Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Dra Larissa
NEUROINFECÇÕES
NEUROTOXOPLASMOSE
A neurotoxoplasmose, também conhecida como toxoplasmose cerebral, é uma infecção oportunista causada pelo
protozoário Toxoplasma gondii.
Geralmente afeta pacientes com HIV / AIDS e é a causa mais comum de abscesso cerebral nesses pacientes
SEMPRE investigar HIV em pacientes com achado de imagem que sugere neurotoxoplasmose
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Mesmo nos imunocomprometidos, os sintomas são geralmente vagos e indolentes (cefaleia, febre, crises epilépticas
e sinais neurológico focais).
O desenvolvimento de sintomas neurológicos em pacientes HIV+ deve levantar suspeitas de toxoplasmose cerebral.
CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS
Com predileção: Gânglios da base; Tálamo; Junção corticomedular (transição entre substância branca e cinzenta) -
notadamente da região frontal e parietal.
TOMOGRAFIA:
Tamanho: variável, de < 1 cm a > de 3 cm, e pode haver efeito de massa associado.
Observamos nesse corte: área de edema encefálico na região frontal (na transição
corticomedular) e na região nucleocapsular (área de baixa atenuação).
• TÍPICO: “sinal do alvo excêntrico” – típico, visto com mais detalhe na RNM
após administração do contraste.
Grazielly M36 2
RNM:
OBS: Nessa RNM, não temos acometimento ventricular, mas pode-se encontrar uma
ventriculite associada (aumentados com realce em periferia.
NEUROCISTICERCOSE
É causada pela infecção do SNC causada pela larva encistada da Taenia solium
• Convulsões: sintoma + comum e a causa mais comum de convulsões em adultos jovens em áreas
endêmicas.
• Cefaleia
• Hidrocefalia – ocorre por acometimento ventricular (obstrução)
• Estado mental alterado
• Déficits neurológicos
Pode acometer o parênquima, ventrículos e espaço subaracnoide.
Grazielly M36 3
ESTÁGIOS
Existem 4 estágios principais (também conhecidos como estágios patológicos de Escobar, que possuem
características bem definidas no exame de imagem, sendo possível classificar a fase que o paciente se encontra):
- Vesicular: parasita viável com membrana intacta (escolex é visível) e, portanto, sem reação do hospedeiro (edema
é discreto).
- Coloidal vesicular: o parasita morre (não vemos escolex) em 4-5 anos sem tratamento ou antes do tratamento e o
fluido do cisto torna-se turvo; um edema permeável envolve o cisto (característica marcante).
Este é o estágio mais sintomático.
- Granular nodular: com a progressão da infecção, o edema diminui à medida que o cisto retrai. O cisto fica bem
menor do que na fase anterior (retração).
- Nodular calcificado: remanescente de cisto calcificado em estágio final; sem edema. No exame vemos apenas
calcificações intraparenquimatosas difusas sem edema perilesional.
Cada estágio possui características de imagem bastante distintas, embora não haja uma demarcação nítida entre os
estágios posteriores.
1. Vesicular:
4. Nodular calcificada
Marcada por calcificações difusas, patológicas residuais.
Nódulo calcificado em estágio final
Sem edema perilesional
Sem realce
Na ressonância queda de sinal nas sequências T2 e T2 *
focos de hiposinal distribuídos no parênquima.
Nessa fase, o paciente é assintomático esses achados são sequelares
ABSCESSO PIOGÊNICO CEREBRAL
Os abcessos cerebrais resultam de patógenos (bactérias) que crescem dentro do parênquima cerebral.
A infecção parenquimatosa inicial é conhecida como cerebrite, que pode evoluir para um abscesso cerebral.
Historicamente, extensão direta de infecções nos seios da face ou no couro cabeludo era a fonte mais comum
(infecção por contiguidade).
Mais recentemente, a disseminação hematológica tornou-se mais comum (focos a distância – endocardite, infecção
pulmonar)
MAIS COMUM: Streptococcus sp: 35-50% especialmente S.
pneumoniae (pneumococo)
TOMOGRAFIA:
Hidrocefalia obstrutiva será comumente observada quando a disseminação intraventricular ocorre (material
purulento disseminando para o sistema ventricular, obstruindo-o).
DESCRIÇAO DA TC: formação expansiva intraparenquimatosa em região frontal esquerda de baixa atenuação,
circundada por halo de hiperdensidade, circundada por edema vasogenico.
RNM:
T1
• Nessa sequência buscamos baixo sinal para confirmar a restrição as moléculas de agua.
• Sinal DWI alto geralmente está presente centralmente
• Representa a verdadeira restrição a difusão o material no interior do abcesso vai restringir a difusão das
moléculas de agua pela presença de pus. É importante para diagnostico diferencial com tumores (ex.
glioblastoma – lesão expansiva).
PROVA!!! No abcesso temos uma com parede mais regular/fina com restrição a difusão na porção central (onde há
pus – material espesso). Já no glioblastoma tem-se uma parede irregular/espessa e infiltrativa, e quando há
restrição a difusão, ocorre mais na região periférica (onde há mais hemorragia), já que no centro há necrose.
OBS: as metástases cerebrais (secundarias) são os mais comuns processos neoplásicos intraparenquimatosos.
GLIOBLASTOMA
O glioblastoma (GB) é a neoplasia intracraniana (intraparenquimatosa) primária mais comum em adultos sendo
responsável por 15% de todas as neoplasias intracranianas e aproximadamente 50-60% de todos os astrocitomas.
GBs são astrocitomas de alto grau (GRAU IV); portanto, agressivos, resistentes à terapia e têm um prognóstico ruim.
Na 4ª edição revisada (2016) da classificação da OMS, o termo 'multiforme' foi eliminado, sendo esses tumores
referidos apenas como glioblastomas.
OBS: A maioria dos meningiomas são benignos, lesões circunscritas sendo possível ver a cauda dural (implantação na
duramater). Porém, os atípicos (grau II e III) são lesoes mais infiltrativas.
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Sintomas de aumento da pressão intracraniana (hidrocefalia), caso tenha efeito expansivo maior.
CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS
São geralmente tumores grandes, infiltrativos e que desviam a linha media no momento do diagnóstico.
Com margens espessas e irregulares com realce e um núcleo necrótico central, que também pode ter um
componente hemorrágico.
Grazielly M36 6
TC/RNM:
Embora sejam geralmente benignos, com uma baixa taxa de recorrência após cirurgia, há um grande número de
variantes histológicas com características de imagem variáveis e, em alguns casos, comportamento biológico mais
agressivo.
São incomuns em pacientes antes dos 40 anos, e devem levantar suspeita de Neurofibromatose tipo 2 quando
encontrada em pacientes jovens.
TOMOGRAFIA:
• TC sem contraste
• 60% ligeiramente hiperdensa ao cérebro normal.
• 20-30% tem alguma calcificação (=/= do glioblastoma)
• Evidencia a hiperostose/irregularidade da cortical óssea
adjacente (TC é importante para avaliar o osso adjascente,
pois pode haver alteração) pode espessar ou deixar
irregular.
Grazielly M36 7
OBS: variantes mais benignas não rompem a cortical, geralmente a deixam espessada).
• TC pós-contraste
• Contraste claro e homogêneo realça por inteiro
• Variantes malignas ou císticas demonstram mais heterogeneidade ao
realce
RNM:
SCHWANNOMA
Menos comumente chamados de neurinomas, são tumores benignos de origem nas células de Schwann
OBS: quando vemos múltiplos schwannomas, inclusive acomentendo o acústico – Neurinoma do acústico (VIII par
craninano, na cisterna do ângulo ponto-cerebelar bilateralmente) devemos pensar também na possibilidade de
Neurofibromatose tipo II.
Têm predileção pelas raízes sensitivas, sendo a raiz vestibular do 8º nervo craniano a + acometida.
SCHWANNOMAS INTRACRANIANOS
Grazielly M36 8
Nervos cranianos: embora quase qualquer nervo craniano possa estar envolvido, exceto nervos olfatórios e nervos
ópticos que não possuem bainhas compostas de células de Schwann, de longe o nervo mais comumente envolvido é
o nervo vestibulococlear (NC VIII) – principalmente a porção vestibular.