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PROBLEMA 1 – Imunologia

Termos Desconhecidos
DISÚRIA ! refere-se à dificuldade para urinar. As causas podem ser obstrutivas ou inflamatórias, com
acometimento do trato urinário inferior. Disúria pode estar associada à algúria (sensação dolorosa
causada pelo ato de urinar).
GRAM NEGATIVA x POSITIVA ! a classificação Gram é utilizada para diferenciar as bactérias. A
técnica consiste na aplicação da uma coloração, dividindo-as em dois grupos. Estão quase iguais no que
se refere ao número e à importância. A diferença básica está na sua parede celular:
Gram-positivas: possuem uma parede celular única e uma espessa camada de peptideoglicanos.
Quando esse tipo bacteriano entra em contato com a colocração de Gram, adquirem a cor púrpura ou
azul, quando fixada com cristal violeta, pois retêm esse corante, mesmo sendo expostas a álcool.
Reação virulenta: possuem característica de aderência, devido à exotoxina, composta pelo ácido
lipoteinóico.
Gram-negativas: possuem uma parede celular mais delgada e apresentam uma segunda membrana
lipídica, diferente da MP, formada por fosfolipídios, proteínas e lipoproteínas. No processo de
coloração, o lipídio dessa membrana mais externa é dissolvido pelo álcool e libera o primeiro corante:
cristal violeta. Ao término da coloração, essas células são visualizadas com a tonalidade rosa-
avermelhada do segundo corante, safranina. Reação virulenta: possuem característica patológica,
devido à substância LPS.

1) Caracterizar o metabolismo, a estrutura e a genética bacteriana.

- Os agentes de doenças infecciosas humanas pertencem a 5 principais grupos de organismos:


bactérias (reino dos procariotos), fungos (reino das leveduras e bolores) , procatozoários (reino
protista) , helmintos (reino animal) e víruas
- Protistas: organismos unicelulares ou multicelulares relativamente simples
- Helmintos: organismos multicelulares complexos, classificados como metazoários dentro do reino
animal;
- Os helmintos e protozoários são denominados parasitas
- Vírus: não exibem natureza celular e só conseguem replicar-se non interior de células
- Bactérias, fungos, protozoários e helmintos são celulares
- Distinção célula X não célula baseada nos critérios:
• Estrutura – células possuem núcleo ou nucleóide que contém DNA; o DNA é circundado pelo
citoplasma, onde as proteínas são sintetizadas e a energia é gerada; já os vírus, possuem um cerne
interino com DNA ou RNA, porém eles não têm citoplasma e assim, dependem das células
hospedeiras para a síntese proteica e geracão de energia
• Mecanismo de replicação – as células replicam-se por fissão binária (células procarióticas –
bactérias) ou por mitose (células eucarióticas); os vírus desorganizam-se produzindo várias cópias
de seu ácido nucleico e proteínas e, em seguida, reorganizam-se em uma progênio de múltiplos
vírus; além disso, os vírus devem replicar-se somente no interior das células hospedeiras; as
bactérias podem replicar-se extracelularmente, exceto as riquétsias e clamídias (bactérias que
precisam de células hospedeiras para o seu crescimento)
• Natureza do ácido nucleico – as células contêm tanto tanto DNA quanto RNA, enquanto os vírus
contêm DNA ou RNA, porém não ambos

Eucariotos e Procariotos
- diferenciados com base na estrutura e na complexidade de sua organização
- eucarióticos: fungos e protozoários
• núcleo verdadeiro com múltiplos cromossomos, sendo circundado por uma membrana nuclear, e
utiliza um aparato mitótico para garantir a alocação equitativa dos cromossomos na progênie
celular
• contêm organelas (mitocôndiras, lisossomos e ribossomos maiores)
• não contêm peptideoglicano; são envoltas por uma membrana celular flexível ou apresentam rede
celular rígida contendo quitina formando o arcabouço (fungos);
• a membrana contém esteróis
- procarióticos: bactérias
• nucleoide (única molécula circular de DNA organizado frouxamente, desprovida de uma
membrana nuclear e de aparato mitótico)
• não contêm organelas e exibem ribossomos menores
• parede celular externa rígida contendo peptideoglicano
• a membrana não contém esteróis (exceção do organismo desprovido de parede)

ESTRUTURA DAS CÉLULAS BACTERIANAS


- classificadas em 3 grupos básicos, de acordo com a forma: cocos (esféricos) , bacilos (bastonete) e
espiroquetas (espiralados); pleomórficas (muitas formas)
- a forma de uma bactéria é denominada por sua parede celular rígida
- arranjo das bactérias determinado pela orientação e pelo grau de ligação das bactérias quando da
divisão celular: diplococos (em pares), estreptococos (em cadeias) e estafilococos (agupamentos
semelhantes a um cacho de uvas)

Parede Celular
- componente mais exerno comum a todas as bactérias (exceto espécies de Mycoplasma); algumas
bactérias exibem propriedades superficiais externas à parde celular, como uma cápsula, flagelos e
pili, componentes menos comuns
• Estrutura em multicamadas situadas externamente à membrana plasmática; composta por uma
camada interna de peptideoglicano (sustentação estrutural e mantém a forma característica da
célula) e uma membrana externa que varia quanto à espessura e à composição química,
dependendo do tipo de bactéria;
- Parede celulares de bactérias gram-positivas e gram-negativas
• Gram-positivas: camada de peptideoglicano mais espessa; apresentam fibras de ácido teloico que
se projetam para fora do peptideoglicano
• Gram-negativas: camada externa complexa (polissacarídeos, lipoproteínas e fosfolipídeos);
contêm o espaço periplasmático que corresponde ao sítio de enzimas denominadas beta-
lactamases, as quais degradam penicilinas e outros fármacos beta-lactâmicos; contém a endotoxina
(lipossacarídeo); seus polissacarídeos e proteínas são antígenos úteis na identificação laboratorial;
proteínas porinas responsáveis pela regulação da passagem de moléculas pequenas e hidrofílicas ao
interior da células
- Paredes celulares de bactérias acidorresistentes
• Exemplo: microbactérias que apresentam uma parede celular incomum, responsável pela
impossibilidade das microbactérias de serem coradas pela coloração de gram
• Essas bactérias resistem à descoloração por álcool-ácido após serem coradas com carbol-fucsina,
propriedade relacionada à alta concentração de lipídeos, denominados ácidos micólios, observada
na parede celular das microbactérias
- Componentes importantes da parede celular:
Peptideoglicano
- rede complexa e entrelaçada que envolve toda a célula, sendo composto por uma única
macromolécula ligada covalentemente
- está presente apenas nas peredes celulares bacterianas
- confere sustentação rígida à célula e permite que ela resista a meios de baixa pressão osmótica,
como a água
- peptideoglicano / mureína / mucopeptídeo = peptídeos e açúcares (glicanos)
- composto por moléculas alternadas de ácido N-acetilmurâmico e N-acetilglicosamina
- ligado a cada uma das moléculas de ácido murâmico, há um tetrapeptídeo que consiste em D-e-L-
aminoáricos; dois destes aminoácidos devem ser mecionados: o ácido diaminopimélico (específico
de paredes celulares bacterianas) e a D-alanina (envolvida nas ligações cruzadas entre os
tetrapeptídeos e na ação da penicilina)
- outro componente importante: ligação peptídica cruzada entre 2 tetrapeptídeos que variam entre as
espécies
- corresponde a um alvo adequado para fármacos antibacterianos, por estarpresente em bactérias e
não em células humanas; vários desses fármacos (penicilinas, cefalosporinas e vancomicina)
inibem a síntese de peptideoglicano por inibirem a transpeptidase responsável pelas ligações
cruzadas entre 2 tetrapeptídeos adjacentes
- lisozima: presente na lágrima, no muco e na saliva humana, é capaz de clivar o arcabouço de
pepetideoglicano, rompendo suas ligações glicosil, contribuindo assim, para a resistência do
hospedeiro à infecção microbiana; bactérias tratadas com lisozima podem inturmescer e romper-se
como resultado da entrada de água nas células, as quais exibem elevada pressão osmótica interna;
entretanto, quando as células tratadas com lisozima encontram-se em uma solução com a mesma
pressão osmótica que aquela do interior bacteriano, essas células sobrevivem, assumindo formas
esféricas (protoplastos), circundadas apenas por uma membrana citoplasmática

Lipopolissacarídeo (LPS)
- o LPS da membrana externa da parede celular de bactérias gram-negativas é uma endotoxina
- responsável por várias características das doenças, como febre e choque (hipotensão), causadas por
esses organismos
- é denominado endotoxina porque consiste em uma porção integral da parede celular,
contrariamette às exotoxinas, as quais são livremente liberadas pelas bactériasa
- os efeitos patogênicos das endotoxinas são similares, independente do organismo do qual são
derivadas
- composto por 3 unidades distintas:
1) Fosfolipídeo denominado lipídeo A – responsável pelos efeitos tóxicos
2) Polissacarídeo cerne de 5 açúcares ligados ao peptídeo A por meio de cetodesoxioctulonato (CDO)
3) Polissacarídeo externo consistindo em até 25 unidades repetidas de 3 a 5 açúcares; corresponde ao
importante antígeno somático de várias bactérias gram-negativas, utilizado na identificação de
certos organismos no laboratório clínico
Ácido Teioico
- fibras de glicerol fosfato ou ribitol fosfato situadas na camada externa da parede celular gram-
positiva e que estendem-se a partir desta
- alguns polímeros desse ácido contento glicerol penetram na camada de peptideoglicano, ligandose
covalentemente ao lipídeo da membrana citoplasmática, recebendo a denominação ácido
lipoteicoico; outros são ancorados ao ácido murâmico do peptideoglicano
- importância médica: eles possuem a capacidade de induzir o choque séptico quando causado por
determinadas bactérias gram-positivas, isto é, os ácidos teicoicos ativam as mesmas vias que a
endotoxina (LPS) de bactérias gram-negativas; esses ácidos também medeiam a ligação de
estafilococos às células mucosas

Membrana Citoplasmática
- internamente adjacente à camada de peptideoglicano da parede celular
- composta por uma bicamada fosfolipídica similar àquela de células eucarióticas quanto ao aspecto
microscópico; as duas são quimicamente similares, porém as membranas eucariontes contêm
esteróis, ao contrário dos procariotos em geral
- 4 funções importantes: (1) transporte ativo de moléculas para o interior da célula, (2) geração de
energia pela fosforilação oxidativa, (3) síntese de precursores da parede celular e (4) secrecão de
enzimas e toxinas
Mesossomo
- invaginação da membrana citoplasmática imporante durante a divisão celular, quando atua como a
origem do septo transverso que divide a célula pela metade, e como sítio de ligação do DNA que se
tornará o material genético da célula-filha
Citoplasma
1) matriz amorfa que contêm ribossomos, grânulos de nutrientes, metabólitos e plasmídeos
2) região nucleoide interna composta por DNA
Ribossomos
- os ribossomos bacterianos são o sítio da síntese proteica, como nas células eucarióticas, porém
diferentes dos ribossomos eucarióticos em relação ao tamanho e à composição química
- as difereças nas proteínas e RNAs ribossomais constituem a base para a ação seletiva de vários
antibióticos que inibem a síntese proteica de bactérias, mas não de humanos
Grânulos
- o citoplasma contém vários tipos diferentes de grânulos que atuam como áreas de armazenamento
de nutrientes e coram-se de modo característico com determinados corantes
Nucleoide
- região do citoplasma onde o DNA está localizado
- o DNA dos procariotos é uma única molécula circular contendo cerda de 2.000 genes e o DNA
humano contém aproximadaente 100.000 genes
- uma vez que o nucleoide não apresenta membrana nuclear, nucléolo, fuso mitótico, nem histonas,
há pouca semelhança com o núcleo eucariótico
- diferença importante entre o DNA bacteriano e o DNA eucariótico: fato de que o DNA bacteriano
não apresentar íntrons, ao contrário do DNA eucariótico
Plasmídeos
- moléculas de DNA de fita dupla, circulares e extracromossomais, capazes de replicar-se
independentemente do cromossomo bacteriano
- embora sejam geramente extracromossomais, eles podem integrar-se ao cromossomo bacteriano
- estão presentes tanto em bactérias gram-positivas como gram-negativas, podendo haver vários
tipos diferentes de plasmídeos em uma célula:
1) Plasmídeos transmissíveis: podem ser transferidos de uma célula a outra por conjugação; são
grandes, uma vez que conté, cerca de uma dúzia de genes responsáveis pela síntese do pilus sexual
e das enzimas necessárias à transferência; habitualmente esão presentes em poucas cópias (1 a 3)
por célula
2) Plasmídeos não transmissíveis: pequenos, uma vez que não contêm os genes de transferência;
frequentemente estão presentes em várias cópias (10 a 60) por célula
- os plasmídeos carreiam os genes envolvidos nas seguintes funções e estruturas de importância
médica:
• resistência a antibióticos, a qual é mediada por uma variedade de enzimas
• resistência a metais pesados, como mercúrio (componente ativo de alguns antissépticos como
merthiolatee mercúrio-cromo) e prata, sendo mediada por uma enzima redutase
• resistência à luz ultravioleta, mediada por enzimas de reparo de DNA
• pili (fímbrias), que mediam a adesão das bactérias às células epiteliais
• exotoxinas, incluindo diversas enterotoxinas
- outros produtos de interesse codificados por plasmídeos
• bacteriocinas: proteínas tóxicas produzidas por determinadas bactérias, letais para outras bactérias;
2 mecanismos de ação comum das bacteriocinas: (A) degradação das membranas das células
bacterianas por meio da produção de poros na membrana e (B) degradação do DNA bacteriano
pela DNAse; exemplos: colicinas (produzidas pela Escherichia coli) e piocinas (produzidas por
Pseudomonas aeruginosa)
• enzimas de fixação de nitrogênio de Rhizobium, nos nódulos radiculares de leguminosas
• tumores causados por Agrobacterium em plantas
• vários antibióticos produzidos por Streptomyces
• uma variedade de enzimas degradativas, produzidas por Pseudomonas e capazes de promover a
limpeza de riscos ambientais, como derramamentos de óleo e sítios de despejo de compostos
químicos tóxicos
Transposons
- segmentos do DNA que se deslocam prontamente de um sítio a outro, tanto no interior, como entre
os DNAs de bactérias, plasmídeos e bacteriófagos
- em virtude de sua capacidade incomum de movimentar-se, estes são apelidados de genes saltadores
- esses elementos podem codificar enzimas de resistência a fármacos, ou uma variedade de enzimas
metabólicas, bem como podem causar mutações no gene onde estão inseridos, ou alterar a
expressão de genes próximos
- os transposons tipicamente apresentam 4 domínios identificáveis:
• em cada extremidade há uma sequência curta de DNA contendo repetições invertidas, as quais
estão envolvidas na integração do transposon ao DNA receptor
• o segundo domínio corresponde ao gene da transposase, a qual cosiste na enzima que medeia os
processos de excisão e integração
• a terceira região consiste no gene do repressor, que regula a síntese tanto da transposase como do
produto gênico do quarto domínio, que, em muitos casos, corresponde a uma resistência a
antibióticos mediada por enzimas
- contrariamente aos plasmídeos ou vírus bacterianos, os transposons são incapazes de replicar-se de
forma independente; eles se replicam como parte do DNA receptor
- mais de um transposon pode estar localizado no DNA; por exemplo, um plasmídeo pode conter
vários transposons carreando genes de resistência a fármacos
- sequências de insercão: correspondem a um tipo de transposon que possuem menor número de
bases (800 – 1500), uma vez que estas não codificam suas próprias enzimas de integração; essas
sequências podem causar mutacões em seu sítio de integracão e podem estar presentes em
múltiplas cópias nas extremidades de transposons maiores

Estruturas especializadas externas à parede celular


Cápsula
- camada gelatinosa que reveste toda a bactéria; composta por polissacarídeos, exceto no bacilo do
antraz, que possui uma cápsula de ácido D-glutâmico polimerizado
- os açúcares que compõem o polissacarídeo variam de uma espécie bacteriana a outra e,
frequentemente, determinam o tipo sorológico de uma espécie
- importante por 4 razões:
• determinante da virulência de diversas bactérias, uma vez que limita a capacidade de fagócitos
engolfarem as bactérias
• a identificação específica de um organismo pode ser realizada pelo uso de um antissoro contra o
polissacarídeo capsular; na presença de um anticorpo homólogo, a cápsula sofrerá um
intumescimento expressivo; esse fenômeno de intumescimento, utilizado no laboratório clínico
para identificar certos organismos é denominado reação de Quellung
• os polissacarídeos capsulares são utilizados como antígenos em determinadas vacinas, uma vez
que são capazes de elicitar anticorpos protetores
• a cápsula pode desempenhar um papel na adesão das bactérias aos tecidos humanos, a qual
consiste em uma etapa inicial importante da infecção
Flagelos
- apêndices longos, semlhantes a um chicote, que deslocam as bactérias em direção aos nutrientes e
outros fatores atrativos, processo denominaod quimiotaxia
- o longo filamento que atua como um propulsor é composto por várias subunidades de uma única
proteína (flagelina), organizadas em diversas cadeias entrelaçadas
- a energia para a movimentação, a força próton motiva, é fornecida pela ATP, derivada da passagem
de íons através da membrana
- as bactérias flageladas exibem número e localização de flagelos caracterísiticos: algumas bactérias
apresentam 1, enquanto outras apresentam vários; em algumas os flagelos estão localizados em
uma extremidade e, em outras, estão distribuídos por toda a superfície externa
- apenas determinadas bactérias possuem flagelos; muitos bacilos também os apresentam, porém a
maioria dos cocos não os possui, sendo, portanto, imóveis
- os espiroquetas movem-se por meio de uma estrutura semelhante ao flagelo, denominada filamento
axial, que se enrola ao redor da célula espiralada, produzindo um movimento ondulado
- importância médica:
• algumas espécias de bactérias móveis (E. Coli) são causas comuns de infecções do trato urinário;
os flagelos podem desempenhar papel na patogênese por propelirem as bactérias ao longo da uretra
até a bexiga
• algumas espécies de bactérias (Salmonella) são identificadas no laboratório clínico pelo uso de
anticorpos específicos contra proteínas flagelares
C. Pili (fímbrias)
- os pili são filamentos semelhantes a pelos, que se estendem a partir da superfície celular
- são mais curtos e lineares que os flagelos, sendo compostos por subunidadesde uma proteína
(pilina), organizadas em fitas helicoidais
- encontrados principalmente em organismos gram-negativos
- papéis importantes
1) medeiam a ligação das bactérias a receptores específicos da superfície de células humanas, etapa
necessária à iniciação da infecção por alguns organismos
2) um tipo especializado de pilus, o pilus sexual, estabelece a ligação entre as bactérias macho
(doadora) e fêmea (receptora) durante a conjugação
D. Glicocálix (Camada limosa)
- revestimento polissacarídeo secretado por muitas bactérias
- reveste as superfícies como um filme e possibilita a firme aderência das bactérias a estruturas
varias, por exemplo, pele, válvulas cardíacas e cateteres
- também medeia a adesão de certas bactérias à superfície dos dentes; isso desempenha papel
importante na formação da placa dental, o precursor da cárie dental

Esporos
- estruturas altamente resistentes formadas em resposta às condições adversas por 2 gêneros de
bacilos gram-positivos de importância médica: o gênero Bacillus, que inclui o angente do antraz, e
o gênero Clostridium, que inclui os agentes do tétanto e botulismo
- a formação de esporos (esporulação) ocorre quando os nutrientes, como fontes de carbono e
nitrogênio, são depletados
- o esporo é formado no interior da célula e contém DNA bacteriano, uma pequena quantidade de
citoplasma, membrana celular, peptideoglicano, pouquíssima água e, o mais importante, um
revestimento espesso semelhante à queratina, responsável pela acentuada resistência do esporo ao
calor, à desidratação, à radiação e a compostos químicos; essa resistência pode ser mediada pelo
ácido dipicolínico, um quelante de íons cálcio, encontrado apenas em esporos
- uma vez formaco, o esporo não exibe qualquer atividade metabóica, podendo permanecer
dormente por muitos anos; quando exposto à água e a nutrientes apropriados, enzimas específicas
degradam o revestimento, a água e os nutrientes penetram, e ocorre a germinação em uma célula
bacteriana potencialmente patogênica – esse processo de diferenciação não corresponde a uma
forma de reprodução, uma vez que o suprimento de nutrientes é adequado
- características importantes: altamente resistentes ao aquecimento e a varios compostos químicos,
podem sobreviver por vários anos, não exibem atividade metabólica mensurável
- implicações médicas: somente soluções designadas como esporicidas promoverão a morte de
esporos; ferimentos contaminados pelo solo podem ser infectados por esporos causando doenças
como tétano; os antibióticos são ineficazes contra os esporos (pois atuam inibindo certas vias
metabólicas de bactérias) e além disso, a capa do esporo é impermeável aos antibióticos; os
esporos não são observados com frequência no sítio de infecções porque os nutrientes não são
limitantes; já as bactérias são geralmente observadas em esfregaços submetidos à coloração Gram

Coloração de Gram
- as bactérias gram-positivas coram-se em púrpura, enquanto as bactérias gram-negativas coram-se
em rosa
- essa diferença baseia-se na capacidade de bactérias gram-positivas reterem o complexo cristal
violeta-iodo na presença de um solvente de lipídeos, geralmente álcool-acetona
- as bactérias gram-negativas, pelo fato de apresentarem uma membrana externa contendo lipídeos e
peptideoglicano delgado, perdem o corante púrpura quando são tratadas com álcool-cetona;
perdem a coloração e coram-se em rosa quando expostas a um corante vermelho como safranina
- nem todas as bactérias podem ser visualizadas utilizando-se a coloração de Gram; alguns
importantes patógenos de humanos, como as bactérias que causam a TB e a sífilis, não podem ser
visualizadas utilizando-se essa coloração

CRESCIMENTO
Ciclo de Crescimento
- as bactérias reproduzem-se por fissão binária, processo em que uma célula parenteral divide-se,
originando 2 células-filhas
- pelo fato de uma células originar 2 células-filhas, é referido que as bactérias realizam o
crescimento exponencial (crescimento logarítmico) – nº de células 1 2 4 8 16 (20, 21, 22, 23, 24...)
- o tempo de duplicação (geração) das bactérias varia de somente 20 minutos; o crescimento
exponencial e o tempo curto de duplicação de alguns organismos resultam na rápida geração de
grande número de bactérias
- o tempo de duplicação varia não somente em relação à espécie, mas também de acordo com a
quantidade de nutrientes, temperatura, pH e outros fatores ambientais
- o clico de crescimento de bactérias apresenta 4 fases principais:
1) A primeira corresponde à fase lag, durante a qual ocorre intensa atividade metabólica; contudo, as
células não se dividem; essa fase pode durar de alguns minutos a muitas horas
2) A fase log (logarítmica) é aquela que se observa rápida divisão celular; fármacos beta-lactâmicos,
como a penicilina, atuam durante esta fase, uma vez que os fármacos são eficazes no período em
que as células estão produzindo peptideoglicano, isto é, quando estão em divisão
3) A fase estacionária ocorre quanto a depleção de nutrientes ou os produtos tóxicos provocam uma
diminuição no crescimento até que o nº de células novas produzidas equilibra-se com o nº de
células que morre, resultando em um steady steate (estado de equilíbrio). As células cultivadas em
um aparato especial, denominado quimiostato, no qual nutrientes frescos são adicionados e
produtos de excreção são removidos continuamente, podem permanecer na fase log e não entram
na fase estacionária
4) A fase final corresponde à fase de morte, caracterizada por um declínio no número de bactérias
viáveis

Crescimento aeróbio e anaeróbio


- para a maioria dos organismos, um suprimento adequado de oxigênio intensifica o metabolismo e
o crescimento
- o oxigênio atua como aceptor de hidrogênio nas etapas finais da produção de energia catalisada
pelas flavoproteínas e pelos citocromos
- uma vez que a utilização de oxigênio gera duas moléculas tóxicas, o peróxido de hidrogênio
(H2O2) e o radical livre superóxido (O2), as bactérias requerem 2 enzimas para utilizar o oxigênio;
a primeira corresponde à superóxido dismutase, que catalisa a reação 202 + 2H+ -> H2O2 + O2 e a
segunda consiste na catalase, que catalisa a reação 2 H2O2 -> 2H2O + 2 O2
- a resposta ao oxigênio é um critério importante para a classificação das bactérias e exibe grande
importância prática, uma vez que espécimes obtidos a partir de pacientes devem ser incubados na
atmosfera apropriada ao crescimento das bactérias
1) Anaeróbias obrigatórias: bactérias requerem oxigênio para o crescimento, uma vez que seu
sistema de geração de ATP depende do oxigênio como aceptor de hidrogênio (ex: M. Tuberculosis)
2) Anaeróbias facultativas: utilizam o oxigênio para gerar energia por meio da respiração, caso este
se encontre presente; contudo, são capazes de utilizar a via da fermentação para sintetizar ATP na
ausência de oxigênio suficiente (ex: E. Coli)
3) Anaeróbias obrigatórias: incapazes de crescer na presença de oxigênio, uma vez que são
desprovidas de superóxido dismutase ou catalase, ou ambas; anaeróbios obrigatórios variam em
sua resposta à exposição ao oxigênio; alguns podem sobreviver, mas são incapazes de crescer,
enquanto outros são rapidamente mortos (ex: Clostridium tetani)

Fermentação de açúcares
- no laboratório clínico, a identificação de vários patógenos importantes de humanos baseia-se na
fermentação de determinados açúcares
- exemplo: Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis podem ser diferenciadas entre si com
base na fermentação de glicose ou maltose; E. Coli pode ser diferenciada de Salmonella e Shigella
com base na fermentação da lactose
- fermentação refere-se à clivagem de um açúcar (glicose ou maltose) a ácido pirúvico e, em
seguida, geralmente a ácido lático (mais especificamente, corresponde à clivagem de um
monossacarídeo, como glicose, maltose ou galactose)
- a fermentação também é denominada ciclo glicolítico, sendo esse o processo pelo qual as bactérias
facultativas geram ATP na ausência de oxigênio
- na presença de oxigênio, o piruvato produzido pela fermentação entra no ciclo de Krebs (ciclo de
oxidação, ciclo do ácido tricarboxílico), sendo metabolizado em 2 produtos finais, CO2 e H2O
- o ciclo de Krebs produz mais ATP que e o ciclo glicolítico; assim as bactérias facultativas exibem
crescmento mais rápido na presença de oxigênio
- as bactérias facultativas e anaeróbias realizam a fermentação, porém as aeróbias, que crescem
somente na presença que oxigênio, não a realizam
- organismos aeróbios produzem metabólitos que entram no ciclo de Krebs por processos distintos
da fermentação, como a desaminação de aminoácidos
- em testes de fermentação realizados no laboratório clínico, a produção de piruvato e lactato torna o
meio ácido, fato que pode ser detectado por um indicador de pH cuja cor modifica-se diante de
alterações no pH

GENÉTICA
- o material genético de uma bactéria típica consiste em uma única molécula de DNA circular, com
massa molecular de cerca de 2 x 109, sendo composta por aproximadamente 5 x 106 pares de bases
- essa quantidade de informação genética é capaz de codificar cerca de 2.000 proteínas com massa
molecular média de 50.000
- o DNA do menor organismo de vida livre, a bactéria desprovida de parede (Mycoplasma) exibe
massa molecular de 5 x 108 ; o DNA das células humanas contém cerda de 3 x 109 pares de bases e
codifica cerda de 100.000 proteínas
- as bactérias são haploides, ou seja, possuem um único cromossomo e, portanto, uma única cópia de
cada gente; em células haploides, qualquer gente que tenha sofrido mutação (portanto não é
expresso) resulta em uma célula desprovida daquela característica a
- já as células eucarióticas (humanas) são diploides, significando que apresentam um par de cada
cromossomo e, portanto, possuem duas cópias de cada gente; em células diploides, uma cópia de
um gene (alelo) pode ser expressa como uma proteína, isto é, ser dominante, enquanto outro alelo
pode não ser expresso, isto é, ser recessivo

Mutações
- mutação: modificação da sequência de bases do DNA, que geralmente resulta na inserção de um
aminoácido diferente em uma proteína e no surgimento de um fenótipo alterado
- as mutações resultam de 3 tipos de alterações moleculares:
1) Substituição de bases: ocorre quando uma base é inserida em substituição da outra. Essa
substituição ocorre no momento da replicação do DNA, porque a DNA polimerase comete um erro
ou porque um agente mutagênico altera a formação das pontes de hidrogênio da base utilizada
como molde de tal maneira que uma base errada é inserida. Quando a substituição de bases resulta
em um códon que simplesmente promove a inserção de um aminoácido diferente, a mutação é
denominada mutação de sentido trocado; quando a substituição de bases origina um códon de
terminação, que interrompe prematuramente a síntese proteica, a mutação é determinada mutação
sem sentido; as mutações sem sentido quase sempre destroem a função proteica
2) Mutação de alteração de fase: ocorre quando 1 ou mais pares de bases são adicionados ou
deletados, alterando a fase de leitura do ribossomo, e resulta na incorporação dos aminoácidos
errados “à jusante” à mutação e produção de uma proteína inativa
3) Transposons ou sequências de inserção integram-se ao DNA: essas porções recém-inseridas de
DNA podem causar profundas modificações nos genes onde são inseridos, bem como nos genes
adjacentes
- as mutações podem ser causadas por compostos químicos, radiação ou vírus: os compostos
químicos atuam de várias maneiras diferentes:
1) Alguns alteram a base existente de modo a formar uma ponte de hidrogênio preferencialmente com
a base errada (ex: ácido nitroso e agentes aniquilantes – a adenina deixa de parear com a timina,
pareando-se com a citosina)
2) Alguns compostos químicos correspondem a análogos de bases, pois são similares às bases
normais (5-bromouracila). Uma vez que o átomo de bromo apresenta um raio atômico similar
àquele de um grupo metil, a 5-bromouracila pode ser inserida em substituição à timina (5-
metiluracila). Entretanto, a 5-bromouracila apresenta menor fidelidade na formação de pontes de
hidrogênio que a timina e, desse modo, liga-se à guanina com maior frequência. Isto resul- ta em
uma transição de um par de bases A-T para um par de bases G-C, originando, assim, uma mutação.
O fármaco antiviral iododesoxiuridina atua como um análogo da base timidina.
3) Alguns compostos químicos (benzopireno, encontrado na fumaça do tabaco), ligam-se às bases
existen- tes no DNA, causando mutações de alteração de fase. Esses compostos químicos,
frequentemente carcinogênicos e mutagênicos, intercalam-se entre bases adjacentes, distorcendo e
desorganizando a sequência de DNA.
- Os raios-X e luz ultravioleta também podem causar mutações
- Raios-X: exibem alta energia e podem danificar o DNA de 3 maneiras: (1) clivando as ligações
covalenetes que mantêm unida a cadeia de ribose fosfato, (2) produzindo radicais livres capazes de
atacar as bases e (3) alterando os elétrons nas bases, e, desse modo, modificanado suas pondes de
hidrogênio
- Radiação ultravioleta: exibe energica mais baixa que os raios-X, promove a ligação cruzada de
bases pirimídicas adjacentes, formano dímeros; essa ligação cruzada, por exemplo, de timinas
adjacentes formando um dímero de timina, resulta na incapacidade do DNA de replicar-se
apropriadamente
- Determinados vírus provocam uma elevada frequência de mutações quando o seu DNA é inserido
no cromossomo bacteriano; uma vez que o DNA viral pode ser inserido em vários sítios distintos,
podem ocorrer mutações em gentes variados, que podem ser de alteração de fase ou deleções
- Mutações letais-condicionais: são de interesse médico porque podem ser úteis em vacinas contra
gripe, por exemplo; o termo condicional indica que a mutação é expressa apenas em determinadas
condições; as mais importantes são aquelas sensíveis à temperatura; organismos sensíveis à
temperatura são capazes de replicar-se a uma temperatura permissiva relativamente baixa (32), mas
não são capazes de crescer a uma temperatura restritiva mais elevada (37). Esse comportamento
deve-se a uma mutação que provoca alteração de um aminoácido em uma proteína essencial,
permitindo que essa atue normalmente a 32 graus, mas não a 37, devido à conformação alterada na
temperatura mais elevada

Transferência de DNA no interior de células bacterianas


- os transposons transferem o DNA de um sítio do cromossomo bacteriano a outro, ou para um
plasmídeo; realizam o processo por meio da síntese de uma cópia de seu DNA e inserção da cópia
em outro sítio do cromossomo bacteriano ou do plasmídeo
- a transferência de um transposon para um plasmídeo e a subsequente transferência do plasmídeo
para outra bactéria por conjugação contribuem significativamente para a disseminação da
resistência a antibióticos
- a transferência de DNA no interior de bactérias também ocorre por rearranjos programados; esses
rearranjos são responsáveis por muitas das alterações antigênicas
- um rearranjo programado consiste na movimentação de um gene a partir de um sítio silenciosos de
armazenamento, em que o gene não é expresso, para um sítio ativo onde ocorrem a transcrição e a
tradução
- existem muitos genes silenciosos que codificam variantes dos antígenos, e a inserção de um novo
gente no sítio ativo de maneira sequencial, repetida e programada consiste na fonte da variação
antigênica consistente
- essas movimentações não são induzidas por uma resposta imune, mas têm como efeito permitir
que os organismos dela evadam

Transferência de DNA entre as células


- a transferência de informação genética de uma célula a outra pode ocorrer por 3 métodos:
conjugação, transdução e transformação
- do ponto de vista médico, a consequência mais importante da transferência de DNA é o fato dos
genes de resistência a antibióticos serem disseminados de uma bactéria a outra por estes processos
1) Conjugação: acasalamento de 2 células bacterianas, durante a qual o DNA é transferido da célula
doadora à receptora;
• processo controlado por um plasmídeo F (fertilidade), que carreia os genes das proteínas
necessárias à conjugação; uma das proteínas mais importantes corresponde à pilina, a qual forma o
pilus sexual (tubo de conjugação).
• O acasalamento é iniciado quando o pilus da bactéria macho doadora, que carreia o fator F (F+),
liga-se a um receptor da superfície da bactéria fêmea receptora, que não contém um fator F (F-).
• As células então estabelecem contato direto pela retração do pilus. Após uma clivagem enzimática
do DNA do fator F, uma fita é transferida através da ponde de conjugação ao interior da célula
receptora.
• O processo é completado pela síntese da fita complementar, originando um plasmídeo de fita
duplacom o fator F, tanto na célula doadora como na receptora. A célula receptora torna-se uma
célula F+ masculina, capaz de transmitir o plasmídeo.
• Obs: nesse caso, somente o fator F, e não o cromossomo bacteriano foi transferido
• Algumas células F+ apresentam seu plasmídeo F integrado ao DNA bacteriano, e, portanto,
adquirem a capacidade de transferir o cromossomo para outra célula; essas células são
denominadas células Hfr (alta frequência de recombinação)
• Durante essa transferência, a fita simples de DNA que penetra na célula F- receptora contém um
segmento do fator F na extremidade líder, seguindo pelo cromossomo bacteriano e, em seguida,
pelo restante do fator F
• O tempo necessário à transferência complea do DNA bacteriano é de aproximadamete 100
minutos. A maioria dos acasalmentos resulta na transferência de apenas uma porção do
cromossomo do doador, uma vez que a ligação entre as 2 células pode se romper
• Os genes da célula doadora que são transferidos variam, uma vez que o plasmídeo F pode integrar-
se em vários sítios distintos do DNA bacteriano
• Os genes bacterianos adjacentes à porção líder do fator F são os primeiros e, portanto, os mais
frequentemente transferidos
• O DNA recém-adquirido pode recombinar-se com o DNA do receptor, tornando-se um
componente estavél de seu material genético
2) T r a n s d u ç ã o : transferência de
DNA celular por meio de um vírus
b a c t e r i a n o (bacteriófago,
fago)
- Durante o crescimento do vírus no interior da célula, uma porção do DNA bacteriano é incorporada
na partícula viral, sendo transferido para e célula receptora durante a infecção
- No interior da célula receptora, o DNA do fago pode integrar-se ao DNA celular e a célula pode
adquirir uma nova característica, processo denominado conversão lisogênica
- Esse processo pode transformar um organismo não patogênico em patogênico
- As toxinas diftérica, botulínica, colérica e eritrogênica são codificadas por bacteriófagos e podem
ser transferidas por transdução
- Existem 2 tipos de transdução: generalizada e especializada;
- Tipo generalizado: ocorre quando o vírus carreia um segmento derivado de qualquer região do
cromossomo bacteriano; isso ocorre porque o DNA celular é fragmentado após a infecção pelo
fago e porções do DNA celular do mesmo tamanho que o DNA viral são incorporadas à partícula
viral com uma frequência de cerda de 1 a cada 1000 partículas virais
- Tipo especializado: ocorre quando o DNA do vírus bacteriano, que foi integrado ao DNA celular, é
excisado e carreia uma porção do DNA celular adjacente; uma vez que a maioria dos fagos
lisogênicos (temperados) integra-se em sítios específicos no DNA bacteriano, os genes celulares
adjacentes transduzidos geralmente são específicos daquele vírus

3) Transformação: transferência do próprio DNA de uma célula a outra


- isso ocorre por um dos 2 métodos seguintes
- Na natureza, bactérias em processo de morte podem liberar seu DNA, o qual pode ser captado por
células receptoras. Em laboratório, um pesquisador pode extrair DNA de um tipo bacteriano e
introduzi-lo em bactérias geneticamente distintas. Quando um DNA purificado é injetado no
núcleo de uma célula eucariótica, o processo é denominado transfecção (frequentemente utilizada
em procedimentos de engenharia genética)
- O uso experimental da transformação revelou importantes informações sobre o DNA. Em 1944,
demonstrou-se que o DNA extraído de pneumococos capsulados lisos era capaz de transformar
pneumococos acapsulados rugosos em organismos capsulados lisos
- Essa demonstração de que o princípio de transformação correspondia ao DNA consistiu na
primeira evidência de que o DNA correspondia ao material genético
Recombinação
- uma vez transferido o DNA da célula doadora para a receptora por um dos três processos descritos
anteriormente, este pode ser integrado ao cromossomo da célula hospedeira por recombinação
1) Recombinação homóloga: 2 segmentos de DNA exibindo extensas regiões de homologia
pareiam-se e permutam porções pelos processos de clivagem e religação
2) Recombinação não homóloga: pouca ou nenhuma homologia é necessária
- diferentes loci genéticos dirigem estes 2 tipos e, desse modo, presume-se que enzimas diferentes
estejam envolvidas
- embora saibamos que uma variedade de endonucleases e ligases estão envolvidas, a sequência
exata de eventos é desconhecida

2) Compreender os exames de urina, de sangue e cultura da urina para o diagnóstico de ITU.

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO ! é definida pela presença de bactéria na urina, tendo como
limite mínimo definido a existência de 100.000 unidades formadoras de colônicas bacterianas por mL
de urina. Os sinais e sintomas associados à infecção urinária incluem: polaciúria, urgência miccional,
disúria, alteração na coloração e no aspecto da urina, com surgimento de urina turva, acompanhada de
alterações no sedimento urinário, hematúria e piúria (>10.000 leucócitos/mL). É comum a ocorrência
de dor abdominal mais notadamente no topo do hipogastro (bexiga) e no dorso (rins), podendo surgir
febre.
É classificada em sintomática ou assintomática e, quanto à localização, é classificada como
baixa ou alta. A ITU baixa compromete bexiga (cistite) e uretra, apresentando-se urgência miccional,
polaciúria, nictúria e dor suprapúbica. A urina pode se apresentar turva e/ou avermelhada, pela presença
de leucócitos e sangue. A ITU alta compromete os rins (pielonefrite), iniciando-se, normalmente, com
o quadro de cistite. Apresenta a tríade de sintomas característicos: febre alta (38*), calafrios e dor
lombar (uni ou bilateral). A ITU também pode ser classificada em não complicada, habitualmente as
cistites, e complicada, que tem maior risco de falha terapêutica e é associada a fatores que favorecem a
ocorrência da infecção (como alterações estruturais no trato urinário e ambientes hospitalares), por
exemplo a pielonefrite.
• Etiologia: os agentes mais frequentes são: Escherichia coli (70-85% dos casos), Staphylococcus
saprophyticus, Proteus spp, Klebsiella spp e Enterococcus faecalis.

DIAGNÓSTICO ! o diagnóstico laboratorial de doenças infecciosas envolve 2 abordagens principais:


uma consiste na abordagem bacteriológica, no qual o organismo é identificado por meio de técnicas de
coloração e cultivo, enquanto a outra consiste na abordagem imunológica (sorológica), na qual o
organismo é identificado pela detecção de anticorpos contra o organismo no soro do paciente.
Abordagem Bacteriológica ! o trabalho é desenvolvido pela (1) observação do organismo ao
microscópio após coloração, (2) obtenção de uma cultura pura do organismo pela inoculação em um
meio bacteriológico e (3) identificação do organismo por intermédio de reações bioquímicas,
crescimento em meios seletivos, sondas de DNA ou reações com anticorpos específicos.
EXAME DE URINA ! exame de urina tipo I, com sedimento urinário. Este exame irá fornecer,
quando associado à anamnese e ao quadro clínico, os dados que praicamente confirmam o diagnóstico
de ITU: presença de piúria (leucocitúria), de hematúria e de bacteriúria. Os valores encontrados são,
habitualmente, proporcionais à intensidade da infecção. Indicadores:
• pH: o normal varia entre 5 e 7.

o - que 5: dietas ricas em proteína / acidose metabólica

o + que 7: alcalose metabólica / acidose tubular renal (distal) / infecção urinária (formação de
amônia por ureases bacterianas) / urinas expostas ao ar por muito tempo, deivido à perda de CO2
para o ambiente
• Esterase leucocitária: é uma enzima proveniente de leucócitos. Normalmente não há
o Quando há, indica piúria com ITU ou leucocitúria estéril
• Nitrito: as enterobactérias convertem nitrato urinário em nitrito, portanto um teste positivo sugere
ITU.
o Obs.: como nem todos os micro-organismos produzem nitrito, as ITU podem estar presentes com
um resultado de nitritio negativo.
• Eritrócitos: normal 5 eritrócitos/campo ou 10.000/mL
o > 5 indica hematúria

HEMOCULTURA ! é importante obter-se pelo menos 3 amostras de 10 mL de sangue durante um


período de 24h, uma vez que o número de organismos pode ser pequeno e sua presença, intermitente. O
sítio da punção venosa deve ser limpo com iodo 2%, para impedir a contaminação por membros da
microbiota da pele. O sangue obtido é adicionado a 100mL de um meio de cultura rico, como caldo
infusão de cérebro-coração (inocula-se 1 ou 2 frascos). Quando 2 frascos são utilizados, um é mantido
em condições anaeróbias e o outro não. Quando apenas 1 frasco é utilizado, a baixa tensão de oxigênio
no fundo do frasco permite o crescimento de anaeróbios.
As hemoculturas são verificadas diariamente quanto à turbidez ou produção de CO2, durante 7
dias ou mais. Se houver crescimento, são realizados a coloração de Gram, o subcultivo e testes de
sensibilidade a antibióticos. Se não houver crescimento após um ou dois dias, o subcultivo cego em
outros meios pode revelar os organismos. As culturas devem ser mantidas por 14 dias quando houver
suspeita de infecção por bactérias de crescimento lento.

UROCULTURA ! são realizadas, principalmente, diante da suspeita de pielonefrite ou cistite. A causa


mais frequente de infecções do trato urinário corresponde à E. coli. Em um indivíduo sadio, a urina
presente na bexiga é estéril, porém adquire organismos da microbiota normal à medida que atravessa a
porção distal da uretra. Para evitar esses organismos, um espécime do jato intermediário, eliminado
após a higiene do orifício externo, é utilizado em culturas de urina. Em situações especiais, a aspiração
suprapúbica ou a cateterização posem ser requeridas para a obtenção de um espécime. Pelo fato de a
urina corresponder a um bom meio de cultura, é essencial que as culturas sejam realizadas até 1 hora
após a coleta ou armazenadas em um refrigerador a 4*C por, no máximo, 18 horas.
É habitualmente aceito que uma contagem bacteriana de pelo menos 100.000/mL deve ser
encontrada para concluir que uma bacteriúria significativa encontra-se presente (em indivíduos
assintomáticos). Há evidências de que uma contagem de somente 100/mL seja significativa no caso de
pacientes sintomáticos. Tal determinação é realizada por meio de culturas quantitativas ou
semiquantitativas. Existem várias técnicas:
(1) Uma alça calibrada, que comporta 0,001 mL de urina, pode ser utilizada para semear a cultura.
(2) Diluições decimais seriadas podem ser preparadas, realizando-se a semeadura das amostras das
diluições.
(3) Um procedimento de varredura adequado ao uso no consultório médico envolve uma “espátula”
recoberta por ágas, a qual é mergulhada na urina. Após a incubação da espátula, a densidade das
colônicas e comparada a gráficos-padrão, a fim de obter-se uma estimativa da concentração de
bactérias.

3) Compreender os componentes (barreiras e células) da imunidade inata.

IMUNIDADE INATA
Todos organismos multicelulares, incluindo as plantas, invertebrados e vertebrados, possuem
mecanismos intrínsecos para defendê-los contra as infecções microbianas. Como esses mecanismos de
defesa estão sempre presentes, prontos para reconhecer e eliminar os micro-organismos, diz-se que eles
constituem a imunidade inata (também chamada de imunidade nativa ou natural).
Os componentes da imunidade inata formam o sistema imunológico inato. As características em
comum dos mecanismos da imunidade inata é que eles reconhecem e respondem aos microorganismos,
mas não reagem a substâncias são bacterianas. Ela também pode ser desencadeada pelas células do
hospedeiro que são danificadas pelo micro-organismos. A imunidade inata contrapõe-se à imunidade
adquirida, que precia ser estimulada e se adapta para encontrar o micro-organismo antes de se tornar
eficaz. Além disso, as respostas imunológicas adquiridas podem ser direcionadas tanto contra os
antígenos microbianos quanto os não microbianos.
Acreditou-se por muitos anos que a imunidade inata fosse inespecífica e fraca, sendo ineficaz no
combate à maioria das infecções. Atualmente sabemos que a imunidade inata está direcionada
especificamente contra micro-organismos, sendo um mecanismo de defesa inicial poderoso, capaz de
controlar e até mesmo erradicar as infecções antes que a imunidade adquirida se torna ativa. Além de
fornecer a defesa inicial contra infecções, a imunidade inata também instrui o sistema imunológico
adquirido a responder aos diversos micro-orhanismos de maneira eficaz. Por sua vez, a resposta
imunológica adquirida geralmente usa mecanismos da imunidade inata para erradicar infecções. Assim,
existe uma comunicação bidirecional constante entre a imunidade inata e a imunidade adquirida. Por
essas razões, há um grande interesse na definição dos mecanismos da imunidade inata pura que se
possa aprender a como aproveitá-los para otimizar a defesa contra as infecções.
- Reações iniciais de defesa da imunidade inata. 3 perguntas principais:
1) como o sistema imunológico inato reconhece os micro-organismos?
2) Como os diversos componentes do sistema imunológico inato combatem os diversos tiós de micro-
organismos?
3) Como as reações imunológicas inatas estimulam a resposta imunológica adquirida?

Reconhecimento dos micro-organismos pelo sistema imunológico inato


A especificidade da imunidade inata difere da especificidade dos linfócitos, o sistema de
reconheciento da imunidade adquirida, em vários aspectos.
Os componentes da imunidade inata reconhecem estruturas que são comuns a diversas classes de
micro-organismos e que não estão presentes nas células do hospedeiro. Cada componente do sistema
imunológico inato pode reconhecer muitas bactérias, vírus ou fungos. Por exemplo, os fagócitos
expressam receptores para o lipopolissacarídeo bacteriano (LPS); também chamado de endotoxina,
presente em muitas espécies bacterianas, mas que não é produzido pelas células dos mamíferos. Outros
receptores de fagócitos reconhecem residuos manoesterminais, que são típicos de bactérias, mas não de
glicoproteínas dos mamíferos. Os fagócitos reconhecem e respondem ao RNA de dupla hélice
encontrado em muitos vírus, mas que não são encontrados em células dos mamíferos, e aos
nucleotídeos não metilados, que são comuns no DNA bacteriano, mas não encontrados no DNA dos
mamíferos. As moléculas microbianas que são os alvos da imunidade inata são às vezes chamadas de
padrões moleculares associados ao patógeno, indicando que são compartilhados por micro-organismos
do mesmo tipo. Os receptores da imunidade inata que reconhecem essas estruturas compartilhadas são
chamados de receptores de reconhecimento de padrões. Alguns componentes da imunidade inata são
capazes de se ligar às células do hospedrio, mas não são ativados por essas células. Por exemplo, se as
proteínas plasmáticas do sistema do complemento são depositadas nas células do hospedeiro, a ativação
dessas proteínas do complemento é bloqueada pelas moléculas reguladoras que estão presentes nessas
células, mas não estão presentes nos micro-organismos. Em contraste com a imunidade inata, o sistema
imunológico adquirido é específico para as estruturas microbianas ou não microbianas, chamadas de
antígenos, e que não são necessariamente compartilhadas por classes de patógenos, podendo ser
diferentes entre micro- organismos de um
mesmo tipo.

Os componentes da imunidade inata evoluíram para reconhecer estruturas que geralmente são
essenciais para a sobrevivência e a infectividade dos micro-organismos. Essa característica da
imunidade inata a torna um mecanismo de fefesa altamente eficaz, pois um patógeno não pode escapar
da imunidade inata simplesmente pela mutação ou por não expressar os alvos de reconhecimento: os
micro-organismos que não espressam formas funcionais dessas estruturas perdem sua capacidade de
infectar e colonizar o hospedeiro. Por sua vez, os patógenos frequentemente escapam da imunidade
adquirida pela mutação dos antígenos que são reconhecidos pelos linfócitos, pois tais antígenos
normalmente não são essenciais para a sobrevivência dos patógenos.
Os receptores do sistema imunológico inato estão codificados da linhagem germinativa, não sendo
produzidos pela recombinação somática dos genes. Esses receptores de reconhecimento de padrão
codificados na linhagem germinativa evoluíram como uma adaptação protetora contra micro-
organismos potencialmente danosos. Em contraste, os receptores de antígenos dos linfócitos, ou seja,
anticorpos e receptores das células T, são produzidos pela recombinação aleatória dos genes do receptor
durante a fase de amadurecimento dessas células. A recombinação genética pode gerar muito mais
receptores estruturalmente diferentes do que os que podem ser produzidos pelos genes herdados
naturalmente, mas esses receptores diferentes não podem apresentar uma especificidade
predeterminada para os micro-organismos. Consequentemente, a especificidade da imunidade adquiria
é muito mais diversa do que a da imunidade inata, e o sistema imunológico adquirido é capaz de
reconhecer muito mais estruturas quimicamente distintas. Estima-se que a população total de lifócitos
possa reconhecer mais de um bilhão de antígenos diferentes; por sua vez, todos os receptores da
imunidade inata provavelmente reconhecem menos de mil padrões microbianos. Além disso, os
receptores do sistema imunológico adquirido são distribuídos clonalmente, ou seja, cada clone de
linfócitos (células B e células T) tem um receptor específico para um determinado antígeno. Em
contrate, no sistema imunológico inato os receptores não são distribuídos são expressos em todas as
células de um determinado tipo, como os macrófagos.
Consequentemente, muitas células da imunidade inata podem reconhecer e responder ao mesmo
micro-organismo.
O Sistema imunológico inato não reage contra o hospedeiro. Essa incapacidade do sistema
imunológico inato de reagir contra as células e moléculas do hospedeiro, ou “próprio”, se deve em
parte à especificidade inerente da imunidade inata para estruturas microbianas e em parte ao fato de que
as células dos mamíferos expressam proteínas reguladoras que evitam reações imunológicas inatas. O
sistema imunológico adquirido também discrimina entre próprio e não próprio; no sistema imunológico
adquirido são produzidos linfócitos capazes de reconhecer autoantígenos, mas eles são destruídos ou
desativados ao se encontrarem com os autoantígenos.
O Sistema imunológico responde da mesma maneira em encontros subsequentes com um
patógeno, enquanto o sistema imunológico adquirido responde de maneira mais eficaz a cada encontro
sucessivo com um patógeno. Em outras palavras o sistema imunológico adquirido se lembra e se adapta
aos encontros com os patógenos. Esse é o fenômeno da memória imunológica. Isso garante que as
reações de defesa do hospedeiro sejam altamente eficazes contra infecções de repetição ou persistentes.
A memória é um característica determinanete da imunidade adquirida que não ocorre na imunidade
inata.

Receptores celulares para os micro-organismos


Os receptores que o sistema imunológico inato usa para reagir contra os micro-organismos são
expressos nos fagócitos, células dendríticas e muitos outros tipos celulares, incluindo os linfócitos e
células epiteliais e endoteliais, todos os quais participam da defesa contr diversas classes de micro-
organismos. Esses receptores são expressos em diferentes compartimentos celulares onde os micro-
organismos podem estar localizados. Muitos estão presentes na superfície celular; outros estão presente
no retículo endoplasmático e são rapidamente recrutados para as vesículas (endossomas) dentro das
quais os produtos microbianos são ingeridos, e ainda outros estão no citoplasma, onde eles funcionam
como sensores dos micro-organismos citoplasmáticos. Muitas classes desses receptores foram
identificadas e são específicas para diferentes tipos de produtos microbianos (“padrões moleculares”).
Os receptores tipo Toll são homólogos a uma proteína da Drosophila, chamada Toll, que foi
descoberta por sua participação no padrão ventral-dorsal e mais tarde mostrou ser essencial para a
proteção das moscas contra as infecções. Esses receptores são específicos para diferentes componentes
dos micro-organismos. Por exemplo, p TLR-2 é essencial para a resposta a diversos lipoglicanos
bacterianos, TRL-3, -7 e -8 para ácidos nucleicos (como RNA de fita dupla), o TRL-4 para o
lipopolissacarídeo bacteriano (LPS, ou endotoxina), o TRL-5 para um componente do flagelo
bacteriano chamado de flagelina, e o TRL-9 para os nucleotídeos CpG não metilados das bactérias, que
são mais abundantes nas bactérias do que em células de mamíferos. Muitos desses TLRs são presentes
na superfície celular, onde reconhecem os produtos dos micro-organismos extracelulares, e outros
TLRs estão nos endossomas, para dentro dos quais os micro-organismos são ingeridos. Os sinais
gerados pela ligação dos receptores tipo Toll ativam fatores de transcrição que estimulam a produção de
genes que codificam citocinas, enzimas e outras proteínas envolvidas nas funções antimicrobianas dos
fagócitos ativados e das células dentríticas. Dois dos mais importantes fatores de transcrição ativados
pelos sinais dos TLR são o NF-kB, que promove a expressão de várias citocinas e moléculas de adesão
endotelial, e p IRF-3, que estimula a produção dos interferons de tipo 1, citocinas que bloqueiam a
replicação vitral.
Muitos outros tipos de receptores estão envolvidos na resposta imunológica inata aos micro-
organismos. Um receptor de superfície celular reconhece peptídeos que começam com N-formil
metionina, que é peculiar a proteínas bacterianas. Um receptor para resíduos de manose terminam está
envolvio na fagocitose da bactéria. Muitos receptores citoplasmáticos reconhecem ácidos nucleicos
virais ou peptídeos bacterianos. Outros receptores que particiam nas reações imunológicas inatas
reconhecem não produtos bacterianos, mas citocinas produzidas em reposta ao micro-organismo.
Outros receptores que particiam nas reações imunológicas inatas reconhecem não produtos bacterianos,
mas citocinas, que estimulam a migração de células em direção aos micro-organismos, e interferon-y,
que aumenta a capacidade dos fagócitos de matar os micro-organismos ingeridos. Ainda, outros

receptores reconhecem os anticorpos e


proteínas do complemento ligados aos micro-organismos.

● Componentes da Imunidade Inata


O sistema imunológico inato consiste em epitélio, que fornece barreiras às infecções, células na
circulação e nos tecidos e diversas proteínas plasmáticas. Esses componentes desempenham papéis
diversos mas complementares, bloqueando a entrada dos micro-organismos e eliminando aqueles que
entram nos tecidos do hospedeiro.

Barreiras epiteliais

As portas de entrada frequentes dos micro-organismos, isto é, o trato gastrointestinal e o trato


respiratório, são protegidas por um epitélio contínuo que fornece barreiras físicas e químicas contra as
infecções. A pele, o TGI e o trato respiratório são 3 principais interfaces entre o corpo e o ambiente
externo. Os micro-organismos do ambiente externo podem entrar através dessas interfaces pelo contato
físico, ingestão ou respiração. Todas as 3 portas de entrada são revestidas por um epitélio contínuo que
interfere fisicamente na entrada dos patógenos. As células epiteliais também produzem antibióticos
peptídicos que destroem as bactérias. Além disso, o epitélio contém um tipo de linfócito, chamado de
linfócito intraepitelial, que pertence a linhagem das células T, mas expressa receptores de antígenos de
diversidade limitada. Algumas dessas células T expressam
receptores compostos de 2 cadeias, chamadas de cadeias
Y e gama, que são semelhantes, mas não idênticas, aos
receptores das células T alfaBeta altamente diversos, expressos
na maioria dos linfócitos T. Os linfócitos intraepiteliais,
incluindo as células T Ygama, geralmente reconhecem os
lipídeos microbianos e outras estruturas que são
compartilhadas por micro- organismos do mesmo tipo.
Esses linfócitos presumivelmente servem de sentinela contra
agentes infecciosos que tentam romper o epitélio, mas a especificidade e a função dessas células ainda
são pouco conhecidas.

Fagócitos: neutrófilos e monócitos/macrófagos.


Os dois tipos de fagócitos circulantes, os neutrófilos e os monócitos, são células sanguíneas
recrutadas para locais de infecção, onde reconhecem e ingerem os micro-organismos para que sejam
destruídos. Os neutrófilos (também chamados de leucócitos polimorfonucleares) são os leucócitos mais
abundantes de sangue, totalizando entre 4.000 e 10.000 por µL. Emresposta às infecções, a produção de
neutrófilos na medula óssea cresce rapidamente, e seu número pode aumentar para 20.000 por µL de
sangue. A produção de neutrófilos é estimulada pelas citocinas, conhecidas como fatores estimulantes
de colônicas, que são produzidas por muitos tipos celulares em resposta às infecções e que atuam nas
células-tronco da medula óssea, estimulando a proliferação e o amadurecimento dos precursores dos
neutrófilos. Os neutrófilos são o primeiro tipo celular a responder a à maioria das infecções bacterianas
e fúngicas. Eles ingerem os micro-organismos na circulação e entram rapidamente nos tecidos
extravasculares nos locais de infecção, onde também ingerem os patógenos, morrendo depois de
algumas horas.
Os monócitos são menos abundantes do que os neutrófilos, totalizando 500 a 1000 células por µL
de sangue. Eles também ingerem micro-organismos no sangue e nos tecidos. Ao contrário dos
neutrófilos, os monócitos que entram nos tecidos extravasculares sobrevivem por longos períodos; nos
tecidos, os monócitos se diferenciam em células chamadas de macrófagos. Os monócitos sanguíneos e
os macrófagos dos tecidos representam 2 estágios de uma mesma linhagem celular, geralmente
chamada de sistema fagocitário mononuclear. Macrófagos residentes são encontrados no tecido
conjuntivo e em todos os órgãos do corpo, onde desempenham a mesma função que os fagócitos
mononucleares recém-recrutados da circulação.

Os neutrófilos e os monócitos migram para os locais de infecção extravascular ligando-se às


moléculas de adesão endotelial e em resposta a estímulos quimioatrativos que são produzidos na
presença dos patógenos. A migração dos leucócitos do sangue para os tecidos é um processo com
multiplos passos que consiste em um aperda inicial da fixação dos leucócitos às células endoteliais,
seguida por uma adesão firme e pela transmigração através do endotélio. Se um agente infeccioso
penetra em um epitélio e entre no tecido subepitelial, os macrófagos residentes reconhecem o patógeno
e respondem produzindo citocinas. Duas dessas citocinas, chamadas de fator de necrose tumoral e
interleucin-1, agem no endotélio dos pequenos vasos no local da infecção. Essas citocinas estimulam as
células endoteliais para que expressem duas moléculas de adesão chamadas de E-selectina e P-selectina
(o nome selectina refere-se a propriedade de essas moléculas ligarem carboidrato ou lectina). Os
neutrófilos e monócitos circulantes expressam carboidratos de superfície que se ligam fracamente às
selectinas. Os neutrófilos ligam-se ao endotélio, o fluxo de sangue destrói essa ligação e a ligação se
forma novamente mais adiante, e assim sucessivamente, resultando no “rolamento” dos leucócitos na
superfície enodotelial. Os leucócitos expressam outro conjunto de moléculas de adesão, chamadas de
integrinas porque elas “integram” sinais extrínsecos nas alterações do citoesqueleto. As integrinas estão
presentes em um estado de baixa afinidade nos leucócitos que não foram ativados. Conforme essas
células rolam pelo endotélio, os macrófagos teciduais, que se encontraram com o patógeno, e as células
endoteliais, em resposta ao TNF e IL-1 derivados dos macrófagos, produzem citocinas chamadas de
quimiocinas. As quimiocinas (citocinas quimioatrativas). As quimiocinas ligam-se as glicotrínas na
superfície luminal das células endoteliais, sendo apresentadas em altas concentrações aos leucócitos
que estão rolando pelo endotélio. Essas quimiocinas estimuam um rápido aumento na afinidade das
integrinas dos leucócitos pelos ligantes presentes no endotélio. Ao mesmo tempo, o TNF e a IL-1
estimulam o esfotélio a expressar os ligantes para as integrinas. A forte ligação das integrinas aos seus
ligantes interrompe o rolamento dos leucócitos no endotélio. O citoesqueleto dos leucócitos é
reorganizado e as células se espalham na superfície endotelial. As quimiocinas também estimulam a
motilidade dos leucócitos. Com isso, os leucócitos começam a migrar entre as células endoteliais,
através da parede do vaso, seguindo o gradiente de concentração da quimiocina até o local da infecção.
A sequência de rolamento mediada pela seletina, a firme adesão mediada pela integrina e a motilidade
mediada pela quimiocina levam à migração dos leucócitos dos linfócitos T ativados para os tecidos
infectados.) O acúmulo de leucócitos no local de infecção, com a vasodilatação concomitante e o
aumento do fluxo de líquido e proteínas para os tecidos, é chamado de inflamação. As deficiências
hereditárias nos ligantes das integrinas e selectinas causam um recrutamento leucocitário deficiente
para os locais de infecção e um maior suscetibilidade a infecções. Essas disfunções são chamadas de
deficiências de adesão leucocitária.
Os neutrófilos e os macrófagos usam vários tipos de receptores para reconhecer os micro-
organismos no sangue e nos tecidos extravasculares e para iniciar as respostas que promovem a
destruição dos patógenos. Esses receptores são os TLRs e outros receptores de reconhecimento,
discutidos anteriormente. Muitos desses receptores estão envolvidos principalmente na ativação dos
fagócitos; esses incluem os TLRs, receptores para peptídeos formil metionina e receptores para
citocinas, principalmente IFN-gama e quimiocinas. Outros receptores estão envolvidos na fagocitose
dos micro-organismos assim como na ativação dos fagócitos; estes incluem os receptores para manose
e os receptores sequestrantes. Os receptores para os produtos da ativação do complemento e para
anticorpos se ligam avidamente aos micro-organismos que estão recobertos com proteínas de
complemento ou anticorpos ( os últimos somente na imunidade adquirida) e funcionam na ingestão de
micro-organismos e na ativação dos fagócitos. O processo de revestimento dos micro-organismos para
o reconhecimento eficiente pelas células fagocitároas é chamadp de opsonização.
Os neutrófilos e os macrófagos ingerem (fagocitam) patógenos e destroem os micro-organismos
ingeridos em vesículas intracelulares. A fagocitose é um processo que se inicia com os receptores da
membrana ligando-se ao micro-organismo em seguida a fagócito estende sua membrana plasmática em
torno do micro-organismo. A membrana se fecha e a partícula é internalizada em uma vesícula ligada à
membrana chamada de fagossoma, formando os fagolisossomas. Ao mesmo tempo que o micro-
organismo está sendo ligado pelos receotires de fagócitos e ingerido, os receptores mandam dinais que
ativam diversas enzimas no fagolisossoma. Uma dessas enzimas, chamada de oxidase fagocitária,
converte o exigênio molecular em ânion superóxido e radicais livres. Essas substâncias são chamadas
de intermediários reativos do oxigênio, sendo tóxicas para os micro-organismos ingeridos. Uma
segunda enzima, chamada de óxido nítrico sintase induzida, catalisa a conversão da arginina em óxido
nítrico, que também é uma substância microbicida. O terceiro conjunto de enzimas são as proteases
lisossômicas que quebram as proteínas microbianas. Todas essas substâncias microbicidas são
produzidas principalmente nos lisossomos e fagolisossomas, agindo nos micro-organismos ingeridos
sem danificar os fagócitos. Em algumas situaçõe, as mesmas enzimas e IROs podem ser liberadas no
espaço extracelular e causar lesão nos tecidos do hospedeiro contra as infecções, pode oxidase
fagocitária e a causa de uma imunodeficiência chamada de doença granulomatosa crônica. Nesse
distúrbio ps fagócitos são incapazes de erradicar patógenos intracelulares, e o hospedeiro tenta conter a
infecção atraindo mais macrófagos e linfócitos, resultando em conjuntos de células em torno dos
micro-organismos que são chamados de granulomas.
Além da destruição dos micro-organismos fagocitados, os macrófagos desempenham diversas
funções importantes na defesa contra as infecçoes. Os macrófagos produzem citocinas, que recrutam e
ativam leucócitos. Eles secretam fatores de crescimento e enzimas que remodelam tecidos danificados,
substituindo-os por tecido conjuntivo. Os macrófagos estimulam os linfócitos T e aumentam a
imunidade adquirida. Por fim, eles respondem aos produtos das células T e funcionam como células
efetoras da imunidade celular.

Células dendríticas
As células dendríticas respondem aos micro-organismos atravpes da produção de citocinas que
recrutam os leucócitos e iniciam a resposta imunológica adquirida. Elas constituem uma importante
ponte entre a imunidade inata e a adquirida.

Células natural killer


As células natural killer são uma classe de linfócitos que reconhecem células infectadas e
estressadas e respondem destruindo essas células e produzindo uma citocina que ativa os macrófagos, o
IFN-gama. As células NK representam cerca de 10% dos linfócitos do sangue e dos órgãos linfoides
periféricos. Essas células contêm uma grnade quantidade de grânulos citoplasmáticos e expressam
marcadores de superfície característicos, mas não expressam receptores de imunoglobulinas e de
células T, os receptores dos linfócitos B e T, respectivamente.
A ativação das células NK dispara uma descarga de proteínas contidas nos grânulos
citoplasmáticos das células NK, incluindo moléculas que entram nas células infectadas e ativam
enzimas que induzem a morte por apoptose. Os mecanismos citotóxicos, das células NK são os
mesmos mecanismos usados pelos CLTs para matar células infectadas. O resultado dessas reações é
que as células NK matm as células infectadas do hospedeiro. Matando as células infectadas do
hospedeiro as células NK, como as CLTs, funcionam para eliminar reservatórios celulares de infecções
e erradicar, então, as infecções causadas pelos micro-organismos intracelulares obrigatórios, tais como
os vírus. As células NK ativadas também sintetizam e secretam a citocina IFN-gama. O IFN-gama ativa
macrófagos para se tornarem mais efetivos na morte de micro-organismos fagocitados. Então as células
NK e os macrófagos funcionam cooperativamente para eliminar micro-organismos intracelulares: os
macrófagos ingerem os micro-organismos e produzem IL-12, a IL-12 ativa as células NK a secretar
IFN-gama e este ativa os macrófagos para matar os micro-organismos ingeridos. Essencialmente a
mesma sequência que envolvendo macrófagos e linfócitos T e central no mecanismo mediado por
célula da imunidade adaptativa.
A ativação de células NK é determinanete para um balanço entre os comprometimento da ativação
e dos receptores inibitórios. Os receptores de ativação reconhecem moléculas de superfície celular que
comumento são expressas em células estressadas, incluindo aquelas com vírus e bactéria intracelulares.
Outros tipos de estresse que levam à expressão de ligantes para os receptores de ativação são DNA
danificado e transformações malignas; então, as células NK funcionam para eliminar as células
danificadas irreversivelmente e células tumorais. Um dos bem caracterizados receptores de ativação é
chamado de NKG2D; ele reconhece moléculas que pertencem ao complexo maior de
histocompatibilidade (MHC) de classe 1. Ele é expresso em resposta a vários tipos de estresses
celulares para anticorpos IgC ligados às células. O reconhecimento das células cobertas com o
anticorpo resulta em morte dessas células, um fenômeno chamado de citoxicidade celular dependente
de anticorpo (ADCC). As células NK são os principais mediadores de ADCC. Os receptores de
ativação nas células NK têm subunidades de sinalização que contém os motivos de ativação baseados
em imunorreceptores de tirosina (ITAMs) na sua porção citoplasmática. Os ITAMs, que também
estão presentes em subunidades dos receptores antigênicos dos linfócitos, se tornam fosforilados nos
resíduos de tirosina quando os receptores se ligam aos seus ligantes. Os ITAMs fosforilados ligam e
promovem a ativação de proteínas tirosina quinases citoplasmáticas, e essas enzimas fosforilam e
ativam outros substratos em diferentes vias de transdução do sinal, eventualmente levando à exocitose
de grânulos citotóxicos e a produção de INF-gama.
Os receptores inibitórios das células NK são específicos para moléculas de MHC de classe 1
próprias, que são expressas em todas as células nucleadas sadias e funcionam para bloquear a
sinalização pelos receptores de ativação. Duas famílias principais de receptores de células NK são os
receptores de células NK tipo imunoglobulinas, e receptores consistindo em uma proteína chamada de
CD94 e uma subunidade de lectina, chamada NKG2. Ambas as famílias de receptores inibitórios
contêm no seu citoplasma domínios estruturais chamados de imunorreceptor de tirosina baseado em
motivos inibitórios.(TIMs), que se tornam fosforilados nos resíduos de tirosina quando os receptores
se ligam a moléculas de MHC de classe 1. Os ITIMs fosforilados ligam e promovem a ativação de
proteínas tirosina fosfatases citoplasmáticas. Essas fosfatases removem grupos de fosfatases dos
resíduos de tirosina de várias moléculas de sinalização, bloqueando a ativação das células NK através
dos receptores de ativação. Por esse motivo, quando os receptores inibitórios das células NK encontram
moléculas de MSC próprias, as células NK são desligadas. Muitos vírus têm mecanismos para bloquear
a expressão das moléculas de classe 1 nas células infectadas, as quais permitem a eles escapar da morte
pelos linfócitos T citotóxicos CD8* específicos para vírus (CTLs). Quando isso acontece os receptores
inibitórios das células NK não são ocupados, e se o vírus das células NK não são ocupados, e se o vírus
induzir ao mesmo tempo a expressão de ligantes ativadores, as células NK se tornam ativadas e
eliminam as células infectadas com vírus. A capacidade das células NK se tornam ativadas e eliminam
as células infectadas com vírus. A capacidade das células NK de proteger contra infecções é aumentada
por citocinas secretadas por macrófagos e células dendríticas que encontram micro-organismos. 3
dessas citocinas ativadoras de NK são interleucina-15, os interferons tipo 1 e a IL-12. A IL-15 pe
importante para o desenvolvimento e a maturação das células NK, e os IFNs e a IL-12 reforçam as
funções das células NK.
A participação das células NK e das CLTs na defesa ilustra como o hospedeiro e os micro-
organismos estão engajados numa constante luta evolucionária; o hospedeiro usa as CLTs para
reconhecer os MHC dos antígenos virais, os vírus desligam a expressão das moléculas de MHC. Não
importa quem vai ganhar, se o hospedeiro ou o micro-organismo, esse tipo de batalha evolucionária irá
naturalmente determinar o resultado da infecção. O mesmo princípio pode ser aplicado às funções das
células NK em erradicar tumores, muitos dos quais tentam fugir da morte mediada pelas CTLs
reduzindo a expressão das moléculas de MHC classe 1.

Outras classes de linfócitos.


Muitos tipos de linfócitos que têm características de linfócitos T e B também funcionam na defesa
inicial contra micro-organismos e podem ser considerados como parte do sistema imunológico inato.
Uma das características que unifica esses linfócitos é que eles expressam receptores antigênicos
rearranjados somaticamente (tipos céluas T e B clássicas), mas eles têm diversidade limitada. As
células T gamaalfa estão presentes no epitélio. As células T NK, muitas das quais expressam moléculas
de superfície enontradas tipicamente nas células NK, estão presentes no epitélio e nos órgãos linfoides.
Elas reconhecem lipídeos microbianos ligados às moléculas relatas como MHC de classe 1, chamadas
de CDI. As células B-1 são populações de linfócitos B que são encontrados principalmente na cavidade
peritoneal e em tecidos mucoses, onde elas produzem anticorpos em resposta aos micro-organismos e
às toxinas microbianas que passam através das paredes do interstino. A maioria dos anticorpos
circulantes IgM encontrados no sangue de indivíduos normais, chamados de anticorpos naturais,
consistem em produtos das células B-1, e muitos desses anticorpos são específicos para carboidratos
que estão presentes nas paredes celulares de muitas bactérias. Um outro tipo de linfócito B, célula B da
zona marginal, está presente nas terminações dos folículos linfoides do baço e em outros órgãos, e
tabém está envolvido na rápida resposta do anticorpo aos micro-organismos ricos em polissacarídeos e
nascidos no sangue. Assim, essas populações de linfócitos executam respostas que são características
da imunidade adquirida mas têm aspecto de imunidade inata.

O sistema do complemento.
o sistema do complemento é uma coleção de proteínas presentes na circulação e ligadas à
membrana que são importantes na defesa contra os micro-organismos. Muitas proteínas do
complemento são enzimas, algumas vezes chamada de cascata enzimática. A cascata do complemento
pode ser ativada por 3 vias. A via alternativa é desencadeada quando algumas proteínas do
complemento são ativadas na superfície dos micro-organismos e não podem ser controladas porque as
proteínas reguladoras do complemento são ativadas na superfície dos micro-organismos e não podem
ser controladas porque as proteínas reguladoras do complemento não estão presentes nos patógenos.
Essa via é um componente da imunidade inata. A via clássica é desencadeada depois que anticorpos,
sendo um componente do braço humural da imunidade adquirida. A via da lectina é ativada quando
uma proteína plasmática, a lectina ligante de manose, se liga à manose terminal nas glicoproteínas da
superfície dos micro-organismos. A lectina ativa proteínas da via clássica, mas como é iniciada por um
produto bacteriano, na ausência de anticorpos, é um componente da imunidade inata. As proteínas
ativdas do complemento são enzimas proteolíticas que lisam outras proteínas do complemento, em uma
cascata enzimática que pode ser rapidamente ampliada. O componente central do complemento é uma
proteína plasmática chamada de C3, que é clivada pelas enzimas geradas nas etapas iniciais. O
principal fragmento proteolítico de C3, chamado de C3B, se liga de maneira covalente a micro-
organismos, sendo capaz de ativar proteínas do complemento presentes na superfície bacteriana. As 3
vias de ativação do complemento diferem em como são iniciadas, mas compartilham as etapas finais,
desempenhando as mesmas funções efetoras.
O sistema do complemento tem 3 funções na defesa do hospedeiro. Em primeiro lugar, o C3B
reveste os micro-organismos, ligando-os às células fagocitárias por meio de receptores para o C3B
expressos nos fagócitos. Assim, os micro-organismos que são opsonizados com as proteínas do
complemento são ingeridos rapidamente e destruídos pelos fagócitos. Em segundo lugar, alguns
fragmentos proteolíticos das proteínas do complemento, em especial C5A E C3A, são quimioatrativos
para fagocitose, promovendo o recrutamento dos leucócitos (infla) no locl da ativação do
complemento. Em terceiro lugar, a ativação do complemento culmina na formação de um complexo
proteíco plomérico que se insere na membrana celular microbiana, perturbando a permeabilidade da
barreira que leva à lise do micro-organismo.

Citocinas da imunidade inata.


Em resposta aos patógenos, as células dentriticas, os macrófagos e outras células secretam
citocinas, os macrófagos e outras células secretam citocinas, que são intermediárias em muitas reações
celulares da imunidade inata. As citocinas são proteínas solúveis que servem de mediadoras nas reações
imunológicas e inflamatórias, sendo responsáveis pela comuniação entre leucócitos e entre os
leucócitos e outras células. A maioria das citocinas cuja estrutura molecular está definida é chamada,
por convenção, de interleucina, o que significa que essas moléculas são produzidas pelos leucócitos e
atuam nos leucócitos.
Na imunidade inata, as fontes principais das citocinas são as células dendríticas e os macrófagos
ativados, ao reconhecerem os micro-organismos. A ligação de componentes bacterianos, como o
lipopolissacarídio, ou moléculas virais, como o RNA de filamento duplo aos TLRs das células
dedríticas e dos macrófagos, é um estímulo poderoso para que essas células produzam tais citocinas. As
citocinas também são produzidas na imunidade celular. Nesse tipo de imunidade adquirida, as
principais fontes de citocinas são os linfócitos T auxiliares.
As citocinas são produzidas em pequenas quantidades em resposta a um estímulo externo e se
ligam a receptores de alta afinidade nas células-alvo. A maioria das citocinas age nas células que as
produzem (ações autócrinas) ou nas células adjacentes (ações parácrinas). Na reação imunológica inata
contra as infecções pode ser ativado um grande número de macrófagos e células dendríticas, de forma
que são produzidas grandes quantidades de citocinas que podem atuar em locais distantes de onde
foram secretadas.
As citocinas da imunidade inata desempenham várias funções na defesa do hospedeiro. TNF a IL-1
e as quimiocinas são as principais citocinas envolvidas no recrutamento dos neutrófilos e monócitos do
sangue para os locais de infecção. Em altas concentraçãos o TNF produz trombos no endotélio e reduz
a PA por meio de uma combinação de contratilidade miocárdia reduzida e vasodilatação e drenagem.
Infecções disseminadas, graves, com bactérias gram -, podem levar a uma síndrome clínica
potencialmente fatal, chamada de choque séptico, que se caracteriza por hipotensão arterial (o aspecto
que define o choque), coagulação intravascular disseminada e distúrbios metabólicos. As manifestações
clínicas a patológicas iniciais do choque septico são causadas por níveis muito elevados de TNF, que
são produzidos em resposta à bactéria. Os macrófagos e as células dendríticas também produzem IL-12
na ativação das células NK, levando à ativvação dos macrófagos também ja foi descrita. Como IFN-
gama é produzida pelas células T, ele é consiferado uma citocina tanto da imunidade inata quanto da
imunida adquirida. Nas infecções virais, as células dendríticas, os macrófagos e outras células
infectadas produzem citocinas, chamadas de interferons do tipo 1, que inibuem a replicação viral e
evitam a disseminação da infecção para as células sadias. Um IFN do tipo 1, chamado de Ifn-alfa,é
usado clinicamente para tratar a hepatite viral crônica.

Outras proteínas plasmáticas da imunidade inata.


Além do complemento, diversas proteínas circulantes estão envolvidas na defesa contra as
infecções. A lectina ligante de manose é uma proteína que reconhece carboidratos microbianos e pode
cobrir os micro-organismos para que sejam fagocitados, ou ativar a cascata do complemento pela via da
lectina. A MBL pertence a família de proteínas das colectinas, que são semelhantes ao colágeno e
contêm um domínio que liga carboidratos (lectina). O surfactante pulmonar também pertence à família
das colectinas, protegendo as vias aéreas das infecções. A proteína C reativa liga-se à fosforilcolina dos
micro-organismos, revestindo-os para que sejam fagocitados pelos macrófagos que expressaam um
receptor para CRP. Os níveis circulantes de muitas dessas proteínas plasmáticas aumentam rapidamente
após a instalação de uma infecção. Essa resposta protetora é chamada de resposta da fase aguda à
infecção.
As respostas imunológicas inatas aos diversos tipos de micro-organismos podem verias, sendo
projetadas para eliminá-los da melhor maneira possível. As bactérias e fungos extracelulares são
combatidos pelo sistema do complemento e pelas proteínas da fase aguda. A defesa contra as bactérias
e círus intracelulares é medida pelos fagócitos, células dendríticas e células NK, e as citocinas
fornecem a comunicação entre os leucócitos.

Evasão da imunidade inata pelos micro-organismos.


Os patógenos evoluíram de forma a resistir contra os mecanismos da imunidade inata, sendo,
consequentemente, capazes de entrar e colonicar seus hospedeiros. Algumas bactérias intracelulares
resistem à destruição no interior dos fagócitos. A Listeria monocytogenes produz uma proteína que lhe
permite escapar das vesículas fagocitárias e entrar no citoplasma das células infectadas, onde não é
mais suscetível aos intermediários reativos do oxigênio e ao óxido nítrico. A parece celular das
micobactérias contém um líquido que inibe a fusão das vesíulas contendo bactérias ingeridas com os
lisossomas. Outros patógenos possuem uma parede celular resistente à ação das proteínas do
complemento.

O papel da imunidade inata na estimulação das respostas da imunidade adquirida.


A resposta imunológica inata gera moléculas que funcionam como “segundos sinais” que junto
com os antígenos, ativam os linfócitos T e B.
O proprio antígeno representa o “sinal 1” enquanto micro-organismos, respostas imunológicas
inatas aos patógenos e dano às células do hospedeiro pelo micro-organismos podem fornecer o “sinal
2”.
Essa necessidade de um segundo sinal dependente dos patógenos garante que os linfócitos
respondam a agentes infecciosos e não a substâncias inofensivas, não infecciosas. Em situações
experimentais ou nas vacinações as respostas imunológicas adquiridas podem ser induzidas por
antígenos sem a presença dos micro-organismos. Em todos esses casos os antígenos têm de ser
administrados associados a substâncias, chamadas de adjuvantes, que desencadeiam as mesmas reações
imunológicas inatas que os patógenos. De fato, muitos adjuvantes potentes são produtos dos micro-
organismos. A natureza e o mecanismo de ação do segundo sinal são descritos detalhadamente na
discussão sobre a ativação dos linfócitos T e B.
Os micro-organismos estimulam as células dendríticas e os macrófagos a produzirem 2 tipos de 2º
sinal que podem ativar os linfócitos. Em 1º lugar as células dendríticas e os macrófagos expressam
moléculas de superfície, chamadas de coestimuladores, que se ligam a receptores nas células T virgens
e, junto com o reconhecimento do antígeno, ativam as células T. Em 2º lugar, as células dendríticas e os
macrófagos secretam a citocina IL-12, que estimula a diferenciação das células T virgens em células
efetoras da imunidade adquirida celular.
Os patógenos no sangue ativam o sistema do complemento pela via alternativa. Uma das proteínas
produzidas durante a ativação do complemento, chamada de c3d, se liga de forma covalente ao micro-
organismo. Quando os linfócitos B reconhecem os antígenos microbianos por meio de um receptor para
essa proteína. A combinação do conhecimento do antígeno das células secretoras de anticorpos. Assim,
um produto do complemento atua como um segundo sinal para a resposta humoral.
Esses exemplos ilustram as características importantes dos segundos sinais, ou seja, tais sinais não
so estimual a imunidade adquirida como direcionam a natureza da resposta imunológica adquirida. Os
micro-organismos intracelulares e aqueles que foram fagocitados precisam ser eliminados pela
imunidade celular, a resposta imunológica adquirida mediada pelos linfócitos T. Os patógenos que
foram encontrados e ingeridos pelas células dendríticas ou macrófagos induzem segundos sinais - ou
seja, os coestimuladores e Il-12 - os quais estimulam a resposta da célula T. Em contraste, os micro-
organismos no sangue precisam ser combaticos pelos anticorpos, que são produzidos pelo linfócito B
durante a resposta humoral. Esses micro-organismos ativam o sistema do complemento que, por sua
vez, estimula a ativação das células B e a produção de anticorpos. Assim, os diversos tipos de
patógenos induzem tipos de resposta imunológicas inatas diferentees que, por sua vez, estimulam tipos
de resposta imunológica adquirida mais adequados para combater os diversos patógenos.

4) Conhecer os principais mecanismos de ação das drogas antibióticas.

O conceito mais importante que fundamenta a terapia antimicrobiana corresponde à toxicidade


seletiva, isto é, a inibição seletiva do crescimento do microorganismo sem danos ao hospedeiro.
Existem 4 sítios principais na célula bacteriana que a diferem o suficiente da célula humana, de modo
que podem atuar como a base da ação dos fármacos clinicamente efetivos: parede celular, ribossomos,
ácidos nucleircos e membrana celular. Antibióticos de amplo espectro são ativos contra vários tipos de
microorganismos, enquanto os antibióticos de pequeno espectro são ativos contra um ou poucos tipos.

ATIVIDADE BACTERICIDA E BACTERIOSTÁTICA


Um fármaco bactericida mata as bactérias, enquanto um fármaco bacteriostático inibe seu
crescimento, mas não causa sua forma. As características comportamentais dos bacteriostáticos são: (1)
as bactérias podem voltar a crescer quando o fármaco é retirado e (2) os mecanismos de defesa do
hospedeiro, como a fagocitose, são necessários para matar as bactérias. Os fármacos bactericidas são
particularmente úteis em determinadas infecções, como, por exemplo, aquelas que representam risco
imediato à vida, aquelas em pacientes cuja contagem de leucócitos polimorfonucleares esteja abaixo de
500/µl, e na endocardite, onde a fagocitose encontra-se limitada pela rede fibrinosa das vegetações e os
fármacos bacteriostáticos não promovem a cura.

MECANISMO DE AÇÃO – Inibição da Síntese da Parede Celular Bacteriana


Penicilinas ! atuam inibindo as transpeptidases, enzimas que catalisam a etapa final das ligações
cruzadas durante a síntese de peptideoglicano. Dois fatores adicionais estão envolvidos na ação da
penicilina:
(1) o fato da penicilina ligar-se a uma variedade de receptores da membrana celular e parede celular
bacterianas, denominadas proteínas de ligação à penicilina (PBPs). Algumas PBPs são
transpeptidases. As alterações nas PBPs são responsáveis, em parte, por um organismo tornar-se
resistente à penicilina.

(2) O fato de enzimas autolíticas, denominadas mureína hidrolases (mureína = peptídeoglicano), serem
ativadas em células tratadas com penicilina degradando o peptideoglicano. Algumas bactérias são
tolerantes à ação da penicilina, por essas enzimas autolíticas não serem ativadas. Um organismo
tolerante é inibido, mas não morto, por um fármaco usualmente bactericida, como a penicilina.

Células tratadas com penicilina morrem por ruptura resultante do influxo de água para o interior
da célula bacteriana, de alta pressão osmótica (PO). Quando a PO do meio é aumentada em cerca de
3x, pela adição de KCl por exemplo, a ruptura não ocorre e o organismo pode sobreviver na forma de
um protoplasto.
A penicilina é bacteridica, entretanto só mata as células quando elas se encontram em fase de
crescimento. Durante o crescimento celular, há a síntese de novo peptideoglicano e ocorre a
transpeptidação. Então, elas são mais ativas durante a fase log do crescimento do que durante a fase
estacionária.
São denominados fármacos β-lactâmicos devido à importância do anel β-lactâmico, pois uma
estrutura intacta desse anel é essencial à atividade antibacteriana. Uma desvantagem, comum a todas as
penicilinas, é a hipersensibilidade, especialmente anafilaxia, observada em alguns receptores do
fármaco. Dentre as vantagens tem-se que (1) a eficácia contra bacilos gram-negativos foi aumentada,
por modificações nas cadeias laterais, (2) mudanças na cadeia impedem a hidrólise ácida no estômago,
permitindo a administração oral do fármaco e (3) bloqueio do acesso ao anel β-lactâmico.
Cefalosporinas ! são fármacos β-lactâmicos que atuam da mesma maneira que as penicilinas
(agentes bactericidas qe inibem as ligações cruzadas do peptideoglicano). O que difere é a estrutura,
que apresenta um anel de 6 membros adjacente ao anem β-lactâmico e são substituídos em 2, enquanto
as penicilinas tem 6 anéis e são substituídas em só 1.
São ativas principalmente contra cocos gram-positivos, mas os medicamentos vêm sendo
melhorados para atingir também os gram-negativos, sendo classificadas em 2ª, 3ª e 4ª geração. Elas
geralmente são bem toleradas e tem menos reações de hipersensibilidade.
Carbapenem ! são fármacos β-lactâmicos, mas com estrutura diferente das penicilinas e
cefalosporinas. Apresenta excelente atividade bactericida contra diversas bactérias gram-positivas,
gram-negativas e anaeróbias. Este fármaco é prescrito em combinação com a cilastatina, que é um
inibidor da desidropeptidase, uma enzima renal que inativa o imipenem (que não é inativado pela
maioria das β-lactamases).
Monobactâmicos ! são também fármacos β-lactâmicos, mas com estrutura distinta.
Caracterizam-se por um anel β-lactâmico sem estrutura adjacente em anel contendo enxofre, isto é, são
monocíclicos. O aztreonam, atualmente o monobactâmico de maior utilidade, exibe excelente atividade
contra vários bacilos gram-negativos, porém é inativo contra bactérias gram-positivas e anaeróbias. É
resistente à maioria das β-lactamases e extremamente útil em pacientes hipersensíveis à penicilina, pois
não há reação cruzada.
Vancomicina ! é um glicopeptídeo que inibe a síntese da parede celular, ao bloquear a
transpeptidação, porém por um mecanismo diferente dos β-lactâmicos. A vancomicina se liga
diretamente a uma porção do pentapeptídeo, bloqueando a ligação da transpeptidase, enquanto os
fármacos β-lactâmicos se ligam à própria transpeptidase. A vancomicina é um agente bactericida
efetivo contra algumas bactérias gram-positivas. Sua utilização mais importante está no tratamento de
infecções por linhagens resistentes à penicilina.
Cicloserina e bacitracina ! a cicloserina é um análogo estrutural da D-alanina, que inibe a
síntese do dipeptídeo D-alanil-D-alanina da parede celular. É utilizada como um fármaco de segunda
linha no tratamento de tuberculose. A bacitracina é um antibiótico polipeptídeo cíclico que impede a
desfosforilação do fosfolipídeo que transporta a subunidade do peptideoglicano através da membrana
celular. Isso bloqueia a regeneração do carreador lipídico e inibe a síntese da parede celular. A
bactericina é um fármaco bactericida útil no tratamento de infecções cutâneas superficiais, entretanto é
excessivamente tóxica para uso sistêmico.

MECANISMO DE AÇÃO – Inibição da Síntese Proteica


Diversos fármacos inibem a síntese proteica de bactérias, sem interferir significativamente na síntese
proteica das células humanas. As bactérias apresentam ribossomos 70S (com subunidades 50S e 30S)
enquanto as células humanas possuem ribossomos 80S (com subunidades 60S e 40S).

SUBUNIDAD
E
ANTIBIÓTICO MECANISMO DE AÇÃO TIPO
RIBOSSOMA
L
Bloqueia o funcionamento do complexo de iniciação
e provoca a leitura incorreta do RNAm.
Aminoglicosídeos 30S Desvantagens: tem efeito tóxico sobre os rins, são bactericida
pouco absorvidos no TGI e são ineficazes contra
aneróbios (precisam de O2 para entrar na bactéria).
Bloqueia a ligação do aminoacil RNA de
transferência ao ribossomo. Apresenta baixa
toxicidade. Efeitos colaterais: supressão da
Tetraciclinas 30S bacteriostático
microbiota normal do TGI (diarréia) e manchas na
dentição de crianças e fetos (são quelantes de
cálcio).
Bloqueia a peptidiltransferase, impedindo a síntese
de novas ligações peptídicas. Desvantagem:
Cloranfenicol 50S toxicidade dose-dependente em relação à medula ambos
óssea, por conter nitrobenzeno em sua formulação
! síndrome do bebê cinza
Bloqueia a translocação, ao impedir a liberação do
principamente
Eritromicina 50S RNAt descarregado a partir do sítio doador após a
bacteriostático
formação da ligação peptídica.
Bloqueia a formação da ligação peptídica por um
mecanismo indeterminado. Efeito colateral: colite
pseudomembranosa, que suprime a microbiota principalmente
Clindamicina 50S
intestinal, fazendo com que o organismo secrete uma bacteriostático
exotoxina que produx a pseudomembrana no cólon e
causa diarréia severa.
Linezolide 50S Bloqueia a etapa inicial da formação do ribossomo ambos
Telitromicina 50S Idêntico aos outros macrolídeos (ex.: eritromicina) ambos
Causa liberação prematura da cadeia peptídica em
Estreptograminas 50S ambos
crescimento

MECANISMO DE AÇÃO – Inibição da Síntese de Ácido Nucleico


Sulfonamidas ! são fármacos bacteriostáticos. Elas bloqueiam a síntese de ácido tetraidrofólico, o
qual é requerido como um doador de metil na síntese de precursores de ácido nucleiro adenina, guanina
e timina. As sulfonamidas são análogos estruturais do ácido p-aminobenzoico (PABA), que é um
precursor do ác tetraidrofólico. A base da ação seletiva está no fato de muitas bactérias sintetizarem seu
ácido fólico a partir de precursores conterndo PABA, enquanto células humanas requerem ácido fólico
pré-formado como um nutriente exógeno e desviam da etapa qe as sulfonamidas atuam. São de baixo
custo e raramente causam efeitos colaterais.
Trimetoprim ! também inibe a produção de ácido tetraidrofólico, pois inibe a enzima di-hidrofolato
redutase. É mais utilizado de forma associada ao sulfametoxazol e as vantagens da combinação são: (1)
mutantes bacterianos resistentes a um fármaco serão inibidos pelo outro e (2) os dois fármacos podem
atuar de forma sinérgica.
Quinolonas ! são fármacos bactericidas que bloqueiam a síntese de DNA bacteriano pela inibição da
DNA girase (topoisomerase).
Rifampina ! é administrada em combinação com outros fármacos, por aparecerem muitos mutantes
resistentes quando utilizada sozinha. O mecanismo de ação é baseado no bloqueio da síntese de RNAm
pela RNA polimerase bacteriana.

MECANISMO DE AÇÃO – Alteração da Função da Membrana Celular


Existem poucos compostos que agem sobre a membrana celular, pois a bacteriana é muito parecida
(estrutural e quimicamente) com a humana, dificultando a existência da toxicidade seletiva.
Polimixinas ! antibióticos polipeptídicos cíclicos, compostos por 10 aminoácidos. Os grupos amino
livres de carga positiva atuam como um detergente catiônico, rompendo a estrutura fosfolipídica da
membrana celular.

MECANISMOS DE AÇÃO ADICIONAIS


Isoniazida (INH) ! fármaco bactericida. Penetra bem em células humanas e é eficaz contra os
organismos que crescem no interior de macrófagos. Ela inibe a síntese de ácido micólico, o que explica
sua especificidade por micobactérias e sua relativa atoxicidade para humanos. O fármaco inibe a
redutase necessária à síntese de ác graxos de cadeia longa (micólicos), que são constituintes essenciais
das paredes celulares de micobactérias. Efeito colateral: toxicidade hepática.
Metronidazol ! fármaco bactericida contra bactérias anaeróbicas. Exibe dois possíveis mecanismos
de ação: (1) capacidade de atuar como depósito de elétrons, privando o organismo do poder redutor
necessário e promovendo a clivagem do seu anel, o que forma um intermediário tóxico ao DNA. (2)
capacidade de inibir a síntese de DNA, pois provoca clivagem nas fitas, impedindo sua atuação
adequada como um molde para a DNA polimerase.
Etambutol ! fármaco bacteriostático, que atua inibindo a síntese de arabinogalactano, que promove a
ligação entre os ácidos micólicos e o peptideoglicano do organismo.
Pirazinamida (PZA) ! fármaco bactericida, eficiente contra microorganismos semidormentes
presentes na lesão, os quais são afetados por INH ou rifampina. Atua inibindo um ácido graxo sintetase,
impedindo a síntese de ácido micólico. PZA é convertida no intermediário aivo, o ácido pirazinoico,
por uma amidase de micobactérias.

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