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Alana Messias Martins – Turma XXXI

Semiologia do Sistema Endocrinológico


❖ Diabetes Mellitus:
1. Conceito:
• Distúrbio metabólico com hiperglicemia persistente;
• DM: caracterizada por resistência insulínica decorrente de perda de 50% das células beta pancreáticas.
2. Sinais e Sintomas:
• Os 4 P’s:
 Poliúria: Produção de quantidades aumentadas de urina em decorrência de altas concentrações
de glicose (alta carga osmótica);
 Polidipsia: O paciente urina muito, desidrata e tem muita sede;
 Polifagia: Glicose não chega às células e o corpo ativa os mecanismos de fome;
 Perda Ponderal: Sem energia, o corpo recorre a outras fontes, como as reservas de gordura.

FORMIGAMENTO PELE SECA E


E DORMÊNCIA LESÕES
NOS PÉS CUTÂNEAS

FERIDAS DE
FRAQUEZA DIFÍCIL
CICATRIZAÇÃO

INFECÇÕES
FADIGA
RECORRENTES

ALTERAÇÕES Diabetes DISFUNÇÃO


VISUAIS Mellitus ERÉTIL

• Acantose nigricans: manchas escurascausadas por hiperceraose, sugestivas de resistência insulínica.


3. Critérios Laboratoriais para Diagnóstico de DM2 e Pré-Diabetes:
Glicemia De Jejum ≥ 𝟏𝟐𝟔 𝐦𝐠/𝐝𝐋
TOTG (2h após 75g de glicose) ≥200mg/dL
HbA1C ≥6,5%
• A medida de glicemia capilar não se usa para diagnosticar diabetes, somente para monitorização.

• Hemoglobina Glicada (HbA1c): oferece vantagens ao refletir níveis glicêmicos dos últimos 3 a 4
meses e ao sofrer menor variabilidade. Interferentes: anemias, hemoglobinopatias e uremia, nas quais
(nestes casos, preferir TOTG e glicemia). Requer confirmação do exame para o diagnóstico de DM,
na ausência de sintomas inequívocos de hiperglicemia.
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4. Glicemia Capilar:
• Após a higienização das mãos, é imprescindível secá-las corretamente;
• Insere-se a tira no local adequado e o aparelho é ligado;
• Fura-se o dedo do paciente e uma gota de sangue deve ser encostada na tira;
• Realizar o descarte corretamente!!!

❖ Exame do Pé Diabético:
1. Conceito de “Pé Diabético”:
• Termo empregado para nomear alterações e complicações ocorridas em pés e MMII de indivíduos com
diabetes.
2. Epidemiologia:
• 40%-70% de amputações não traumáticas de MMII são realizadas em diabéticos;
• 85% das amputações nos diabéticos são precedidas por uma úlcera nos pés;
• 4 em cada 5 úlceras nos pés de diabéticos são causadas por traumas externos (como calçados
inadequados).
3. Fisiopatologia:

Estresse
Biomecânico

Alteração
Trauma na
externo Pé Diabético perfusão
da pele

Perda de
sensação
protetora

• Úlceras: Neuropáticas ≠ Isquêmicas:


 Neuropáticas: Indolores, com calosidades, pele seca, quente e hiperemiada, pulsos presentes e
amplos;
 Isquêmicas: Dolorosas, pele cianótica, unhas atrofiadas e micóticas, calos ausentes, palidez à
elevação, pulsos diminuídos.
Sensibilidade Pressórica Teste com Monofilamento 10g
Sensibilidade Vibratória Teste com Diapasão
Sensibilidade Dolorosa Teste com Pino/Palito
Sensibilidade Térmica Teste com Tubo de Água Quente/Fria ou Cabo do
Diapasão
Reflexos Profundos Teste com Martelo no Tendão de Aquiles
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4. Teste do Monofilamento:
• Paciente em decúbito dorsal;
• Apresentar o objeto ao paciente e depois pedir a ele que feche os olhos;
• Aplicar no hálux e nas regiões do 1º, 3º e 5º metatarsos;
• Aplicar por 2 segundos (conta-se 1001 e 1002) antes de remover o monofilamento e perguntar ao
paciente se sentiu;
• Não aplicar em úlceras, calos e tecidos necrosados!!!
 Sensibilidade PRESERVADA: Responde corretamente em 2 dos 3 testes em cada região;
 Perda de Sensibilidade: Resposta incorreta em 2 dos 3 testes em cada região → Risco de
Ulceração!!!

5. Teste do Diapasão:
• Paciente em decúbito dorsal,
• Segurar o diapasão pelo cabo!!!
• Demonstrar a vibração do diapasão na clavícula ou no processo estilóide do rádio;
• Pedir ao paciente para fechar os olhos;
• Fazer vibrar o diapasão e aplicá-lo no hálux do paciente;
• Perguntar a ele se sente a vibração;
• Para falsear este exame, deve-se fazer o diapasão vibrar, mas parar a vibração antes de encostá-lo no
hálux (deve-se encostar!!!);
 Sensibilidade PRESERVADA: Responde corretamente em 2 dos 3 testes em cada região;
 Perda de Sensibilidade: Resposta incorreta em 2 dos 3 testes em cada região → Risco de
Ulceração!!!
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6. Teste de Sensibilidade Dolorosa:


• Usa-se palito ou pino;
• Realiza-se o exame no dorso do pé;
• Estimulação por 2 segundos.
7. Teste de Sensibilidade Térmica:
• Utiliza-se o cabo do diapasão;
• Realiza-se o exame no dorso do pé;
• Estimulação por 2 segundos.
8. Reflexo do Tendão de Aquiles:
• Resposta esperada: flexão do pé;
• Nervo: poplíteo medial;
• Centro medular: L2-S1;
• Pode ser realizado com paciente deitado ou com o joelho apoiado em uma cadeira.

9. Avaliação Vascular:
• Pulso Tibial Posterior;
• Pulso Pedioso;
 Avaliar presença e simetria.
10. Índice Tornozelo-Braquial:
• Divide-se a pressão arterial sistólica máxima da perna pela pressão arterial sistólica do braço;
• ITB > 0,9 é NORMAL.

❖ Exame Físico da Tireoide:


1. Tireoide:
• Órgão especializado na secreção de hormônios, localizado na região anterior do pescoço;
• É ricamente vascularizada;
• Os dois tipos celulares predominantes são:
a) Foliculares: produtoras de T3 e T4;
b) Parafoliculares: produtoras de calcitonina.
• Principais disfunções:
a) Nódulos (benignos ou malignos);
b) Tireoidite (aguda, subaguda ou crônica);
c) Hipotireoidismo (baixa produção hormonal);
d) Hipertireoidismo (aumento da produção dos hormônios tireoidianos).
 Doença de Graves (hipertireoidismo).
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2. Inspeção:
• Inspeção Estática;
• Inspeção Dinâmica (observa-se a movimentação da glândula);
 A glândula se desloca para cima quando o paciente deglute. Por isso, bócios aumentam na
deglutição. Se após o paciente ter tomado água a tireoide se mova, há indicativo de cisto
tireoglosso/massa tireoidiana. Se for imóvel, trata-se de um linfonodo.
3. Palpação:
• Localização;
 Tópica ou Ectópica;
• Sensibilidade;
 Indolor ou Dolorosa;
• Tamanho;
 Istmo: 0,5 cm;
 Lobos: 3 a 5 cm.
• Consistência;
 Fibroelástica ou Endurecida;
• Mobilidade;
• Temperatura;
• Frêmito Tireoidiano;
• Nódulos;
 Localização, tamanho e consistência do nódulo;
• Linfonodomegalias.
 Linfonodos cervicais aumentam as chances de malignidade de um nódulo tireoidiano.
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3.1. Métodos de Palpação:


• Examinador sempre à direita do paciente.
a) Pinça (4 deglutições):
• Pede-se ao paciente que faça hiperextensão da cabeça para a localização do istmo da tireoide;
• Retornar a cabeça do paciente para a posição anatômica, palpar o istmo com o polegar e pedir ao
paciente para deglutir;
• Posicionar os dedos polegar e indicador direitos em cada um dos lados da traqueia e pedir para o
paciente deglutir novamente;
• Posteriormente, palpar os lobos bilateralmente, com a mão contralateral ao lado do pescoço a ser
palpado (lobo direito palpado com a mão esquerda e lobo esquerdo palpado com a mão direita).
• Palpar cadeias de linfonodos e descrever as 9 características da palpação de tireoide.
b) Dedo Polegar (3 deglutições):
• Após a localização da glândula, realiza-se palpação do istmo e pede-se ao paciente para deglutir
novamente;
• Posteriormente, palpar os lobos bilateralmente, com a mão ipsilateral ao lado do pescoço a ser palpado
(lobo direito palpado com a mão direita e lobo esquerdo palpado com a mão esquerda);
• Na palpação de cada lobo, o paciente deve deglutir uma vez (2 deglutições).
• Palpar cadeias de linfonodos e descrever as 9 características da palpação de tireoide.
c) Técnica Posterior (3 deglutições):
• Examinador em pé, atrás do paciente;
• Localiza-se o istmo e pede ao paciente que degluta;
• Lateraliza-se a cabeça do paciente para o lado do lobo a ser palpado e solicita-se nova deglitição;
• Essa ação deve ser repetida para a palpação do outro lobo.
• Palpar cadeias de linfonodos e descrever as 9 características da palpação de tireoide.
4. Exames Complementares:
a) Sinal de Pemberton:
• Indicativo de Bócio Multinodular Mergulhante, que causa obstrução da veia cava superior;
• Paciente deve elevar os braços acima da cabeça;
• Sinal POSITIVO se após 1 minuto, paciente apresenta congestão da face, cianose ou desconforto;
• Sinal NEGATIVO se nada ocorrer após 3 minutos.

❖ Hipocalcemia:
1. Sinal de Chvostek:
• Percussão do nervo facial;
• Hipocalcemia causa contração ipsilateral da musculatura perilabial.
2. Sinal de Trousseau – “Mão de Parteiro”:
• Insufla-se o manguito até 20mmHg acima da PAS por 3 minutos;
• Hipocalcemia impede a interação actina-miosina;
• Há espasmo do carpo, contração generalizada dos músculos do antebraço com flexão do punho.

❖ Síndrome Metabólica:
• Condição complexa associada a fatores de risco cardiovascular, deposição central de gordura e
resistência insulínica;
• SOP, Acanthosis nigricans, Esteatose Hepática, Microalbumiúria, etc: condições que podem estar
associadas à Síndrome Metabólica;
• Excesso de Tecido Adiposo Visceral;
• Hiperinsulinemia e inflamação.
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1. NCEP/ATPIII (Apresentar 3 ou + Critérios):


GLICOSE ≥ 100 mg/dL ou tratamento para hiperglicemia
HDL o Homens < 40 mg/dL
o Mulheres < 50 mg/dL
TRIGLICERÍDEOS ≥ 150 mg/dL
OBESIDADE Cintura ≥ 102 cm (homens) e ≥ 88 cm (mulheres)
HIPERTENSÃO ≥ 130 x 85 mmHg ou em tratamento para HAS
2. IDF (Critério Obrigatório e 2 outros critérios):
• Critério Obrigatório: Circunferência Abdominal
GLICOSE ≥ 100 mg/dL ou tratamento para hiperglicemia
OBESIDADE Cintura ≥ 94 cm (homens) e ≥ 80 cm (mulheres)
HIPERTENSÃO ≥ 130 x 85 mmHg ou em tratamento para HAS
LIPÍDEOS o Triglicerídeos ≥ 150
o HDL < 40 mg/dL
3. OMS (Critério Obrigatório e 2 outros critérios):
• Critério Obrigatório: Resistência Insulínica
GLICEMIA GJ > 110; Glicemia após 2h > 140 ou DM
PESO IMC > 30 ou cintura/quadril 0.9 (homens) e 0.85
(mulheres)
HIPERTENSÃO ≥ 140 x 90 mmHg ou em tratamento para HAS
LIPÍDEOS o Triglicerídeos ≥ 150
o HDL < 35 mg/dL (homens) ou < 39
(mulheres)
OUTROS Microalbuminúria (> 20 mcg/min)
• IMC:

Obs.: Não avalia composição corporal.

❖ Dislipidemia:
• Hipercolesterolemia Isolada: LDL ≥ 160 mg/dL;
• Hipertrigliceridemia Isolada: TGs ≥ 150 mg/dL;
• Hiperlipidemia Mista:LDL ≥ 160 mg/dL e TG ≥ 150 mg/dL;
• HDL Baixo (Hipoalfalipoproteinemia): HDL < 40 mg/dl (homens) e 50 mg/dL (mulheres).
• Causas primárias (genéticas) ou secundárias (estilo de vida, condições mórbidas ou
medicamentos).
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• Sinais:

Xantelasma

Xantoma Eruptivo

Xantoma Tendinoso

Arco Corneano
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Semiologia do Sistema Digestório


❖ Topografia do Abdômen:

❖ Exame Físico:
1. Inspeção Estática: avalia:
a) Tipo de Abdômen;
b) Contorno;
c) Forma;
d) Simetria;
e) Circulação Colateral;
f) Lesões Elementares e Cicatrizes;

g) Abaulamentos e Retrações;

Nódulo da Irmã Maria José; associado à neoplasia metastática intrabdominal

h) Cicatriz Umbilical.
2. Inspeção Dinâmica: é realizada com o paciente em decúbito dorsal e avalia:
a) Padrão Respiratório;
b) Pulsações/Aortismo;
c) Peristaltismo;
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d) Herniações: podem ser verificadas por meio das manobras de Valsalva e Smith-Bates.

Obs.: na Manobra de Smith-Bates, pede-se ao paciente para levantar as pernas, para evidenciar massas percebidas na
inspeção estática. Se a massa não desaparecer é uma lesão de parede, se desaparecer é uma lesão intracavitária.
3. Ausculta: deve ser realizada por quadrantes, a partir do QID. Sempre antes da percussão e da palpação!
Realiza-se, também, ausculta vascular, em busca de sopros, nas seguintes artérias:

4. Percussão: feita por quadrantes, com 3 percussões em cada quadrante feitas pela técnica plexor-plexímetro,
preferencialmente com o 3º quirodáctilo. É importante deixar por último o quadrante no qual o paciente refere
dor. Os achados, normalmente, são: macicez em hipocôndrio direito (loja hepática) e som timpânico nas demais
regiões abdominais.
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5. Palpação: para realizá-la, é primordial observar a fácies do paciente, para identificar expressões álgicas.
a) Palpação Superficial: por quadrantes, em movimentos circulares. Aprofunda-se apenas 1cm, a fim de avaliar
estado da parede, sensibilidade, lesão de continuidade e pulsações. A descrição de um exame sem alterações
seria: “paciente com palpação superficial indolor, parede abdominal flácida, ausência de hérnias e pulsações”.
b) Palpação Profunda: por zonas, com técnica bi-manual (mãos sobrepostas), sendo a mão dominante do
examinador que fica em contato direto com o paciente. Aprofunda-se cerca de 4cm. Busca-se confirmar as
características da palpação superficial e identificar possíveis massas abdominais, herniações e visceromegalias.

❖ Fígado:
1) Inspeção: procura icterícia, eritema palmar, ascite, edema de MMII, ginecomastia, circulações colaterais,
vesícula biliar visível (Courvoisier-Terrier).
2) Hepatimetria (Percussão Hepática): busca determinar o tamanho do fígado, inicia-se pelo lobo direito e segue
para o esquerdo.

LOBO LOBO
DIREITO ESQUERDO

LIMITE SUPERIOR: LIMITE SUPERIOR:


percutir desde o 5º EIC até delimitado pela base do
a transição de som claro apêndice xifóide
pulmonar para som maciço

LIMITE INFERIOR: LIMITE INFERIOR:


percutir da fossa ilíaca percutir da cicatriz umbilical
direita até a trasição de som até a transição de som
timpânico para maciço timpânico para maciço

• Sinal de Torres-Homem: dor intensa durante a palpação, sugere abcesso hepático;


• Sinal de Jobert: som timpânico na loja hepática, sugere pneumoperitônio;
• Sinal de Chilaiditi: sinal radiológico que indica sobreposição de víscera oca.
3) Palpação Hepática: pode ser realizada pelas técnicas de Lemos Torres ou Mathiew e, caso o exame não esteja
alterado, descreve-se “fígado de localização tópica, tamanho normal, lobo direito medindo (entre 6 e 12)cm e
lobo esquerdo medindo (entre 4 e 8)cm, superfície lisa, consistência fibroelástica e indolor à palpação”.
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❖ Vesícula Biliar:
• Sinal de Murphy | Colecistite Aguda: é realizada a compressão do ponto cístico (intercessão entre a linha
hemiclavicular direita e o rebordo costal direito) e o sinal está presente se houver interrupção da inspiração.

• Sinal de Courvoisier-Terrier | Neoplasia Periampular: vesícula palpável, visível e indolor.

❖ Ascite:
• Sinal do Piparote: o paciente, em decúbito dorsal, deve usar a borda ulnar de uma de suas mãos para comprimir
a linha mediana do abdômen. O examinador realiza um piparote em um dos flancos, com a outra mão espalmada
no flanco contralateral – a fim de sentir a transmissão de uma onda líquida (ascite de grande volume).
• Semicírculo de Skoda: com o paciente em decúbito dorsal, realiza-se percussão do abdômen da cicatriz
umbilical até o hipogástrio e paredes laterais, marcando as regiões de transição de um som timpânico para um
som maciço. Forma-se um semicírculo com concavidade para cima.
• Macicez Móvel dos Flancos: com o paciente em decúbito dorsal, realiza-se percussão do abdômen da cicatriz
umbilical até a parede lateral, marcando o ponto de transição de um som timpânico para um som maciço. Ao
solicitar um decúbito contralateral, a região marcada previamente passa a apresentar som timpânico (em função
do deslocamento do líquido).
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❖ Baço:
1) Percussão: deve-se percutir no Espaço de Traube (6º ao 11º EIC) e espera-se ouvir um som timpânico. Se o
som não for timpânico, pode haver uma esplenomegalia.

• Para avaliar a presença de esplenomegalia, utiliza-se a Classificação de Boyd:


i. Boyd I: baço palpável sobre o rebordo costal;
ii. Boyd II: baço palpável abaixo do rebordo costal, antes da cicatriz umbilical;
iii. Boyd III: baço palpável até o plano horizontal até o nível da cicatriz umbilical;
iv. Boyd IV: baço palpável após a cicatriz umbilical.
2) Palpação: deve ser realizada com o paciente nas posições de Schuster ou Schuster-Rocco (ambas com
decúbito lateral direito, diferindo quanto à posição do braço esquerdo).

❖ Apendicite e Irritação Peritoneal:


• Sinal de Blumberg: é positivo na descompressão brusca dolorosa do Ponto de McBurney (intercessão entre
o terço médio e o terço lateral a linha entre a cicatriz umbilical e a espinha ilíaca ânterosuperior direita).
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• Sinal do Obturador: paciente em decúbito dorsal, com membro inferior esquerdo estendido e fletido em 90º.
Realiza-se rotação interna do quadril, causando estiramento do músculo obturador interno (próximo ao
apêndice). O sinal positivo indica apendicite.

• Sinal do Psoas Ilíaco: paciente em decúbito lateral esquerdo, faz uma hiperextensão da articulação coxofemoral
direita, causando estiramento do músculo psoas ilíaco (próximo ao apêndice). O sinal positivo indica apendicite.

• Sinal de Rovsing: paciente em decúbito dorsal. O examinador comprime o cólon descendente na fossa ilíaca
esquerda, causando deslocamento dos gases em direção ao ceco e, consequentemente, sua distensão. Dor em
fossa ilíaca direita sugere apendicite.

• Sinal de Lapinsky: elevação do membro inferior direito estendido, causando compressão do seco e dor em
caso de apendicite.
• Sinal Guéneau de Mussy: descompressão dolorosa brusca em qualquer parte do abdômen. Dor referida sugere
irritação peritoneal difusa ou peritonite generalizada.
• Sinal de Martorelli: realiza-se punho percussão do calcâneo do paciente em decúbito dorsal. Dor referida
sugere peritonite.
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❖ Radiologia Abdominal:
RX de abdome normal:

Já o abdome agudo é uma síndrome caracterizada por dor abdominal súbita – ou crônica que agudizou. Essa
condição tem 5 padrões básicos de causas: inflamatório, obstrutivo, hemorrágico, perfurativo e isquêmico.
Na radiografia utilizada para examinar pacientes com abdome agudo, utiliza-se:
1. RX de abdome em ortostase em AP;
2. RX de abdome em decúbito dorsal em AP;
3. RX de tórax em PA.
❖ Padrões Radiológicos:
• Abdome Obstrutivo:
➔ Níveis Hidroaéreos (ortostase);
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➔ Sinal do Empilhamento de Moedas (decúbito dorsal);

➔ Sinal do U invertido/Grão de Café (Volvo Sigmoide);

• Abdome Perfurativo:
➔ Pneumoperitônio.
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❖ Exames Laboratoriais em Hepatologia:


1. Lesão Hepatocelular: aumenta a liberação de aminotransferases (AST/TGO e ALT/TGP), em especial ALT;
• Elevação da ALT acima de 2 vezes o Limite Superior da Normalidade (LSN), mas não da fosfatase alcalina.
• A razão ALT / FA (ambas expressas como múltiplos de LSN) é maior que 5.

Obs.: Lesão Hepática Alcóolica aumenta AST 2 a 3x mais que ALT. Já nas doenças hepáticas gordurosas, o aumento de
transaminases é menos robusto.

Fonte: Slides dos Profs. de Habilidades Clínicas da MD4 em 2023.2

2. Lesão Colestática:
• Elevação da FA acima de 2 vezes o LSN, mas não da ALT. A razão ALT / FA (ambas expressas como múltiplos
de LSN) é menor que 2.
a) GGT (<58 U/L);
b) Fosfatase Alcalina (46 a 116 U/L): relevante nas doenças hepatobiliares;
c) Bilirrubina Total e Frações:

3. Lesão Mista: razão ALT/FA entre 2 e 5.


Obs.: Lesões Hepáticas Agudas são alterações presentes por menos de 3 meses (AST > 200 e AT > 300) e Lesões
Hepáticas Crônicas são superiores a 3 meses.

Fonte: Slides dos Profs. de Habilidades Clínicas da MD4 em 2023.2


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Semiologia do Sistema Hematológico


Anemia: ocorre quando os valores referentes a número de eritrócitos, Hb e Ht estão abaixo dos valores de referência.

• Hepatoesplenomegalia;
• Icterícia;

Quelite Angular Coiloníquia Glossite Atrófica

Valores de Referência:
1. Hemoglobina:
• Masc.: 13,5 – 17,5;
• Fem.: 12 – 15,5
2. Hematócrito:
• Masc.: 40 – 52%;
• Fem.: 36 – 48%
3. VCM: 80 – 95 f/L
• Superior: anemia macrocítica;
• Normal: anemia normocítica;
• Inferior: anemia microcítica.
4. HCM: 27 – 34 pg
• Superior: anemia hipercrômica;
• Normal: anemia normocrômica;
• Inferior: anemia hipocrômica
5. RDW: 12 – 14%
• Superior: anisocitose (anemia ferropriva)
6. Contagem de Reticulócitos: 40.000 – 100.000
• Superior: anemia hiperproliferativa (anemia hemolítica e hemorragias agudas);
• Inferior: anemia hipoproliferativa

MACROCÍTICA DEFICIÊNCIA DE
E HIPERCRÔMICA PRODUÇÃO

CLASSIFICAÇÃO NORMOCÍTICA E CLASSIFICAÇÃO EXCESSO DE


MORFOLÓGICA NORMOCRÔMICA FISIOPATOLÓGICA DESTRUIÇÃO

MICROCÍTICA E PERDAS
HIPOCRÔMICA HEMORRÁGICAS
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ANEMIA FERROPRIVA • Hipocômica;


• Microcítica;
• C/ Anisocitose;
• Hipoproliferativa
ANEMIA MEGALOBLÁSTICA • Macrocítica;
• Hipoproliferativa;
• Leucopenia/Trombocitopenia;
• Deficiência de B12 ou folato
ANEMIA HEMOLÍTICA • Normocítica;
• Normocrômica;
• S/ Anisocitose
ANEMIA DE DOENÇAS CRÔNICAS • Normocítica;
• Normocrômica
ANEMIA APLÁSICA • Pancitopenia;
• Normocítica;
• Normocrômica
TALASSEMIA • Microcítica;
• Hipocrômica;
• S/ Anisocitose
Avaliação dos Leucócitos:

• Leucocitose: infecção ou leucemia;


• Leucopenia: quimioterapia
• Neutrofilia: infecção bacteriana;
• Neutropenia: infecção viral;
• Linfocitose: infecção viral;
• Linfopenia: HIV;
• Desvio à esquerda: aumento de células imaturas na corrente sanguínea (principalmente bastonetes);
• Eosinofilia: infecção parasitária.
Avaliação das Plaquetas:

• Plaquetopenia: infecção pelo vírus da hepatite C/HIV;


• Trombocitose: leucemia e mielofibrose.

Semiologia Vascular
• Doença Vascular Arterial:
Relacionada à cãimbra, queiação, claudicação intermitente. Piora ao deitar.
As úlceras arteriais têm fundo com material necrótico , de difícil cicatrização.há hiperemia, mas não
escurecimento da pele adjacente. A evolução é mais rápida e o pulso é presente.
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• Doença Vascular Venosa:


Sensação de peso, queimação, ardência, cansaço. Maior frequência no período vespertino, piora ao deambular
e melhora ao interromper a caminhada e elevar os membros.
A úlcera venosa é mais rasa, com secreção serosa/purulenta e escurecimento da pele adjacente. A evolução é
lenta e o pulso é ausente.

Manobras Especiais para TVP:

• Manobra de Homans: positiva se houver dor na panturrilha à dorsiflexão do pé;


• Manobra de Olow: positiva se houver dor à compressão da panturrilha contra a tíbia;
• Sinal de Duque: verificar se há retificação do oco poplíteo;
• Sinal da Bandeira: mobilizar a panturrilha látero-lateralmente;
• Sinal de Bancroft: dor à compressão da panturrilha.

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