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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
SUMÁRIO
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
1. Texto base:
2. Objetivos de aprendizagem:
Patogenia
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Cerca de três semanas após a exposição, desenvolve-se a imunidade mediada por células,
onde antígenos da micobactéria são apresentados às células T CD4+ por células dendríticas e
macrófagos nos linfonodos de drenagem. As células T CD4+ ativadas liberam IFN-γ, essencial
para a ativação de macrófagos, que iniciam uma resposta inflamatória efetiva contra o bacilo. Os
macrófagos ativados liberam TNF e óxido nítrico, promovendo a formação de granulomas e
necrose caseosa, característicos da tuberculose. Este processo pode conter a infecção em
indivíduos imunocompetentes, mas pode levar à progressão da doença em indivíduos
imunossuprimidos.
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Quadro Clínico: O quadro clínico da TB pulmonar varia, mas frequentemente inclui tosse
persistente por três semanas ou mais, febre, suores noturnos, perda de peso e hemoptise. A doença
pode progredir de uma infecção latente, onde o indivíduo não apresenta sintomas, para uma
doença ativa, especialmente se o sistema imunológico estiver comprometido .
Métodos Diagnósticos:
O diagnóstico da TB pulmonar envolve uma combinação de métodos, incluindo a
baciloscopia de escarro, que tem alta especificidade mas variável sensibilidade, cultura para
micobactérias, que é mais sensível mas demorada, e o Teste Rápido Molecular para TB (TRM-
TB), que oferece resultados rápidos e pode detectar resistência à rifampicina. Exames de imagem
como radiografia e tomografia computadorizada do tórax são utilizados para avaliar o grau de
acometimento pulmonar.
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adolescentes, este teste realiza a amplificação de ácidos nucleicos para detectar DNA dos
bacilos do complexo M. tuberculosis. Além disso, é capaz de realizar a triagem de cepas
resistentes à rifampicina através da técnica de PCR em tempo real, apresentando resultados
em aproximadamente duas horas.
o A sensibilidade do TRM-TB para amostras de escarro em adultos é cerca de 90%, sendo
superior à da baciloscopia, e para a detecção de resistência à rifampicina é de 95%. O teste é
especialmente recomendado para:
o Diagnóstico de novos casos de tuberculose pulmonar e laríngea;
o Populações de maior vulnerabilidade;
o Diagnóstico de tuberculose extrapulmonar em materiais biológicos já validados;
o Triagem de resistência à rifampicina em casos de retratamento;
o Suspeita de falência ao tratamento.
o Para crianças menores de 10 anos, a sensibilidade do TRM-TB é menor (66%), e o uso do
teste é limitado, dada a natureza frequentemente abacilífera (negativa ao exame
bacteriológico) da tuberculose na infância. A utilização do TRM-TB em crianças é indicada
quando possível a coleta de escarro, especialmente em adolescentes que possuem maior
probabilidade de TB bacilífera e são capazes de coletar amostras de escarro adequadas.
o O TRM-TB também é aplicável para o diagnóstico de tuberculose extrapulmonar em
amostras como líquor, gânglios linfáticos, e outros tecidos, mas a sensibilidade é mais baixa
que nas amostras pulmonares, portanto, um resultado negativo não exclui a doença. É
necessário continuar a investigação em tais casos. Amostras recomendadas para realização
do TRM-TB incluem escarro, escarro induzido, lavado broncoalveolar, lavado gástrico,
líquor, e gânglios linfáticos e outros tecidos.
o Apesar da sua utilidade, o TRM-TB não é recomendado para diagnóstico nos casos de
retratamento (reingresso após abandono e recidivas), devendo nesses casos recorrer à
baciloscopia e cultura seguida de teste de sensibilidade antimicrobiano (TS). Para a
confirmação da resistência à rifampicina, o TRM-TB pode ser utilizado para triagem, sendo
importante a realização de exames seriados para aumentar a sensibilidade do diagnóstico,
especialmente considerando a baixa prevalência de resistência no Brasil.
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• A Prova Tuberculínica (PT) podendo ser chamada de Teste Tuberculínico (TT) ou teste
cutâneo tuberculínico, além de ser uma ferramenta diagnóstica para a Infecção Latente pelo
M. tuberculosis (ILTB), possui particularidades importantes quanto à sua interpretação,
especialmente em relação ao histórico de vacinação BCG dos indivíduos testados.
o No brasil, a tuberculina utilizada é o PPD-RT 23 (PPD) aplicada por via intradérmica, no
terço médio da face anterior do antebraço esquerdo,
o Reações Falso-Positivas: Após a vacinação com BCG, é possível que a PT resulte em reações
falso-positivas, principalmente se a vacinação ocorreu após o primeiro ano de vida, pois a
BCG pode induzir reações mais intensas e duradouras. Entretanto, a especificidade da PT é
considerada alta (97%), indicando que apenas 3% dos resultados positivos podem ser falso-
positivos.
o Importância dos 10 anos após Vacinação BCG: A interpretação da PT leva em consideração
o intervalo de tempo desde a última vacinação com BCG. Dez anos após a vacinação, apenas
1% das reações positivas na PT podem ser atribuídas à vacina BCG. Isso significa que, para
adolescentes e adultos que não foram revacinados, um resultado positivo na PT é geralmente
interpretado como um indicativo de ILTB.
o Sensibilidade da PT: A PT tem uma sensibilidade de 77%, indicando que há uma chance de
até 23% de reações falso-negativas. Essas reações falso-negativas podem ocorrer em diversas
situações, como em indivíduos imunossuprimidos ou logo após uma infecção recente pelo M.
tuberculosis, onde a resposta imune ainda não está totalmente estabelecida.
o Cobertura da Vacina BCG no Brasil: No Brasil, a cobertura pela vacina BCG é universal, e a
vacinação ocorre tipicamente nos primeiros dias de vida. Esta prática influencia a
interpretação dos resultados da PT, pois a maioria da população será considerada como tendo
sido exposta ao antígeno da BCG apenas uma vez, logo após o nascimento.
o Aplicabilidade da PT: Embora a PT seja um instrumento valioso para identificar a ILTB, é
fundamental excluir a possibilidade de TB ativa antes de confirmar o diagnóstico de ILTB,
especialmente através da anamnese detalhada, exame clínico e radiografia de tórax.
Este detalhamento sublinha a complexidade na interpretação dos resultados da Prova
Tuberculínica, enfatizando a necessidade de considerar o histórico de vacinação BCG,
especialmente o período crítico de 10 anos após a vacinação, para uma avaliação precisa da
presença de Infecção Latente pelo M. tuberculosis.
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• Diagnóstico de Imagem
o A radiografia de tórax é o método de imagem inicial e principal no diagnóstico e
acompanhamento da tuberculose pulmonar, capaz de revelar padrões radiológicos sugestivos
de atividade da doença, como cavidades, nódulos, consolidações, massas, interstícios
miliários, derrame pleural e alargamento do mediastino. É essencial em todos os pacientes
com suspeita clínica de TB pulmonar, complementando os exames laboratoriais
(baciloscopias, cultura, e/ou teste rápido molecular) para confirmar o diagnóstico
bacteriológico. O exame radiológico ajuda também a excluir outras patologias pulmonares
associadas e avaliar a extensão do acometimento pulmonar, além de monitorar a evolução
durante o tratamento.
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o Por outro lado, a tomografia computadorizada (TC) do tórax se mostra mais sensível na
identificação de alterações anatômicas específicas dos órgãos ou tecidos afetados, sendo
particularmente útil quando a radiografia de tórax é normal, mas persiste a suspeita de
tuberculose pulmonar, ou para diferenciar a TB de outras doenças torácicas, especialmente
em pacientes imunossuprimidos. A TC é, portanto, indicada para casos específicos onde
detalhes anatômicos mais precisos são necessários para um diagnóstico acurado ou para
diferenciar entre patologias similares.
o Achados em exames de imagem na tuberculose primária no parênquima pulmonar induz um
processo inflamatório granulomatoso que pode se manifestar como opacidade (nódulo ou
consolidação), conhecida como foco primário ou nódulo de Ghon, afetando mais
frequentemente os lobos superiores em adultos, sem predileção específica em crianças. A
evolução inclui necrose caseosa, cavidades, consolidações, e linfonodomegalias hilares ou
mediastinais, visualizadas como complexo de Ranke. Disseminação linfática e hematogênica
pode levar a derrames pleurais ou pericárdicos, com a TB miliar apresentando opacidades
retículo-micronodulares difusas.
o Achados em exames de imagem na TB pós-primária tem alterações semelhantes, com
predileção por lobos superiores. Cavidades, que podem cicatrizar ou permanecer como
sequelas, consolidações, e nódulos centrolobulares são comuns, podendo indicar atividade da
doença. Alterações radiológicas em idosos e diabéticos diferem, dificultando o diagnóstico.
A disseminação broncogênica cria novos focos, com achados tomográficos sugestivos
incluindo "lesão cruzada" e aspecto de consolidação segmentar ou lobar. Tuberculomas
representam sequela ou doença ativa, exigindo diagnóstico diferencial com câncer de pulmão.
• HIV
o Para contatos de pacientes com tuberculose: 1. Contatos Sintomáticos: Independente da
idade, devem fazer exame de escarro e radiografia de tórax. 2. Contatos Assintomáticos
com HIV: Tratam-se para ILTB, independentemente dos testes. Dessa forma, para
pessoas que convivem com pacientes HIV-positivos, a coleta de escarro para baciloscopia ou
TRM-TB, cultura, identificação da espécie e realização de TS deve ser insistentemente
realizada como rotina de investigação de casos suspeitos de TB.
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o Diagnostico de HIV de Pessoas com TB: Para pessoas com tuberculose, é crucial realizar
testes para HIV devido ao impacto significativo da coinfecção. Recomenda-se a utilização de
testes rápidos de HIV logo após o diagnóstico de tuberculose, proporcionando resultados
rápidos e facilitando o encaminhamento para tratamento especializado. Este procedimento é
apoiado pela Portaria Nº 29 de 17 de dezembro de 2013, que destaca a importância da
detecção precoce do HIV em indivíduos com tuberculose para um manejo clínico mais
efetivo.
o Diagnóstico de TB em pessoas com HIV: Em pessoas vivendo com HIV, a tuberculose pode
apresentar características clínicas atípicas devido à imunodeficiência, o que exige uma
investigação diagnóstica minuciosa, incluindo a possibilidade de realizar procedimentos
invasivos para coleta de amostras. A presença de sintomas como tosse, febre, perda de peso
ou sudorese noturna em indivíduos HIV positivos deve ser investigada para tuberculose e
outras doenças oportunistas. O diagnóstico precoce e adequado de tuberculose em pessoas
com HIV é fundamental para iniciar o tratamento antituberculoso e antirretroviral de forma
oportuna, contribuindo para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes. A
equipe de saúde deve estar preparada para oferecer orientações claras sobre o teste de HIV e
manejar adequadamente a coinfecção tuberculose-HIV.
o O início concomitante do tratamento da tuberculose e da infecção pelo HIV é contraindicado,
uma vez que pode haver aumento do risco de intolerância e de reações adversas, piorando a
adesão
o É importante conversar como cuidador ou responsável sobre a testagem do HiV na criança.
Recomenda-se que pelo menos um exame diagnóstico para o HiV seja realizado durante o
tratamento da TB.
• A baciloscopia positiva, junto com um quadro clínico que sugira tuberculose (TB), permite
iniciar o tratamento. No entanto, é crucial considerar que outros microrganismos podem
aparecer na baciloscopia direta, afetando a interpretação dos resultados em casos específicos.
O diagnóstico definitivo de tuberculose, conhecido como "diagnóstico de certeza
bacteriológica", só é alcançado por meio da cultura, que é o método padrão ouro, e/ou por
testes moleculares.
• A tuberculose (TB) em crianças apresenta desafios diagnósticos específicos, principalmente
pela tendência de ser abacilífera, ou seja, não mostrar bacilos em exames bacteriológicos
devido ao baixo número de bacilos. Os sintomas comuns, como perda de apetite, perda de
peso e tosse persistente, podem ser confundidos com outras doenças infantis. Importante
destacar a tosse crônica como um sinal de alerta, especialmente se não melhora com
tratamentos convencionais para pneumonia, o que pode indicar TB. A dificuldade do
isolamento bacteriológico na criança não se dá apenas pelo fato de a doença ser paucibacilar,
mas também pela dificuldade na coleta de espécimes respiratórios de forma adequada.
• O diagnóstico de tuberculose (TB) pulmonar em crianças é complexo e envolve uma
abordagem integrada que inclui critérios clínicos, epidemiológicos, exames imunológicos
indicativos de infecção por TB, e exames radiográficos. Não há um único teste que seja
considerado padrão ouro para o diagnóstico da TB em crianças, o que torna a abordagem
diagnóstica multifacetada e adaptável ao contexto individual do paciente. A radiografia de
tórax é essencial nesse processo, devendo ser realizada precocemente nas crianças suspeitas
de ter TB, pois alterações podem ser observadas antes mesmo dos sintomas clínicos se
manifestarem. No entanto, a normalidade da radiografia não descarta a doença, sendo o
exame igualmente útil para o acompanhamento durante o tratamento e para identificar
possíveis complicações. A interpretação dos achados radiográficos requer experiência e
habilidade, especialmente em crianças imunocomprometidas, onde os achados podem ser
atípicos.
• A presença do bacilo no parênquima pulmonar promove a formação de um processo
inflamatório granulomatoso, que pode se manifestar radiologicamente como opacidade
parenquimatosa (nódulo ou consolidação), denominada foco primário ou nódulo de Ghon.
em adultos, a forma primária acomete mais os lobos superiores, enquanto que em crianças
não há essa predileção
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Existem diversas formas clínicas de TB, que podem afetar os pulmões (forma mais comum
e infecciosa) e outras partes do corpo (extrapulmonar), como linfonodos, sistema nervoso
central, ossos, pele, intestinal, ganglionar, articulações e trato geniturinário. O diagnóstico
dessas formas pode requerer métodos específicos, como biópsias e culturas de materiais de locais
esterilizados. As variações da doença exigem abordagens diagnósticas e terapêuticas adaptadas.
A tosse na pneumonia pulmonar inicia-se como uma tosse seca, agravando-se ao longo dos
dias, podendo evoluir para uma tosse purulenta, com expectoração amarelo esverdeada.
TUBERCULOSE PULMONAR:
• Tuberculose Primária
o é a inflamação que surge em indivíduos que entraram em contato com o M. tuberculosis pela
primeira vez, ou seja, trata-se de primo-infecção; é mais comum em crianças, mas pode
acometer adultos ou idosos que mudam de ambiente pouco contaminado para locais com
maior risco de contágio. A reação inflamatória inicial e os granulomas, com ou sem necrose,
formam-se preferencialmente na região inferior do lobo superior ou na superior do lobo
inferior. Tal reação inflamatória e granulomas recebem o nome de nódulo de Ghon. A partir
deste, os bacilos alcançam os vasos linfáticos e os linfonodos hilares, onde promovem o
mesmo tipo de reação inflamatória, ou seja, linfadenite granulomatosa. Ao conjunto de
nódulo de Ghon e linfadenite, dá-se o nome de complexo primário ou complexo de Ghon.
o O complexo primário tem dois destinos: (1) cura, que ocorre na grande maioria dos casos. A
cura se dá pela destruição ou controle da multiplicação dos microrganismos e pelo processo
reparativo de cicatrização e calcificação das lesões, tanto no parênquima pulmonar quanto
nos linfonodos. Quando isso acontece, a infecção deixa apenas uma pequena cicatriz,
indicativa de que algum dia o indivíduo entrou em contato com o bacilo, desenvolveu
hipersensibilidade, conseguiu controlar o crescimento bacteriano e não desenvolveu doença.
Em algumas pessoas, alguns bacilos podem permanecer latentes (viáveis) nesses locais por
muito tempo, mas sem provocar lesões (forma latente)
o Se, por qualquer motivo, o indivíduo sofre queda de suas defesas, os microrganismos voltam
a se multiplicar e originam doença (tuberculose secundária) tuberculose-doença.
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o Quando não há cura da infecção (nos pulmões e/ou nos linfonodos), os bacilos persistem nos
tecidos, multiplicam-se e podem se disseminar para os próprios pulmões (pelas vias aéreas)
ou para outros órgãos (pela via sanguínea). Esse quadro constitui a tuberculose primária
progressiva, que se apresenta sob as formas de pneumonia caseosa ou de tuberculose miliar,
ambas graves.
• Tuberculose primária progressiva
o A tuberculose primária progressiva mais frequentemente se assemelha a uma pneumonia
bacteriana aguda, com consolidação dos lobos inferior e médio, adenopatia hilar e efusão
pleural.
o Tuberculose primária progressiva. Como já comentado, a maioria das pessoas que se infectam
com o BK cura-se espontaneamente. Quando falham as defesas contra o bacilo, surgem lesões
pulmonares responsáveis pelas duas formas principais de manifestação da tuberculose
primária.
§ Pneumonia caseosa. Resulta da disseminação dos bacilos para os alvéolos adjacentes através
dos poros de Khon, resultando na expansão de lesões exsudativas e de granulomas. Com isso,
forma-se uma pneumonia alveolar cujas lesões tendem a comprometer ácinos inteiros e
uniformemente.
§ Tuberculose miliar. Com a expansão das lesões destrutivas, grande número de bacilos pode
penetrar nos vasos sanguíneos, através dos quais são levados a outros pontos no próprio
pulmão e a vários outros órgãos, sobretudo fígado, baço, rins, meninges e medula óssea.
Formam-se assim numerosos pequenos nódulos inflamatórios nos locais atingidos (nódulos
miliares), constituindo a tuberculose miliar. Esta é uma forma grave de tuberculose, muitas
vezes fatal.
• Tuberculose secundária
o A TB pulmonar pós-primária ou secundária pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais
comum no adolescente e no adulto jovem , é a doença que ocorre em indivíduo que teve a
primo-infecção previamente.
o Tuberculose secundária surge de duas maneiras: (1) reativação da infecção. Como já
comentado, após a infecção primária, bacilos podem permanecer em estado latente e
metabolicamente inerte. Meses ou anos depois e por qualquer condição que resulte em queda
da imunidade, os bacilos latentes voltam a se multiplicar e originam novos granulomas e
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novas lesões. Por serem aeróbios, os bacilos multiplicam-se preferencialmente nos ápices
pulmonares (maior tensão de oxigênio e menor fluxo sanguíneo), onde as lesões da
tuberculose secundária são mais comuns; (2) reinfecção. Um indivíduo que teve a primo-
infecção curada bacteriologicamente pode sofrer nova infecção. Tuberculose secundária é
conhecida também como tuberculose do adulto ou tuberculose de reinfecção, podendo esta
ser endógena ou exógena.
o tem como característica principal a tosse seca ou produtiva. em locais com elevadas taxas de
incidência de TB, toda pessoa que procura a unidade de saúde devido à tosse prolongada
(busca passiva) deve ter a TB incluída na sua investigação diagnóstica.
o Nos casos em que a tosse é produtiva, a expectoração pode ser purulenta ou mucoide, com
ou sem sangue. a febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5 oc. a
sudorese noturna e a anorexia são comuns. o exame físico geralmente mostra fácies de doença
crônica e emagrecimento, embora indivíduos com bom estado geral e sem perda do apetite
também possam ter TB pulmonar. a ausculta pulmonar pode apresentar diminuição do
murmúrio vesicular, sopro anfórico ou mesmo ser normal.
o A tuberculose secundária localizada pode apresentar início insidioso. Quando aparecem
manifestações, incluem mal-estar, anorexia, perda de peso, febre remitente e suores noturnos.
o As lesões da tuberculose secundária apresentam-se nas seguintes formas:
§ Tuberculose apical. Durante a primo-infecção, há disseminação de bacilos, que se alojam
preferencialmente nos ápices pulmonares. Quando ocorre reativação da infecção e os bacilos
voltam a multiplicar-se (ou quando há nova infecção), formam-se granulomas produtivos,
granulomas produtivo-caseosos e nódulos fibrocalcificados. Por esse motivo, a tuberculose
secundária afeta primeiramente os ápices pulmonares e pode causar lesões fibrocaseosas
extensas nesses locais.
§ Tuberculose ácino-nodosa. A partir da lesão apical ou de reativação da lesão primária, pode
haver proliferação dos bacilos e sua disseminação pelas vias aéreas. O transporte dos bacilos
através de brônquios por ação dos movimentos respiratórios forma lesões axiais
peribrônquicas que acompanham a histoarquitetura pulmonar. Nesses casos, a inflamação
granulomatosa compromete caracteristicamente ácinos pulmonares inteiros, podendo ser
reconhecida macroscopicamente como condensação parenquimatosa com a forma acinar.
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TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR
emagrecimento e anorexia ocorre em 70% dos pacientes, e febre com tosse seca, em 60%.
eventualmente, simula pneumonia bacteriana aguda. nos pacientes com maior tempo de
evolução dos sintomas pode ocorrer dispneia. o líquido pleural tem características de
exsudato, predomínio de linfócitos e baixo rendimento tanto da pesquisa de baaR (<5%)
quanto da cultura (<15%). níveis elevados de adenosina deaminase (ada) no líquido pleural
têm sido aceitos como critério diagnóstico de TB. a cultura para TB do escarro induzido é
positiva em até 50% dos pacientes, mesmo sem outra alteração visível na radiografia de tórax
além do derrame pleural (conde et al., 2003).
• Empiema pleural tuberculoso – É consequência da ruptura de uma cavidade tuberculosa
para o espaço pleural e, por isso, além de líquido no espaço pleural, muitas vezes ocorre
também pneumotórax secundário à fístula broncopleural. clinicamente, é indistinguível de
um empiema pleural por bactéria comum. diferentemente do que ocorre na TB pleural, o
rendimento da baciloscopia direta e da cultura para TB no líquido do empiema tuberculoso é
alto.
• TB ganglionar periférica – É a forma mais frequente de TB extrapulmonar em pessoas
vivendo com HiV (pVHiV) e em crianças, sendo mais comum abaixo dos 40 anos. cursa com
aumento subagudo, indolor e assimétrico das cadeias ganglionares cervicais anterior e
posterior, além da supraclavicular. em pVHiV, o acometimento ganglionar tende a ser
bilateral, associado com maior comprometimento do estado geral. ao exame físico, os
gânglios podem apresentar-se endurecidos ou amolecidos, aderentes entre si e aos planos
profundos, podendo evoluir para flutuação e/ou fistulização espontânea, com a inflamação da
pele adjacente. O diagnóstico é obtido por meio de aspirado por agulha e/ou ressecção
ganglionar, para realização de exames bacteriológicos e histopatológicos. a biopsia de gânglio
pode cursar com fístula no pós-operatório.
• TB meningoencefálica – É responsável por 3% dos casos de TB em pacientes não infectados
pelo HiV e por até 10% em pVHiV. a meningite basal exsudativa é a apresentação clínica
mais comum e é mais frequente em crianças abaixo dos seis anos de idade. clinicamente,
pode ser subaguda ou crônica (sinais e sintomas com duração superior a quatro semanas). na
forma subaguda, cursa com cefaleia holocraniana, irritabilidade, alterações de
comportamento, sonolência, anorexia, vômitos e dor abdominal associados à febre, fotofobia
e rigidez de nuca por tempo superior a duas semanas. eventualmente, apresenta sinais focais
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Vacinação
A vacinação com BCG é uma medida preventiva contra formas graves de tuberculose,
como TB miliar e meníngea, em crianças. Amplamente usada desde a década de 1920, a vacina
BCG demonstrou reduzir a mortalidade infantil por TB em países endêmicos. O Brasil, que tem
uma cobertura vacinal acima da meta de 90% para crianças menores de um ano, oferece a vacina
gratuitamente no SUS, incluindo maternidades. A vacina é indicada principalmente para recém-
nascidos com peso superior a 2 kg, crianças até 4 anos, 11 meses e 29 dias, e tem contraindicações
específicas, como em crianças com neoplasias malignas ou em tratamento imunossupressor.
A vacinação deve ser adiada em casos como recém-nascidos expostos a TB, uso recente
de imunossupressores ou corticosteroides, e recém-nascidos abaixo de 2 kg. A vacina é
administrada em dose única, preferencialmente nas primeiras 12 horas após o nascimento, por
via intradérmica no músculo deltoide direito, podendo ser aplicada simultaneamente com outras
vacinas do calendário nacional.
Eventos adversos podem ocorrer, sendo os mais comuns as lesões locais e regionais. Na
ocorrência de eventos adversos, estes devem ser notificados imediatamente. É essencial a
capacitação contínua dos vacinadores e a educação permanente nos serviços de vacinação,
incluindo procedimentos de administração correta da vacina, conservação, reconstituição, e
higienização das mãos, além da educação em saúde para prevenção da TB. Parcerias entre
programas de controle de TB e de imunização são fundamentais para monitorar a cobertura
vacinal e estratégias para atingir as metas.
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tentativa, frequentemente há uma forte ativação de linfócitos T que desencadeia ativação dos
macrófagos, o que pode causar lesões nos tecidos normais.
Além de macrófagos, células epitelioides e células gigantes, os granulomas podem conter
outras células. Uma coroa periférica de linfócitos, macrófagos e outras células é componente
comum em granulomas epitelioides. Eosinófilos, macrófagos e linfócitos são vistos em
granulomas esquistossomóticos e de outras parasitoses; linfócitos e macrófagos em torno das
células epitelioides são encontrados em granulomas da tuberculose; linfócitos, macrófagos e
grande número de PMNs acompanham granulomas da paracoccidioidomicose e de outras
micoses profundas, nos quais são frequentes focos de fusão purulenta (microabscessos). Na
sífilis, os granulomas contêm macrófagos, poucas células epitelioides, células gigantes e grande
número de plasmócitos. Na hanseníase tuberculoide, o granuloma epitelioide é circundado por
um halo denso de linfócitos.
No processo de formação de tecido de granulação há a migração de fibroblastos e posterior
proliferação, isso está vinculada a participação de fatores de crescimento, dentre eles PDGF,
EGF, FGF e citocinas fibrinogênicas, que se manifestam no tecido de granulacao. A migração e
proliferação de fibroblastos, bem como a formação de tecido de granulação, são processos
fundamentais na fase de cura e reparo dos tecidos após lesão. Os fatores de crescimento como
PDGF (Fator de Crescimento Derivado de Plaquetas), EGF (Fator de Crescimento Epidérmico),
FGF (Fator de Crescimento dos Fibroblastos) e citocinas, têm um papel crucial nesse processo,
estimulando a migração de células como os fibroblastos para a área lesionada, sua proliferação e
a síntese de componentes da matriz extracelular, como o colágeno. O tecido de granulação é um
tecido rico em capilares e fibroblastos, representando um passo importante na cicatrização,
preparando o sítio para a síntese de uma nova matriz extracelular e eventualmente para a fibrose
ou a formação de um novo tecido.
• Os granulomas imunes são causados por vários agentes capazes de induzir resposta imune
mediada por células T persistentes. Este tipo de resposta imune provoca a formação de
granulomas geralmente quando o agente incitador não pode ser facilmente eliminado, como um
microrganismo persistente ou um antígeno próprio. Em tais respostas, os macrófagos ativam as
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células T a produzir citocinas, como a IL-2, que ativa outras células T perpetuando a resposta, e
IFN-γ, que ativa os macrófagos.
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Tipos de Mycobacterium:
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Epidemiologia e Fatores de Risco: A TB é uma doença global, com maior incidência em áreas
de alta densidade populacional e em indivíduos com sistema imunológico comprometido, como
os infectados pelo HIV. Outros fatores de risco incluem idade (menores de 2 anos ou maiores de
60), condições clínicas que demandam tratamentos imunossupressores, e condições
socioeconômicas desfavoráveis.
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Parte I - Individual
3. Quais órgãos podem ser afetados pela tuberculose além dos pulmões?
a) Apenas o fígado e o baço.
b) Ganglionar, óssea, pele, intestinal e sistema nervoso
c) Apenas o sistema nervoso
d) Apenas os ossos e os rins.
Gabarito: B
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5. Questões
Provas antigas
1. Anualmente, mais de 70 mil pessoas são diagnosticadas com tuberculose no Brasil, cerca de
4,5 mil desses casos acabam em óbito. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), em 2017
foram 73,2 mil infecções, uma média de mais de 200 por dia. Indique a opção correta acerca
do diagnóstico da tuberculose.
TRM-TB: teste rápido molecular para tuberculose
a) A baciloscopia é considerada padrão ouro no diagnóstico da tuberculose pulmonar em
crianças e adultos, o que é muito importante do ponto de vista epidemiológico, visto que,
quando positivo, é indicador responsável pela extensão das lesões pulmonares.
b) Em crianças, a sensibilidade e especificidade da baciloscopia são elevadas pois, mesmo sendo
a criança paucibacilar, é possível obter amostras de boa qualidade via coleta de lavados
gástrico e bronco-alveolar.
c) A presença do bacilo no parênquima pulmonar induz a um processo inflamatório
granulomatoso com a formação do foco primário ou nódulo de Ghon. Em adultos, a forma
primária acomete mais os lobos superiores.
d) A radiografia de tórax deve ser solicitada para todas as crianças com suspeita de tuberculose.
Mostra-se alterada concomitante aos sintomas clínicos, embora sua normalidade não exclua
o diagnóstico.
Gabarito: C – Justificativa:
a) Errada: A baciloscopia é importante no diagnóstico da tuberculose, mas não é considerada
padrão ouro para todas as populações, especialmente em crianças, onde a coleta de amostras
é desafiadora e a sensibilidade do teste é reduzida. Baciloscopia positiva e quadro clínico
compatível com TB fecham o diagnóstico e autorizam o início de tratamento da TB. É
importante lembrar, contudo, que outros microrganismos podem ser evidenciados na
baciloscopia direta e essa possibilidade deve ser considerada na interpretação de casos
individualizados. diagnóstico de certeza bacteriológica só é obtido com a cultura (que é o
padrão ouro) e/ou testes moleculares.
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2. (Esse assunto não está no material que indicou para o TBL) A inflamação granulomatosa é
um padrão distinto de inflamação crônica encontrado em um número limitado de condições
infecciosas e algumas não infecciosas. O reconhecimento do padrão granulomatoso em uma
amostra de biópsia é importante por causa do número limitado de condições possíveis que o
causam e do significado diagnóstico associado as lesões.
Avalie as afirmativas a seguir, acerca do tecido granulomatoso:
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aumento na frequência de idas ao banheiro. Preocupado com esses sintomas, (M) procurou
um médico, que solicitou uma série de exames para investigar a possível tuberculose
extrapulmonar. Os resultados revelaram a presença de múltiplos focos de infecção em diveros
órgõas e tecidos. Qual das alternativas estabelece corretamente o tipo mais frequente de
tuberculose extrapulmonar?
a) Pleural
b) Cutânea
c) Geniturinária
d) Peritoneal.
Gabarito: A – Justificativa: a forma mais comum de tuberculose extrapulmonar em pessoas não
infectadas pelo HIV é a tuberculose pleural. Ela é mais prevalente em jovens e caracteriza-se por
dor torácica do tipo pleurítica. Os pacientes com essa forma de tuberculose frequentemente
apresentam astenia, emagrecimento, anorexia, febre e tosse seca.
5. Anualmente, mais de 70 mil pessoas são diagnosticadas com tuberculose no Brasil, cerca de
4,5 mil desses casos acabam em óbito. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), em 2017
foram 73,2 mil infecções, uma média de mais de 200 por dia. No curso da investigação
diagnóstica da tuberculose avalie as assertivas a seguir:
TB: tuberculose
TT: teste tuberculínico
TS: teste de sensibilidade
ILTB: infecção latente pela tuberculose
INFg: interferon gama
TRM-TB: teste rápido molecular para tuberculose
ILBT: infecção latente pelo M. tuberculosis
IGRA: Interferon-Gamma Release Assays (ensaios de liberação do interferon-gama)
I. O TT é uma prova de elevada especificidade, sendo que, 10 anos após a vacinação do BCG,
apenas 1% dos TT(s) positivos pode ser atribuído a vacina. Isso significa que, em
adolescentes e adultos não revacinados, o TT positivo pode ser considerado como ILTB.
II. O IGRA é um exame altamente específico para TB que se baseia na detecção dos níveis de
INFg produzido pelos macrófagos e plasmócitos após estimulação com antígenos
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específicos do Micobacterium tuberculosis, sendo que seu resultado não é influenciado pelo
BCG.
III. O TRM-TB é um teste de amplificação de ácidos nucléicos utilizado para detectar DNA dos
bacilos do complexo Micobacterium tuberculosis e identificação de cepas resistentes à
rifampicina pela técnica de reação em cadeia da polimerase.
IV. Para pessoas que convivem com pacientes HIV-positivos, a coleta de escarro para
baciloscopia ou TRM-TB, cultura, identificação da espécie e realização de TS deve ser
insistentemente realizada como rotina de investigação de casos suspeitos de TB.
V. Cerca de um quarto da população mundial está infectada com M. tuberculosis, ainda assim,
não há indicação de investigação indiscriminada de ILTB na população em geral. Essa
pesquisa só é indicada para populações pertencentes a grupos de risco específicos.
Está correto o que se afirma em:
a) I, III, IV,V
b) I, II, III, IV
c) II, III, IV,V
d) I, II, IV, V
Gabarito: A – Justificativa: O item II o correto seria: O IGRA é um exame altamente específico
para TB que se baseia na detecção dos níveis de INFg produzida pelas CÉLUAS T de memória
após estimulação com antígenos específicos do Micobacterium tuberculosis, sendo que seu
resultado não é influenciado pelo BCG.
6. Anualmente, mais de 70 mil pessoas são diagnosticadas com tuberculose no Brasil, cerca de
4,5 mil desses casos acabam em óbito. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), em 2017
foram 73,2 mil infecções, uma média de mais de 200 por dia. Sobre o diagnóstico da
tuberculose, as opções que se seguem estão corretas, EXCETO:
TRM-TB: teste rápido molecular para tuberculose
a) A radiografia de tórax P.A. detecta a maioria dos casos de tuberculose pulmonar em adultos,
o que é muito importante do ponto de vista epidemiológico, porque ocorre elevada frequência
de exames falsos negativos pela baciloscopia.
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7. Um homem, 39 anos de idade relata ao médico "não se sentir bem", aliado a anorexia, fadiga
e perda ponderal, notadas gradualmente ao longo de várias semanas. Tosse frequente, de
escarro amarelo sobretudo ao levantar-se pela manhã. Febre baixa, suores noturnos, e
dispneia completam os achados. Pode-se suspeitar de tuberculose pulmonar.
Com base na radiografias de tórax ao avaliar sintomas respiratórios (tosse durando > 3
semanas, hemoptise, dor torácica, dispneia). doença inexplicada, febre de origem
indeterminada ou teste cutâneo tuberculínico positivo, IGRA (ensaio de liberação de gama
interferon) feito como um teste de triagem ou durante a investigação de contato.
Alicerçado nas afirmações anteriores, assinale a opção correta.
a) As duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da
primeira.
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b) As duas asserções são preposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa
correta da primeira.
c) A primeira asserção é uma proposição verdadeira e a segunda é falsa.
d) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é verdadeira.
Gabarito: A – Justificativa:
1. Primeira asserção: Descreve um conjunto de sintomas que podem ser associados à tuberculose
pulmonar, incluindo anorexia, fadiga, perda de peso, tosse produtiva, febre baixa, suores noturnos
e dispneia. Esses sintomas são típicos e consistentes com a tuberculose pulmonar, uma doença
infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que afeta primariamente os pulmões, mas
pode se disseminar para outros órgãos.
2. Segunda asserção: Refere-se ao papel da radiografia de tórax e de testes específicos, como o
teste cutâneo tuberculínico (também conhecido como teste de Mantoux) e o IGRA (ensaio de
liberação de interferon-gama), na avaliação de sintomas respiratórios sugestivos de tuberculose,
bem como em situações de febre de origem indeterminada ou investigação de contato com a
doença. Essas ferramentas diagnósticas são fundamentais para identificar a presença da
tuberculose pulmonar e outras formas da doença, facilitando a tomada de decisões clínicas
adequadas.
3. Justifica: A descrição dos sintomas na primeira asserção sugere uma suspeita clínica de
tuberculose pulmonar. A segunda asserção corretamente identifica ferramentas diagnósticas
importantes (radiografia de tórax, teste cutâneo tuberculínico e IGRA) usadas na avaliação de
sintomas respiratórios e na investigação de casos suspeitos ou contatos da doença, oferecendo
uma base justificável para a suspeita clínica apresentada na primeira asserção.
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
a) O texto se refere a uma incidência de 5 % dos casos, quando a primo-infecção não é contida,
seja pela deficiência no desenvolvimento da imunidade celular, seja pela carga infectante ou
pela virulência do bacilo.
b) Tomografia computadorizada, VDRL (identificação sorológica do Treponema pallidum), e
coleta de escarro.
c) Tomografia computadorizada, biópsia aspirativa pulmonar e PPD.
d) Radiografia de tórax, baciloscopia do escarro (BAAR) e PPD
Gabarito: D – Justificativa:
Para estabelecer um diagnóstico de tuberculose pulmonar, especialmente em um paciente com
sintomas sugestivos como cansaço, perda de apetite, tosse persistente (inicialmente seca,
evoluindo para produtiva), febre baixa, sudorese noturna, perda de peso e hemoptise, é
necessário realizar exames que possam confirmar a presença do Mycobacterium tuberculosis e
avaliar o envolvimento pulmonar.
- Radiografia de tórax: Ajuda a identificar lesões pulmonares características da tuberculose,
como infiltrados, cavitações e padrões miliários.
- Baciloscopia do escarro (BAAR): Exame direto do escarro para buscar a presença de bacilos
álcool-ácido resistentes, permitindo uma identificação rápida do agente causador.
- PPD (Teste Tuberculínico ou Teste de Mantoux): Avalia a reação de hipersensibilidade
retardada causada pela injeção intradérmica de derivado proteico purificado (PPD), indicando
exposição prévia ao Mycobacterium tuberculosis. Embora não diferencie infecção latente de
doença ativa, pode ser útil em contextos epidemiológicos e para rastreamento em indivíduos
assintomáticos ou em populações específicas.
9. Escolar de seis anos de idade é trazido à consulta ambulatorial com história de febre diária e
tosse há 16 dias. Há 12 dias, foi levado ao pronto atendimento onde realizaram radiografia de
tórax que evidenciou infiltrado em lobo hemitórax direito, sendo iniciado tratamento com
amoxicilina oral. Não houve melhora dos sintomas após curso de dez dias de antibiótico. Ao
exame, paciente em bom estado geral, eupneico, com discreta diminuição do murmúrio
vesicular em hemitórax direito, sem outras alterações. Nova radiografia de tórax mostra
aumento da área de infiltrado pulmonar. Mãe do paciente relata que o pai está tossindo há
dois meses. Foi iniciada a investigação da criança com teste PPD positivo (6mm). O
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
diagnóstico e conduta para esse caso, respectivamente, são (Questão da Prova de Residência
Médica da UERJ / 2017):
a) Tuberculose latente / iniciar isoniazida.
b) Tuberculose pulmonar / iniciar esquema RIP (rifampicina + isoniazida + pirazinamida).
c) Pneumonia por germe atípico / iniciar azitromicina.
d) Pneumonia por germe resistente / iniciar amoxacilina.
Gabarito: B – Justificativa:
O cenário descrito aponta para um caso de tuberculose pulmonar, especialmente
considerando os sintomas persistentes apesar do tratamento com antibiótico, a exposição a um
familiar com sintomas respiratórios de longa duração (que pode ser um caso de tuberculose
ativa), e um teste PPD positivo. A presença de febre, tosse prolongada, falta de resposta a
antibióticos convencionais e sinais radiográficos de infiltrado pulmonar que piora, juntamente
com um contato próximo com sintomas sugestivos de tuberculose, são indicativos fortes da
doença.
O diagnóstico e a conduta corretos para este caso são: b) Tuberculose pulmonar / iniciar
esquema RIP (rifampicina + isoniazida + pirazinamida).
- Tuberculose pulmonar: A combinação de história clínica, exposição a caso suspeito de
tuberculose, e teste PPD positivo (mesmo que 6mm possa ser considerado na faixa de
interpretação variável dependendo do contexto, é significativo neste cenário de contato com caso
suspeito) sugerem fortemente tuberculose pulmonar ativa.
- Iniciar esquema RIP (rifampicina + isoniazida + pirazinamida): Este é o tratamento inicial
recomendado para casos de tuberculose ativa, seguindo as diretrizes de tratamento para a
tuberculose. O esquema terapêutico visa eliminar o Mycobacterium tuberculosis, sendo
necessário para o controle da infecção e prevenção de formas resistentes da doença.
10. Anualmente, mais de 70 mil pessoas são diagnosticadas com tuberculose no Brasil, cerca de
4,5 mil desses casos acabam em óbito. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), em 2017
foram 73,2 mil infecções, uma média de mais de 200 por dia. Sobre o diagnóstico da
tuberculose, as opções que se seguem estão corretas, EXCETO: TRM-TB: teste rápido
molecular para tuberculose
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
a) A baciloscopia detecta a maioria dos casos de tuberculose pulmonar em adultos, o que é muito
importante do ponto de vista epidemiológico, já que os casos de baciloscopia positiva são os
grandes responsáveis pela manutenção do contágio.
b) Em crianças, a sensibilidade e especificidade da baciloscopia são elevadas pois, mesmo sendo
a criança paucibacilar, é possível obter amostras de boa qualidade via coleta de lavados
gástrico e bronco-alveolar.
c) RX de tórax deve ser solicitado precocemente para todas as crianças com suspeita de
tuberculose, sendo de fundamental importância para o diagnóstico da doença. Ele pode se
mostrar alterado antes do surgimento dos sintomas clínicos, apesar de sua normalidade não
excluir o diagnóstico.
d) A presença do bacilo no parênquima pulmonar induz a um processo inflamatório
granulomatoso com a formação do foco primário ou nódulo de Ghon. Em adultos, a forma
primária acomete mais os lobos superiores, enquanto nas crianças, não há essa predileção.
Gabarito: B – Justificativa: Em crianças, a sensibilidade e especificidade da baciloscopia são
BAIXAS pois, mesmo sendo a criança paucibacilar, não é possível obter amostras de boa
qualidade via coleta de lavados gástrico e bronco-alveolar.
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
a) O tempo de aparecimento das lesões, porque caracteriza uma inflamação crônica de longa
duração.
b) A ausência de alterações de sensibilidade, porque ocorre necrose das terminações nervosas
sensitivas, coadjuvante a inflamação crônica granulomatosa.
c) O fato de as manchas serem hipocrômicas, porque decorre da apoptose dos ceratinócítos
basais.
d) A faixa etária em que se encontra o paciente, porque caracteriza uma inflamação crônica
granulomatosa de longa duração.
Gabarito: B - A principal informação a ser utilizada pela equipe de saúde para diferenciar a
hanseníase de outras dermatoses que cursam com lesões semelhantes é: “A ausência de alterações
de sensibilidade, porque ocorre necrose das terminações nervosas sensitivas, coadjuvante à
inflamação crônica granulomatosa.”
A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que
afeta principalmente a pele e os nervos periféricos. Uma característica distintiva da hanseníase é
a perda de sensibilidade nas áreas afetadas, devido à necrose das terminações nervosas sensitivas,
que acompanha a inflamação crônica granulomatosa típica da doença. Isso difere de outras
condições dermatológicas que podem apresentar manchas semelhantes, mas sem alterações
significativas na sensibilidade cutânea.
Questões diversas:
a) Sexual
b) Sanguínea
c) Respiratória
d) Cutânea
Gabarito: c) Respiratória.
Justificativa: A Tuberculose é transmitida principalmente por via respiratória, através da inalação
de aerossóis contendo o bacilo, provenientes de uma pessoa infectada.
4. Qual a estratégia global proposta pela OMS para acabar com a Tuberculose até 2035?
a) Estratégia DOTS
b) Stop TB Strategy
c) Estratégia pelo Fim da Tuberculose (End TB Strategy)
d) Campanha Global contra a TB
Gabarito: c) Estratégia pelo Fim da Tuberculose (End TB Strategy).
Justificativa: A "Estratégia pelo Fim da Tuberculose" é a proposta da OMS com o objetivo de
acabar com a Tuberculose como problema de saúde pública até 2035.
5. Qual população tem um risco 56 vezes maior de adoecimento por TB, conforme o Manual?
a) Pessoas vivendo com HIV
b) Pessoas vivendo em situação de rua
c) Profissionais de saúde
d) Indígenas
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
10. Qual a principal característica do Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB)?
a) Identifica apenas a presença de Tuberculose latente.
b) Pode ser realizado em qualquer ambiente, não requerendo laboratório.
c) Fornece resultados em até 2 horas, detectando TB e resistência à Rifampicina.
d) Não é recomendado para uso em crianças.
Gabarito: c) Fornece resultados em até 2 horas, detectando TB e resistência à Rifampicina.
Justificativa: O TRM-TB é uma ferramenta diagnóstica rápida que permite a detecção do
Mycobacterium tuberculosis e a resistência à Rifampicina, contribuindo para um manejo mais
eficaz da doença.
11. Qual é o tratamento recomendado para a Infecção Latente por Mycobacterium tuberculosis
(ILTB)?
a) Tratamento intensivo com quatro drogas por seis meses.
b) Vacinação com BCG para todas as pessoas diagnosticadas.
c) Tratamento com Isoniazida por um período de 6 a 9 meses.
d) Tratamento apenas com Rifampicina por 4 meses.
Gabarito: c) Tratamento com Isoniazida por um período de 6 a 9 meses.
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
12. Quais são os principais objetivos do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT)?
a) Promover a vacinação BCG em massa e o tratamento com novos medicamentos.
b) Eliminar a Tuberculose como problema de saúde pública, promover diagnóstico e tratamento
precoce.
c) Isolamento hospitalar de todos os casos de TB e tratamento exclusivo em hospitais
especializados.
d) Promover a higiene pessoal como principal medida de prevenção contra a Tuberculose.
Gabarito: b) Eliminar a Tuberculose como problema de saúde pública, promover diagnóstico e
tratamento precoce.
Justificativa: O PNCT visa eliminar a Tuberculose como problema de saúde pública, focando no
diagnóstico precoce, tratamento eficaz e prevenção da transmissão.
14. Quais são as recomendações para o controle de contatos de pacientes com Tuberculose?
a) Vacinação com BCG para todos os contatos, independente da idade.
b) Tratamento preventivo apenas para contatos que desenvolverem sintomas.
c) Avaliação clínica, exame de Tuberculina ou IGRA e acompanhamento dos contatos.
d) Isolamento domiciliar de todos os contatos por um período de 30 dias.
Gabarito: c) Avaliação clínica, exame de Tuberculina ou IGRA e acompanhamento dos contatos.
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
Item 1: A TB é transmitida por via aérea, de uma pessoa com TB pulmonar ou laríngea que
elimina bacilos no ambiente, através da inalação de aerossóis oriundos da tosse, fala ou espirro.
Item 2: Pessoas com TB pulmonar e infecção pelo HIV podem ter menos frequentemente
acometimento pulmonar cavitário da doença e, assim, apresentam menor infectividade.
a) Ambos os itens são verdadeiros, e o Item 2 é uma justificativa correta do Item 1.
b) Ambos os itens são verdadeiros, mas o Item 2 não é uma justificativa correta do Item 1.
c) O Item 1 é verdadeiro, e o Item 2 é falso.
d) O Item 1 é falso, e o Item 2 é verdadeiro.
Resposta: b) Ambos os itens são verdadeiros, mas o Item 2 não é uma justificativa correta do
Item 1.
Justificativa: Embora ambas as afirmações sejam verdadeiras, a menor infectividade em pacientes
com HIV e TB pulmonar não justifica a forma de transmissão da TB, que permanece a mesma
independentemente da presença do HIV.
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
21. Um homem de 55 anos apresenta tosse persistente, perda de peso e febre baixa. A radiografia
de tórax revela uma opacidade apical no pulmão direito. Uma biópsia pulmonar é realizada e
revela granulomas com necrose caseosa. Qual das seguintes células é a mais provável de ser
encontrada em grande número nesses granulomas?
A. Neutrófilos
B. Eosinófilos
C. Macrófagos
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
D. Mastócitos
E. Basófilos
Alternativa C - Na tuberculose, os granulomas são formados principalmente por macrófagos
ativados, que se transformam em células gigantes de Langhans. Estas células são uma tentativa
do sistema imunológico de conter a infecção por Mycobacterium tuberculosis.
22. Um homem de 30 anos apresenta-se com dor abdominal crônica e diarreia. Uma colonoscopia
revela inflamação segmentada e úlceras lineares. Qual das seguintes características é mais
provável de ser encontrada na lesão intestinal deste paciente?
A. Granulomas caseosos
B. Granulomas não caseosos
C. Agregados de eosinófilos
D. Agregados de neutrófilos
E. Agregados de mastócitos
Alternativa B - A doença de Crohn é uma doença inflamatória intestinal crônica que pode causar
granulomas não caseosos. Alternativa A: INCORRETA. Granulomas caseosos são mais comuns
na tuberculose, não na doença de Crohn. Alternativa B: CORRETA. A doença de Crohn é
caracterizada por granulomas não caseosos. Alternativa C: INCORRETA. Agregados de
eosinófilos não são uma característica comum da doença de Crohn. Alternativa D: INCORRETA.
Agregados de neutrófilos são mais comuns na inflamação aguda, não na doença de Crohn.
Alternativa E: INCORRETA. Agregados de mastócitos não são uma característica comum da
doença de Crohn.
23. Um homem de 40 anos é diagnosticado com tuberculose, uma doença que causa inflamação
granulomatosa. Qual das seguintes afirmações é verdadeira sobre a morfologia do granuloma na
tuberculose?
A. O granuloma consiste em agregados de linfócitos B, circundados por um colar de macrófagos.
B. O granuloma consiste em agregados de macrófagos epitelioides, circundados por um colar de
linfócitos.
C. O granuloma consiste em agregados de eosinófilos, circundados por um colar de mastócitos.
D. O granuloma consiste em agregados de mastócitos, circundados por um colar de eosinófilos.
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
24. Uma mulher de 35 anos é diagnosticada com doença de Crohn, uma doença inflamatória
imunomediada que apresenta inflamação granulomatosa. Qual das seguintes afirmações é
verdadeira sobre o papel dos linfócitos na inflamação crônica?
A. Os linfócitos T e B migram para os locais inflamatórios e os linfócitos B podem se desenvolver
em mastócitos.
B. Os linfócitos T e B migram para os locais inflamatórios e os linfócitos B podem se desenvolver
em plasmócitos.
C. Os linfócitos T e B migram para os locais inflamatórios e os linfócitos B podem se desenvolver
em neutrófilos.
D. Os linfócitos T e B migram para os locais inflamatórios e os linfócitos B podem se desenvolver
em eosinófilos.
E. Os linfócitos T e B migram para os locais inflamatórios e os linfócitos B podem se desenvolver
em macrófagos.
Alternativa: B - A doença de Crohn é uma doença inflamatória imunomediada que apresenta
inflamação granulomatosa. Alternativa A: INCORRETA. Os linfócitos B não se desenvolvem
em mastócitos. Alternativa B: CORRETA. Os linfócitos T e B migram para os locais
inflamatórios e os linfócitos B podem se desenvolver em plasmócitos, que são células produtoras
de anticorpos. Alternativa C: INCORRETA. Os linfócitos B não se desenvolvem em neutrófilos.
Alternativa D: INCORRETA. Os linfócitos B não se desenvolvem em eosinófilos. Alternativa E:
INCORRETA. Os linfócitos B não se desenvolvem em macrófagos.
25. Um homem de 60 anos vem ao médico reclamando de tosse e perda de peso durante os últimos
dois meses. Radiografia de tórax mostra uma massa pulmonar. A biópsia pulmonar revela
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
granulomas não caseosos. Com base na biópsia, o médico suspeita de sarcoidose. Qual dos
seguintes mediadores bioquímicos é esperado estar elevado nos macrófagos dos granulomas
desse paciente?
A. Inteleucina-2
B. Tumor necrosis factor-alpha
C. Inteleucina-12
D. Fator estimulador de colônias de granulócitos
E. Inteleucina-1
Alternativa: B - Alternativa A. INCORRETA. A Interleucina-2 (IL-2) é uma citocina produzida
principalmente por linfócitos T ativados, ela desempenha um papel central na regulação da
resposta imunológica, pois estimula a proliferação e a diferenciação dos linfócitos T. Apesar de
sua função importante, não é a principal citocina envolvida na formação de granulomas na
sarcoidose. Alternativa B. CORRETA. O Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF-α) é uma citocina
pró-inflamatória produzida por vários tipos de células, incluindo macrófagos e linfócitos T. Esta
citocina desempenha um papel central na formação de granulomas na sarcoidose e em outras
doenças granulomatosas, como a tuberculose. O TNF-α promove a ativação de macrófagos e a
diferenciação de células precursoras em macrófagos e células dendríticas. Também estimula a
proliferação de fibroblastos e a síntese de colágeno, levando à formação do componente fibroso
dos granulomas. Alternativa C. INCORRETA. A Interleucina-12 (IL-12) é uma citocina
produzida principalmente por células dendríticas e macrófagos em resposta à infecção. Ela
promove a diferenciação de linfócitos T em células Th1, que produzem IFN-γ. Apesar de sua
função importante, não é a principal citocina envolvida na formação de granulomas na
sarcoidose. Alternativa D. INCORRETA. O Fator Estimulador de Colônias de Granulócitos (G-
CSF) é uma citocina que estimula a proliferação e diferenciação de células precursoras na medula
óssea em granulócitos. Ele não está diretamente envolvido na formação de granulomas na
sarcoidose. Alternativa E. INCORRETA. A Interleucina-1 (IL-1) é uma citocina pró-inflamatória
que tem muitas funções, incluindo a promoção da febre e da resposta inflamatória. No entanto,
ela não desempenha um papel central na formação de granulomas na sarcoidose.
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
27. Mulher de 23 anos tem diagnóstico de tuberculose bacilífera após apresentar sintomas
respiratórios por três meses. Mora com um filho de 5 anos assintomático. Tendo em vista que
esse pré-escolar é considerado um contato domiciliar de tuberculose, a conduta correta a ser
tomada é:
a) investigação diagnóstica apenas se não tiver recebido vacina BCG ao nascimento.
b) realização de radiografia de tórax e lavado gástrico para pesquisa de BAAR.
c) realização de radiografia de tórax se apresentar prova tuberculínica positiva.
d) investigação diagnóstica apenas se passar a apresentar sintomas respiratórios.
e) realização de radiografia de tórax e prova tuberculínica.
Resposta letra E - Mesmo que o paciente em questão esteja assintomático, por ser contato de uma
pessoa com diagnóstico de tuberculose, ele pode ter a Infecção Latente, que também tem
indicação de tratamento para evitar a transmissão da doença. Para isso, é importante excluir a
infecção ativa de tuberculose pois o esquema terapêutico difere entre a ativa e a latente. Nos casos
de tuberculose em pediatria, é difícil identificar o bacilo pelo fato de as crianças serem
paucibacilares. O novo manual do Ministério da Saúde orienta o sistema de pontuação com
algumas alterações para identificar a probabilidade de se ter tuberculose. São avaliados o quadro
clínico (se presente, + 15 pontos), radiológico (se presente, + 15 pontos), teste tuberculínico (PT
entre 5 e 9, +5 pontos; PT maior ou igual a 10, +10 pontos, contato com adultos com tuberculose
(próximo, nos últimos dois anos, +10 pontos) e estado nutricional (desnutrição grave, +5 pontos).
Uma pontuação maior ou igual a 40 pontos, é muito provável que a criança tenha tuberculose
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
a) Cintilografia pulmonar
b) USG da traqueia
c) RM do tórax
d) Angiografia por TC do tórax
e) RX convencional do tórax
Resposta: E - Dentre os exames citados, o único utilizado para avaliar o paciente com tuberculose
é a radiografia de tórax, tanto para o diagnóstico quanto para acompanhamento do tratamento
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TURMA 42 - PBL 03 – TUBERCULOSE PULMONAR – INFL. GRANULOMATOSA – CASEOSA - LEANDRO COUTO GANDRA 18/03/2024
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