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Isadora Barbosa - MED XXVIII - UNOESC

FARMACOLOGIA DOS ANTIMICROBIANOS – Aula 02/04

Quimioterapia: uso de fármacos com toxicidade seletiva contra esses parasitas invasores
(vírus, bactérias, protozoários, fungos e helmintos), e ao mesmo tempo tem alguns efeitos
para o hospedeiro (assim como na quimioterapia contra câncer). Essa toxicidade seletiva
depende da existência de diferenças bioquímicas entre o organismo infectante e o hospedeiro.

Para serem eficazes, os agentes quimioterápicos devem ser tóxicos para MO invasores e
inócuos para o hospedeiro;

Patógeno: qualquer MO que possa causar algum grau de infecção

Atibiotico: substancia (e não é produzida de forma sintética) produzida por alguns MO capazes
de matar ou inibir o crescimento de outros MO. OBS: a forma sintética é um antimicrobiano.

Atenção!

Bacteriotático: agentes que detém o crescimento de determinadas bactérias dificultando sua


proliferação. A via de regra não é utilizada de maneira isolada

Bactericidas – interagem em alguma fase da cascata de reprodução das bactérias e promove a


morte das célula bactériana.

❖ Alguns medicamentos que tem bacteriostático junto com bactericidas, para impedir o
crescimento de novas células bacterianas, e destruir aquelas já existentes

- Do ponto de vista epidemiológico:

 Doenças infecciosas e parasitarias – índice muito alto em países em desenvolvimento.


Em países desenvolvidos maior incidência de doenças do sistema circulatório.
 OBS: o antibiótico é uma droga cara para ser desenvolvida, e para ser utilizada em
países em desenvolvimento não é o foco da indústria farmacêutica.

Penicilina - Primeiro antibiótico. Até 1960 desenvolveu-se a maioria das classes de antibióticos
existentes hoje. Nos últimos anos poucos antibióticos foram desenvolvidos.

Bases moleculares dos antimicrobianos

 As bactérias são células procariotas


 Os hospedeiros e parasitas tem a mesa estrutura básica de DNA, por isso muitas
drogas usadas agem na interrupção do sequenciamento DNA bacteriano, acabam
fazendo interação com as células do hospedeiro
 Alguns processos bioquímicos são comuns ao hospedeiro e a bactéria.
 O objetivo dos antibióticos é não lesar as células humanas e destruir a bactéria

Estrutura bacteriana

 Na parte externa existe a parede celular bacteriana, e na parte interna tem a


membrana plasmática.
 Anucleada
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 A parede celular tem uma quantidade muito grande de proteoglicanos; e da
sustentação à bactéria. Bactérias gram negativas toleram uma pressão menor do que a
os gram positivos
 Não possui mitocôndrias

Reações bioquímicas ao longo do tempo de sobrevivência de uma bactéria. As 3 classes


gerais de reações bioquímicas nas bactérias constituem alvos potenciais para quimioterapia.

- reações classe I – necessárias para obtenção de energia na bactéria. Glicose e outras fontes
de carbono são utilizadas para produzir moléculas percussoras e ATP. Não existem
antibióticos que agem nessa primeira fase pois a bactéria tem mecanismos acessórios de
produção de energia.

- reações classe II – a energia e compostos da classe I são utilizados na produção de pequenas


moléculas como: exosaminas, AA, nucleotídeos (fase em que o folato - acido fólico é
produzido → é um dos precursores na síntese de DNA, e existem alguns atb que interferem na
cascata do acido fólico)

- reações classe III – as pequenas moléculas são reunidas em moléculas maiores: produção de
proteínas, ácidos nucleicos, peptideoglicanos..

Portanto, classe I (síntese de ATP e precursores), classe II (usa energia armazenada para
produzir AA), classe III (montagem da célula para ela se replicar)

Ação dos atb:

Reações de classe II

- biossíntese de folato – só acontece na bactéria, humano absorve da dieta e armazena ácido


fólico (necessário na produção de DNA). O PABA (ácido para aminobenzóico) é fundamental na
produção de ácido fólico.
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*As sulfonamidas são análogos estruturas do PABA e se inserem na sequencia onde o
PABA entraria na cascata de produção do acido fólico, e interrompe a cascata de produção do
ácido fólico.

* a trimetroprima é utilizada em combinação com as sulfonamidas, inibe uma enzima


que também reduz a formação de ácido fólico na bactéria.

Reações de classe III

- síntese de peptideoglicanos - tem uma associação de cadeias laterais, que se agrupam para
formar uma espécie de citoesqueleto no membrana plasmática da bactéria, que confere um
certa estabilidade, ajuda a célula não se romper. Portanto, os peptideoglicanos fornecem
sustentação mecânica para a bactéria (é um dos mecanismos de defesa da célula). Alguns atb
interferem em algumas fases de produção dos peptideoglicanos, a parede da bactéria fica
fraca e se rompe.

- síntese de proteínas – acontece nos ribossomos. Existem antibióticos que agem em duas
subunidades específicas dos ribossomos: 50S e 30S. Nos humanos isso não acontece pois as
subunidades que produzem a sequencia da síntese proteína são diferentes – por isso não tem
interfere na síntese proteica humana.

Depois de produzidas as proteínas, o próximo passo para a multiplicação bacteriana é síntese


de ácidos nucleicos.

- síntese de ácidos nucleicos – isos depende de diversas enzimas (DNA girasse, DNA
polimerase..). Existem classes de atb que bloqueiam a atividade dessas enzimas e impede a
síntese de ácidos nucleicos.

Existem estruturas menos importantes masque também são alvo de antibióticos:

- membrana plasmática fosfolipídica (alteram a bicamada fosfolipídica), microtúbulos


(inativam os microtubulos que dão sustentação interna para a bactéria), vacúolos alimentares,
fibras musculares. Esses outros mecanismos não são tão importantes quanto o bloqueio da
síntese de folato, o bloqueio da síntese de peptideoglicanos.

Diferenças entre gram + e gram -

 A estrutura de uma gram + é mais simples que gram –


 A quantidade de proteoglicanos é mais espessa em uma gram + do que em uma gram -
*Gram positivo (parede composta de cerca de 50 % de proteolicano)
*Gram negativa (tem menor quantidade de proteoglicanos, porém tem a presença de
uma dupla camada de polissacarídeos complexos, que produzem endotoxinas; a
principal é a lipossacaridose – isso confere maior resistência às gram -). Mais difícil
combater as bactérias gram negativas.

As principais diferenças são a espessura do proteoglicano e a presença do periplasma


ao redor do peptideoglicanos nos gram - , e a presença dessa membrana externa que confere
maior patogenicidade
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Locais de ação dos antibióticos

1. Agentes que interferem na cascata do folato (acido fólico)

SULFONAMIDAS

 O mais conhecido é o sulfametoxazol, além da sulfassalazina e sulfadiazina.


 A associação do sulfametoxazol + trimetoprima é o BACTRIM – usado para tratar
infecção urinaria e pulmonar. Atenção! A principal indicação dessa droga é tratar
Pneumocystis jirovecii (fungo oportunista que causa pneumocistose em pctes
imunodeprimidos – ex: HIV)

 Mecanismo de ação: É um análogo do PABA, que se insere na cascata de produção do


acido fólico, e impede a progressão da cascata.
O trimetoprim bloqueia a enzima diidrofolato redutase – bloqueia outro ponto da
cascata. A sulfonamidas → bactericidas, e o trimetoprim →bacteriostática.
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Farmacocinética

 Excelente absorção oral - maioria administração oral


 Atenção! Risco aumentado de sensibilização ou reação alérgica – alergia à sulfa
 Metabolização hepático e excreção renal
 Efeitos adversos: reações de hipersensibilidade e hepatite (o risco não é tão pequeno).

TRIMETOPRIMA

 Bacteriostático.
 Não é usado sozinho, geralmente usado com um bactericida junto (+sulfametoxazol).
 Mecanismo de ação: bloqueia a enzima diidrofolato redutase na cascata de síntese do
folato

Farmacocinética:

 Boa absorção via oral.


 Atinge altas concentrações pulmão, rim e LCR (atenção! Utilizada para tratar
pneumocistose porque ela tem altas concentrações pulmonares)
 Problema! Tratamento a longo prazo, pode levar a o desenvolvimento de anemia
megaloblástica – pois o folato é necessário para a produção da hemácia, e a
deficiência de folato pode ocorrer anemia megaloblástica. Isso não é muito normal,
pois uma pessoa que tem uma ingestão balanceada de ácido fólico, tem estoque deste
componente por algumas sem.

2. Antibióticos Beta-lactamicos
▪ Classe mais importante de antibióticos
▪ Compreende uma quantidade muito grande drogas
▪ Tem a presença do anel betlactâmico → responsável pela fixação da droga nas
bactérias, e inibe as enzimas transpeptidases (responsáveis pela ligação das moléculas
de proteoglicanos – se são inibidas elas perdem força).

▪ O que muda de uma droga pra outra é a ligação ao radical


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▪ Mecanismo de ação: inibição das transpeptidases (responsável por cruzar as cadeias
peptídicas para formar a camada de peptideoglicano) – leva à lise celular → pois o
meio intracelular bacteriano é hiperosmótico, e entra muita água na célula bacteriana

Existe na parede bacteriana, alguns inibidores de enzimas humanas responsáveis por


combater as bactérias. Os beta-lactâmicos também inativam esse mecanismo de
defesa das bactérias, ou seja, inativam as substancias produzidas por bactérias que
inativam as enzimas humanas

Existem várias classes de beta-lactâmicos diferentes, dependendo :

PENICILINAS

 Mais antiga classe de beta-lactâmicos. Primeiras sintetizadas →benzilpenicilina


(penicilina G = bezetacil) e a fenoximetilpenicilina
 ↑Alta atividade contra bactérias gram+ . Não tem atividade contra gram -
 Problema! Bactéria gram + tem mecanismo de adaptação elevado (são drogas que
podem levar ao aumento da resistência bacteriana)

a) Penicilina G (benzilpenicilina – é o bezetacil)


 Desvantagem: Injetável via muscular (má absorção TGI)

b) Penicilinas semi-sintéticas: tem maior resistência à beta-lactamases (mecanismo de


defesa das bactérias, que quebram o anel beta-lactâmico para que ele não se liga à
parede da bactéria – assim o atb não age)

c) Penicilinas de largo espectro: ampicilina, amoxicilina. Tto de infecção de via aérea


superior

 Ao longo do tempo associação aos fármacos bactericidas, alguns bacteriostáticos


→ácido clavulâmico (clavulanato). Ex: comum uso de amoxicilina + clavulanato. O
clavulanato é uma droga bacteriostático que inibe as beta-lactamases
Outra associação comum: ampicilina + sulbactam

Farmacocinética:

 Absorção oral varia com sua estabilidade no meio ácido


 Inibidores de bomba de prótons (ex: omeprazol) – esses fármacos tem
objetivo de aumentar o PH gástrico (tto da gastrite). Porém, em meio básico
(tem ↓baixa absorção das penicilinas).
 Amplamente distribuídos pelo corpo (utilizadas para tratar infecções do tecido celular
subcutâneo e infecções nas articulações – pq tem alta penetrancia nos tecidos); Porém
NÃO ultrapassa a barreira hematoencefálica, a não ser a droga seja injetada no espaço
subaracnóideo, ou se a membrana estiver muito inflamada
 Alta eliminação renal (90%) – não tem risco de intoxicação pq os metabolitos
produzidos são metabolitos inativo
 Meia vida plasmática curta (posologia – usar várias vezes para manter a concentração
sérica)
OBS: De todas as classes de atb as sulfas e
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as penicilinas XXVIII - UNOESC
as duas classes que mais
Efeitos adversos: causam reações alérgicas e anafilaxia

 Hipersensibilidade (pode causar reações alérgicas e anafilaxia)


 Erupções cutâneas e febre são comuns
 Amplo espectro (maior atividade sobre bactérias aeróbias e anaeróbias) → altera a
flora bacteriana intestinal (distúrbios do TGI – comum diarreia). É tempo dependente
 Colite pseudomembranosa – bactéria clostridium diffcile que pode estar na mucosa do
intestino – o medicamento destrói as bactérias da flora e deixa o caminho livre para
essa bactéria se instalar

 Penicilinas naturais: penicilina G, penicilina V (tratam apenas gram +)

 Penicilinas semi-sintéticas: (tratam gram + e gram -)


*oxacilina (bactericida de uso isolado)
* ampicilina (+subactam – bacteriostático)
* amoxicilina (+ clavulanato - bacteriostático)
* piperacilina (+ tazobactam – bacteriostático). Atenção! piperacilina + tazobactam =
tazocin→ uma das ultimas penicilinas produzidas, e é a penicilina que tem o maior
espectro de ação de todos – utilizada em infecções multirresistentes, terapia intensiva)

❖ Atenção! Quanto ↑mais nova a penicilina ↑maior espectro de ação

CEFALOSPORINAS

 Atenção! Mesmo mecanismo de ação das penicilinas – inibe uma parte da cascata de
síntese dos proteoglicanos
 São drogas semi-sintéticas de amplo espectro (espectro de ação maior que das
penicilinas →todas asdrogas agem sobre gram + e gram -)
 Muda o medicamento de acordo com o radical ligado ao anel beta-lactâmico (adição
de diferentes cadeias laterais R1 e R2) (grande número de drogas diferentes)
 Variam quanto à susceptibilidade às beta-lactamases – dependendo da droga ela tem
maior ou menor resistência às beta-lactamases produzidas pelas bactérias

Farmacocinética:

 Drogas hidrossolúveis e estáveis em meio ácido


 Poucas drogas com absorção oral (restrição ao uso extra-hospitalar)– maioria de uso
parenteral (endovenoso ou intramuscular)
 Amplamente distribuídas pelo corpo. Algumas atravessam a BHE
 Excreção renal (secreção tubular) e por via biliar (40%). O metabolismo das
cefalosporinas gera moléculas ativas, então algumas cefalosporinas tem que ser
ajustada para pctes com disfunção renal.

Efeitos adversos

 hipersensibilidade semelhantes à penicilina (em pctes sensíveis à penicilina, 10% dos


casos pode ter reação cruzada com as penicilinas por conta do anel beta-lactâmico).
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Atenção! Então, se o pcte com histórico de choque anafilático grave por reação à
penicilina → não usar cefalosporinas. Se a reação não foi tão grave, pode usar
 Nefrotoxicidade (metabolismo ativo)
 Distúrbios gastrintestinais (mesmo motivo das penicilinas – destrói a flora intestinal
endógena do intestino, e pode ter diarreia)

(esquema: cefalosporinas)

❖ Cefalosporinas de 1ª geração – tratam apenas gram + (principalmente infecções de pele).


Se existe possibilidade de infecção por MO gram – não usar cefalosporinas de 1ª geração.
*Cefazolina – principal droga para profilaxia cirúrgica (prevenir infecções por gram + em
virtude do corte na pele).
* Cefalexina – ampla utilização na infecção de pele de comunidade (adm via oral)

❖ Cefalosporinas de 2ª geração:
* Cefaroxima – única que penetra na barreira hematoencefálica (pcte com infecção no
SNC)

❖ Cefalosporinas de 3ª geração:
*Ceftazidima e ceftriaxona – utilização em infecção do trato respiratório (pneumonias) e
trato urinário superior (pielonefrite e infecções renais)

❖ Cefalosporinas de 4ª geração:
* Cefepima – utilizada no tto de pneumonias associada à ventilação mecânica - PAV (pctes
intubados por muito tempo)

❖ Cefalosporinas de 5ª geração
Ainda não são utilizadas no Brasil

- Atenção! Cefalosporinas de mais nova geração apresenta maior espectro de ação. Drogas de
3ª e 4ªgeração tem maior espectro de ação (pegam um grupo maior de bactérias)
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- Por que não usar apenas drogas de amplo espectro de ação? Pq aumenta chances de a
bactéria desenvolver mecanismos de resistência àquela droga. Por isso o tratamento é feito
por escalonamento de espectro. Portanto, sempre que puder, usar um atb especifico para a
bactéria.

- Quando utilizar uma droga de muito amplo espectro? Paciente com infecção generalizada,
não se sabe o foco de infecção, e o pcte está morrendo. Nesse caso não pode esperar e ficar
testando os atb

Atenção! ↑ nova geração ↑ação sobre gram - ↓ação gram +

OBS: A única exceção são as drogas de 5ª geração, que pode ser utilizada pra tratar o
S.aureus resistente a tudo

CARBAPENÊMICOS:

 Também possuem o anel beta-lactâmico que inibe a síntese de proteoglicanos


 São drogas de amplo espectro de ação

Algumas drogas utilizadas:

a) Imipenem (mesmo mecanismo de ação dos outros betalactâmicos)


 Amplo espectro de ação (gram +, gram -, aeróbio e anaeróbio)
 ↑ aumento da resistência por uso indiscriminado – já que ele tem amplo espectro de
ação, sua utilização indiscriminada pode favorecer resistência.
 Atenção! Imipenem + celastatina - Usado em conjunto à celastatina → droga que
inibe a inativação do imipenem pelas enzimas renais

b) Meropenem (é o atb com maior espectro existente)


 Usado no tto de infecções graves em pctes multirresistentes
 Também possui amplo espectro de ação (gram +, gram -, aeróbio e anaeróbio).
 A diferença é que não tem inativação por enzimas renais, não precisa de associação

Efeitos adversos dos carpanêmicos

 Semelhante aos causados por betalactâmicos (reação de sensibilidade cruzada,


nefrotoxicidade, diarreia) + nausea a vômito
 Em altas doses pode levar a neurotoxicidade

Farmacocinética:

 Apenas adm parenteral


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MONOBACTÂMICOS:

 Aztreonam (resistente à maioria das beta-lactamases – usado quando várias drogas


estão sendo inibidas eplas beta-lactamases)
 Administração parenteral
 Meia vida curta -2h
 Atenção! A principal diferença em relação aos carbapenêmicos é a alta atividade para
bacilos Gram – aeróbios (Neisseia meningitides e Haemophilus influenzae)
OBS: Portanto, monobactâmicos não devem ser utilizados em infecção por gram+ e
germes anaeróbios
 Efeitos colaterais iguais aos outros beta-lactâmicos

CEFAMICINAS:

 Cefoxitina – tem alta atividade contra gram +, Gram – e anaeróbias intestinais.


Indicada em infecções ou cirurgias intestinais

(esquema: beta-lactâmicos)

3. Inibidores da síntese da parede celular

LIPOPETÍDEOS

 São análogos do meropenem, porém para gram +

a) Vancomicina (gram +) e Teicoplamina


 Amplo espectro contra Gram + (atb com maior espectro para garm +)
 Atenção! Vancomicina não é absorvida no intestino. Como ela não é absorvida pelo
intestino, o uso oral da vancomicina é útil no tto da colite pseudomembranosa
(causada por penicilina) – vai percorrer todo o TGI e matar o Clostridium (é sensível à
vancomicina)
 Uso sistêmico – meia vida de 8h
 Atenção! Principal uso clínico:
*Tratamento de MRSA (stafilococus aureus resistente à meticilina)
*Infecções graves por gram + →não pode ser infecção por germes mistos
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Efeitos adversos:

 Febre (comum, em virtude do uso da vancomicina, e não por conta da infecção). OBS:
deve esperar 48h pra dizer se a febre é da vancomicina ou da infecção. As primeiras
48h é o período necessário para estabilização da [ ] plasmática para exercer efeito
químico
 Erupções cutâneas e flebite
 Ototoxicidade e Nefrotoxicidade (a vancomicina também precisa ser ajustada para
pctes com disfunções renais – exame vacocinemia →dosagem da vancomicina sérica,
usado em pctes com disfunção renal para determinar se vai fazer uma nova dose)
 Hipersensibilidade

b) Daptomicina (nova)
 Inibem a síntese dos lipopeptídeos (estruturas que ficam junto com os
peptideoglicanos). OBS: Não são considerados beta-lactamicos (não temo anel), nem
inibidores dos proteoglicanos
 Atenção! É uma droga de resgate (opção à falha terapêutica da vancomicina) →
Indicada quando existe falha no tto de gram +, aeróbio, resistentes à vancomicina
(usado em infecções complicadas de pele e subcutâneo, ou septicemia pós S.aureus)
 Mecanismo de ação: (diferente d todos outros atb) Ligação na membrana bilipidica
promovendo despolarização do potencial de ação da membrana da bactéria (célula
bacteriana fica inativa). Inibição da síntese de DNA e RNA
 Ampla ação para Gram + e aeróbios
 Excreção renal – excreção de metabolitos inativos na urina
 Atenção! Inativada pelo surfactante pulmonar (não deve utilizar em infecções
pulmonares)
 Efeito adverso: diminui a hematopoiese e pode fazer anemia

(esquema: inibidores da síntese da parede celular)

4. Antibióticos que afetam a síntese das proteínas bacterianas

TETRACICLINAS

 Tetraciclina, doxiciclina, monociclina


 São bacteriostáticas
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 Possui largo espectro (gram +, gram -, protozoários, mycoplasma, clamídias) OBS: a
diferença é que as tetraciclinas são utilizadas sempre que houver incidência de
infecções por esses MO. A incidência da clamídia e mycocplasma é comum na região
genital, então usa-se geralmente tetraciclina para tratar infecções do aparelho genital.
 Mecanismo de ação: bloqueio do RNAt e RNAm na subunidade 30S do ribossomo →
impede que a fita de RNAm progrida na síntese proteica.

Farmacocinética:

 Administração via oral (melhor utilizada em jejum, pois é quelada com íon metálico –
se ingerir algo que contenha íons metálicos, vai quelar as tetraciclinas).
 Não usar com leite – a lactose inativa a absorção deste atb
 Excreção renal alta – inalterada (excreção de moléculas inativas)

Efeitos adversos:

 Alterações gastrintestinais (irritação direta – irritação direta do epitélio intestinal e


pode causar diarreia)
 Depositado nos ossos e dentes a longo prazo (manchas nos dentes e deformidades
ósseas). Além disso, pode levar a defeitos na medula óssea (pancitopenia)
 Fototoxicidade – o ideal é não pegar sol, pode aumentar a chance de fazer lesão na
pele

CLORANFENICOL

 Também inibe síntese das proteínas ao ligar-se à subunidades 50S nos ribossomos
 Atividade contra Gram + e gram – . Atenção! Porém, a principal atividade, é contra
algumas Rickettsia e contra o Haemophilus influenzae (associado à pneumonias
atípicas – pneumonias que não estejam sendo resolvidas com uso de atb normal).
OBS: Não é muito utilizada na prática clínica, só nesses casos mais específicos para
associação para tto de pneumonia atípica.

Farmacocinética:

 Adm oral
 Amplamente distribuída pelos tecidos
 Metabolismo hepático e excreção renal (também não afeta a função renal)

Efeitos adversos:

 Repressão medular grave (pancitopenia)


 O clorafenicol é comumente utilizado para tratar pneumonia atípica de RN – mas pode
causar “síndrome do bebe acinzentado” (deposito do cloranfenicol na pele – isso é um
sinal de intoxicação por cloranfenicol) (taxa de mortalidade 40%)
 Hipersensibilidade

AMINOGLICOSÍDEOS (atenção!)

 Bastante utilizados na prática clínica


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 Gentamicina, streptomicina, amicacina, tobramicina
 Mecanismo de ação: bloqueio na unidade 30S dos ribossomos
 Atenção! NUNCA utilizar o aminoglicosídeo + cloranfenicol. Pq?; e os aminoglicosídeos
devem ser absorvidos pelos MO susceptíveis por transporte ativo. O cloranfenicol
bloqueia alguns canais de poririnas, e os aminoglicosídeos não consegue entrar na
célula do MO
 Alta atividade contra gram -, baixa contra gram +
 Muito utilizado em pctes ortopédicos, com fratura óssea, pois tem alta penetração nos
ossos.

Farmacocinética:

 Não absorvido pelo TGI (adm obrigatoriamente parenteral)


 Curta meia vida plasmática (2-3h)
 Não ultrapassa placenta e BHE
 Eliminação renal – 40% nefrotóxico

Efeitos adversos: são frequentes e graves. Os efeitos colaterais estão relacionados com a
dosagem (↑tempo ↑dose ↑efeitos adversos)

 Nefrotoxicidade renal definitiva grave por lesão direta nos túbulos renais. Pode levar a
insuficienca renal dialítica
 Ototoxicidade – destrói as células sensoriais da audição e vestíbulo. Pode causar
surdez
 OBS: em pctes que precisam usar gentamicina e tem disfunção renal, uma das
alternativas é fazer a dose toda durante o dia, de uma vez só (substitui a dose
fracionada por uma tomada só – pq uma dose me bolos provoca um pico plasmático
elevado que decresce ao longo das próximas horas. Isso limita a lesão renal

MACROLÍDEOS

 Azitromicina (H. influenzae), eritromicina, claritomicina (helicobacter pylori)


 Mecanismo de ação: Inibe a síntese das proteínas ao ligar-se à subunidade 50S
 A azitromicina é muito utilizada para tto de infecção de via aérea superior. Espectro de
ação parecido com a penicilina, mas combate também germes atípicos (Neisseria
gonorrhoeae, Mycoplasma pneumoniae)
 Atenção! A claritomicina é utilizada no tto da helicobacter pylori, associada à ulceras
pépticas e câncer de estômago. (Esquema de tto: claritomicina + amoxicilina)

Farmacocinética:

 Via oral e parenteral


 Não ultrapassa a BHE
 Meia vida difere entre os diferentes fármacos: E90min / C4h / A 18-20h
 Metabolizada pelo citrocomo P450

Efeitos adversos:

 Distúrbios gastrintestinais são comuns


 Erupções cutâneas (raro)
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5. Atb que afetam a topoisomerase II

QUINOLONAS (Tem que saber!!)

 Classe muito utilizada


 Mecanismo de ação: Inibem a topoisomerase II (essa enzima ativa a DNA girasse para
fazer a conformação estrutural dos ácidos nucleicos) →não produz ácido nucleico da
bactéria
 Atividade contra gram + e gram –
 Indicado em infecções do trato urinário e infecção do trato respiratório
 Ciplofoxacino, levofloxacino, ofloxacino, noroploxacino (todos são bastante utilizados)
* levofloxacino – é um atb com alto tropismo por infecções do trato respiratório e via
aérea superior
*norofloxacino e ciplofoxacino – utilizado em infecções urinárias

Farmacocinética:

 Bem absorvido via oral, ou adm parenteral (uso hospitakar)


 Acumulam-se em vários tecidos (rins, próstata, pulmões – por isso é útil no tto de
infecções nesse locais)
 Maioria não atravessa a BHE, exceto ofloxacino (mas não é muito utilizado para tto de
infecção do SNC)
 O uso de antiácidos interfere na absorção – ex: uso de inibidor de bomba de próton
(absorção depende do PH estomacal)
 Metabolismo hepático e excreção renal

Efeitos adversos: graves

 Distúrbios gastrintestinais são frequentes


 Atenção! Prolongam intervalo QT (eletro) – isso pode causar arritmias ventriculares
(taquicardia ventricular polimórfica). Idosos são mais suscetíveis à esse efeito
 Atenção! As quinolonas estão associadas a muitas lesões de articulações (artropatia e
lesão tendinosa).
 Atenção! Associação direta ao ↑risco de aneurisma e dissecção da aorta

(esquema: Quinolonas – afetam a topoisomerase)


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Aula 09/04

6. Outros agentes

METRONIDAZOL:

 Mecanismo de ação: bloqueia a atividade da enzima de forma reduzida para oxidase,


bloqueando a síntese de DNA (inibindo o crescimento bacteriano)
 Ação contra alguns protozoários a ativo contra bactérias anaeróbias (principalmente)
 Eficaz no tratamento da colite pseudomembranosa
 Importante arma no tto de infecções anaerónias graves
 Evitar uso de álcool (efeito dissulfiram) – fármacos que possuem o mesmo
metabolismo, causando hiperemia, prurido, náusea a vômito
 A maioria dos atb não competem com o mesmo sítio de metabolismo, porém o
metronidazol sim.

CLINDAMICINA

 Age contra anaeróbios e bactérias gram +.


 Excelente penetração em estruturas ósseas - Uso em infecções dos ossos e
articulações
 Boa cobertura em infecções de pele
 Pode causar colite pseudomembranosa
 Indicado em tto de gram + em pctes alérgicos à penicilina – boa ação contra gram +, e
tem o mesmo sítio de ação que as penicilinas, e não tem reação cruzada acontece com
as cefalosporinas

OXAZOLIDINONAS

 Lenezolina – inibem a síntese proteica por inibição da ligação de N-formil-metionina (


atua nos ribossomos – na subunidade 70S)
 Usada para tratar gram-positivos (resistentes à vancomicina)
 Indicada em infecções de pele, pneumonia (geralmente associada à ventilação
mecânica – doença polimicrobiana), partes moles
 Atenção! Restrita a infecções graves (não pode ser usada como primeira escolha de
infecção simples de pele – induzem resistência bacteriana)
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Efeitos adversos:

 Distúrbios TGI
 Trombocitopenia (↓produção plaquetária), diarreia, náuseas

NITROFURANTOINA

 Pouco utilizada nos dias atuais.


 Ativa contra gram positivas e negativas
 Alta resistência bacteriana
 Limitada a UTI não complicada. Antes usada para tratar infecções urinárias não
complicadas (1ª episódio, sem infecção recorrente)

POLIMIXINAS

 Droga antiga, gerou resistência, parou de ser utilizada, e agora voltou a ser utilizada
(bactérias sensíveis às polimixinas novamente)
 Polimixina B (droga antiga com uso novo)
 Mecanismo de ação: Propriedade detergente catiônica (retira cálcio e magnésio da
membrana externa da membrana da bactéria) →bactéria não consegue formar
membrana externa
 Uso: restrito a gram negativos multirresistentes (resistentes aos carbapenêmicos –
drogas de primeira escolha - meropenem).
 Limitado à infecções graves (associado a outra droga antimicrobiana)
 Problema! Ototoxidade e nefrotoxicidade (OBS: assim como os aminoglicosideos)

OBS: doente renal ou com alterações auditivas – cuidado com as polimixinas e os


aminoglicosídeos.

TRATATAMENTOS DAS MICROBACTÉRIAS

 Tuberculose e lepra (Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae)


 Elevada resistência. Sobrevivência nos macrófagos mesmo depois da fagocitose (não
são destruídas).
 M. tuberculosis provoca maior numero de mortes. A mortalidade da tuberculose vem
aumentando por conta da falha de tto (pctes toma 2 meses e param de tomar pq
melhoram clinicamente). Isso também tem causado elevada resistência bacteriana
 10% vai desenvolver a doença ao longo da vida
 25% da morte de pctes por HIV é por conta da tuberculose

ISONIAZIDA

 Bacteriostática (limitada às micobactérias – só consegue penetrar nesse tipo de


célula). Sempre utilizada com um bactericida junto
 É um pro-farmaco – penetra nas células como molécula inativa, e é ativado por
enzimas bacterianas
 Mecanismo de ação: Inibe a síntese do acido micolico, constituinte da parede celular
das micobactérias
Isadora Barbosa - MED XXVIII - UNOESC
Farmacocinética:

 Rapidamente absorvida no TGI


 Largamente distribuída nos tecidos e fluidos
 Diminui o efeito dos anticonvulsivantes – pois ultrapassa a BHE e interage por ligação
em alguns sítios de ação dos anticonvulsivantes

Efeitos adversos:

 Dose dependente (↑alta dose ↑tempo de uso ↑efeitos colaterais)


 Reações alérgicas cutâneas são as mais significativas
o Atenção! Alterações peculiares da izoniazida:
 *Anemia hemolítica, por deficiência da enzima glicose 6-PD (glicose 6 fosfato
desidrogenase – participa do processo de formação da hemoglobina)
 *Em pctes desnutridos com deficiência de piridoxina pode ter alterações no SNC

RIFAMPICINA

 Mecanismo de ação: Inibição da RNA polimerase (participa na formação do DNA)


 Penetra nas células fagocitárias
 É um dos antimicobacterianos mais usados – tem alta atividade e pouca resistência

Farmacocinetica:

 Rapidamente absorvida
 Metabolismo hepático e excreção renal
 Deixa a saliva, o suor e a lagrima de coloração laranja

Efeito adverso: muito poucos

 Dosar atividade hepática (pq eleva o metabolismo hepático)

ETAMBUTOL

 Mecanismo de ação: Inibição da síntese da parede celular (bloqueia algumas a


atividade de algumas enzimas que produzem proteínas da parede celular)
 Bacteriostática, que induz rápida resistência se usada isoladamente
 Bem absorvida via oral
 Captado nos eritrócitos, fica no seu citoplasma e é liberada lentamente → efeito mais
duradouro do etambutol

Efeitos adversos:

 Causa neurite óptica – dose dependente (↑tempo de utilização ↑lesão na retina).


Frequente em pctes que usam etambutol por + de 6 meses (obrigatório
acompanhamento com oftalmologista)
Isadora Barbosa - MED XXVIII - UNOESC
PIRAZINAMIDA:

 Mecanismo de ação: inibe fatores de membrana → bloqueia a síntese de ácidos graxos


(fragilidade da membrana plasmática).

Efeitos adversos:

 Altas concentrações de urato no plasma levam à deposição desses cristais nas


articulações, causando a Gota.
OBS: Todas essas drogas vem associando um
aumento de resistência ao longo do tempo. Ex:
DAPSONA antes o tto de tuberculose era feito com 1 no
máximo 2 drogas. Hoje em dia pode ter associação

 Atua através da inibição da síntese do folato de até 5 antimicrobianos, por conta da elevada
resistência
 Preocupação! Resistencia vem aumentando progressivamente

Efeitos adversos: muito frequentes

 Hemólise (quebra das hemácias)


 Reações lepromatosas (lesões de pele que podem levar a uma reação inflamatória
sistêmica grave que pode levar à óbito)

Atenção! Saber sobre os antimicobacterianos:

➢ Todas drogas tem metabolismo hepático com excreção renal


➢ Bem absorvidas no TGI
➢ Saber os efeitos adversos peculiares de cada droga
➢ O aumento da resistência micobacteriana ao longo do tempo leva à necessidade de
associação de várias classes farmacológicas no tto das micobactérias

TESTE DE SUSCEPTIBILIDADE:

Como usar uma droga antimicrobiana? Profilaticamente ou terapeuticamente

➢ Profilaticamente – evitar que a infecção aconteça


Em que cenário?
- Ambiente cirúrgico (evitar contaminação do sítio que está sendo operado);
- E na prevenção da endocardite bacteriana.

 Porem na maioria das vezes o uso é terapêutico- tratar uma infecção que já se
desenvolveu.
Nesse caso existem duas opções de tto: 1)tratamento empírico ou 2)tratamento
direcionado
1. Tratamento empírico: não sei qual a bactéria especifica que está causando a
doença, e qual a susceptibilidade dessa bactéria (o quanto ela é resistente); Só
sei o grupo de bactéria (ex: gram + ou gram -).
2. Tratamento direcionado: sabe exatamente qual a bactéria causadora (faz
cultura). Tto direcionado.
Isadora Barbosa - MED XXVIII - UNOESC
Avaliação qualitativa
❖ Cultura - método de difusão em ágar. Pega um a secreção purulenta (urina, fezes) e
coloca em cultura. Cada disco é um atb especifico.
O laboratório vai passar os perfis de senbilidade (atb sensível, atb intermediário, atb
resistente)
OBS: Pró-drogas não entram nesse teste. Não
são todos atb que entram nessa avaliação

Avaliação quantitativa
 Concentração inibitória mínima (CIM): menor concentração da droga que inibe o
crescimento microbiano. Ele diz também se a [ ] necessária da droga for muito alta, e
for tóxica para o hospedeiro.

Atenção!

Existem atb concentração dependente e atb tempo-dependentes

Toda vez que faz uma injeção em bolus:


parte do ponto zero, e tem uma elevação
muito grande da [ ] plasmática pós bolus, e
ao longo do tempo a droga vai caindo até ser
eliminado por completamente da circulação.

Drogas tempo-dependentes:

Principalmente os AMINOGLICOSIDEOS. Esse atb precisa ficar numa concentração


sérica elevada por um tempo prolongado, ou não consegue fazer seu efeito clínico. Não
adianta fazer uma dose extremamente alta da droga 1x a cada 48h. o ideal é fazer adm por
várias vezes durante o dia, pois essa droga precisa ficar com uma [ ] alta o tempo todo.

Portanto, ela precisa de Cmax no soro durante um tempo maior para fazer efeito

Drogas concentração – dependentes

São principalmente os BETA-LACTÂMICOS (penicilina, ceflosporinas, carbapenêmicos). Nesse


caso a [ ] da droga tem que permanecer mais alta que a concentração mínima da bactéria pelo
uma vez por dia por exemplo, e já é suficiente para inibir o crescimento bacteriano. Nesse
Isadora Barbosa - MED XXVIII - UNOESC
caso, a adm costuma ser uma dose muito mais alta, porque faz adm 1x por dia só. Melhor
correlação

Drogas tempos e concentração dependentes

Principalmente as QUINOLONAS, dependem do tempo necessário alto, quanto de uma [ ]


extremamente alta

FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESCOLHA DO ANTIMICROBIANO CORRETO:

▪ Características do paciente - idade, gravidez, função renal e hepática, sensibilidade do


paciente
▪ Agente etiológico: suspeição clínica, analise do antibiograma e mecanismo de
resistência
▪ Propriedades dos antimicrobianos: mecanismo de ação, sinergismos ou antagonismos
(parâmetros farmacocinéticos)

Atenção! O primeiro critério, na escolha de um atb, é que a infecção seja causada por bactéria.
NUNCA tratar infecções virais com atb

(esquema: fatores que influenciam na escolha correta do antmicrobiano)

Patógenos problema: São bactérias com alto poder de resistência antibacterina. São bactérias
gram +, gram - , e alguns anaeróbios

1. E - Enterococcus
2. S - Staphylococcus Aureus
3. K - Klebsiella pneumoniae
4. S - Acinetobacter baumannii
5. P - Pseudômonas aeruginosa
6. E - Enterobacter
Isadora Barbosa - MED XXVIII - UNOESC
Hoje já existem um grande aumento das drogas multirresistentes por conta do uso
indiscriminado das drogas antimicrobianas. Isso condiz com a mortalidade, que vinha
caindo ao longo dos anos, até 1980; depois de 1980 foram produzidos poucos atb novos, e
utilizar muitos atb desenvolvidos até então, e ocorreu um aumento da resistência
bacteriana. (alto índice de mortalidade por doenças infecciosas)

O paciente pode ser tratado no ambiente hospitalar durante um grande período grande de
tempo, gera indução de resistência bacteriana no ambiente hospital, e esse paciente vai para a
comunidade levar uma bactéria resistente que ele está portando. Mas o pior cenário de
resistência bacteriana é da UTI para a enfermaria (UTI tem infecções mais graves, são
utilizados atb de amplo espectro, e portanto existe uma indução de resistência bacteriana mais
alta)

Toda instituição precisa saber qual seu perfil de resistência, para saber quais atb são eficazes
na instituição e quais são resistentes

Existe uma taxa de transmissão cruzada de micro-organismos resistentes – isso acontece por
via da “mão” de quem está manipulando o pcte (o médico, enfermeiro..) – lavagem
inadequada das mãos

Consequências:
o Custos imediatos: prolongamento do tempo de internação, assistência maior, e
utilização de maior número de atb de amplo espectro (+ caros)
o Custos em potencial: perda da produtividade de pacientes afetados, e pode não existir
atb para tratar a bactéria em questão

- Antimicrobianos de uso restrito – tem largo espectro (utilizado para tratar vários tipos de
bactérias, e tratar doenças graves). Geralmente são utilizados apenas dentro do hospital

- Sensibilidade X Resistencia

➢ Sensibilidade; ação de um composto sobre um MO produzindo efeito clinico, em


concentrações que não produzam importantes efeitos adversos
➢ Resistência: capacidade de um MO para resistir aos efeitos de uma droga a que é
normalmente sensível
Pode ser natural ou intrínseca:
 Resistencia natural: ex: gram neg tem uma parede externa à parede celular
 Resistencia adquirida: surge quando cepas resistentes emergem de
populações

Atenção! A droga que mais causa resistência bacteriana é a CEFALOSPORINA. É mais utilizada
na pratica clínica. Isoladamente é a quinolona (cipro, levof.); é menos utilizada que as
cefalosporinas

RESISTÊNCIA BACTERIANA

Um grupo de bactérias é destruído, no entanto, 1 ou mais bactérias acabam se adaptando


àquele atb, e se multiplica cm aquele gene que gerou resistência.
Isadora Barbosa - MED XXVIII - UNOESC
Qual a principal causa disso?

 A escolha de um antimicrobiano que não tem boa sensibilidade;


 O principal fator é a utilização do atb por tempo insuficiente para destruir todas as
bactérias; algumas mais resistentes persistem e se multiplicam

As aquisições podem ser cromossomais ou associadas por plasmídeos:

Existem 4 mecanismos básicos de resistência bacteriana

1. Alteração de permeabilidade dos canais de porina da membrana celular:


 Presença de porinas (canais específicos para passagem pelo espaço periplasmático – é
por onde o atb entra na célula bacteriana)
 É um tipo de resistência intrínseca dos bacilos gram-negativos às penicilina (penicilina
não age em germes gran-negativos→ não consegue entrar na célula)
 Se existe alteração na porina especifica da membrana →o atb não consegue atingir o
espaço intracelular bacteriano, e a bactéria se torna resistente àquela droga.

Ex: Pseudômonas aeruginosa em relação aos carbapenemicos.

2. Bomba de efluxo ativo –


 Contra alguns atb tem que entrar na bactéria para fazer efeito
 Bombeamento ativo de antimicrobiano para extracelular (célula bacteriana bombeia
ativamente o atb para fora da célula)

Ex: tetraciclinas na E.coli

3. Alteração no sítio de ação da molécula do antibiótico:


 Alteração das PBP (proteínas ligadoras de penicilina) – (é essa proteína que se liga na
molécula da penicilina pra que ela entre no meio intracelular da bactéria). Se existe
alteração nessa proteína a penicilina não atinja o meio intracelular bacteriano, e não
tem efeito.
 Alteração molécula da DNA girasse e topoisomerase III (alterações no sítio de ação da
droga – o droga perde a eficácia) (quinolonas)

Mecanismos de resistência anaeróbicos:

Os anaeróbios tem uma grande quantidade de mecanismos moleculares que levam à


resistência antimicrobiana. Para cada tipo de atb existe um sítio de ação ou uma enzima
específica que é bloqueada pelos anaeróbios.

4. Alteração no mecanismo enzimático intracelular: (alteração nos ribossomos ou DNA


polimerase) (é o principal mecanismo associado à resistência bacteriana)

Inativação enzimática da droga

 O principal é a indução das betalactamases →clivam o anel betalactâmico da droga, e


o atb perde seu efeito clínico
Isadora Barbosa - MED XXVIII - UNOESC
 As cefalosporinas todas tem o inibior de beta lactamase: ampicilina + subactam,
amoxicilina + clavulanato, etc

Indução de beta-lactamases:
 Essa enzima é induzível nos estafilococos (não é expressa na ausência do fármaco)
*Concentrações mínimas ou subinibidoras liberam o gene e resultam no aumento de
50/80x a sua expressão →o uso da sub-dose faz com que haja um expressão muito alta
dessa enzima

 As principais classes de antibióticos que levam à produção de bata-lactamases são as


penicilinas, os carbapenêmicos e as cefalosporinas (principalmente)

 Existe um outro mecanismo chamado ESBL – (extensed – espectrum beta-lactamase) –


presente em bactérias que criaram um novo mecanismo contra os inibidores de beta-
lactamases

 Beta-lactamases de amplo espectro (é a indução das carmapenemases) (KPC) –


Os carbapenêmicos são utilizados para tratar infecções bacterianas graves,
principalmente por gram-negativos. As carbapenemases bloqueiam a ação dos
carbapenêmicos, e a mais frequente é a KPC (Klebsiella Pneumoniae
Carbapenemase)→enzima que inibe a beta-lactamase dos carbapenêmicos
*Principalmente pseudômonas aeruginosa.
*As carbapenemases INATIVAM TODOS OS BETA-LACTAMICOS
*Os KPC são encontrados em plasmídeos – resistência facilmente transferida.
OSBS:

 Os carbapenêmicos são as drogas de maio amplo espectro na prática clínica.


 Nas bactérias consideradas KPC a única escolha de tratamento é usar polimixina em
altíssimas doses para tentar combater

Determinantes extracromossomicos de resistencia bacteriana – Existem alguns


determinantes extra cromossômicos que fazem com que haja indução da resistência
bacteriana;

➢ Plasmídeos são um dos principais fenômenos de transferência interbacteriana de


resistência
➢ Transposons: segmentos de DNA saltadores carreiam a resistência bacteriana que por
se deslocar de um sitio a outro dentro do genoma. Esse segmento pode saltar para
outros tipos de moléculas de DNA da bactéria, por ex: o cromossomo.
➢ Transferência horizontal:
* transferência das bactérias entre pessoas (de pessoa – para pessoa)
*transferência de genes entre bactérias (conjugação dos plasmídeos) (de bactéria –
para bactéria)
*transferência entre elementos genéticos dentro do interior da bactéria (dentro da
própria bactéria)

❖ A resistência bacteriana pode ser cruzada → uma bactéria gram + pode passar
mecanismo de resistência para uma gram – e vice versa
Isadora Barbosa - MED XXVIII - UNOESC

❖ Algumas bactérias podem ficar resistentes em reservatórios humanos, em reservatório


ambiental, mas principalmente na LAVAGEM DAS MÃOS DE MANEIRA INADEQUADA.

❖ Consideradas super bactérias – tem resistência a pelo menos 3 classes de atb de largo
espectro

Curiosidades!

 25% dos atb prescritos são inadequados


 O alto custo no desenvolvimento de novos atb associado ao mau uso dos atb tem sido
catastrófico na prática clínica – maior resistência bacteriana e menos opções de atb
para trata-las

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