Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Doenças Infecciosas e
Parasitárias
MEDICINA
UNIPÊ
2021,2
DIP | Elisabete Louise | P5 1
TUBERCULOSE
INTRODUÇÃO • Sem esporos (esporos garantem resistência
em um ambiente hostil)
Doença de caráter sistêmico • Período de incubação longo
Gera um processo inflamatório no alvéolo, causando OBS: investigar tosse por mais de 3 semanas ou 2
sintomas inespecíficos semanas nos casos de imunodeprimidos
• Febre baixa ou moderada ao longo de 2 Exame físico - ausculta pulmonar:
semanas (persistente)
• Irritabilidade • Sibilos
• Inapetência • Roncos
• Ceratoconjutivite • Estertores
hipersensibilidade
• Eritema nodoso
Radiografia de tórax: lesões no segmento posterior dos
• Artropatia poncet
lobos superiores e segmentos apicais dos lobos
• Sintomas respiratórios não são comuns
inferiores
OBS: substâncias (citocinas) são liberadas e atuam a
• Cavitações comumente no lobo superior
longa distância, ex.: artrite
- Cavitações nos lobos inferiores geralmente
Radiografia do tórax: acometem pacientes imunodeprimidos
TUBERCULOSE MILIAR
• Febre alta
• Calafrios
• Tosse (não é produtiva)
• Taquipneia
• Prostração
• Ausculta com roncos e crepitação Forma mais comum (não HIV)
• Hepatomegalia e esplenomegalia
• Meningoencefalite Início insidioso ou abrupto
• Leucopenia
Dor torácia (escápula, mamilo e base do tórax)
Solicita-se raio-x de tórax e baciloscopia (exame do
Febre (moderada a alta)
escarro), a qual geralmente é negativa, visto que o
paciente não apresenta muitos bacilos no escarro; Tosse: não é o principal sintoma e, geralmente, é uma
exame histopatológico e cultura de tecidos. tosse seca
Ausculta pulmonar:
• Ausculta abolida
• TFV reduzido
• Percussão submaciça ou maciça
LINFADENITE TUBERCULOSA/
TUBERCULOSE GANGLIONAR
OBS: transmite menos que a tuberculose cavitária
Baciloscopia:
Quadro grave, que acomete principalmente crianças
antes dos 2 anos de idade (por isso a importância da • 1ª amostra: no dia da consulta
BCG) • 2ª amostra: no outro dia em jejum (mais fácil
Bacilos no espaço subaracnóide e ventrículos (chegam de positivar)
por meio da via hematogênica) • Utilizado também para comparar a resposta ao
tratamento
• A presença da bactéria no espaço
subaracnoide induz uma inflamação, Cultura: pedido obrigatório para pacientes com risco
causando vasculite e edema cerebral de tuberculose resistente
• Exsudato em base do cérebro e ventrículos Teste rápido para M. tuberculosis: identifica o material
Quadro insidioso: genético da bactéria, logo é um exame com alta
especificidade e sensibilidade
• Fase 1 (2 semanas): febre, cefaleia, vômitos,
OBS: não necessariamente serão realizados todos os
irritabilidade, alteração do humor, alucinações
exames
• Fase 2: comprometimento de pares de nervos
craneanos (estrabismo, ptose palpebral, • Tomografia é feita apenas quando a
fotofobia, paralisia facial), síndrome radiografia não for suficiente
meníngea e HIC
• Fase 3: sonoiência, estupor e coma; HAS,
arritmias cardíacas e respiratórias
DIAGNÓSTICO
Resultado:
A baciloscopia pode ser feita do escarro espontâneo e ▪ Para recidivas: é obrigatório fazer a
induzido, lavado broncoalveolar, líquido pleural, urina baciloscopia e cultura do escarro
(suspeita de tuberculose renal), exsudato de lesões
cutâneas, aspirado de linfonodos
CULTURA
Indicação:
• Casos novos TB pulmonar ou laríngea em Indicado para investigação de infecção latente pelo
adultos e adolescentes sem/com maior Mycobacterium
vulnerabilidade
Aplicação intradérmica do derivado proteico de cepas
- Não é realizado para menores de 10 anos
M. tuberculosis
micobatérias ou em pessoas que tomaram a BCG a Não há falsa positividade com BCG
menos de 2 anos
TRATAMENTO
OBS: apenas solicitado para pacientes que são grupos
de risco (ex.: HIV+) Uso de antibioticoterapia combinada: cada
antimicrobiano utilizado tem uma característica que
Falso-negativo:
será útil nas diversas fases do metabolismo do bacilo
• Desnutridos (rápido, lento e intermitente). Além de ser importante
• Imunodeprimidos pela questão de resistência
• Uso de medicação imunodepressora Tempo prolongado (mínimo de 6 meses), visto que a
• DM bactéria possui um crescimento lento
• Insuficiência renal
• Gestantes
• Problemas na técnica de aplicação
Importância:
O tratamento é a base do peso, logo é importante que, Estreptomicina (outra opção de tratamento) pode
todo mês, o paciente retorne ao médico, para ser causar alteração na função renal
pesado e alterar a dose, caso necessário
QUIMIOPROFILAXIA
• Quando administrado em doses maiores que o
necessário: mais efeitos adversos. QUIMIOPROFILAXIA PRIMÁRIA
• Quando administrado em doses menores:
falha terapêutica Prevenção contra infecção de TB. Realizada para os
recém-nascidos contactantes de TB (mãe tem
tuberculose, por exemplo)
QUIMIOPROFILAXIA SECUNDÁRIA
HIV – AIDS
INTRODUÇÃO e protease: local de atuação dos medicamentos (terapia
de 1ª escolha)
A infecção pelo HIV é causada por um retrovírus, que
se apresenta sob duas populações: HIV tipo 1 e tipo 2 • Protease: atua na ativação de proteínas
produzidas pelo vírus durante sua
• Tipo 1: subtipo mais comum no Brasil multiplicação
• Tipo 2: mais encontrado no continente • P24 – utilizado como marcador no diagnóstico
africano da infecção por HIV
O tempo entre a exposição ao HIV e a evolução para Material genético formado por RNA: para invadir a
AIDS, se o paciente não faz uso da terapia célula humana eles transformam o RNA em DNA a
antirretroviral, varia entre os subtipos. No tipo 1, essa partir da transcriptase reversa
evolução ocorre, em média, de 5 a 8 anos, sendo um
pouco mais longo para o tipo 2 • Posteriormente, o DNA viral é associado ao
DNA humano a partir da integrasse
O HIV causa uma doença crônica, em que há um longo
período de latência clínica, com replicação viral
persistente, e pode envolver o SNC
Retrovírus
Matriz proteica no seu interior que tem papel na Juntamente ao CD4, há correceptores na membrana da
produção de novas proteínas virais célula humana (contribuem para a invasão do vírus na
célula humana):
Núcleo capsídeo: contém o material genético do vírus
e algumas proteínas (transcriptase reversa, integrasse • CCR5 – monocitotrópicos
• CXCR4 – linfocitotrópicos
DIP | Elisabete Louise | P5 2
Etapas: Hemotransfusão
1. Entrada e fusão na célula Uso de drogas injetáveis
2. Transcrição reversa
3. Integração ao DNA da célula Acidente com material biológico: sangue, LCR,
4. Replicação viral líquido amniótico, líquido sinovial, líquidos serosos,
5. Brotamento: material genético é outros fluidos contendo sangue
reorganizado e novos vírus são
OBS: urina, fezes e saliva não são meios de
formados
transmissão, a não ser que contenham sangue
6. Maturação viral
Transmissão vertical (durante a gravidez)
DIP | Elisabete Louise | P5 3
• Dengue
Primeiras semanas de infecção até o surgimento de
anticorpos anti-HIV • Mononucleose por EBV
• Citomegalovírus
Autolimitada: de 3 a 4 semanas • Toxoplasmose
• Sífilis secundária
10-40% assintomáticos
DIP | Elisabete Louise | P5 4
Destruição de LT CD4
LINFADENOPATIA GENERALIZADA
PERSISTENTE
Diagnósticos diferenciais:
AIDS
• Tuberculose ganglionar: hiperemia, massa
dolorosa e aumento de temperatura local
• Toxoplasmose
• Sífilis secundária Para liberação de laudo de HIV-AIDS:
• Sarcoidose
1. Dois testes positivos para anticorpos
• Linfomas
HIV + CD < 350 cél/mm3
SÍNDROMES PRÉ-AIDS ou
• Herpes zoster: sempre ofertar teste de HIV Infecções oportunistas mais comuns:
• Manifestações na cavidade oral • Pneumocistose
• Alterações cutâneas: furunculose de repetição • Candidíase esofágica
• Exacerbação de patologias prévias: psoríase/ • Neurotoxoplasmose
dermatite seborreica
• Tuberculose pulmonar atípica (miliar/
• Candidíase vulvovaginal de repetição disseminada
• Candidíase oral: marcador de progressão de • Meningite criptocócica ou disseminada
imunodepressão grave
• Leishmaniose visceral
- A candidíase orofaríngea é um indicativo de
• Retinite por CMV
que a imunidade do paciente está caindo. Já a
• MAC
esofágica, é um indicativo de que a imunidade
já caiu, sendo uma doença definidora de AIDS Neoplasias mais comum:
DIP | Elisabete Louise | P5 5
Fatores de risco:
Diagnóstico:
• Lavadobronquialveolar não viabiliza a
• Desidrogenase láctica (DHL) > 500 mg/dL.
detecção do agente etiológico da
É uma enzima liberada por vários tecidos que
pneumocistose. O histopatológico do tecido e
sofrem lesão, inclusive pelo tecido pulmonar
o PCR também não são exames de rotina
• Gasometria arterial (avaliar a pressão dos
gases no sangue): se a pressão de O2 < 70 Diagnósticos diferenciais:
mmHg, há uma situação de hipoxemia
DIP | Elisabete Louise | P5 7
CITOMEGALOVÍRUS
Como prevenir a toxoplasmose em um
paciente que acabou de descobrir o HIV, sem Família herpes vírus (material genético DNA),
uso de TARV, se a sorologia for IgG e IgM caracterizado por ficar em latência após a infecção
negativo? (reativado em períodos de imunodepressão)
Por meio de medidas de orientação, como Os pacientes que apresentam maior risco são aqueles
manipulação segura da caixa de areia do gato, com LTCD4 menor que 50
evitar ingestão de alimentos em locais em que não
Transmissão: saliva, secreções, contato com crianças
se tem certeza da higienização, evitar beber água
em locais desconhecidos, evitar comer carne Manifestação clínica:
malpassada
• Retinite (mais comum): alteração na acuidade
TCD4 < 100: risco de toxoplasmose visual que, se não tratada, pode vir a causar
cegueira
• Colite: diarreia, perda de peso, dor abdominal,
anorexia, febre (pode aparecer úlcera e a
Tratamento:
perfuração do intestino)
• 1ª opção: Sulfadiazina+pirimetamina+ác. • Esofagite: dor retroesternal, odinofagia,
Folínico náusea, febre (pode aparecer úlcera)
• 2ª opção (casos de alergia): • Pulmonar (raro)
Clindaminina+pirimetamina+ác. Folínico • Encefalite: demência, ventriculoencefalite,
• Uso de corticosteroides nos casos de edema polirradiculomielopatia (perda bilateral da
cerebral difuso e/ou intenso efeito de massa força dos membros inferiores, alteração de
esfíncter)
OBS: o ácido folínico é administrado para reverter
possíveis efeitos hematológicos colaterais Diagnóstico: depende da apresentação clínica que o
paciente possui
90% dos pacientes têm melhora clínica após 14 dias
• Esofagite ou colite: solicita-se endoscopia ou
OBS: profilaxia secundária: colonoscopia, podendo-se identificar úlceras
esofágicas ou no cólon
▪ Após as seis semanas de tratamento, o
- Caso essas úlceras estejam presentes, faz-se
paciente ainda permanece em uso dos uma biópsia, em que podem ser identificados
antimicrobianos, em dose menor (dose para achados de inclusões intranuclear (“olhos de
profilaxia secundária), por seis meses, até os coruja”)
linfócitos T CD4 ficarem acima de 200
OBS: as úlceras podem ser causadas por O paciente se contamina pela ingestão de esporos
citomegalovírus ou herpes: associar a aciclovir
(herpes) ou danciclovir (citomegalovírus) Manifestações clínicas:
Tratamento:
• Iniciar TARV
• Albendazol (ação intestinal ou disseminada)
• Hidratação
• Agentes anti-motilidade
Isosporíase
Manifestações clínicas:
Diagnóstico:
Tratamento:
• Hidratação
• Correção de distúrbios hidroeletrolíticos
• Suporte nutricional
• Sulfametoxazol-trimetoprim durante 10
dias
- 2ª opção: pirimetamina + ácido folínico
DIP | Elisabete Louise | P5 1
MICOSES SISTÊMICAS
INTRODUÇÃO Superficiais:
Dimórficos térmicos:
TRAQUEOBRONQUITE
• Colonização a traqueobronquite
pseudomembranosa ou ulcerativa na
anastomose do pulmão transplantado
Sintomas:
• Tosse
• Febre
• Hemoptoicos
• Obstrução da luz brônquica levando ao
aparecimento de estridores e sibilos
unilaterais (apenas no lado comprometido)
ASPERGILOSE DO SNC
DIAGNÓSTICO
Alteração do nível de consciência
Pesquisa direta
Convulsões
Cultura
Déficit motor
Exame anátoo-patológico
Invasão de vasos sanguíneos: leva a trombose, infartos
e sangramentos Galactomanana sérica: antígeno produzido pelo fungo
Voriconazol:
BOLA FÚNGICA
• Efetivo na APCC como terapia de 1ª escolha
Presença de cavitações decorrentes de outras doenças, ou substituição
tais como: TB, sarcoidose, bronquiectasia, neoplasia • Droga menos invasiva
ou infartos pulmonares
Equinocandinas
Tratamento ineficaz com antifúngicos
OBS: formas alérgicas não são tratadas com
Cirurgia em hemoptise: evita-se pelas complicações antifúngicos
de fístula, empiema, sangramentos
CRIPTOCOCOSE
Monitoramento clínico
Micose profundo
DIP | Elisabete Louise | P5 4
Cosmopolita
• Linfoma
• Leucemia
• DM
• LES
• Sarcoidose
• Uso de corticoide em altas doses Formas cutâneas:
• Uso de anticorpos monoclonais • Pápulas
• Transplantados • Pústulas
• HIV • Abscessos
Espécies: neoformans e gatti • Ulcerações de pele
Reprodução:
Fatores de risco:
• Pulmonar: assintomático
• Disseminação: febre; expectoração; dor
pleurítica; emagrecimento; dispneia;
raramente provoca hemoptise
DIP | Elisabete Louise | P5 5
• Magnitude da exposição
• Estado imune do paciente (linfócitos TCD4
abaixo de 100 aumenta o risco de exposição
• Virulência da cepa
Exames laboratoriais:
Diagnóstico:
Tratamento:
SEPSE
INTRODUÇÃO Epidemiologia
Etiologia
Principais bactérias G- e G+
FISIOPATOLOGIA DA SEPSE
TRATAMENTO • Lactato
• Volume: na presença de sinais de hipotensão
Uma vez tendo levantado a suspeita de Sepse, a gente e/ou lactato 2x maior que o normal
deve manejar o paciente o mais rápido possível e isso • Drogas vasoativas
envolve, logo de cara, monitorizá-lo e garantir acesso
vascular, sendo que por esse nós já devemos colher os LACTATO
exames necessários para definir o SOFA
Marcador de Hipoperfusão tecidual
Marcador prognóstico
Alvo terapêutico
Pacote de Primeira Hora Nos pacientes com lactato alterado acima de duas
vezes o valor de referência, a meta terapêutica é o
No tratamento de sepse, algumas medidas devem ser clareamento do mesmo
feitas imediatamente, na 1ª hora de atendimento
• Assim, como um complemento ao pacote de 1
• Lactato hora, dentro de 2 a 4 horas após o início da
• Hemocultura: deve ser realizada antes do ressuscitação volêmica, novas dosagens
início da terapia medicamentosa, contudo, não devem ser solicitadas
se pode esperar o resultado para iniciar a
antibióticoterapia Referência: <2mmol/L ou queda de 20% em 2-6
• Antibiótico horas
DIP | Elisabete Louise | P5 5
Utilizar dose máxima para o foco suspeito ou Idealmente, os pacientes com choque séptico devem
confirmado, com dose de ataque nos casos pertinentes, ser monitorados com pressão arterial invasiva,
sem ajustes para a função renal ou hepática enquanto estiverem em uso de vasopressor
SÍFILIS
DIAGNÓSTICO
EXAMES DIRETOS
▪ Recente: até 1 ano após a exposição Na maioria dos casos, os anticorpos poderão ser
▪ Tardia: mais de 1 ano de evolução detectados a partir de 10 dias do aparecimento da lesão
primária da sífilis
DIP | Elisabete Louise | P5 3
Teste rápido ou
Diagnóstico de em rede
Testes treponêmicos Sífilis laboratorial (na
ausência do TR)
São usados para diagnóstico e monitoramento da ▪ Quanto mais precocemente a sífilis for
resposta ao tratamento e controle da cura (quando o diagnosticada, maior será a possibilidade de o
tratamento é bem-sucedido, os títulos dos exames organismo ainda não ter produzido anticorpos
quantitativos deverão diminuir) para serem detectados por testes
imunológicos, ou seja, os resultados não serão
VLDR, RPR e USR são os mais usados. Há também o reagentes, embora se trate de sífilis
TRUST ▪ Após o tratamento, pode ocorrer a negativação
dos testes não treponêmicos, mas a
Resultados falso-reagentes podem ocorrer, já que as
anticardiolipinas podem estar presentes em outras negativação dos testes treponêmicos é rara
doenças. Logo, somente o teste não treponêmico não ▪ A possibilidade da completa negativação dos
confirma a infecção e não define o diagnóstico de testes imunológicos é diretamente
proporcional à precocidade do diagnóstico e
sífilis
do tratamento
• Falso positivo: doenças reumatológicas, ▪ Quanto mais tardio for o tratamento, maior
colagenoses, hepatites virais e crônicas, será a possibilidade de o resultado do teste
vacinas recentes, gravidez, hanseníase permanecer reagente para sempre
DIP | Elisabete Louise | P5 4
Simula qualquer transtorno mental, funcional ou • Precoce: se manifesta antes dos 2 anos
lesional (Alzheimer, esclerose múltipla, tumores, - Lesões cutaneomucosas (pênfigo sifilítico,
Parkinson, AVC por arteriosclerose, esquizofrenia, placas mucosas, lesões ungueais), ósseas
depressão, etc.) (osteocondrite epifisária, periostite), viscerais
(hepatite, esplenomegalia), anemia, meningite
Pode ser observada já nas fases iniciais da infecção
• Tardia: se manifesta após os 2 anos
O acometimento precoce é por reação inflamatória da - Tríade de Hutchinson (ceratite
bainha de mielina, não há destruição anatômica das parenquimatosa, surdez labiríntica e dentes de
estruturas neurais Hutchinson), lesões oculares e auditivas,
Exterioriza-se clinicamente em 1- 2% como meningite osteoarticulares, meningite, cirrose difusa
asséptica
DIAGNÓSTICO
São qualitativos para detecção de anticorpos OBS: RN de mães com sífilis não tratada ou
antitreponêmicos específicos, de uso limitado em RN, inadequadamente tratada: independente do resultado
pois os anticorpos IgG maternos ultrapassam a do teste não treponêmico (VDRL do RN) realiza
barreira placentária exames complementares
TRATAMENTO
Testes não treponêmicos (VDRL, RPR ou TRUST) Benzilpenicilina cristalina EV: crianças com sífilis
congênita e neurossífilis
Diagnóstico e seguimento, por serem qualitativos e
quantitativos Benzilpenicilina procaína IM/ benzatina: crianças
cujas mães não foram tratadas, com exame físico
Devem ser realizados no neonato, evitando-se o
normal e teste não treponêmico não reagente ao
sangue do cordão umbilical
nascimento
DIP | Elisabete Louise | P5 6
Manifestações cardíacas:
Manifestações extracardíacas
DIP | Elisabete Louise | P5 2
CRITÉRIOS MENORES
COMPLICAÇÕES TRATAMENTO
Êmbolos:
Aneurisma micótico
Insuficiência renal
CLASSIFICAÇÃO
ENTEROCOCOS
DIP | Elisabete Louise | P5 4
ESTAFILOCOCOS
MICRORGANISMOS HACEK
BGN ENTÉRICOS
DIP | Elisabete Louise | P5 1
ESTAFILOCOCCIAS E ESTREPTOCOCCIAS
INFECÇÕES ESTAFILOCÓCICAS
Cocos G+
Classificação:
INFECÇÕES CUTÂNEAS
DIP | Elisabete Louise | P5 2
Antraz
Hidradenite Supurativa
Impetigo Bolhoso
Infecções Osteoarticulares
INFECÇÕES SISTÊMICAS
Disseminação:
Sepse estafilocócica
• Hematogênica
Sinais e sintomas: febre, taquidispnéia, taquicardia, • Por contiguidade (abscessos ou processo
leucocitose ou leucopenia infeccioso tecidual)
• Por trauma e/ou procedimentos cirúrgicos
S. aureus de origem comunitária → crianças e
adolescentes com infecção cutânea Osteomielite hematogênica:
Via intravenosa → Cateteres intravenosos (infecção • Febre alta
hospitalar) e usuários de drogas
• Dor intensa em região metafisária de osso
Formação de focos metastáticos: complicações longo
pleuropulmonares, osteoarticulares, cardiovasculares, • Sinais flogísticos
SNC e abscessos
Pneumonia estafilocócica
Infecções do SNC
Meningite:
• Ocorre por via hematogênica ou por Diversas toxinas envolvidas: TSST-1 (Toxina 1 da
propagação a partir de focos contíguos SCT) e Enterotoxinas B e A
• Podem ser múltiplos ou isolados Relaciona-se ao uso de tampões vaginais em mulheres
jovens no período menstrual
DOENÇAS TOXIGÊNICAS
Em crianças e homens, devido a infecções de feridas
Toxinfecção alimentar estafilocócica
cirúrgicas e traumáticas, abscessos, osteomielites,
Ação da enterotoxina B pneumonias
Intoxicação alimentar mais comum Sintomas: febre, vômitos, dor abdominal, diarréia,
mialgia, toxemia
Alimentos com altos teores de carboidratos,
adocicados • Exantema escarlatiniforme, congestão
conjuntival, língua “em framboesa”
Instalação rápida da doença (1 a 6 horas) • • Hipotensão arterial ou choque hipovolêmico
Sintomas: náuseas, vômitos, cólicas abdominais, • Descamação lamelar da pele: após 1 a 2
diarréia, prostração semanas (regiões palmoplantares)
• Oxacilina
• Cefalosporinas de 1ª geração
• Betalactâmicos + inibidor de beta-lactamase
DIP | Elisabete Louise | P5 6
• Grupo B: S. agalactiae
- Corioamnionite, sepse puerperal, sepse e
meningite neonatais, ITU e Endocardite ERISIPELA
Sinais e sintomas:
• Dor de garganta
• Febre
• Calafrios
• Mal-estar geral
• Queixas abdominais e vômitos (crianças)
• Eritema e edema da mucosa faríngea e
exsudato purulento na parede posterior da
faringe e pilares amigdalianos
• Gânglios cervicais anteriores aumentados e
dolorosos
Resolução em 2 a 5 dias
Erisipela Celulite
Profundidade Derme Derme profunda e
superficial e hipoderme
vasos Diagnóstico
linfáticos
superficiais Cultura de orofaringe (“padrão ouro”)
Complicações
Supurativas:
• Linfadenite cervical
• Abscesso periamidaliano ou retrofaríngeo
• Sinusite
• Otite média
• Meningite Sinal de Filatov
• Bacteremia
• Endocardite
• Pneumonia
Não-supurativas
• FR
• GNDA
ESCARLATINA
Maioria em adultos
Patogênese
Diagnóstico laboratorial
Tratamento
Trauma ou cirurgia
Celulite e necrose
MONONUCLEOSE INFECCIOSA
INTRODUÇÃO (desenvolvimento de rush cutâneo, quando se
inicia penicilinas)
Vírus de Epstein-Barr (EBv) - A amoxicilina é administrada quando pensa-
se que o quadro é referente a uma
• Família: Herpesviridae
faringoamigdalite
• Subfamília: Gammaherpesvirinae
• Gênero: Lymphocryptovirus
Comum na adolescência (20 a 25% infectados) e idade se incorpora ao DNA do hospedeiro, originando o
adulta epissoma no núcleo, que garante a produção de
proteínas virais e a imortalização dos linfócitos. O
Crianças pequenas têm doença febril inespecífica leve, ciclo replicativo viral continua durante a fase aguda
faringite ou não têm sintomas
Os LB infectados nas criptas tonsilares dirigem-se à
Relação com grau de instrução e higiene: maior corrente sanguínea, ativam LT citotóxicos, que
prevalência em crianças pequenas na população de desencadeiam uma hiperplasia linfoide (tonsilite,
baixo nível linfoadenopatia, hepatoesplenomegalia)
• Países desenvolvidos: ↑ da prevalência entre Além disso, nas amígdalas, há diferenciação do LB
adolescentes e adultos em plasmócito, determinando a produção de
• Países pobres/ em desenvolvimento: ↑ da anticorpos heterófilos (IgG e IgM) – gamopatia
prevalência em crianças policlonal
Não doar sangue por 6 meses Comprometimento das vias respiratórias com
sintomas progressivos:
EBV não causa anomalias fetais
• Elevação da cabeceira, hidratação intravenosa
Os macrolídeos são preferidos para tratar • Ar umidificado
superinfecção da orofaringe por Streptococcus
• Corticosteroides sistêmicos
TRATAMENTO
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Antitérmicos
• CMV: aumento de febre e esplenomegalia,
Analgésicos pouca faringite e adenopatia e poucos
linfócitos atípicos
Nutrição (a impossibilidade de ingesta alimentar • Toxoplasmose: menos linfócitos atípicos,
aumenta o risco de internação) e hidratação faringite e exatema)
• HIV
Limitação de atividades por 3 semanas (risco de
• Faringite estreptocócica
ruptura esplênica)
• Hepatites virais
• Aconselhar não participação em esportes de • Rubéolas
contato e atividades atléticas extenuantes nas
2 a 3 primeiras semanas - predispõe a ruptura
esplênica por traumatismo abdominal fechado
LEISHMANIOSE VISCERAL
6ª doença infecciosa mais importante pela alta
INTRODUÇÃO
incidência e alta mortalidade, principalmente quando
A leishmaniose visceral é causada por um protozoário não há diagnóstico e tratamento
da família Trypanossomatidae, do gênero Leishmania
Doença de notificação compulsória (realizada por
e espécie Donovani. Há subsespécies:
qualquer profissional de saúde)
• L. L. donovani: mais comum na Índia
Endêmica do Brasil: mais frequente no Nordeste,
• L. L. infantum: semelhante à chagasi; mais
ocorrendo também no Sudeste e Sul
comum no Brasil
• L. L. chagasi Frequente em crianças, com predileção pelo sexo
masculino
É uma doença causada por um mosquito (“mosquito
palha” fêmea) que realiza voos à pequena distância, Tornou-se mais frequente após a urbanização
sua população aumenta no período chuvoso durante/após a Era Vargas, deixando de ser rural e
passando a ser urbana
• Na América, a espécie mais importante é
Lutzomyia longipalpis e, na Europa, o Expansão coincide com a do HIV no Brasil, havendo
Phlebotomus um cruzamento de regiões geográficas, podendo
• Esses vetores alimentam-se no período do caracterizar a leishmaniose uma infecção oportunista
crepúsculo até às 23h (fêmea hematófoga) e de um paciente com AIDS
encontram-se na região peridomiciliar
• Ou seja, sempre que diagnosticado a
É um parasita intracelular obrigatório, que apresenta leishmaniose, o paciente deve ser testado para
dimorfismo: HIV
As fêmeas dos mosquitos servem como vetores. Elas A Leishmania escapa dos mecanismos oxidativos nos
ingerem macrófagos contendo amastigotas quando se fagolisossomos dos macrófagos, por meio das
alimentam do sangue de um reservatório contaminado estruturas contidas na própria Leishmania como LPG
(ex.: raposas, cachorros e homens). e GP63
• 5% dos pacientes que fazem esse quadro Hemograma: anemia, leucopenia (principalmente à
subclínico têm uma resolução espontânea custa de segmentados), plaquetopenia = pancitopenia
EXAMES ESPECÍFICOS
Mielograma: padrão-ouro
MILTEFOSINA
Ação leishmanicida
28 dias de tratamento VO
Contraindicada na gestação
CRITÉRIOS DE CURA
• Febre cessa
• Retomada do apetite
• Ganho de peso
• Redução da visceromegalia nas primeiras
semanas
• Após a 2ª semana do tratamento, há melhoras
no âmbito hematológico
MALÁRIA
INTRODUÇÃO para o fígado, onde forma o critptozoíto, ocorrendo o
processo de esquizogonia tecidual hepática (ciclo
A malária é transmitida em áreas tropicais e pré eritrocítico, que dura cerca de 14 dias – período
subtropicais. Essa transmissão depende da umidade, de incubação)
temperatura e chuvas
No fígado, há a multiplicação desses microrganismos,
Em países onde há casos de transmissão da malária, com formação e organização de núcleos de
pode não ocorrer em algumas regiões nacionais protozoários dentro da célula
(altitude, desérticas, frias, controle do mosquito)
O rompimento da célula hepática promove a liberação
Ocorre na África, Ásia, América, Oceania, e alguns de protozoários, na forma de merozoítos, para o
casos na Europa sangue
Alta transmissão na África do Sul (Saara) e parte da • Nos casos do P. vivax e P. ovale, há a
Oceania formação dos hipnozoítos, que permanecem
latentes nas células hepáticas
Acomete cerca de 200 milhões de pessoas por ano
Os merozoítos irão invadir as hemácias, com
75% dos casos de malária da América latina
multiplicação dos protozoários em seu interior
acontecem no Brasil, na Venezuela e na Colômbia
(transformam-se em trofozoítos imaturos, trofozoítos
Redução do número de casos e da mortalidade desde maduros e esquizonte), originando a fase eritrocítica
2008, no Brasil (esquizogonia)
CICLO DE TRANSMISSÃO
QUADRO CLÍNICO
Período de incubação:
• P. falciparum: 7 a 12 dias
• P. vivax: 12 a 17 dias
Outras complicações da malária que não entram no
MALÁRIA NÃO COMPLICADA critério de malária grave:
• Gestantes: prematuridade, óbito, retardo do OBS: na malária por P. vivax, se a parasitemia é alta,
crescimento intrauterino deve-se avaliar a possibilidade de malária mista (P.
• Em pacientes com HIV, pode haver falciparum + P. vivax)
diminuição de LT CD4, aumento de carga
viral, com reativação de doenças oportunistas ESFREGAÇO
• Risco de falcização grave em pacientes com Exame de baixa sensibilidade
anemia falciforme
Melhor detecção das espécies
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
TESTES RÁPIDOS
GOTA ESPESSA
Detecção de antígenos a partir de teste fitas com
Baseia-se no encontro de parasitos no sangue anticorpos
Exame preferido em áreas endêmicas Detecta infecção pelo P. falciparum e não falciparum
(vivax, malariae, ovale)
P. falciparum:
Importante em áreas não endêmicas
• Identificação de trofozoítos na 1ª semana
• Gametócitos após 1ª semana OBS: no Brasil, define-se como caso de malária,
• Identificação de esquizontes nas formas de pacientes com gota espessa positiva ou testes rápidos
grande parasitemia reagentes
EXAMES INESPECÍFICOS
Bilirrubinas elevadas
P. vivax:
Ureia e creatinina
• Identificação de trofozoítos, esquizontes e
Lactato
gametócitos no 1º dia de parasitemia
• Baixa sensibilidade. Nos primeiros dias de Glicose, cálcio e fosfato reduzidos
doença, quando parasitemia é baixa, o exame
deve ser repetido se for negativo DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Objetivos: cura clínica e interrupção do ciclo • Extremos etários (< 6 meses ou > 70 anos)
biológico do protozoário, reduzindo a transmissão e • Gestantes (contração uterina, sangramento
evitando as complicações para o paciente, obtidos vaginal, perda de líquido)
principalmente quando o tratamento é precoce • HIV/AIDS e imunossuprimidos
• Malária grave (hiperpirexia, convulsões,
Resistência aos antimaláricos: bem definida para o P.
alteração consciência, vômitos permanentes,
falciparum (resistência à cloroquina); resistência à
dispneia, oligúria, hipotensão arterial, anemia
cloroquina do P. vivax no Brasil é de 10%
intensa, hemorragias, icterícia,
Recaída: reaparecimento de sintomas após 28 dias. hiperparasitemia)
Ocorre devido à sobrevivência de hipnozoítos
OBS: a alta hospitalar é apenas com gota espessa
(latentes do P. vivax)
negativa e compensação clínica e laboratorial
Recrudescência: reaparecimento de sintomas antes de
28 dias. Ocorre devido à sobrevivência de formas MALÁRIA VIVAX OU OVALE
eritrocíticas (esquizontes) Tratamento com Cloroquina em 3 dias e Primaquina
em 14 dias (esquema longo)
Reinfecção: após tratamento eficaz, paciente apresenta
nova infecção Todos administrados em dose única diária
O tratamento tem como objetivo interromper a • Pode ser usada em crianças e gestantes
esquizogonia sanguínea, eliminar as formas latentes • Ativa contra 4 espécies de Plasmódios, mas
(hipnozoítos) e impedir a formação de gametócitos não é usada no tratamento de P. falciparum
• Rápida ação esquizonticida
Para a escolha do fármaco, deve-se considerar: espécie
• Apenas apresentação oral
do plasmódio, gravidade, idade, gestação, o ambiente
de tratamento (ambulatorial, hospitalar, UTI)
DIP | Elisabete Louise | P5 5
Clindamicina:
Mefloquina:
• Esquizonticida de ação lenta
• Não usar em monoterapia • Ação esquizonticida
• Deixou de ser usada no tratamento para
MALÁRIA MISTA malária falciparum devido à resistência e
efeitos adversos
Infecções mistas por Plasmodium falciparum e vivax
ou olave
MENINGITES
ANATOMIA E FISIOLOGIA
Folhetos:
Evolução: curta (1-5 dias) / insidiosa (10-15 dias) A partir da história clínica do paciente, pode-se fazer
uma presunção da etiologia, para iniciar um
Gravidade: a depender da precocidade no tratamento antibiótico empírico
• Bacteriana, fúngica, TB, herpética → graves
DIP | Elisabete Louise | P5 3
Sinais meníngeos (rigidez de nuca, Lasegue, Além disso, o paciente pode apresentar uma síndrome
Brudzinski, Kernig), hipertonia abdominal, encefálica no quadro de meningite, caracterizada por:
opistótono, contratura da musculatura paravertebral,
postura antálgica • Sonolência
• Estupor
• OBS: o sinal de Lasegue pode ser positivo • Obnubilação
quando o paciente tem uma radiculopatia, • Coma
então é importante saber executar mais de um • Estado convulsional
sinal meníngeo durante o exame físico • Paresias
• Distúrbios visuais, auditivos, afasia
Diagnóstico diferencial
Abcessos cerebrais
Diagnóstico laboratorial
Contraindicações:
DIP | Elisabete Louise | P5 4
PROGNÓSTICO
Avaliação do líquor Influenciado por:
▪ Gram (diplococo gram negativo é sugestivo de
• Idade
meningococo e coco gram positivo de
• Alteração imunitária (DM, cirrose)
pneumococo)
• Virulência de microrganismos
▪ Cultura
• Sensibilidade do microrganismo ao
▪ Celularidade (na meningite bacteriana aguda,
antibiótico
geralmente há pleocitose – > 500 cel/mL com
PMN) • Uso adequado de ATB
▪ Proteína (100 a 500 mg – aumentada) • Meningococcemia – infecção disseminada
▪ Glicorraquia (glicose < 40 mg – reduzida) (letalidade: 50 a 60%)
▪ Pesquisa de antígenos bacterianos (métodos
TRATAMENTO
látex, contraimunoeletroforese, ELISA)
1. Suporte
• Administração de antibiótico
Outros exames: (preferencialmente via EV)
• Hidratação
• Hemograma
• Checar os sinais vitais + diurese
• Hemocultura
• Antitérmicos: caso a temperatura esteja >
• Glicemia
37,8ºC
• Raio-X de tórax
• Na suspeita de MB por pneumococos ou
• TC de crânio
hemófilos, inicia-se corticoide
- Evidência clínica de HIC
(dexametasona 0,15 mg/Kg, 6 em 6 horas, por
- Rebaixamento do nível de consciência
2 a 4 dias) antes ou simultaneamente ao
- Anisocoria, midríase, edema de papila
antibiótico
- Sinais neurológicos focais
- Convulsão
- Suspeita de coleções no SNC
- Imunodeprimidos 2. Crises convulsivas
• Diazepam
• Fenitoína
• Carbamazepina
Depende da etiologia:
• Ceftriaxona (ação contra hemófilos,
pneumococo e meningococos): 2 g, IV, 12/12 ▪ Meningococos: 7 dias
horas ▪ Pneumococo/ hemófilos: 10 dias
• OBS: o paciente deve apresenta melhora em ▪ Listeria, estafilococos, Pseudomonas,
48 horas. Casos contrário, deve-se realizar enterobactérias: 21 dias
punção lombar novamente, reavaliando o ▪ Estreptococos grupo B: 14 a 21 dias
líquor
Critérios de cura
LCR:
• Claro
• Pressão de abertura normal ou elevada
• Pleocitose moderada (< 200 cel/mm3),
• Linfomononuclear
• Proteína elevada
• Glicose normal
• Investigação etiológica: PCR e sorologia
(CMV, HSV)
TRATAMENTO
• Repouso SEQUELAS
• Hidratação
O tipo de agente etiológico mais associado às sequelas
• Alimentação
são pneumococo e o M. tuberculosis
• Antitérmicos e analgésicos (não: AINES)
• Anticonvulsivantes
DIP | Elisabete Louise | P5 7
As sequelas são menos comuns nas infecções virais, • Também é possível identificar antígenos da
exceto se a meningite for por herpes simples cápsula da bactéria por meio da prova do látex
tanto no líquor quanto no sangue
O paciente pode apresentar: hidrocefalia, paralisias,
epilepsia, surdez, cegueira, ptose palpebral, demência, TRATAMENTO
alteração da personalidade,
descerebração/decorticação Manejo da sepse e choque séptico
Antibiótico precoce:
MENINGOCOCCEMIA
DIAGNÓSTICO
Diagnóstico clínico:
▪ dT = difteria e tétano
▪ dTpa = difteria, tétano e coqueluche
• Clorexidina/álcool iodado
• Não suturar lesão ou debridar
• Aproximar bordas, se houver laceração
• Soro heterólogo: fornece anticorpo pronto O soro antirrábico deve ser administrado uma única
para o paciente de origem equina vez e o quanto antes
- 40 UI/Kg/IM
• A infiltração deve ser executada ao redor da
lesão ou lesões
• Quando não for possível infiltrar toda a dose,
Classificar o acidente aplicar o máximo possível. A quantidade
restante, a menor possível, aplicar pela via IM,
• Local da lesão
podendo ser usada a região glútea
• Profundidade da lesão
• Sempre aplicar em local anatômico diferente
• Extensão da lesão
de onde foi aplicada a vacina
• Número de lesões
• Quando as lesões forem muito extensas ou
• Animal doméstico (domiciliado?), silvestre
múltiplas, a dose pode ser diluída em soro
• Estado aparente de saúde do animal
fisiológico, em quantidade suficiente, para
• Atitude durante o evento (animal se sentiu que todas as lesões sejam infiltradas
ameaçado e por isso atacou ou o animal atacou
do nada) Nos casos em que se conhece tardiamente a
necessidade do uso do SAR, ou quando não há soro
OBS: não é necessário vacinar-se contra a raiva se: disponível no momento, aplicar a dose recomendada
rato de esgoto, rato de telhado, porquinho-da-índia, de soro no máximo em até 7 dias após a aplicação da
coelho, hamster 1ª dose de vacina de cultivo celular, ou seja, antes da
aplicação da 3ª dose da vacina
• Afastamento por 5 dias: tempo médio entre o • Pneumonia bacteriana e por outros vírus
início dos sintomas e o momento em que se • Sinusite, otite e desidratação
torna afebril por mais de 24h • Piora de doenças crônicas como insuficiência
• O afastamento deverá ser maior para cardíaca, asma ou diabetes
profissionais de saúde e aqueles que têm • Pneumonia primária por influenza, em
contato com indivíduos com fatores de risco pessoas com doenças cardiovasculares ou em
para complicações por influenza (ex: mulheres grávidas
trabalhador de creche)
- Nessas situações afastar por pelo menos 7 GRUPOS E FATORES DE RISCO PARA
dias após o início do quadro ou até a resolução COMPLICAÇÕES
dos sintomas
• Grávidas em qualquer idade gestacional,
puérperas até duas semanas após o parto
• Para imunossuprimidos: 10 dias de
(incluindo as que tiveram aborto ou perda
afastamento, visto que transmitem por um
fetal)
período de tempo maior
• Adultos ≥ 60 anos
ASPECTOS CLÍNICOS • Crianças < 2 anos, especialmente < 6 meses
(alta mortalidade)
Período de incubação: 1-4 dias • < 19 anos em uso prolongado de ácido
acetilsalicílico (risco: Síndrome de Reye)
Transmissibilidade em adultos: 24h antes do início dos
sintomas até 3 dias após o fim da febre • População indígena aldeada
• Pneumopatas (incluindo asma)
• Nas crianças pode durar em média 10 dias e se • Tuberculose: todas as formas (maior
prolongar mais tempo em imunossuprimidos complicação e possibilidade de reativação)
• Cardiovasculopatas (excluindo hipertensão
Sinais e sintomas: infecção aguda das vias aéreas, arterial sistêmica)
T>37,8ºC, curva térmica usualmente declina após 2-3
• Nefropatas
dias e normaliza em torno do 6º dia. Febre mais
• Hepatopatas
acentuada em crianças
• Doenças hematológicas (incluindo anemia
Demais sinais e sintomas de aparecimento súbito: falciforme)
calafrios, mal-estar, cefaleia, mialgia, dor de garganta, • Distúrbios metabólicos (incluindo diabetes
artralgia, tosse seca, prostração e rinorreia mellitus)
• Transtornos neurológicos e do
Ainda presentes: diarreia, vômito, fadiga, hiperemia desenvolvimento que podem comprometer a
conjuntival e rouquidão função respiratória ou aumentar o risco de
aspiração (disfunção cognitiva, lesão medular,
As queixas respiratórias, exceto a tosse, tornam-se
epilepsia, paralisia cerebral, S. Down, AVC,
mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-
doenças neuromusculares)
se 3-4 dias após o desaparecimento da febre
• Imunossupressão associada a medicamentos,
A rouquidão e a lifadenopatia cervical são mais neoplasias, HIV/Aids
comuns em crianças • Obesidade (Índice de Massa Corporal - IMC
≥ 40 em adultos)
A tosse, fadiga e o mal-estar persistem por 1-2
semanas e raramente por mais de 6 semanas SINAIS DE AGRAVAMENTO
A evolução da gripe geralmente tem resolução Dispneia, taquipneia ou hipoxemia
espontânea em 7 dias
Persistência ou aumento da febre por mais de 3 dias:
COMPLICAÇÕES pode indicar pneumonite primária pelo vírus influenza
ou secundária a infecção bacteriana
DIP | Elisabete Louise | P5 5
Quimioprofilaxia: Oseltamivir 75mg, VO, por 10 dias - Resultado positivo em pelo menos 1 das 3
ou Zanamivir 2 inalações de 5mg, 1x/dia por 10 dias coletas
- Todos os demais casos da mesma cadeia de
• Pessoas com condições ou fatores de risco, transmissão deverão ser confirmados por
não vacinadas ou vacinadas há menos de 15 vínculo (critério clínico-epidemiológico)
dias, e que tenham sido expostas há menos de
48h a casos suspeitos ou confirmados de
influenza
• Se o período após a última exposição a uma
pessoa com infecção pelo vírus for maior que
48 horas a quimioprofilaxia com antiviral não
é recomendada
• O antiviral deve ser administrado durante a
potencial exposição à pessoa com influenza e
continuar por mais sete dias após a última
exposição conhecida, ou seja, em casos de re-
exposição (mesmo que já tenha sido iniciado
o tratamento), deve-se recalcular
NOTIFICAÇÃO
ARBOVIROSES
INTRODUÇÃO É uma doença infecciosa febril aguda que tem se
tornado endêmica no Brasil com surgimento de formas
As arboviroses são doenças causadas pelos arbovírus mais graves em crianças
– podem ser transmitidos ao homem por vetores
artrópodes Apresenta 3 fases: febril, crítica e de recuperação
Na segunda exposição, esses anticorpos já produzidos • Os sangramentos ocorrem depois do 4º-5º dia
não conseguem neutralizar o antígeno, liberando de doença
citocinas que estimulam um processo inflamatório no
endotélio vascular (aumenta a permeabilidade OBS: não é necessário sangrar para ser considerada
vascular, extravasa líquido para o terceiro espaço, uma dengue grave, visto que o paciente pode chocar -
gerando as complicações da doença) pelo extravasamento de líquido – sem sangrar
Explica o motivo de algumas pessoas adquirirem a 1. Pessoa que viva ou tenha viajado nos últimos 14
dengue grave logo na primeira exposição ao vírus, e dias para área onde esteja ocorrendo transmissão
outras não de dengue ou tenha a presença de Ae. Aegypti
• Superprodução de citocinas
• Mudança da resposta Th1 para Th2: o
aumento da resposta Th2 faz com que o
organismo tolere mais a presença do vírus
(visto que a resposta celular está diminuída),
deixando-o mais susceptível ao
desenvolvimento das formas mais graves da
doença
• Inversão na relação CD4/CD8
Caso suspeito de dengue com sinal de alarme
Deposição de imunocomplexos – geram seratites
• Defervescência
(pericardites, ascites e outras)
• Dor abdominal intensa e contínua ou dor a
Aumento da permeabilidade capilar palpação do abdome
• Vômitos persistentes
Diminuição da pressão arterial • Acúmulo de líquidos (ascites, derrame pleural
ou pericárdico)
DIP | Elisabete Louise | P5 3
FASES
Testes sorológicos (Mac-Elisa e AgNS1): deve ser Exames laboratoriais: para os pacientes com sinais de
solicitada a partir do 6º dia do início dos sintomas alarme ou graves
• Hemograma, Plaquetas
• Albumina
• Provas de função hepática
• Ureia e creatinina
• Ionograma
• Urina - hematúria microscópica
• Radiografia do tórax
• Ultrassonografia do abdome
• Eletrocardiograma (arritmias)
• Ecocardiograma (derrame pericárdico)
DIP | Elisabete Louise | P5 5
TRATAMENTO Grupo C:
• Precoces:
Conduta:
- Desconforto respiratório, taquipneia
- Tiragem intercostal • Solicitar:
- Roncos - RX de tórax
- Derrame pleural extenso - ECG
- Ascite tensa - Gasometria arterial
- Pressão venosa jugular aumentada - Ecocardiograma
- Enzimas cardíacas
• Tardias:
DIP | Elisabete Louise | P5 6
• Oxigenioterapia CHIKUNGUNYA
• Suspender fluidos intravenosos
É uma arboviroses causada pelo vírus chikungunya
• Furosemida IV 0,1-0,5 mg/kg/dose uma ou
(CHIKV), da família Togaviridae e do gênero
duas vezes ao dia
Alphavirus
- Paciente ainda na fase crítica: reduzir infusão
de líquidos gradativamente, evitar diuréticos A viremia persiste por até 10 dias após o surgimento
das manifestações clínicas
Terapia adjuvante É uma doença aguda, febril associada a debilitante
poliartralgia, cuja transmissão se dá através da picada
Terapia de substituição renal (hemodiálise)
de fêmea dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes
Drogas vasoativas albopictus infectados pelo CHIKV
Plasma fresco:
• Corticoide
• Metotrexate ou Hidroxicloroquina
• Imunobiológicos
• Poliartrite distal
DIP | Elisabete Louise | P5 8
Todo paciente que apresentar sinais clínicos ou • EVA ≥ 6 - Dor Moderada a Intensa
laboratoriais com necessidade de internação em - Dipirona injetável
terapia intensiva ou risco de morte - Tramadol 100mg injetável
DIAGNÓSTICO
- Metotrexato 2,5mg na dose inicial de 10mg O vírus tem tropismo pelo SNC
semanal, podendo progredir para
25mg/semana
- Associar ácido fólico 5mg/ semana
Fazer exames laboratoriais, monitorando função renal Definição de caso suspeito de Zika
e hepática
Exantema maculopapular pruriginoso
Prednisona: acompanhado de 2 ou mais dos seguintes
sintomas:
• 0,5 mg/kg, dose única pela manhã
• Melhora para deambular e controle da dor ▪ Febre
• Manter a dose até remissão completa da dor ▪ Hiperemia conjuntival sem secreção e
(por até 21 dias) prurido
• Se remissão completa, manter por mais 3-5 ▪ Poliartralgia
dias ▪ Edema periarticular
• Desmame de 5mg a cada 7 dias
ZIKA
Complicações neurológicas
O vírus zika é um arbovírus do gênero Flavivírus, da
família Flaviviridae Guillain-Barré: neuropatia axonal motora aguda
LEPTOSPIROSE
INTRODUÇÃO TRANSMISSÃO
Doença infecciosa aguda e generalizada que cursa com Contato direto: urina de animais infectados ou com
intensa vasculite e febre de início abrupto, cujo produtos de abortos, com leptospira patogênica
espectro pode variar desde um processo inaparente até (através de abrasoes na pele ou mucosas intactas –
formas graves conjuntiva ocular e boca)
É a principal zoonose bacteriana no mundo causada Indireto (mais frequente): água contaminada com a
pela Leptospira spp. Encontrada em diversos países. urina de ratos infectados – possuem cepas mais
Sua ocorrência está relacionada às precárias condições virulentas
de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores
infectados É possível a penetração de espiroquetas pela pele
íntegra em contato prolongado com águas poluídas
O homem é ocasionalmente infectado, sobretudo com a urina de roedores rurais ou urbanos
através de enchentes, contato direto ou indireto com
urina de animais infectados, em atividades PATOGÊNESE
ocupacionais ou atividades recreacionais
1. Invasão das barreiras naturais (pele, oral,
O microrganismo é do gênero Leptospira (principais: nasal, conjuntiva – possibilidades: contato ou
Leptospira interrogans e Leptospira borgpetersenii) – ingestão)
bactéria espiralada, altamente móvel, sobrevivem em 2. Leptospira cai na corrente sanguínea
ambientes quentes (28 a 30ºC), com pH neutro ou 3. Disseminação para órgãos e tecidos do
discretamente alcalino (7,2 a 7,6), sensíveis à organismo (fígado, rins, coração e músculo
dessecação, desinfetantes e pH fora do neutro esquelético)
O resultado da infecção está relacionado à virulência desidratação) e insuficiência renal aguda (não
da cepa e à resistência inata do hospedeiro oligúria e hipocalêmica)
FORMA ICTÉRICA
• Utilizado nas fases precoces A terapia antibiótica deve ser iniciada o quanto antes,
• Meio de Korthoff, Fletcher ou Stuart (soro de de preferência nos primeiros cinco dias do início dos
coelho) sintomas
• EMJH (albumina e ácidos graxos)
DIP | Elisabete Louise | P5 4