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CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

Aluna: Érika de Souza Pinto


Turma: 03
Prof.ª: Enf.ª Roselene
Disciplina: Fundamentos de Enfermagem

TUBERCULOSE

Laranjal do Jari – AP
2024
INTRODUÇÃO

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium


tuberculosis, afetando principalmente os pulmões e podendo se espalhar para outros
órgãos, sendo chamada de forma extrapulmonar. Pessoas com HIV, que tem o
sistema imunológico comprometido têm maior risco de desenvolver a doença.
Transmitida pelo ar, é caracterizada por tosse persistente e pode se manifestar de
várias formas. O tratamento reduz a transmissão rapidamente, sendo mais comum
em áreas urbanas. Suas percepções mudaram ao longo da história. É uma doença
infectocontagiosa transmitida pelo ar e ainda é um desafio global de saúde. A
pandemia de covid-19 impactou as ações de controle da tuberculose, revertendo
anos de progresso. Em 2020, a tuberculose afetou 9,9 milhões de pessoas e causou
1,3 milhão de mortes, sendo a principal causa de óbito por agente infeccioso até
2019.
TUBERCULOSE

A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa de transmissão aérea causada


pelo Mycobacterium tuberculosis e permanece sendo um desafio à saúde pública
mundial. A emergência da pandemia de covid-19 culminou na reorganização de
ações, serviços e sistemas de saúde em todo o mundo, o que, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), reverteu anos de progresso no controle da
TB (WHO, 2021).
Estima-se que em 2020 a TB tenha acometido cerca de 9,9 milhões de pessoas no
mundo, sendo responsável por 1,3 milhão de óbitos entre pessoas sem a infecção
pelo HIV. Até 2019, a doença era a primeira causa de óbito por um único agente
infeccioso, tendo sido, desde 2020, ultrapassada pela covid-19 (WHO, 2021). O
Brasil é um dos países com alta carga dessa doença e enfrenta dificuldades para
controlar esse agravo (BRASIL, 2017a). Tais dificuldades contribuem para a
“reemergência da TB como um grave problema de saúde pública”, e se relacionam
tanto com os aspectos do tratamento, dos serviços de saúde, bem como às
inúmeras situações de vulnerabilidades presentes no contexto de vida de
determinados grupos populacionais: população em situação de rua (PSR), pessoa
vivendo com HIV/Aids (PVHA), população privada de liberdade (PPL) e pessoas que
convivem com extrema pobreza (BRASIL, 2019).

TRANSMISSÃO DA TUBERCULOSE

A tuberculose é transmitida pelo ar, através da inalação de aerossóis de uma pessoa


com tuberculose pulmonar ativa. Uma pessoa infectada pode infectar de 10 a 15
pessoas por ano. O tratamento reduz a transmissão, sendo quase nula após 15 dias.
Os bacilos não se dispersam no meio ambiente, não contribuindo para a
transmissão da doença. As formas bacilíferas são, em geral, a tuberculose pulmonar
e a laríngea. Calcula-se que, durante um ano, numa comunidade, um indivíduo que
tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas. Bacilos
que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se
dispersam em aerossóis e, por isso, não desempenham papel importante na
transmissão da doença.

OBSERVAÇÕES SOBRE A TUBERCULOSE

 O compartilhamento de objetos como talheres e copos não transmite


tuberculose.
 Pessoas com tuberculose extrapulmonar geralmente não transmitem a
doença, confirmado com a negativação da baciloscopia.
 Ambientes ventilados e com luz natural direta ajudam na dispersão das
partículas infectantes, pois o bacilo da tuberculose é sensível à luz solar,
reduzindo o risco de transmissão.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO

Embora, o risco de adoecimento seja maior nos primeiros dois anos após a primeira
infecção, uma vez infectada a pessoa pode adoecer em qualquer momento de sua
vida.

PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE

A transmissão da tuberculose é plena enquanto o indivíduo estiver eliminando


bacilos.Com o início do esquema terapêutico adequado, a transmissão tende a
diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento chega a níveis
insignificantes. No entanto, o ideal é que as medidas de controle de infecção pelo M.
tuberculosis sejam implantadas até haja a negativação da baciloscopia. Crianças
com tuberculose pulmonar geralmente são negativas à baciloscopia.

SINAIS E SINTOMAS
A tuberculose na forma pulmonar é a mais comum e importante para a saúde
pública devido à sua transmissão por via aérea, principalmente através da
baciloscopia. No entanto, pode manifestar-se de diferentes maneiras, relacionadas
com fatores como idade, imunodepressão e órgão afetado. Além da tosse, outros
sintomas como febre, sudorese noturna, anorexia e emagrecimento devem ser
considerados na investigação da doença, especialmente em adolescentes e adultos
jovens.
Em crianças menores de 10 anos, a febre persistente, tosse, irritabilidade,
inapetência, perda de peso e sudorese noturna são comuns, muitas vezes sendo
confundidos com um diagnóstico de pneumonia.
A tuberculose extrapulmonar, por sua vez, apresenta sinais e sintomas variados
dependendo dos órgãos afetados, sendo mais comum em pessoas com HIV/aids e
comprometimento imunológico.

EXAMES DIAGNÓSTICOS

Para o diagnóstico da tuberculose são utilizados, principalmente, os seguintes


exames: exame microscópico direto (baciloscopia direta), cultura para microbactéria
com identificação de espécie, teste de sensibilidade antimicrobiana, teste rápido
para tuberculose (TR-TB) e radiografia de tórax. Além desses exames, recomenda-
se que o teste anti-HIV, seja oferecido a todas as pessoas com tuberculose.
Para as pessoas com maior risco de adoecimento por tuberculose, como os contatos
de pessoas infectadas por tuberculose e pessoas vivendo com o HIV/aids,
recomenda-se investigar a infecção latente da tuberculose por meio da prova
tuberculínica para tratar, quando indicado, a infecção latente antes que a pessoa
adoeça.

BACILOSCOPIA DIRETA

A pesquisa do bacilo álcool-ácido-resistente (baciloscopia) é, atualmente, a técnica


mais utilizada no Brasil, não apenas para o diagnóstico, mas também para o controle
do tratamento. Desde que executada corretamente em todas as suas fases, permite
detectar de 60% a 80% dos casos, com resultado em até 48 horas. Em 2012, dos
59.423 casos de tuberculose pulmonar registrados no País, 86,5% realizaram
baciloscopia no momento do diagnóstico, desses 37.800 (73,5%) tiveram o resultado
positivo.

CULTURA PARA MICROBACTÉRIA COM IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIE

A cultura, o método “padrão ouro” para o diagnóstico da tuberculose, quando


associada ao teste de sensibilidade antimicrobiana, permite o diagnóstico da
tuberculose resistente. Além disso, nos casos pulmonares com baciloscopia
negativa, a cultura de escarro pode aumentar em até 30% o diagnóstico
bacteriológico da doença.
O PNCT recomenda a realização de cultura com teste de sensibilidade
principalmente para populações consideradas de maior risco de albergarem bacilo
resistente, como: pacientes com tratamento prévio; pessoas que vivem com
HIV/aids, contatos sintomáticos de pessoas com tuberculose resistente e
populações consideradas especiais para o programa.
Nos últimos anos houve o aumento na realização de cultura entre as pessoas em
retratamento, no Brasil. Em 2001, 12,5% dessas pessoas realizaram exame de
cultura, e em 2011 o percentual subiu para 36,5%. Os resultados preliminares
mostram que 32,9% das pessoas em retratamento realizaram exame de cultura em
2012. Algumas UFs, como Roraima e Espírito Santo, já alcançaram percentuais de
realização de 100% e 68,4%, respectivamente. A meta do PNCT é realizar o exame
em 100% das pessoas em retratamento.

TESTE RÁPIDO PARA TUBERCULOSE

O Ministério da Saúde implantará na rede pública de saúde, a partir do segundo


semestre de 2013, o teste rápido para diagnóstico – tecnologia inovadora para o
controle da doença que deverá se tornar a principal ferramenta para o diagnóstico
de casos novos de tuberculose pulmonar. O teste rápido para o diagnóstico da
tuberculose utiliza técnicas de biologia molecular (PCR em tempo real) para
identificar o DNA do Mycobacterium tuberculosis, permitindo seu diagnóstico em
apenas duas horas.
A proposta do Ministério é substituir a baciloscopia diagnóstica pelo teste rápido, e
assim aumentar o número de pessoas identificadas e de diagnóstico precoce,
proporcionando a quebra da cadeia de transmissão e o controle da doença. Vale
salientar que as baciloscopias de acompanhamento (mensais) continuam sendo
fundamentais na manutenção do tratamento de tuberculose.
O novo teste também indica, com alta sensibilidade e especificidade, a resistência à
rifampicina, um dos principais medicamentos usados no tratamento básico da
doença.
A possibilidade de dispor amplamente de um teste diagnóstico de fácil realização,
muito eficiente, com resultado rápido, e que indica a possibilidade de resistência à
rifampicina, poderá revolucionar as ações de controle da tuberculose no Brasil.

RADIOGRAFIA DE TÓRAX

A radiografia de tórax é método diagnóstico de grande importância na investigação


da tuberculose e deve ser solicitada para todo paciente com tiver suspeita clínica de
tuberculose pulmonar. Ela tem como funções principais excluir outra doença
pulmonar associada, que necessite de tratamento concomitante, avaliar a extensão
do acometimento e a evolução radiológica dos pacientes, sobretudo naqueles que
não respondem ao tratamento contra a tuberculose.

HISTORIA DA TUBERCULOSE

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que possui diferentes manifestações,


como a pulmonar, a meníngea, a miliar, entre outras. Ao longo do tempo, as
representações da tuberculose foram influenciadas pela relação entre o indivíduo e a
sociedade, especialmente no final do século XIX no Brasil, quando a doença se
tornou um problema social. Na época, a tuberculose era associada às condições de
miséria, e a preocupação em termos de saúde pública era a destruição dos cortiços
e a recuperação da zona urbana da cidade.
Até o final do século XIX, acreditava-se que a tuberculose estava ligada à
hereditariedade e às condições de vida, sendo considerada uma doença da
constituição. Não havia métodos diagnósticos ou terapêuticas eficazes para
combatê-la, o que levava a diferentes representações e atuações no campo médico
e leigo.
A tuberculose era vista como uma doença hereditária e muitas vezes associada à
ideia de degeneração. A falta de conhecimento sobre a doença contribuía para a
diversidade de representações e abordagens no tratamento. No entanto, a noção de
cura para a tuberculose não existia, o que gerava ainda mais preocupações e
incertezas em relação à enfermidade.

O BACILO, A MUDANÇA

A descoberta do bacilo de Koch em 1882 trouxe uma nova visão sobre a


tuberculose, tornando o indivíduo o agente hospedeiro e transmissor da doença.
Isso provocou mudanças nas políticas de saúde, conferindo mais poder e
responsabilidades à medicina para controlar a disseminação da doença em nome do
bem social. Com o surgimento do HIV/Aids na década de 1980, o número de casos
de tuberculose aumentou devido ao comprometimento imunológico das pessoas que
vivem com HIV/Aids. No tratamento das doenças contagiosas da época, o foco era
no aspecto biológico, baseado no conhecimento científico, e as terapias disponíveis
eram limitadas. As más condições de moradia, alimentação precária e ambiente de
trabalho inadequado eram fatores que aumentavam a exposição ao bacilo de Koch e
contribuíam para o aumento dos casos de tuberculose, principalmente entre os
menos favorecidos economicamente. A noção de doença social ou doença operária
se fortaleceu, destacando a importância das condições de vida na propagação da
doença.
As discussões no século XIX apontavam a educação higiênica como solução para
doenças, considerando a estrutura urbana como facilitadora da disseminação. O
tratamento higiodietético era adotado por quem conseguia afastar-se do trabalho e
manter uma boa alimentação. A urbanização e industrialização foram vistos como
agravantes, com o desenvolvimento capitalista buscando mão-de-obra barata e
resultando em moradias precárias em periferias urbanas. O Estado passou a
controlar as camadas menos favorecidas, através de políticas sanitárias, visando
criar corpos saudáveis. A desorganização social era vista como causa de doenças,
com corpos frágeis sujeitos a estigmas da época.
Enquanto os ricos moravam em casas mais arejadas e iluminadas, nas casas dos
pobres (por exemplo, operários das indústrias) os quartos eram divididos entre
muitas pessoas, tornando comuns as aglomerações. Para a medicina da época, o
ambiente úmido, pouco iluminado e mal arejado propiciava a disseminação e a
contaminação da tuberculose e de outras doenças. Estes locais e as pessoas que ali
moravam eram vistos como focos de doenças, portanto, passíveis de discriminação.
Nos ambientes de trabalho populosos, mal arejados e com pouca luminosidade, o
operário era o receptáculo da doença e esta era causada pelas péssimas condições
do local. Os locais (de trabalho, de moradia), os objetos (maquinaria industrial) e o ar
eram considerados tão pestilentos quanto a própria doença. Locais onde os
trabalhadores doentes ficavam aglomerados durante horas, em condições não
favoráveis à conservação da boa saúde e propensos à disseminação dos bacilos
caracterizavam a crença de que a "pobreza" também se associava a trabalhadores e
à tuberculose. Hoje em dia através do tratamento, é possível ter pleno controle da
doença.
CONCLUSÃO

A tuberculose era comumente associada à miséria e a destruição dos cortiços era


vista como forma de combater a doença. Antes da descoberta do bacilo de Koch em
1882, as abordagens eram variadas. Com o surgimento do HIV/AIDS na década de
1980, os casos de tuberculose aumentaram. A radiografia de tórax é essencial para
avaliar a tuberculose pulmonar, enquanto a tomografia computadorizada permite
uma análise mais detalhada. O exame histopatológico é usado em casos mais
graves, e a baciloscopia ajuda a detectar a doença em até 80% dos casos. A coleta
de amostras de escarro é fundamental para diagnosticar e acompanhar a
tuberculose, sendo realizada em duas etapas para maior eficácia. O tratamento
antigamente se baseava em terapias climáticas e repouso, mas hoje é possível
controlar a doença de forma eficaz.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Tuberculose. Disponível
em<https://institucional.ufrrj.br/casst/files/2021/04/Tuberculose.pdf>acesso em
01/04/2024.
TCC corrigido após apresentação. Disponível
em<https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-
9DTFRN/2/tcc_corrigido_apos_apresentacao_1__pos_revisao_adriano.pdf>acesso
em 01/04/2024
Guia Tuberculose na Atenção Primária à Saúde (APS). Disponível
em<https://www.cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/202211/24113735-guia-tuberculose-
versao-final-nov-2022-1.pdf>acesso em 01/04/2024
A tuberculose ao longo dos tempos. Disponível
em<https://www.scielo.br/j/hcsm/a/SCkjg9j5vBY7WhnyXK7pjgB/>acesso em
01/04/2024

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