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Tuberculose é uma doença de origem bacteriana (BK), que pode afetar diversos sistemas (polissistematica), mas
preferencialmente os pulmões, gerando alterações respiratórias em seu portador. Se trata de uma doença altamente infecciosa (nas
formas pulmonares e laríngea) gerando altos riscos para a comunidade
TB pode ser causada por 7 espécies diferentes da Mycobacterium tuberculosis, sendo o mais importante o M. tuberculosis,
conhecido também como bacilo de KOCH (BK), que possui forma fina e curva, medindo 0,5 a 3 um. Se trata de um bacilo
álcool-ácido resistente (BAAR), aeróbio, com parede celular rica em lipídios (ácidos micólicos e arabinogalactano) , conferindo
baixa permeabilidade, e reduz a eficiência a maioria dos antibióticos e facilita sua sobrevivência nos macrofagos
M. bovis (outra espécie) – adquirido pelo consumo de leite não pasteurizados ou não fervidos o suficiente.
A tuberculose é transmitida por via aérea de uma pessoa com TB pulmonar ou laríngea, que elimina bacilos no ambiente (caso
fonte) a outras pessoas por exalação de aerossóis.
Chama-se de bacilífero pessoas com baciloscopia positiva no escarro. Esses casos possuem maior capacidade de transmissão,
ainda mais que pessoas com cultura ou teste rápido molecular de tuberculose positivo, ainda que também possam ser
transmissoras.
Gotículas exalados pelos doentes (gotículas de Pfluger) rapidamente se tornam secas e transformam-se em particulares menores
(núcleos de wells), que se mantem suspenso no ar por várias horas e são capazes de alcançar os alvéolos provocando a primo-
infecção.
O isolamento em casos de tuberculose ativa é realizado com precauções para aerossóis. Com higienização das mãos e uso de
mascaras PPF2 pelo profissional e mascara cirúrgica pelo paciente.
- Recomenda-se quarto privativo, caso não seja possível deve-se reunir portadores da mesma doença(tuberculose) no quarto.
Pacientes com exame bacteriológico de escarro positivo (forma bacilifera) sustentam a cadeia de transmissão, podendo contaminar
em média 10 a 15 pessoas ao ano. Entre os pacientes com TB pulmonar, aqueles com BAAR + no escarro são os que mais
transmitem a doença e em geral possuem a forma de TB pulmonar cavitaria ou mais raramente a TB laríngea.
A transmissão da TB perdura enquanto o paciente eliminar bacilos no escarro. Com início do tto a transmissão tende a diminuir
gradativamente e em geral após 15 dias ela se encontra muito reduzida. (por isso a importância de realizar baciloscopia de
controle)
A maioria dos pacientes infectados pelo BK (prova tuberculínica +) não é bacilífero, logo, não transmite a doença, sendo a
transmissão reservada para aqueles que realmente desenvolvem a doença.
Dá-se o nome de MULTIBACILIFEROS a aqueles que possuem as formas pulmonar cavitaria e laríngea da doença (BAAR +)
Já os PAUBACILIFEROS (formas não cavitarias pulmonar) são definidos pela baciloscopia – (BAAR -), mas com cultura ou
teste rápido molecular (TRM-TB +)
5. Fatores/população de risco
O principal fator endógeno responsável por efetuar a infecção após entrada da tuberculose no sistema é a integridade do sistema
imune.
O maior risco de adoecimento para a TB é a infecção pelo HIV, destacando-se também o tempo ocorrido da infecção ao
desenvolvimento da TB ativa (maior risco nos primeiros 2 anos de infecção), a idade menor que dois anos ou maior que 60 anos e
a presença de determinadas condições clinicas.
10% dos pacientes infetados pela BK adoecem, sendo 5% nos 2 primeiros anos e 5% ao longo da vida. A TB primaria, aquela que
ocorre logo após a infecção é comum em crianças e nos pcts imunossuprimidos, geralmente é grave, mas com baixa
transmissibilidade.
Em pacientes fora dos fatores de risco, o sistema imune é capaz de conter a bactéria, eliminando os bacilos, ou mantendo eles em
sua forma latente por muitos anos, até que sejam reativados produzindo a tuberculose por-primaria (secundaria) – 80% dos casos
acomete o pulmão
Sintomas clássicos (podem ocorrer em todas as formas): tosse persistente seca ou produtiva, febre vespertina, sudorese noturna e
emagrecimento
▪ TB pulmonar primaria: ocorre em seguida ao contato com o BK, sendo mais comum em crianças. As manifestações
clinicas podem ser insidiosas, com o paciente apresentando-se irritado, com febre baixa, sudorese noturna e inapetência
(pneumonia atípica). A tosse pode não estar presente.
▪ TB pulmonar secundaria: ocorre em qualquer idade, tendo a tosse seca ou produtiva como principal característica.
Em casos que a tosse é produtiva, a expectoração pode ser purulenta ou mucoide, com ou sem sangue, A febre vespertina,
sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5 graus. A sudorese noturna e a anorexia são comuns. O emagrecimento pode ser
presente
▪ TB miliar: refere-se a um aspecto radiológico pulmonar especifico (aspecto macroscópico multinodular pulmonar), que pode
ocorrer tanto na forma primaria quanto na secundaria da TB. É uma forma mais grave da doença, sendo mais comuns em
imunossuprimidos e crianças menores que 2 anos.
▪ Radiografia de tórax
Principal escolha para avaliação inicial da TB pulmonar. Podendo ser identificados diversos achados sugestivos da doença como:
cavidades, nódulos, consolidações, massas, derrame e etc
Deve ser realizada em todo o pct com suspeita clínica de TB, juntamente com baciloscopia TRM e cultura.
▪ ▪ Tomografia computadorizada:
De mais difícil acesso, mas com maior sensibilidade para demostrar alterações quando presentes.
Tuberculose primaria 🡪 evidencia infiltrados, que pode eventualmente ser nodular (nódulos de Ghon), apenas em lobo superior.
Esses achados tendem a desaparecer ao longo de 6 meses, regredindo e deixando uma cicatriz calcificada (tuberculoma)
Tuberculose secundária 🡪 os bacilos das cavernas tuberculosas são lançados para a arvore brônquica, evidenciando novos
infiltrados. A imagem em escada, típica da pós-primaria, é a presença de um infiltrado no lobo superior e um infiltrado no lobo
inferior contralaterais.
9. Escreva quais são os 3 exames laboratoriais necessários para o diagnóstico de tuberculose pulmonar
Executada corretamente identifica 60-80% dos casos de TB em adultos, sendo importante, por identificar pacientes transmissores
ativos (que mantem a cadeia de transmissão)
Indicações: sintomáticos respiratórios, suspeita clínica e ou radiológica de TB e para acompanhamento do controle de cura
Realização: 2 amostras devem ser feitas, uma ao entrar em contato com a pessoa que tosse e outra no dia seguinte (independente
do resultado)
TRM-TB está indicado para o diagnóstico de tuberculose pulmonar ou laríngea em adultos e adolescentes.
Consiste-se em um teste de ampliação de ácidos nucleicos para detecção de DNA dos bacilos do complexo M. tuberculosis e
triagem de cepas resistentes a rifampicina
Sua sensibilidade é maior que a da baciloscopia (90%), e além disso permite testar a resistência a R.
Possui sua sensibilidade reduzida em crianças (66%) mas ainda deve ser usada quando existe a facilidade de coleta de escarro.
Por detectar bacilos mortos e inviáveis, a TRM não pode ser usado para avaliação do tratamento, devendo nesses casos ser usado a
baciloscopia direta
O resultado da cultura varia bastante, mas em meio liquido consegue ser feita em 5 a 12 dias quando positivo e 42 dias quando
negativo.
Após realizada, faz-se o teste da sensibilidade nas cepas que se desenvolveram, testando: estreptomicina, isoniazida, rifampicina,
etambutol e pirazinamida.
Devem realizar:
- todos casos com dx de TB por TRM devera realizar cultura e TS, independente se apresentar ou não resistência a rifampicina
- Todo caso com suspeita de TB com TRM negativo com 0persistencia do quadro clinico
▪ Prova tuberculínica (PPD) 🡪 identifica os indivíduos infectados pelo BK, seja na infecção latente (ILTB) ou infecção
doença (TB). O PPD se trata de uma fração proteica extraída a partir da cultura do BK.
Realização: Injeta-se 2 unidades tuberculinas intradérmicas no pct, se houver resposta em 48-72 h, mede-se o tamanho da
induração formada
▪ Diagnostico histopatológico
Avaliação histológica de fragmentos de tecido obtidos por biopsia, identificando granulomas com necrose caseosa, compatíveis
com dx de TB.
Como o método diagnostico de certeza da TB é a cultura seguida da confirmação da espécie de M tuberculosis, sempre que
possível um ou dois fragmentos obtidos na biopsia devem ser armazenados em água destilada e enviados para cultura.
▪ Outros métodos diagnósticos
Adenosina Deaminase (ADA) 🡪 determinação do aumento da atividade da ADA no líquido pleural é indicadora de pleurite
tuberculosa
Outras técnicas biomoleculares 🡪 Line Probe Assay (LPA): teste rápido de tuberculose drogarresistente.
Diagnostico é feito com a associação da clínica, exames de imagem e exames laboratoriais (baciloscopia, TRM e cultura)
80% dos casos que se identifica resistência a R pelo TRM, se encontra resistência a isoniazida associada, sendo recomendado
iniciar o tratamento para TB multirresistente. (realizar o teste 2 vezes)
Em detecção de resistência: aumentar tempo de TTO, aumento do potencial de toxicidade e pior prognostico
12. Aponte as medicações que compõe o tratamento, dividindo em fase de ataque e fase de manutenção e quantidade de
comprimidos
Tuberculose é uma doença curável em praticamente todos os casos, em pessoas com bacilos sensíveis aos medicamentos, desde
que obedecidos os princípios básicos para terapia medicamentosa e que haja a adequada operacionalização do tto.
Os anti-TB atuam interferindo no sistema enzimático do bacilo ou bloqueando a síntese de algum metabolito essencial. Entretanto,
os fármacos só atuam quando há atividade metabólica, logo, bacilos latentes não são atingidos pelo medicamento (são destruídos
pelo sistema imune)
Objetivos: ter atividade bactericida precoce, ser capaz de prevenir a emergência de bacilos resistentes e ter atividade esterilizante
Atividade bactericida precoce: capacidade de matar a maior quantidade de bacilos, o mais rapidamente possível, sendo medida
pela velocidade com que são mortos. (isoniazida, estreptomicina e rifampicina)
Prevenção da seleção de bacilos resistentes: necessário o uso de esquemas terapêuticos com associação de diversos
medicamentos, uma vez que o uso de vários diminui a chance de resistência
Atividade esterilizante: capacidade de eliminar todos os bacilos do indivíduo, sendo definida pela proporção de recidivas que
ocorrem após o termino do tto
Quando a baciloscopia por positiva ao final do segundo mês do tto, deve-se solicitar cultura para micobacteria com teste de
sensibilidade, prologando a fase de ataque por mais 30 dias.
Fase de manutenção: eliminar bacilos latentes ou persistentes e a redução da possibilidade de recidiva da doença.
RI 🡪 Rifampicina e isoniazida
Em adultos o esquema básico é composto por 4 drogas em 1 (RHZE) – ataque – ou 2 drogas em 1 (RH) – defesa-
Em crianças (<10 anos) usa-se 3 drogas na fase de ataque (RHZ) e dois na de manutenção (RH)
Existem diversos outros esquemas especiais que variam de acordo com individualidades do paciente.
- Pacientes com baciloscopia positiva no quito ou sexto mês de tto, com boa evolução clinica
- Paciente com apresentação radiológica evidenciando múltiplas cavidades, especialmente se exibirem baciloscopia positiva
Reações adversas mais frequentes: mudança da coloração da urina, intolerância gástrica, alterações cutâneas, icterícia e dores
articulares
Isoniazida 🡪 intolerância digestiva, prurido, neuropatia periférica (pct que atendemos) e cefaleia e mudanças de comportamento.
P: hiperuricemia
E: neurite optica
14. Liste os critérios para hepatotoxidade ao RIPE, ordem de toxidade das medicações e critérios de suspensão de tratamento (pct
não hepatopatas)
Nos dois primeiros meses de TTO é normal observar aumento assintomático dos níveis séricos das enzimas hepáticas, sem
manifestações clinicas.
O TTO só deve ser interrompido quando os valores das enzimas atingirem ate 5 x o valor normal em pct sem sintomas digestivos
e 3x quando acompanhada do sintoma dispépticos
Após interrupção do TTO e resolução do quadro (redução das enzimas) indica-se a reintrodução do esquema básica: Rifampicina
+ Etambutol, seguido pela Isoniazida e por último, Pirazinamida, com intervalos de 3-7 dias (antes da introdução de cada
medicamento faz-se exame de função hepática)
Considera-se abandono quando o paciente deixa de comparecer a unidade de saúde por mais de 30 dias consecutivos, após a data
prevista para seu retorno
O isolamento respiratório deve ser indicado para o Sintomáticos Respiratórios (tosse por mais de duas semanas) ou paciente com
o diagnostico bacteriológico de TB.
No caso do SR: retirada do isolamento deve ocorrer apor afastar TB pulmonar através de exames bacteriológicos de escarro
espontâneo, induzido ou LBA
Após 15 dias de tto colher 2 baciloscopia em dias diferentes, se resultado negativo pode-se suspender o isolamento respiratório.
17. Defina cura de TV pulmonar e critérios necessários para fechamento da ficha como cura
Recomenda-se que os casos de tuberculose em tto com esquema básico (ate 6 meses) sejam encerrados em ate 9 meses e que os
casos de tuberculose meningoencefalia (12 meses) sejam encerrados no sistema em até 15 dias
Cura: 2 baciloscopias negativas, sendo uma em qualquer mês do acompanhamento e outra no final (5 ou 6 es. Caso seja
necessário ampliar o tempo de tto serão considerados os dois últimos meses
A alta por cura pode ser dada a pcts que completaram o tto sem evidencia de falhas e teve critérios clínicos e radiológicos
satisfeitos.
TUBERCULOSE LATENTE
1. Definir ILTB
ILTB ocorre quando uma pessoa se encontra infectada pelo BK sem manifestações ativas da doença. Permanecendo saudáveis por
muitos anos, sem transmitir o bacilo e com imunidade parcial a doença
Ainda que grande parte dessas pessoas não adoeçam pela forma ativa, elas constituem um reservatório do bacilo, capaz de se
reativar em diminuições da imunidade
Pacientes com tuberculose latente não são capazes de transmitir a bactéria, porém, a qualquer declínio da funcionalidade do
sistema imune, pode haver reativação do microrganismo, que passa a ser transmitido
Sendo assim, para erradicação da TB é fundamental eliminar seus reservatórios enquanto estejam latentes.
Pessoas que tiveram contato com TB pulmonar/laríngea ativa é fundamentação para identificação da ILTB
- Pessoas vivendo com HIV, crianças menores que 10 anos e profissionais da saúde.
Sendo que pessoas vivendo com HIV que tiveram contato com TB devem realizar tratamento para TB independente da PT ou do
IGRA, assim como aqueles com contagem de CD4 menores que 350
É considerado um caso de ILTB o individuo infectado pelo BK, identificado por meio da prova tuberculínica (PT) ou por ensaio
de liberação do interferon-gama (IGRA)desde que adequadamente descartada a TB ativa
Em caso de sintomas clínicos deve-se fazer extensa busca por TB latente (extrapulmonar) para evitar diagnostico errôneo.
Prova tuberculínica: inoculação intradérmica do derivado proteico purificado do BK, para identificação de resposta imune já
pronta no hospedeiro.
5. Descreve o exame necessário para o diagnostico de ILTB e qual resultado é compatível com tal
COVID-19
1. Discorrer sobre as manifestações clinicas do COVID-19, incluindo a separação entre as diferentes fases: viremica x
inflamatória
Casos leves: sintomas não específicos como tosse, dor de garganta, anosmia, ageusia, diarreia e etc
Casos moderados: febre persistente, adinamia, prostração, hiporexia, diarreia, e presença de pneumonia sem sinais de gravidade
Casos graves: quadro gripal + dispneia leve, desconforto respiratório, pressão do tórax, SAT < 95 e cianose
Casos críticos: sepse, choque séptico, síndrome do desconforto respiratório agudo, disfunção de múltiplos órgãos, pneumonia
grave e etc
- Idade > 60 anos, tabagismo, obesidade, miocardiopatias, HAS, doenças vasculares, imunodepressão, doenças cromossômicas,
neoplasias malignas, DM.
3. Detalhar testes laboratoriais disponíveis para diagnóstico da doença: PCR, teste de antígeno e sorologia
Biologia Molecular 🡪 identifica a presença do material genético (RNA) do virus em amostras de secreção respiratória, por meio
das metodologias de RT-PCR ou RT-LAMP
Sorologia 🡪 detecta anticorpos IgM, IgA OU IgG produzidos pela resposta imune do organismo contra o SARNS-CoV-2.
Métodos: ELISA, CLIA, ECLIA
Teste Rápidos 🡪 imunoensaio que utilizam a metodologia de imunocromatografia de fluxo lateral. São capazes de detectar o
virus em amostras de mucosa e devem ser usados para identificar da infecção ativa
Os testes rápidos para detecção de anticorpos IgM e IgG devem ser usados com amostras de sangue, identificando o COVID-19
na forma de convalescência ou infecção previa
Definição 1 – síndrome gripal (SG)🡪 quadro respiratório agudo, caracterizado por pelo menos dois sintomas: febre, calafrios, dor
de garganta, cefaleia, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou gustativos
Definição 2 – Síndrome respiratória aguda grave (SRAG) 🡪 dispneia ou desconforto respiratório OU pressão ou dor persistente
no tórax OU saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente OU cianose
Por critério clinico 🡪 caso de SG ou SRAG associado a anosmia ou ageusia aguda sem outra causa pregressa
Por critério epidemiológico 🡪 caso de SG ou SRAG com histórico de contato próximo ou domiciliar, nos últimos 14 dias
anteriores ao aparecimento dos sintomas com caso confirmado para COVID-19
Por critério de imagem 🡪 SG ou SRAG ou óbito por SRAG que não foi possível confirmar por critérios laboratoriais que
apresentem 1 das alterações:
Biologia molecular: resultado detectável para SARS-CoV2 realizado por: RT-PCR ou ET-LAMP
Imunológico: resultado reagente para IgM, IgA ou IgG realizado por: ELISA, ECLIA, CLIA
Pesquisa de antígeno: resultado reagente para SARS-CoV-2 pelo método de imunocromatografia para detecção de antígeno
Anticoagulantes 🡪 sugere-se que não se usa anticoagulantes em pct com suspeita ou diagnostico de COVID19
- Não há benefícios demonstrados com uso de anticoagulantes, adicionalmente a anticoagulação esta associada a aumento
discorde eventos hemorrágicos
- Só deve-se usar caso o pct tenha recomendações por outras doenças (fibrilação atrial, TEV)
- Pode ser usada na presença ou suspeita de infecção bacteriana, de acordo com protocolos locais
Anticorpos monoclonais 🡪 não foi possível realizar recomendação sobre o suo de anticorpos monoclonais com suspeita ou DX
de covid -19
- Os seguintes anticorpos monoclonais possuem aprovação sanitária para uso na COVID 19: banlanivimabe + etesivimabe,
casirivimabe + imdevimabe, regdanvimabe e sotrovimabe
- Ainda que os anticorpos se mostraram eficazes no tto ambulatorial de paciente com COVID19, reduzindo a hospitalização e
tempo até a melhor dos sintomas há incertezas sobre o benefício com uso desses medicamentos
- O medicamento pode ser considerado em não vacinados com alto risco de progressão para doença mais grave, devendo ser
administrada preferencialmente nos primeiros três dias de sintomas.
- Não se pode descartar os benefícios e o medicamento é relativamente seguro, mas no momento não há evidencias suficientes
para indicar seu isso de rotina em tto ambulatorial
- Não se pode descartar os benefícios e o medicamento é relativamente seguro, mas no momento não há evidencias suficientes
para indicar seu isso de rotina em tto ambulatorial
- Pct que possuem indicação previa de uso pode manter durante a COVID
- Não devem ser usados independente da via de administração, apenas em pacientes com necessidades previas
- Não se pode descartar os benefícios e o medicamento é relativamente seguro, mas no momento não há evidencias suficientes
para indicar seu isso de rotina em tto ambulatorial
6. Descrever a indicação para início de corticoterapia (dexametasona) no paciente com COVID-19 confirmado
A sociedade brasileira de infectologia recomendou, baseada em resultados preliminares não publicados o uso da
DEXAMETASONA via oral ou intravenosa (6 mg uma vez ao dia por dez dias) em pacientes com COVID19 em ventilação
mecânica ou que necessitem de oxigênio fora da UTI.
A OMS recomendou o uso de corticosteroides sistêmicos (6 mg intravenosa diariamente ou 50 mg de hidrocortisona por via
intravenosa a cada 8 horas) por 7 ou 10 dias. Para pct com COVID-19 grave e criticamente doentes,
ISOLAMENTO
Indivíduos com SG com confirmação de COVID-19 devem realizar as medidas de isolamento imediatamente por no mínimo 10
dias da data do inicio dos sintomas. (desde que permaneça afebril sem uso de antitérmico por pelo menos 24h e remissão dos
sintomas respiratórios)
- Isolamento poderá ser interrompido no após 5 dias completos do inicio dos sintomas, desde que permanece afebril sem uso de
antitérmicos E com resultado RT-PCR não reagente realizado no 5 dia.
- Em ausência de sintomas após o 5 dia, mas sem acesso a PCR poderá ser suspenso o isolamento após 7 dias, mantendo ate o 10
as outras medidas.
Pacientes imunocomprometidos: isolamento imediato por 20 dias, podendo ser suspenso se afebril por 24 horas e com remissão
dos sintomas respiratórios
QUARENTENA
A quarentena é recomendada quando ocorre o contato próximo desprotegido com casos suspeitos ou confirmados de COVID-19.
O período indicado é de 14 dias após as datas da exposição ao caso suspeito ou confirmado. Entretanto, esse tempo pode ser
reduzido para 7 dias se o indivíduo for testado a partir do 5 dia do último contato E tiver resultado negativo E não apresentar
sintomas.
8. Definir quais os tipos de precaução e isolamento intra-hospitalar para paciente com COVID-19
Transporte: deve ser evitado ao máximo, mas quando necessário o pct deverá usar mascara cirúrgica em toda a permanência fora
do quarto
Quarto privativo: quando não for possível o paciente deve ser internado com alguém com a mesma infecção (outro portador de
covid)
- O quarto devera possuir a porta SEMPRE fechada, aberta apenas para profissionais da saúde entrarem
9. Destacar os sintomas que têm sido relatados pelos pacientes com síndrome pós-covid
Pós-covid ou COVID longa são definidas é uma condição de falta de retorno ao estado normal de saúde após a doença aguda por
covid19.
Os mais comuns são: dispneia, fadiga, mal estar após esforço, nevoa do cérebro, tosse, dor no peito, cefaleia, artralgia, mialgia,
parestesias, febre, dor, mudanças de humor, anosmia ou disgeusia e irregularidade do ciclo menstrual
Definição: temperatura de no mínimo 38.3 c por 2-3 semanas sem um diagnóstico, apesar de 1 semana de investigação persistente
- Persistência do processo por um tempo superior ao que a febre comum teria durado
2. Detalhar a investigação inicial do paciente: pontos obrigatórios na anamnese e investigação complementar inicial
▪ Avaliação obrigatória inicial: anamnese e exame físico, com atenção especial para pele, linfonodos, articulações, histórico
de medicações, viagens, dieta e exposição a animais
Anamnese: interrogar quanto a viagens recentes, contato com portadores de doença, atividade sexual, contato com alimentos
diferentes ou animais, profissão, uso de drogas injetáveis, medicamento tomados, doenças previas e AF
Exame físico: atenção especial para pele, linfonodos, articulações sinais meníngeos e dores abdominais.
- Confirmar febre e não usar antibióticos se o pct está estável e sem neutropenia
▪ Avaliação mínima na avaliação da FOI: hemograma, painel metabólico (testes básicos), 2 culturas do sangue, testes
sorológicos para HIV, ecocardiografia, TC de tórax, abdome e pelve + PCR e VHS
Exames extras (sociedade brasileira): transaminases, fosfatase alcalina, bilirrubina, FAN, PPD e parasitológico de fezes.
▪ Avaliação avançada (complementar) para FOI: testes adicionais devem ser realizados de acordo com a história do
paciente. AVALIAR 🡪 Exame físico, epidemiológico, avaliar exposições e resultados dos exames solicitados anteriormente
▪ Sem diagnostico 🡪 avaliar estado clinico do paciente (reavaliando exames) 🡪 se a febre não se resolver, realiza-se mais
investigações baseada em possíveis novos sintomas. (realizar FDG PET-CT)
- Se os novos testes não revelarem nada: considerar informar ao paciente que 50% dos casos possivelmente não possuam
diagnostico conhecido
▪ FOI clássica: causada geralmente por infecções, câncer, processos alto inflamatórios ou respostas imunes.
- Infecções bacterianas 🡪 a infecção pela tuberculose é o processo mais comum causado FOI. Salmonela também pode ser
causadora
- Infecções virais 🡪 já foi identificado herpervirus em pacientes com FOI, como: CMV, EBV e HHV-7. A febre ocorreu nesses
casos tanto sozinha quanto acompanhada de elevação de enzimas hepáticas e anormalidade hematológicas.
- Infecções fúngicas 🡪 micoses endêmicas (paracoccidioidomicose por exemplo) foram identificadas como possíveis causadoras
da FUO enquanto micoses oportunísticas (aspergilos) tente a ser mais comum em imunodeprimidos
- Câncer 🡪 englobam de 2 a 25% das causas de FO, sedo a mais comumente associada o carcinoma de célula renal, linfomas,
carcinomas hepatocelulares, câncer de ovário e etc.
- Processos Autoinflamatórios 🡪 representa, 5-32% dos casos. Condições puramente inflamatórias causam febre periódicas,
sendo comuns desordens da imunidade inata com desregulação na resposta IL-1 e IL-18. Arterite de células gigantes e polimialgia
reumáticas podem constituir causas de FOI em adultos e idosos.
▪ FOI nosocomial: FOI causada por infecção adquirida durante ou após a internação do paciente.
- Geralmente ocorre em pacientes cronicamente doentes, com focos iniciais de infecção em cateteres vasculares ou ureterais, pode
haver pneumonias e infecção intra-abdominais. FOI também é bastante comum em pacientes pós-cirúrgicos (vazamento
anastomoticos, fistulas e etc)
▪ Relacionada a deficiência da imunidade: febre em pessoas com HIV podem ocorrer por síndrome retroviral aguda, que
se desenvolve aproximadamente 2 semanas depois da infecção inicial (síndrome mono-like)
Já em pessoas com AIDS confirmada infecções oportunistas são as principais causas de FOI.
▪ FOI após viajem: infecções por agentes endêmicos de áreas tropicais é muito comum em habitante de continentes como
América do Norte e Europa, sendo os principais representantes: malária, febre entérica e leptospirose.
Influenza
Crianças: a temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum achado de linfonodos cervicais aumentados. Bronquite e
bronquiolite podem estar presentes
Sintomas comuns: calafrios, mal-estar, cefaleia, mialgia, dor nas juntas, secreção nasal excessiva, diarreia, vômitos, fadiga e
rouquidão
Clinicamente um quadro gripal associado a anosmia ou ageusia é associado a COVI-19 na situação epidemiológica atual
Síndrome gripal: febre, tosse ou dor de garganta com inicio dos sintomas nos últimos 7 dias
Teste rápido de influenza: MS não recomenda e não possui em sua estratégia o TR para dx de influenza.
Gestantes, puérperas, adultos >60 anos, crianças < 5 anos, população indígena, pneumopatas, nefropata, hepatopatas,
imunossuprimidos, obesidade etc
- Idosos, crianças, pessoas com comprometimento imunológico, cardiopatas, pneumopatas e outras doenças de base.
Além dos medicamentos sintomáticos e hidratação esta indicado o uso de FOSFATO DE OSELTAMIVIR (TAMIFLU) para
todos os casos de SG que tenha condições e FR de complicações, independente da situação vacinal.
O MS recomenda o uso de FOSFATO DE OSELTAMIVIR para todos os casos de síndrome respiratória aguda grave e casos de
síndrome gripal (preferencialmente nas primeiras 48 h do início dos sintomas)
- Em pacientes com risco para evolução para gravidade com SG podem fazer uso do medicamento
Indivíduos que apresentem sintomas gripais devem evitar sair de casa em período de transmissão da doença (ate 7 dias do início
dos sintomas). Devendo ser orientado afastamento temporário até 24 h após cessar a febre sem utilização de antitérmicos.
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção contra gripe, devendo ser realizada anualmente em decorrência da mudança do
virus da influenza.
Crianças: a vacina é indicada em crianças a partir dos 6 meses. Esses devem permanecer isolados caso apresentem sintomas ate 24
h após desaparecimento da febre
Gestantes: podem se vacinar normalmente, protegendo a mãe e o feto das possíveis complicações da gripe (por serem grupo de
risco)
Antibióticos
Estrutura da bactéria: parede bacteriana, composta por membrana citoplasmática, coberta por uma parede celular
Bacteriostáticos, impedindo o desenvolvimento metabólico das bactérias, deixando por conta do organismo o trabalho de erradica-
las
Trato gastrointestinal
Infecção de pele
1. MONONUCLEOSE (LINFOCITOSE B)
Etiologia: doença causada pelo EBV (DNV) responsável por 80% dos casos de Sd. De mononucleose ou mono-like
Quadro clinico: febre, faringite dolorosa, adenomegalia cervical, esplenomegalia, exantema (raro, mas presente em 90% dos
casos após uso de AMOXICILINA)
2. CITOMEGALOVIRUS
Etiologia: Doença causada pelo CMV, segundo agente mais comum de causar Sd mono-like
Quadro clinico:
- Inaparentes ou graves
- Crianças e adultos 🡪 geralmente assintomática ou Sd mono-like (febre aguda, gânglios periféricos aumentos) mas adenopatia e
faringite menos frequentes
- Imunocomprometidos: inicialmente mono-like, podendo evoluir para infecção grave (pneumonia, encefalopatia)
Tratamento: Ganciclovir pode ser usado, mas a maioria dos casos são autolimitados, sendo necessário apenas tto sintomático
3. TOXOPLASMOSE
Etiologia: doença causada pelo protozoário toxoplasma gondii. Terceira causa mais comum de Sd mono-like
Transmissão: contato com fezes ou urina de felinos com oocistos (água e alimentos contaminados)
Quadro clinico:
Criança e adultos: maioria assintomática, se manifesta como Sd mono-like. 1% com apresentação atípica (pneumonia, encefalite)
4. SÍFILIS SECUNDARIA
Transmissão: sexual
Quadro clinico:
- Sífilis primaria: ulcera isolada e indolor em local de contato (pênis ou vagina), que desaparecem sem deixar cicatriz, seguido por
disseminação do bacilo evoluindo para forma secundaria +
- Sífilis secundaria: erupções dérmicas espontâneas, 1-6 meses após contato inicial, com lesão em mucosa oral, palmas das mãos e
planta dos pés
Diagnostico: VRDL
Tratamento:
Neuro sífilis 🡪 penicilina cristalina 2,4 milhões EV 1x por dia por 14 dias
SRA – linfocitose T, causada por virus de RNA, citopática e citotóxica, crônica, de contagio sexual, por sangue ou gestacional
Mononucleose – linfocitose B, causada por virus de DNA, citopática, crônica, de contagio por beijo e gestacional
Diagnostico: 2 testes positivos de 4 geração com metodologias diferentes confirmados por um teste molecular ou de Western Blot
SRA (mono-like) – após a infecção pelo HIV este começa a se multiplicar de maneira exponencial, atingindo uma viremia muito
significativa originando os sintomas inicias conhecidos, em seguida com a tentativa de resposta do sistema imune e a diminuição
dos CD4 disponíveis o virus encontra um platô (setpoint) após aproximadamente 6 meses da infecção, sugerindo o prognostico do
processo.
Fase assintomática (latência clínica) – ocorre apenas linfadenopatia generalizada em mais de 2 segmentos
Controle de infecção
- Uso de luvas (quando houver risco de contato com sangue, secreções ou membrana mucosas)
Caixa perfurocortante: onde descartar matérias pontiagudos que tiveram contato com sangue o paciente
Isolamento de contato
Indicações: infecção ou colonização por microrganismos multirresistentes, varicela, infecção de pele e tecidos moles com
secreções não contidas no curativo, impetigo, herpes zoster disseminado ou em imunossuprimidos
Quarto privativo: quando for possível, manter distância mínima de 1 metro entre dois leitos
Quarto privativo: quando não houver disponibilidade de quarto privativo o pct deve ser internado com outros infectados pelo
mesmo organismo, com distância mínima entre os leitos de 1 metro
Quarto privativo: quando for possível o pct deve ser internado junto a outros com a mesma infecção.
Fatores de risco intrínsecos: não modificáveis (idade) modificáveis (glicose, obesidade, tabagismo e etc)
Fatores de risco extrínsecos: perioperatórios (tricotomia), operatórios (duração da cirurgia) e pós-operatórios (cuidados nas
primeiras 24 h)
- Tricotomia apropriada
- Elevação da cabeceira
- Hidratação significativa
- Instalação do SVD somente quando adequadamente indicado, permanecendo apenas o tempo necessário
- Assegurar que apenas pessoas treinadas e que saibam a técnica correta de instalação asséptica
Medidas de segurança: higienização das mãos, antissepsia com clorexidina, uso de barreira máxima na instalação do cateter,
monitorar o cuidado por checklist