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JORGE FELIPE
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INTRODUÇÃO
A tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa, crônica, granulomatosa e
necrosante causada pelo bacilo álcool-ácido-resistente (BAAR) Mycobacterium
tuberculosis ou por qualquer patógeno do complexo: Mycobacterium bovis,
Mycobacterium africanum, Mycobacterium canetti, Mycobacterium pinnipedi,
Mycobaxterium microti e Mycobacterium caprae. No entanto, o patógeno
principal é o M. tucerbulosis, também chamado de Bacilo de Koch (BK).
EPIDEMIOLOGIA DA TUBERCULOSE
A tuberculose segue como uma das principais ameaças a saúde pública mundial. Em 2015,
cerca de 10,4 milhões de pessoas desenvolveram tuberculose, 580 mil delas na sua forma
multirresistente ou resistente a rifampicina, com 1,4 milhão de mortes.
O Brasil está entre os 30 países de alta carga para TB e TB-HIV considerados prioritários
para o controle da tuberculose globalmente. Foram 72 mil casos notificados em 2017, e a
incidência variou de 10 a 74,7 casos por 100 mil habitantes entre as unidades federais, com
um coeficiente de mortalidade de 2,2 mortes por 100 mil habitantes.
Não há uma epidemia de tuberculose no Brasil, mas concentrações dos casos da doença.
Pessoas vivendo com HIV, em situações de rua e privadas de liberdade, população indígena,
pessoas vivendo em aglomerados ou em situação de pobreza são as mais acometidas pela
doença no país.
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ISONIAZIDA
É o mais ativo e bastante solúvel em água. Ela tem ação bacteriostática
para os bacilos que se multiplicam mais lentamente, e bactericida para
os que se multiplicam rapidamente (SILVA, 2010).
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ISONIAZIDA
Ela penetra nos macrófagos através da difusão passiva e é eficiente
contra organismos extra e intracelulares. Seu mecanismo de ação se dá
pela inibição da síntese de ácidos micólicos, componentes essenciais
nas paredes celulares micobacterianas (KATZUNG et al., 2014).
Quando o M. tuberculosis é submetido a concentrações crescentes de
INH, desenvolve-se resistência, devido a uma mutação dentro do gene
bacteriano inhA, envolvido na biossíntese do ácido micólico (SILVA,
2010).
É um prófármaco que deve ser ativado pelas enzimas bacterianas antes
de poder exercer sua atividade inibitória. É metabolizada pela enzima
hepatica arilamina N-acetiltransferase do tipo 2, é rapidamente
absorvida no trato gastrointestinal, sua distruibuição se dá através de
fluidos corporais e tecidos, e é excretada na urina (RANG et al., 2016).
Sua biodisponibilidade é de 100% para a dose máxima de 300mg,
sendo a dose diária total normal de 5mg/kg (BRUNTON et al., 2012).
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ISONIAZIDA
Reações de hipersensibilidade à INH são incomuns, mas podem ocorrer, tais
como febre, erupções cutâneas, e um processo de vasculite acompanhado pela
presença de anticorpos antinucleares, simulando um quadro de lúpus
eritematoso. Reações hematológicas como eosinofilia, anemia, agranulocitose,
trombocitopenia e manifestações articulares também podem ocorrer. A
suspensão da droga faz desaparecer tais complicacões. As reações mais
importantes se relacionam com o sistema nervoso central e periférico. A neurite
periférica ocorre em cerca de 2% dos pacientes que usam 5 mglkg de peso/dia,
esse efeito é mais frequente em pacientes acetiladores lentos, portadores de
diabetes melittus, desnutridos e anêmicos e pode ser evitado adiministrando
piridoxina. O uso de INH pode provocar lesão hepática, que é rara em pacientes
com <20 anos, aumentando o risco com o passar do tempo (SILVA, 2010;
BRUNTON et al., 2012).
Os antiácidos que contêm alumínio podem interferir na absorção da INH
(SILVA, 2010). Além disso, devido a inibição das enzimas CYP2C9, CYP3A e
CYP2D6 e indução de CYP2E1 há um efeito em fármacos metabolizados por
essas enzimas como por exemplo, diazepam, carbamazepina, paracetamol,
varfarina, entre outros (BRUNTON et al., 2012).
RIFAMPICINA 18
RIFAMPICINA
A rifampicina penetra nos bacilos, podendo eliminar micro-
organismos intracelulares, de forma concentração dependente,
chegando a concentrações de equilíbrio em 15min, então se liga
à subunidade β da RNA polimerase dependende de DNA (rpoB)
para formar um complexo fármacoenzima estável, essa ligação
impede a formação da cadeia na síntese de RNA (BRUNTON et
al., 2012).
É um fármaco administrado oralmente, distribuída nos tecidos e
fluidos, parcialmente excretada na urina e bile, o que faz sofrer
recirculação entero hepática que é posteriormente excretado nas
fezes, e mal absorvido pelo trato gastrointestinal. Liga-se
altamente a proteínas. (KATZUNG et al., 2014; RANG et al.,
2016).
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RIFAMPICINA
ETAMBUTOL
Fármaco sintético, solúvel em água e termoestável sem
atividade a outras bactérias.Utilizado de forma isolada pode
criar resistência das bactérias (KATZUNG et al., 2014).
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ETAMBUTOL
PIRAZINAMIDA
Segundo Katzung e colaboradores (2014) a pirazinamida é
estável e um pouco hidrossolúvel, inativa em pH neutro
exercendo sua atividade contra micobactérias que residem no
ambiente ácido dos lisossomas, intracelulares.
PIRAZINAMIDA
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ESTREPTOMICINA
De acordo com Brunton e colaboradores (2012) a
estreptomicina atua inibindo a síntese de proteínas se ligando a
subunidade ribossômica 30S gerando erro durante a tradução do
código genético, é ativa principalmente nos bacilos
extracelulares. A sua resistência é atribuída a mutações
genéticas.
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ESTREPTOMICINA
ESTRATÉGIAS
TDO
O TDO consiste na observação da ingestão dos medicamentos,
preferencialmente todos os dias, ou seja, de segunda a sexta-feira, na
fase de ataque e no mínimo três vezes por semana na fase de
manutenção do tratamento, administrado por profissionais de saúde
ou eventualmente por outra pessoa, desde que devidamente
capacitada e sob monitoramento do enfermeiro. Nos finais de
semana e feriados os medicamentos são autoadministrados. As
pessoas tratadas com TDO têm maior probabilidade de curar a
tuberculose.
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OBRIGADO!