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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL / MANIPULAÇÃO / ESTABILIZAÇÃO SEGMENTAR

JOSÉ LIMA
@joselima_fisio
joselima_fisio@hotmail.com
Fone: (43) 999525341
CURSO DE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS DE DISCO
INTRODUÇÃO

As doenças músculo-esqueléticas, com predomínio das doenças da


coluna, são a primeira causa de pagamento de auxílio-doença e a terceira causa
de aposentadoria por invalidez (FERNANDES, 2008). As lesões caracterizadas
por dor na coluna lombar tem adquirido relevante importância nas últimas décadas
por afetar uma parcela importante da população economicamente ativa. Entre
essas enfermidades, está a hérnia de disco lombar.
A coluna vertebral é o segmento mais complexo e funcionalmente
significativo no corpo humano. É o eixo de suporte e movimentação do corpo
humano funcionando ainda como uma proteção óssea para a medula espinhal.
A sustentação é realizada pelos elementos anteriores (corpos
vertebrais, disco, ligamentos longitudinais anteriores e posteriores), e os
elementos responsáveis pela movimentação são os posteriores que são os arcos
neurais e articulações.
A hérnia de disco consiste na propulsão de parte do núcleo pulposo
através do anel fibroso, envolvendo tipicamente um disco que demonstre sinais de
degeneração prévia. O surgimento se dá mais freqüentemente entre os 35 e 40
anos. As causas são variadas: trauma, estresse, genética. Entretanto, as
disfunções posturais são as mais freqüentes. A má postura adquirida pela maioria
da população nas atividades de vida diária é responsável pelo aumento da
pressão intradiscal e conseqüente degeneração do mesmo.
Atualmente o tratamento conservador é a opção mais aceita. O curso
benigno da patologia é reconhecido por vários autores. Em um estudo realizado
por WEBER em 2003, foi constatado que após 4 e 10 anos de lesão discal havia o
mesmo índice de recuperação entre os grupos controle e experimental.
Outros estudos apresentam índice de 90% de sucesso no tratamento
conservador utilizando as modalidades de terapia manual e um programa de
exercícios de estabilização articular e condicionamento postural.

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HÉRNIA DE DISCO

A hérnia discal é o processo de protrusão do núcleo do disco


intervertebral através de rupturas em suas fibras. Pode estar relacionada tanto a
traumas quanto a estresse, geralmente em discos que demonstrem sinais de
degeneração prévia.
Exceto nos casos traumáticos, o surgimento sintomático está
associado com abaixar-se, abaixar-se e erguer um objeto ou tentar ficar em pé
após ter estado numa postura sentada ou de inclinação para a frente. Alguns
pacientes têm uma história que predispõe ao problema de má postura em flexão.
A dor pode aumentar gradualmente quando se passa da inatividade
para a movimentação.
Com a protrusão posterior ou póstero-lateral, os sintomas são
agravados com as atividades que aumentam a pressão intradiscal, como sentar,
inclinar-se para frente, tossir ou esforçar-se, ou ao ficar de pé após posição fletida.
A hérnia é mais comum entre as vértebras lombares L4-L5 e L5-S1 e
cervicais C4-C5, C6-C7 e C7-T1. Alguns estudos reportaram uma forte
predisposição genética na etiologia da degeneração do disco vertebral.
Alterações na hidratação e no colágeno também são fatores
importantes no desenvolvimento da hérnia discal, por reduzirem o efeito
amortecedor. Dessa forma, haverá a transmissão de grande parte das forças que
serão distribuídas assimetricamente.
Ortiz aponta o levantamento de peso como 31,4% das causas, 10 %
para a realização de esportes e 2,7 % para quedas (ORTIZ, 2000).

Segundo KAPANDJI, 2000, a partir dos 25 anos as fibras do anel


fibroso começam a desenvolver degenerações e com isso rasgaduras
intrafasciculares (Figura 1) entre as diferentes camadas. As difusões da
substância nuclear podem ser concêntricas (axiais), mas geralmente são radiais.
As difusões anteriores são raras devido ao reforço pelo ligamento
longitudinal anterior. Já as posteriores são bem freqüentes, principalmente no
sentido póstero-lateral. Dessa forma, ao sofrer a pressão axial e entrar em
esmagamento (Figura 2), uma porção do núcleo pulposo difunde-se, quer para

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frente, quer para trás, podendo alcançar a borda posterior do disco e aparecer
sobre o ligamento vertebral comum posterior, e permanecer bloqueada pelo
ligamento. Nesse caso é possível reintegrá-lo a sua parte no núcleo por meio de
trações vertebrais.

Figura 1- Rasgaduras intrafasciculares (Kapandji, 2000)

Figura 2- Esmagamento por pressão axial (Kapandji, 2000)

CLASSIFICAÇÃO
Vários autores classificam os tipo de hérnia em diferentes formas, de
todas as descritas a que tem maior aceitação é a elaborada por HENNEMANN
(2004):

• Prolapso: se houver fissura radial do anel fibroso, ligamento posterior íntegro;


• Extrusão: se o ligamento posterior romper e o núcleo pulposo migrar para
dentro do canal vertebral;

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• Hérnia seqüestrada: quando um fragmento migra dentro do canal vertebral,
para cima, para baixo ou para o interior do forame.

MECANISMO DE TRAUMA

A hérnia discal traumática resulta de um aumento súbito da pressão


sobre o disco intervertebral através de uma zona de menor resistência do anel
fibroso localizado na região póstero-lateral do corpo vertebral.
Em posição de pé, a nível de L5 e S1, cujo disco suporta as duas
terças partes do peso do corpo, a compressão retransmite do núcleo ao anel a
razão de 28 Kg por cm linear. Na flexão essa força aumenta 87 Kg (CLAVELL,
1989).
KAPANDJI, 2000, descreve que a hérnia discal dita livre, ocorre
quando o núcleo rompe o ligamento vertebral comum posterior podendo liberar-se
no interior do canal vertebral. Ocorre também dele permanecer bloqueado sob o
ligamento, enquanto as fibras do anel se fecham por trás dele e impossibilitando o
regresso. Em outros casos, a hérnia pode ter atingido a face profunda do
ligamento vertebral comum posterior e deslizar para cima ou para baixo, tratando-
se de uma hérnia migratória sub-ligamentar (Figura 3).

Figura 3- Tipos de hérnia de disco (Kapandji, 2000)

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Na flexão anterior de tronco, há diminuição da altura da porção
anterior do disco e afastamento do espaço intervertebral posterior. O núcleo
pulposo é empurrado para trás, através das rasgaduras preexistentes no anel
fibroso. No início do esforço do levantamento, o aumento da pressão axial esmaga
a totalidade do disco intervertebral e empurra para trás a substância do núcleo que
atinge a face profunda do ligamento vertebral comum posterior. A retificação do
tronco estando terminada, a massa herniada é bloqueada sob o ligamento
posterior (Figura 4).

Figura 4- Forças atuantes no disco nos diversos movimentos (Kapandji, 2000)

Nesse momento sobrevém uma dor violenta na região lombar


chamada de lombalgia. Essa dor inicial pode ser regressiva de maneira
espontânea ou através de tratamento, mas quando ocorrem episódios repetidos a
hérnia aumenta de volume, entrando cada vez mais para o canal raquidiano,
entrando em conflito com uma das raízes do nervo ciático (KAPANDJI, 2000).

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SINTOMAS

O primeiro sintoma da hérnia de disco lombar é uma dor aguda, em


queimação e em pontada, que irradia para a parte lateral ou posterior da perna até
abaixo do joelho.
O sintoma de dor surge devido à pressão da protrusão contra
estruturas sensíveis à dor como ligamentos, dura-máter e vasos sangüíneos ao
redor de raízes nervosas. Os sinais neurológicos verdadeiros são fraqueza motora
específica e alterações sensoriais em dermátomos. Os sintomas variam
dependendo do grau e direção da protrusão, assim como o nível da lesão
espinhal.
Com uma lesão posterior ou póstero-lateral pode ser desenvolvida
uma dor na linha média da coluna ou dor se alastrando através da coluna pelas
nádegas e coxas. Uma protrusão posterior extensa pode causar sinais medulares
como perda do controle urinário e anestesias. A protrusão póstero-lateral extensa
pode levar a sinais parciais em medula ou raiz nervosa. Protrusão anterior pode
não haver sinais neurológicos.
O sinal de Lasegue é realizado para que se possa reproduzir a dor
nas costas e pernas, e dessa forma descobrir sua causa. O paciente deverá estar
em decúbito dorsal. Então deve-se elevar a perna do paciente com o joelho em
extensão, até que ele sinta dor. Desse ponto, abaixa-se levemente a perna do
paciente e posiciona-se o pé em dorsiflexão, visando estirar o nervo ciático.
Se ocorrer ausência de dor, a contratura dos isquiotibiais era a
responsável pela queixa anterior; se houver dor na coluna lombar ou no trajeto do
nervo ciático, essa provém do estiramento dele.

Se a hérnia for em L4-L5 comprime a raiz de L5, e a área de dor será:


• Face póstero-externa da coxa e do joelho,
• Face externa do tornozelo,
• Face dorsal externa do pé,
• Face dorsal do pé até o hálux.

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Se a hérnia for em L5-S1 comprime S1, e a área de dor será:
• Face posterior da coxa, do joelho e tornozelo,
• Calcanhar,
• Borda externa do pé até o quinto artelho.
A dor varia também com a mudança de posição. A posição de
decúbito lateral associada à flexão de quadril alivia a dor ciática de L5-S1.
A pressão no disco intervertebral aumenta na posição sentada e
inclinada, e diminui na posição de pé ou deitada, explicando porque a maioria dos
pacientes sentem alívio na postura ereta ou deitada.
No entanto, alguns pacientes sentem alívio na posição em pé ou
sentado e piora em decúbito.

REABSORÇÃO

Um fator relevante a respeito das hérnias de disco é a reabsorção do


disco. Na história natural da hérnia de disco há indicativos da ocorrência do
processo de reabsorção que se segue ao processo inflamatório inicial.
SAAL, 2006, realizou um estudo analisando tomografias
computadorizadas de pacientes antes e após tratamento conservador utilizando
terapia manual de descompressão, tração e exercícios de estabilização. O que se
verificou foi que, dos 11 pacientes analisados, todos obtiveram redução do disco
herniado.
É interessante ressaltar que as maiores hérnias obtiveram os
melhores resultados. Os mecanismo que levam a essa reabsorção não estão
esclarecidos, entretanto alguns autores apresentam algumas hipóteses. No
mesmo estudo citado acima, SAAL sugere que quando o material nuclear é
exposto ao compartimento vascular do espaço epidural e é separado do
compartimento nutricional do disco, o processo de reabsorção começa,
favorecendo a fagocitose do material nuclear. Isto talvez explique porque as
maiores exposições são reabsorvidas mais rápido.

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ANATOMIA DOS LIGAMENTOS E DISCOS

LIGAMENTOS

O ligamento longitudinal anterior é uma faixa fibrosa larga e forte que


recobre e conecta as faces anteriores dos corpos das vértebras e discos
intervertebrais. Esse ligamento, que é mais espesso ao nível dos discos, estende-
se da face pélvica do sacro até o tubérculo anterior de C1 e o osso occipital do
crânio, na frente do forame magno. As fibras do ligamento estão firmemente
fixadas aos discos intervertebrais e ao periósteo dos corpos vertebrais. Esse forte
ligamento mantém a estabilidade das articulações entre os corpos vertebrais e
ajuda a evitar a hiperextensão da coluna vertebral.
O ligamento longitudinal posterior é uma faixa mais estreita, mais
fraca que o ligamento longitudinal anterior. Ele corre ao longo da face posterior
dos corpos vertebrais no interior do canal vertebral. É mais largo na parte de cima
onde é contínuo com a membrana tectória que está fixada ao osso occipital na
face interna do forame magno. Também é largo nas regiões torácica e lombar,
onde está relacionado aos discos intervertebrais. Ele se fixa aos discos
intervertebrais e às bordas posteriores dos corpos vertebrais desde a áxis até o
sacro. O ligamento longitudinal posterior ajuda a evitar a hiperflexão da coluna e a
protrusão posterior do núcleo pulposo do disco.
O ligamento amarelo reúne a lâmina da vértebra vizinha desde a áxis
até o primeiro segmento do sacro. Cada ligamento consta de duas porções
laterais que começam em cada lado das raízes dos processos articulares e se
estendem dorsalmente até o ponto onde as lâminas se encontram para formar o
processo espinhoso. As margens dorsais das duas porções estão em contato,
exceto em pequenos intervalos, ficando à esquerda a passagem de pequenos
vasos. Cada ligamento é constituído por tecido elástico amarelo cujas fibras de
direção quase perpendicular estão inseridas na face ventral da lâmina superior e
na face dorsal e margem superior da lâmina abaixo. Os ligamentos são mais
espessos na região lombar.

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Figura 7- Ligamentos da coluna

DISCO INTERVERTEBRAL

Os discos intervertebrais são placas fibrocartilaginosas que


correspondem às faces articulares dos corpos vertebrais. As superfícies das
vértebras adjacentes, recobertas por cartilagem hialina, são conectadas pelo disco
intervertebral fibrocartilaginoso e por ligamentos.
Desempenham um papel importante nas sustentação do peso e um
papel menor no movimento. Cada disco é composto por um anel fibroso externo
que circunda o núcleo pulposo gelatinoso interno. Os anéis fibrosos inserem-se
nas bordas arredondadas, lisas das faces articulares dos corpos vertebrais.
Os núcleos pulposos estão em contato com as placas de cartilagem
hialina, que estão fixadas às faces articulares rugosas dos corpos vertebrais.
Há discos intervertebrais pouco desenvolvidos entre os corpos das
vértebras sacrais e coccígeas em pessoas jovens, mas geralmente ossificam com
a idade avançada.
O disco mais superior está entre C1 e C2. O disco funcional mais
baixo está entre L5 e S1.
O disco intervertebral está disposto em quatro camadas
concêntricas. A mais externa é composta por uma densa lâmina de colágeno
(Figura 8), a intermediária é uma camada fibrocartilaginosa; uma zona de

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transição e o núcleo pulposo. As lâminas são mais finas e menos numerosas atrás
do que na frente ou lateralmente.

Figura 8- Lâminas concêntricas

A orientação das fibras provê força tênsil ao anel quando a coluna é


comprimida, torcida ou inclinada e ajuda a restringir os vários movimentos da
coluna posterior.
A nutrição difunde-se da medula dos corpos vertebrais para o disco
através das placas terminais. O anel fibroso é suportado pelos ligamentos
longitudinal anterior e posterior.
O núcleo pulposo é mais cartilaginoso que fibroso, sendo
normalmente muito flexível. Possui proteoglicídeos agregados e tem grande
afinidade por água. Quando um disco está sob compressão ele tende a perder
água e absorver sódio e potássio até que sua concentração eletrolítica interna seja
suficiente para prevenir maior perda de água. Quando este equilíbrio químico é
obtido, a pressão interna do disco é igual à pressão externa. A continuação da
aplicação da carga sobre o disco por um período de várias horas resulta em uma
diminuição ainda maior na sua hidratação.
Por esta razão, uma pessoa normal sofre uma redução da altura de
aproximadamente 1 cm durante o curso do dia. Uma vez que a pressão sobre os

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discos seja aliviada, eles rapidamente absorvem água e aumentam seus volumes
e alturas.
Por ser avascular, o disco deve contar com determinados
mecanismos para a manutenção de sua nutrição. Alterações intermitentes na
postura e na posição do corpo alteram a pressão interna do disco, causando uma
ação de bombeamento dentro dele. O influxo e efluxo de água transporta
nutrientes para dentro e remove produtos metabólicos, basicamente
desempenhando a mesma função do sistema circulatório em relação às estruturas
vascularizadas do corpo. A manutenção do corpo em uma posição estática por um
certo período de tempo diminui esta ação de bombeamento e afeta a integridade
do disco intervertebral.

O disco intervertebral é composto por 3 estruturas altamente


especializadas, o ânulo fibroso, o núcleo pulposo e a placa terminal cartilaginosa,
que forma a interface com o corpo vertebral adjacente
O disco intervertebral possui maior espessura na região lombar,
medindo 9 mm. Na coluna dorsal ele mede 5mm e na cervical 3mm. A noção de
proporção do disco em relação à altura do corpo vertebral é fator relevante, pois
essa proporção justifica a mobilidade do segmento vertebral, pois quanto maior
essa proporção, mais importante é a mobilidade. Assim, a coluna cervical é a de
maior mobilidade, visto que a relação disco-corporal é de 2/5; na coluna lombar é

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de 1/3. O segmento menos móvel é o torácico, com proporção disco-corporal de
1/5.
Os esforços exercidos sobre o disco intervertebral são consideráveis,
principalmente quanto mais próximo estiver do sacro (Figura 9).

Figura 9- Pressão intradiscal em diferentes posições (Humphreys, 1999)

Na posição de pé, no disco L5-S1, a compressão vertical exercida


sobre o núcleo se transmite sobre a periferia do anel à razão de 28 Kg por
centímetro linear e de 16 Kg/cm2. Estes esforços aumentam de modo considerável
logo que uma carga em excesso se impõe à coluna.
Na flexão do tronco, a pressão por centímetro quadrado sobe a 58
Kg enquanto que a força sobre o centímetro linear sobe a 87 Kg.
Durante o esforço de endireitamento, estes números aumentam
ainda até atingir 107 Kg/cm2 e 174 Kg por centímetro linear. As pressões podem
atingir valores ainda elevados se uma carga é levantada no decurso do esforço de
endireitamento, no qual se aproximam dos valores do ponto de ruptura.

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ANATOMIA DA MEDULA ESPINHAL E NERVOS ESPINHAIS

MEDULA ESPINHAL

A medula espinhal tem início como uma continuação do bulbo, a


parte inferior do tronco cefálico. Estende-se a partir do forame magno até o nível
da vértebra L2, e tem 42 a 45 cm de comprimento. Ocupa apenas dois terços
superiores do canal vertebral. Está aumentada nas duas regiões para inervação
dos membros, formando as intumescências cervical e lombar.
Durante o período embrionário, a medula espinhal estende-se por
toda a extensão do canal vertebral, e os nervos espinhais formam-se ao nível dos
forames intervertebrais em suas origens. Como a coluna vertebral cresce mais
rapidamente que a medula espinhal, esta relação não persiste, e a coluna
vertebral torna-se maior que a medula. Essa diferença no comprimento da medula
espinhal e da coluna vertebral causa uma obliquidade progressiva nas raízes
nervosa dorsais e ventrais. Assim, o comprimento e obliquidade dessas raízes
aumentam progressivamente à medida que se aproxima da extremidade inferior
da coluna vertebral devido ao aumento da distância entre os segmentos da
medula espinhal e as vértebras correspondentes. Dessa forma, os filamentos
radiculares dos nervos espinhais lombares e sacrais são os mais longos. Eles
descem até atingir seus forames intervertebrais de saída. Esse conjunto de
filamentos radiculares está situado distalmente à vértebra L2 no canal vertebral do
adulto. A extremidade inferior da medula afila-se abruptamente no cone medular e
constitui a cauda equina.

NERVOS ESPINHAIS

São aqueles que fazem conexão com a medula espinhal e inervam


tronco, membros e partes da cabeça. São 31 pares, 8 pares cervicais, 12
torácicos, 5 lombares, 5 sacrais, e 1 coccígeo. Cada nervo espinhal é formado
pela união das raízes dorsal e ventral, que se ligam respectivamente aos sulcos
posterior e lateral anterior da medula através de filamentos radiculares.

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Da união da raiz dorsal, sensitiva, com a raiz ventral, motora, forma-
se o tronco do nervo espinhal (Figura 10), que funcionalmente é misto. O tronco
do nervo espinhal sai do canal vertebral pelo forame intervertebral e logo se divide
em um ramo dorsal e um ramo ventral, ambos mistos.

Fig. 10- Segmento medular mostrando a formação do nervo espinhal (Spence, 1991)

A função dos nervos é conduzir impulsos nervosos do sistema


nervoso central para a periferia (impulsos eferentes) e da periferia para o sistema
nervoso central (impulsos aferentes).
O trajeto de um nervo pode ser superficial ou profundo. Os primeiros
são predominantemente sensitivos, e os segundos, motores. Entretanto, quando
penetra num músculo, o nervo não é puramente motor, pois sempre apresenta
fibras aferentes que veiculam impulsos proprioceptivos originados nos fusos
musculares. Do mesmo modo, os nervos cutâneos não são puramente sensitivos,
pois apresentam fibras eferentes viscerais para as glândulas sudoríparas,
músculos eretor dos pelos e vasos superficiais.

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PLEXO SACRAL

O plexo sacral é formado pelo tronco lombossacral de L4 e L5 e por


S1, S2 e S3 (Figura 11). Estes convergem para a parte caudal do forame ciático
maior e juntam-se sob a forma de um cordão achatado, que continua na coxa,
como nervo ciático. O plexo situa-se sobre a parede póstero-lateral da pelve, entre
o piriforme e os vasos ilíacos internos, imersos no tecido conjuntivo subperitoneal
pélvico.

Fig. 11- Plexo lombossacro (Spence, 1991) Fig. 12- Nervo ciático(Spence, 1991)

O nervo ciático (Figura 12) é o maior nervo do corpo. Inerva a pele


do pé e a maior parte da perna, os músculos posteriores da coxa, todos os
músculos da perna e pé, além de contribuir com fascículos para todas as
articulações do membro inferior. É a continuação da parte principal do plexo
sacral, originando-se de L4, L5, S1, S2 e S3. Sai da pelve através do forame
ciático maior e estende-se da borda inferior do piriforme até o terço distal da coxa,
onde se parte em duas grandes divisões terminais, os nervos tibial e fíbular
comum.

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DERMÁTOMO

É o território cutâneo inervado por fibras de uma única raiz dorsal


(Figura 13). Recebe o nome da raiz que o inerva. Conhecendo-se o mapa de
dermátomos é possível, diante de um quadro de perda de sensibilidade,
determinar se a lesão foi em um nervo periférico, na medula ou nas raízes
espinhais.

Figura 13- Dermátomos dos membros inferiores (Goss, 1988)

Dermátomos dos membros superiores

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BIOMECÂNICA

A coluna vertebral é o segmento mais complexo e funcionalmente


significativo no corpo humano. É o eixo de suporte e movimentação do corpo
humano.
A sustentação é realizada pelos elementos anteriores (corpos
vertebrais, disco, ligamentos longitudinais anteriores e posteriores), e os
elementos responsáveis pela movimentação são os posteriores, que são os arcos
neurais e articulações. A função de proteção é exercida pelos dois elementos.
Pelas diferenças estruturais, são permitidas quantidades variáveis de
movimentos entre vértebras adjacentes nas porções cervical, torácica e lombar.

Movimentos de acordo com os compartimentos articulares

Nestas regiões, duas vértebras adjacentes e as partes moles entre


elas são conhecidas como um segmento motor que é considerado a unidade
funcional da coluna vertebral.

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Unidade funcional da coluna vertebral

Segundo Cosme Guimarães, 1998, terapeuticamente, quatro fontes


naturais de forças são importantes:
• Gravidade ou peso dos segmentos corporais e dispositivos,
• Músculos, produzindo força por contração ativa ou estiramento passivo,
• Resistências externas aplicadas,
• Atrito.
A aplicação dessas forças leva a três conseqüências:
• Compressão articular,
• Tração articular,
• Pressão nos tecidos.
Os músculos se opõem entre si ou trabalham em combinação com
outros em movimentos ântero-posteriores, laterais e rotatórios.
• Músculos posteriores da coluna inseridos na parte superior da pelve exercem
tração para cima posteriormente;
• Abdominais anteriores e oblíquo externo exercem tração para cima
anteriormente;
• Glúteo máximo e isquiotibiais exercem tração para baixo posteriormente;
• Flexores de quadril e iliopsoas exercem tração para baixo anteriormente.
• Um alinhamento defeituoso resulta em sobrecarga e tensão indevida sobre
ossos, articulações e músculos;
• Uma avaliação das posições articulares indica quais músculos estão em
posição alongada e quais em posição encurtada;

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• A fraqueza muscular permite separação das partes onde o músculo está
inserido;
• O encurtamento muscular mantém próximas as partes onde o músculo está
inserido;
Figura 15- Hiperlordose e Retificação

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Traumas e o processo irreversível de envelhecimento reduzem o
poder de reabsorção de água pelos discos, com concomitante decréscimo na
capacidade de absorção de choques.
O conteúdo fluido dos discos começa a diminuir em torno da
segunda década de vida. Um típico disco de um idoso tem seu fluido reduzido em
aproximadamente 35%.
O resultado deste processo inclui uma redução na altura da coluna
vertebral, frequentemente acompanhada de alterações degenerativas nas
estruturas espinhais que são forçadas a assumir as cargas inicialmente aplicadas
nos discos.
Alterações posturais também podem ocorrer. A curvatura lordótica
normal pode ser reduzida por uma tentativa do indivíduo em aliviar a compressão
nas facetas articulares mantendo uma postura de flexão da coluna.

HÉRNIA OU PROTRUSÃO DISCAL DO DISCO INTERVERTEBRAL

Relacionada principalmente a posturas inadequadas que causam


alterações na mecânica do disco, deslocando o núcleo posteriormente fazendo
compressões nas raízes nervosas. Podem ter como causas ainda, um trauma
mecânico, idade e doenças autoimunes que podem levar a lesões nos ossos,
ligamentos e articulações da coluna vertebral.

Os discos intervertebrais perdem hidratação e altura, aumentando


seu diâmetro sobrecarregando e deformando os ligamentos que se calcificam,
constituindo crescimentos ósseos anormais, os osteófitos, que, conforme a
localização podem fazer compressão dos nervos próximos, Justificando a
sintomatologia.

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AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DE POSICIONAMENTO
Leis da Boa Postura

• Lei do equilíbrio: visa atingir o máximo de equilíbrio, para uma melhor


distribuição das cargas corporais.
• Lei da economia: visa manter o máximo de equilíbrio utilizando o
mínimo de energia.
• Lei do conforto: o homem não consegue viver com informações
nociceptivas, então sempre que houver um abalo de estrutura, uma
compensação reflexa.

Vista Anterior:

Após observar o indivíduo corretamente, verificar:


1. Pés – Plano, cavo ou neutro
2. Joelhos – Varo, valgo, ou neutro.
3. Quadril – Alinhamento horizontal das EIAS.

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ALTERAÇÕES NA VISTA ANTERIOR
Linha do quadril

Vista anterior do quadril

Na linha do quadril deve ser observado se existe alteração relacionada


com elevação da asa ilíaca direita ou esquerda ou rotação à direita ou à esquerda.

Vista anterior dos joelhos

A rotação lateral do joelho causa: Geno varo.


- No joelho uma hiper pressão patelar;
- No quadril uma insuficiência de cobertura das cabeças femorais;
- Aumento da pressão anterior sobre o acetábulo, que levará à extensão
do osso ilíaco;
- Verticalização do osso sacro;
- Dorso e nádegas planas.

A rotação medial do joelho causa: Geno valgo.


- Rotação medial do quadril;
- Uma flexão anterior da assa ilíaca,
- Extensão do osso sacro,
- Aumento do ângulo sacral e hiperlordose.

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Linha dos joelhos
As alterações na linha dos joelhos são a nível rotacional lateral ou
medial.

Pedir para que o paciente aproxime os membros inferiores e observar se


os maléolos ou os côndilos se tocam primeiro.
O espaço que existir entre os joelhos ou os maléolos tem como valor de
referência de normalidade de 6 cm.

Valgo- os côndilos se tocam primeiro Varo- os maléolos se tocam primeiro.


Normal- os côndilos e maléolos se tocam ao mesmo tempo.

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CURSO DE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS DE DISCO
AVALIAÇÃO DOS PÉS

Pé Plano ou pé Cavo
Arco longitudinal

É utilizada para identificarmos e classificarmos do tipo de pé do paciente.


Teremos como pontos ósseos o maléolo medial, o tubérculo do navicular
e a cabeça do 1° metatarso.

Vista Posterior:

1. Quadril – Alinhamento horizontal das EIPS.


2. Coluna – Desvios laterais e gibosidades/saliências paravertebrais.
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ALTERAÇÕES NA VISTA POSTERIOR
Quadril
Observar se há inclinação ou rotação.

Vista posterior do quadril

Vista Lateral.

Após observar o indivíduo corretamente, verificar:


1. Joelho – Hiper estendido, flexionado ou neutro.

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2. Anteversão, retroversão, neutra.
3. Coluna lombar – Hiperlordose, retificação ou neutra.

ALTERAÇÕES NA VISTA LATERAL

Alterações na região lombar


As alterações da coluna na região lombar são: retificação da lordose
lombar ou a hiperlordose lombar. A hiperlordose lombar é caracterizada pela
acentuação da curvatura da coluna lombar, e a retificação caracterizada pela
diminuição ou a inversão d curvaturas do seguimento da coluna lombar.

Vista lateral da coluna lombar

Alterações ao nível de joelhos


Na vista lateral observamos se o avaliado possui geno recurvato ou geno
flexo, de acordo com o nível de arqueação do joelho.

Geno recurvato
É a projeção do(s) joelho(s) para trás da linha de gravidade

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Geno flexo
È a projeção do(s) joelho(s) à frente da linha de gravidade

Teste da posição da Pelve


Altura das cristas ilíacas- Anteversão e Retroversão

1. Partindo das cristas ilíacas.


2. Palpar posteriormente EIPS e medir 3 dedos para baixo- EIPI.
3. Palpar EIAS.

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Interpretação:
• EIAS mais alta que a EIPI= Retroversão.

• EIAS mais baixa que a EIPI= Anteversão.

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CLASSIFICAÇÃO DAS DISCOPATIAS NO EXAME DE RNM DE ACORDO COM
A LOCALIZAÇÃO E ESTRUTURA LESADA

ALTERAÇÃO DE CONTINENTE OU CONTEÚDO

HÉRNIAS AXIAIS OU RADIAIS

HÉRNIAS RADIAIS

REGIÃO CERVICAL - Estenose do canal medular e forâmem

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REGIÃO LOMBAR

Hérnia discal e Estenose foraminal e do canal medular

HÉRNIAS AXIAIS

Nódulo de Schmorl:

Os Nódulos de Schmorl são pequenas depressões na superfície dos


corpos vertebrais, onde pode acontecer a herniação e o deslocamento do tecido
dos discos intervertebrais para os corpos vertebrais adjacentes.

Vértebra Limbo:

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LESÃO VERTEBRAL TIPO MODIC

A lesão vertebral tipo Modic é uma alteração com características


inflamatórias e degenerativas da superfície da placa terminal no platô vertebral.
Essas alterações do platô vertebral foram classificadas por Ross e Modic
baseados nas alterações encontradas nos exames de RNM e Raio-X,
apresentando hiposinal nas seqüências ponderadas em T1, e hipersinal nas
seqüências ponderadas em T2 e demonstra esclerose subcondral nas faces
vertebrais nas radiografias.

CAUSA DA LESÃO TIPO MODIC

Para justificar uma possível causa para as lesões responsáveis pelas


dores crônicas na região lombar em um número significativo da população ativa
mundialmente, um grupo de pesquisadores da Dinamarca (Albert, Sorensen,
Christensen e Manniche), publicaram artigo muito bem fundamentado chamado:
“O tratamento com antibióticos em pacientes com dor crônica lombar
e edema ósseo vertebral Modic”

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CRURALGIA
A Cruralgia é uma dor de origem nervosa causada por alterações das
estruturas na origem ou trajeto do nervo crural (antigamente nervo femoral). É
uma patologia similar a nevralgia cervicobraquial ou ciatalgia.
A dor nervosa que atinge a parte externa do quadril, a região inguinal
e a face anterior da coxa é devida à uma compressão ou à uma irritação nervosa.
Também, pode ser acompanhada de parestesias ao nível dos membros inferiores
e de diminuição de força muscular.
A dor se situa na parte externa do glúteo, face anterior da coxa e/ou
à face interna do joelho, será a raiz L3 do nervo crural que estará implicada.

O tratamento consiste na devolução da mobilidade das vértebras


L2/L3/L4 onde emerge o nervo crural, descomprimendo o primeiro ou segundo
desfiladeiro.
O tratamento vertebral pode ser uma manipulação estrutural ou uma
técnica funcional de liberação miofascial ou alongamento.
o musculo psoas é frequentemente implicado nas cruralgias, requerendo
uma abordagem via lombares nas quais se insere ou via abdómen ao nível das
fossas ilíacas ( Abaixo e lateralmente em relação ao umbigo).

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CLASSIFICAÇÃO QUANTO A LOCALIZAÇÃO

DESCOMPRESSÃO COMPARTIMENTAL

 HERNIA DE OMBRO
 DOR REDUZ COM
LATERALIZAÇÃO PARA
O LADO CONTRÁRIO DA
HERNIA

132 José Lima - 2014

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DESCOMPRESSÃO COMPARTIMENTAL

 HERNIA AXILAR
 DOR REDUZ COM
LATERALIZAÇÃO
PARA O MESMO
LADO DA HERNIA.

133 José Lima - 2014

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ESTATÍSTCA DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS LOMBALGIAS E
LOMBOCIATALGIAS ATRAVÉS MENSURAÇÃO DA LORDOSE LOMBAR

PERFIL – NORMAL PERFIL - ↓ LORDOSE PERFIL - ↑ LORDOSE

Foram examinados e mensurados a lordose lombar de 313 indivíduos


que apresentavam dores lombares e/ou dor irradiada para membro inferior

O SURGIMENTO SE DÁ MAIS FREQUENTEMENTE ENTRE OS 30 E 40 ANOS.

Número de casos por faixa etária

91 a 100 2
81 a 90 4
71 a 80 17
61 a 70 36
51 a 60 39
41 a 50 48
31 a 40 73
21 a 30 68
10 a 20 26
0 10 20 30 40 50 60 70 80

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PERCENTUAL DAS ALTERAÇÕES POSTURAIS EM RELAÇÃO AO SEXO

88 = 44% 6 2 = 31%
56 = 50%
Normal
90
Hiperlordose
80
37 = 33%
70 51 = 25% Retificação
60

50 Retificação

40 51 = 25%
30 Hiperlordose

20

10 Normal

Feminino = 201 Masculino = 112

PERCENTUAL EM RELAÇÃO À ALTERAÇÃO POSTURAL


100
88
90 85
80

70

60
51 49 Lombalgia
50

40 Ciatalgia

30

20 15
12
10

0
Normal = 70 Retificação = 118 Hiperlordose = 125

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TRIDIMENSIONALIDADE DAS PATOLOGIAS LOMBARES

Após a mensuração foi observado que:


 Das lombalgias associadas à alguma alteração postural, 88%
apresentavam hiperlordose;
 Das ciatalgias associada à alguma alteração postural, 85% apresentavam
retificação da lordose lombar
 23% não mostraram nenhuma alteração postural.

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CURSO DE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS DE DISCO

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE ACORDO COM A ESTRUTURA


COMPROMETIDA

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DIAGNÓSTICO ATRAVÉS DO EXAME CLÍNICO


INSPEÇÃO
Posição antálgica em flexão ou inclinação lateral, suspeitar de lesão discal.
PALPAÇÃO
• Espinhosa dolorida;
• Posterioridade;
TESTE DE MOBILIDADE

 Dor
 Amplitude de movimento
 Irradiação para os membros inferiores

 Inclinação Lateral
 Flexão
 Extensão
 Rotação

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TRATAMENTO

A opção pelo tratamento conservador ganhou ênfase com o estudo


de WEBER (2013). SAAL descreve em 1996 a história natural da hérnia de disco
tratada sem cirurgia.
Ele conclui que a hérnia de disco lombar tem um prognóstico
favorável para a maioria dos pacientes, principalmente naqueles submetidos a um
programa de terapia manual e atividade física.
Exercícios terapêuticos, como alongamento e treinamento de força
da musculatura da coluna, têm produzido resultados interessantes devido ao
retorno da capacidade funcional ser mais rápido do que nos pacientes
sedentários.

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A inatividade, apesar de grande efeito na redução da dor, leva ao
descondicionamento, perda de minerais, transtornos sócio-econômicos e perda da
motivação.

LIBERAÇÃO MIOFASCIAL E ALONGAMENTO DO GRUPO MUSCULAR


ENCURTADO - DESCOMPRESSÃO COMPARTIMENTAL.

 ANTERIOR - DISCO
 POSTERIOR – SINDROME INTERFACETÁRIA

Mobilização e alongamentos das cadeias musculares para reduzir o tônus e


desativar o padrão.

PROGRAMA DE TERAPIA MANUAL E CINESIOTERAPIA

PRIMEIRA FASE: DESATIVAÇÃO DO PADRÃO

 Alongamento do Grupo muscular encurtado.


 Descompressão do compartimento alterado.

TECNICA DE RELAXAMENTO MIOFACIAL DA COLUNA VERTEBRAL.

Pompage da cervical.

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Alongamento do Trapézio em flexão lateral

Tração em Rotação

DESCOMPRESSÃO COMPARTIMENTAL DISCO INTERVERTEBRAL

POMPAGE - TRAÇÃO EM DESCOMPRESSÃO


DIRECIONAMENTO POSICIONAL DO DISCO

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TRAÇÃO COM CINTOS AUXILIARES PARA CERVICAIS RÍGIDAS

COM A FITA OCCIPITAL

COM O CINTO DE TRAÇÃO MENTO - OCCIPITAL

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ALONGAMENTO DO TRAPÉZIO SUPERIOR E PARAVERTEBRAIS

AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DA COLUNA LOMBAR

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PRIMEIRA FASE: LIBERAÇÃO MIOFASCIAL

DIAGNÓSTICO
 O diagnóstico é a parte mais importante do tratamento.
 Deve ser bem feito e direciona o tratamento.
 Um bom tratamento só é possível através de um bom diagnóstico.

INSPEÇÃO
Posição antálgica em flexão ou inclinação lateral, suspeitar de lesão discal.

TESTE DE MOBILIDADE
 Dor
 Amplitude de movimento
 Irradiação para os membros inferiores
 Inclinação Lateral
 Flexão
 Extensão
 Rotação

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CURSO DE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS DE DISCO

LIBERAÇÃO MIOFASCIAL E ALONGAMENTO E MOBILIZAÇÃO DA COLUNA


LOMBAR.
COMPARTIMENTO ANTERIOR – HÉRNIA DE DISCO.

COMPARTIMENTO POSTERIOR – SINDROME INTERFACETÁRIA

Abertura facetária

138 José Lima - 2014

LIBERAÇÃO, ALONGAMENTO E MOBILIZAÇÃO DOS MÚSCULOS QUE


INTERFEREM NA COLUNA LOMBAR.

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LIBERAÇÃO MIOFASCIAL. ÍLIO – PSOAS VENTRE MUSCULAR

ÍLIOPSOAS - ALONGAMENTO

QUADRADO LOMBAR - DECÚBITO VENTRAL E LATERAL

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EM DECÚBITO LATERAL – MANOBRA COM O CINTO DE TRAÇÃO PARA


DIRECIONAMENTO DO DISCO E MOBILIZAÇÃO VERTEBRAL

PARAVERTEBRAIS

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Alongamento do Ílio-psoas – Extensão/lateralização lombar

EM DECÚBITO DORSAL

COM O CINTO AUXILIAR.

MANIPULAÇÃO VERTEBRAL

Na Fisioterapia atual existem várias técnicas de terapia manual,


manipulação e mobilização articular, poderíamos citar algumas, a Quiropraxia,
osteopatia, Maitland, Cyriax e outros. O mais importante está nos resultados
destas técnicas, na melhora sintomática e disfuncões do paciente. Todas terão
resultados de acordo com a prática e experiência do Fisioterapeuta. Muitos
pesquisadores tiveram resultados que explicam cientificamente os resultados,
onde podemos citar:

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Kisner & Colby relatam que a mobilização das articulações é usada
para tratar disfunções articulares, como rigidez e a hipomobilidade articular, já
Maitland, diz que as técnicas manuais utilizam movimentos passivos executados
dentro da capacidade do paciente, promovendo um estiramento capsular que tem
como objetivo proporcionar alívio da dor e aumento dos movimentos funcionais.

Kalterborn diz que os movimentos articulares podem ser realizados


de forma gradual, que resultam na inibição do espasmo muscular, diminuição da
dor reflexa e diminuição de edema, nesta modalidade os mecanoceptores são
estimulados, diminuindo a aferenciação nociceptiva.

Andrews tailor Still definiu que a estrutura governa a função,


restabelecendo a estrutura a função retorna a normalidade.

David Palmer por sua vez, afirma que o sistema nervoso que passa
pela coluna vertebral controla todas as funções do nosso corpo através dos
nervos; As subluxações podem interferir no funcionamento do nosso corpo pela
interferência nos nervos, desta forma os ajustes vertebrais normalizam o sistema
nervoso.

James Cyriax constatou que técnicas mobilizatórias e manipulatórias


podem restaurar uma protusão discal, reduzindo o conflito disco e nervo.

Bienfat diz que a lesão osteopática é uma tensão fascial, que em


uma articulação puxa um segmento móvel para sí e impede a mobilidade. A
manipulação normaliza os desarranjos articulares.

Indicações

As algias vertebrais são o motivo mais freqüente de consulta, tais


como torcicolos, cervicalgias, dorsalgias, lombalgias agudas e crônicas,
desequilíbrio da pelve, síndrome do piriforme (falsa ciática), hérnias discais.

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Explicação Neurofisiológica da Lesão Somática vertebral

Admite-se hoje que a lesão somática vertebral está associada a um


segmento facilitado da medula, mantido neste estado pelos impulsos endógenos
que chegam à medula pela raiz dorsal correspondente.

Todas as estruturas que recebem fibras eferentes oriundas deste


nível facilitado são, por conseqüência, submetidas a uma inibição ou a uma
excitação excessiva. Os Fusos Neuromusculares (FNM), são elementos chave da
lesão: eles são sensíveis ao alongamento muscular não adaptativo, e continuam
descarregando durante todo o tempo em que são estimulados mecanicamente.

Por exemplo, em caso de aproximação brusca e imprevista das


inserções musculares de uma vértebra (um movimento em falso), os FNM vão se
tornar repentinamente silenciosos - o SNC vai adaptar mandando impulsos
excitatórios para as fibras intrafusais através dos motoneurônios gama, até que os
fusos se tornem novamente emissores de sinais. Isso vai manter o encurtamento
muscular, impedindo a volta da vértebra à posição inicial.

Assim, cria-se um espasmo que fixa a lesão. Quanto mais tentarmos


estirar o músculo, mais ele resistirá pelo aumento da atividade alfa.

Esses problemas articulares constituem as lesões, que associam:

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1. Sensibilidade ou hiperestesia dos tecidos paravertebrais e dos tecidos
infrajacentes (pele, músculo, tecidos conjuntivos);

2. Modificações do comportamento muscular - rigidez, contrações prolongadas,


limiares reflexos mais baixos.

3. Perturbações neurovegetativas, com modificações da textura dos tecidos


supraespinhosos, perturbações da vasomotricidade, alteração das funções
viscerais.

4. Dor local ou projetada, em função do dermátomo e do miótomo correspondente.

5. Restrição de mobilidade articular.

ALTERAÇÕES OBSERVADAS NAS DISFUNÇÕES SOMÁTICAS VERTEBRAIS

Três parâmetros do metâmero permitem diagnosticar a disfunção somática:

1º - dor na espinhosa (esclerótomo);

2º - dermalgia reflexa no território (dermátomo);

3º - alteração no tônus muscular (miótomo).

A Lesão Somática Vertebral está associada à hipomobilidade e


hipermobilidade. No corpo, toda perda de mobilidade articular (hipomobilidade) de
um elemento se faz em prejuízo de outra zona, que deverá compensar esta falta
de mobilidade com um hiperfuncionamento (hipermobilidade). Esta zona de
hipermobilidade pode ser supra ou subjacente à fixação articular.

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Características da zona de hipomobilidade:

• - espasmo muscular e aderências

• - fixação articular;

• - espontaneamente assintomática, porém apresenta dor à palpação;

• - detectada por testes de mobilidade comparativos.

Características da zona de hipermobilidade:

• Inflamação dos tecidos periarticulares (músculos, ligamentos, cápsulas


articulares)

• Edema e anóxia

• Irritação das raízes nervosas

• Dores espontâneas

A TERAPIA MANUAL DE ALTA VELOCIDADE E BAIXA AMPLITUDE - AVBA

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Biomecânica Vertebral

• Neutralidade

As vértebras estão
em apoio disco-
corpo, as facetas
articulares estão
inativas.

Flexão

• Divergência

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EXTENSÃO

• Convergência

Látero flexão

• Núcleo pulposo
vai para o lado da
convexidade.
• Facetas deslizam
em divergência na
convexidade e em
convergência na
concavidade.

Rotação

• Deslizamento
horizontal das
facetas da vértebra
sobre a subjacente.
• Durante uma
inclinação lateral
ou rotação estes
movimentos são
indissociáveis.

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Leis Osteopáticas de Fryette

• 1ª Lei
Quando a coluna
está em posição
neutra, a látero
flexão é
automaticamente
seguida por uma
rotação contrária.

2ª Lei

• Quando a coluna
está em flexão ou
extensão a látero
flexão e rotação
acontecerão para o
mesmo lado.

AS DISFUNÇÕES SOMÁTICAS VERTEBRAIS

ABREVIATURAS
• F – flexão
• R – rotação
• S – side-bending (inclinação
lateral)
• E – extensão
• N - neutra

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Disfunção somática FRS

• A vértebra estará em flexão, rotação e


inclinação lateral para o mesmo lado;
• A articulação está fixa em divergência do lado
oposto à posterioridade;
• A lesão está fixa por um espasmo do
intertransversário, feixe do curto lamelar e do
transverso-espinhoso.

EXEMPLO DE UMA FRSD

• Processo espinhoso desviado a


esquerda;
• Processo espinhoso próximo à
vértebra de cima;
• Processo espinhoso dolorido à
palpação;
• Processo transverso direito
posterior e esquerdo anterior;

Disfunção em ERS

• A vértebra estará em extensão, rotação e


inclinação lateral para o mesmo lado;
• A faceta articular estará fixa em convergência
do mesmo lado da rotação;
• A lesão está fixa por um espasmo do
intertransversal transverso-espinhoso e feixe
do curto lamelar.

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CURSO DE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS DE DISCO

EXEMPLO DE UMA ERSD

• Processo espinhoso
doloroso à pressão;
• Processo espinhoso
próximo à vértebra de
baixo;
• Processo espinhoso
desviado à esquerda;
• Processo transverso
direito posterior;

AVALIAÇÃO E TRATAMENTO MANIPULATIVO DA COLUNA CERVICAL

DISFUNÇÕES SOMÁTICAS DA COLUNA CERVICAL DE C3 A C7

DISFUNÇÃO ERS, POSTERIORIDADE OU ROTAÇÃO.

• O parâmetro maior é a rotação;

• À palpação sentiremos uma posterioridade e dor na região posterior;

• As manipulações têm um parâmetro maio em rotação;

• Movimentos dolorosos: em flexão e rot. para o lado oposto.

DISFUNÇÃO FRS OU LATERALIDADE

• O parâmetro maior é a lateroflexão;

• À palpação sentiremos uma lateralidade, sensação de um nódulo lateral e


dor anterior e lateral;

• As manipulações têm um parâmetro maior em lateroflexão;

• Movimentos dolorosos em extensão e lateroflexão para o lado oposto.

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CURSO DE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS DE DISCO
Palpação

 Espinhosa dolorida;

 Posterioridade

 Lateralidade

TOPOGRAFIA DA COLUNA CERVICAL

• C1: entre a apófise mastóide e a mandíbula;

• C2: primeiro processo espinhoso palpável a partir do occipital;

• C3: na mesma altura do osso hióide;

• C4-C5: cartilagem tireóide;

• C6: primeiro anel cricóide;

• C7: espinhosa mais saliente que anterioriza na ext. cervical

PALPAÇÃO DO OSSO HIÓIDE OU


NA LINHA DO MENTO

156 José Lima - 2013

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CURSO DE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS DE DISCO

PALPAÇÃO DA
CARTILAGEM TIREÓIDE

157 José Lima - 2013

PALPAÇÃO DA
CARTILAGEM CRICÓIDE

158 José Lima - 2013

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CURSO DE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS DE DISCO
TESTES CERVICAIS

• Testes ortopédicos: Jackson, Klein, Adson, Éden, Wright

• Artéria vertebral:
– Antes de realizar um thrust cervical, sempre fazer o teste de Klein:

Manipulação da coluna cervical


Técnica Semi-direta.
Disfunção Somática ERS, posterioridade a D.

Disfunção Somática FRS, lateralidade a D

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CURSO DE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS DE DISCO
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DA COLUNA LOMBAR

DIAGNÓSTICO

 O diagnóstico é a parte mais importante do tratamento.


 Deve ser bem feito e direciona o tratamento.
 Um bom tratamento só é possível através de um bom diagnóstico.

INSPEÇÃO

Palpação
 Espinhosa dolorida;
 Posterioridade

TESTE DE MITCHEL

• Busca da posterioridade;
• Comportamento da posterioridade;
• Flexão e extensão.
• ERS – a posterioridade some na extensão
• FRS – a posterioridade some na flexão

Teste Biomecânico

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CURSO DE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS DE DISCO
MANIPULAÇÃO DA COLUNA LOMBAR EM ROLAMENTO

Manipulação Rolamento Lombar em FRS.

Manipulação Rolamento Lombar em ERS.

ESTABILIZAÇÃO SEGMENTAR - EDUCAÇÃO DO PACIENTE

 Contração dos estabilizadores.


 Contração isométrica associado a respiração.

 Determinar localização e explicar como contrair os


músculos profundos (estabilizadores), sem contrair os
dinâmicos que são mais fortes e superficiais

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CURSO DE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS DE DISCO
ESTABILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL.

Para uma estabilidade global, deve existir uma normalidade e


sintonia entre os três sistemas, assim existe um controle da zona neutra e também
no final da amplitude de movimento, o sistema passivo tem a capacidade de
controlar principalmente o final da ADM, o sistema muscular e o controle motor
são responsáveis pelo controle da zona neutra.
A falta de controle na zona neutra pode levar a sobrecarga das
estruturas da coluna vertebral devido à instabilidade segmentar, os sistemas são
independentes e podem compensar a deficiência do outro.

Feedback – Ativação durante movimentos do tronco.

A musculatura profunda, estabilizadora, é ativada sempre de 30 à 100 ms antes


da musculatura dinâmica entrar em ação.
A musculatura estabilizadora quando ativada com o tronco instável, como um
movimento com o MS por exemplo, provoca uma ativação previa do transverso
(feedforward), que depende da quantidade de perturbação na coluna e da
velocidade do movimento.
Os grupos musculares devem ser divididos em duas modalidades, estabilizadores
e mobilizadores.

FUNÇÃO

Estabilizadores Mobilizadores

- Controlam e mantem as curvas - Grande torque e grande alavanca


da coluna
- Provêem estabilidade - Função rápida, balística e fásica
- Propriocepção e função tônica - Controlam e orientam o gesto
- Inibidos na disfunção - Hiperativos e encurtados na disfunção

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CURSO DE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS DE DISCO
CONDICIONAMENTO DO CONTROLE MOTOR PÉLVICO E
CERVICOESCAPULAR

 Contração dos estabilizadores.


 Contração dos funcionais.
 Exercícios que exigem mais dinâmica, perturbação e
equilíbrio.
 Propriocepção para correção das disfunções

EM DECÚBITO DORSAL.
CADEIA ANTERIOR
Levantamento do MI, MS ou os dois.

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Avalia a habilidade dos músculos suportar e manter a coluna parada durante um
gesto funcional, se existir movimentos rotacionais de tronco ou desvios laterais,
significa um padrão disfuncional.

CADEIA POSTERIOR
Exercicio de contração dos estabilizadores posteriores, multífidus, trapézio
médio, inferior e romboide. Estabilizadores escapulares e pélvico
Elevação do quadril associado com MI e MS.

PRANCHA POSTERIOR

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CURSO DE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS DE DISCO
EM DECÚBITO VENTRAL

POSIÇÃO DE GATO
Posição de gato associada com elevação de MI e MS.
Avalia a capacidade e condiciona os músculos estabilizadores em sintonia com os
dinâmicos posturais, durante a realização de movimentos de grande amplitude,
equilíbrio e força de sustentação.

PRANCHA ANTERIOR

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 PROPRIOCEPÇÃO POSTURAL
 EQUILIBRIO E ISOTONIA DAS CADEIAS
 ESTIMULAÇÃO DA CONSCIÊNCIA POSTURAL

SENTADO
Controle lombo-pélvico sentado
Esta posição avalia a qualidade muscular no controle lombo-pélvico, estão
ativados os multífidus, transverso de abdômen, além dos músculos dinâmicos.

Exercício par controle pélvico-torácico sentado

Com os MMSS em posições variadas e contração isométrica, os MMII em


Abdução com pressão plantar, mantem por três expirações.

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CURSO DE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS DE DISCO
EM ORTOSTATISMO
PROPRIOCEPÇÃO POSTURAL, ESTABILIZAÇÃO LOMBAR E PÉLVICA,
CONTROLE MOTOR.
SEM RESISTENCIA

COM RESISTENCIA EM ABD DE MMII

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