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Fisiopatologia:
A infecção ocorre pelo contato de uma pessoa bacilífera com uma suscetível.
- Primoinfecção: primeiro contato do indivíduo com o bacilo – geralmente na infância –
nas primeiras 3 semanas o bacilo se prolifera e dissemina por todo o corpo. Em 3 a 8
semanas há uma resposta imune celular formada.
A reposta imune celular nada mais é do que a formação de um cordão de células
ao redor do bacilo, sendo chamado de granuloma. Por ser aeróbio, o bacilo sem
oxigênio em meio ao granuloma, se torna latente. Granuloma caceoso (centro de
necrose)
Quando se calcifica pode ser visto no Raio-X nódulo de Ghon (a pessoa não está
adoecida, apenas teve contato) - 90% não desenvolvem a doença infecção
latente.
- TB primária: adoece no primeiro contato, por não conseguir responder
imunologicamente
- TB pós-primária: anos após o contato (durante os 2 primeiros anos após o contato o
indivíduo tem mais predisposição à evolução para a forma ativa) (10% evoluem para a
forma ativa). Ocorre por reativação, devido à queda, mesmo que transitória, da
imunidade. OU reinfecção, um novo bacilo entra no organismo e as células são
recrutadas até ele, deixando o bacilo antigo livre.
Busca ativa:
- Sintomas respiratórios há mais de 3 semanas BAAR
- 3 semanas aumenta a sensibilidade;
- Grupos de risco: indígenas, população carcerária, profissionais de saúde, pessoas
vivendo com HIV, pessoas vivendo em situação de risco
- A cada 100 pessoas 1 deve ser investigada.
Diagnóstico:
- Manifestações clínicas/história clínica: tosse > 3 semanas com ou sem secreção,
febre vespertina que melhora no início da noite (sudorese noturna) e perda ponderal
(inapetência).
- BAAR positivo.
Baciloscopia (BAAR): pelo menos 2 amostras (1 no momento da consulta e
outra na manhã seguinte) (mais disponível em âmbito de UBS).
Coloração Ziel-Nielson;
Sensibilidade de 40-60%;
Não pode escovar os dentes, não deve comer.
Inspira e expira 3 vezes e gera o reflexo da tosse escarro (volume ideal de 5 a 10 ml
– 3 vezes), orientar a lavagem de mãos após o procedimento.
Pode ser feito estímulo da tosse com soro e cloreto de sódio (5 ml de SF e 5 ml NaCl)
em aerossol (nebulizador)
Escarro deve cair no centro do copo de coleta, esse recipiente deve ser identificado com
nome do paciente e data da coleta)
Pode ser conservado por 24h em ar ambiente e 7 dias refrigerado. Pote deve ser bem
fechado e colocado dentro de um saco plástico.
EXAMES COMPLEMENTARES:
- Raio-X de tórax característico: cavitações (20-30%), infiltrado, consolidação, nódulos,
processo intersticial (miliar), derrame pleural. Deve ser solicitada para todo paciente
com suspeita de TB pulmonar.
Raio-X para diagnóstico não é obrigatório – apenas no 2° mês de tratamento.
- Tomografia: casos duvidosos, complicações. Padrão de árvore em brotamento e
padrão em vidro fosco.
- Broncoscopia com biópsia: suspeita de complicação, dúvida diagnóstica.
Sangramento, nódulos, cistos.
- Histopatológico: a identificação histológica de granuloma com necrose de caseificação
é compatível com o diagnóstico de TB.
- PPD só serve para tuberculose latente.
Tuberculose extrapulmonar:
Para diagnóstico: cultura e anatomopatológico. Dosagem de ADA (>40U) nos derrames
pode auxiliar.
TRATAMENTO:
Exames laboratoriais para seguimento clínico (função renal, hepática).
Beta HCG deve ser realizado.
Teste de HIV.
Tratamento empírico: mesmo assim os exames diagnósticos devem ser solicitados.
Drogas com alta eficácia e baixa indução de resistência, além de boa disponibilidade.
TDO: tratamento diretamente observado acompanhamento próximo 3x/semana
Esquemas:
- Básico: RIPE por 6 meses – 2 meses com as 4 medicações (fase intensiva) e 4
meses somente com Rifampcina + Isoniazida (fase de manutenção).
< 10 anos: é proscrito etambutol por causar neurite óptica.
- Meningite/oesteoarticular: RIPE por 12 meses (2 meses com as 4 medicações e 10
meses somente com Rifampcina + Isoniazida)
No caso da meníngea, há maior suscetibilidade a complicações no início do tratamento
por aumento da resposta imune aos antígenos liberados pelas bactérias morrendo
CORTICOIDE por 1 a 3 meses.
Efeitos colaterais:
Todos: Intolerância gástrica (náuseas)
R, I e P: hepatotoxicidade
R: gripe, alergia (asma, nefrite intersticial aguda) / suor laranja
Isoniazida: neuropatia periférica depleção B6
Pirazinamida: hiperuricemia pode precipitar a gota
Etambutol: nurite óptica
Levofloxacino: lesão aórtica e ruptura tendínea
Controle:
- Tratamento dos bacilíferos (15 dias após já para de transmitir – mas é necessária a
baciloscopia)
- Vacinação com BCG: não impede a infecção e sim as formas graves (miliar e
meníngea). É ofertada para todas as crianças menores de 5 anos. A revacinação não é
indicada.