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Brucelose
Tuberculose
Sinais clínicos: Os bovinos apresentam sinais clínico quando infectados por Mycobacterium
bovis. As infecções por Micobacterium tuberculosis e Micobacterium avium provocam
poucas alterações. Na tuberculose bovina, normalmente os animais se apresentam em um bom
estado nutricional, é difícil casos de animais acometidos pela doença se encontrarem em
quadro de caquexia. O início no bovino é assintomático, sendo que a condição física do
animal diminui de acordo com a evolução da doença. Na tuberculose pulmonar o animal pode
apresentar emagrecimento progressivo, tosse, aumento no volume dos linfonodos, dispnéia,
diarréia ou constipação, e estado febril intermitente. È uma doença de desenvolvimento
geralmente crônico e debilitante ou pode ser apresentada como um quadro de curso agudo a
progressivo. As fases iniciais são de difícil identificação no exame post- mortem. Já nas
lesões mais tardias será provavelmente visto uma necrose central nos linfonodos do tipo
caseosa, composta de um material amarelado, caseoso, parecido com um ‘queijo ricota’ que
pode estar ou não envolta por uma cápsula fibrosa. É notado uma sensação arenosa, um
‘ranger’ da faca ao corte da lesão.
Profilaxia: O produtor deve ter cuidado ao adquirir os animais, devem entrar na propriedade
somente os que testarem negativos ao teste intradérmico para tuberculose. Quando os animais
não tiverem esse teste, o produtor deve solicitar o exame a um médico veterinário habilitado
antes de realizar a compra. Controle da tuberculose bovina mediante a normativa do Programa
Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal, com a identificação
e eliminação de animais infectados. Em propriedades em que for diagnosticada a tuberculose,
o proprietário deve fazer o teste nos animais, mediante um médico veterinário habilitado, o
qual efetuará a marcação a ferro candente no lado direito da cara dos animais positivos com
um "P", a notificação à defesa sanitária e o descarte dos mesmos, em até 30 dias, segundo a
legislação vigente, em estabelecimento sob serviço de inspeção oficial, indicado pelo serviço
de defesa oficial federal ou estadual. Na impossibilidade de sacrifício em estabelecimento sob
serviço de inspeção oficial, indicado pelo serviço de defesa oficial federal e estadual, os
animais serão destruídos no estabelecimento de criação, sob fiscalização direta da unidade
local do serviço de defesa oficial, respeitando procedimentos estabelecidos pelo
Departamento de Defesa Animal. Não se deve ingerir leite e derivados crus. Esses são
veículos de diversas doenças, incluindo tuberculose.
Botulismo:
Sinais clínicos: O dano mais facilmente identificável da doença é a paralisia progressiva dos
nervos motores, que é irreversível. Os animais começam a apresentar dificuldade de
locomoção, com inquietação, incoordenação, marcha instável, ataxia e incapacidade de
levantar ou erguer a cabeça, até passarem a ficar a maior parte do tempo deitados e se
recusarem a beber e a comer. A morte acontece por paralisia respiratória.
Profilaxia: O controle deve ser baseado em uma série de medidas, a fim de diminuir o risco
de surtos no rebanho e ou casos isolados. Como medidas a literatura apresenta a correção da
deficiência de fósforo, mediante incorporação de sal mineral na dieta, a correta eliminação de
carcaças das pastagens, prevenindo assim a multiplicação do agente e contaminação do
ambiente e a vacinação com toxóides botulínicos dos tipos C e D. A vacinação deve ser feita
anualmente, no final do período das secas. A vacinação deve ser feita seguida por reforço
após 42 dias. Além das medidas anteriormente citadas, se faz necessário o bom manejo
sanitário dos suplementos alimentares oferecidos ao rebanho. As silagens devem ser
produzidas em condições de ph ideal a fim de evitar a germinação de esporos aí presentes e a
consequente produção de toxinas. Fenos devem ser desidratados e armazenados de maneira
adequada. Deve-se evitar a utilização de cama-de-frango uma vez que, seu uso na alimentação
de ruminantes está proibida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Tétano:
Etiologia: Tétano é uma intoxicação aguda provocada por uma neurotoxina produzida por
Clostridium tetani. Os sintomas são espasmos tônicos intermitentes dos músculos voluntários.
Os espasmos dos masseteres são responsáveis pelo nome trismo.
Sinais clínicos: Os sinais clínicos iniciam em geral em 7 a 15 dias após a infecção do animal.
Trismo mandibular, marcha trôpega, prolapso de terceira pálpebra, orelhas eretas, timpanismo
e rigidez dos membros são comumente manifestados. A necropsia não revela lesões
macroscópicas, exceto eventuais áreas de necrose no local onde o clostrídio teve condições de
multiplicar-se. Não existem lesões histológicas específicas da doença. A ocorrência desta
enfermidade em geral é esporádica, mas surtos têm ocorrido em bovinos após práticas
zootécnicas como, por exemplo, aplicação de vermífugos ou vacinas com o uso de
equipamentos não higienizados adequadamente ou através da contaminação da pele por poeira
ou lama durante tais práticas.
Carbúnculo sintomático:
Sinais clínicos: O carbúnculo é uma doença aguda que causa morte em 12-36 horas, motivo
pelo qual em muitas ocasiões, encontram-se os animais mortos. Observa-se depressão,
anorexia, hipertermia e, na maioria das vezes, severa claudicação. Os músculos dos membros
e de outras regiões anatômicas podem estar aumentados de volume e apresentar crepitação em
consequência da produção de gás.
Raiva:
Etiologia: A raiva é uma doença infecto-contagiosa do sistema nervoso que tem como agente
etiológico o vírus Rabdovírus, que acomete predominantemente os mamíferos.
Patogenia: Após adentrar a corrente sanguínea, o agente etiológico da raiva afeta os nervos,
seguindo o curso deste até alcançar a espinha e, por fim, atingir o cérebro. As manifestações
clínicas apresentadas pelos animais infectados de origem neurológica.
Sinais clínicos: Em bovinos os sinais são, principalmente de forma paralítica, causados por
lesões da medula, tronco encefálico e cerebelo; mas alguns animais apresentaram depressão,
excitação e outros sinais associados a lesões cerebrais. Manifestações clínicas apresentadas
pelos animais infectados de origem neurológica. Inicialmente podem apresentar sintomas
inespecíficos, como isolamento, apatia, inapetência, lacrimejamento e corrimento nasal. Com
a evolução do quadro, os animais apresentam dificuldade de deglutição, devido à paralisia do
músculo da língua (levando à conseqüente sialorréia), tenesmo, incoordenação, em especial,
dos membros posteriores e, por conseguinte, deitam e iniciam movimentos de pedalagem,
passam a apresentar midríase (dilatação das pupilas), dificuldades respiratórias, asfixia e, por
fim, morte. Esta última ocorre dentro de 4 a 6 dias após o início dos sintomas.
Profilaxia: Para o controle da raiva bovina, pode ser realizado o controle dos morcegos
hematófagos, utilizando-se substâncias anticoagulantes, como a warfarina. Esta é, por sua vez,
passada no dorso de morcegos capturados por meio de armadilhas. Devido ao hábito dos
morcegos de limparem uns aos outros, por meio da lambedura, estes irão ingerir a substância
anticoagulante presente no corpo do animal e, deste modo, irão sangrar até morrer. A principal
medida de profilaxia da raiva é a vacinação dos animais, especialmente em áreas endêmicas.
Deve ser feita em animais acima de 3 anos de idade e revacinados anualmente. Esta é uma
vacina que contém vírus inativado, e deve ser aplicada por via subcutânea ou intramuscular,
na dosagem de 2 ml por animal. A raiva é uma enfermidade de notificação compulsória
(obrigatória), sendo assim, cabe ao proprietário notificar imediatamente ao Serviço
Veterinário Oficial, a suspeita de casos de raiva em herbívoros, bem como a presença de
animais apresentando mordeduras por morcegos hematófagos, ou ainda, informar a presença
de abrigo desses morcegos (como cavernas, casas abandonadas, entre outros).
Febre aftosa
Sinais clínicos: Queda na produção de leite até o final do período de lactação e lesões nos
úberes das fêmeas lactantes, que podem transmitir a doença aos bezerros. Os casos de
mastites podem levar a perdas permanentes superiores a 25% da produção, principalmente se
agravados por infecção bacteriana secundária. Em bovinos de corte, é observado retardo no
crescimento e em jovens e neonatos, o vírus geralmente causa miocardite Por volta de 120
horas após a infecção, as vesículas se rompem originando úlceras formadas pelas extensas
áreas de epitélio descamado, simultaneamente ao final da viremia e o início da produção de
anticorpos. A partir do décimo dia, observa-se cura das lesões, mas o vírus pode permanecer
na faringe por longos períodos, exceto em suínos.
Doença de Aujeszky:
Etiologia: A Febre Catarral Maligna (FCM) é uma doença infecciosa viral onde dois agentes
etiológicos estão relacionados a sua ocorrência em bovinos: alcelaphine herpesvírus 1 e
herpesvírus ovino tipo 2 (OHV-2). No Brasil o causador de doença clínica em bovinos é o
OHV 2, sendo responsável pela forma ovina associada da FCM. O alcelaphine
herpesvirus 1, desenvolve em bovinos infectados um curso clínico semelhante à forma
ovina associada, porém sua importância epidemiológica se dá principalmente em áreas de
pastagem nas regiões leste e sudeste do continente africano, onde podem ser encontradas em
espécies de gnus (Connochaetes Spp.), sendo estes reservatórios naturais da doença.
Patogenia:
Profilaxia: A única medida profilática eficiente seria a de manter separados os ovinos dos
bovinos, o que perante a estrutura produtiva atual da região semi-árida resulta difícil de ser
adotada.
Etiologia: BVD é causada por um Pestivirus da família Flaviviridae. São constituídos de dois
biótipos; um não citopático e outro citopático. Os animais que podem adquirir a doença são os
bovinos, ovinos, caprinos, suínos, coelhos, búfalos, alces, lhamas e alpacas. Os possíveis
reservatórios são os ovinos, caprinos e suínos.
Patogenia: Estudos de patogenia têm sido conduzidos com isolados brasileiros de BVD,
visando investigar a patogenicidade/virulência de vírus candidatos a cepas vacinais e também
identificar amostras virais para testes de vacinas. A patogenia depende da interligação de
múltiplos fatores. Alguns fatores do hospedeiro influenciam na conseqüência da infecção pelo
BVD sendo eles: hospedeiro imunocompetente ou imunotolerante ao vírus, idade do animal,
infecção transplacentária e idade gestacional do feto, indução de tolerância imune no feto e o
surgimento de competência imunofetal, aproximadamente em 180 dias de gestação, status
imune e presença de fatores estressantes. Os animais portadores eliminam o vírus na descarga
nasal, no leite, na urina e na saliva. O vírus penetra no organismo pelas vias nasal e oral;
multiplica-se inicialmente nas células epiteliais das tonsilas e no tecido linfóide da boca e da
faringe. Em seguida atinge a corrente sanguínea pelos vasos linfáticos. Muitas concentrações
do vírus aparecem nas vias respiratórias, no baço, nos linfonodos, nas glândulas salivares e
em outros
Profilaxia: A definição dos métodos para a profilaxia e o controle da infecção pelo BVD
relaciona-se, essencialmente, das características particulares de cada rebanho. Em linhas
gerais, as ações devem ser centradas na identificação e eliminação dos animais PI das
unidades de produção, aliado a vacinação. As ações de prevenção e controle contra a BVD
devem ser executadas sob supervisão de profissional capacitado em assegurar pela sanidade
dos animais, sendo uma ferramenta eficaz a imunização, identificação dos animais PI,
procedida por descarte destes e um adequado sistema de biossegurança no ambiente de
produção. A detecção e eliminação adequadas dos animais PI é crucial para o gerenciamento
de controle em unidades contaminadas. Haja vista que, com a erradicação, a propagação do
vírus da BVD será reduzida e, por conseguinte, será garantido a saúde de todo lote de animais.
Um dos mecanismos mais eficazes para controle e identificação dos animais PI é a coleta de
amostras sorológicas dos animais do rebanho com idades maiores que três meses, para que se
possa realizar o isolamento viral. A vacinação contra o BVD deve ser realizada para
imunização de animais para a doença e seus efeitos, redução da veiculação do vírus e na
perspectiva de impossibilitar a infecção fetal, com consequente produção de vitelos PI.
Assim, a vacinação de vacas prenhes semanas antes do parto promove a imunidade materna a
favorecer imunidade ao bezerro de maneira passiva, mais ativamente nos dois primeiros
trimestres, equivalendo ao estágio em que o feto está mais vulnerável ao acometimento viral.
Entretanto, vacinas atenuadas apresentaram-se mais eficazes em assegurar proteção fetal em
combate ao vírus da diarreia bovina. A proteção da infecção congênita tem sido relacionada à
imunidade em nível celular provocada por essas vacinas. A imunização deve ser realizada em
todos os animais após o terceiro mês de vida. A dose reforço deve ser administrada após 30
dias, sendo orientada refazer o esquema vacinal a cada semestre ou ano. Ainda, orienta-se a
vacinação dos bovinos em fase reprodutiva pelo menos 30 dias, anterior do início da estação
de monta.
Mormo
Etiologia: A Burkholderia mallei, agente etiológico do mormo, é uma bactéria com formato
em cocobacilo gramnegativo, irregular, isolado ou em pequenas cadeias, possuindo 5 μm de
espessura e 2 a 5 μm de comprimento. Esta bactéria não possui flagelos sendo imóveis e não
são formadoras de esporos. É um patógeno intracelular obrigatório que se adapta bem ao seu
hospedeiro, apesar disso, possui baixa resistência ao ambiente. Esta bactéria é considerada
pela nomenclatura sendo do filo proteobacteria, classe betaproteobactéria, ordem
Burkholderiales, família Burkholderiaceae, gênero Burkholderia, espécie Burkholderia mallei.
A bactéria possui sensibilidade à luz solar, calor e desinfetantes comuns, consegue sobreviver
em ambientes úmidos entre três e cinco semanas. Este bacilo é destruído em dez minutos ao
aquecimento a 55°C. Pode permanecer vivo por até um mês em reservatórios de água, sob
temperatura e umidade que favorecem sua sobrevivência. O microrganismo se cora levemente
com derivados de anilina e fortemente com corantes que possui hidróxido de potássio ou
ácido fênico, como a fucsina fenicada e o azul de metileno de Loeffler. O patógeno possui
bom desenvolvimento em meios que contenham sangue ou glicerol, desta maneira, pode ser
isolado em meio ágar sangue ovino em 5% desfibrinado, em um período de 48 horas incubado
em aerobiose a 37° C, a cultura mostra colônias de um milímetro de diâmetro, brilhantes, com
coloração branco-acizentada, irregulares, mucoides e não hemolíticas.
Patogenia: A via de infecção principal é a oral. Após o animal ingerir o alimento ou água
contaminada, a bactéria penetra pela mucosa intestinal, atinge a corrente sanguínea e se
dissemina pelo corpo. Durante esta fase, o animal costuma apresentar sinais clínicos não
relacionados ao mormo diretamente como hipertermia, apatia e caquexia. Sinais respiratórios
como pneumonia piogranulomatosa, dispneia, secreção mucopurulenta com surgimento de
estrias de sangue aparecem após a bactéria chegar aos pulmões. A forma cutâneo-linfática é
denominada após o surgimento de nódulos rígidos nos vasos linfáticos, como um colar de
pérolas ou rosário. Estas lesões costumam aparecer no pescoço, costado, abdômen, nos
membros torácicos e pélvicos. O animal tenta reagir a infecção enviando células de defesa
para o local da lesão, porém o sistema imune não é capaz de eliminar a bactéria e vencer a
infecção. Os sintomas apresentados na fase final da doença incluem broncopneumonia que
leva a morte do animal por anóxia. Em animais afetados, as lesões primárias surgem na
faringe e se estende pelo sistema linfático onde irão ocorrer lesões nodulares, podendo causar
úlceras e erosões no septo nasal. Metástases podem ser encontradas na pele, pulmões, fígado e
baço. A Burkholderia mallei é uma bactéria intracelular facultativa, pode sobreviver e replicar
em células fagocíticas.
Sinais clínicos: Os sinais clínicos mais comuns são tosse, hipertermia e corrimento nasal. O
período de incubação do mormo pode demorar três dias até meses para se iniciar, podendo na
fase aguda ocorrer edema na região peitoral e levar o animal a óbito em 48 horas. Nos
solípedes, o mormo pode manifestar-se de forma aguda, subaguda ou crônica. A forma
superaguda é rara sua ocasião, porém se observa principalmente nos animais desnutridos,
estressados e imunossuprimidos. Na forma aguda, ocorre hipertermia, redução do apetite,
tosse, dispneia evolutiva, emaciação, ulceração de septo nasal, sendo acompanhada de
descarga nasal, sendo serosa no início e progredindo para mucopurulenta a hemorrágica, além
de nódulos nas cavidades nasais e descargas oculares purulentas, cuja morte ocorre em poucos
dias devido a septicemia, sendo os asininos os mais acometidos devido serem mais
susceptíveis a esta forma. Na forma crônica, a doença pode ocorrer por três tipos de
manifestação clínica: cutânea, pulmonar e a nasal, contudo estas três formas não são distintas
e podem apresentar todas as formas simultaneamente no mesmo animal. Animais
cronicamente infectados pelo mormo são importantes fontes de disseminação da doença. Na
forma nasal, o animal pode apresentar inicialmente uma descarga nasal serosa, podendo ser
somente unilateral, e que com o tempo evolui para purulenta de coloração amarelada a
purulento hemorrágico (Figura 2), onde pode se tornar bilateral.
Profilaxia: Atualmente não existe nenhuma vacina eficaz, para seres humanos e animais,
contra infecção por Burkholderia mallei. Há estudos sendo realizado para conseguir uma
vacina eficaz contra mormo devido o tratamento dos animais infectados serem proibidos.
Como medida de controle, as propriedades que possuírem animais positivos para mormo
devem ser interditadas e realizada a eutanásia somente dos animais com resultados
laboratoriais positivos. Após a realização da eutanásia, as carcaças deverão ser incineradas ou
enterradas e todas as instalações, incluindo os utensílios utilizados, deverão ser
descontaminados. Nos demais animais, são realizados exames sorológicos consecutivos para
mormo com intervalo de 21 a 30 dias. A propriedade só será desinterditada com autorização
do serviço veterinário oficinal após realizar dois exames de FC sucessivos do plantel inteiro,
com intervalos de 45 a 90 dias e obter resultados negativos em ambos os exames. Equídeos
residentes de estados em que foi confirmada a presença da Burkholderia mallei só poderão
transitar em estados livres com apresentação de comprovante do exame negativo para mormo
e sem sinais clínicos, o comprovante tem validade de 60 dias a partir da colheita da amostra.
Outras medidas que podem ser tomadas para prevenção do mormo são a desinfecção de
instalações e fômites, higienização de veículos e equipamentos como cabrestos, arreios, entre
outros, abolir o uso de cochos coletivos, adquirir somente animais de áreas livres do mormo e
todos que forem manipular o animal devem utilizar equipamento de proteção individual (EPI)
tais como luvas, aventais, máscaras e óculos de proteção. No Brasil, o mormo é de notificação
obrigatória, em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), são feitas ações coordenadas por meio do Programa Nacional de Sanidade dos
Equídeos (PNSE), baseado na Instrução Normativa n° 6, de 16 de janeiro de 2018 (MAPA,
2018).
Patogenia: Após a infecção, as células alvo para o vírus da AIE são os macrófagos e
monócitos dos eqüídeos. Os órgãos que notavelmente são acometidos, por terem abundância
de macrófagos são: fígado, baço, linfonodos, pulmões e rins. Os locais de integração
do DNA proviral ao genoma da célula hospedeira determinam a extensão e a natureza
das alterações celulares. As lesões desenvolvidas nos tecidos são resultado de processos
mediados imunologicamente. Os títulos virais no soro dos animais infectados variam
amplamente durante o curso da doença, no entanto, apresentam-se altos durante o
episódio febril inicial e decaem ao longo das crises febris subsequentes. Embora a
rápida variação antigênica das proteínas de superfície do vírus lhe permita o escape
das respostas imunológicas do hospedeiro, e a infecção é considerada vitalícia. Os vírus
são liberados à circulação sangüínea por brotamentopor meio da membrana da célula
infectada, podem ser adsorvidos pelos eritrócitos dos equinos e, quando IgG ou IgM reagem
com este complexo, o Sistema Complemento é ativado, induzindo hemólise (10), tanto
intra quanto extravascular, resultando emanemia. A fração C3 do Complemento, ao
interagir com o eritrócito infectado também induz a eritrofagocitose (11).Inicialmente a
medula óssea é altamente responsiva, mas com o passar do tempo entra em exaustão (10),
essa inibição da eritropoiese compensatória se dá, presumivelmente, por mecanismos
responsáveis pelas anemias da inflamação crônica (11). Hemólise, eritrofagocitose
aumentada e eritropoiese diminuída são responsáveis pelaanemia em equinos cronicamente
infectados. Hemogramas realizados durante os períodos de anemia apresentam
hematócritos tão baixos como 10%. Além da anemia, os equinos infectados também
podem desenvolver glomerulonefrite como resultado da deposição de imunocomplexos nas
membranas basais glomerulares. A glomerulonefrite é iniciada pela deposição dos
imunocomplexos solúveis seletivamente nos capilares glomerulares, estimulando a fixação
do Complemento com formação de C3a, C5a e C567, que são quimiotáticos para
neutrófilos, os quais danificam a membrana basal pela liberação de enzimas hidrolíticas.
Também são identificadas linfadenopatia e inflitração de macrófagos e linfócitos no fígado e
em outros órgãos As células dendríticas dos equinos também sofrem infecção pelo vírus,
sem que sejam mortas, percam a capacidade de estimular linfócitos T ou tenham suas
habilidades de apresentação antigênica e geração de células de memória comprometidas.
Particularmente, estas células foram mais eficazes em estimular linfócitos TCD8+ de
memória do que os macrófagos infectados. Com estas conclusões os autores sugerem o
desenvolvimento de vacinas vetorizadas para AIE, visando-se a marcação das células
dendríticas, com produção endógena de antígenos virais e efetiva estimulação de Linfócitos T
citotóxicos.Estas respostas imunes do hospedeiro são geradas ao redor de 45 dias
pós-infecção e persistem durante toda a vida do animal(9). A diferença entre a
infecção pelo vírus da AIE
Sinais clínicos: As manifestações clínicas nos cavalos parecem ser controladas por
diversos mecanismos desconhecidos, incluindo fatores virais e do hospedeiro, além da
possível existência de diferentes linhagens do vírus com potenciais patogênicos
variáveis. A doença pode variar da forma assintomática à fatal. Na doença aguda, ocorre
febre (38.5ºC -40.5ºC) com letargia e diminuição do apetite. A maioria dos cavalos
apresenta ao menos trombocitopenia transitória, e alguns podem se tornar anêmicos.
Estes animais podem vir a óbito em um período de duas a três semanas. Após se
recuperarem da fase aguda, muitos cavalos nunca mais exibem sinais clínicos
adicionais; outros passam por episódios recorrentes de febre que podem durar dias a semanas.
Estas reações febris estão associadas ao surgimento de novas linhagens antigênicas do
vírus no animal infectado, a partir das freqüentes mutações que o agente etiológico
pode sofrer em suas glicoproteínas de superfície (gp45, gp90), num fenômeno
conhecido como antigenic drift(6). Evidências de que o mecanismo da febre intermitente
com viremia não pode ser completamente explicado só pelo aparecimento de novas
variantes do vírus e sugerem uma causa recíproca entre a replicação viral e a resposta
imune do hospedeiro para os ciclos febris.