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SISTEMA LOCOMOTOR

EQUINO – AFECÇÕES
DOS CASCOS
PROF. M.V ESP. LUIZ FERNANDO CARDOSO LABRE
INTRODUÇÃO
• Importância dos cascos
• Alterações nos cascos → desequilíbrio, claudicação.

• Funções:
• Suportar o peso do animal
• Auxiliar no retorno venoso
• Absorção de impacto da concussão
ANATOMIA
ABCESSO SUBSOLEAR
• Uma das causas mais comuns de claudicação (Melo et al., 2009);

• Etiologia:
• Penetração do casco por objetos perfurantes
• Infecção ascendente da linha branca
• Condições ambientais: umidade
• Falta de higienização dos cascos
• Falta de casqueamento adequado
ABCESSO SUBSOLEAR
• Quadro agudo de claudicação
• Elevação da frequência e amplitude do pulso da artéria
digital no membro afetado
• Aumento da temperatura da muralha do casco
• A claudicação varia de acordo com a extensão do
abscesso, dor e ocorrência de complicações
• Edema na região da faixa coronária ou na parte distal do
membro
• Pinça de casco: dor no local do abscesso, porém alguns
equinos podem apresentar sensibilidade dolorosa em
toda a região solear.
ABCESSO SUBSOLEAR
• A palpação digital da região solear pode revelar a
presença de uma área macia ou focal de dor, ajudando na
localização do abscesso.
• Alguns equinos podem não demonstrar qualquer
alteração que ajude na localização do abscesso.
• Os abcessos podem drenar em coroa ou talões.
DIAGNÓSTICO
• Exploração clínica
• Histórico: muito
importante!
• Exames radiográficos:
Exclusão de diagnósticos
diferenciais
TRATAMENTO
• Drenagem do abcesso utilizando rineta
• Pedilúvio (20 minutos):
• Solução hiperconcentrada (sal de cozinha) + água morna
• Solução desinfetante (permanganato de potássio ou iodo
2%)
• Lavagem com solução fisiológica + permanganato de
potássio ou antibiótico – em seguida, bandagem (7 a 30
dias).
• OBS: Infecções recorrentes ou histórico prolongado
utilizar metronidazol em pó local e/ou ATB – penicilina
ou sulfa + trimetropin.
TRATAMENTO
• Sistêmico:
• Antibiótico – Penicilina 20.000 UI/kg SID IM 7 dias
• Fenilbutazona 4,4 mg/kg SID 5 dias IV

• Atenção para tétano!


SEQUELAS
• Osteomielite/sequestro
• Fraturas margem solear
• Laminite
DERMOVILITE EXSUDATIVA
OU NECROSE DA RANILHA
• Maceração, amolecimento e destruição da camada córnea
da ranilha
• Produção de secreção necrótica enegrecida e de odor
pútrido

• Etiologia:
• Falta de higiene nas instalações
• Ação do barro, fezes e urina
• Cascos com talões elevados
SINAIS CLÍNICOS
• Perda da anatomia da
ranilha
• Secreção fétida
enegrecida advinda da
ranilha
• Raramente ocorre
claudicação. Caso
ocorra, pode haver
acometimento de
estruturas mais
sensíveis.
TRATAMENTO
• Pedilúvio (20 minutos):
• Solução desinfetante (permanganato de potássio ou iodo
2%)
• Casos mais graves:
• Bandagem
• Utilização de terapia sistêmica – Antibióticos.
• Antiinflamatório caso haja claudicação.
FISSURAS E FRATURAS
DOS CASCOS
• São soluções de continuidade que comprometem a
muraIha do casco.
• Podem ser longitudinais ou transversais em relação ao
sentido dos túbulos córneos.
FISSURAS E FRATURAS
DOS CASCOS
• As causas predisponentes ou determinantes do problema
estão relacionadas com a tenacidade e elasticidade do
estojo córneo.
• Desequilíbrio nutricional.
• Não casqueamento ou casqueamento inadequado.
• Defeitos de aprumos.
• Ferraduras inadequadas.
• Trabalho em superfícies e pisos duros
• Traumas quando estão trabalhando (animais que se
alcançam)
SINAIS CLÍNICOS
• Claudicação variável
• Pode não apresentar
• Grau I a IV (O – V)
• Aumento de volume na região coronária
• Feridas abertas e contaminadas
• Pontos de drenagem = fístulas
• Rachaduras e perfurações na muralha, coroa e sola do
casco
• Dor a palpação e pinça de casco
TRATAMENTO
• Casqueamento e ferrageamento regular adequado
• Higiene das instalações
• Suplementação com biotina (Kerabol, Bio Hoof JCR, etc.)
• Fissuras:
• Razamento e adelgaçamento das bordas. Uso de
próteses após a correção e regularização do sulco,
através de aplicação de acrílico autopolimerizável.
• Fraturas:
• Se houver infecção, tratar a infecção (pedilúvios,
antibiótico local e sistêmico), aproximação das bordas da
fratura com fio de aço.
HEMATOMA
SUBSOLAR
• Etiologia
• Trauma
• Superfícies duras de trabalho
• Pedras pontiagudas
• Tocos de madeiras
SINAIS CLÍNICOS
• Variam com a área e o tamanho do hematoma
• Claudicação após trabalho que varia o grau
• Sensibilidade localizada na sola no exame da pinça de
casco
• Coloração escura na sola
• Muitas vezes passa desapercebida
• Alívio da dor imediatamente após a descompressão
TRATAMENTO
• Drenagem e descompressão da sola
• Limpeza e curativo da sola
• Bandagem; algodão, iodo e atadura
• Cama de serragem com fartura (local seco)
• Antibiótico local
• Analgésico
• “sangue é meio de cultura”
SÍNDROME DO
NAVICULAR
• Uma das principais causas de claudicação intermitente em
equinos entre 4 e 15 anos de idade.
• Responsável por 1/3 das claudicações crônicas em membros
torácicos de equinos.
• Etiologia:
• Interrupção do fluxo sanguíneo na região do osso navicular.
• Trombose das artérias do navicular (dentro do osso
navicular)
• Oclusão parcial ou completa das artérias digitais no nível da
quartela (arterosclerose dos vasos)
• Concussão entre o tendão flexor digital profundo e o osso
navicular pode ocasionar uma bursite local que leva à
hiperemia e degeneração óssea.
SÍNDROME DO
NAVICULAR
• Processo degenerativo crônico e progressivo.
SÍNDROME DO
NAVICULAR
• Fatores predisponentes:
• Má conformação óssea
• Fragilidade óssea (deficiência nutricional/hereditariedade)
• Concussão
• Cascos pequenos
• Ferimentos perfurantes
• Tipo de trabalho (laço, três tambores, corrida, salto)
• Casqueamento e ferrageamento incorretos
SINAIS CLÍNICOS
• Claudicação intermitente
• Piora com exercícios pesados
• Melhora com um período de repouso (principalmente nos
estágios iniciais da doença)
• Normalmente há envolvimento dos dois membros torácicos,
porém um pode estar pior
• Alternância de descanso entre os membros afetados
• Cavalo busca apoiar primeiro as pinças, poupando região dos
talões
• Desgaste das pinças
• Bulbos dos talões retraídos
• Sensibilidade ao pinçamento dos talões
DIAGNÓSTICO
• Histórico do paciente
• Teste da rampa
• Teste da pinça do casco
• Bloqueios anestésicos perineurais
• Exame radiográfico
• Exame ultrassonográfico
TRATAMENTO
• Assintomático:
• Condroitina (Condroton: uma ampola por semana durante 6
semanas).
• Previcoxx (Firocoxib 0,1 mg/kg VO) durante 14 dias.

• Sintomáticos:
• Bifosfonatos – Tildren (ácido tiludrônico) ou Zoledron (ácido
zoledrônico)
• Previcoxx (Firocoxib 0,1 mg/kg VO) durante 14 dias
• Casqueamento e ferrageamento adequados
• Repouso
• Vasodilatador periférico – Isoxsuprine (0,6 - 1,2 mg/kg BID VO).
OSTEÍTE PODAL
• Processo degenerativo da 3ª falange
• Secundário a processos inflamatórios/infecciosos do
interior do estojo córneo
• Laminite crônica
• Ferimentos perfurantes da sola

• Total ou Parcial
• Difusa total – Grande parte da falange distal
• Piramidal ou coronária – Processo extensor
• Semilunar – Crista semilunar
• Palmar – Borda marginal da terceira falange
SINAIS CLÍNICOS
• Claudicação de apoio
• Coronária – Dor à extensão
• Flexão passiva do pé
• Calcificação secundária da cartilagem alar
TRATAMENTO
• Repouso
• Crioterapia
• Ferraduras fechadas
• Secundária à ferimentos: tratar causa base
• Suplementação de Ca
• Calcitonina – 2 ampolas IM 2x / semana (2 meses)
LAMINITE
LAMINITE
• Inflamação das laminas do casco
ETIOPATOGENIA DA
LAMINITE
• Fatores predisponentes:
• Grãos ou ração concentrada em excesso
• Excesso de amido e carboidratos fermentáveis
• Exercício em superfícies duras – traumas
• Obesidade
• Infecções uterinas, pulmonares, sistema digestório e
sistêmicas: ENDOTOXEMIA
• Induzidas por drogas (corticosteroides)
SINAIS CLÍNICOS
• Endotoxemia e suas causas
• Dor e claudicação
• Pulso elevado nas artérias digitais
• Aumento da temperatura dos cascos
• Decúbito e escaras
• Emagrecimento
• Reluta em caminhar
• Rotação da falange distal
GRADUAÇÃO DE OBEL
• Grau 1
• Menos grave. O cavalo muda o peso do membro
alternadamente e com frequência aumentada.
• A claudicação não é evidente ao passo, mas sim ao trote.
Andamento curto e rígido.
• Grau 2
• Claudicação evidente ao passo, mas o cavalo permite que lhe
elevem os membros.
• Grau 3
• Claudicação evidente
• Resiste à elevação dos membros.
• Grau 4
• Recusa-se a mexer, só forçado.
DIAGNÓSTICO
• Histórico
• Alimentação
• Exame clínico
• Radiografia
• Bloqueios anestésicos
ROTAÇÃO DE
TERCEIRA FALANGE
TRATAMENTO
• Prevenir o desenvolvimento da laminite, prevenindo ou
minimizando os fatores predisponentes
• Diminuir a dor
• Prevenir ou reduzir a lesão laminar permanente
• Melhorar a hemodinâmica capilar laminar
• Prevenir o movimento da falange distal
TRATAMENTO
• Aintiinflamatório não-esteroidal
• Fenilbutazona (4,4 mg/kg IV SID 4 a 5 dias; redução da
dose para 2,2 mg/kg IV 7 a 10 dias)
• Flunixin meglumine (0,25 mg/kg QID IV em casos de
endotoxemia)
• DMSO (3 dias) – captador de radicais livres e pode evitar
lesões de reperfusão nos tecidos isquêmicos
• Firocoxib (0,1 mg/kg VO)
TRATAMENTO
• Vasodilatadores
• Acepromazina 0,01 – 0,66 mg/kg IV
• Isoxuprina – 1,2 mg/kg BID VO
Pentoxifilina – 4,4 mg/kg TID
• Anticoagulantes
• AAS – 10 a 20 mg/kg VO a cada 48h inibe agregação
plaquetária
• Heparina sódica – 40 a 80 UI/kg SC BID ou TID
TRATAMENTO
• Controle da dor:
• Infusão contínua de cetamina
• Amitriptilina + Gabapentina

• Protetores de mucosa – Omeprazol

• Casqueamento corretivo
• Ferrageamento
• Ressecção da muralha do casco
• Cuidados de enfermagem
TRATAMENTO
• Crioterapia
• Fase aguda X Fase crônica
• Efeito hipometabólico
CONSIDERAÇÕES FINAIS

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