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Micobactérias

Profa Renata O R Calixto


Disciplina: Microbiologia
IFRJ- Campus Realengo
Características
• Bactérias aeróbicas estritas em forma de
bastonete
• Não possuem flagelo
• Não formam esporos
• Micro-organismos intracelulares
• Velocidade de crescimento variada entre as
espécies  diferenciação

M. leprae não é cultivável em laboratório


Características
• Maioria saprófitos
• Patógenos:
• Mycobacterium tuberculosis  tuberculose
• Mycobacterium leprae  hanseníase
• Mycobacterium avium-intracellulare (complexo M.
avium ou MAC) e outras micobactérias  patógenos
oportunistas (pacientes com AIDS)
Características
• Temperatura de crescimento é variável
• M. leprae, < 37oC
• Bacilos “álcool-ácido resistentes”: resistem a
coloração por ácido ou álcool
• Retém a fucsina básica pela parede celular
• Método de Ziehl-Neelsen
Parede celular
• Peptidioglicana: ácido N-glicolilmurâmico
• 60% da parede:
• lipídeos constituídos de ácidos graxos de cadeia longa incomuns,
com 60 a 90 átomos de C

Ácidos micólicos
• Lipídeos livres e algumas proteínas
• Lipídeos: epítopos passíveis de reconhecimento pelo hospedeiro

• Dificulta a passagem de agentes antimicrobianos


• Resistência a dessecação, álcalis e outros desisfetantes
Parede celular
Características
• 125 espécies de Mycobacterium, muitas
saprófitas
• Manifestações clínicas decorrem da resposta
imunológica do hospedeiro
• Hipersensibilidade do tipo tardia  imunidade
mediada por células
Mycobacterium tuberculosis
• Bastonetes retos e finos
• Meios artificiais: formas cocóides e filamentosas, com
morfologia diferenciada entre as espécies
• Fracamente coradas pelo método de Gram
• Álcool-resistentes
• Esfregaços de escarro ou cortes de tecidos  fluorescência
amarelo-alaranjada após coloração  colorações preferencias
Mycobacterium tuberculosis
• Micro-organismos aeróbicos obrigatórios
• Aumento da tensão de CO2, intensifica o crescimento 
crescimento mais lento
• 18h para duplicação
• Formas saprofíticas: crescem bem entre 22 e 33oC, produzem
pigmento e são menos ácido resistentes
• Resistência a agentes químicos  natureza hidrofóbica
da superfície celular e ao crescimento agregado
• Variação:
• Aspecto das colônias
• Pigmentação
• Virulência
• Temperatura
• Patogenicidade
Tuberculose
A doença - tuberculose
Sintomas mais comuns
• Tosse com secreção
• Febre (ao entardecer)
• Suores noturnos
• Falta de apetite
• Emagrecimento
• Cansaço fácil
• Dificuldade na respiração, eliminação de sangue
e acúmulo de pus na pleura pulmonar  casos
mais graves
Patogenia
Resposta Imune
Fluxograma do diagnóstico
Diagnóstico
Baciloscopia
• Diagnóstico presuntivo e rápido  coloração de Ziehl-Neelsen
• Exame realizado com o escarro do paciente suspeito, colhido
em recipiente estéril
• Realizado pela manhã, com paciente em jejum e boa higienização
oral
• Exame é gratuto pelo SUS
• Cultura: meio de Lowenstein-Jensen
• Descontaminação da amostra: hidróxido de sódio (escarro e
urina)
Tratamento
• Prevenção usual  vacina BCG, aplicada nos primeiros 30 dias
de vida proteção contra as formas mais graves da doença
• Segundo a OMS  tratamento de curta duração
• 2 primeiros meses:
• Isoniazida + rifampicina + pirazinamida + estreptomicina
• Pelo menos mais 4 meses:
• Isoniazida + rifampicina
• Drogas de 1ª linha (bactericidas)  menor toxicidade que as de
2ª linha (bacteriostáticas)
• Drogas de 2ª linha: M. tuberculosis multiresistente (MDR-TS)
• Fundamental a não interrupção do tratamento, mesmo que
haja o desaparecimento dos sintomas
http://redetb.org/mapa-tuberculose-no-mundo/157-esrimativa-global-de-tuberculose-em-2010/1580-estimativa-global-de-tuberculose-em-2010
Números da doença
• 1/3 da população infectada
• 45 milhões de brasileiros estão infectados
• 5 a 10% dos infectados contraem a doença
• 30 milhões podem morrer nos próximos 10 anos
• 6 mil brasileiros morrem da doença por ano

Tuberculose resistente
• Principal preocupação em relação a doença
• Resistência aos medicamentos  causa principal
• Tuberculose resistente pode desencadear uma nova onda da
doença virtualmente incurável em todo mundo
Mycobacterium leprae
• Agente etiológico da lepra – Mal de Hansen – Hanseníase
• Parasita intracelular obrigatório
• micro-organismo de baixa patogenicidade
• Temperatura ótima de crescimento: 30oC – prefere ´regiões
mais frias do corpo
• É capaz de crescer no SN periférico
• Período de geração: 12 dias
• Não apresenta crescimento in vitro
• Tatu – hospedeiro zoonótico – infectado em estado selvagem
Patologia da hanseníase
A doença - Hanseníase
• Diferentes formas:
• Indeterminada
• Tuberculóide (neural)
• Lepromatosa (progressiva)
Formas importantes de
manifestação
• Tuberculóide:
• Nódulos sob a pele
• Regiões de anestesia circunscrita pelas lesões
dos nervos
• Lepromatosa:
• Forma mais leve
• Causa ulcerações e deformidade
• Mutilações de mãos, nariz e orelhas
TL- lepra tuberculóide
LL- lepra lepromatosa PB- carga bacilar da TL (poucos bacilos)
Variantes de borderline: BT, BB e BL MB- carga bacilar da LL (muitos bacilos)
Período de incubação
• 3 a 5 dias
• Doença crônica:
• Principal sintoma: lesão de pele com perda de sensibilidade

Manifestações
• Manchas dormentes de cor avermelhada ou esbranquiçada
em qualquer região do corpo
• Placas, caroços, inchaços, fraqueza muscular e dor nas
articulações
Transmissão
• Permanece incerta
• Provável contaminação: gotículas da
respiração
• Risco de contração da doença: contato
com a doença ativa e sem tratamento,
especialmente a hanseníase multibacilar
Diagnóstico
• Teste de Mitsuda
Diagnóstico
Tratamento

• Poliquimioterapia: longo período


• Não tratamento: consequências
irreversíveis
• Gratuito

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