, cuidado
na introdução de novos animais no rebanho (com testes negativos, provenientes de
rebanhos livres, quarentenários e isolamento de animais suspeitos) também são
importantes para evitar que a doença se instale na propriedade (ROXO, 1996).

3.2 PNCEBT

Devido aos conhecidos problemas de saúde animal e de saúde pública, as


consideráveis perdas econômicas e sociais, em virtude do impacto que geram na
produtividade dos rebanhos, vários países já possuem programas de erradicação da
brucelose e tuberculose bovina. A erradicação da tuberculose bovina foi atingida em
vários países: Dinamarca (em 1980), Holanda, Finlândia e Suiça (em 1995), Alemanha
e Luxemburgo (em 1997), Áustria e algumas regiões da Itália (em 1999), França (em
2001) e Bélgica (2003). Outros países enfrentam problemas para erradicação completa.
Nos Estados Unidos, no final de 2006, 49 estados eram livres. Apenas Michigan ainda
apresentava animais reagentes. Também o Reino Unido vem tendo dificuldades na
erradicação devido à presença do texugo europeu (espécie protegida), que é hospedeiro
da bactéria e a transmite aos animais de produção (PAVLIK, 2006; USDA-APHIS,
2006; LÔBO, 2008).
Assim, com o objetivo de diminuir o impacto negativo da brucelose e
tuberculose na saúde, animal e humana, além de promover a competitividade da
pecuária nacional o governo brasileiro, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (MAPA), instituiu em 2001 o Programa Nacional de Controle e
Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (BRASIL,2006).
O programa tem como objetivos específicos reduzir a prevalência e a incidência
de novos focos de brucelose e de tuberculose, assim como, criar um número
18

significativo de propriedades certificadas como livres de brucelose e tuberculose ou


monitoradas para brucelose e tuberculose, e que ofereçam ao consumidor produtos de
baixo risco sanitário (BRASIL, 2006).
19

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 TIPO DE ESTUDO

Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo, do tipo transversal, para


estimar a prevalência da doença no período estudado.

4.2 LOCAL DA PESQUISA

A área de estudo compreende os municípios que constituem as seccionais da


Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca SEDAP, os quais
foram divididos em mesorregiões (Mata Paraibana, Agreste Paraibano, Borborema e
Sertão Paraibano), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE (Anexo A).

Figura 1 - Mesorregiões do estado da Paraíba, segundo o Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatistica.
20

4.3 COLHEITA DE DADOS

As informações deste estudo foram obtidas através de consulta aos arquivos da


Gerência Operacional de Defesa Animal (GODA) / Gerência Executiva de Defesa
Agropecuária (GEDA), a qual é vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento
da Agropecuária e da Pesca da Paraíba (SEDAP).
Após prévia autorização, foram consultados os dados da Coordenação do
Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose – PNCEBT,
tomando como base os dados enviados mensalmente pelos Médicos Veterinários
Habilitados, que realizaram exames de tuberculose no estado, no período de 01 de
Janeiro de 2008 a 31 de Dezembro de 2009.
Os resultados, interpretados como positivos, para tuberculose foram definidos
através do teste de tuberculinização com reação alérgica positiva ao antígeno de acordo
com o que preconiza o regulamento técnico do PNCEBT (2006).

4.2 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram analisados e registrados através de gráficos e tabelas com a


utilização do programa Office Excel 2007®. O protocolo de tabulação dos dados seguiu
a seguinte ordem:
a) Foram somados os números totais de animais examinados em cada
município e o numero total de casos positivos.
b) Foram tabulados os dados de cada região por semestre, com o numero total
de animais examinados e o numero total de casos positivos, bem como a
prevalência (%).
c) Por fim, foi estimada a prevalência por meio da relação entre o numero total
de animais examinados e o numero total de casos positivos, por região e em
todo o estado, durante o período em estudo de janeiro de 2008 a dezembro
de 2009.
21

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A falta de notificação oficial pode levar a limitação de diagnóstico ou de


registro, desta forma, as prevalências da tuberculose bovina foram calculadas somente
com base no número de animais examinados pelos médicos veterinários habilitados pelo
MAPA, notificado através de formulário oficial padrão representado pelo relatório de
realização de exames de brucelose e tuberculose (anexo B) que é enviado mensalmente
ao serviço de defesa sanitária animal do estado da Paraíba.
Os resultados gerais e específicos deste trabalho foram reunidos e demonstrados
através de gráficos (figura 2 e 3) e tabelas (tabela 1 a 3). Na tabela 1, foram abordados a
prevalência da tuberculose bovina, divididos por região durante os quatro semestres
estudados.
Tabela 1 - Prevalência da tuberculose bovina por semestre nas regiões do estado da
Paraíba no período de 2008 a 2009.
1/2008 2/2008
Região Positivos Examinados PREV Positivos Examinados PREV
Mata 7 1344 (%) Positivos
0,52% 0 1070 (%)
0,00%
Agreste 37 6272 0,59% 7 5055 0,14%
Borborema 10 2477 0,40% 7 1593 0,44%
Sertão 24 5826 0,41% 19 5473 0,34%
Total 78 15019 0,51% 33 13191 0,25%

1/2009 2/2009
Região Positivos Examinados PREV Positivos Examinados PREV
Mata Positivos
0 1029 (%) Positivos
0,00% 23 1126 (%)
2,04%
Agreste 55 5251 1,04% 49 6718 0,73%
Borborema 11 2075 0,53% 4 2132 0,18%
Sertão 27 7044 0,39% 25 8382 0,29%
Total 93 15399 0,60% 101 18358 0,55%
PREV* Prevalência
Pode-se perceber que no primeiro semestre (1/2008) as prevalências variaram
pouco, em relação às demais (2/2008, 1/2009 e 2/2009). Já no segundo semestre a
região Borborema apresenta-se com o maior índice de tuberculose com 0,44%; por sua
vez, a região do agreste, com 1,04% aparece como maior prevalência no primeiro
semestre de 2009. Por fim, no segundo semestre de 2009 a região da mata paraibana
apresentou um elevado índice da doença, com prevalência superior a 2%.
O gráfico 1 mostra a tendência linear da prevalência da tuberculose bovina nas
regiões e no estado divididos por semestre.
22

Figura 2 - Tendência linear da tuberculose bovina por semestre nas regiões do estado
da Paraíba no período de 2008 a 2009.

Ao analisar o gráfico, nota-se que a prevalência total (em todo o estado)


permaneceu estável, apresentando um pequeno aumento a partir do primeiro semestre
de 2009. Já as regiões do Agreste e da zona da Mata apresentaram-se com um aumento
significativo, esta última com um aumento considerável a partir do segundo semestre de
2009.
Tabela 2 - Prevalência da tuberculose bovina por ano nas regiões do estado da Paraíba
no período de 2008 a 2009.
2008 2009
Região Positivos Examinado PREV Positivos Examinados PREV
Mata Positivos
7 s
2414 (%)
0,29% Positivos
23 2155 (%)
1,06%
Agreste 44 11327 0,38% 104 11969 0,86%
Borborem 17 4070 0,41% 15 4207 0,35%
Sertão 43 11299 0,38% 52 15426 0,33%
a
Total 111 29110 0,38% 194 33757 0,57%
PREV* Prevalência
A tabela 2 ilustra a prevalência da tuberculose nos anos de 2008 e 2009
divididos por região, onde se constata uma maior prevalência da região Borborema no
primeiro ano com 0,41% e da região da Mata no segundo ano em estudo com uma
prevalência de 1,06%.
Inicialmente, observando os números absolutos, divididos por semestres e por
anos, as regiões se alternavam entre os maiores índices de tuberculose no estado, porém
ao analisar todo o período em estudo, a região da Zona da Mata foi aquela de maior
23

proporção dos casos positivos de tuberculose, com média de um caso de tuberculose


para cada 153 animais examinados, conforme tabela 3.

Tabela 3 - Prevalência da tuberculose bovina nas regiões do estado da Paraíba no


período de 2008 a 2009.
2008/2009
Região Animais Positivos Animais Examinados Prevalência
Mata 30 4569 (%)
0,65%
Agreste 148 23296 0,63%
Borborema 32 8277 0,38%
Sertão 95 26725 0,35%
Total 305 62867 0,48%
PREV* Prevalência

A região do Agreste aparece em segundo lugar com 0,63% de prevalência e com


maior número de registro da doença no estado. Devido a essa região ter predominância
de criação do tipo intensiva e em condições de estabulação, por apresentar um maior
número de gado leiteiro, esperava-se que esta apresentasse com um maior índice da
enfermidade no estado. Este achado pode ser explicado pelo fato de que na região da
mata paraibana, que obteve o maior índice do estado, de todos os casos positivos de
tuberculose no período estudado, 77% foram diagnosticados no município de Mari no
segundo semestre de 2009, o que sugere uma possível contaminação do rebanho local
podendo conduzir a conclusões erradas quando distribuído para realidade global da
região.
A região do sertão paraibano, apesar do maior número de animais examinados,
aparece em ultimo lugar, com uma prevalência média anual de 0,35% de casos de
tuberculose. A explicação pode estar associada ao fato de a criação ser
predominantemente extensiva associado aos fatores climáticos, onde predomina clima
seco e altas temperaturas durante todo o ano, não favorecendo assim, a resistência do
Mycobacterium no meio ambiente. Entretanto, um dado chama atenção, dos 26.725
animais examinados, 3.374 foram oriundos de dois municípios (2,3% do número de
cidades na região), Sousa e Aparecida, cidades vizinhas e que pertencem ao mesmo
circuito pecuário da região, representando 12,6% dos exames realizados nesta região, e
estes municípios não apresentaram nenhum caso positivo da doença durante o período
estudado, sugerindo uma possível falta de notificação e/ou falhas na realização dos
exames por parte dos veterinários habilitados.
24

No período de janeiro de 2008 a dezembro de 2009 foram examinados 62.867


bovinos oriundos de 12.531 propriedades de vários municípios do estado da Paraíba.
Destes, 305 apresentaram reação positiva para tuberculose no teste de tuberculinização,
podendo inferir que o estado da Paraíba sugere uma prevalência de 0,48% de casos da
doença, o que demonstra ser inferior à média nacional de 1,3% de animais infectados no
período de 1989 a 1998 (BRASIL, 2006).
Porém, os dados verificados nesse estudo corroboram com os encontrados por
Tabosa et al. (2000) que também verificou uma prevalência de 0,48% de tuberculose em
bovinos abatidos em um matadouro no município de Patos na Paraíba e por Amorim
(2008), que estimou a prevalência da tuberculose bovina no estado do Espírito Santo,
através de dados fornecidos pelo serviço oficial de defesa sanitária animal e constatou
uma prevalência de 0,53% de casos de tuberculose.
Estudos em abatedouros frigoríficos diferem dos dados encontrados nesse
estudo, Fernandes et. al (2003) em São Paulo, Lopes (2008) no Espirito Santo e Wurfel
et. al. (2009) no Rio Grande do Sul detectaram 0,21%, 0,16% e 0,28% de prevalência
para tuberculose bovina respectivamente. Segundo Corner (1994) a prevalência, global
e específica, em abatedouros pode ser duplicada porquê a inspeção de rotina só
identifica cerca de 47% das lesões tuberculosas macroscopicamente detectáveis, com
isso esses dados se aproximariam dos observados neste estudo.
O gráfico 2 ilustra o número de propriedades que realizaram os exames de
tuberculose no estado da Paraíba por semestre.

Figura 3 – Tendência linear do número de propriedades que realizaram


exames de tuberculose no estado da Paraíba no período de 2008 a 2009.
25

Percebe-se um aumento gradativo no número de propriedades que realizaram o


exame de tuberculina no seu rebanho durante o período em estudo, o que pode traduzir a
atuação do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose
no Brasil e conseqüentemente no estado da Paraíba. Valente et al. (2009) em um estudo
dos determinantes do uso de medidas sanitárias no controle da tuberculose bovina no
Brasil, relatam que o início efetivo do programa, estimulou significativamente o
aumento das medidas sanitárias, principalmente os preços pagos tanto para carne quanto
para o leite afetando positivamente no numero de exames de tuberculose.
26

6 CONCLUSÃO

A partir dos dados fornecidos pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Estado


da Paraíba podemos concluir que:
I. Em números absolutos, a região do Agreste apresenta o maior número de
registro de casos de tuberculose bovina no Estado.

II. A prevalência dos casos de tuberculose em bovinos é maior na região da


Mata com 0,65%.

III. A prevalência de tuberculose bovina no estado da Paraíba é de 0,48%.

IV. Os resultados gerais sugerem que apesar dos efeitos positivos do


PNCEBT, a tuberculose bovina ainda está presente no estado da Paraíba,
demonstrando relevância desta enfermidade para a Saúde Pública.
27

7 REFERÊNCIAS

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2009.
31

Anexo A – Relatório de utilização de antígenos e tuberculinas

RELATÓRIO DE UTILIZAÇÃO DE ANTÍGENOS E TUBERCULINAS PARA


DIAGNÓSTICO DE BRUCELOSE E TUBERCULOSE POR MÉDICOS
VETERINÁRIOS HABILITADOS PELO MAPA

Médico Veterinário: Mês/Ano:


CRMV: Credenciamento:
Assinatura:
Lab. Part. Validade Doses Utilizadas Perdas Estoque
Adquiridas
Antígeno
Brucelose
Tuberculinas Aviária Lab.
PPD Bovina Lab.

EXAMES DE BRUCELOSE
Proprietário/Propriedade Município Jovens Adultos Nº de Nº de Nº de Nº Nº de Positivos
(0 a 24 (acima animais animais animais Inconclusivos encaminhados para
meses) de 24 testados + -
meses)
Teste Sacrifício
M F M F
complementar

TOTAL

EXAMES DE TUBERCULOSE
Proprietário/Propriedade Município Jovens Adultos Nº de Nº de Nº de Nº Nº de Positivos
(0 a 24 (acima animais animais animais Inconclusivos encaminhados para
meses) de 24 testados + -
meses)
Teste Sacrifício
M F M F
complementar

TOTAL

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