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BIOMECÂNICA DA

COLUNA E DO DISCO
INTERVERTEBRAL
Profª Alethéa Gomes Nardini
Fibrocartilagem
! Tecido com características intermediárias
entre o tecido conjuntivo denso e a
cartilagem hialina
! Feixes evidentes de espessas fibras colágenas
! Presente nos discos intervertebrais, sínfise
púbica, meniscos dos joelhos e em certos
locais onde os tendões se ligam aos ossos
! A sua presença indica que naquele local o
tecido precisa resistir à compressão e ao
desgaste
Disco Intervertebral – Anatomia
! Núcleo Pulposo:
substância gelatinosa,
contendo 88% de água
! Ânulo Fibroso ou anel
fibroso: constituído por
uma série de lamelas de
fibras colágenas que
estão dispostas em uma
forma espiral
Disco Intervertebral – Função
! Função núcleo:
! Absorção de choques
e equilíbrio de
tensões
! Função ânulo:
! Conter o núcleo
pulposo
! Auxiliar na
estabilização da
coluna, funcionando
como um ligamento
Movimentos do disco intervertebral
! Movimentos:
! Flexão-extensão
! Inclinação de cada lado
! Deslizamento sagital
! Deslizamento transversal
! Rotação direita-esquerda
! Cada movimento é de escassa amplitude. Os
movimentos de grande amplitude são obtidos
pela somatória de numerosas articulações.
! Compressão axial: 75% para o núcleo e 25%
para o anel fibroso.
Forças de compressão sobre o disco
! São mais importantes à
medida que se
aproximam do sacro.
! Indivíduo de 80kg: 37kg
em L5S1
! Somando-se o peso de
uma carga ou
sobrecarga brusca: os
discos inferiores da
coluna lombar são
submetidos a forças que
ultrapassam a sua
resistência.
Comportamento do disco intervertebral
nos movimentos elementares
! Alongamento axial:
aumenta a espessura
do disco, a largura
diminui e a pressão no
interior do núcleo
diminui (tratamento das
hérnias discais).
! Compressão axial:disco
se achata e se alarga, o
núcleo se achata, sua
pressão interna
aumenta.
Comportamento do disco intervertebral
nos movimentos elementares
! Extensão da coluna: a
vértebra superior se
desloca para trás, o
espaço intervertebral
diminui na parte de trás
e o núcleo se projeta
para frente
! Flexão: a vértebra
superior desliza para
frente e o espaço
diminui anteriormente e
o núcleo se desloca
para trás
Comportamento do disco intervertebral
nos movimentos elementares
! Inclinação: a vértebra
superior se inclina para o
lado da inflexão, o núcleo é
deslocado para o lado da
convexidade da curva
! Rotação axial: as fibras
oblíquas opostas ao
movimento entram em
tensão, as fibras que têm o
mesmo sentido do
movimento se distendem, o
núcleo fica fortemente
comprimido e sua tensão
interna aumenta com o grau
de rotação.
Hérnia de disco
! Extrusão de massa
discal que se projeta
para o canal medular
através de uma ruptura
da parede do anel
fibroso
! Epidemiologia:
! 30-50 anos: fase de
degeneração discal
! Pode ocorrer em
qualquer local da coluna
vertebral
! Local + frequente:
lombar(L4/L5; L5/S1)
Hérnia de disco
! A hérnia de disco é
geralmente precedida
por um ou mais ataques
de dor lombar.
Rupturas irradiando-se
patoanatomicamente
são conhecidas por
ocorrer na parte
posterior do anel, indo
em direção a áreas nas
quais as terminações
nervosas descobertas
estão localizadas.
(Nachemson AL,1976)
Hérnias de disco – Fisiopatogenia
Hérnias de disco
! Fisiopatogenia:
! Trabalhos recentes mostram que o
organismo tem capacidade de reabsorver
fragmentos de hérnias extrusas

BARROS FILHO (2003)


Hérnias de disco
! Fisiopatogenia
! O anel fibroso do disco é inervado por
plexo de finas fibras nervosas que
penetram da periferia para o seu interior

HENNEMANN, SCHUMACHER (1997)


Hérnia de disco
! Manifestações clínicas:

! Lombalgia

! Lombociatalgia

! Síndrome da Cauda Equina

! Cervicobraquialgias

BARROS FILHO (2003)


Síndrome da Cauda Equina
! Compressão das raízes

! Anestesia em sela
! Dor súbita
! Perda parcial ou total: função urinária,
intestinal e sexual devido à compressão da CE
na região lombar.

BARROS FILHO (2003)


Hérnia de disco
! Sinais e sintomas
! Dor (com ou sem irradiação) MMSS, MMII
! Parestesias
! Alteração força
! Alteração sensibilidade
! Alteração reflexos
! Dependem da localização da hérnia
Hennemann, Schumacher (1997)
Hérnia de disco
! Causas
! Fatores genéticos
! Trabalho físico pesado
! Postura de trabalho estática
! Inclinar e girar o tronco frequentemente
! Levantar, empurrar e puxar
! Vibrações
Hérnia de disco
! Diagnóstico diferencial:
! Causas mecânicas
! Degenerativas
! Tumorais
! Reumáticas
! Traumáticas
! Infecciosas
! Viscerais
Hennemann, Schumacher (1997)
Hérnias de disco – Tipos
! Prolapso discal : LLP íntegro
! Hérnia extrusa: rompimento LLP
! Migração núcleo pulposo para canal
vertebral
! Hérnia sequestrada: deslocamento para
baixo ou para cima no interior canal

HENNEMANN, SCHUMACHER (1997)


Diagnóstico
! Exames
complementares: RM e
TC
! Não é possível
identificar uma hérnia
no RX!!!
! Rx: alinhamento,
alterações
degenerativas, tumorais
e infecciosas.
Tratamento
! Conservador:
! Eletrotermofototerapia
! Alongamentos
! Pompage
! Fortalecimento, exercícios estabilização
! Reeducação postural
! Tratamento global!
! Cuidados durante os exercícios!!!
Tratamento cirúrgico
! Indicações:
! Falha do tratamento conservador
! Persistência ou progressão do quadro
neurológico (lombociatalgia)
! Indicação de urgência = síndrome da
cauda equina.

HENNEMANN, SCHUMACHER (1997); BARROS


FILHO (2003)
Prevenção
! Evitar qualquer postura por tempo prolongado
! Realizar frequentemente exercícios para manter
a ADM normal, gerando uma postura equilibrada
! Evitar hiperestender o pescoço ou deixar a
cabeça numa posição protraída ou em inclinação
para frente por períodos prolongados
! Realizar exercícios de fortalecimento, para evitar
fadiga muscular, fornecer um suporte para a
coluna lombar, evitando o reaparecimento dos
sintomas
Evitar:
! Movimentos
exagerados:
! Hiperextensão
! Flexão da coluna
! Inclinações e
rotações acentuadas
Orientação postural
! A postura é um fator importante no dia a
dia, para que possamos evitar as dores
musculares e articulares. A má postura por si
só causa dor, ainda mais se estamos
realizando uma tarefa em situação de má
postura, dormindo em colchão inadequado, e
pior ainda, em posição incorreta.
Orientação postural
1. Ande o mais ereto
possível
Orientação postural
2. Evite dobrar o corpo
quando, estando
em pé, realizar um
serviço sobre uma
mesa, balcão,
bancada, levante o
que está fazendo
Orientação postural
3. Quando estiver
sentado, não
cruzar as pernas,
manter as costas
retas, usar todo o
assento e encosto.
Orientação postural
4. Dormir sempre de lado,
com as pernas
dobradas e um
travesseiro no meio,
travesseiro na altura
do ombro, não muito
macio que mantenha a
distância do colchão,
usar colchões com
densidade adequada a
seu peso e altura.
Orientação postural
5. Evitar levantar
pesos do chão,
acima de 20% do
seu peso corporal,
abaixe-se como um
halterofilista.
Orientação postural
6. Não colocar pesos
acima dos ombros
e cabeça em
prateleiras altas,
use um banco.
Orientação postural
7. Não carregue bolsas
pesadas
inutilmente,
durante o dia todo.
Não carregue
bolsas de um
mesmo lado, divida
o peso, carregando
com os dois braços
Orientação postural
8. Evitar torções do
pescoço ou do
tronco, evite
assistir TV e ler na
cama.
Orientação postural
9. Evitar uso prolongado
de sapatos altos, eles
além de provocar
dores nas costas por
interferir no centro de
equilíbrio do corpo
(fig. 9) e consequente
esforço muscular para
equilibrar, (fig.9.a)
também
sobrecarregam a parte
anterior no pé.
Orientação postural
10. Evitar atender ao
telefone ao mesmo
tempo em que
realiza outras
tarefas,
provocando torções
excessivas e
desnecessárias no
tronco
Referências bibliográficas –
Hérnia
! WACHENBERG M et al. Coluna Vertebral:
diagnóstico e tratamento. In: Cohen M,
Abdalla RJ.Lesões nos esportes: diagnóstico,
prevenção e tratamento. Rio de Janeiro:
Revinter;2003.
! HENNEMANN SF, SCHUMACHER W. Hérnias
de disco: revisão de conceitos atuais. In: In:
Barros Filho TEP, Basile Júnior R Coluna
Vertebral: diagnóstico e tratamento das
principais patologias. São Paulo: Sarvier,
1997.

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